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SISTEMA ENDOCRINO ‘Antes de ser um sistema snatémico bem definido, 0 sistema endécrino € composto de vérias glandulas que estio localizadas em diversos lugares do cor- po (Figura 18-1), As gidndulas endécrinas participam da regulacio das ativi- dades do corpo, produzindo substincias chamadas horménios. Por causa de sua influéncia nos érga0s do corpo, 0s horménios so freqiientemente conside- rados como mensageiros quimicos. A tegulacéo pelos horménios pode ser ge- ral, afetando as células de um grande niimero de Srgios, ou pode ser bem espe- cifica, afetando a5 células de um érgio particular ou um grupo de érgfios. Os Grgios que reagem a um horménio espectfico sio chamados 6rgios-alvo. Em contraste com as glindulas exScrinas (de secrecdo externa), cujas se- cregées so transportadas até seu sitio de aso por meio de ductos, as glandulas tendderinas nio tém ductos — sio g/dndulas de secregdo interna. As céiulas das plfindulas endécrinas, que so derivadas do epitélio, liberam seus produtos (horménios) diretamente na corrente sangiiinea. Esta distribui os horménios através do corpo, ¢ cada horménio afeta somente Srgios-alvo especfficos. As (edrerais) — al ak? \ ¢| ol ‘As principais glindulas \ \V | endécrinas. X \ 488 Sistema Endécrino colular da cBlula-alve ATP —» AMP cfetioo Ctoplasma ga Genes atvados que ciula-alvo detlegram a siniese Figura 18-2 deprotenasespectcas Figura 18-3 uitos hormOnios igam-se a Senos : receptores ni membrane “Macanismos elon quis plese nvm a see tonnes, fungio celular por meio. cular . ‘mudangas de pormeatilidade) adores itrascinares, horménios esterdides, ativam como 0 AMP elclco. sens dentro deceial Bolsa hiporisdria Intyndibuio Bolsa Intunerouto hipottodria a anterior a ) w Pvontevio céreoro crete Cavidads bucal me @ tuberat Infundtouto Parte ‘Adonc-hipstiso somarens{ Es Lobo neural «@) Porte intermedia Figura 18-4 Estdgios de desenvolvimento embriondrio da hipotise. Veja © texto para descricao detalhada gllindulas endécrinas principais séo a hipdfise, a tiredide, as paratiredides, as adrenais (supra-renais), 0 pancreas ¢ as gOnadas. Estas glindulas ¢ seus hor- ménios estio resumidos na Tabela 18-2 (pdginas 08-509). Além destas glan- dulas endécrinas principais, hé outras estruturas, tais como a glindula timo, 0 tracto gastrintestinal e a placenta, que contém oélulas produtoras de hom@nios ¢, portanto, exibem stividade endécrina. ESTRUTURA QUIMICA DOS HORMONIOS Os produtos das esiruturas endécrinas, os horménios, nao se colocam fa- cilmente numa classe definida de substdncias quimicas. Alguns sao esterdides (por exemplo, 0 cortisol), outros séo protefnas (por exemplo, a prolactina), € ainda outros sio polipeptideos bem menores (por exemplo, oxitocina) ou estio intimamente relacionados com aminoécidos (por exemplo, a epinefrina). Indife- rentes a sua natureza quimica, entretanto, os horménios participam da regulacio € da integracao dos processos ou fungées do corpo ¢ da manutengao da ho- meostase. O papel regulador é similar Aquele desempenhado pelo sistema ner- ‘yoso, € 08 sistemas endécrino € nervoso esto, na verdade, muito intimamente relacionados. MECANISMOS DE ACAO HORMONAL Diferentes horménios afetam a atividade de suas células-alvo por meio de diferentes mecanismos. Entretanto, dois importantes mecanismos gerais de ago dos horménios so: (1) a utilizacdo de mediadores intracelulares; ¢ (2) a ati- vaedo de genes nas células. ‘Acredita-se que os horménios que influem na funcao celular por meio de mediadores intracelulares, liguem-se com receptores da membrana plasmética (Fig. 18-2). Esta ligagao € suficiente para causar a liberagio do mediador intra- celular, que € freqiientemente chamado de segundo mensageiro. Um destes € 0 composto conhecido como 3”,5’-adenosina monofosfato ciclico (AMP ciclico), que € formado a partir do mifosfato de adenosina (ATP) por uma enzima de nome adenileiclase. Quando moléculas de um horménio que utiliza 0 AMP cf- clico como mediador intracelular prendem-se aos receptores da membrana plas- mética, a atividade da adenilciclase fica alterada, Esta alteracdo causa mudan- gas no nfvel de AMP efclico na célula que, por seu turno, pode afetar varias fung6es celulares, como atividades enzimaticas, secretoras, bem como a per- meabilidade da membrana plasmdtica. Nesta reago, o horménio vem a ser 0 primeiro mensageiro e 0 AMP ciclico o segundo mensagciro. O efeito final do AMP ciclico depende do tipo de célula-alvo estimulada. Acredita-se que alguns horménios agem reduzindo, € no aumentando, a atividade da adenileiclase. ‘Um mecanismo de acdo diferente € usado pelos horménios esterdides, que exercem seus efeitos ativando genes nas células (Figura 18-3). Nesse processo, ‘0s horménios esterdides entram na célula ¢ combinam-se com as protefnas re- ceptoras no citoplasma. O complexo horménio-receptor € transportado para 0 niicleo da célula, onde interage com o material genético ¢ ativa certos genes. Esta ativacéo leva a sintese de RNA-mensageiro ¢, no final, & producdo de protefnas (por exemplo, enzimas) que influem nas reagSes ou processos celula- res. HIPOFISE Pelo fato de seus hormOnios regularem varias outras glindulas endécrinas afetarem um certo ntimero de diversas atividades corpéreas, a glandula pitui- taria, ou hipéfise, tem sido chamada de “‘glandula mestra"” F182 F183 Hip6fise 490 Sistema Endécrino Figura 18-5 A hipotise. F104 F16-4eF 105 Desenvolvimento Embrionério e Estrutura A intima relagéo entre os sistemas nervoso ¢ endécrino é especialmente evidente no desenvolvimento € funcionamento da hipéfise. Esté localizada abaixo do cérebro e € rodeada pela sela turea do osso esfenside. A abertura da sela turca € coberta por uma espessa camada denominada diafragma da sela. A hipofise desenvolve-se embrionariamente de duas diferentes regides ectodérmi- cas: 0 assoalho do cérebro ¢ 0 teto da boca (Figura 18-4) ‘Neuro-hipofise A porcdo da gléndula pituitéria conhecida como neuro-hipéfise € uma evaginac&o do tecido nervoso da base do cérebro, na regio do hipot4lamo. A neuro-hipéfise plenamente désenvolvida consiste de um pedtinculo, o infundf- bulo, coneciato a uma estrutura chamada “pars nervosa” (lobo neural). Onde © infundibulo une o lobo neural a0 ofrebro hé uma pequena elevacio chamada eminéncia mediana (Figs. 18-4 € 18-5). Adeno-hip6fise A segunda porcdo da hip6fise origina-se do tecido ectodérmico do teto da F 18-4b boca (Figura 18-4b). Um diverticulo da boca, chamado bolsa hipofisdria cra- niobucal (a antiga “bolsa de Rathke”), cresoce em diregéo & neuro-hipofise em desenvolvimento. Quando encontra a neuro-hip6fise, a bolsa hipofisaria perde F 1@-4e sua concxio com a boca (Figura 18-4c), A porgao da hipéfise derivada da bolsa hipofisdria torna-se a adeno-hipéfise na glindula desenvolvida e inclui a (“pars distalis”) parte distal, a(‘‘pars tuberalis”) parte tuberal a (“pars in= F 164d termedia") parte intermédia (Figura 18-4d). A parte intermédia, no entanto, € praticamente inexistente na hipéfise humana. A parte distal ¢ a regio mais importante da adeno-hip6fise, produzindo seis horménios. J4 foram identificados na parte distal trés tipos de células glan- dulares. Estas células sio classificadas como acidéfilas, basdfilas ou croméfo- bas, dependendo de sua reacio com corantes usados nas técnicas laboratoriais. ‘Trabalhos recentes indicam que esses trés tipos podem ser subdivididos, pois se acredita atualmente que cada hormOnio da adeno-hipéfise € produzido por um tipo diverso de célula. Para nossos propésitos, entretanto, € comum seguir a classificagio geral ¢ considerar que as células acid6filas produzem dois hormé- nies (horménio do crescimento ¢ prolactina) ¢ que as cSlulas bas6filas produ- zem quatro horménios (tirotrofina, horménio foliculo-estimulante, horménio luteinizante ¢ horménio adrenocorticorréfico). Acredita-se que as células cro ‘méfobas estejam num estégio ndo-secretor do desenvolvimento, Tabela 18-1. Terminologia da Hipéfise Figura 18-6 Representagio esquemitica do acoplamento circulatério A Tabela 18-1 resume a terminologia usada para indicar as divisées ¢ sub- Tabela 18-1 entre 0 eérebro ea divisGes da hipofise, Observe que a glindula pode ser dividida num /obo ante- sdeso-hiptsise rior, que inclui a parte distal e a parte tuberal, e num lobo posterior, que inclui © lobo neural ¢, quando presente, a parte intermédia. Relagées com o Cérebro A neuro-hip6fise permanece diretamente conectada ao eérebro pelo infun- dfoulo. A adeno-hipéfise também esté intimamente associada com 0 cérebro, ‘embora nfo conectada diretamentc. A associagio entre 0 oérebro ¢ a adeno-hi- POfise € mantida por meio do sistema circulatério. Na eminéncia mediana da regio hipotalimica inferior hé uma rede conhecide como plexo capilar pri- mario (Figura 18-6). Este plexo recebe sangue da artéria carétida interna e do F 18-6 efreulo arterial do cérebro (veja Capitulo 11). © sangue do plexo capilar primé- rio flui para baixo ao longo do infundfbulo por meio das veias porta-hipofisé- tas, diretamente para um plexo capilar secundério na adeno-hipSfise. Assim, © o€rebro © a adeno-hipéfise esto conectados por uma ligagio circulatéria di- rea. Horménias Neuro-hipofisdrios e seus Efeitos A neuro-hipéfise € essencialmente um tracto nervoso, composto de axénios gue terminam no lobo neural. Pelo fato de ndo ter células glandulares presentes, ‘@ neuro-hipéfise no produz horménios. Entretanto, dois horménios de natureza Peptidica que siio produzidos no hipotilamo, sio conduzidos ao longo dos axé- ios e estocados € liberados do lobo neural. Horménio Antidiurético Um dos horménios neuro-hipofisérios ¢ 0 horménio antidiurético (HAD, ADH), também chamado vasopressina, Um antidiurético é uma substéncia que reduz a quantidade de urina formada. Esse hormonio promove a reabsorcao da gua nas estruturas renais formadoras de urina, auxiliando na retenco de fluido no corpo. Tem-se mostrado que, em concentrag6es relativamente altas, 0 HAD € ativo na promo¢do da constricdo de pequenos vasos sangiifneos chamados arterfolas — um efeito que pode clevar a pressio sangiifnea (dai o nome vaso- pressina). Oxitocina ‘Outro horménio neuro-hipofisério € chamado oxitocina. Quando liberado 492 Sistema Endécrino Figura 18-7 (Células neurosecretoras da regifio hipotalimica do rrebro. Estas células fabricam horménio antidiurético € oxitocina, que Sio transportaos 2010039 dos axOnios das oétulas: neurosecretoras no wacto taldmico-hipofisirio para lobo neural da hip6fise, € daf liberados na circulagao. (Quiasma Tracte hipotalémice-hipofisdrio ‘Suprents arterial prac lobo neural Lobe neural Drenagem vencsa" Fie7 na circulagio, estimula os misculos lisos des érgies reprodutores incluindo © ttero, na mulher, € possivelmente o ducto deferente, no homem. Também promove a contragio das eélulas mioepiteliais que envolvem as formacées al- Yeolares das gléndulas mamfrias, resultando na diminuigio do leite durante a lactacéo. Liberagdo dos Horménios Neuro-hipofisérios ‘Como jf mencionado anteriormente, embora ambos os horménios, HAD ¢ oxitocina, sejam liberados do lobo neural, nenhum deles € af fabricado. Na ver- dade, ambos sao fabricados em certos micleos hipotalémicos por células nervo- sas especializadas, chamadas células neurosecretoras. Estas oélulas possuem axOnios longos que se estendem desde seus corpos celulares nos nuicleos hipo- talémicos, a0 longo do infundfoulo, até 0 lobo neural. Os axénios formam © tracto hipotaldmico-hipofisério no infundibulo (Figura 18-7). O HAD e a oxitocina sintetizados no hipotélamo por essas células ner vosas especializadas movem-se para baixo pelos ax6nios até o lobo neural, onde passam através das paredes dos capilares ¢ so entdo liberados na circulagéio. Ambos os horménios sio transportados do hipotélamo até o lobo neural ligados a moléculas de pro- tefna transportadora chamada neurofisina. A conexio direta entre 0 cérebro € 0 lobo neural da hip6fise demonstra claramente a {ntima relagao entre os sistemas nervoso e endécrino. Horménios Adeno-hipofisérios ¢ seus Efeitos Seis horménios so produzidos ¢ liberados pela parte distal da adeno-hips- fise: horménio foliculo-estimulante (HFE, FSH), hormdnio lucinizante (HL, LH), tirotrofina (HET, TSH), adrenocorticotrofina (HACT, ACTH), horménio do crescimento (HC, GH) ¢ prolactina. Gonadotrofinas Dois dos hormdnios produzidos pela adeno-hip6fise sfo chamados gonado- trofinas, porque eles afetam particularmente as g6nadas (ovérios e test{culos). Nas mulheres, o horménio foliculo-estimulante (HFE) estimula o desenvol- vimento das estruturas chamadas folfculos nos ovérios ¢ induz a secregdo do horménio sexual feminino chamado estrégeno. Nesta atividade, o HFE prova- velmente trabalha em conjunto com a outra gonadotrofina adeno-hipofiséria: ‘© horménio luteinizante (HL). Niveis adequados de HL junto com HFE levam A ovulagio e formac&o de uma estrutura chamada corpo amarelo no foliculo ovariano. O corpo amarelo produz horménios cstrogénicos, bem como 0 hor- mOnio sexual ferninino progesterona. OY Sy se wonepte SSS Volas porte Nponisdrias ——— ‘Suprimento arterial ‘do lobo neurat Ripétise 493 Figura 18-8 Células newrosecretoras no tiiber cingrea formam o trato ‘tibero-hipofisdrio e produzem substincias iberadoras que entram no plexo capilar primério e aminham através da circulagio da parte distal da hip6fise Tanto o HL como o HFE esto presentes nos homens. O HFE esté envolvi- do no desenvolvimento € maturacdo dos espermatozdides. O LH, que no ho- mem é chamado horménio estimulante das células intersticiais (HECT, ICSH), estimula as células intersticiais dos testiculos a produzir os horménios sexuais masculinos (isto €, andrégenos tais como a testosterona). Desde porque os an- drégenos estio envolvidos na produgiio de espermatoz6ides, o LH pode ser con- siderado importante neste processo, ¢ o HFE pode desempenhar algum papel na producao de andrégeno. Tanto o HFE como 0 HL sio glicoprotefnas (proteinas combinadas com moléculas de carboidratos). Tirotrofina Um tereeiro horménio produzido pela adeno-hipsfise ¢ a tirotrofina, que € também chamada horménio estimulante da tiredide (HET ou TSH). O HET estimula a sf{ntese ¢ a liberagao dos horménios tireoidianos. Como o HFE ¢ 0 HL, a tirotrofina também ¢ uma glicoprotefna. Adrenocorticotrofina Outro horménio que é sintetizado e liberado pela adeno-hip6fise € a adre- nocorticotrofina (horménio adrenocorticotréfico ou HACT ou ACTH). O HACT age estimulando € liberando os hormOnios das regides corticais das glindulas supra-renais, particularmente cortisol e outros horménios glicocorti- cides que séo atives no metabolismo dos carboidratos. O HACT é um polipe- {ideo composto de 39 aminodcidos. Horm#nio do Crescimento A adeno-hipéfise também produz o horménio do crescimento (HC), que é algumas vezes chamado somatotrofina. O hormOnio do crescimento estimula 0 crescimento em geral, e 0 crescimento do sistema esquelético em particular. O HC aumenta a entrada de aminodcidos nas células ¢ facilita sua incorporagio em protefnas. Além disso, 0 HC aumenta a liberagéo de dcidos graxos do tecido adiposo no sangue. Os dcidos graxos podem ser usados como fonte de energia para a maioria das células. O horm@énio do crescimento também promove a for- magio de glicose (a partir do glicogénio do figado) que ¢ liberada no sangue. Em muitas ocasiées, 0 horménio do crescimento age sinergisticamente com ‘outros horménios aumentando seus efeitos, O HC é um horménio protéico que consiste de 191 aminodcidos. 494 Sistema Endécrino Figura 18-9 Resumo das agoes dos hormOnios da hipéfise. A neuro-hipéfise estd em cinza; a adeno- hipOfise em alaranjado. estmulante (HPS) roxio, ‘As alteragoes das glandulas do sistema endécrino $80 ‘geralmente o resultado tanto da subproducéo de hormdnios = uma condigéo conhecida como hipasecrecio ~ como da superproducio (hipersecregGo) de horménios. O mau fun- ‘ionamento da hipSfise pode resultar tanto por alteragées da propria gitndula ou de dificuldades envolvendo a libera- ‘glo ot inibicdo de substincias do hipotdlamo. As doencas hipofisérias podem envolver 0 funcionamento de um seg ‘mento principal da glindula, ou estarem limitadas a altera- ‘g8es na liberago de um Gnico honm6nio. Ocasionalmente, or exemplo, encontra-se deficiéncia totl de adeno-hips- fise, Entre os sintomas mais representativos desta deficién- ‘cia estio os relacionados com a insuficiéncia da supra-renal ees eemie secoceene ae 18-2), ‘Alteragdes individuais de hormonios produzem um certo niimero de condicdes observéveis. Deficiéncias das gonadotrofinas alteram as fungées gonadais normais. Estas deficitncias podem causar 0 eunucoidismo hipogenadotré- fico: nos homens, que 6 caracterizado por urna inatividede ‘gonadal, ¢ falta de menstruasio (amenorréia) nas mulberes. ES DE IMPORTANCIA CLINICA: Deficiéncias da prolactina podemresultar faltade lactacio apés 0 parto, enquanto a superproducéo desse borménio pode provocar a produgio de leite em mulher sem filho re~ cente. A deficiéncia do horménio estimulante da tireside pode resultar subatividade desta glindula ¢ hipotireoidismo, ‘enguanto 0 excesso pode contribair para o hipertireoidismo. ‘Como anteriormente mencionado, a deficiéncia do horms- nio adrenecorticotréfico pode provocer uma insuficiéncia cortical da supra-renal, enquanto excesso deste bormdnio pode produzir sintomas de hiperfungao cortical. Nos jo- ens, @ deficiéncia de horménio do crescimento resulta ‘num crescimento deficiente, produzindo 0 nanismo hipofi- sério. Bm excesso, 0 horménio de crescimento provoca © gigantisno nos jovens ov, nos adultos, a acramegalia. Esta 6 caracterizada pelo aumento na massa total do tecido ‘conjuntivo do corpo, pelo aumento da espessura dos 0550s tais como os das méos ¢ a mandfbula, © pela alteracdo da ‘fisionomia. Uma deficigncia do horméio antidiurético po- de resuliar diabetes insipido, que 6 caracterizada pela ex- ‘regio de grande volume de urina diluida. ‘Trajeto da poreao degenerativa do diverticula Diverticulo Forgéo do diverticulo tiredideo em degeneragao_ Esso Traqudla Hipéfise = 495, Cartage trdides (a) 5 semanas (b) 6 somanas (©) Bsemanas, (A) 20semanas Figura 18-10 Desenvolvimento Prolactina A prolaetina é ainda um outro horménio adeno-hipofisario. Esta envolvido na iniciaggo © manutengao da secrecao de leite nas mulheres. A prolactina de- sempenha nos homens papel ainda nao bem esclarecido. E um horménio protéi- co, com uma estrutura semelhante & do horménio do ereseimento. Liberagao dos Horménios Adeno-hipofisérios © cérebro exerce boa gama de controle sobre a sintese ¢ liberagao dos horménios adeno-hipofisérios, mesmo néo estando a adeno-hipéfise diretamente conectada a ele. No cérebro, células neurosecretoras especializadas manufaturam um grupo de compostos conhecidos como substéncias liberadoras ou inihidoras. Se a identidade quimica de uma substincia liberadora ou inibidora esta estabelecida, ‘a substncia € chamada horménio. De outra forma, a substincia ¢ referida como um fator liberador ou inibidor. As células neurosecretoras no cérebro que fabri- cam as substincias mencionadas formam o tracto tiibero-hipofisério que passa, através do tiber cinéreo, da hipéfise para o infundfbulo. Na eminéncia medi as células neurosecretoras liberam seus produtos no plexo capilar primario (Fi- gura 18-8). As substancias liberadoras ou inibidoras ganham a circulacio atra- Yés das veias porta-hipofisérias indo diretamente para a adeno-hipSfise, onde induzem ou inibem a liberaco dos horménios adeno-hipofisdrios. AS seguintes substincias liberadoras ou inibidoras j4 foram identificadas ou postuladas: horménio liberador de gonadotrofina (HLG, GnRH), que esti- mula a liberagdo tanto de HFE como de HL; horménio liberador de tirotrofi- na (HLT, TRH); fator liberador da corticotrofina (FLC, CRH); fator libe- rador da prolactina (FLP,'PRF); ¢ fator liberador do horménio do cresei- mento (FLHC, GH-RF). Além disso, parece existir um fator inibidor de Prolactina (FIP, PIF), bem como um horménio inibidor do horménio do cres- simento chamado somatostatina. Estas breves consideracdes sobre 0s horménios da hipéfise e suas fungdes servem para enfatizar a importéncia da glandula na regulagio das atividades de muitas células diversas no corpo. Estas fung6es estdo ilustradas na Figura 18-9. F168 F189 embriondrio da glandula tiredide 496 Sistema Endéerino Figura 18-11 Vista ventral da glindula tireside sso nioige Gtindua tiredide ~) F 18-10 Fie F1e12 TIREOIDE A glandula tiredide completamente desenvolvida esti entre 0s maiores ér- gos endécrinos do corpo. Esté localizada anteriormente & parte superior da traquéia, préximo a jungio com a laringe. Desenvolvimento Embriondrio e Estrutura A glindula tiredide origina-se de um espessamento epitelial do assoalho da faringe. O espessamento, a partir da fari ige, cresce para baixo, ¢ eventualmente perde sua conexio com o trato gastrintestinal, ocupando uma posigio ao redor da traquéia logo abaixo da faringe (Figura 18-10). A glindula tireside esti dividida em lobos direito e esquerdo que esto unidos a frente da traquéia por uma conexio fina chamade de istmo (Figura 18- 11). A glandula € bem vascularizada. Recebe sangue da artéria tiredidea supe- rior (um ramo da artéria carstida externa) e da artéria tiredidea inferior (um ra- mo da artéria subelévia). As veias drenam a glindula para as veias jugular in- terna e braquiocefilica. ‘A estrutura interna bisica da tiredide consiste de esferas ocas de células chamadas folfculos que fazem limite com 0 tecido conjuntivo (Figura 18-12). As c6lulas foliculares tém basicamente forma cibica, mas sua altura varia ‘com sua atividade, isto é, tornam-se mais altas e mais colunares quando em ati- vidade ¢ mais achatadas quando inativas. A regido central de cada foliculo contém uma substincia protéica, um coldide, que € a forma armazenada dos hormOnios da tiredide. A gldndula tiredide € diferente das outras, pois tem lo- cais extracelulares — 0s folfculos — para estocar seus horménios. As outras glndulas endécrinas estocam seus horménios dentro das préprias células, Horménios da Tireside e seus Efeitos A glandula tiredide secteta tres honmdnios. Dois deles esto relacionados Foliculos (contondo colic) Celulas foliculares 300% Figura 18-12 Fotomicrografia da gléndula testa Oa alc com a regulagao da taxa de metabolismo nas células do corpo; o outro regula 0 nivel de célcio e fosfato no sangue. ‘Triiodotironina e Tiroxina Dois dos homénios da tireside contém todo. A maior parte do iodo do corpo € obtido da dieta, ¢ a maior parte desse iodo é ativamente absorvida pelos folfculos da tiredide. Nos folfculos, o iodo liga-se 20 aminodcido tirosina para formar um de dois horménios. Se quatro moléculas de iodo ficam ligadas, for- ‘ma-se a tetraiodotironina (T, ou tiroxina); se somente trés moléculas ficam ligadas, forma-se 0 horménio triiodotironina (T3). Hé evidéncias de que essas reagdes ocorrem nos foliculos da glandula, no coldide, onde as moléculas de ti- rosina fazem parte de uma glicoprotefna chamada tireoglobulina, que é fabrica- da pelas células foliculares. As moléculas de tireoglobulina contendo tetraiodo- tironina € uiiodotironina sao produzidas e estocadas nas dreas coloidais dos fo- liculos. Quando a tireside esté secretando ativamente, a tireoglobulina dos folfculos entra nas células foliculares por endocitose. Enzimas nas células fracionam a ti- reoglobulina em T; e T,, que passam para fora das células foliculares ¢ entram nos capilares do tecido conjuntivo adjacente. Entretanto, os homménios da ti- re6ide geralmente nao permanecem na forma livre na corrente sangiifnea; ao in- Vs disso, ligam-se a proteinas do plasma tais como a globulina ligada a tireot- de. Nos tecidos periféricos, Ts ¢ Ty sao liberados das protefnas ligadas e dei- Xam a circulagdo para entrar nas célulasalvo. Os niveis totais de T, na circula- so so consideravelmente mais altos do que os de Ty Entre os mais evidentes efeitos de T; e Ty, esto aqueles associados com o metabolismo. Afetando o metabolismo dos earboidratos, das protefnas ¢ dos li- Pidios, os horménios da tiredide aumentam 0 consumo de oxigenio e a produ- ‘sao de calor. A maioria dos tecidos do corpo respondem a essa influéncia. Calcitonina A tire6ide libera outro horménio — ealcitonina. Este horménio diminui os niveis sangtifneos de cdlcio € de fosfato — provavelmente acelerando a absorgao de calcio pelos ossos. A calcitonina é um polipeptideo que é produzido pelas células chamadas parajoliculares (células “C"), que estio localizadas entre ¢s folfculos. Embora a calcitonina abaixe significativamente o nivel de célcio € te fésforo nas criangas, tem apenas um efeito muito fraco nos adultos. 498 Sistema Endécrino INDICOES DE IMPC TANCIA CLINI Nos jovens, 0 hipotireoidismo (funcio tireoidiana ¢i- rminuida) pode levar a uma ossificagio anormal do esque leto e crescimento do tecido conjuntivo, As estruturas re rodutoras no se descnvolvem a pele € s0ca © 0 cabelo ¢ escass0, Entre os fatos mais significantes do hipotireoidismo nos jovens esté 0 desenvolvimento Tho do sistema nervoso, que pode provocar um retarda- ‘mento mental. A condico causada pelo severo hipotircoi- dlismo comesando na infincia ¢ chamada cretinismo. Se lsse extdgio € reconhecido precovemente e tem inicio a te- Tapia de teposicio do horm@nio tirecidiano, a condigéo. Drovavelmente nio se estabeleca. Se o tratamento & pos- tergado, o retardamento mental e outres ateragdes podem se tomar permanenies. © severo hipotircoidismo no adulto é chamado mixe- ema. Esia condigéo, que ¢ consideravelmente mais comum ras mulheres do que nos homens, & caracterizada por in- cchago da face, das paipebras e edema da lingua ¢ da lain= ae. A pele torna-se seca c enrugadsa, 0 cabelo torna-se es asso ¢ 0 individuo apresenta tanto baixa taxa de metabo listo basal como baixa temperatura corp6rea. O tono mu cular 6 fraco, falta forga, e hf tendénein A fadiga facil mente, A atividade mental geralmente € muito lenta ¢ re- tardada. Esta condi¢o pode ser aliviada pela administragéo de horménios da tiredide, oy ‘Um excesso de horménios da tiedide agindo nos teci- dos provoca a condigéo chamada tireotoxicose. Uma forma desta condigéo 6 0 hipertieoidismo (sobrefuncao da tirebi de). Esta disfuncio € caracterizada por um metabolismo basal elevado, temperatura do corpo também aumeniada © slevacéo da taxa de batimentos cardfacos. A despeito do ‘aumento do apetite, hé uma considerével perda de peso. A pessoa afetada transpira livremente e torna-se nervosa, emocionalmente instdvel, e com insOnia. O hipertireoidis- ‘mo pode ser tratado cirurgicamente, ou com drogas que refagam a fungdo tireoideana normal, ou com iodo radioati- ‘vo, que € captado pela glindula © destr6i algumas das cé- Iulas tireoideanes. © Bacio (papo) & simplesmente um aumento da glin- dula tireside. Pode ou nfo estar associado tanto com 0 hipo somo com o hipertireoidismo. Na forma de tireotoxicose conbecida como bécio exofidimico (ou “doenca de Gra- ves"), a tireéide pode exibir um aumento difuso (bécio): além disso, os olhos tendem a protrair nas Srbitas (exof- talmia). O bécio simples € um sumento glandular sem ipo ou hipertireoidismo, Liberacao dos Horménios da Tireside Os horménios da tiredide sio liberados sob o controle de dois diferentes mecanismos: 1. A sintese ea liberacao da triiodotironina € da tiroxina estio sob 0 con- trole da tirotrofina (HET) fabricada na parte distal da hipéfise, Esta é regulada pelo hormSnio liberador de tirotrofina, fabricado no cérebro. 2. A liberacio de calcitonina é ativada pelo aumento do nivel de célcio no sangue. GLANDULAS PARATIREOIDES Mergulhadas na face posterior dos lobos da tiredide estio quatro pequenas F 1619 glandulas paratiredides (Fi 18-13). O suprimento sangiiineo destas glindu- las € 0 mesmo da tireside, embora elas sejam diferentes quanto a0 seu desen- volvimento embrionério, estrutura ¢ fungio. Desenvolvimento Embrionério e Estrutura As glandulas paratirecides desenvolvem-se embrionariamente a partir das metades dorsais do 32 ¢ 42 pares de bolsas faringeas. Com a continuidade do desenvolvimento, as glindulas perdem sua conexdo com as bolsas e migram pa- 2 0 pescoco, onde assumem a sua posico definitiva, na face posterior dos lo- bbos da tiredide. Normalmente encontram-se duas massas de tecido paratireoi- diano (superior ¢ inferior) em cada um dos lobos da tiredide. ‘Si compostas de massas densamente dispostas em cordées celulares. Jé foram identificados pelo menos dois tipos de célulasepiteliais nessas massas ou corddes. A maioria das eélulas das paratiredides so do tipo chamado células Principais, que produzem © horménio dessas glindulas. As e€lulas oxifilas si maiores, em menor nimero, ¢ esto dispersas nas glandulas. Sua funeao ainda nao est bem determinada. Glandulas Paratiresides 499 Gtanguta paratiresice. Inferior Figura 18-13 As gldndulas paratiredides (vista posterion), Horménio Paratireoideano e seus Efeitos ‘O horménio paratireoideano (HPT ou Paratorminio) é um polipet{deo ¢ acredita-se que haja duas ou trés formas desse horménio na corrente sanguinea. O horménio da paratiredide € © principal controlador do metabolismo do edlcio e do f6sforo. Especificamente, ele aumenta a concentracao de célcio no plasma, diminui a concentragio de fosfato. Isto é feito em parte pela excregio renal de fosfato na urina € pela diminuigao da excregao de célcio. Esse horménio tam- bém aumenta a reabsorcdo dssea — causando a liberagéio do célcio do oss0 no sangue — pela estimulagdo da atividade dos osteoclastos. Além disso, o hormé- nio promove a transformacao metabdlica da vitamina D nos tins ¢ a absorgio de cdilcio no tracto gastrintestinal. Este tiltimo efeito pode ser devido ao fato de al- tos niveis de vitamina D resultarem de sua transformagio metabélica pelo pa ratorménio. De fato, parece que sio necessirios niveis adequados de vitamina D para que o horménio exerca seus efeitos nos ossos € nos rins, bem como no tmacto gastrintestinal. Em geral, 0 horménio da paratiredide ¢ a vitamina D agem sinergisticamente para manter o nfvel de céicio. Pelo fato de as concentragées de cdlcio afetarem diretamente as contracdes musculares € a geracao do impulso nervoso, o hormdnio das paratiredides € um mecanisio homeostético vital do corpo. Observe que o horménio da paratiredi- de ¢ a cakcitonina tém efeitos opostos sobre o nivel de céleio no sangue. Como resultado dessa aco antagGnica, 0 nivel de calcio no sangue € normalmente mantido dentro de estreitos limites. Liberacao do Horménio da Paratireside © principal controlador da atividade paratireoideana é 0 nivel de cfleio no plasma sanguineo. Quando 0 nivel de calcio diminui, aumenta a secregio do horménio, 500 Sistema Endécrino CONDICOES DE IMPORTANCIA CLINICA: © hiperparatireoidismo, que resulta num excess0 de 0 hipoparatireoidismo, que resulta numa deficiéncia de aratormeno, causa exensivadecaificao deae pode parforménlo, eva a uma diinuiso da taxa de ceo no Provocar deformidades ¢ fraturas. A taxa de céicio no plasma, 0 que aumenta grandemente a excitabilidade do Plasma eleva-se ¢ 0 tecidos moles — especialmente os rins sistema nervoso. O resultado pode traduzir-se em caimbras = podem se calcificar. F184 F 18-45 Tabola 18-2 ¢ eepasmos (tetania). GLANDULAS SUPRA-RENAIS As duas glandulas supra-renais (ou adrenais) sio érgios de forma pira- midal, retroperitoneais, localizados sobre 0 polo cranial (superior) de cada rim (Figura 18-14), Cada gldndula esté recoberta por uma cépsula de tecido con juntivo © mergulhada em gordura. As glindulas supra-renais tém bom supri- mento sanguineo, Ramos da aorta, como a artéria frénica inferior e as artérias renais, suprem a glandula. © sangue venoso da supra-renal direita é drenado para.a veia cava inferior; o da esquerda, para a veia renal esquerda. Cada glandula supra-renal consiste de duas porgées separadas: uma intema, a medula, e outra externa, a cdrtex (Figura 18-15). Essas duas porgées tém ori- gem embriondria diferente ¢ também estrutura diferente, bem como as ages de seus horménios (Tabela 18-2). Conseqiientemente, cada supra-renal €, na ver- dade, dois Srgdos end6crinos distintos. Examinemos as duas porgdes em deta Ihe. Medula da Supra-renal ‘A porgao central de cada supra-renal, a medula, € composta de células ar- ranjadas em grupos de cordées rodeando capilares sangiiineos e vénulas. Desenvolvimento Embrionério ¢ Estrutura ‘A medula da supra-renal origina-se embrionariamente das células da crista neural, Como as células desta crista também originam os neurénios simpéticos p6s-ganglionares, a medula da supra-renal pode ser considerada como uma por- ‘cdo modificada da divisto simpédtica do sistema nervoso auténomo. De fato, as células da medula da supra-renal funcionam de maneira similar as daqueles neurdnios. Pelo fato dessas células serem coradas com sais de cromo, S80 cha- madas células cromafins. Horménios da Medula Supra-renal ¢ seus Efeitos As células cromafins’ da medula produzem dois horménios: adrenalina (e- pinefrina) e noradrenalina (norepinefrina). Recorde que este iiltimo é também liberado nas terminagoes dos neurdnios simpéticos pés-ganglionares; assim, ele est presente na corrente sangiiinea a partir de oatras fontes que nao a medula a supra-renal, Esses dois horménios sio moléculas estruturalmente similares funcionam cooperativamente para preparar 0 corpo para emergéncias ou estres- se, de maneira semelhante & do sistema nervoso simptico. Considerando a ori- gem embriondria da medula supra-renal, nao € surpresa esta similaridade com essa parte do sistema nervoso. Entretanto, a funcao desses dois horménios nao € a mesma. O efeito principal da noradrenalina se faz sentir no sistema vascu- lar, enquanto o da adrenalina, no metabolismo € no sistema cardiovascular. Os horménios da medula supra-renal no sio essenciais & vida. Na sua falta, 0 simpético providencia a quantidade adequada para preparar o corpo para emer g€ncias ou estresse. Vela cava inferior im Giindulas Supra-Renais 501 Esbtago (cotado) Glindulas supre-renais Figura 18-14 Localizago das glindulas supra-renais Figura 18-15 Glindula supra-renal (eccionada). A glindula é tuna estrutura dupla que consiste de uma medula ‘central eum c6rtex ‘circunjacente, tudo incluso numa cépsula fibrosa. ADRENALINA (EPINEFRINA) Este horménio eleva a taxa de glicose no sangue € estimula a liberacao de horménio adrenocorticotréfico pela hipéti- se, Este, por sua vez, causa a liberago de horménios glicocorticdides pela cOrtex da supra-renal. A adrenalina também aumenta a taxa, a forca e a amplitude dos batimentos cardfaces. Contrai vasos sangilfneos em diversas &reas do corpo, incluindo a Pele, as mucosas € 0s rins, mas induz a dilatagdo dos vasos em outras dreas, como nos mifsculos esqueléticos, artérias corondrias e artérias pulmonares. NORADRENALINA (NOREPINEFRINA) Este horménio aumenta a taxa da musculatura cardfaca. Também contrai vasos sangili- ‘eos em diversas reas do corpo. LIBERACAO DOS HORMONIOS DA MEDULA SUPRA-RENAL Esta liberago € controlada pelos neurSnios pré-ganglionares do simpitico que se di- rigem para as células cromafins. Uma variedade de condigoes pode induzir a liberacdo desses horménios, incluindo excitagao emocional, injtirias, exereicios € baixo nfvel de glicose sangiifnea. Os horménios da medula da supra-renal, juntamente com a parte simpatica do sistema nervoso autOnomo, mantém a Presséo sangiifnea e ajudam a regular o metabolismo dos carboidratos. 502 Sistema Endécrino Cértox Zona fasciculada Zona reticular Module Figura 18-16 As camadas do o6rtex FRéprsenageoesquemat epresent uemética (@) Fotomerograla F 16-16 C6rtex da Supra-renal A parte mais externa de cada glindula supra-renal, o eértex supra-renal, constitui aproximadamente 80% do peso total de cada glindula, quando com- pletamente desenvolvida. Desenvolvimeno Embrionério e Estrutura © cértex da supra-renal derivado embrionariamente da mesoderme da mesma regio que di origem as g6nadas. A porgao mais externa do cértex é re- vestida por uma cépsula de tecido conjuntivo. Trabéculas (conjuntos de fibras de tecido conjuntivo) se estendem desde a cdpsula até o interior da glandula. As células endécrinas do cértex estio organizadas em trés camadas (Figura 18- 16): a zona glomerulosa, a zona fasciculada ¢ a zona reticulada. A zona glomerulosa é uma regio relativamente delgada do cértex. Esté localizada diretamente abaixo da capsula e & composta de aglomerados de o$- ulas. Abaixo dessa zona esté uma camada espessa chamada zona fasciculada. As células desta zona esto arranjadas em colunas paralelas, que correm em n- gulo reto em relagio & superficie da glindula. Ocupando a regiéo mais profun- da da glandula esta uma camada adjacente & medula, chamada zona reticulada, rna qual as células estio arranjadas como uma rede de cordées entrelagados. HormOnios Corticais e seus Efeitos MINERALOCORTICOIDES As células da zona glomerulosa produzem Giindulas Supra-Renais 503 CONDICOES DE IMPORTANCIA CLINICA: habilidade de suportar vérios tipos de estresses fisiolégices. ‘A simiistraglo de hormento pode alivaro5sniomes, cortical pode resultar certo nimero de otngte dependendo de gun ees sendo produzidos em exeesso. O hipertirecidismo pode produzir a stndrome de Cushing, que ¢ caracterizada pelo acimalo de tcido adiposo © ganbo de peso, ostcoporose ‘As disfuncdes da medula da supra-renal s40 relativa- ‘mente raras. A superprodugio significante do horm6nios medulares geralmente causada pela presenga de um tu- ‘mor. O tipo mais comum é 0 tumor benigno chamado feo- ‘cromocitoma, mas um tumor chamado neuroblas- ‘oma ests vezes presente. Os tumotes causam a hiperse- reso da adrenalina ou da noradrenaiina. mnente, produzem sintomas indicatvos de superatividade incluindo alta pressSo sangifnca, taquicardia, (vacuolizacio dos ossos), fraqueza, hipertenséo e aumento _sudorese ¢ anguistia. horménios corticais associados com 0 metabolismo do sédio e do potéssio — mineralocorticéides, como a aldosterona. Este horménio promove a reab- sorcdo de sddio € a excrecio de potassio pelas estruturas formadoras de urina nos rins, os tuibulos distais. GLICOCORTICOIDES As células da zona fasciculada produzem hormé- nios corticais que afetam 0 metabolismo dos carboidratos. Sao os glicocorti- e6ides, como 0 cortisol ¢ a cortisona. Os glicocorticdides suplementam ¢ con- servam a energia derivada da glicose circulante. Em resposta aos glicocorticéi- des, a utilizagio da glicose nos tecidos periféricos € inibida, sio mobilizados os Acidos graxos do tecido adiposo, ¢ a fonte de energia metabdlica para o tecido muscular muda de glicose para écidos graxos. HORMONIOS SEXUAIS Além da produgéo de mineralocorticéides ¢ de glicocorticéides, 0 c6rtex produz ainda outras substincias, Entre estas esto al- ‘guns compostos androgénicos que lembram os horménios sexuais masculinos, € muito pequena quantidade de material estrogénico, que lembra os horménios sexuais femininos. Estes hormdnios sexuais s40 provavelmente produzidos pe- las cSlulas da zona fasciculada, ¢ talvez. também pelas células da zona reticula- da LIBERACAO DOS HORMONIOS DO CORTEX SUPRA-RENAL A li- berago dos mineralecorticdides (como a aldosterona) do c6rtex supra-renal € regulada principalmente por uma enzima chamada renina. Esta € liberada por células especializadas nos rins em resposta a uma atividade do sistema nervoso simpatico, com relagao aos baixos nfveis de sddio ou decréscimo da presso ou do volume do sangue. A renina age numa substncia precursora chamada an- giotensinogénio, que ¢ fabricada no figado c esté normalmente presente no sangue numa forma inativa. Apés sofrer modificacées por influéncia da renina ¢ de uma enzima adicional, o angiotensinogénio 6 convertido em angiotensina, que estimula a liberacdo de aldosterona pelo cdrtex supra-renal. A liberacio dos glicacorticéides (como 0 cortisol) € controlada principal- mente pelo horménio adrenocorticotréfico da hipéfise ¢ a liberagéo deste, por sua vez, € influenciada pelo fator liberador da corticotropina do hipotdlamo. 504 Sistema Endécrino tthotas pancredticas (estruturas exécrina ‘Acinos pancredticos Figura 18-17 © pancreas. aumento mostra detalhes da estrutura celular pancredtica. Uma variedade de situacdes de estresse (como um trauma ou estresse emocio- nal) pode aumentar a liberagio daquck horménio da hip6fise e, conseqiiente- ‘mente, aumentar a secregao de glicocorticéide. Este efeito € mediado, a nivel neural, provavelmente pelo fator liberador de corticotropina. Uma vez liberado, © cortisol fica ligado a uma glicoprotefna do plasma chamada transcortina e é assim transportado pela circulacao. PANCREAS pancreas, que est localizado atrés do estémago, entre 0 bao, © duode- no € o intestino delgado, € uma glindula mista; endécrina, porque produz hor ménios ¢ exdcrina porque produz enzimas digestivas. A porcao endécrina do pancreas produz horménios que atuam na regulagao das atividades metabdlicas do corpo, particularmente aquelas associadas com o metabolismo dos carboi- dratos. Desenvolvimento Embriondrio e Estrutura © pancreas forma-se embrionariamente a partir da fusio de dois brotamen- tos do duodeno. A origem exata das células que se tornam mais tarde na porcao PAincreas 505 FRONTEIRAS EM SAUDE Lauren é uma dessas pessoas desafortunadas cuja vida ¢ pecturbada por uma docnga incurével, 0 diabetes melitus, ou seja, diabete acucarada. Trés vezes por dia cla precisa injetar insulina no seu corpo para manter a taxa de acicar (glicose). 'Na maior parte do tempo as injecdes difrias de Lauren fazem efcito, mas ocasionalmente ela pensa que vai morrer. Maita insulina ou muito exercfcio podem causar queda de slicose no sangue, produzindo hipoglicemia © deixando- a fraca e tonta. Por outro lado, aumento excessivo da taxa de glicose produz hiperglicemia, causando depressio, fadi- £8, iritabilidade e fraqueza. Oscilands entre hiper ¢ hipo- gicemia, Lauren, como muitos diabéticos, leva uma vida dependente de sua dose difria de insulina, diabetes, que aflige de 6 a 8 milhdes de americanos, existe em duas formas. O diabetes tipo I resulta de uma deficiéncia de insulina. Por razées desconhecidas, 0 péin- |. creas deixa de produzir insulina suficiente para’ regular adequedamente a giicose do sangue. Alguns pesquisadores acreditam que o diabetes tipo I pode estar geneticamente predeterminado, aguardando um acontecimento para ser disparada ~ talvez uma infeegéo viral ou uma descompen- sago quimica de qualquer natureza. O diabetes tipo I pode, set tratado com sucesso pela insulina, Cerca de um milhio, de americanos contam com injecées dirias de insulina para, ‘manter sua taxa de glicose no sangue em nfveis toleréveis. © segundo tipo de diabete, chamedo diabetes tipo II, ataca principalmente pessoas Je média idade ou mais ve- Ihas. As vitimas desta forma de diabetes exibem um fend ‘meno inexplicado: as cSlulas do corpo, especialmente as musculares e bepéticas, tormam-se progressivamente me- nos sens(veis 2 insulina. Insulina extra 6 produzida para compensar esta diminuigéo de sensibilidade, mas ao mesmo tempo a atividade extra do pincreas causa sua exausto. ‘Ao lado das amolacdes causadas pelas doses didriss de insulina para manter dentro da normalidade sua taxa de agficar no sangue, Lauren, como seus colegas diabéticos, cnfrenta outra preocupasio: complicagdes a longo prazo. Muitos diabéticos desenvolvem 20 anos ou ‘mais depois do inicio da doenca. As complicagses so pro- vavelmente 0 resultado de altos nfveis sangiiineos de gli- ‘cose durante muito tempo, o que pode lesar 0s vasos san- gifneas © os nerves. Cegueira vétias doengas incapaci- tantes do rim, do sistema nervoso e do sistema cardiovas- ‘cular sio as mais comuns complicagdes do diabetes a longo prazo. Para prevenir tais complicagdes ¢ tratar de imediato 08 ‘sintomas, os médicos tém tentado imitar as secregbes de insulina peias ihotas pancredticas, Mas estimular 0 preciso sistema de regulacéo da glicose néo nada ficil. O corpo constantemente revé 0 nfvel de glicose, minuto a minuto. Mesmo um diabético bem cénscio de sua doenga pode me- dir a glicose sangiinea somente trés ou quatro vezes por dia. Os ajustamentos podem ser feitos pela dicta ou por cexercicios extras, mas tais mudancas quase nada represen- tam em comparagio com o elaborado sistema corpéreo. ‘Novos avangos oferecem alguma esperanga para os diabétices. Um dos mais ‘¢ a bomba de insuli- ns. Colocada fora do corpo essa bomba libera diminutas quantidades de insulina no corpo dia e noite, providencian- do 0 nfvel bésico de insulina necessério para manter a con- Ceatrajfo apropriada de gliccse. A bombs tambén Hera ‘uma quantidade pouco maior de insulina nas refeigdes, para acompanhar o aumento da glicose no sangue que se segue & digestio. diabético simplesmente pressiona um botio da, bomba cerca de 30 minutos antes da refeigéo para liberar a quantidade pré-programada de insulina. Se a refeigio ¢ maior que a usual, pode ser liberada uma quantidade adi- cional de insulina para prevenir a hiperglicemia. ‘A bomba de insulina est sendo usada por cerca de * 000 smeresnt. BW scordo com 0 Dr. Joneph Loawene- da Faculdade de Medicina da Uni- treridedo 60 Esto Lousiana, toloia das bombas introduz.insulina na corrente sangiiinea pela presséo ienta de um émbolo numa serings descartivel de pldstico. A in- sulina é liberada através de um pequeno tubo pléstico co- nectado a uma das extremidades da bomba © na outra @ ‘uma agulha inserida sob a pele du coxa ou do abdome. A agulha ¢ a tubulacSo sio periodicamente substituidas, uusualmente a cada trés ou quatro dias. Novos desenhos para a bomba esto sendo desenvol- ‘vides. Algumas inyestem na tecnologia de computadores para regular continuamente 0 flaxo de insulina. De acordo com seus inventores, os novos modelos séo simples de operar, oferecendo grande flexibilidade de se adaptar a di- versos tipos de dicta e exercicio. Tém até meméria capaz de armazenar informagSes nas doses exatas que devem ser dadas em deteminado perfoco de tempo. Os médicos usam esta informacéo para reprogramar a bomba. Além disso, alarmes embutidos servem para detectar alguma discrepén- cia entre a dosagem da bomba e os niveis programados que se supSe devam scr ministrados. Entretanto, a constante presenca de tubos, agulhas © bombas computadorizadas € incdmoda. Muitos diabéticos acham que as bombas atuais causam desconforto € 180 so estéticas. Mas 0s aparelhos tém recebido muitos elogios pelo tipo de controle que tomam possfvel Para muitos, a simplicidede das injegdes didrias supe- ram os beneficios da bomba. Entretanto, para as mulheres diabéticas que se tornam grdvidas, a bomba pode ser a di- ferenga entre uma crinnga normal e uma defeituosa. Mes- mo a hiperglicemia leve pode afetar seriamente 0. feto. Embora a bomba de insulina néo possa simplificar a vidade tum diabético, podendo as vezes até complici-la, cla pode prevenir maior dependéncia das constantes flutuacées das taxas de glicose. endécrina do pancreas ainda permanece incerta. Acredita-se que, pelo menos, algumas células endécrinas, sejam brotamento do revestimento dos diictulos Pancredticos ~ ou das oélulas endodérmicas que se originam no préprio lugar ou das células neuroectodérmicas que migram para a mucosa do intestino em estégio precoce do desenvolvimento. 506 Sistema Endécrino A parte endécrina do pancreas plenamente desenvolvido consiste de grupos de células agregadas chamadas ilhotas pancreéticas (as antigas "‘ilhotas de Langerhans’) (Figura 18-17). As células das ilhotas esto arranjadas em cor- d6es irregulares separados por um rico sistema vascular de vasos capilares ou sinuséides. O suprimento sangiifneo principal do pancreas se faz por meio de ramos das artérias esplénica ¢ mesentérica superior. Tanto a parte simpatica como a parassimpética do sistema nervoso auténomo inervam o pancreas e de- sempenham importante papel no controle da sintese ¢ liberagao dos horménios ‘das ilhotas. F 1847 Horménios Pancredticos ¢ seus Efeitos As ilhotas pancresticas, do ponto de vista funcional, possuem pelo menos ttés tipos diferentes de células. Células alfa ou células A, que produzem o homénio glucagon ¢ células beta, ou eélulas B. que produzem o horménio in- sulina. Um terceiro tipo de células, as células delta, ou eétulas D, produzem uma substancia chamada somatostatina. H4 alguma evidéncia de que a soma- tostatina seja um neurotransmissor que inibe a liberagéo tanto de glucagon quanto de insulina. Insulina A insulina ¢ uma proteina composta de duas cadeias de polipeptidios. Uma delas consiste de 21 aminofcidos; a outra é formada por 30 aminodcidos. As moléculas de insulina circulante esto, na maior parte, ligadas a protefnas transportadoras do plasma. Os principais efeitos da insulina so facilitar a tomada ¢ utilizagéo de gli- cose pelas células © prevenir 0 excessivo desdobramento de glicogénio no figa- do e no miisculo. Como resultado, a insulina € um potente agente hipoglice- miante ~ isto é, diminui o nfvel de agticar no sangue. A insulina também influi no metabolismo dos lipidios ¢ das proteinas. Favorece a formagao de lipidios, inibe © fracionamento e a mobilizagio da gordura armazenada, e favorece a sintese de protefnas por facilitar 0 movimento dos aminodcidos nas células. CONDICOES DE IMPORTANCIA CLENICA: ‘A mais comum disfungio endécrina do péncreas € a condigéo conhecida como diabetes mellitus (diabetes acu- ‘carada ou sacarina). Esta condicdo € causada por uma defi- cigncia relativa de insulina que pode ser devida ou a uma secreclo deficiente de insulina pelo plincreas ou a uma di- ago dos Scides graxos no figado produz. substincias co- fet produzitas ras rapidarcets do gue outros tecisos do corpo podem motabolizé-Ias assim podem tambem apare- cer na uring. Nos casos severos de diabetes mellitus, 08 m- minuigéo da sensibilidade A insulina das cdulas-alvo. Em icos obesos, por exemplo, os niveis de insulina io ‘Rormais ou até mesmo superiores aos normais, mas a sensi- bilidade a insulina est4 diminufda. O diabetes mellitus & caracterizado por um aumento ee a eee na © de, nas uma, igo na capacidade celular de usar plicose. Se a glicose sangilinea aumenta, excede a capacidade dos rins de absorvé-la e ela ‘entio aparece na urina, Quantidades extras de dgua sio ne- ‘cessfrias para excretar a glicosc, ¢ produz-se um grande volume de urina, Esta condicdo pode levar a uma desidra- tacdo ¢ finalmente a dificukdades circulatérias. Acidos graxos livres sio mobilizados ¢ liberados do tecido adiposo no diabetes mellitus, ¢ constituem fonte de ‘energia para as cflulas. Estas fontes sio necessérias por causa da deficiente absorgéo ¢ utilizacdo da glicose. A oxi- ‘eanismos tamp6es do corpo podem nio estar capacitados a competir com essas substincias acidulantes © nesse caso 0 pH dos fluidos do compo cai, resultando acidose. Esta, por seu tumo, pode causar alteragées respiratérias, depressio no sistema nervoso, coma e morte. A sfatese de protefnas diminui ¢ o fracionamento das protefnas aumenta no diabetes mellins, © ito pode fazer ‘com que diminuia a capacidade de 0 corpo combater infec ‘qGes e de regenerar tecidos lesados. No caso do diabetes ‘onde o pancreas permancce funcionando, mas ¢ incapaz de produzir quantidade adequada de insulina, podem ser usa- dos medicamentos por via oral para estimular a producéo de insulin. Entretno, o eficsin © a seguranga dese drogas permanecem questiondveis, € nfo slo usadas co- ‘mumente. Se o pAncreas nfo pode secretar insuling, cla po- ‘de ser administrada por injecdes. Condigoes de Importancia Cinica Glucagon Glucagon ¢ uma molécula polipeptidica composta de 29 aminodcidos. As atividades do glucagon so geralmente opostas 2s da insulina. O glucagon di- minui a oxidagio da glicose e promove a hiperglicemia — isto €, © aumento da taxa de agicar no sangue. Sua agéo principal parece ser a estimulacao do des- dobramento de glicogénio no figado. O glucagon também estimula a formacao de carboidratos no ffgado a partir de precursores diferentes dos carboidratos fracionamento de lipfdios no figado ¢ no tecido adiposo. Esse horménio tam- bém pode apresentar um efeito suave na estimulagéo do desdobramento de proteinas, Liberacao dos Horménios Pancreaticos A liberacao dos horménios pancredticos esta sob controle quimico, hormo- nal e neural. A taxa de glicose no sangue parece ser o fator principal que go- verna a liberacdo de insulina. Quanto mais alta a taxa de glicose no sanguc, tanto maior € a quantidade de insulina liberada. A taxa de glicose no sangue também influi na liberagio de glucagon, mas 0 efeito € oposto aquele da insul na ~ isto €, quanto menor a taxa de glicose no sangue, maior a quantidade de glucagon liberado. Aminoécidos estimulam a secrecdo simultinea de insulina de glucagon. Este, bem como diversos horménios do trato gastrintestinal, tam- bém parecem promover a liberagéo de insulina. A regulacdo da atividade endécrina pancredtica pelo sistema nervoso tam- bém ocorre. A acetilcolina, substincia liberada nas terminagGes nervosas da parte parassimpatica do sistema nervoso auténomo, estimula a liberacdo de in- sulina. A adrenalina e a norodrenalina da medula supra-renal ¢ das terminagées neryosas da parte simpdtica do sistema nervoso auténomo inibem a liberacao de insulina. Inversamente, a produgio de glucagon parece aumentar pela esti- mulagio do simpético. Estes controles neurais devem estar continuamente ati- vos ajustando a secrecao basal (isto €, mfnima) dos horménios das ilhotas pan- crefticas. GONADAS As gonadas masculinas (testiculos) e femininas (ovérios) produzem hormd- nios bem como os gametas (células reprodutoras: espermatéizes ou dvullos). Os testfculos produzem os horménios sexuais masculinos — andrégenos — ¢ os ovérios produzem os horménios sexuais femininos — estrégenos ¢ progestero- na. Esses horménios influem no crescimento do corpo ¢ controlam o inicio da puberdade. Tanto 0 papel endécrino como o reprodutor das g6nadas esto des- critos mais adiante no Capitulo 22. OUTROS TECIDOS ENDOCRINOS E HORMONIOS A epffise (corpo pineal) é uma pequena estrutura cOnica que est localizada acima da extremidade posterior do terceiro ventriculo encefélico. Alcanga seu tamanho maximo por volta dos sete anos de idade ¢ gradualmente decresce de tamanho depois disso. Acredita-se, amplamente, que a epifise seja uma estrutu- ra endécrina, embora seu horménio nao tenha sido ainda isolado. Em ratos, es- sa estrutura mostra a atividade antigonadal. A remogio da epffise em ratos jo- vens desencadeia a puberdade precoce € o aumento do tamanho dos 6rgaos re- Produtores. A atividade epifisdria parece ser influenciada pela luz, ou seja, pelo ciclo luminoso ao qual o animal estd exposto. Quando 2 luz atinge a retina dos olhos dos animais, dé origem a impulsos nervosos que so em ultima anélise transmitidos & epffise. Acredita-se que esses impulsos inibem a secregio do horménio da epffise cuja atividade inibiria a funcao gonadal. A natureza exata do horménio epifisério ainda permanece incerta. 507 Glandula HIPOFISE [F 18-5) Neuro-hip6fise (horm@nios séo na verdade fabricados no hipotélamo) Adrenocorticotrofina TIREOIDE [F 18-11] ‘Tireoxina (I ou tetraicdotironina) e Triiodotironina (T) Promovea reabsorcio da ‘Sgua nas estruturas renais produtoras de urina Estimula a contracio das fibras musculars lisas do Stero e as eflulas mioepitelias a0 redor dos alvéolos das glandulas mamérias. Esté envolvido 1no processo do nascimento © na queda de leite durante a lactacao Estimulam as g6nadas a produzir gametas ¢ hormdnios sexuais Estimula a glénduia tireside a secretar seus hormOnios Estimula o c6rtex supra-renal a secretar slicocorticéides (como o cortisol) Estimula 0 crescimento em eral, ¢ 0 crescimento do sistema esquelético em particular. Também afeta as Tungbes metabdlicas Relacionada com a seeregio de leite nas mulheres ‘Aumenta 0 consumo de oxigénio e a producéo de calor, importante para o crescimento nommal e 0 desenvolvimento. Esses hormOnios influem nos process0s metabélicos ‘Abaixa os nfveis sangiineos do calcio e dos fosfatos A diminuigdo da secrecio Jeva ao diabetes. insipidus A diminuicdo da secrecio ‘causa inatividade gonadal ‘nos homens, e falta de menstruagio nas mulheres ‘A diminuigdo da secrecio leva a sintomas de hipotireoidismo. O aumento da secreco pode contribuir para o hipertireoidismo ‘A diminuigao da secrecio. leva a sintomas de insuficiéncia cortical. 0 ‘aumento leva a sintomas de hiperfungéo cortical ‘A diminuiglo da secrecio produc o nanismo hipofisdtio. O aumento ‘causa 0 gigantismo.e, nos adultos, a acromegalia {A diminuiglo da secregio ‘causa falta de Inctagdo apés ‘ parto. O aumento provoca lactago mesmo sem nascimento prévio recente Diminuigéo da secregio ‘provoca sintomas de possivelmente cansando cretinismo nas crianges, © mixedema nos adultos. O Glandula PARATIREOIDES [F 18-13] SUPRA-RENAIS [F 18-14] Medula PANCREAS [F 18-17} Estrogenos ¢ rogesterona ‘Andrégenos (como a testosterona) Efeitos Representatives _—————_—Diisfuncdes ‘feta 0 metabolismo do Diminuiglo da secresio ‘cio e dos fosfatos, Provoca excitabilidade fazendo subir a taxa de nervosa etetania. O eflcio no plasma diminuir aumento provoca ade fosfato descalificasao Sssea, ¢ calcificagdo de tecidos ‘moles, como pode ocorrer ‘os rins Geralmente afeta o ‘metabolismno dos ‘carboidratos, concorrendo para a hiperglicemia. Contrai vasos da pele, das ‘mucosas e dos rins, mas Uilata vasos dos musculos ‘esqueléticos Aumenta a freqiigncia ‘cardieca, forca a contracéo do mésculo cardiaco © Ccontrai vasos sanguineos ‘em varias 6reas do corpo Promove reabsorsio de Secrego baixa pode levar a sédio e excregio de ecréscimo do volame Potissio nas estruturas fluido do corpo e 2 Tenais formadoras de rina _dificuldades eiculat6rias, contribuindo para a “doenga de Addison”. Seerecio alta pode causar aumento do volume de fluido, edema ¢ hipertensio ‘Afeta muitos aspectos do Seeregdo baixa contribui metabolismo dos para a “doenca de carboidratos: geralmente ‘Addison’, Seerecéo alia Provoca asus mobilizacio __provoca a “sfadrome de levando a hiperglicemia Cushing” Afeta muitos aspectos do _Deeficinciarelativa leva & rmetabolismo dos Fiperglicemia e i diabetes carboidratos; geralmente melitus causa hipoglicemia ‘Afeta.o metabotismo em geral no caminbo opesto 30 dia insuling; geralmente causa hiperglicemia (Os hormonios gonaxlais estio envolvidos nos processos de reproducao. Suas fungées estio descritas no Capitulo 22 510 Resumo timo, que é um érgio linfSide localizado na porcdo anterior do mediasti- no, € também reconhecido como uma fonte potencial de material hormonal. timo atinge seu tamanho maximo na puberdade, apds 0 que diminui gradativa- mente de tamanho. No adulto & quase todo substitufdo por tecido adiposo. Um honménio polipeptideo chamado timosina, que parece estar envoilvide no desen- volvimento da competéncia imunoldica dos linfécitos chamados células T, jé fj isolado do timo. © trato digestivo ¢ também uma fonte de numerosas substincias hormonais (tais como gastrina, secretina, colecistocinina), bem como a placenta (estrSge- nos, progesterona e gonadotrofina coriénica). RESUMO. GLANDULAS ENDOCRINAS _ glindulas sem ductos ue liberam secregées diretamente na corrente sangiifnes. Os hhorménios ajudam a regular as fungSes do corpo agindo om orgios-alvo. 487 ESTRUTURA QUIMICA DOS HORMONIOS alguns hhorménios sio esterdides; outros so proteinas, polipeptideos 01 relacionados com aminodcidos. 489 MECANISMO DAS ACOES HORMONAIS _ 489 TIROTROFINA sintese e liberacio dos horménios ti- ADRENOCORTICOTROFINA _estirnula a regio cor- tical da glindula supra-renal (glicocorticéiées). HORMONIO DO CRESCIMENTO OV SOMATO- TROFINA afeta 0 crescimento do sistema esquelético: cenvolvido na retengéo de aminodcidos c sua incorpora- cdo em proteinas; aumenta a liberagéo de &cidos graxos MEDIADORES INTRACELULARES (SEGUNDO MENSAGEIRO) 0 horménio € primeiro mensageiro AMP cisco €0 segundo mensagciro pra aalivagzo cela Jar. ATIVAGAOGENICA _slgans horménios, partisular- mente 0s hornnios esterdides, combinam-se com protl- nas reeploraseatvam certos genes HIPOFISE _ referida também como “glindula mes- tra", pp. 489-405 DESENVOL VIMENTO EMBRIONARIO E ESTRU- TURA ANEURO-HIPOFISE _ origina-se do tecido ‘ectodérmico do assealho do eércbro; portanto, dircta- mente ligada a ele. AADENO-HIPOFISE _origina-se do tecido ectodér- ‘mico do teto da boca: associada com o eérebro por um circvito circulatério, contém células bas6filas, acid6ilss e croméfobas. HORMONOS NEURO-HIPOFISARIOS E SEUS EFEITOS _ sintetizados no cérebro por aflulas neurose- cretoras; horménios peptideos. HORMONIO ANTIDIURETICO OU VASOPRESSI- ‘NA _promove a reabsorgdo da dgua nas estruturas re nais formadoras de urins; pode elevar a pressio sangui- nea. OXITOCINA estimnula a musculaturs lisa do stero; promove a contragdo das células mioepiteliais que ro- iam os alvéolos das gléndylas mamérias. LIBERAGAO DOS HORMONIOS NEURO-HIPOFI- ‘SARIOS" transportados para o lobo neural a partir do hipotdlamo por células neuro-secretoras que formam © trato hipotalimico-hipofisério. HORMONIOS ADENO-1IPOFISARIOS E SEUS- EFEITOS GONADOTROFINAS horménio foliculoestimulante e horménio luteinizante, chamado no homem de hormé- nio estimulante das céiulas intersticias. 1. Desenvolvimento éo folfcalo ovariano ¢ producéo de estr6geno, 2. Ovulagio e formagio do corpo amarelo. 3. Espermatogénese ¢ produgao de andr6geno. ho sangue. PROLACTINA inisiagéo © manutengio da sseresho de Ieite mas mulheres. LIBERACAO DOS HORMONIOS ADENO-HIPOFI- SARIOS — substdncias hormonais liberadoras ¢ inibido- ras produzidas no cérebro por oélulas neurosecretoras; {Ganham a circulngio por meio do sistema de veas por- {erhipofiséris indo para a adeno-hip6fise, onde influem na liberagdo de hormnOnios adeno-hipofisirios especfi- cos. CONDIGOES DE IMPORTANCIA CLINICA: DIS- FUNCOES DA HIPOFISE envolvem disfungies da prOpria giindvla oo diiculdade de liboraglo de substincias produzidas n0 cerebro. 1. Insuficigncia adrenocortical devia & falta de horménio adrenocorticotrfico. 2. HiperfungSo adrenocortical devido ao excessodesse horménio. 3. Nanismo hipofisrio devido a deficincia de hormonio de crescimento. 4. Gigantismo e acromegalia devidos a0 excesso de hor- rménio de crescimento GLANDULA TIREOIDE maior glndula endécri- nn. pp 496-408 DESENVOLVIMENTO EMBRIONARIO E ESTRU- TURA origina-se de espessamento epitelial do assoalho da faringe HORMONIOS DA TIREGIDE ood prende-se a mo- \éculas de tirosina; triiodotironina (T,) ¢ tiroxina (T,); es tocados como tireoglobulina. EFEITOS DET, ET 1. Envolvidos numa ampla gama de atividades metabé- leas 2. Aumenta a oxidagéo dos carboidrator; scelera.a i- beragio de energia. 3. Estimula muitos aspoctos do metabolism dos lpt- dios. CALCITONINA _bormbnio da tiredide que diminui os niveis de célcio e fésforo no sangue LIBERAGAO DOS HORMONIOS DA TIREOI- DE degradagéo da tireogiobulin liberacéo de Tye T na corrente sangiinea. A calcitonina é liberada em resposta ‘um aumento do nfvel de efleio no sangue. © horménio estimulante da tiredide, da hip6fise, controla a sintese © a liberagio de T, ¢ T,; 0 fator liberador da tireotrofina esta enyolvide no controle. Fatores extrinsecos, como a baixa temperatura e o estresse afetam a atividade da tiredide. "CONDICOES DE IMPORTANCIA CLINICA: DIS- FUNGOES DA TIREOIDE CRETINISMO severo hipotireoidisme que comeca na inféncia MIXEDEMA. severo hipotireoidismo no aculto TIREOTOXICOSE excesso de hormOnios tireoideanos atuando nos tecidos: por exemplo, hipertireoidismo. BOCIO glindula tiredide aumentada. GLANDULAS PARATIREOIDES — mergulhadas na fa- ce posterior da giandula tireSide. pp. 498-500 DESENVOLVIMENTO EMBRIONARIO E ESTRU- TURA derivadas das metades dorsais do 3° ¢ 4° pares de bolsas faringeas. Usualmente duas masses de tecido para- fireoidiano na face posterior de cada lobo lateral da tiredi- de. Composta de massas de cordées de cStulas principais HORMONIOS DAS PARATIREOIDES E SEUS EFEI- ‘TOS podem existir duas ou trés formas de horménio das paratiredides; controlam 0 metaboisno do cAcio e do {6s- foro. LIBERACAO DO HORMONIO DAS PARATIREO!- DES. liberado em resposta 20 decréscimo do nfvel de cél- cio no plasma CONDICOES DE IMPORTANCIA CLINICA: DISFUN- CAO DAS PARATIREOIDES HIPERPARATIREOIDISMO descalcificagdo dos os- ‘0s; calcificazdo dos tecidos moles. HIPOPARATIREOIDISMO diminuigio do nivel de ccélcto no plasma; aumenta a excitabilidade do sistema nervoso. GLANDULAS SUPRA-RENAIS _ localizadas sobre 0 Polo superior de cada rim; compostas de medula (interna) ‘osrtex (externa). pp. 500-604 MEDULA SUPRA-RENAL DESENVOLVIMENTO EMBRIONARIO E ESTRUTU- RA origina-se de células da crista ncural; composta de ceélulas cromafins. HORMONIOS MEDULARES E SEUS EFEITOS ‘Adrenalina (epinefrina) tem efeitos principalmente metabélicos e cardiovasculares. Noradrenalina (norepinefrina) afeta principal- mente o sistema vascular; também liberada pelos neurSnios simpéticos pSs-ganglionares. Liberacdo dos horménios medulares pode ser cat- sada por excitacdo emocional,injria, exercicio, bai- xa press sanglinea e certos tipos de estresse. CORTEX SUPRA-RENAL DESENVOLVIMENTO EMBRIONARIO E ESTRUTU- RA origina-se da mesodcrme da mesma regiio que dé ‘origem as gOnadas. Arranjada em trés camadas: zona ‘glomerulosa, zona fasciculada e zona reticulada. HORMONIOS CORTICAIS E SEUS EFEITOS ‘Mineralocorticdides (por exernplo, aldostero- Sistema EndSerino 514 na) promove # reabsorgao de sOdio ¢ aexcreglo de potdssio. Glicocorticéides (por exemplo, cortisol) suple- menta e conserva a cnergia derivada da glicovecir- culante. Liberacéo dos horménios corticais a renina, dos tins, controla a liberagiio dos mineralocorticéides; 0 hormbnio adrenocorticotr6fico libera os glicocorti- cides. CONDICOES DE IMPORTANCIA CLINICA: DIS- FUNGOES DAS SUPRA-RENAIS DOENCA DE ADDISON _ hipofungao do cGrtex su- pra-renal; aldosterona inadequada; diminuigo da con- servagio de s6dio e excregéo de potéssio. SINDROME DE CUSHING — acimulo de tecido adi- oso: ganho de peso. HIPERALDOSTERONISMO deplesfo de potéssio; edema, TUMORES SUPRA-RENAIS._ tamorescorticais podem produzir efeitos masculinizantes nas mulheres, tumores ‘medulares produzem sintemas de hiperatividade simp tica PANCREAS tanto endécrine como exécrino. pp 504-807 DESENVOLVIMENTO EMBRIONARIO E ESTRU- TURA. origina-se da fusio de dois brotamentos da pare- de do duodeno; porgio endécrina composta de grupos de e6lulas chamades ilhots pancresticas. HORMONIOS PANCREATICOS E SEUS EFEITOS- ithotas pancreéticas contém trés tipos diferentes de cé- lulas: eélulas alfa, que produzem glucagon, beta, que pro- duzem insulina,e delta, que produzem somatostatina, INSULINA _faciita a tomada e utilizacdo de glicose plas células: previne o fracionamento excessivo do gli- coginio no figado e nos misculos; influi no metabolis- mo das proteinas€ dos lipidios. GLUCAGON _ atividades geralmente oposias as da insulin; esti odesdobramento do glicogénio no f- gado, LIBERAGAO DOS HORMONIOS PANCREATI- COS controle qutiico, hormonal ¢ neural. 1, O aumento do nfvel de glicose no plasma provoca 0 au- ‘mento da liberacio de insulina e diminui ade glucagon. 2. Aminoseidos estimulam a secregio de insulina e gluea- ‘gon. 3. Alguns hormonios do trato gastrintestinal promovern a liberagio de insulin. 4. Acetilcolina estimuta a iberacéo de insolina: adrenalina ‘ou noradrenalina inibem essa liberaglo. CONDIGOES DE IMPORTANCTA CLINICA: DIS- FUNGOES PANCREATICAS _odiabeies metus € causado pela deficiéncia relativa de insulina. GONADAS testiculos e ovérios produzem horménios € ‘gametas. Os testicules produzem andrégenos; 0s ovérios pro- duzem estrégenos ¢ progesterona. p, 507 OUTROS TECIDOS ENDOCRINOS E HORMO- NIOS 0 rato digestivo e a placenta so fontes de substin- ‘cias bormonais; acredita-se que a epifise seja uma glindula en- ‘OGerina, 0 rio produz timesina. pp. 507-510

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