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Comunicações ópticas

Capítulo 2
Fibras ópticas

Prof. Thiago Coelho


Natureza da luz
• Até início do século XXVII – teoria corpuscular (Newton) vs teoria
ondulatoria (Robert Hooke e Huygens)
• Explicação da difração 1815 por Fresnel e Young
• Principio de Huygens
• A partir de 1864 –Equações de Maxwell (efeitos de polarização)
• Óptica Geométrica
• Teoria da difração
• Nem todos os efeitos eram explicados pela toeria ondulatória
• Espalhamento
• Absorção
• Emissão – efeito fotoelétrico
• Teoria quântica – Propriedade de partículas e de onda (1905 – Einstein e
Planck)
• Solidificado por Schrodinger
Natureza da luz
• Conceito de quantização Max Planck
• Energia distribuida em fótons

𝐸 = ℎ𝑓

Sendo h=6,63x10-34 J.s


• Mecânica ondulatória de Schrondinger
• Comprimento de onda de Broglie


λ=
𝑝
Natureza da luz
• Da mecânica quantica e da teoria da relatividade temos:

𝐸 2 − 𝑚2 𝑐 4
𝑝=
𝑐

𝑝𝑐 2
𝑣=
𝐸

• Massa em repouso do elétron é nula


Leis bases da óptica e definições
Conceitos de onda EM importantes para sistemas de CO:
• Polarização
• Índice de refração
• Absorção
• Espalhamento
• Reflexão e refração
• Ângulo crítico
• Ângulo de Brewster
Materiais sensíveis a polarização
• Dispositivos que influem na polarização do material
• Filtros polarizadores
• Atividade óptica
• Rotatores de Faraday
• Cristais birrefringentes
• Polarizador
Polarizador
• Lei de Mallus

𝐸𝑡 = 𝐸𝑖 𝑐𝑜𝑠𝜃

𝐼𝑡 = 𝐼𝑖 𝑐𝑜𝑠 2 (𝜃)
Óculos Polarizado
• Elimina brilhos intensos causados
por reflexão da luz solar
Atividade óptica
• Qualquer campo linearmente polizado pode ser decomposto em duas
componentes ortogonais
• Um tipo de decomposição possivel são duas ondas circularmente polarizadas a
esquerda e a direita
• O fenômeno da atividade óptica é responsável por girar a polarização devido a
birrefringência circular
• A rotação pode ocorrer em ambos os sentidos, dependendo do material e é
proporcional com a distância. Medido pelo poder rotatório.
• Cristais de quartzo, clorato de sódio e tipos de açúcares.
Atividade óptica

• Se o sinal for refletido o sinal de retorno gira de volta. Polarização da onda é


definida por um observador que enxerga a frente de onda se aproximando
Atividade óptica
• O quartzo fundido não possui atividade óptica,mas sua estrutura cristalina
sim.
• A atividade óptica ocorre devido a estrutura cristalina apresentar simetria
quiral.
• Se olharmos os campos Ex eEy isoladamente eles estão sujeitos a mesma
simetria e portanto ao mesmo índice de refração.
• Já no caso da luz circulamente polarizada o sentido de
circulação é responsável por “enxergar” o meio de for-
ma diferente.
Atividade óptica
• Cristal de quartzo, rotação de 21,7 graus por mm para uma luz de lâmpada
de sódio (λ=589 nm) em 200.
• Determinação do comprimento de onda de luz monocromática ou
construção de um monocromador.
Atividade óptica
Rotação de Faraday
• Algumas substâncias isotrópicas rotacionam o plano de polarização sobre a
influência de um campo magnético intenso.
• Proporcional a distância e a componente de B em relação a direção de
propagação.
• Nos meios com atividade optica, a rotação tem relação com a orientação do
vetor de propagação e o meio é dito recíproco.
• No efeito faraday a rotação guarda relação com B, não recírpoco.
• Para o efeito Faraday temos:

Sendo V uma constante conhecida como constante de Verdet


Rotação de Faraday
• Explicado pelo efeito Zeeman que diz que a absorção da energia do campo magnético pelo
eletrons em órbita do material ocorrem em duas frequências distintas para as polarizações
circulares.
• Devido a sua característica não recíproca é utilizado na construção de isoladores e
circuladores;
Cristais birrefringentes

• Materiais anistotrópicos com índice de


refração diferentes ao longo dos eixos
ortogonais
• Normalmente estes materiais em 3
dimensões se compõem de 2 eixos de
mesmo índice de refração e um terceiro
eixo de índice diferente
• Elipsoide de fresnel
Cristais birrefringentes
• Feixe ordinário e extraordinário
• Polarizador de cristal birrefringente –
Incidência obliqua
• Transformadores de polarização –
incidência normal
Fibras ópticas
• Guia de ondas cilindrico dielétrico;
• Efeitos de ângulo critico responsável por confinamento da luz em um
núcleo com índice de refração superior ao dielétrico circundante.
Fibras ópticas
• A propagação da luz ocorre por diferentes modos de propagação;
• Dependendo dos parâmetros estruturais da fibra um modo terá condição de
se propagar ou não;

• Importância da casca – Dispersão, resistência mecânica e proteção do


nucleo
• Núcleo (SiO2) ou plástico e casca de vidro;
• Capa – plástico elástico (acrilato) e resistente a choques e abrasão
Fibras ópticas
Modos de propagação
• Diferentes padrões de distribuição de campos cada qual com sua trajetória
específica no núcleo da fibra óptica;
• A determinação completa da solução dos modos leva em conta a solução
de onda plana em coordenadas, aplicando as condições de contorno entre
superfícies dielétricas
• Neste momento não entraremos em maiores detalhes porém iremos
conhecer ferramentas que nos permite contabilizar os números de modos
existentes na fibra.
Modos de propagação
• Iremos considerar uma fibra de índice degrau

• n1 tipico de 1,48
• Δ é a diferença entre o índice de casca e núcleo
• Os valores de Δ
~ 1 a 3% em fibras multimodo
~ 0,2 a 1% em fibras monomodo
Modos de propagação
• Pela aproximação da teoria de raios

• Com base na lei de Snell sabemos que:


Modos de propagação
• Usando a lei de snell na interface ar fibra

• Podemos definir a abertura numérica (NA)


Exercicios
1) Considere uma fibra de sílica multimodo de núcleo com índice
n1=1,48 e índice de casca n2=1,46. Encontre o ângulo crítico, a
abertura numérica e o ângulo de captação no ar.
2) Considere uma fibra multimodo de núcleo com índice de refração
1,48 e uma diferença núcleo casca de 2%. Encontre a abertura
numérica, o ângulo de aceitação e o ângulo crítico
Modos de propagação

Basta um raio incidir na interface núcleo casca com ângulo maior que o crítico
para propagar na fibra???
Modos de propagação
• Com base na teoria parece permitir que todos os feixes que incidam
com ângulo maior que o ângulo critico propaguem na fibra
• Iremos analisar o efeito de interferencia de onda plana – apenas certos
ângulos discretos serão permitidos
• So irão propagar modos que permitam a diferença entre s1 e s2 ser um
inteiro de 2π
Modos de propagação
• Para fora do ângulo de aceitação – modos radiados
• Como raio da casca é finito parte desta radiação fica confinado na casca –
modos de casca (modos evanescentes – alta perda).
• Estes modos também propagam na fibra, possuem alta perda!!!!!
• Acoplamento, principalmente com modos de mais alta ordem – teoria de
modos acoplados
Modos de propagação
Modos de propagação
• Uma descrição mais completa é dada pela solução das equações de
Maxwell;
• As soluções para guias metálicos apresentam modos TE e TM;
• Condições de contorno núcleo casca – modos híbridos;
• Modos HE e EH;
• Solução completa irá requerer a utilização de seis componentes de campo
eletromagnéticos híbridos;
• Simplificação para modos fracamente guiados (n1-n2<<1);
Modos de propagação
• Modos linearmente polarizados (LP) – LPjm;
• Os modos hibridos se dividem em dois modos ortogonais de mesma
frequência de corte;
• Modos LP0m são derivados dos modos HE1m;
• Modos LP1m vem de modos TE0m, TM0m e HE2m;
• Modos LPvm vem de modos HEv+1,m e EHv-1,m;
• Modo fundamental LP01 que corresponde ao HE11
• EX: LP21 – HE3,1 e EH1,1 – 4 modos degenerados;
LP1,3 – TE03, TM03, HE2,3 – 4 modos degenerados
Modos de propagação
Modos de propagação

Cada distribuição é a soma de um modo hibrido e um modo transversal


Modos de propagação

Como saber quantos modos propagantes há na fibra óptica?


Modos de propagação
• Número V ou parâmetro de frequência normalizada:

• Sendo a o raio do núcleo da fibra


• Quando V ≤ 2,405 há apenas um modo propagando na fibra
• Quando o valor de V é grande (maior que 20)
Exercicio
3) Uma fibra de índice-degrau possui frequência normalizada V=26,6 no
comprimento de onda de 1300 nm. Se o raio do nucleo é 25µm, qual é a
abertura numérica?
4) Considere uma fibra multimodo de índice-degrau com diâmetro de 62,5
µm e uma diferença de indice núcleo casca de 1,5%. Se o indice do nucleo é
de 1,48 estime a frequencia normalizada e o numero total de modos
suportados pelo comprimento de onda de 850 nm
5) Qual o raio máximo da fibra óptica operando em monomodo em 1550
nm para um índice de núcleo 1,48 e diferença núcleo e casca da ordem
1,2%.
Fibras monomodo
• Raio do núcleo entre 8 a 12 µm
• Δ entre 0,2 a 1%
• V < 2,405
• Diâmetro de campo modal (MFD)
• Largura onde a intensidade de E cai na ordem de 1/e
• (função λ, a, perfil de n)
• Perdas em junções e dobras, comprimento de onda de corte
e dispersão na fibra
Fibras monomodo – modos de propagação
• Propagação monomodo – dois modos ortogonais degenerados

• Fibras ideais – não birrefringente (simetria perfeita de núcleo, nenhum


ponto de estresse ou impurezas na fibra) – Polarização inalterada
Fibras monomodo – modos de propagação
• Fibras reais – birrefringência

2𝜋
onde 𝑘0 =
λ
• Comprimento de batimento
Fibras monomodo – modos de propagação
• 6) Uma fibra monomodo tem um comprimento de batimento de 8 cm
1300 nm. Qual a sua birrefringência
Fibras de índice gradual
• Variação mais suave do índice de refração – menos modos que a
multimodo degrau
Fibras de índice gradual
• A abertura numérica irá depender da posição

• Normalmente α=2 (perfil parabólico)


Fibras de índice gradual
• 7) Suponha que tenhamos uma fibra de indice gradual de perfil
parabólico com diâmetro de 50 µm. Se a abertura numérica é de 0,22,
qual o número de modos guiados em 1310 nm.
Materiais das fibras
• Requisitos:
1. Fibras longas, finas e flexíveis
2. Transparência óptica
3. Materiais fisicamente compatíveis para o núcleo e casca

Vidros e plásticos
Fibras de Vidro
• Vidro – fusão de óxidos metálicos, sulfuretos e selenetos
• Estrutura molecular aleatoria
• ponto de fusão não é bem definido
• centenas de graus celsius começa a amolecer lentamente
• Temperaturas elevadas se torna liquido viscoso
• Aplicações em fibras são os compostos de vidros
óxidos
• SiO2 – Sílica [n=1,458 (850 nm) até
1,444 (1550nm)]
• Areia de alta pureza
• Inerte quimicamente
• Temperaturas elevadas
• Baixa expansão térmica
• Núcleo e casca diferenciados por dopantes
Fibras de vidro ativa
• Dopagem por elementos de terra rara (Érbio, Neodímio, Túlio,...)
• Amplificação através de bombeamento de alta potência
• Permite aumento do alcance e capacidade dos enlaces ópticos
• TEMA DO GRUPO 3
Fibras Ópticas de plástico
• Alterntiva de baixo custo para distâncias curtas
• Núcleo é formado por um polímero
• Polimetilmetacrilato
• Polimero Perfluorado
• Mais resistentes, flexíveis e duráveis
• Fácil acoplamento com fibras multimodo de silica
• Menor probabilidade de romper
Fibras de cristal fotônico

• Inicialmente (1990) fibra perfurada (holey fiber)


• Fibra de cristal fotônico (PCF) ou microestruturada
• Núcleo contém pequenos orificios de ar
• Tamanho e espaçamento entre orificos alteram o guiamento da luz
• Duas categorias
• Índice guiado
• Bandgap fotônico
PCF – Índice guiado

• d/Λ < 0,4 propriedades monomodo (300 a 2000 nm)


• Diferentes configurações de guiamento
• Transmissão de multiplos comprimento de onda (658 nm a 1556 nm) por 1 km com taxas de 1 a 10
Gb/s e perdas de 0,4 dB
• Alta potência e possibilidade de alta e baixa não linearidade
• Construção de filtros ópticos in fiber (filtros sintonizáveis por temperatura)
PCF – bandgap fotonico
• Não há guiamento por reflexão interna total
• Luiz guiada por reflexão de Bragg
• Baixas perdas (guiamento no ar – 98% da potencia)
• Largura de banda de aceitação de 100 a 200 nm
Fabricação das fibras
• Dois métodos básicos:
1. Oxidação na fase do vapor (oxidação a vapor de halogenetos
metálicos – SiCl4 ou GeCl4 )

2. Métodos de fusão direta

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