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Controle de qualidade e segurança de produtos e serviços: vige por força do CDC, uma

verdadeira política de qualidade e segurança dos produtos e serviços. Deve ser feito pelo
Estado, que o faz, por amostragem, através do INMETRO, mas principalmente pelo
próprio mercado fornecedor e até pelas associações de defesa dos consumidores.
Mecanismos alternativos de soluções de conflitos: meios de resolução de disputas que
não a via judicial. Arbitragem e mediação, também a conciliação e a negociação.
Regulação para coibir e reprimir abusos: agências dotadas de competência administrativa
para prevenir e reprimir os ausos praticados em todas as etapas da cadeira de produção
e distribuição.
INSTRUMENTOS PARA EXECUÇÃO DA POLÍTICA NACIONAL
- Assistência jurídica ao necessitado: seja ele consumidor ou não, é decorrência direta do
direito de acesso à justiça, constitucionalmente assegurado como direito fundamental.
- Promotorias de justiça de defesa do consumidor: ministério público
- Criação de delegacias especializadas: apuração dos crimes contra as relações de
consumo
- Juizados especiais: existência aplicada ao conhecimento de conflitos de consumo, muito
embora não haja em todo Estado da federação.
DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR
Art. 6º do CDC.
Os direitos do consumidor têm dignidade de direito fundamental (art. 5º. XXXII e § 2º da
CF), baseado na realização da dignidade da pessoa humana.
Embora haja o direito do consumidor sob a perspectiva do interesse individual, em geral,
os direitos do consumidor são enquadrados como direitos de terceira dimensão ou de
interesse meta-individuais (art. 81 do CDC), zona entre os interesses individuais e o
interesse público.
Rol de Direitos do Consumidor:
1 – Vida: é o mais básico de todos os direitos, pré-requisito para todos os demais direitos.
O CDC impõe o direito do do consumidor à vida, estabelecendo responsabilidades para o
fornecedor. No mercado de consumo muito se pode fazer em prejuízo da vida –
adquiridos produtos e serviços que interferem diretamente no cotidiano das pessoas. Os
produtos e serviços não devem acarretar perigo à vida ou à segurança. É dever do
fornecedor zelar pela vida do consumidor.
A saúde é um pressuposto do direito à vida. O CDC estabelece um capítulo inteiro sobre a
proteção à saúde e segurança. Saúde é um direito social constitucionalmente assegurado
– matéria de competência concorrente da União, Estados e DF. Segurança – ato ou efeito
de tornar seguro ou de assegurar e garantir alguma coisa. Insere o sentido de tornar a
coisa livre de perigos, livre de incertezas, asseguradas de danos ou prejuízos, afastada
do mal. O consumidor tem direito à vida preservado e, consequentemente, o direito à
proteção de sua saúde e segurança.
2 – Liberdade de escolha: é uma contrapartida da liberdade de concorrência. Prevenindo
e reprimindo os métodos concorrenciais desleais, permite-se a pluralidade das atividades
econômicas e a fluência da concorrência, possibilitando ao consumidor a faculdade de
escolher o produto ou serviço, dentre aqueles disponíveis no mercado.
3 – Educação e informação: abrange o conhecimento dos direitos do consumidor;
interesse que tem o consumidor de conhecer os componentes do produto, a forma de
uso, os riscos, as cláusulas contratuais, etc.
4 – Proteção contra práticas e cláusulas abusivas: o CDC estabelece mecanismos de
proteção contra as diversas práticas comerciais abusivas, dentre elas as cláusulas
contratuais, as publicidades abusivas, enganosas, quaisquer métodos comerciais
coercitivos.
5 – Modificação das cláusulas contratuais, flexibilizando o princípio do pacta sunt
servanda: na hipótese de prestações desproporcionais, lesivas ao contrato, ou mesmo a
revisão do contrato na hipótese de fato superveniente modificar os parâmetros contratuais
de modo a desequilibrar as prestações, tornando-as excessivamente onerosas.
6 – Prevenção e reparação de danos: caberá ao fornecedor a reparação do dano, mesmo
quando não houver culpa sua. Basta que se prove o nexo causal entre dano e a atividade
desenvolvida, como por exemplo: o defeito do produto.
7 – Acesso aos órgãos judiciários e administrativos
8 – Facilitação da defesa de seus direitos: como consequência do reconhecimento da
vulnerabilidade do consumidor, o CDC estabeleceu o direito à facilitação de sua defesa,
especialmente no processo civil. A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA é o corolário desse
direito. É possível atribuir ao fornecedor o ônus de produção da prova, mesmo contra si.
Ao consumidor já não tem de provar dolo ou culpa do fornecedor, basta a prova do NEXO
causal entre o dano e o defeito do produto ou serviço.
9 – Adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral: nem todo serviço público
se enquadra na concepção de objeto de uma relação de consumo.
10 – Outros direitos: art. 7º do CDC
DIÁLOGO DAS FONTES
Recurso hermenêutico que deve ser utilizado para extrair, da legislação, a melhor solução
para um conflito de normas aplicáveis a uma relação de consumo. CDC norma base, mas
existem outras.
Quando há contradição aparente entre uma destas leis e o CDC: o CDC é lei especial se
comparado ao CC, que corresponde a uma norma geral. Porém o CDC seria norma geral
se posto a frente a uma norma como a que regula os planos de saúde, por exemplo.
Proposta constitucional para a regulação das relações de consumo, norteado pelos
valores constitucionais.
DA QUALIDADE DOS PRODUTOS E SERVIÇOS E DA PREVENÇÃO E REPARAÇÃO
DOS DANOS
Nortear o processo de fornecimento de produtos e serviços, dispondo, inicialmente,
daqueles que podem, eventualmente, acarretar riscos à saúde ou à segurança do
consumidor. O CDC impõe um controle sobre o fornecimento, especialmente quanto aos
produtos e serviços considerados perigosos, como combustíveis e inflamáveis.
Art. 8º.
Regular a qualidade dos produtos – conceituando de acordo com suas características e
as funções que se destinam, sem expor a segurança ou saúde do consumidor. É possível
observar uma graduação na potencialidade de riscos.
Periculosidade:
- Inerente: decorre da natureza do produto. Ex.: veneno.
- Latente: decorrente do mau uso pelo próprio consumidor. Ex.: uso de medicamento sem
prescrição médica;
- Periculosidade adquirida: decorre de defeito advindo da fase de produção ou circulação.
Ex.: automóvel com falha no sistema de frenagem
- Alto grau de periculosidade: tamanha que desautoriza o uso, haja vista a desproporção
na relação custo x benefício. Art. 10 do CDC proibe o fornecimento de produtos desta
natureza.
O fornecedor responderá pelos danos decorrentes da periculosidade adquirida e
relacionados ao consumo de produtos de elevada nocividade. Porém, somente
responderá pelos produtos ou serviços de periculosidade inerente se não informar
adequadamente sobre os riscos que oferecem.
PROTEÇÃO, SAÚDE E SEGURANÇA
Conveniência dos Estados editarem normas com o fim de proteger o consumidor quanto a
prejuízos à saúde e segurança. Saúde como direito fundamental.
Segurança: ato ou efeito de tornar seguro ou de assegurar e garantir alguma coisa.
Garantir a segurança do consumidor, livrando-o de surpresas desagradáveis e prejudiciais
à sua saúde.
Numa conclusão mais apressada, podemos afirmar que o CDC visa a proteção à saúde
contra efeitos de agentes de atuação lenta e detecção mediata e a proteção à segurança
do consumidor contra efeitos inesperados de detecção imediata. Assim, a ideia de
qualidade estará sempre relacionada ao zelo com a segurança e a saúde do consumidor.
O produto ou serviço ótimo, do ponto de vista funcional, não pode ser ofensivo à saúde ou
segurança por ser um produto desprovido de qualidade.
INFORMAÇÃO
Essencial para a garantia da segurança do consumidor, especialmente quanto aos
produtos perigosos, cujo risco deve ser informado adequadamente. Diz o CDC que o
fornecedor de produtos e serviços tem o dever de informar aos consumidores sobre
eventuais riscos. Relativo aos produtos e serviços considerados perigosos, estas
informações têm que ser adequadas, ostensivas e acessíveis ao cidadão mediano. As
vezes essa informação deve ser veiculada através de simbolos ou conforme
recomendação da ONU. Produto importado: informações devem ser traduzidas.
RECALL
Chamado ao consumidor para anunciar um vício no produto, fabricado em série,
justamente para evitar efeitos negativos.

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