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Teoria e Questões
Aula 07 – Profa Aline Baptista Santiago

Contratos de execução imediata, de execução diferida e de trato


sucessivo:
É de execução imediata, ou instantânea, o contrato cuja obrigação é
adimplida por intermédio de uma única prestação que importa na extinção
completa da obrigação.
No contrato de execução diferida no tempo, ou retardada, a prestação a ser
cumprida se dará somente em termo futuro.
Já o contrato de execução sucessiva (continuada), ou de trato sucessivo,
é aquele que se renova periodicamente com o adimplemento das obrigações
contratadas e que serão cumpridas sucessivamente. As obrigações,
isoladamente, não tem o condão de extinguir a relação, que persiste e não se
extingue por completo até o advento de um termo contratual ou do implemento
de uma condição contratualmente fixada.

Contratos principais e acessórios:


São principais os contratos que tem existência autônoma, ou seja,
independentemente e não se submetem a sorte de qualquer outro contrato. Os
contratos acessórios, por sua vez, existem em virtude dos contratos principais,
tendo, destarte, sua existência condicionada a do principal, como por exemplo, a
fiança.

Após citarmos como os contratos podem ser classificados, vamos dar


continuidade à aula, analisando as disposições gerais sobre contratos
encontradas no código civil!

Preliminares (arts. 421 a 426).


O primeiro artigo referente às disposições gerais dos contratos fala da
liberdade de contratar e nos traz o princípio da sociabilidade (a função
social do contrato). Este princípio estipula a prevalência dos valores coletivos
sob os individuais, sem esquecer, contudo, do valor fundamental da pessoa
humana.

Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função
social do contrato.

A liberdade de contratar está condicionada ao respeito à função social do


contrato. Deste modo, limita-se por preceitos de ordem pública, que proíbem,
por exemplo, que o acordo entre as partes seja contrário aos bons costumes.

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Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato,
como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.

Este artigo dá continuidade ao princípio da sociabilidade e introduz mais dois


princípios que devem guiar os contratantes. São eles: o princípio da probidade
e o princípio da boa-fé objetiva:

O princípio da probidade - que impõe as partes o dever de agir com


lealdade, honradez, integridade e confiança recíproca.

O da boa-fé objetiva - que está ligado não só à interpretação do contrato,


mas também ao interesse social de segurança das relações jurídicas. Segundo
este princípio as partes devem agir de forma honrada durante as tratativas, a
formação e também durante a execução do contrato.
Além dos princípios citados acima, existem outros, que podem
eventualmente ser cobrados em provas. Eles são os seguintes:

O da autonomia da vontade, através do qual as partes poderão elaborar


livremente seus contratos, de acordo com seus interesses (respeitando as
normas gerais).

O do consensualismo, no qual o acordo de vontades das partes bastaria


para dar origem a um contrato válido7.

O da obrigatoriedade da convenção, pois, uma vez feito um contrato, ele


deve ser fielmente cumprido pelas partes, sob pena de responsabilização no caso
de inadimplemento, podendo o inadimplente sofrer uma execução patrimonial.

O da relatividade dos efeitos do negócio jurídico contratual, já que o


contrato normalmente vincula exclusivamente as partes participantes, ou seja,
não atinge terceiras pessoas, estranhas a relação contratual.
Todos estes princípios contratuais estão ligados ao do respeito e proteção à
dignidade da pessoa humana, dando proteção jurídica aos contratantes para que
através de seus contratos efetivem a função social da propriedade, do contrato e
a justiça social.

7
Sem esquecer, no entanto, que para determinados contratos (para que sejam válidos) há a
exigência de certas formalidades legais.

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VUNESP 2016/TJM-SP/ Juiz de Direito Substituto. A boa-fé a ser


observada na responsabilidade pré- -contratual é a objetiva, haja vista que esta
diz respeito ao dever de conduta que as partes possuem, podendo a empresa
desistente arcar com a reparação dos danos, se comprovados, sem qualquer
obrigação de contratar.
Gabarito correto.

O artigo 423 nos traz a figura do contrato de adesão.

“Acho que eu já ouvi falar disto.”

Sim, provavelmente você já se deparou com um contrato deste tipo. O


contrato de adesão é aquele em que apenas uma das partes estipula as
cláusulas e o modo como será o contrato.
Cabendo à outra parte – que é chamada de aderente (você ☺), apenas aderir
a este contrato, ou seja, aceitar as “regras” pré-estabelecidas. O contrato de
adesão contrapõe-se, deste modo, ao chamado contrato paritário8, pois
neste as partes discutem livremente as condições.
Como exemplos de contratos de adesão, temos aqueles contratos que
assinamos (quando assinamos) para receber um cartão de crédito e para
formalizar determinados seguros.
Acreditamos que você nunca presenciou alguém, no momento de assinar um
contrato deste tipo, discutindo as cláusulas com o gerente do banco ou com o
corretor, não é mesmo? O contrato já chega pronto, fazemos apenas a adesão.

Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias,


dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.

Portanto, quando o contrato de adesão contiver cláusulas ambíguas ou


contraditórias, caberá ao intérprete, no momento de apreciá-las, adotar a
interpretação mais favorável ao aderente (nada mais justo, uma vez que ao
aderente “não é permitido” discutir as cláusulas deste tipo de contrato).

8
O contrato paritário é do tipo tradicional. Nele as partes estão em situação de igualdade, pois
discutem as condições do contrato.

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“Nesta fase de negociações não há ainda a responsabilização


civil?”

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A proposta constitui uma declaração inicial de vontade e cuja finalidade é a
realização de um contrato. A oferta de contrato, em regra, obriga o proponente.

➢ A proposta.
Pode-se dizer que a proposta é uma declaração receptícia de vontade, que
se dirige de uma pessoa para a outra e na qual se manifesta a intenção de se
considerar vinculada se a outra parte aceitar.

Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos
termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.

TRT 4º Região 2016/TRT - 4ª REGIÃO (RS)/Juiz do Trabalho


Substituto. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não
resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.
Gabarito correto.

TRT 4º Região 2016/TRF - 4ª REGIÃO/ Juiz Federal Substituto. A


proposta de contrato obriga o proponente se o contrário não resultar dos termos
dela, da natureza do negócio ou das circunstâncias do caso, salvo, entre outras
hipóteses, se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita.
Gabarito correto.

Nesta fase da formação do contrato, quem faz a proposta é chamado de


proponente (ou policitante), já quem aceita é chamado de destinatário (ou
oblato). De acordo com o artigo 427, visto acima, o proponente não pode
retirar a proposta sem explicações sob pena de responder por perdas e danos.

É importante destacar que este não é um preceito absoluto, uma vez que
existem situações em que a proposta não obrigará o proponente, quais
sejam: ¹quando tratar-se apenas de um convite a contratar (lá na fase das
negociações preliminares); ²quando na própria proposta contiver uma cláusula
afirmando que a proposta não é obrigatória; ou ³quando o contrário não resultar
da natureza do negócio ou das circunstâncias do caso.

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Aula 07 – Profa Aline Baptista Santiago

FAFIPA 2016/Câmara de Cambará/Procurador Jurídico. Pode


revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada
essa faculdade na oferta realizada.
Gabarito correto.

UECE-CEV 2016/DER-CE/Procurador Autárquico. A oferta ao público


equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se
o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.
Gabarito correto.

➢ A aceitação.
A aceitação vem a ser a manifestação da vontade, expressa ou tácita, por
parte do destinatário (ou oblato). A aceitação deve ser feita dentro do prazo
proposta, chegando oportunamente ao conhecimento do ofertante. Ao aceitar a
proposta o aceitante adere a todos os seus termos.
Segundo Mosset13: “A aceitação é uma declaração unilateral de vontade,
receptícia, destinada ao proponente e dirigida a celebração do contrato.”

Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento


do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder
por perdas e danos.

Se a aceitação chegar fora do prazo, por circunstâncias imprevistas, o


proponente deverá comunicar imediatamente ao aceitante sobre o atraso, para
se precaver de possíveis prejuízos por conta da não conclusão do contrato. Se
não tomar tal providência corre o risco de responder por perdas e danos 14.

Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará
nova proposta.

13
Mosset, Contratos, p 105. Em Nelson Nery Júnior, Código Civil Comentado, Revista dos
Tribunais, 8ª ed., pág. 566.
14
CC Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao
credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.

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Perceba que o contrato preliminar tem por objetivo delinear os


contornos do contrato definitivo, gerando, inclusive, direitos e deveres para
as partes, pois estas assumem uma obrigação, a de fazer o contrato final.
Trata-se de uma promessa de contratar.

Estipulação em favor de terceiro (arts. 436 a 438).


De acordo com Carlos Roberto Gonçalves17: “Dá-se a estipulação em favor
de terceiros, pois, quando, no contrato celebrado entre duas pessoas,
denominadas estipulante e promitente, convenciona-se que a vantagem
resultante do ajuste reverterá em benefício de terceira pessoa, alheia à
formação do vínculo contratual”. (gc ifos nossos)

Na estipulação em favor de terceiro (como o próprio nome diz) existirá uma


terceira pessoa. Temos, então, a presença de três figuras, que são: o
estipulante – aquele que estipula em benefício da terceira pessoa; o
promitente – aquele que se obriga a cumprir o acordo em favor do beneficiário;
e o beneficiário (que é o terceiro) - a pessoa determinada ou indeterminada
que receberá o benefício. É importante destacar que embora a validade do
contrato não esteja subordinada a vontade do beneficiário, o mesmo não
podemos afirmar com relação à eficácia do negócio, porque, neste caso, será
necessária a aceitação por parte daquele que se beneficia 18.

Um exemplo bastante comum de contrato em favor de terceiro é


aquele que beneficia em um seguro, uma terceira pessoa, que não participou
diretamente da relação, do vínculo, contratual. O terceiro não é parte no contrato.
Ainda explicaremos o contrato de seguro, mas haverá uma exceção, trata-
se de uma impossibilidade de se estipular em favor de terceiro, no concubinato.

Art. 793. É válida a instituição do companheiro como beneficiário, se ao tempo do


contrato o segurado era separado judicialmente, ou já se encontrava separado de fato.

Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação.

17
Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Esquematizado, 2ª ed.
18
Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro 3, ed. Saraiva, 9ª ed.

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Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é
permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele
anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438.

O art. 436 dá ao estipulante o poder de exigir o cumprimento da obrigação


por parte do promitente.
O beneficiário também poderá exigir o cumprimento do contrato, isto se este
direito não estiver vedado expressamente no próprio contrato e desde que o
estipulante não o tenha substituído, conforme o autoriza o art. 438.

Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado


no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante.
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de
última vontade.

Assim, o beneficiário substituído perderá todo e qualquer direito que lhe fora
conferido, não cabendo nenhuma indenização.

Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de


reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.

Deste modo, o estipulante tem o direito de substituir tanto o beneficiário


como também de substituir, exonerando o promitente da obrigação. Caso isso
venha a acontecer – exoneração do promitente, a estipulação em favor de
terceiro ficará sem efeito. Mas se for autorizado ao beneficiário reclamar a
execução do contrato, o estipulante não poderá exonerar o promitente.

Da Promessa de Fato de Terceiro (art. 439 e 440).


Neste caso, o promitente se compromete a conseguir que terceira
pessoa assuma uma obrigação, seja ela obrigação de fazer, de não fazer, ou
de dar alguma coisa. Observe que o terceiro de quem se quer alguma coisa não
faz parte diretamente do contrato.

Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos,
quando este o não executar.
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do
promitente, ¹dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e ²desde que, pelo
regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.
Assim, se o terceiro não efetuar a obrigação pretendida pelas partes o
promitente responderá com uma indenização por perdas e danos. O parágrafo

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único traz a exceção de tal responsabilidade, no caso de o terceiro ser o
cônjuge do promitente.

CONSULPLAN 2016/TJ-MG/ Titular de Serviços de Notas e de


Registros. “A” promete a “B” que “C” irá prestar-lhe serviço, e “B”, com base
nesse compromisso, celebra contrato de promessa de fato de terceiro.
Gabarito correto.

AOCP 2016/CASAN/Advogado. Nenhuma obrigação haverá para quem


se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à
prestação.
Gabarito correto.

Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este,
depois de se ter obrigado, faltar à prestação.

Quando o terceiro se comprometer a efetuar a obrigação a situação


se modifica. Neste caso, não haverá para o promitente qualquer
responsabilização. Quando o terceiro aceitar a obrigação que o promitente lhe
propôs, ele deixa de ser estranho à relação jurídica e, agora, recairá sobre ele
uma eventual indenização.

Dos Vícios Redibitórios (art. 441 a 446).


De acordo com Carlos Roberto Gonçalves19: “Vícios redibitórios são os
defeitos ocultos em coisa recebida em virtude de contrato comutativo20, que a
tornam ¹imprópria ao uso a que se destina ou ²lhe diminuem o valor”
(grifos nossos).

Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por
vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe
diminuam o valor.

19
Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Esquematizado, 2ª ed.
20
Contrato comutativo é aquele contrato oneroso em que a prestação corresponde a uma
contraprestação, que é certa e determinada.

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Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.

Deste modo, a pessoa que adquire uma coisa que contenha um vício ou
defeito oculto, que a tornem imprópria para o uso ou lhe diminuam o valor,
poderá ajuizar uma ação redibitória para a rejeição da coisa e a devolução do
valor pago, com a devolução da coisa a seu antigo dono.
Poderá também propor uma ação estimatória, para o caso de o defeito oculto
diminuir o valor da coisa, onde pedirá a devolução de parte do valor que pagou
como abatimento.

Segundo o parágrafo único do art. 441, as disposições aplicáveis aos vícios


e defeitos cultos também são aplicáveis quando o negócio se deu por
doações onerosas. Doações onerosas são aquelas em que o doador impõe ao
beneficiário uma incumbência ou dever, há, por exemplo, um encargo. Este tipo
de doação, nos termos do art. 539, deve ter aceitação expressa pelo beneficiário
(donatário).

CONSULPLAN 2016/TJ-MG/ Titular de Serviços de Notas e de


Registros. A coisa recebida em virtude de doações onerosas pode ser enjeitada
por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada,
ou lhe diminuam o valor.
Gabarito correto.

VUNESP 2016/Prefeitura de Sertãozinho – SP/Procurador


Municipal. Admite-se, nas doações com encargo, a rescisão contratual com
fundamento na existência de vício redibitório.
Gabarito correto.

Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente
reclamar abatimento no preço.

Este artigo apresenta uma opção ao adquirente da coisa. Assim, se o


adquirente da coisa que contém vício redibitório quiser, em vez de tornar sem
efeito o contrato e pedir o valor da coisa de volta, poderá pedir o abatimento do
valor pago, através de uma ação estimatória, permanecendo o bem em seu
poder.

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Estes dois prazos volta e meia aparecem nas provas, vamos utilizar esta
dica para memorização:
Logo após passar no concurso, com seu primeiro vencimento você resolve
comprar um carro (bem móvel) e um apartamento (bem imóvel). Caso existam
defeitos ocultos, você terá 30 dias para reclamar com relação ao carro e um ano
para reclamar com relação ao apartamento. E um detalhe, digamos que você já
estava de posse destes bens, neste caso os prazos contam da alienação e são
reduzidos pela metade.

§ 1º. Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o
prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de
cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
§ 2º. Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão
os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o
disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.

Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de


garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias
seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.

Assim, se houver garantia da coisa, e o defeito aparecer após a coisa ser


adquirida, esta garantia impede que os prazos de decadência previstos no art.
445, comecem a correr. Somente começarão a correr após o término da garantia.
No caso do vendedor não solucionar o defeito, aí sim poderá o adquirente ajuizar
a ação redibitória ou a estimatória.

Da Evicção (arts. 447 a 457).


Segundo Carlos Roberto Gonçalves: “Evicção é a perda da coisa em
virtude de sentença judicial, que a atribui a outrem por causa jurídica
preexistente ao contrato”21. (grifos nossos)

Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta
garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.

21
Carlos Roberto Gonçalves Direito Civil Esquematizado, 2ª ed.

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alienante, se a coisa sofreu depreciação poderá o alienante pagar um valor menor
ao evicto.
Quando a evicção for parcial o valor a ser restituído também será o da
época que se deu a evicção, e a indenização será proporcional à parte que se
perdeu.

Art. 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa alienada esteja
deteriorada, exceto havendo dolo do adquirente.

Por este artigo, a responsabilidade do alienante persiste, mesmo que a


coisa esteja deteriorada. Só estará isento desta responsabilidade, se o evicto agiu
de má-fé com o intuito de prejudicar o evictor e o alienante, de forma dolosa.

Art. 452. Se o adquirente tiver auferido vantagens das deteriorações, e não tiver
sido condenado a indenizá-las, o valor das vantagens será deduzido da quantia que lhe
houver de dar o alienante.

Imaginemos que João era dono de uma casa, e que resolveu transformá-
la. E durante esta transformação vendeu portas e janelas que não iria mais usar.
Aqui vamos ter duas situações: se João – que obteve vantagens com a venda,
for condenado por sentença judicial a indenizar o evictor por conta da
transformação da casa, terá ele direito de receber do alienante o valor total da
casa perdida por evicção. Porém, se João que obteve vantagens com a venda das
portas e janelas, e não foi condenado a restituir este valor ao evictor, o valor a
ser ressarcido pelo alienante sofrerá um abatimento.

Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção,
serão pagas pelo alienante.

Este artigo nos traz uma situação diferente. Onde o evicto será indenizado
pelo evictor pelas benfeitorias necessárias ou úteis que fez na coisa e que não
foram abonadas22. Este valor entrará na conta de indenização que será paga
pelo alienante, que por sua vez poderá ingressar com uma ação regressiva contra
o evictor.

Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo
alienante, o valor delas será levado em conta na restituição devida.

22
Quer dizer que não foram reembolsadas na sentença.

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Neste caso, as benfeitorias foram feitas pelo alienante, e se entraram na


conta da indenização – foram abonadas, portanto, o alienante poderá descontar
o valor referente a tais benfeitorias, do total a ser pago ao evicto. Se as
benfeitorias não foram abonadas na sentença, deverão ser pagas pelo evictor
para o alienante.

Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a
rescisão do contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque
sofrido. Se não for considerável, caberá somente direito a indenização.

Se a evicção for parcial, mas a perda for considerável, o evicto poderá optar
pela rescisão contratual, e neste caso deverá devolver a coisa ao alienante, no
mesmo estado que a recebeu, e o alienante restituirá o preço pago. Se o evicto
optar pela restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido, este
valor será calculado proporcionalmente ao valor da coisa no tempo da evicção.

Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará
do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe
determinarem as leis do processo.
Parágrafo único. Não atendendo o alienante à denunciação da lide, e sendo manifesta a
procedência da evicção, pode o adquirente deixar de oferecer contestação, ou usar de
recursos.
Este artigo foi revogado pela Lei nº 13.105/15.

Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia
ou litigiosa.

Este é o caso em que o adquirente não está protegido da evicção, porque


sabia que a coisa era de outra pessoa, que não pertencia ao alienante, ou que
era objeto de litígio judicial, agiu de má-fé, portanto terá direito somente ao valor
que pagou pela coisa.

Dos Contratos Aleatórios (art. 458 a 461).


Contrato aleatório (ou contrato de sorte) é aquele que envolve uma álea –
envolve um risco. É oneroso, em que uma ou ambas as prestações das partes
estão na dependência de um evento futuro e incerto. O exemplo clássico deste
tipo de contrato é o seguro.

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Art. 459. Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e
o alienante restituirá o preço recebido.

Assim, se nada vier a existir da coisa comprada, haverá falta do objeto


e será nulo o contrato e o alienante deverá devolver o valor que foi recebido.

Para melhor compreensão vamos usar outro exemplo: Imagine uma


colheita de morangos! Se o adquirente quiser comprar a colheita futura, qualquer
que seja a quantidade, mesmo se menor que a esperada, terá ele que aceitar.
Porém, se nada for colhido, existirá falta do objeto do contrato e, como sabemos,
o objeto é um dos requisitos básicos do contrato, sendo assim, este será nulo.

Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas
expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a
todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato.

O caso deste artigo é aquele em que o contrato tem por objeto coisas já
existentes, mas que estão expostas a riscos. Se mesmo assim o adquirente quiser
a coisa, com a incerteza da existência da coisa no dia do contrato, o alienante
terá direito a receber o preço integral.

Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada
como dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a
consumação do risco, a que no contrato se considerava exposta a coisa.

Deste modo, a venda aleatória de coisa sujeita a risco poderá ser


anulada se o adquirente provar que a conduta do alienante foi dolosa –
porque tinha conhecimento, quando da conclusão do contrato, de que a coisa já
não mais existia e que, mesmo sabendo da inexistência da coisa, no todo ou em
parte, omitiu dolosamente tal fato.

Do Contrato com Pessoa a Declarar (art. 467 a 471).


No art. 467, temos o caso da permissão legal para que um dos contratantes
possa inserir no contrato cláusula que permitirá a inclusão de outra pessoa para
substituí-lo na relação contratual. Esta outra pessoa (um terceiro) poderá adquirir
os direitos e assumir as obrigações decorrentes do contrato, desde o momento
em que foi celebrado.

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Art. 467. No momento da conclusão do contrato, pode uma das partes reservar-se a
faculdade de indicar a pessoa que deve adquirir os direitos e assumir as obrigações
dele decorrentes.

A pessoa escolhida para a substituição poderá aceitar ou não, no entanto,


uma vez aceitando, assumirá o lugar da parte nomeante, ficando responsável por
todas as obrigações deste o início do contrato.
Se a pessoa indicada recusar esta inclusão ou o nomeante não indicar pessoa
para substituí-lo, o contrato ficará valendo, mas entre as partes originais.

Art. 468. Essa indicação deve ser comunicada à outra parte no prazo de cinco dias
da conclusão do contrato, se outro não tiver sido estipulado.
Parágrafo único. A aceitação da pessoa nomeada não será eficaz se não se revestir da
mesma forma que as partes usaram para o contrato.

Esta comunicação é importante para que torne eficaz a cláusula, e não se


prolongue a incerteza. Importante você notar também que, por exemplo, se para
o contrato foi exigido documento público, a aceitação também deve ser feita por
instrumento público.

Atenção: o contrato permanecerá válido entre as partes originais se a


nomeação não for eficaz, por não ter a mesma forma do contrato.

Art. 469. A pessoa, nomeada de conformidade com os artigos antecedentes, adquire os


direitos e assume as obrigações decorrentes do contrato, a partir do momento em que
este foi celebrado.

Este artigo reforça o conteúdo do art. 467, a aceitação tem efeito ex tunc
– ou seja, retroage ao início do contrato, ao momento da celebração.

Art. 470. O contrato será eficaz somente entre os contratantes originários:


I - se não houver indicação de pessoa, ou se o nomeado se recusar a aceitá-la;

Caso já comentado, se não for feita a nomeação no prazo de cinco dias


contados desde a celebração do contrato, ou no prazo acordado entre as partes,
ou se feita a nomeação dentro do prazo, o nomeado não aceitar. Em ambos os
casos a cláusula de reserva de nomeação ficará sem efeito, permanecendo o
contrato válido e eficaz entre as partes originárias.

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II - se a pessoa nomeada era insolvente, e a outra pessoa o desconhecia no
momento da indicação.

Art. 471. Se a pessoa a nomear era incapaz ou insolvente no momento da


nomeação, o contrato produzirá seus efeitos entre os contratantes originários.

Da Extinção do Contrato (art. 472 a 480).


Os contratos seguem uma ordem, ou seja, têm sua origem (em um acordo
de vontades); posteriormente, produzem seus efeitos; e, por fim, extinguem-
se.
Esta extinção, em regra, dá-se pelo cumprimento da obrigação acordada,
que satisfaz o credor e libera o devedor.

➢ Do distrato (arts. 472 e 473).


O distrato é um acordo entre as partes contratantes com o objetivo de
dissolver o contrato antes pactuado.

Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.

De acordo com o artigo 472, temos, por exemplo, que se para a formação
do contrato era exigida a escritura pública, para o distrato também haverá a
mesma exigência. O distrato seguirá a forma do contrato.

Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente
o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte.

Deste modo, a resilição unilateral24 pode ocorrer em determinados


contratos, desde que a lei permita, sendo feita através de notificação à outra
parte.

Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver
feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só
produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos
investimentos.

24
Resilição unilateral é meio de extinção do contrato por vontade de uma das partes.

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“O que isto exatamente quer dizer?”

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           
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          
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   
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  –    
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         
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             


Civil do Conselho da Justiça Federal, que assim dispõe: “O adimplemento
         
            
a aplicação do art. 475”.

          


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       
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        
           
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 

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           
         
          
            
           
          
 

   
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Teoria e Questões
Aula 07 – Profa Aline Baptista Santiago

CESPE 2015/TRE-RS/Analista Judiciário - Judiciária. Contrato é o


negócio jurídico resultante de mútuo consenso, capaz de criar, modificar ou
extinguir direitos e obrigações para os contratantes. Quando descumprido,
alguns efeitos daí emergem, entre eles, a resolução. Segundo entendimento do
STJ, o adimplemento substancial do contrato não autoriza o credor a resolver
unilateralmente o negócio jurídico.
Gabarito correto.

ESPP 2012/TRT - 9ª REGIÃO (PR)/Juiz do Trabalho. Edilson Valente


contratou em 4/11/2000 apólice de seguro com Mutualidade de Curitiba Vida e
Previdência S/A no valor de R$ 42.000,00, indicando como beneficiária sua
esposa Magna Pimenta Valente. No contrato, havia cláusula prevendo que para o
recebimento da indenização seria necessário o implemento de todas as
contribuições vencidas anteriormente ao evento coberto. Edilson pagou
tempestivamente as parcelas mensais relativas ao seguro até 30/4/2009. De
maio a outubro de 2009, deixou de pagar essas parcelas. No dia 20/11/2009,
Edilson quitou todas as parcelas atrasadas com as respectivas multas, juros e
correção monetária. A Mutualidade de Curitiba Vida e Previdência S/A, contudo,
devolveu os valores pagos a Edilson, sob o fundamento de que o contrato fora
cancelado administrativamente, embora não tenha avisado anteriormente a
Edilson. Edilson veio a falecer em 10/02/2010: Incide a teoria do
adimplemento substancial, que visa a impedir o uso desequilibrado do direito
de resolução por parte do credor, em prol da preservação da avença, com vistas
à realização dos princípios da boa-fé e da função social do contrato.
Gabarito correto.

➢ Da Exceção de Contrato não Cumprido (arts. 476 e 477).


Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua
obrigação, pode exigir o implemento da do outro.
De acordo com este artigo, nos contratos bilaterais existem direitos e
obrigações para ambas as partes. Assim, nenhum dos contratantes poderá exigir
do outro o cumprimento da obrigação se ele mesmo não cumpriu com a sua.

FUMARC 2016/Prefeitura de Matozinhos - MG/Advogado. A exceção


do contrato não cumprido determina que, em se tratando de contratos bilaterais,

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um contratante não poderá exigir o implemento de obriga- ção do outro
contratante sem antes cumprir a sua.
Gabarito correto.

VUNESP 2016/IPSMI/ Procurador. Nos contratos bilaterais, nenhum


dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento
da do outro. Tal disposição trata de exceção de contrato não cumprido.
Gabarito correto.

Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes
diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação
pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que
aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la.

Este artigo autoriza a uma das partes, mediante a incerteza de que a outra
parte cumprirá com sua obrigação, que suspenda o adimplemento de sua
parte na obrigação, até que a outra cumpra com a sua obrigação, ou que preste
garantia bastante de que vai satisfazê-la.

➢ Da Resolução por Onerosidade Excessiva (arts. 478 a 480).


Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma
das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra,
em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor
pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data
da citação.

Este artigo apresenta outra forma de se acabar com um contrato, ela ocorre
quando, em um contrato, a prestação se torna muito onerosa para uma das
partes, sem a contrapartida da outra. Esta onerosidade deve ser em virtude de
acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, consagrando a chamada
teoria da imprevisão. Não basta que ocorra um evento extraordinário ele
precisa ser imprevisível25.
Assim, diante desses acontecimentos, poderá o devedor pedir a resolução
contratual por onerosidade excessiva. Este pedido será analisado pelo juiz, que,
tomando por base a situação, decidirá se existem ou não os requisitos da
onerosidade excessiva.

25
A inflação por ser considerada “previsível” não é motivo para revisão dos contratos.

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Teoria e Questões
Aula 07 – Profa Aline Baptista Santiago

Atenção: as prestações que já foram pagas não podem ser revistas na


ação por onerosidade excessiva, e as que foram pagas durante o curso do
processo poderão ser modificadas com a prolação da sentença.

Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá
ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim
de evitar a onerosidade excessiva.

Neste caso trata-se de um contrato unilateral, em que a ação é preventiva,


ou seja, é para evitar que o contrato se torne muito oneroso para a parte
devedora.

Espécies de contratos (arts. 481 a 853).


➢ Compra e venda (arts. 481 a 532).
Este é um dos principais contratos apresentados pelo código civil, é
também um contrato bastante comum no cotidiano das pessoas.

Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, ¹um dos contratantes se obriga a transferir
o domínio de certa coisa, e ²o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro.

Caio Mário da Silva Pereira27 assim apresentava o contrato de compra e


venda: “É o contrato em que uma pessoa (vendedor) se obriga a transferir
a outra (comprador) a propriedade de uma coisa corpórea ou incorpórea,
mediante o pagamento de certo preço em dinheiro ou valor fiduciário
correspondente”.
Assim, são elementos essenciais do contrato de compra e venda: ¹a
coisa (ou res); ²o preço; e ³o consentimento das partes.
Sobre este assunto temos o art. 482:
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde
que as partes acordarem no objeto e no preço.

O consenso, ao lado do preço e da coisa, é elemento essencial à compra e


venda. Logo, é o aceite, face à proposta de venda da coisa, que faz com que o
contrato se aprimore nos termos da lei.

27
Caio Mario da Silva Pereira, Instituições de direito Civil, volume I, 25 ed.

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“O que isto quer dizer?”

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reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate,
se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias
necessárias.

Assim, de acordo com o artigo 505, a retrovenda é a cláusula pela qual o


vendedor se reserva o direito de reaver, no prazo máximo de três anos, o
imóvel alienado. Desta forma, o comprador terá uma propriedade resolúvel32,
que poderá se extinguir no momento em que o vendedor exercer o seu direito de
reaver o bem. Isto ocorre mediante uma declaração unilateral de vontade (do
vendedor), sem ter que obedecer a nenhuma forma especial.

Art. 506. Se o comprador se recusar a receber as quantias a que faz jus, o vendedor,
para exercer o direito de resgate, as depositará judicialmente.
Parágrafo único. Verificada a insuficiência do depósito judicial, não será o vendedor
restituído no domínio da coisa, até e enquanto não for integralmente pago o comprador.

No caso de resistência por parte do comprador, cabe ao vendedor


depositar judicialmente o valor, para assim, garantir o direito de resgate do bem.
É condição para que a retrovenda se opere: que o depósito seja real, completo e
efetivo face às despesas de contrato, benfeitorias necessárias e valor da coisa
vendida, além, daquelas despesas contratualmente ajustadas. Se o depósito for
insuficiente ou incompleto, não será o vendedor restituído ao domínio da coisa.

Art. 507. O direito de retrato, que é cessível e transmissível a herdeiros e legatários,


poderá ser exercido contra o terceiro adquirente.

O direito é o direito relacionado à retrovenda, este não é suscetível de cessão


por ato inter vivos, isto porque é direito personalíssimo do vendedor, entretanto,
conforme verificamos no artigo 507, passa para seus herdeiros ou legatários.
Assim, a retrovenda é cessível e transmissível por ato causa mortis, e
poderá ser exercido contra terceiro adquirente33.

32
Propriedade resolúvel é aquela que está na pendência de uma condição resolutiva.
CC Art. 1.359. Resolvida a propriedade pelo implemento da condição ou pelo advento do termo,
entendem-se também resolvidos os direitos reais concedidos na sua pendência, e o proprietário,
em cujo favor se opera a resolução, pode reivindicar a coisa do poder de quem a possua ou
detenha.
Art. 1.360. Se a propriedade se resolver por outra causa superveniente, o possuidor, que a tiver
adquirido por título anterior à sua resolução, será considerado proprietário perfeito, restando à
pessoa, em cujo benefício houve a resolução, ação contra aquele cuja propriedade se resolveu
para haver a própria coisa ou o seu valor.
33
Terceiro adquirente é a pessoa que comprou o imóvel do comprador original que havia feito o
contrato com a cláusula de retrovenda.

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Art. 508. Se a duas ou mais pessoas couber o direito de retrato sobre o mesmo imóvel,
e só uma o exercer, poderá o comprador intimar as outras para nele acordarem,
prevalecendo o pacto em favor de quem haja efetuado o depósito, contanto que seja
integral.

Havendo pluralidade de sujeitos com direito de retrato sob o mesmo imóvel,


é imprescindível a intimação de cada um deles, para que se pronunciem a
respeito. O correndo recusa o retrato poderá ser exercido apenas pelo
interessado, que fara prevalecer seu direito de recomprar o bem, desde que seja
depositado o preço de forma integral.

➢ Venda a contento.
Art. 509. A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob
condição suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará
perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado.

A venda a contento é uma cláusula que subordina o contrato à


manifestação do comprador. Esta cláusula confere ao comprador o direito de
primeiramente apreciar a coisa e posteriormente recusá-la unilateralmente, se
assim quiser. O contrato deve marcar um prazo para a manifestação do
adquirente, caso contrário deverá haver notificação judicial ou extrajudicial para
a resposta do comprador.

Art. 510. Também a venda sujeita a prova presume-se feita sob a condição suspensiva
de que a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo vendedor e seja idônea para o fim
a que se destina.
A venda sujeita a prova também dá ao contrato de compra e venda efeito
suspensivo. Mas difere da venda a contento, porque a coisa será entregue para
que o adquirente verifique se possui certas características e qualidades face à
sua utilidade e eficiência. A recusa neste caso precisa ser justificada. Assim como
ocorre na venda a contento, deve haver previsão de prazo para a resposta no
contrato.

Art. 511. Em ambos os casos, as obrigações do comprador, que recebeu, sob condição
suspensiva, a coisa comprada, são as de mero comodatário, enquanto não manifeste
aceitá-la.

Assim, tanto ¹na venda a contento como ²na sujeita a prova, a


manifestação do adquirente sobre a coisa deve ser expressa, pois é a partir
desta manifestação que o contrato se aprimora, enquanto não houver
manifestação o comprador é visto como mero comodatário.

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Art. 512. Não havendo prazo estipulado para a declaração do comprador, o vendedor
terá direito de intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente, para que o faça em prazo
improrrogável.

Este artigo vem reforçar o que já dissemos antes, trata-se da


importância da manifestação do comprador para que o contrato se realize.
Como o vendedor não pode ficar à mercê da vontade exclusiva do comprador,
caso não haja em contrato prazo para esta manifestação, poderá intimá-lo judicial
ou extrajudicialmente.

É importante destacar que o direito resultante dos contratos


celebrados a contento ou sujeitos à prova é personalíssimo, devendo o próprio
adquirente se manifestar, assim, se ocorrer sua morte o contrato se resolve, não
há transferência de tal direito para os sucessores. O mesmo não ocorre se falecer
o vendedor.

➢ Da preempção ou preferência.
Art. 513. A preempção, ou preferência, impõe ao comprador a obrigação de oferecer
ao vendedor a coisa que aquele vai vender, ou dar em pagamento, para que este use
de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto.
Parágrafo único. O prazo para exercer o direito de preferência não poderá exceder a
cento e oitenta dias, se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel.

A preempção resulta de cláusula, inserida no contrato, que garante ao


vendedor direito de preferência na reaquisição da coisa vendida, em igual
condição com terceiro comprador. É um pacto que se estipula em favor do
vendedor primitivo, que terá direito de preferência, caso o adquirente resolva
vender ou dar em pagamento o bem. A preempção é direito pessoal, portanto,
intransmissível seja por ato inter vivos ou por causa mortis.

Art. 514. O vendedor pode também exercer o seu direito de prelação, intimando o
comprador, quando lhe constar que este vai vender a coisa.

Assim como o antigo adquirente da coisa, móvel ou imóvel deve oferecer o


bem ao seu antigo proprietário, este, ao ter conhecimento de que ela será
alienada, pode intimar o vendedor a oferecer-lhe, respeitada a mesma proposta
feita a terceiro.

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Art. 515. Aquele que exerce a preferência está, sob pena de a perder, obrigado a
pagar, em condições iguais, o preço encontrado, ou o ajustado.

O exercício do direito de preferência sujeita seu titular a submeter-se às


condições definidas pelo vendedor. Deste modo, o preço e as condições de
pagamento podem ser definidos livremente pelo atual dono da coisa.

Art. 516. Inexistindo prazo estipulado, o direito de preempção caducará, se a coisa


for móvel, não se exercendo nos três dias, e, se for imóvel, não se exercendo nos
sessenta dias subsequentes à data em que o comprador tiver notificado o vendedor.

Os prazos deste artigo estabelecem a decadência no direito de preferência,


quando este não estiver previamente estipulado. O prazo legal poderá ser
dilatado ou reduzido conforme ajustado contratualmente.

Art. 517. Quando o direito de preempção for estipulado a favor de dois ou mais
indivíduos em comum, só pode ser exercido em relação à coisa no seu todo. Se alguma
das pessoas, a quem ele toque, perder ou não exercer o seu direito, poderão as demais
utilizá-lo na forma sobredita.

Havendo mais de um sujeito com direito à preempção, todos deverão ser


individualmente notificados, porque cada qual poderá exercer seu direito
potestativo. Desta forma, se alguns perderem o direito, ou mesmo não se
interessarem pelo seu exercício, outros poderão fazê-lo.

Art. 518. Responderá por perdas e danos o comprador, se alienar a coisa sem ter
dado ao vendedor ciência do preço e das vantagens que por ela lhe oferecem.
Responderá solidariamente o adquirente, se tiver procedido de má-fé.

O desrespeito ao direito de preferência dá ensejo ao pedido de


indenização por parte do antigo proprietário da coisa.

Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por
interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em
obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual
da coisa.

O direito de preempção subsiste a desapropriação do bem pelo poder


público. E se este bem não for utilizado para o destino que se desapropriou, cabe
ao poder público oferecer preferencialmente o imóvel ao expropriado pelo preço

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da expropriação. Esta é a chamada retrocessão. Se o poder público desrespeitar
a preferência, pode o expropriado pedir perdas e danos.

Art. 520. O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros.

Como já havíamos destacado, o direito de preferência confere ao seu


titular um direito pessoal.

➢ Da venda com reserva de domínio.


Art. 521. Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade, até
que o preço esteja integralmente pago.

A reserva de domínio se dá quando se estipula em contrato de compra e


venda que o vendedor reserva para si a propriedade e a posse indireta, isso,
até o momento em que se realize o pagamento integral do preço.

Art. 522. A cláusula de reserva de domínio será estipulada por escrito e depende
de registro no domicílio do comprador para valer contra terceiros.
Art. 523. Não pode ser objeto de venda com reserva de domínio a coisa insuscetível de
caracterização perfeita, para estremá-la de outras congêneres. Na dúvida, decide-se a
favor do terceiro adquirente de boa-fé.

A coisa vendida deve ser perfeitamente caracterizada e individualizada. Esta


regra visa proteger o terceiro adquirente de boa-fé, mas também reforça a ideia
de que o comprador, mesmo após entrar na posse da coisa, terá condição de
mero possuidor, até que o preço seja integralmente pago, quando então poderá
tornar-se proprietário.

Art. 524. A transferência de propriedade ao comprador dá-se no momento em que o


preço esteja integralmente pago. Todavia, pelos riscos da coisa responde o
comprador, a partir de quando lhe foi entregue.
Art. 525. O vendedor somente poderá executar a cláusula de reserva de domínio após
constituir o comprador em mora, mediante protesto do título ou interpelação judicial.

É pressuposto para a execução da cláusula que dá direito ao alienante de


retomar o bem, a constituição do devedor em mora.

Art. 526. Verificada a mora do comprador, poderá o vendedor ¹mover contra ele a
competente ação de cobrança das prestações vencidas e vincendas e o mais que lhe for
devido; ou ²poderá recuperar a posse da coisa vendida.

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Deste modo, em caso de mora do comprador, restarão ao vendedor duas


opções: propor ¹uma ação de cobrança ou ²uma ação de reintegração.

Art. 527. Na segunda hipótese do artigo antecedente, é facultado ao vendedor reter as


prestações pagas até o necessário para cobrir a depreciação da coisa, as despesas feitas
e o mais que de direito lhe for devido. O excedente será devolvido ao comprador; e o
que faltar lhe será cobrado, tudo na forma da lei processual.
Art. 528. Se o vendedor receber o pagamento à vista, ou, posteriormente, mediante
financiamento de instituição do mercado de capitais, a esta caberá exercer os direitos e
ações decorrentes do contrato, a benefício de qualquer outro. A operação financeira e a
respectiva ciência do comprador constarão do registro do contrato.

Assim, se o vendedor receber o valor da coisa à vista, através de


financiamento fornecido ao adquirente por instituição financeira, a ela se
transferirá toda a legitimidade material e processual para exercer os direitos
outorgados pelo contrato.

➢ Da venda sobre documentos.


Art. 529. Na venda sobre documentos, a tradição da coisa é substituída pela entrega
do seu título representativo e dos outros documentos exigidos pelo contrato ou,
no silêncio deste, pelos usos.
Parágrafo único. Achando-se a documentação em ordem, não pode o comprador recusar
o pagamento, a pretexto de defeito de qualidade ou do estado da coisa vendida, salvo
se o defeito já houver sido comprovado.

A venda sobre documentos possibilita que o contrato se aprimore mesmo


sem a efetiva tradição da coisa.

Art. 530. Não havendo estipulação em contrário, o pagamento deve ser efetuado na
data e no lugar da entrega dos documentos.

Art. 531. Se entre os documentos entregues ao comprador figurar apólice de seguro que
cubra os riscos do transporte, correm estes à conta do comprador, salvo se, ao ser
concluído o contrato, tivesse o vendedor ciência da perda ou avaria da coisa.
Art. 532. Estipulado o pagamento por intermédio de estabelecimento bancário, caberá a
este efetuá-lo contra a entrega dos documentos, sem obrigação de verificar a coisa
vendida, pela qual não responde.
Parágrafo único. Nesse caso, somente após a recusa do estabelecimento bancário a
efetuar o pagamento, poderá o vendedor pretendê-lo, diretamente do comprador.

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O banco não terá nenhuma responsabilidade de verificação da existência e
integralidade do bem vendido. Apenas fará o pagamento recebendo os
documentos referentes à transação. E, havendo este acordo entre o banco e o
comprador, deverá o vendedor cumprir o acordo perante o banco, e só depois
poderá exigir diretamente do comprador.

➢ Da prestação de serviço.
De acordo com Caio Mário da Silva Pereira34, o contrato de prestação de
serviço é o contrato em que uma das partes - o prestador, se obriga para com
a outra – o tomador, a fornecer-lhe a prestação de uma atividade, mediante
remuneração. Desta explicação podemos extrair suas características:

Bilateralidade, uma vez que traz obrigações para ambos os contraentes;

Onerosidade, pois é feita mediante pagamento;

Consensualidade, uma vez que é feita mediante acordo de vontade das


partes.

Para o caso de ter-se um contrato na forma escrita e qualquer das partes


não souber ler, nem escrever, temos o art. 595:
Art. 595. No contrato de prestação de serviço, quando qualquer das partes não
souber ler, nem escrever, o instrumento poderá ser assinado a rogo e subscrito por
duas testemunhas.

O art. 594 traz o objeto do contrato de prestação de serviço:


Art. 594. Toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial, pode
ser contratada mediante retribuição.

Assim, permite a lei, a contratação de qualquer serviço, não fazendo


distinção entre material e imaterial, intelectual ou braçal, ordenando apenas
que este serviço seja lícito, ou seja, que não ofenda disposições de lei35, a
moral e os bons costumes. Também a remuneração é elemento essencial da
prestação de serviço, e cabe aos contraentes estipulá-la livremente, no entanto,
se isso não acontecer temos o art. 596:
Art. 596. Não se tendo estipulado, nem chegado a acordo as partes, fixar-se-á por
arbitramento a retribuição, segundo o costume do lugar, o tempo de serviço e sua
qualidade.

34
Caio Mario da Silva Pereira, Instituições de direito Civil, volume I, 25 ed.
35
Observância às regras gerais de cada espécie contratual, como também as limitações à
proteção do trabalho do menor, da mulher, do estagiário.

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Como vimos acima, a prestação de serviços é contrato oneroso, pois


nele se consubstanciam vantagens para os contraentes mediante reciprocidade
de contraprestações. Diante disso, a remuneração pelos serviços prestados é da
sua essência, ficando ao livre arbítrio das partes sua negociação. Ainda sobre a
retribuição temos o art. 597:
Art. 597. A retribuição pagar-se-á depois de prestado o serviço, se, por convenção, ou
costume, não houver de ser adiantada, ou paga em prestações.

Presume-se que o pagamento seja efetuado após a prestação do serviço,


mas prevalecerá sobre esta regra a convenção feita entre as partes ou o costume.
Deste modo a remuneração poderá ser adiantada, gerando vantagens para o
prestador, ou feita em prestações em beneficio do contratante.

Quanto à duração do contrato de prestação de serviços temos no art.


598 a seguinte imposição:
Art. 598. A prestação de serviço não se poderá convencionar por mais de quatro
anos, embora o contrato tenha por causa o pagamento de dívida de quem o presta, ou
se destine à execução de certa e determinada obra. Neste caso, decorridos quatro anos,
dar-se-á por findo o contrato, ainda que não concluída a obra.

Assim, o tempo limite para a duração deste tipo de contrato é de quatro


anos, não importando ter havido ou não a conclusão do serviço que foi
contratado. Se o serviço contratado não puder ser concluído em quatro anos, sua
execução terá que ser fracionada entre mais prestadores de serviço, ou em mais
um contrato de quatro anos com o mesmo prestador. Este artigo em comento
visa assegurar a inalienabilidade do direito de liberdade do prestador de serviço,
tendo em vista as prerrogativas inerentes ao trabalho humano, inclusive para
preserva-lo de escravidão convencional. Também sobre este ponto temos o art.
593:
Art. 593. A prestação de serviço, que não estiver sujeita às leis trabalhistas ou a lei
especial, reger-se-á pelas disposições deste Capítulo.

Este é o artigo que abre o capítulo destinado à espécie de contrato


em estudo. E este arranjo feito pelo Código Civil de 2002, colocando a prestação
de serviço em capítulo distinto da locação, mudando também a nomenclatura do
contrato, se deu com a finalidade de retirar-lhe a ideia de locação, para que não
mais se considere o trabalho humano como uma simples mercadoria,

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visto que goza de uma série de proteções tanto no campo trabalhista como no
campo civil.

Se a duração do contrato não for estipulada aplica-se o art. 599:


Art. 599. Não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza do
contrato, ou do costume do lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio, mediante prévio
aviso, pode resolver o contrato.
Parágrafo único. Dar-se-á o aviso:
I - com antecedência de oito dias, se o salário se houver fixado por tempo de um mês,
ou mais;
II - com antecipação de quatro dias, se o salário se tiver ajustado por semana, ou
quinzena;
III - de véspera, quando se tenha contratado por menos de sete dias.

Ao mencionar “não havendo prazo estipulado”, não quer dizer que está
permitida a prestação de serviço por prazo indeterminado. Apenas está se
fazendo reverência ao silêncio do contrato, quando se presumirá de quatro anos
o prazo para seu término, se não puder se determinar o prazo em razão de sua
natureza ou costume.
Então, quando não previsto o prazo, qualquer uma das partes, a seu arbítrio,
mediante aviso prévio e notificação judicial ou extrajudicial, poderá resolver o
contrato, obedecendo aos prazos estipulados nos incisos do parágrafo único do
artigo em estudo.

De acordo com o art. 600, não será computado no prazo do contrato o tempo
em que o prestador, por sua culpa, deixou de servir.

Art. 600. Não se conta no prazo do contrato o tempo em que o prestador de serviço, por
culpa sua, deixou de servir.

A culpa do prestador de serviço suspende a contagem do prazo para fins de


pagamento, sendo devida a remuneração apenas pelo tempo que a lei determina
válido. Deste modo comete ilícito civil e ilícito contratual o prestador que deixa
de observar a presente norma, sujeitando-se ao pagamento de perdas e danos
ao tomador dos serviços – de acordo com o § único do art. 602:
Art. 602. O prestador de serviço contratado por tempo certo, ou por obra
determinada, não se pode ausentar, ou despedir, sem justa causa, antes de preenchido
o tempo, ou concluída a obra.
Parágrafo único. Se se despedir sem justa causa, terá direito à retribuição vencida, mas
responderá por perdas e danos. O mesmo dar-se-á, se despedido por justa causa.

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Deste modo, podemos perceber que o prestador poderá ser contratado por
tempo certo ou por obra determinada, e deste modo, é defeso a qualquer das
partes dispensa unilateral sem justa causa.
A conduta do prestador contrária ao disposto no caput do artigo possibilita
aplicação de seu § único. Quando a dispensa por justa causa for de iniciativa
do tomador de serviço, o prestador também terá direito as verbas vencidas,
contudo, sujeitando-se este às perdas e danos.
O prestador pode, também, ser contratado sem que seja especificado seu
trabalho (art. 601):
Art. 601. Não sendo o prestador de serviço contratado para certo e determinado
trabalho, entender-se-á que se obrigou a todo e qualquer serviço compatível com as
suas forças e condições.

Quando o prestador for contratado nestas condições estará sujeito às


determinações do tomador. No entanto, não pode haver abuso na exigência do
serviço a ser prestado, devendo se levar em consideração também a possibilidade
do prestador, sob pena de se configurar inexigibilidade contratual por ausência
de objeto possível. Por outro lado, se o prestador for despedido sem justa
causa temos o art. 603:
Art. 603. Se o prestador de serviço for despedido sem justa causa, a outra parte será
obrigada a pagar-lhe por inteiro a retribuição vencida, e por metade a que lhe tocaria de
então ao termo legal do contrato.

Este dispositivo trata do caso contrário ao § único do art. 602, ou seja,


quando a dispensa é imotivada. Desta forma, caberá a percepção pelo prestador
de serviço do valor integral das verbas vencidas e mais a metade do valor integral
a que teria direito com a execução do contrato até seu término.

Com o final do contrato, o prestador de serviço poderá exigir que a outra


parte faça uma declaração de que aquele ato negocial terminou. Trata-se da
quitação a ser fornecida pelo solicitante do serviço prestado. De acordo com o
art. 604:
Art. 604. Findo o contrato, o prestador de serviço tem direito a exigir da outra parte a
declaração de que o contrato está findo. Igual direito lhe cabe, se for despedido sem
justa causa, ou se tiver havido motivo justo para deixar o serviço.

Esta declaração de que o contrato está terminado é o instrumento liberador


do prestador de serviço, logo a presunção da conclusão do serviço contratado
corre em desfavor do prestador, e não do solicitante.
O art. 607, seguinte, nos traz as hipóteses que provocam o término do
contrato:

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Art. 607. O contrato de prestação de serviço acaba com a morte de qualquer das
partes. Termina, ainda, pelo escoamento do prazo, pela conclusão da obra, pela
rescisão do contrato mediante aviso prévio, por inadimplemento de qualquer das
partes ou pela impossibilidade da continuação do contrato, motivada por força
maior.

Toda relação contratual tem caráter transitório, devendo se extinguir em


razão do término de prazo contratual, mesmo que presumido. Como vimos, no
caso da prestação de serviços, o prazo legal corre até o limite máximo de 4 anos,
contados do início do contrato. Ou terminará por qualquer outro caso previsto no
dispositivo acima.

Art. 605. Nem aquele a quem os serviços são prestados, poderá transferir a outrem
o direito aos serviços ajustados, nem o prestador de serviços, sem aprazimento da
outra parte, dar substituto que os preste.

Os contratos de prestação de serviços são geralmente intuito personae,


porém, mesmo não sendo, o tomador estará proibido de fazer a cessão do crédito
obrigacional, pois o serviço é contratado para pessoa certa.

Art. 606. Se o serviço for prestado por quem não possua título de habilitação,
ou não satisfaça requisitos outros estabelecidos em lei, não poderá quem os
prestou cobrar a retribuição normalmente correspondente ao trabalho executado. Mas
se deste resultar benefício para a outra parte, o juiz atribuirá a quem o prestou uma
compensação razoável, desde que tenha agido com boa-fé.

Este artigo tem por objetivo a proteção da pessoa tomadora do serviço, que
nem sempre tem condições de verificar as qualificações do prestador. Assim,
verificando qualquer destes impedimentos, não poderá o prestador cobrar por
seus serviços. Somente se houver benefício para o contratante e boa-fé do
contratado, poderá o órgão judicante arbitrar uma remuneração proporcional
para os serviços prestados.

Art. 608. Aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato escrito a prestar serviço a
outrem pagará a este a importância que ao prestador de serviço, pelo ajuste desfeito,
houvesse de caber durante dois anos.

O aliciamento de trabalho alheio é a prática pela qual se capta


prestadores de serviços, já obrigados por contrato, a prestar serviço com
exclusividade a determinado tomador. Logo, para que ela se concretize,
necessariamente o aliciante deverá oferecer ao prestador de serviços vantagens
maiores do que as oferecidas pelo atual tomador, de maneira a atraí-lo para um
novo vínculo contratual. Neste caso, gerará para o antigo tomador, o direito de

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receber a título de indenização, uma contribuição calculada com base no valor
que seria pago por este ao prestador no prazo de dois anos pelo serviço a ser
prestado.

Atenção: Para efeito de dispensa pelo prestador, o aliciamento não é


considerado justa causa. Assim quando a requerer, independentemente da
indenização paga pelo aliciador, responderá por perdas e danos.

Art. 609. A alienação do prédio agrícola, onde a prestação dos serviços se opera, não
importa a rescisão do contrato, salvo ao prestador opção entre continuá-lo com o
adquirente da propriedade ou com o primitivo contratante.
Parágrafo único. Não se aplica a segunda parte deste artigo, quando a proibição da
prestação de serviço resultar de lei de ordem pública.

➢ Da empreitada.
No contrato de empreitada o objeto é a obra e não o trabalho,
caracteriza-se também por ser um contrato de resultado, ou seja, aquele que
contrata a obra (dono da obra ou comitente) visa a sua conclusão e não o trabalho
do empreiteiro (quem irá realizar a obra). O pagamento também será realizado
em função da obra.
Neste contrato o serviço será realizado sem subordinação do empreiteiro
em relação ao contratante, ou seja, o empreiteiro poderá realizar a obra como
achar melhor, inclusive contratando terceiros pagos por ele.
O contrato de empreitada tem como características: a bilateralidade, a
comutatividade, onerosidade e a consensualidade.

Art. 610. O empreiteiro de uma obra pode contribuir para ela só com seu trabalho ou
com ele e os materiais.
§ 1º. A obrigação de fornecer os materiais não se presume; resulta da lei ou da vontade
das partes.
§ 2º. O contrato para elaboração de um projeto não implica a obrigação de
executá-lo, ou de fiscalizar-lhe a execução.

De acordo com o art. 610 a empreitada poderá ser só de trabalho ou, então,
mista, quando o empreiteiro se obriga por lei ou contrato ao fornecimento dos
materiais necessários para a execução da obra.

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Art. 611. Quando o empreiteiro fornece os materiais, correm por sua conta os riscos
até o momento da entrega da obra, a contento de quem a encomendou, se este não
estiver em mora de receber. Mas se estiver, por sua conta correrão os riscos.
Art. 612. Se o empreiteiro só forneceu mão-de-obra, todos os riscos em que não
tiver culpa correrão por conta do dono.

Neste artigo temos a empreitada de lavor onde o empreiteiro


fornecerá apenas a mão-de-obra e só por esta será responsável.

Art. 613. Sendo a empreitada unicamente de lavor (art. 610), se a coisa perecer
antes de entregue, sem mora do dono nem culpa do empreiteiro, este perderá a
retribuição, se não provar que a perda resultou de defeito dos materiais e que em tempo
reclamara contra a sua quantidade ou qualidade.

Art. 614. Se a obra constar de partes distintas, ou for de natureza das que se determinam
por medida, o empreiteiro terá direito a que também se verifique por medida, ou segundo
as partes em que se dividir, podendo exigir o pagamento na proporção da obra
executada.
§ 1º. Tudo o que se pagou presume-se verificado.
§ 2º. O que se mediu presume-se verificado se, em trinta dias, a contar da medição, não
forem denunciados os vícios ou defeitos pelo dono da obra ou por quem estiver
incumbido da sua fiscalização.

Este artigo 614 trata da empreitada por medida. Sabe-se que a


empreitada é presumivelmente indivisível por ser uma obrigação de resultado.
Porém será admitida seu fracionamento sempre que o negócio permitir, gerando
para o empreiteiro o direito de quitação parcial da obrigação, na proporção em
que for verificada, seja pelo fracionamento do todo conforme medido, ou por
módulos, tendo o empreiteiro direito ao pagamento proporcional ao cumprimento
da obra.

A verificação da obra é o meio de desobrigar o empreiteiro.

Art. 615. Concluída a obra de acordo com o ajuste, ou o costume do lugar, o dono é
obrigado a recebê-la. Poderá, porém, rejeitá-la, se o empreiteiro se afastou das
instruções recebidas e dos planos dados, ou das regras técnicas em trabalhos de tal
natureza.
Art. 616. No caso da segunda parte do artigo antecedente, pode quem encomendou a
obra, em vez de enjeitá-la, recebê-la com abatimento no preço.

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Veja que, de acordo com o artigo 656, estamos diante de um contrato


não solene e informal. Vamos ver os conceitos: mandato expresso é aquele
praticado com o fim de outorgar poderes para a prática de atos de administração
de interesses; mandato tácito é aquele que deriva de outra atividade direta,
que não consiste na atribuição de poderes. O ato produz por via reflexa ou
indireta um ato de mandato; mandato verbal é aquele feito através de palavras
ditas, mas não escritas enquanto o mandato escrito é feito através de palavras
escritas, por meio de procuração – que é o instrumento do mandato.

Art. 657. A outorga do mandato está sujeita à forma exigida por lei para o ato a
ser praticado. Não se admite mandato verbal quando o ato deva ser celebrado
por escrito.

Como exemplo desta inadmissibilidade, temos o mandato para prestar fiança:


Art. 819. A fiança dar-se-á por escrito, e não admite interpretação extensiva.

Art. 658. O mandato presume-se gratuito quando não houver sido estipulada
retribuição, exceto se o seu objeto corresponder ao daqueles que o mandatário trata
por ofício ou profissão lucrativa.
Parágrafo único. Se o mandato for oneroso, caberá ao mandatário a retribuição prevista
em lei ou no contrato. Sendo estes omissos, será ela determinada pelos usos do lugar,
ou, na falta destes, por arbitramento.
Art. 659. A aceitação do mandato pode ser tácita, e resulta do começo de execução.

Ou seja, o mandatário também pode aceitar o mandato tanto


expressamente como tacitamente, caso do art.659.

Art. 660. O mandato pode ser especial a um ou mais negócios determinadamente, ou


geral a todos os do mandante.
Art. 661. O mandato em termos gerais só confere poderes de administração.
§ 1o. Para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar outros quaisquer atos que exorbitem
da administração ordinária, depende a procuração de poderes especiais e
expressos.
§ 2o. O poder de transigir não importa o de firmar compromisso.

Assim, os poderes gerais são os de mera administração, são aqueles que


buscam preservar o interesse do mandate para que permaneçam no mesmo
estado que se encontravam quando se firmou o contrato.

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Art. 662. Os atos praticados por quem não tenha mandato, ou o tenha sem
poderes suficientes, são ineficazes em relação àquele em cujo nome foram
praticados, salvo se este os ratificar.
Parágrafo único. A ratificação há de ser ¹expressa, ou ²resultar de ato inequívoco, e
retroagirá à data do ato.
Os efeitos da ratificação são ex tunc (retroagem à data do ato) e veja que a ratificação
até pode ser tácita, mas precisará resultar de ato inequívoco.

Art. 663. Sempre que o mandatário estipular negócios expressamente em nome do


mandante, será este o único responsável; ficará, porém, o mandatário
pessoalmente obrigado, se agir no seu próprio nome, ainda que o negócio seja de
conta do mandante.

Somente quando age em seu próprio nome (mandato sem representação) é que
o mandatário fica pessoalmente obrigado. No art. 663 estamos diante da
possibilidade de mandato sem representação.

Art. 664. O mandatário tem o direito de reter, do objeto da operação que lhe foi
cometida, quanto baste para pagamento de tudo que lhe for devido em consequência do
mandato.

Art. 665. O mandatário que exceder os poderes do mandato, ou proceder contra


eles, será considerado mero gestor de negócios, enquanto o mandante lhe não
ratificar os atos.

Do mandatário menor relativamente incapaz:


Art. 666. O maior de dezesseis e menor de dezoito anos não emancipado pode ser
mandatário, mas o mandante não tem ação contra ele senão de conformidade com as
regras gerais, aplicáveis às obrigações contraídas por menores.

CESPE 2016/TRE-PI/Analista Judiciário – Judiciária. Pedro, em razão


de ter mudado de cidade, concedeu a seu amigo Carlos, que tem dezesseis anos
de idade, poderes para, em seu nome, praticar os atos necessários à venda de
um imóvel. Considerando essa situação hipotética: O fato de Carlos ter dezesseis
anos não torna anulável o contrato.
Gabarito correto.

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Art. 672. Sendo dois ou mais os mandatários nomeados no mesmo instrumento,


qualquer deles poderá exercer os poderes outorgados, se não forem expressamente
declarados conjuntos, nem especificamente designados para atos diferentes, ou
subordinados a atos sucessivos. Se os mandatários forem declarados conjuntos,
não terá eficácia o ato praticado sem interferência de todos, salvo havendo ratificação,
que retroagirá à data do ato.
Art. 673. O terceiro que, depois de conhecer os poderes do mandatário, com ele
celebrar negócio jurídico exorbitante do mandato, não tem ação contra o mandatário,
salvo se este lhe prometeu ratificação do mandante ou se responsabilizou pessoalmente.

Art. 674. Embora ciente da morte, interdição ou mudança de estado do mandante, deve
o mandatário concluir o negócio já começado, se houver perigo na demora.

➢ Das Obrigações do Mandante (arts. 675 a 681).


Agora vamos ver os deveres que cabem à outra parte desta relação jurídica –
o mandante, quem delega poderes.

Art. 675. O mandante é obrigado a satisfazer todas as obrigações contraídas pelo


mandatário, na conformidade do mandato conferido, e adiantar a importância das
despesas necessárias à execução dele, quando o mandatário lho pedir.
Art. 676. É obrigado o mandante a pagar ao mandatário a remuneração ajustada e as
despesas da execução do mandato, ainda que o negócio não surta o esperado
efeito, salvo tendo o mandatário culpa.
Art. 677. As somas adiantadas pelo mandatário, para a execução do mandato, vencem
juros desde a data do desembolso.

Art. 678. É igualmente obrigado o mandante a ressarcir ao mandatário as perdas


que este sofrer com a execução do mandato, sempre que não resultem de culpa
sua ou de excesso de poderes.

Art. 679. Ainda que o mandatário contrarie as instruções do mandante, se não


exceder os limites do mandato, ficará o mandante obrigado para com aqueles com quem
o seu procurador contratou; mas terá contra este ação pelas perdas e danos resultantes
da inobservância das instruções.

Art. 680. Se o mandato for outorgado por duas ou mais pessoas, e para negócio
comum, cada uma ficará solidariamente responsável ao mandatário por todos os
compromissos e efeitos do mandato, salvo direito regressivo, pelas quantias que
pagar, contra os outros mandantes.

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causa de cessação do mandato. Salvo se conferido com a cláusula “em causa
própria” (art. 685), se o mandante vier a morrer o contrato só cessará quando o
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de um contrato de mandato. A outra hipótese extintiva é a da conclusão do
negócio quando o mandato foi outorgado para a realização de um contrato
específico e ele é concluído.
Art. 683. Quando o mandato contiver a cláusula de irrevogabilidade e o mandante o
revogar, pagará perdas e danos.

Mesmo que um mandato contenha cláusula de irrevogabilidade, ele poderá


ser revogado pelo mandante, no entanto, este arcará com as perdas e danos.
Porém o exercício deste poder, atribuído pela lei às partes, possui exceções como
nos artigos 684 e 686, § único do CC, que serão vistos a seguir.

Art. 684. Quando a cláusula de irrevogabilidade for ¹condição de um negócio


bilateral, ou ²tiver sido estipulada no exclusivo interesse do mandatário, a revogação
do mandato será ineficaz.

Art. 685. Conferido o mandato com a cláusula "em causa própria", a sua revogação
não terá eficácia, nem se extinguirá pela morte de qualquer das partes, ficando o
mandatário dispensado de prestar contas, e podendo transferir para si os bens móveis
ou imóveis objeto do mandato, obedecidas as formalidades legais.

Art. 686. A revogação do mandato, notificada somente ao mandatário, não se


pode opor aos terceiros que, ignorando-a, de boa-fé com ele trataram; mas ficam
salvas ao constituinte as ações que no caso lhe possam caber contra o procurador.
Parágrafo único. É irrevogável o mandato que contenha poderes de cumprimento ou
confirmação de negócios encetados, aos quais se ache vinculado.

Deste modo, “é necessário que se dê publicidade à revogação, para obter


a cessação do mandato e, consequentemente, a liberação das partes
contratuais”36.

Art. 687. Tanto que for comunicada ao mandatário a nomeação de outro, para o mesmo
negócio, considerar-se-á revogado o mandato anterior.

Trata-se de revogação tácita. Pois na revogação expressa temos


um documento específico para destituir o mandatário.

Art. 688. A renúncia do mandato será comunicada ao mandante, que, se for


prejudicado pela sua inoportunidade, ou pela falta de tempo, a fim de prover à

36
Costa Machado, Código Civil Interpretado, Manole 2012, 5ª ed., pág. 514.

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substituição do procurador, será indenizado pelo mandatário, salvo se este provar
que não podia continuar no mandato sem prejuízo considerável, e que não lhe era dado
substabelecer.
Art. 689. São válidos, a respeito dos contratantes de boa-fé, os atos com estes
ajustados em nome do mandante pelo mandatário, enquanto este ignorar a morte
daquele ou a extinção do mandato, por qualquer outra causa.
Art. 690. Se falecer o mandatário, pendente o negócio a ele cometido, os herdeiros,
tendo ciência do mandato, avisarão o mandante, e providenciarão a bem dele, como as
circunstâncias exigirem.

Assim, a posição de mandatário não pode ser sucedida pelos seus


herdeiros, visto ser um contrato personalíssimo.

Art. 691. Os herdeiros, no caso do artigo antecedente, devem limitar-se às medidas


conservatórias, ou continuar os negócios pendentes que se não possam demorar sem
perigo, regulando-se os seus serviços dentro desse limite, pelas mesmas normas a que
os do mandatário estão sujeitos.

➢ Do Mandato Judicial (art.692).


“O contrato de mandato judicial, ou mandato ad judicia, é o negócio jurídico
que dinamiza o complexo de posições jurídicas, quer ativas, quer passivas,
integrantes do polo ocupado pelo advogado na relação com os seus clientes ou
patrocinadores. É um contrato fundado precipuamente na confiança recíproca
entre as partes, daí ser evidente seu caráter personalíssimo, sem que se exclua
o poder do substabelecimento” 37.

Assim, para que uma pessoa venha a ser advogado de outra, ou seja, para
que uma pessoa venha a representar outra judicialmente, há uma série de
requisitos a serem cumpridos com a finalidade de legitimar esta representação.
Como exemplo podemos dizer que a pessoa legitimada deverá ser advogado,
integrante dos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil, e também não poderá
estar sujeito a pena de suspensão do exercício de sua atividade profissional.

Art. 692. O mandato judicial fica subordinado às normas que lhe dizem respeito,
constantes da legislação processual, e, supletivamente, às estabelecidas neste Código.

37
Costa Machado, Código Civil Interpretado, Manole 2012, 5ª ed., pág. 517.

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§ 3º. Se entre um dos devedores solidários e seu credor, extingue a dívida em relação
aos codevedores.

Assim, de acordo com o artigo a transação só produz efeito entre as partes


que dela participaram.

Art. 845. Dada a evicção da coisa renunciada por um dos transigentes, ou por ele
transferida à outra parte, não revive a obrigação extinta pela transação; mas ao evicto
cabe o direito de reclamar perdas e danos.
Parágrafo único. Se um dos transigentes adquirir, depois da transação, novo direito sobre
a coisa renunciada ou transferida, a transação feita não o inibirá de exercê-lo.
Art. 846. A transação concernente a obrigações resultantes de delito não extingue a
ação penal pública.

Art. 847. É admissível, na transação, a pena convencional.

A pena convencional tratada pelo artigo é também chamada de pena


contratual, que é aquela estipulada expressamente no contrato pelas partes, com
o objetivo de aplicar uma sanção para qualquer das partes que venha a não
cumprir ou retardar o cumprimento da obrigação acordada.

Art. 848. Sendo nula qualquer das cláusulas da transação, nula será esta.
Parágrafo único. Quando a transação versar sobre diversos direitos contestados,
independentes entre si, o fato de não prevalecer em relação a um não prejudicará os
demais.

A transação que versar sobre vários direitos deve ser tratada como uma
unidade para cada direito, e não como um todo.

Art. 849. A transação só se anula por dolo, coação, ou erro essencial quanto à pessoa
ou coisa controversa.
Parágrafo único. A transação não se anula por erro de direito a respeito das questões
que foram objeto de controvérsia entre as partes.

Art. 850. É nula a transação a respeito do litígio decidido por sentença passada em
julgado, se dela não tinha ciência algum dos transatores, ou quando, por título
ulteriormente descoberto, se verificar que nenhum deles tinha direito sobre o objeto da
transação.

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As cláusulas elencadas no artigo 850 de nulidade da transação são
absolutas e serão declaradas judicialmente por meio de uma ação própria.

Considerações Finais

Chegamos ao final de mais uma aula, e estamos perto de vencer o conteúdo


do edital. Como de costume, resolva as questões propostas e entre em contato
em caso de dúvidas.

Bons estudos!
Aline Baptista Santiago.

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Resumo da Matéria
Dê uma atenção especial à aula de disposições gerais dos contratos!

Veja como o princípio da boa-fé, aplicável aos contratos, foi cobrado em


prova:
Indo-se mais adiante, aventa-se a ideia de que entre o credor e o devedor é
necessária a colaboração, um ajudando o outro na execução do contrato. A tanto,
evidentemente, não se pode chegar, dada a contraposição de interesses, mas é
certo que a conduta, tanto de um como de outro, subordina-se a regras que
visam a impedir dificulte uma parte a ação da outra. (Contratos, p. 43, 26ª edição,
Forense, 2008, Coordenador: Edvaldo Brito, Atualizadores: Antonio Junqueira de Azevedo e
Francisco Paulo de Crescenzo Marino).

Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social
do contrato.

Contrato é o acordo de duas ou mais vontades, negócio jurídico bilateral ou


plurilateral, em conformidade com a ordem jurídica, que tem por finalidade estabelecer
uma relação entre a vontade das partes, com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir
relações jurídicas de natureza patrimonial.
Os contratos nominados ou típicos são os previstos pelo ordenamento jurídico,
que prevê, também, como estes serão elaborados e celebrados.
Dentre os contratos nominados temos o contrato de adesão – que é aquele em que
“apenas uma das partes” estipula as cláusulas e como será o contrato, cabendo à outra
parte (aderente) apenas aderir, ou seja, aceitar as “regras” pré-estabelecidas.

Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou


contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia
antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.

Em contrapartida, existem os contratos chamados de inominados ou atípicos, que são


aqueles aos quais não há previsão legislativa, ou seja, não tem sua estrutura prevista
em lei.

Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais
fixadas neste Código.

Assim, contratos atípicos são aqueles que não estão disciplinados pelo Código
Civil, nem por leis extravagantes.

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transferir a outrem o direito aos serviços ajustados e não poderá dar substituto
que os preste”.

Art. 605. Nem aquele a quem os serviços são prestados, poderá transferir a outrem o
direito aos serviços ajustados, nem o prestador de serviços, sem aprazimento da outra
parte, dar substituto que os preste.

Art. 594. Toda a espécie de serviço ou trabalho lícito, material ou imaterial, pode
ser contratada mediante retribuição.

Assim, permite a lei, a contratação de qualquer serviço, não fazendo distinção


entre material e imaterial, intelectual ou braçal, ordenando apenas que este
serviço seja lícito, ou seja, que não ofenda disposições de lei38, a moral e os
bons costumes. Também a remuneração é elemento essencial da prestação de
serviço, e cabe aos contraentes estipulá-la livremente, no entanto, se isso não
acontecer temos o art. 596:
Art. 596. Não se tendo estipulado, nem chegado a acordo as partes, fixar-se-á por
arbitramento a retribuição, segundo o costume do lugar, o tempo de serviço e sua
qualidade.

“No contrato de prestação de serviços regido pelo Código Civil brasileiro, não
havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza do contrato, ou
do costume do lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio, mediante prévio aviso,
pode resolver o contrato. Dar-se-á o aviso com antecedência de 8 (oito) dias, se
o salário se houver fixado por tempo de um mês, ou mais”.
Art. 599. Não havendo prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza do contrato,
ou do costume do lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio, mediante prévio aviso, pode
resolver o contrato.
Parágrafo único. Dar-se-á o aviso:
I - com antecedência de oito dias, se o salário se houver fixado por tempo de um mês,
ou mais;
II - com antecipação de quatro dias, se o salário se tiver ajustado por semana, ou
quinzena;
III - de véspera, quando se tenha contratado por menos de sete dias.

“O contrato de prestação de serviços regulado pelo Código Civil brasileiro, quando


qualquer uma das partes não souber ler, nem escrever o instrumento poderá ser
assinado a rogo e subscrito por duas testemunhas”.

38
Observância às regras gerais de cada espécie contratual, como também as limitações à
proteção do trabalho do menor, da mulher, do estagiário.

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DIREITO CIVIL – TRF 5ª REGIÃO (AJAJ) PÓS-EDITAL
Teoria e Questões
Aula 07 – Profa Aline Baptista Santiago

Lista de Questões
1. FCC 2016/PGE-MT/Analista – Bacharel em Direito. Em relação ao
mandato, considere:
I. Tanto as pessoas capazes, bem como as relativa ou absolutamente incapazes,
são aptas para outorgar procuração mediante instrumento particular.
II. Não se pode substabelecer mediante instrumento particular, se o mandato foi
outorgado mediante instrumento público.
III. O mandato presume-se gratuito quando não houver sido estipulada
retribuição, exceto se o seu objeto corresponder ao daqueles que o mandatário
trata por ofício ou profissão lucrativa.
IV. O mandatário tem o direito de reter, do objeto da operação que lhe foi
cometida, quanto baste para pagamento de tudo que lhe for devido em
consequência do mandato.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) III e IV.
b) II e III.
c) I e IV.
d) I e III.
e) II e IV.

2. FCC 2016/TRT - 20ª REGIÃO (SE)/ Analista Judiciário - Área Judiciária


Especialidade Oficial de Justiça Avaliador Federal. Mário vendeu um
apartamento a seu filho Caio, porém sem obter, antes, a anuência dos demais
filhos seus. Tal contrato é
a) Anulável, e, salvo convenção em contrário, Mário arcará com as despesas
de escritura e registro e responderá por todos os débitos que gravem a
coisa até o momento da tradição.
b) Válida, devendo o bem, no entanto, ser trazido à colação por ocasião do
falecimento de Mário. Salvo convenção em contrário, Caio arcará com as
despesas de escritura e registro e Mário responderá por todos os débitos
que gravem a coisa até o momento da tradição.
c) Válida, devendo o bem, no entanto, ser trazido à colação por ocasião do
falecimento de Mário. Salvo convenção em contrário, Mário arcará com as
despesas de escritura e registro e responderá por todos os débitos que
gravem a coisa até o momento da tradição.
d) Anulável, e, salvo convenção em contrário, Caio arcará com as despesas
de escritura e registro e Mário responderá por todos os débitos que gravem
a coisa até o momento da tradição.
e) Anulável, e, salvo convenção em contrário, Mário arcará com as despesas
de escritura e registro e Caio responderá por todos os débitos que gravem
a coisa até o momento da tradição.

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Teoria e Questões
Aula 07 – Profa Aline Baptista Santiago
3. FCC 2016/ DPE-BA/Defensor Público. Lauro é casado com Vânia. O casal
teve um filho, já falecido, que lhes deu dois netos, Roberto e Renato, todos
maiores e capazes. Lauro deseja transferir um de seus imóveis ao seu neto
Renato, entretanto, Roberto e Vânia não concordam com referida transferência.
Diante desses fatos, é correto afirmar que o contrato de venda e compra entre
Lauro e seu neto Renato sem o consentimento de Roberto é
a) Anulável, mas a falta do consentimento de Vânia, pode afetar ou não a
validade do ato, a depender do regime de bens adotado; ainda, o
consentimento de Roberto é necessário para que Lauro faça doação em
favor de Renato.
b) Anulável, assim como o é em razão da falta do consentimento de Vânia,
independentemente do regime de bens adotado; ainda, o consentimento
de Roberto não é necessário para que Lauro faça doação em favor de
Renato.
c) Nulo, mas a falta do consentimento de Vânia pode afetar a validade do ato
ou não, a depender do regime de bens adotado; por fim, ainda, o
consentimento de Roberto não é necessário para que Lauro faça doação em
favor de Renato.
d) Anulável, mas a falta do consentimento de Vânia pode afetar a validade do
ato ou não, a depender do regime de bens adotado; ainda, o consentimento
de Roberto não é necessário para que Lauro faça a doação em favor de
Renato.
e) Válido, pois a lei apenas exige o consentimento nos contratos de compra e
venda entre pai e filhos, não se estendendo às hipóteses de contratos entre
avôs e netos; ainda, o consentimento de Roberto não é necessário para
que Lauro faça doação em favor de Renato.

4. FCC 2016/TRT - 1ª REGIÃO (RJ)/ Juiz do Trabalho Substituto. A


respeito do contrato de compra e venda, é correto afirmar:
a) Até o momento da tradição, os riscos do preço correm por conta do
comprador.
b) Não é lícita a compra e venda entre cônjuges com relação a bens excluídos
da comunhão.
c) Será anulável a venda de ascendente a descendente quando houver
expresso consentimento pelos outros descendentes, mas não pelo cônjuge
do alienante, independentemente do regime de bens.
d) Não obstante o prazo ajustado para o pagamento, se antes da tradição o
vendedor cair em insolvência, poderá o comprador sobrestar o pagamento
da coisa, até que o vendedor garanta a entrega do bem.
e) A fixação do preço não pode ser deixada ao arbítrio de terceiro.

5. FCC 2016/TRT - 23ª REGIÃO (MT)/ Analista Judiciário - Oficial de


Justiça Avaliador Federal. Jorge vendeu um imóvel a Plínio. Plínio, por sua vez,
vendeu um veículo a Jorge. As partes não convencionaram quem arcaria com as

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despesas com escritura e registro do imóvel, nem com as da tradição do veículo.
Neste caso, de acordo com o Código Civil,
a) Jorge arcará com as despesas com escritura e registro do imóvel e também
com as da tradição do veículo.
b) Plínio arcará com as despesas com escritura e registro do imóvel e Jorge
com as da tradição do veículo.
c) Plínio arcará com as despesas com escritura e registro do imóvel e também
com as da tradição do veículo.
d) Jorge arcará com as despesas com escritura e registro do imóvel e Plínio
com as da tradição do veículo.
e) Plínio e Jorge arcarão, em parte iguais, com as despesas com escritura e
registro do imóvel e com as da tradição do veículo.

6. FCC 2016/TRT - 23ª REGIÃO (MT)/ Analista Judiciário - Área


Judiciária. Rogério comprou um carro de Vitor, a quem foi conferido,
expressamente, o direito de fixar o preço, por seu exclusivo arbítrio. Fixado o
preço, Rogério externou o desejo de desistir da compra, em razão do alto valor
atribuído ao bem. Com isto, Vitor não chegou a entregar o bem. O contrato de
compra e venda
a) É existente, porque se aperfeiçoa com o mero consenso sobre o objeto e o
preço, porém nulo, tendo em vista que, embora o preço possa ser fixado
por uma das partes, por seu exclusivo arbítrio, se esta faculdade houver
sido expressamente acordada, a validade de tal contrato depende da
entrega da coisa.
b) É existente e válido, porque se aperfeiçoa com o mero consenso sobre o
objeto e o preço e este pode ser fixado por uma das partes, por seu
exclusivo arbítrio, haja ou não previsão expressa nesse sentido.
c) É inexistente, porque o bem não foi entregue.
d) É existente, porque se aperfeiçoa com o mero consenso sobre o objeto e o
preço, porém nulo, pois não se pode deixar ao arbítrio exclusivo de uma
das partes a fixação do preço.
e) É existente e válido, porque se aperfeiçoa com o mero consenso sobre o
objeto e o preço, e este pode ser fixado por uma das partes, por seu
exclusivo arbítrio, se esta faculdade houver sido expressamente acordada.

7. FCC 2016/Prefeitura de Teresina – PI/Técnico de Nível Superior –


Advogado. A transação
a) Concernente a obrigações resultantes de delito extingue a Ação Penal
Pública.
b) Entre um dos credores solidários e o devedor não extingue a obrigação
deste para com os outros credores.
c) Entre um dos devedores solidários e seu credor, não extingue a dívida em
relação aos codevedores.
d) Deve ser interpretada de forma ampla e irrestrita.

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e) Concluída entre o credor e o devedor desobrigará o fiador.

8. FCC 2016/Prefeitura de Teresina – PI/Técnico de Nível Superior -


Analista Administrativo. Amarildo, com 16 anos de idade, pretende vender um
imóvel valioso de sua propriedade. Para tanto:
a) Não precisa comparecer pessoalmente ao ato de lavratura da escritura,
bastando ser assistido por seu representante legal, que deverá comparecer
obrigatoriamente.
b) Não precisa comparecer ao ato da lavratura da escritura, pois será
representado pelo Ministério Público, que deverá comparecer
pessoalmente ao ato.
c) Comparecerá pessoalmente ao ato da lavratura da escritura, outorgando-
a, regularmente assistido.
d) Comparecerá pessoalmente e outorgará a escritura de compra e venda,
sendo-lhe dispensável representação ou assistência, pois a forma do ato
pode ser suprida pela declaração de vontade, independentemente da idade
do declarante ou outro requisito.
e) Não precisa comparecer pessoalmente ao ato da lavratura da escritura,
bastando ser representado por seu representante legal, que deverá
comparecer obrigatoriamente.

9. FCC 2016/Prefeitura de Teresina – PI/Técnico de Nível Superior -


Analista Administrativo. Anita, dona de casa, comprou de sua vizinha
Bernadete, também do lar, um conjunto de sala de jantar. Pago o preço e
entregue o mobiliário, Anita percebeu alguns defeitos aparentes e incontornáveis
nos móveis, como, por exemplo, cadeiras montadas com peças de cores
contrastantes e várias bolhas no tampo de vidro da mesa. Negado o desfazimento
do negócio, Anita, 40 dias após a entrega dos móveis, propôs ação redibitória, a
fim de rejeitar a coisa, rescindindo o contrato e pleiteando a devolução do preço
pago. A sentença será
a) Desfavorável a Anita, pois ela não pode rejeitar a coisa e pedir a devolução
do preço pago, já que já usou os móveis.
b) Favorável a Anita, pois os defeitos nos móveis os tornaram imprestáveis
para o efeito decorativo a que se destinavam.
c) Favorável a Anita, pois o prazo para ajuizamento de tal demanda é de 1
ano, pois se tratam de bens móveis.
d) Parcialmente favorável a Anita, pois, já que o bem contém defeitos ocultos,
não descobertos em um simples e rápido exame exterior, o adquirente
apenas pode requerer diminuição do preço pago.
e) Desfavorável a Anita, pois o prazo para ajuizamento de tal demanda é de
30 dias, e também porque os defeitos não são ocultos.

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Teoria e Questões
Aula 07 – Profa Aline Baptista Santiago
10. FCC 2016/PGE-MT/Procurador do Estado. Isac vendeu seu veículo a
Juliano, por preço bem inferior ao de mercado, fazendo constar, no contrato de
compra e venda, que o bem estava mal conservado e poderia apresentar vícios
diversos e graves. Passados quarenta dias da realização do negócio, o veículo
parou de funcionar. Juliano ajuizou ação redibitória contra Isac, requerendo a
restituição do valor pago, mais perdas e danos. A pretensão de Juliano
a) Improcede, porque, embora a coisa possa ser enjeitada, em razão de vício
redibitório, as perdas e danos apenas seriam devidas se Isac houvesse
procedido de má-fé.
b) Procede, porque a coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode
ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso
a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
c) Improcede, porque firmou contrato comutativo, assumindo o risco de que
o bem viesse a apresentar avarias.
d) Improcede, porque não configurados os elementos definidores do vício
redibitório e o comprador assumiu o risco de que o bem viesse a apresentar
avarias.
e) Procede, porque a coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode
ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso
a que é destinada, ou lhe diminuam o valor, mas está prescrita, porque se
passaram mais de 30 dias da realização do negócio.

11. FCC 2016/Prefeitura de São Luiz – MA/Procurador do Município.


Constitui característica da onerosidade excessiva, conforme regrado no Código
Civil de 2002,
a) A manutenção das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações
desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos antecedentes ou
supervenientes que as tornem excessivamente onerosas.
b) O comprovado inadimplemento, pelo credor, de sua obrigação contratual,
pois responde por perdas e danos, mais juros e atualização monetária
segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de
advogado.
c) A efetiva alteração radical da estrutura contratual, em decorrência da
desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do
momento de sua execução, decorrentes de circunstâncias previstas ou
previsíveis.
d) Nos contratos de execução continuada ou diferida, a excessiva
onerosidade da prestação de uma das partes, com extrema vantagem
para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e
imprevisíveis.
e) O enriquecimento inesperado e absolutamente infundado (injusto) para o
credor, em detrimento do devedor, como decorrência direta da situação
superveniente e imprevista.

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Teoria e Questões
Aula 07 – Profa Aline Baptista Santiago
12. FCC 2016/TRT - 14ª Região (RO e AC)/ Analista Judiciário - Oficial
de Justiça Avaliador Federal. Analise as seguintes assertivas sobre o contrato
de mandato, de acordo com o que estabelece o Código Civil:
I. A ratificação de atos praticados por quem não tenha o mandato, ou o tenha
sem poderes suficientes, deverá ser expressa, ou resultar de ato inequívoco, e
produzirá efeitos a partir da data da ratificação.
II. Para administração ordinária e para transigir o mandatário dependerá de
procuração com poderes especiais ou expressos.
III. O mandatário não pode compensar os prejuízos a que deu causa com os
proveitos que, por outro lado, tenha obtido com esforço ao seu constituinte.
Está correto o que se afirma em
a) II e III, apenas.
b) I, II e III.
c) I e II, apenas.
d) III, apenas.
e) I, apenas.

13. FCC 2016/TRT - 14ª Região (RO e AC)/ Analista Judiciário - Área
Judiciária. Sobre a transação, na esteira do que estabelece o Código Civil, é
correto afirmar:
a) A transação só se anula por dolo, coação, ou erro essencial quanto à pessoa
ou coisa controversa.
b) É inadmissível a pena convencional na transação.
c) A transação concernente a obrigações resultantes de delito extingue, em
regra, a ação penal pública.
d) A transação não aproveita, nem prejudica senão aos que nela intervierem,
salvo se disser respeito a coisa indivisível.
e) A transação não é interpretada restritivamente, e por ela se transmitem,
declaram ou reconhecem direitos.

14. FCC 2015/TJ-PI/Juiz Substituto. Sobre a compra e venda, considere:


I. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo
do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição.
II. É nula a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes
e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
III. O ascendente não pode vender a seus descendentes bens cujo valor
ultrapasse a metade de seu patrimônio.
IV. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor,
e os do preço por conta do comprador.
V. É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da
comunhão.

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Está correto o que se afirma APENAS em
a) II, III e V.
b) II, III e IV.
c) I, III e V.
d) I, IV e V.
e) I, II e IV.

15. FCC 2015/TRE-AP/Analista Judiciário – Judiciária. De acordo com o


Código Civil brasileiro, sob pena de nulidade, não podem ser comprados, pelos
juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou
auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou
conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade. Esta
proibição
a) Não compreende os casos de compra e venda entre coerdeiros.
b) Não se estendem, em regra, à cessão de crédito.
c) É limitada a bens com avaliação inferior a R$ 500.000,00 (quinhentos mil
reais).
d) É limitada a bens com avaliação inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões
de reais).
e) Não compreende bens adquiridos em hasta pública.

16. FCC 2015/TJ-RR/Juiz Substituto. Roberto e Marieta possuem os filhos


Marcos, com vinte e cinco anos, Antonio, com vinte anos e Mônica, com doze
anos de idade. Os pais, pretendendo vender um imóvel para Marcos,
a) Terão de pedir a venda judicial, em que Marcos poderá exercer o direito de
preferência.
b) Deverão obter o consentimento de Antonio, sem o qual a venda será nula,
mas não precisarão do consentimento de Mônica, que é absolutamente
incapaz.
c) Não poderão realizar o negócio enquanto Mônica for absolutamente
incapaz, devendo aguardar que ela complete dezesseis anos para ser
emancipada e consentir na venda, juntamente com Antonio.
d) Deverão obter o consentimento de Antonio e de Mônica, sendo que, para
esta, terá de ser dado curador especial pelo juiz.
e) Poderão fazê-lo livremente, se o valor desse imóvel não exceder o
disponível, mas se o exceder dependerão do consentimento de Antonio,
que, necessariamente, figurará na escritura como curador especial de
Mônica.

17. FCC 2015/MANAUSPREV/Procurador Autárquico. Na compra e venda


a) Os riscos da tradição, em regra, correm por conta do vendedor.
b) O vendedor é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço, mesmo
que o negócio tenha sido praticado à vista.

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c) Não pode o cônjuge, na constância do casamento, alienar um bem a outro,
ainda que particular.
d) A entrega da coisa é pressuposto de existência do contrato.
e) O vendedor sempre responde pelos débitos, até o momento da tradição.

18. FCC 2015/TRT - 9ª REGIÃO (PR)/ Analista Judiciário - Área Judiciária


- Oficial de Justiça Avaliador Federal. A respeito da transação, considere:
I. Admite-se a transação apenas quanto a direitos patrimoniais de caráter
privado.
II. Quando recair sobre direitos contestados em juízo, a transação será feita por
escritura ou por termo nos autos, assinados pelos transigentes e homologado
pelo juiz.
III. A transação se interpreta restritivamente.
IV. A transação feita entre credor e devedor obriga o fiador.
De acordo com o Código Civil, é correto o que se afirma APENAS em
a) I, II e IV.
b) I, II e III.
c) II, III e IV.
d) I, III e IV.
e) II e IV.

19. FCC 2015/TJ-SE/Juiz Substituto. São contratos aleatórios,


a) Apenas os que se referem a alienação de coisas existentes, mas expostas
a risco assumido pelo adquirente e, por isso, poderá ser anulado como
doloso pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a
consumação do risco a que se considerava exposta a coisa.
b) Os que dizem respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a
existir um dos contratantes assuma, os cujo objeto sejam coisas futuras,
tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer
quantidade e os que se referirem a coisas existentes, mas expostas a risco
assumido pelo adquirente.
c) Somente os que envolvam jogo ou aposta, e o de seguro.
d) Os que dizem respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a
existir um dos contratantes assuma, entretanto, não se consideram
aleatórios se o risco for de virem a existir em qualquer quantidade.
e) Aqueles em que o risco assumido é de virem existir coisas em qualquer
quantidade, mas não os de nada virem a existir, porque, neste caso, o
negócio é nulo por acarretar o enriquecimento sem causa e, portanto, ilícito
o objeto.

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20. FCC 2015/TRT - 15ª Região/Juiz do Trabalho Substituto. Sobre a
eficácia dos contratos em relação a terceiros, afirma Miguel Maria de Serpa Lopes:
Finalmente, é princípio assente a responsabilidade do terceiro pela inexecução de
um contrato se, com a sua ação culposa, foi o cúmplice do seu inadimplemento.
É o que a jurisprudência francesa já firmou, embora colocando a questão fora do
terreno da culpa contratual, para situá-la no da culpa extracontratual. (Curso de
Direito Civil − vol. III − p. 123 − 3ª edição – Livraria Freitas Bastos S/A, 1960).
No Direito brasileiro, essa figura do terceiro cúmplice
a) Só é identificada, em disposição do Código Civil, estabelecendo que aquele
que aliciar pessoas obrigadas em contrato a prestar serviço a outrem
pagará a este indenização por danos emergentes e lucros cessantes, que
será arbitrada pelo juiz.
b) Não é identificada em nenhuma disposição legal.
c) É identificada apenas em disposição do Código Civil estabelecendo que
aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato escrito e desde que por
prazo determinado a prestar serviços agrícolas a outrem pagará a este a
importância que ao prestador de serviço, pelo ajuste desfeito, houvesse de
caber durante dois anos.
d) É identificada apenas em disposição legal estabelecendo que aquele que
aliciar pessoas obrigadas em contrato escrito e por prazo determinado a
prestar serviços de publicidade ou artísticos a outrem pagará a este uma
indenização equitativa arbitrada pelo juiz.
e) Pode ser reconhecida em disposição do Código Civil estabelecendo que
aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato escrito a prestar serviço
a outrem pagará a este a importância que ao prestador de serviço, pelo
ajuste desfeito, houvesse de caber durante dois anos.

21. FCC 2015/MPE-PB/Analista Ministerial – Auditor de Contas Públicas.


Paulo adquiriu uma casa de José e, um mês após, descobriu que o imóvel
apresentava vício oculto consistente em defeitos na estrutura de sustentação do
telhado, com risco de desabamento. José desconhecia o vício. Em tal situação,
Paulo pode
a) Apenas rejeitar a coisa, redibindo o contrato, reavendo o preço pago e
obtendo o reembolso das suas despesas, além das perdas e danos.
b) Apenas rejeitar a coisa, redibindo o contrato, reavendo o preço pago e
obtendo o reembolso das suas despesas.
c) Apenas reclamar o abatimento no preço, sem a redibição do contrato.
d) Rejeitar a coisa, redibindo o contrato, reavendo o preço pago e obtendo o
reembolso das despesas do contrato ou reclamar o abatimento no preço,
sem a redibição do contrato.
e) Rejeitar a coisa, redibindo o contrato, reavendo o preço pago e obtendo o
reembolso das suas despesas, além das perdas e danos, ou reclamar o
abatimento no preço, sem a redibição do contrato.

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22. FCC 2015/TJ-SC/Juiz Substituto. O princípio da boa fé, no Código Civil
Brasileiro, não foi consagrado, em artigo expresso, como regra geral, ao contrário
do Código Civil Alemão. Mas o nosso Código Comercial incluiu-o como princípio
vigorante no campo obrigacional e relacionou-o também com os usos de tráfico
(23). Contudo, a inexistência, no Código Civil, de artigo semelhante ao § 242 do
BGB não impede que o princípio tenha vigência em nosso direito das obrigações,
pois se trata de proposição jurídica, com significado de regra de conduta. O
mandamento engloba todos os que participam do vínculo obrigacional e
estabelece, entre eles, um elo de cooperação, em face do fim objetivo a que
visam (Clóvis V. do Couto e Silva. A obrigação como processo. José Bushatsky,
Editor, 1976, p. 29-30).
Esse texto foi escrito na vigência do Código Civil de 1916. O Código Civil de 2002
a) Trouxe, porém, mandamento de conduta, tanto ao credor como ao
devedor, estabelecendo entre eles o elo de cooperação referido pelo autor.
b) Trouxe disposição análoga à do Código Civil alemão, mas impondo somente
ao devedor o dever de boa-fé.
c) Também não trouxe qualquer disposição semelhante à do Código Civil
alemão estabelecendo elo de cooperação entre credor e devedor.
d) Trouxe disposição semelhante à do Código Civil alemão, somente na parte
geral e como regra interpretativa dos contratos.
e) Trouxe disposição análoga à do Código civil alemão, mas impondo somente
ao credor o dever de boa-fé.

23. FCC 2015/SEFAZ-PI/Analista do Tesouro Estadual. De acordo com o


Código Civil,
a) A garantia contra os vícios redibitórios independe de estipulação expressa
b) Nos contratos de adesão, pode-se renunciar antecipadamente a direito
inerente à natureza do negócio.
c) Pode-se estipular, como objeto de contrato, herança de pessoa viva que
tenha sido interditada.
d) Em contrato de adesão, quando houver cláusulas ambíguas ou
contraditórias, o juiz deverá interpretá-lo em favor da parte que o elaborou.
e) O contrato preliminar deve conter todos os requisitos do contrato a ser
celebrado, incluindo a forma.

24. FCC 2015/TCE-CE/Analista de Controle Externo - Atividade Jurídica.


Os contratos.
a) Consensuais dependem da entrega da coisa para sua formação.
b) Aleatórios são vedados pelo ordenamento jurídico.
c) São, em regra, formais, dependendo da forma escrita para produzirem
efeitos.
d) São regidos, em regra, pelo princípio da relatividade.
e) Produzem, em regra, efeitos erga omnes.

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25. FCC 2015/MANAUSPREV/Procurador Autárquico. A respeito dos
contratos, é correto afirmar que
a) Dispensam o consenso, quando reais, aperfeiçoando-se com a entrega da
coisa, independentemente da vontade das partes.
b) As partes devem observar, durante sua execução, o princípio da boa-fé
objetiva, assim entendida a ausência de dolo de prejudicar o outro
contratante.
c) O Código Civil atual aboliu o princípio pacta sunt servanda.
d) Não podem ter como objeto a herança de pessoa viva.
e) Operam efeitos erga omnes, como corolário do princípio da relatividade.

26. FCC 2015/TJ-PE/Juiz Substituto. Considere o seguinte texto de Miguel


Maria de Serpa Lopes: Da estrutura jurídica da EXCEPTIO NON ADIMPLETI
CONTRACTUS -Como a própria denominação o indica, a exceptio non ad.
contractusconstitui uma das modalidades das exceções substanciais. Pertence à
classe das exceções dilatórias, segundo uns, embora outros a entendam
pertinente à categoria das exceções peremptórias. Como quer que seja, convém
assinalar, antes de tudo, que a ex. n. ad. contractusparalisa a ação do autor ante
a alegação do réu de não ter recebido a contraprestação que lhe é devida,
estando o cumprimento de sua obrigação, a seu turno, dependente do
adimplemento da prestação do demandante (inExceções Substanciais: Exceção
de contrato não cumprido (Exceptio non adimpleti contractus) -p. 135 - Livraria
Freitas Bastos S/A, 1959).
Por isso, o autor pode concluir que ela só encontra e só pode encontrar clima
propício,
a) Em qualquer modalidade de contrato consensual.
b) Onde não existir uma vinculação bilateral.
c) Onde houver uma vinculação sinalagmática.
d) Nos contratos unilaterais.
e) Nos contratos reais.

27. FCC 2015/TJ-GO/Juiz Substituto. Roberto celebrou com Rogério contrato


por meio do qual se comprometeu a lhe transferir os bens de seu pai, Mário
Augusto, no dia em que este viesse a falecer. No ato da assinatura do contrato,
Rogério pagou a Roberto R$ 100.000,00. Antes do falecimento de Mário Augusto,
que não possui outros herdeiros, haverá
a) Direito adquirido, pois, de acordo com a Lei de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro, a ele se equipara o direito sob condição suspensiva
inalterável ao arbítrio de outrem.
b) Expectativa de direito, porque, enquanto vivo, os bens pertencem a Mário
Augusto, que deles poderá dispor, impedindo que, depois do falecimento,
Roberto os transfira a Rogério.
c) Direito adquirido, porque, com a assinatura do contrato, os bens da futura
herança passaram a integrar o patrimônio de Rogério.

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d) Expectativa de direito, porque, até o falecimento, o direito sobre os bens
da futura herança integra o patrimônio de Roberto, que poderá cumprir o
contrato apenas depois da abertura da sucessão.
e) Nem direito adquirido nem expectativa de direito, porque o contrato é nulo.

28. FCC 2015/TJ-GO/Juiz Substituto. Renato adquiriu imóvel e assinou


contrato no âmbito do qual foi excluída, por cláusula expressa, a responsabilidade
pela evicção. A cláusula é
a) Válida, mas, se Renato restar evicto, terá direito de receber o preço que
pagou pelo imóvel, ainda que soubesse do risco da evicção.
b) Válida, excluindo, em qualquer caso, o direito de Renato receber quaisquer
valores em caso de evicção.
c) Nula, porque fere preceito de ordem pública.
d) Válida, mas, se Renato restar evicto, terá direito de receber o preço que
pagou pelo imóvel, se não soube do risco da evicção ou se, dele informado,
não o assumiu.
e) Válida, mas, se Renato restar evicto, terá direito de receber o preço que
pagou pelo imóvel mais indenização pelos prejuízos decorrentes da
evicção, tais como despesas de contrato e custas judiciais, se não soube
do risco da evicção ou se, dele informado, não o assumiu.

29. FCC 2015/DPE-MA/Defensor Público. Bruno adquiriu um veículo


mediante contrato de alienação fiduciária, em 300 parcelas no valor de R$ 200,00
(duzentos reais) cada. Bruno pagou pontualmente as parcelas até que, faltando
apenas seis prestações para o adimplemento, não teve condições de realizar o
pagamento. Diante da impontualidade de Bruno, a instituição financeira ajuizou
ação de busca e apreensão do veículo. Na condição de defensor público atuando
em favor de Bruno, para defendê-lo neste pedido de busca e apreensão, é correta
a alegação de abuso do direito por parte da instituição financeira por aplicação
da
a) Autonomia da vontade.
b) Vedação de cláusula comissória.
c) Exceção do contrato não cumprido.
d) Vedação legal de busca e apreensão em alienação fiduciária.
e) Teoria do adimplemento substancial.

30. FCC 2015/TCE-CE/Conselheiro Substituto (Auditor). Joaquim, sendo


devedor de Pedro e não tendo condições financeiras para quitar a dívida, cedeu
a este os direitos hereditários que afirmava ter, por ser filho de Antônio, que se
encontrava moribundo e veio a falecer um dia após a celebração daquele negócio.
Aberto o inventário de Antônio, Pedro, com a concordância de Joaquim, requereu
ao juiz que lhe adjudicasse a cota parte dos bens que coubessem a Joaquim, mas
o juiz indeferiu o pedido. Essa decisão é

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Questões Comentadas
1. FCC 2016/PGE-MT/Analista – Bacharel em Direito. Em relação ao
mandato, considere:
I. Tanto as pessoas capazes, bem como as relativa ou absolutamente incapazes,
são aptas para outorgar procuração mediante instrumento particular.
II. Não se pode substabelecer mediante instrumento particular, se o mandato foi
outorgado mediante instrumento público.
III. O mandato presume-se gratuito quando não houver sido estipulada
retribuição, exceto se o seu objeto corresponder ao daqueles que o mandatário
trata por ofício ou profissão lucrativa.
IV. O mandatário tem o direito de reter, do objeto da operação que lhe foi
cometida, quanto baste para pagamento de tudo que lhe for devido em
consequência do mandato.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) III e IV.
b) II e III.
c) I e IV.
d) I e III.
e) II e IV.

Comentário:
A afirmativa I está errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 654. Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante
instrumento particular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante.
A afirmativa II está errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 655. Ainda quando se outorgue mandato por instrumento público, pode
substabelecer-se mediante instrumento particular.
A afirmativa III está correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 658. O mandato presume-se gratuito quando não houver sido estipulada
retribuição, exceto se o seu objeto corresponder ao daqueles que o mandatário trata
por ofício ou profissão lucrativa.
A afirmativa IV está correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 664. O mandatário tem o direito de reter, do objeto da operação que lhe foi
cometida, quanto baste para pagamento de tudo que lhe for devido em consequência
do mandato.

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Gabarito letra A.

2. FCC 2016/TRT - 20ª REGIÃO (SE)/ Analista Judiciário - Área Judiciária


Especialidade Oficial de Justiça Avaliador Federal. Mário vendeu um
apartamento a seu filho Caio, porém sem obter, antes, a anuência dos demais
filhos seus. Tal contrato é
a) Anulável, e, salvo convenção em contrário, Mário arcará com as despesas
de escritura e registro e responderá por todos os débitos que gravem a
coisa até o momento da tradição.
b) Válida, devendo o bem, no entanto, ser trazido à colação por ocasião do
falecimento de Mário. Salvo convenção em contrário, Caio arcará com as
despesas de escritura e registro e Mário responderá por todos os débitos
que gravem a coisa até o momento da tradição.
c) Válida, devendo o bem, no entanto, ser trazido à colação por ocasião do
falecimento de Mário. Salvo convenção em contrário, Mário arcará com as
despesas de escritura e registro e responderá por todos os débitos que
gravem a coisa até o momento da tradição.
d) Anulável, e, salvo convenção em contrário, Caio arcará com as despesas
de escritura e registro e Mário responderá por todos os débitos que gravem
a coisa até o momento da tradição.
e) Anulável, e, salvo convenção em contrário, Mário arcará com as despesas
de escritura e registro e Caio responderá por todos os débitos que gravem
a coisa até o momento da tradição.

Comentário:
A alternativa “d” está correta.
Questão literal sobre a espécie contratual compra e venda.
De acordo com o Código Civil:
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros
descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e
registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição39

Gabarito letra D.

3. FCC 2016/ DPE-BA/Defensor Público. Lauro é casado com Vânia. O casal


teve um filho, já falecido, que lhes deu dois netos, Roberto e Renato, todos
maiores e capazes. Lauro deseja transferir um de seus imóveis ao seu neto
Renato, entretanto, Roberto e Vânia não concordam com referida transferência.

39
Tradição é a entrega da coisa. Assim, ficam a cargo do vendedor as despesas com a entrega
da coisa.

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Diante desses fatos, é correto afirmar que o contrato de venda e compra entre
Lauro e seu neto Renato sem o consentimento de Roberto é
a) Anulável, mas a falta do consentimento de Vânia, pode afetar ou não a
validade do ato, a depender do regime de bens adotado; ainda, o
consentimento de Roberto é necessário para que Lauro faça doação em
favor de Renato.
b) Anulável, assim como o é em razão da falta do consentimento de Vânia,
independentemente do regime de bens adotado; ainda, o consentimento
de Roberto não é necessário para que Lauro faça doação em favor de
Renato.
c) Nulo, mas a falta do consentimento de Vânia pode afetar a validade do ato
ou não, a depender do regime de bens adotado; por fim, ainda, o
consentimento de Roberto não é necessário para que Lauro faça doação em
favor de Renato.
d) Anulável, mas a falta do consentimento de Vânia pode afetar a validade do
ato ou não, a depender do regime de bens adotado; ainda, o consentimento
de Roberto não é necessário para que Lauro faça a doação em favor de
Renato.
e) Válido, pois a lei apenas exige o consentimento nos contratos de compra e
venda entre pai e filhos, não se estendendo às hipóteses de contratos entre
avôs e netos; ainda, o consentimento de Roberto não é necessário para
que Lauro faça doação em favor de Renato.
Comentário:
A alternativa “d” está correta.
Questão literal do art. 496 do CC. Este artigo é muito requisitado em provas de
concursos.
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros
descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se
o regime de bens for o da separação obrigatória.
Gabarito letra D.

4. FCC 2016/TRT - 1ª REGIÃO (RJ)/ Juiz do Trabalho Substituto. A


respeito do contrato de compra e venda, é correto afirmar:
a) Até o momento da tradição, os riscos do preço correm por conta do
comprador.
b) Não é lícita a compra e venda entre cônjuges com relação a bens excluídos
da comunhão.
c) Será anulável a venda de ascendente a descendente quando houver
expresso consentimento pelos outros descendentes, mas não pelo cônjuge
do alienante, independentemente do regime de bens.

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d) Não obstante o prazo ajustado para o pagamento, se antes da tradição o
vendedor cair em insolvência, poderá o comprador sobrestar o pagamento
da coisa, até que o vendedor garanta a entrega do bem.
e) A fixação do preço não pode ser deixada ao arbítrio de terceiro.
Comentário:
A alternativa “a” está correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do
VENDEDOR, e os do preço por conta do COMPRADOR.
A alternativa “b” está errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 499. É lícita a compra e venda entre cônjuges, em relação aos bens excluídos da
comunhão.
A alternativa “c” está errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros
descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
A alternativa “d” está errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 495. Não obstante o prazo ajustado para o pagamento, se antes da tradição o
COMPRADOR cair em insolvência, poderá o VENDEDOR sobrestar na entrega da coisa,
até que o comprador lhe dê caução de pagar no tempo ajustado.
A alternativa “e” está errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 485. A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, que os
contratantes logo designarem ou prometerem designar.
Gabarito letra A.

5. FCC 2016/TRT - 23ª REGIÃO (MT)/ Analista Judiciário - Oficial de


Justiça Avaliador Federal. Jorge vendeu um imóvel a Plínio. Plínio, por sua vez,
vendeu um veículo a Jorge. As partes não convencionaram quem arcaria com as
despesas com escritura e registro do imóvel, nem com as da tradição do veículo.
Neste caso, de acordo com o Código Civil,
a) Jorge arcará com as despesas com escritura e registro do imóvel e também
com as da tradição do veículo.
b) Plínio arcará com as despesas com escritura e registro do imóvel e Jorge
com as da tradição do veículo.
c) Plínio arcará com as despesas com escritura e registro do imóvel e também
com as da tradição do veículo.

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Aula 07 – Profa Aline Baptista Santiago
d) Jorge arcará com as despesas com escritura e registro do imóvel e Plínio
com as da tradição do veículo.
e) Plínio e Jorge arcarão, em parte iguais, com as despesas com escritura e
registro do imóvel e com as da tradição do veículo.
Comentário:
A alternativa “c” está correta.
Para resolver esta questão usaremos um artigo bem básico do contrato de
compra e venda e, também, bastante cobrado.
De acordo com o Código Civil:
Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e
registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição.
Gabarito letra C.

6. FCC 2016/TRT - 23ª REGIÃO (MT)/ Analista Judiciário - Área


Judiciária. Rogério comprou um carro de Vitor, a quem foi conferido,
expressamente, o direito de fixar o preço, por seu exclusivo arbítrio. Fixado o
preço, Rogério externou o desejo de desistir da compra, em razão do alto valor
atribuído ao bem. Com isto, Vitor não chegou a entregar o bem. O contrato de
compra e venda
a) É existente, porque se aperfeiçoa com o mero consenso sobre o objeto e o
preço, porém nulo, tendo em vista que, embora o preço possa ser fixado
por uma das partes, por seu exclusivo arbítrio, se esta faculdade houver
sido expressamente acordada, a validade de tal contrato depende da
entrega da coisa.
b) É existente e válido, porque se aperfeiçoa com o mero consenso sobre o
objeto e o preço e este pode ser fixado por uma das partes, por seu
exclusivo arbítrio, haja ou não previsão expressa nesse sentido.
c) É inexistente, porque o bem não foi entregue.
d) É existente, porque se aperfeiçoa com o mero consenso sobre o objeto e o
preço, porém nulo, pois não se pode deixar ao arbítrio exclusivo de uma
das partes a fixação do preço.
e) É existente e válido, porque se aperfeiçoa com o mero consenso sobre o
objeto e o preço, e este pode ser fixado por uma das partes, por seu
exclusivo arbítrio, se esta faculdade houver sido expressamente acordada.
Comentário:
A alternativa “d” está correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, ¹um dos contratantes se obriga a
transferir o domínio de certa coisa, e ²o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro.

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Aula 07 – Profa Aline Baptista Santiago
Caio Mário da Silva Pereira40 assim apresentava o contrato de compra e venda:
“É o contrato em que uma pessoa (vendedor) se obriga a transferir a
outra (comprador) a propriedade de uma coisa corpórea ou incorpórea,
mediante o pagamento de certo preço em dinheiro ou valor fiduciário
correspondente”.
Assim, são elementos essenciais do contrato de compra e venda: ¹a
coisa (ou res); ²o preço; e ³o consentimento das partes.
Sobre este assunto temos o art. 482:
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde
que as partes acordarem no objeto e no preço.
E, por fim, art. 489 do CC:
Art. 489. Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo
de uma das partes a fixação do preço.
Gabarito letra D.

7. FCC 2016/Prefeitura de Teresina – PI/Técnico de Nível Superior –


Advogado. A transação
a) Concernente a obrigações resultantes de delito extingue a Ação Penal
Pública.
b) Entre um dos credores solidários e o devedor não extingue a obrigação
deste para com os outros credores.
c) Entre um dos devedores solidários e seu credor, não extingue a dívida em
relação aos codevedores.
d) Deve ser interpretada de forma ampla e irrestrita.
e) Concluída entre o credor e o devedor desobrigará o fiador.

Comentário:
A alternativa “a” está errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 846. A transação concernente a obrigações resultantes de delito não extingue a
ação penal pública.
A alternativa “b” está errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 844. § 2º. Se entre um dos credores solidários e o devedor, extingue a obrigação
deste para com os outros credores.
A alternativa “c” está errada.
De acordo com o Código Civil:

40
Caio Mario da Silva Pereira, Instituições de direito Civil, volume I, 25 ed.

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Aula 07 – Profa Aline Baptista Santiago
Art. 844. § 3º. Se entre um dos devedores solidários e seu credor, extingue a dívida
em relação aos co-devedores.
A alternativa “d” está errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 843. A transação interpreta-se restritivamente, e por ela não se transmitem,
apenas se declaram ou reconhecem direitos.
A alternativa “e” está correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 844. § 1º. Se for concluída entre o credor e o devedor, desobrigará o fiador.
Gabarito letra E.

8. FCC 2016/Prefeitura de Teresina – PI/Técnico de Nível Superior -


Analista Administrativo. Amarildo, com 16 anos de idade, pretende vender um
imóvel valioso de sua propriedade. Para tanto:
a) Não precisa comparecer pessoalmente ao ato de lavratura da escritura,
bastando ser assistido por seu representante legal, que deverá comparecer
obrigatoriamente.
b) Não precisa comparecer ao ato da lavratura da escritura, pois será
representado pelo Ministério Público, que deverá comparecer
pessoalmente ao ato.
c) Comparecerá pessoalmente ao ato da lavratura da escritura, outorgando-
a, regularmente assistido.
d) Comparecerá pessoalmente e outorgará a escritura de compra e venda,
sendo-lhe dispensável representação ou assistência, pois a forma do ato
pode ser suprida pela declaração de vontade, independentemente da idade
do declarante ou outro requisito.
e) Não precisa comparecer pessoalmente ao ato da lavratura da escritura,
bastando ser representado por seu representante legal, que deverá
comparecer obrigatoriamente.

Comentário:
A alternativa “c” está correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 4º. São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
...
Art. 215. A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento dotado de fé
pública, fazendo prova plena.
§ 1º. Salvo quando exigidos por lei outros requisitos, a escritura pública deve conter:

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Aula 07 – Profa Aline Baptista Santiago
VII - assinatura das partes e dos demais comparecentes, bem como a do tabelião ou
seu substituto legal, encerrando o ato.
Gabarito letra C.

9. FCC 2016/Prefeitura de Teresina – PI/Técnico de Nível Superior -


Analista Administrativo. Anita, dona de casa, comprou de sua vizinha
Bernadete, também do lar, um conjunto de sala de jantar. Pago o preço e
entregue o mobiliário, Anita percebeu alguns defeitos aparentes e incontornáveis
nos móveis, como, por exemplo, cadeiras montadas com peças de cores
contrastantes e várias bolhas no tampo de vidro da mesa. Negado o desfazimento
do negócio, Anita, 40 dias após a entrega dos móveis, propôs ação redibitória, a
fim de rejeitar a coisa, rescindindo o contrato e pleiteando a devolução do preço
pago. A sentença será
a) Desfavorável a Anita, pois ela não pode rejeitar a coisa e pedir a devolução
do preço pago, já que já usou os móveis.
b) Favorável a Anita, pois os defeitos nos móveis os tornaram imprestáveis
para o efeito decorativo a que se destinavam.
c) Favorável a Anita, pois o prazo para ajuizamento de tal demanda é de 1
ano, pois se tratam de bens móveis.
d) Parcialmente favorável a Anita, pois, já que o bem contém defeitos ocultos,
não descobertos em um simples e rápido exame exterior, o adquirente
apenas pode requerer diminuição do preço pago.
e) Desfavorável a Anita, pois o prazo para ajuizamento de tal demanda é de
30 dias, e também porque os defeitos não são ocultos.

Comentário:
A alternativa “e” está correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por
vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe
diminuam o valor
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço
no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da
entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à
metade.
Gabarito letra E.

10. FCC 2016/PGE-MT/Procurador do Estado. Isac vendeu seu veículo a


Juliano, por preço bem inferior ao de mercado, fazendo constar, no contrato de
compra e venda, que o bem estava mal conservado e poderia apresentar vícios
diversos e graves. Passados quarenta dias da realização do negócio, o veículo

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parou de funcionar. Juliano ajuizou ação redibitória contra Isac, requerendo a
restituição do valor pago, mais perdas e danos. A pretensão de Juliano
a) Improcede, porque, embora a coisa possa ser enjeitada, em razão de vício
redibitório, as perdas e danos apenas seriam devidas se Isac houvesse
procedido de má-fé.
b) Procede, porque a coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode
ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso
a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
c) Improcede, porque firmou contrato comutativo, assumindo o risco de que
o bem viesse a apresentar avarias.
d) Improcede, porque não configurados os elementos definidores do vício
redibitório e o comprador assumiu o risco de que o bem viesse a apresentar
avarias.
e) Procede, porque a coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode
ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso
a que é destinada, ou lhe diminuam o valor, mas está prescrita, porque se
passaram mais de 30 dias da realização do negócio.

Comentário:
A alternativa “d” está correta.
De acordo com Carlos Roberto Gonçalves41: “Vícios redibitórios são os defeitos
ocultos em coisa recebida em virtude de contrato comutativo42, que a tornam
¹imprópria ao uso a que se destina ou ²lhe diminuem o valor” (grifos
nossos).
De acordo com o Código Civil:
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por
vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe
diminuam o valor.
Gabarito letra D.

11. FCC 2016/Prefeitura de São Luiz – MA/Procurador do Município.


Constitui característica da onerosidade excessiva, conforme regrado no Código
Civil de 2002,
a) A manutenção das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações
desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos antecedentes ou
supervenientes que as tornem excessivamente onerosas.
b) O comprovado inadimplemento, pelo credor, de sua obrigação contratual,
pois responde por perdas e danos, mais juros e atualização monetária

41
Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Esquematizado, 2ª ed.
42
Contrato comutativo é aquele contrato oneroso em que a prestação corresponde a uma
contraprestação, que é certa e determinada.

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Aula 07 – Profa Aline Baptista Santiago
segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de
advogado.
c) A efetiva alteração radical da estrutura contratual, em decorrência da
desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do
momento de sua execução, decorrentes de circunstâncias previstas ou
previsíveis.
d) Nos contratos de execução continuada ou diferida, a excessiva
onerosidade da prestação de uma das partes, com extrema vantagem
para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e
imprevisíveis.
e) O enriquecimento inesperado e absolutamente infundado (injusto) para o
credor, em detrimento do devedor, como decorrência direta da situação
superveniente e imprevista.

Comentário:
A alternativa “d” está correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma
das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra,
em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir
a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da
citação.
Gabarito letra D.

12. FCC 2016/TRT - 14ª Região (RO e AC)/ Analista Judiciário - Oficial
de Justiça Avaliador Federal. Analise as seguintes assertivas sobre o contrato
de mandato, de acordo com o que estabelece o Código Civil:
I. A ratificação de atos praticados por quem não tenha o mandato, ou o tenha
sem poderes suficientes, deverá ser expressa, ou resultar de ato inequívoco, e
produzirá efeitos a partir da data da ratificação.
II. Para administração ordinária e para transigir o mandatário dependerá de
procuração com poderes especiais ou expressos.
III. O mandatário não pode compensar os prejuízos a que deu causa com os
proveitos que, por outro lado, tenha obtido com esforço ao seu constituinte.
Está correto o que se afirma em
a) II e III, apenas.
b) I, II e III.
c) I e II, apenas.
d) III, apenas.
e) I, apenas.

Comentário:

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Aula 07 – Profa Aline Baptista Santiago
A afirmativa I está errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 662. Os atos praticados por quem não tenha mandato, ou o tenha sem
poderes suficientes, são ineficazes em relação àquele em cujo nome foram
praticados, salvo se este os ratificar.
Parágrafo único. A ratificação há de ser ¹expressa, ou ²resultar de ato inequívoco, e
retroagirá à data do ato.
Os efeitos da ratificação são ex tunc (retroagem à data do ato) e veja que a
ratificação até pode ser tácita, mas precisará resultar de ato inequívoco.
A afirmativa II está errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 661. O mandato em termos gerais só confere poderes de administração.
§ 1o. Para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar outros quaisquer atos que
exorbitem da administração ordinária, depende a procuração de poderes
especiais e expressos.
Assim, os poderes gerais são os de mera administração, são aqueles que
buscam preservar o interesse do mandate para que permaneçam no mesmo
estado que se encontravam quando se firmou o contrato.
A afirmativa III está correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 669. O mandatário não pode compensar os prejuízos a que deu causa com os
proveitos que, por outro lado, tenha granjeado ao seu constituinte.
Entenda prejuízo como o efeito negativo de um fato jurídico em sentido amplo,
assim, é o efeito negativo de ato ou gerência do mandatário. O artigo 669,
acima, é uma exceção à regra genérica da compensação, que não caberá ao
mandato, uma vez que o mandatário não poderá compensar os prejuízos
causados com as vantagens auferidas pelo mandante.
Gabarito letra D.

13. FCC 2016/TRT - 14ª Região (RO e AC)/ Analista Judiciário - Área
Judiciária. Sobre a transação, na esteira do que estabelece o Código Civil, é
correto afirmar:
a) A transação só se anula por dolo, coação, ou erro essencial quanto à pessoa
ou coisa controversa.
b) É inadmissível a pena convencional na transação.
c) A transação concernente a obrigações resultantes de delito extingue, em
regra, a ação penal pública.
d) A transação não aproveita, nem prejudica senão aos que nela intervierem,
salvo se disser respeito a coisa indivisível.
e) A transação não é interpretada restritivamente, e por ela se transmitem,
declaram ou reconhecem direitos.

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Aula 07 – Profa Aline Baptista Santiago

Comentário:
A alternativa “a” está correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 849. A transação só se anula por dolo, coação, ou erro essencial quanto à pessoa
ou coisa controversa.
A alternativa “b” está errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 847. É admissível, na transação, a pena convencional.
A alternativa “c” está errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 846. A transação concernente a obrigações resultantes de delito não extingue a
ação penal pública.
A alternativa “d” está errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 844. A transação não aproveita, nem prejudica senão aos que nela intervierem,
ainda que diga respeito a coisa indivisível.
A alternativa “e” está errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 843. A transação interpreta-se restritivamente, e por ela não se transmitem,
apenas se declaram ou reconhecem direitos.
Gabarito letra A.

14. FCC 2015/TJ-PI/Juiz Substituto. Sobre a compra e venda, considere:


I. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo
do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição.
II. É nula a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes
e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
III. O ascendente não pode vender a seus descendentes bens cujo valor
ultrapasse a metade de seu patrimônio.
IV. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor,
e os do preço por conta do comprador.
V. É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da
comunhão.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II, III e V.
b) II, III e IV.
c) I, III e V.

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d) I, IV e V.
e) I, II e IV.
Comentário:
A afirmativa I está correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a
cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição.
A afirmativa II está errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros
descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
A afirmativa III está errada.
Não existe esta proibição legal.
A afirmativa IV está correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor,
e os do preço por conta do comprador.
A afirmativa V está correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 499. É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da
comunhão.
Gabarito letra D.

15. FCC 2015/TRE-AP/Analista Judiciário – Judiciária. De acordo com o


Código Civil brasileiro, sob pena de nulidade, não podem ser comprados, pelos
juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou
auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou
conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade. Esta
proibição
a) Não compreende os casos de compra e venda entre coerdeiros.
b) Não se estendem, em regra, à cessão de crédito.
c) É limitada a bens com avaliação inferior a R$ 500.000,00 (quinhentos mil
reais).
d) É limitada a bens com avaliação inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões
de reais).
e) Não compreende bens adquiridos em hasta pública.
Comentário:
A alternativa “a” está correta.

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De acordo com o Código Civil:
Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta
pública:
I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à
sua guarda ou administração;
II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que
servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta;
III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários
ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou
conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade;
IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados.
Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à cessão de crédito.
Art. 498. A proibição contida no inciso III do artigo antecedente, não compreende os
casos de compra e venda ou cessão entre co-herdeiros, ou em pagamento de dívida,
ou para garantia de bens já pertencentes a pessoas designadas no referido inciso.
Gabarito letra A.

16. FCC 2015/TJ-RR/Juiz Substituto. Roberto e Marieta possuem os filhos


Marcos, com vinte e cinco anos, Antonio, com vinte anos e Mônica, com doze
anos de idade. Os pais, pretendendo vender um imóvel para Marcos,
a) Terão de pedir a venda judicial, em que Marcos poderá exercer o direito de
preferência.
b) Deverão obter o consentimento de Antonio, sem o qual a venda será nula,
mas não precisarão do consentimento de Mônica, que é absolutamente
incapaz.
c) Não poderão realizar o negócio enquanto Mônica for absolutamente
incapaz, devendo aguardar que ela complete dezesseis anos para ser
emancipada e consentir na venda, juntamente com Antonio.
d) Deverão obter o consentimento de Antonio e de Mônica, sendo que, para
esta, terá de ser dado curador especial pelo juiz.
e) Poderão fazê-lo livremente, se o valor desse imóvel não exceder o
disponível, mas se o exceder dependerão do consentimento de Antonio,
que, necessariamente, figurará na escritura como curador especial de
Mônica.
Comentário:
A alternativa “d” está correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros
descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o
regime de bens for o da separação obrigatória.

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Gabarito letra D.

17. FCC 2015/MANAUSPREV/Procurador Autárquico. Na compra e venda


a) Os riscos da tradição, em regra, correm por conta do vendedor.
b) O vendedor é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço, mesmo
que o negócio tenha sido praticado à vista.
c) Não pode o cônjuge, na constância do casamento, alienar um bem a outro,
ainda que particular.
d) A entrega da coisa é pressuposto de existência do contrato.
e) O vendedor sempre responde pelos débitos, até o momento da tradição.
Comentário:
A alternativa “a” está correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor,
e os do preço por conta do comprador.
A alternativa “b” está errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 491. Não sendo a venda a crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa
antes de receber o preço.
A alternativa “c” está errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 499. É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação abens excluídos da
comunhão.
A alternativa “d” está errada.
O contrato de compra e venda é obrigacional e não real.
De acordo com o Código Civil:
Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir
o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro.
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde
que as partes acordarem no objeto e no preço.
A alternativa “e” está errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 502. O vendedor, salvo convenção em contrário, responde por todos os débitos
que gravem a coisa até o momento da tradição.
Gabarito letra A.

18. FCC 2015/TRT - 9ª REGIÃO (PR)/ Analista Judiciário - Área Judiciária


- Oficial de Justiça Avaliador Federal. A respeito da transação, considere:

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I. Admite-se a transação apenas quanto a direitos patrimoniais de caráter
privado.
II. Quando recair sobre direitos contestados em juízo, a transação será feita por
escritura ou por termo nos autos, assinados pelos transigentes e homologado
pelo juiz.
III. A transação se interpreta restritivamente.
IV. A transação feita entre credor e devedor obriga o fiador.
De acordo com o Código Civil, é correto o que se afirma APENAS em
a) I, II e IV.
b) I, II e III.
c) II, III e IV.
d) I, III e IV.
e) II e IV.

Comentário:
A firmativa I está correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 841. Só quanto a direitos patrimoniais de caráter privado se permite a transação.
A afirmativa II está correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 842. A transação far-se-á por escritura pública, nas obrigações em que a lei o
exige, ou por instrumento particular, nas em que ela o admite; se recair sobre direitos
contestados em juízo, será feita por escritura pública, ou por termo nos autos,
assinado pelos transigentes e homologado pelo juiz.
A afirmativa III está correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 843. A transação interpreta-se restritivamente, e por ela não se transmitem,
apenas se declaram ou reconhecem direitos.
A afirmativa IV está errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 844. A transação não aproveita, nem prejudica senão aos que nela intervierem,
ainda que diga respeito a coisa indivisível.
§ 1º. Se for concluída entre o credor e o devedor, desobrigará o fiador.
Gabarito letra B.

19. FCC 2015/TJ-SE/Juiz Substituto. São contratos aleatórios,


a) Apenas os que se referem a alienação de coisas existentes, mas expostas
a risco assumido pelo adquirente e, por isso, poderá ser anulado como

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doloso pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a
consumação do risco a que se considerava exposta a coisa.
b) Os que dizem respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a
existir um dos contratantes assuma, os cujo objeto sejam coisas futuras,
tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer
quantidade e os que se referirem a coisas existentes, mas expostas a risco
assumido pelo adquirente.
c) Somente os que envolvam jogo ou aposta, e o de seguro.
d) Os que dizem respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a
existir um dos contratantes assuma, entretanto, não se consideram
aleatórios se o risco for de virem a existir em qualquer quantidade.
e) Aqueles em que o risco assumido é de virem existir coisas em qualquer
quantidade, mas não os de nada virem a existir, porque, neste caso, o
negócio é nulo por acarretar o enriquecimento sem causa e, portanto, ilícito
o objeto.

Comentário:
A alternativa “b” está correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo
risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de
receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha
havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir.
Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente
a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante
a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa
venha a existir em quantidade inferior à esperada.
Gabarito letra B.

20. FCC 2015/TRT - 15ª Região/Juiz do Trabalho Substituto. Sobre a


eficácia dos contratos em relação a terceiros, afirma Miguel Maria de Serpa Lopes:
Finalmente, é princípio assente a responsabilidade do terceiro pela inexecução de
um contrato se, com a sua ação culposa, foi o cúmplice do seu inadimplemento.
É o que a jurisprudência francesa já firmou, embora colocando a questão fora do
terreno da culpa contratual, para situá-la no da culpa extracontratual. (Curso de
Direito Civil − vol. III − p. 123 − 3ª edição – Livraria Freitas Bastos S/A, 1960).
No Direito brasileiro, essa figura do terceiro cúmplice
a) Só é identificada, em disposição do Código Civil, estabelecendo que aquele
que aliciar pessoas obrigadas em contrato a prestar serviço a outrem
pagará a este indenização por danos emergentes e lucros cessantes, que
será arbitrada pelo juiz.
b) Não é identificada em nenhuma disposição legal.
c) É identificada apenas em disposição do Código Civil estabelecendo que
aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato escrito e desde que por

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prazo determinado a prestar serviços agrícolas a outrem pagará a este a
importância que ao prestador de serviço, pelo ajuste desfeito, houvesse de
caber durante dois anos.
d) É identificada apenas em disposição legal estabelecendo que aquele que
aliciar pessoas obrigadas em contrato escrito e por prazo determinado a
prestar serviços de publicidade ou artísticos a outrem pagará a este uma
indenização equitativa arbitrada pelo juiz.
e) Pode ser reconhecida em disposição do Código Civil estabelecendo que
aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato escrito a prestar serviço
a outrem pagará a este a importância que ao prestador de serviço, pelo
ajuste desfeito, houvesse de caber durante dois anos.

Comentário:
A alternativa “e” está correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 608. Aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato escrito a prestar serviço a
outrem pagará a este a importância que ao prestador de serviço, pelo ajuste desfeito,
houvesse de caber durante dois anos.
Gabarito letra E.

21. FCC 2015/MPE-PB/Analista Ministerial – Auditor de Contas Públicas.


Paulo adquiriu uma casa de José e, um mês após, descobriu que o imóvel
apresentava vício oculto consistente em defeitos na estrutura de sustentação do
telhado, com risco de desabamento. José desconhecia o vício. Em tal situação,
Paulo pode
a) Apenas rejeitar a coisa, redibindo o contrato, reavendo o preço pago e
obtendo o reembolso das suas despesas, além das perdas e danos.
b) Apenas rejeitar a coisa, redibindo o contrato, reavendo o preço pago e
obtendo o reembolso das suas despesas.
c) Apenas reclamar o abatimento no preço, sem a redibição do contrato.
d) Rejeitar a coisa, redibindo o contrato, reavendo o preço pago e obtendo o
reembolso das despesas do contrato ou reclamar o abatimento no preço,
sem a redibição do contrato.
e) Rejeitar a coisa, redibindo o contrato, reavendo o preço pago e obtendo o
reembolso das suas despesas, além das perdas e danos, ou reclamar o
abatimento no preço, sem a redibição do contrato.

Comentário:
A alternativa “d” está correta.

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De acordo com Carlos Roberto Gonçalves43: “Vícios redibitórios são os defeitos
ocultos em coisa recebida em virtude de contrato comutativo44, que a tornam
¹imprópria ao uso a que se destina ou ²lhe diminuem o valor” (grifos
nossos).
De acordo com o Código Civil:
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o
adquirente reclamar abatimento no preço.
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu
com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido,
mais as despesas do contrato.
Gabarito letra D.

22. FCC 2015/TJ-SC/Juiz Substituto. O princípio da boa fé, no Código Civil


Brasileiro, não foi consagrado, em artigo expresso, como regra geral, ao contrário
do Código Civil Alemão. Mas o nosso Código Comercial incluiu-o como princípio
vigorante no campo obrigacional e relacionou-o também com os usos de tráfico
(23). Contudo, a inexistência, no Código Civil, de artigo semelhante ao § 242 do
BGB não impede que o princípio tenha vigência em nosso direito das obrigações,
pois se trata de proposição jurídica, com significado de regra de conduta. O
mandamento engloba todos os que participam do vínculo obrigacional e
estabelece, entre eles, um elo de cooperação, em face do fim objetivo a que
visam (Clóvis V. do Couto e Silva. A obrigação como processo. José Bushatsky,
Editor, 1976, p. 29-30).
Esse texto foi escrito na vigência do Código Civil de 1916. O Código Civil de 2002
a) Trouxe, porém, mandamento de conduta, tanto ao credor como ao
devedor, estabelecendo entre eles o elo de cooperação referido pelo autor.
b) Trouxe disposição análoga à do Código Civil alemão, mas impondo somente
ao devedor o dever de boa-fé.
c) Também não trouxe qualquer disposição semelhante à do Código Civil
alemão estabelecendo elo de cooperação entre credor e devedor.
d) Trouxe disposição semelhante à do Código Civil alemão, somente na parte
geral e como regra interpretativa dos contratos.
e) Trouxe disposição análoga à do Código civil alemão, mas impondo somente
ao credor o dever de boa-fé.

Comentário:
A alternativa “a” está correta.

43
Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Esquematizado, 2ª ed.
44
Contrato comutativo é aquele contrato oneroso em que a prestação corresponde a uma
contraprestação, que é certa e determinada.

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O Código Civil de 2002 trouxe, porém, mandamento de conduta, tanto ao
credor como ao devedor, estabelecendo entre eles o elo de cooperação referido
pelo autor.
De acordo com o Código Civil:
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato,
como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Gabarito letra A.

23. FCC 2015/SEFAZ-PI/Analista do Tesouro Estadual. De acordo com o


Código Civil,
a) A garantia contra os vícios redibitórios independe de estipulação expressa
b) Nos contratos de adesão, pode-se renunciar antecipadamente a direito
inerente à natureza do negócio.
c) Pode-se estipular, como objeto de contrato, herança de pessoa viva que
tenha sido interditada.
d) Em contrato de adesão, quando houver cláusulas ambíguas ou
contraditórias, o juiz deverá interpretá-lo em favor da parte que o elaborou.
e) O contrato preliminar deve conter todos os requisitos do contrato a ser
celebrado, incluindo a forma.
Comentário:
A alternativa “a” está correta, pois ela decorre da lei e não de contrato.
De acordo com o Código Civil:
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por
vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe
diminuam o valor.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.
A alternativa “b” está errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia
antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.
A alternativa “c” está errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
A alternativa “d” está errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias,
dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
A alternativa “e” está errada.

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  –     
  
  –    
     
             
     
  

        


 
         
      
          

        
      


A alternativa “a” está errada.
          
         
A alternativa “b” está errada.
             
           
            
            
  
A alternativa “c” está errada.
          
    
     
             
     
A alternativa “d” está correta.
            
        
       
A alternativa “e” está errada.
        
“inter partes”   
“erga omnes”  
  

   


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25. FCC 2015/MANAUSPREV/Procurador Autárquico. A respeito dos


contratos, é correto afirmar que
a) Dispensam o consenso, quando reais, aperfeiçoando-se com a entrega da
coisa, independentemente da vontade das partes.
b) As partes devem observar, durante sua execução, o princípio da boa-fé
objetiva, assim entendida a ausência de dolo de prejudicar o outro
contratante.
c) O Código Civil atual aboliu o princípio pacta sunt servanda.
d) Não podem ter como objeto a herança de pessoa viva.
e) Operam efeitos erga omnes, como corolário do princípio da relatividade.

Comentário:
A alternativa “a” está errada, pois nos contratos reais, além do acordo de
vontades há, também, a exigência da entrega da coisa. Como no contrato de
depósito.
A alternativa “b” está errada.
De acordo com o Código Civil:
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato,
como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
A alternativa “c” está errada, pois este princípio não foi abolido, mas sim,
relativizado.
A alternativa “d” está correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
A alternativa “e” está errada.
O contrato tem efeito inter partes (não erga omnes) de acordo com o princípio
da relatividade. Desta forma, o contrato vincula somente as partes que nele
intervêm.
Gabarito letra D.

26. FCC 2015/TJ-PE/Juiz Substituto. Considere o seguinte texto de Miguel


Maria de Serpa Lopes: Da estrutura jurídica da EXCEPTIO NON ADIMPLETI
CONTRACTUS -Como a própria denominação o indica, a exceptio non ad.
contractusconstitui uma das modalidades das exceções substanciais. Pertence à
classe das exceções dilatórias, segundo uns, embora outros a entendam
pertinente à categoria das exceções peremptórias. Como quer que seja, convém
assinalar, antes de tudo, que a ex. n. ad. contractusparalisa a ação do autor ante
a alegação do réu de não ter recebido a contraprestação que lhe é devida,
estando o cumprimento de sua obrigação, a seu turno, dependente do
adimplemento da prestação do demandante (inExceções Substanciais: Exceção

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de contrato não cumprido (Exceptio non adimpleti contractus) -p. 135 - Livraria
Freitas Bastos S/A, 1959).
Por isso, o autor pode concluir que ela só encontra e só pode encontrar clima
propício,
a) Em qualquer modalidade de contrato consensual.
b) Onde não existir uma vinculação bilateral.
c) Onde houver uma vinculação sinalagmática.
d) Nos contratos unilaterais.
e) Nos contratos reais.

Comentário:
A alternativa “c” está correta.
Lembre-se do que estudamos quando vimos os contratos sinalagmáticos:
Contratos bilaterais (ou sinalagmáticos) são os contratos com obrigações
recíprocas e correlativas, são aqueles de que nascem obrigações para ambas
as partes.
Combine este conhecimento com o art. 476:
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua
obrigação, pode exigir o implemento da do outro.
Desta forma, a alternativa correta é a “c”, pois a exceptio non adimpleti
contractus só terá cabimento nos contratos com vinculação sinalagmática.
Gabarito letra C.

27. FCC 2015/TJ-GO/Juiz Substituto. Roberto celebrou com Rogério contrato


por meio do qual se comprometeu a lhe transferir os bens de seu pai, Mário
Augusto, no dia em que este viesse a falecer. No ato da assinatura do contrato,
Rogério pagou a Roberto R$ 100.000,00. Antes do falecimento de Mário Augusto,
que não possui outros herdeiros, haverá
a) Direito adquirido, pois, de acordo com a Lei de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro, a ele se equipara o direito sob condição suspensiva
inalterável ao arbítrio de outrem.
b) Expectativa de direito, porque, enquanto vivo, os bens pertencem a Mário
Augusto, que deles poderá dispor, impedindo que, depois do falecimento,
Roberto os transfira a Rogério.
c) Direito adquirido, porque, com a assinatura do contrato, os bens da futura
herança passaram a integrar o patrimônio de Rogério.
d) Expectativa de direito, porque, até o falecimento, o direito sobre os bens
da futura herança integra o patrimônio de Roberto, que poderá cumprir o
contrato apenas depois da abertura da sucessão.
e) Nem direito adquirido nem expectativa de direito, porque o contrato é nulo.

Comentário:

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A alternativa “e” está correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
Gabarito letra E.

28. FCC 2015/TJ-GO/Juiz Substituto. Renato adquiriu imóvel e assinou


contrato no âmbito do qual foi excluída, por cláusula expressa, a responsabilidade
pela evicção. A cláusula é
a) Válida, mas, se Renato restar evicto, terá direito de receber o preço que
pagou pelo imóvel, ainda que soubesse do risco da evicção.
b) Válida, excluindo, em qualquer caso, o direito de Renato receber quaisquer
valores em caso de evicção.
c) Nula, porque fere preceito de ordem pública.
d) Válida, mas, se Renato restar evicto, terá direito de receber o preço que
pagou pelo imóvel, se não soube do risco da evicção ou se, dele informado,
não o assumiu.
e) Válida, mas, se Renato restar evicto, terá direito de receber o preço que
pagou pelo imóvel mais indenização pelos prejuízos decorrentes da
evicção, tais como despesas de contrato e custas judiciais, se não soube
do risco da evicção ou se, dele informado, não o assumiu.

Comentário:
A alternativa “d” está correta.
De acordo com o Código Civil:
Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se
der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube
do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.
Desta forma, não basta a colocação de cláusula de exclusão da evicção para a
exclusão da responsabilidade. Será necessário acrescentar, também, referência
de que o adquirente sabia de eventual risco de evicção e assumiu esse risco.
Gabarito letra D.

29. FCC 2015/DPE-MA/Defensor Público. Bruno adquiriu um veículo


mediante contrato de alienação fiduciária, em 300 parcelas no valor de R$ 200,00
(duzentos reais) cada. Bruno pagou pontualmente as parcelas até que, faltando
apenas seis prestações para o adimplemento, não teve condições de realizar o
pagamento. Diante da impontualidade de Bruno, a instituição financeira ajuizou
ação de busca e apreensão do veículo. Na condição de defensor público atuando
em favor de Bruno, para defendê-lo neste pedido de busca e apreensão, é correta
a alegação de abuso do direito por parte da instituição financeira por aplicação
da

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  –     
  
  –    
   
    
     
         
    


A alternativa “e” está correta.
          
            

            


          “O
         
            
ando a aplicação do art. 475”.
          
           
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A alternativa “a” está correta.
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