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2. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A Administração Pública pode ser conceituada, em sentido amplo, como o
conjunto de entidades e de órgãos incumbidos de realizar a atividade administrativa,
visando à satisfação das necessidades coletivas e segundo os fins desejados pelo Estado.
3. AUTARQUIAS
3.1. Definição
As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, de natureza administrativa,
criadas para a execução de serviços públicos, antes prestados pelas entidades estatais que
as criam. Contam com patrimônio próprio, constituído a partir de transferência pela
entidade estatal a que se vinculam, portanto, capital exclusivamente público. Logo, as
autarquias são regidas integralmente pelo regime jurídico de direito público, podendo,
tão-somente, ser prestadoras de serviços públicos, contando com capital oriundo da
Administração direta. A título de exemplo, citamos as seguintes autarquias: Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS), Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (CADE), Departamento nacional de Registro do
Comércio (DNRC), Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Banco
Central do Brasil (Bacen) etc.
O Banco Central é uma autarquia de regime especial, em razão de suas atribuições.
Com efeito, por força do artigo 21, inciso VII da Constituição Federal/88, a competência
para emissão de moedas é da União por meio do Banco Central.
3.2. Características
Dirigentes próprios: depois de criadas, as autarquias possuem uma vida
independente, contando com dirigentes próprios, escolhidos na forma prevista
na lei específica criadora da autarquia ou, na falta de previsão legal, de
conformidade com os estatutos. De acordo com a jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal, qualquer condicionante externo na escolha de seus
dirigentes pode causar ilegalidade se importar invasão de competência. A
aprovação de dirigentes das autarquias, porém, pode ser admitida, a exemplo
da aprovação posterior do presidente do Banco Central, pelo Legislativo
(sabatina). Por fim, saliente-se que, de acordo com análise etimológica da
expressão autarquia (originalmente grafada como autos arquia), encontramos
o significado de governo próprio.
específica de iniciativa do Poder Executivo (artigo 61, § 1.º, inciso II, “e”, da
Constituição Federal/88). Assim, cada autarquia criada deverá ter uma lei própria,
autarquias são extintas da mesma forma que são criadas, ou seja, também necessitam
de lei específica que determine a extinção de cada uma destas, obviamente, editada
3.5. Privilégios
As autarquias são dotadas dos mesmos privilégios que a Administração direta.
Com efeito, por atuarem na busca do interesse público e submeterem-se ao regime
jurídico da Administração, obtém, legalmente, benefícios de ordem processual, a exemplo
das regras constantes do artigo 188 do Código de Processo Civil, e mesmo de fundo, a
exemplo da imunidade na área tributária, que prevê como privilégio o constante no artigo
150, § 2.º, da Constituição Federal.
3.6. Responsabilidade
As autarquias respondem pelas próprias dívidas e obrigações contraídas. A
das autarquias, ou seja, a Administração direta somente poderá ser acionada depois
3.7. Falência
As autarquias não se submetem ao regime falimentar, pois, por serem prestadoras
de serviços públicos, além de não realizar atos comerciais, têm como princípio a sua
preservação para manutenção e expansão dos serviços por elas prestados, visando à plena
obtenção do interesse público. Logo, por não explorarem atividades econômicas, não se
lhes aplica a regra que equipara todas as suas obrigações às da iniciativa privada (artigo
173, § 1.º, inciso II, da Constituição Federal).
4. FUNDAÇÕES
4.1. Definição
As Fundações são pessoas jurídicas compostas por um patrimônio personalizado,
destacado pelo seu instituidor para atingir uma finalidade específica, denominadas, em
latim, universitas bonorum.
Essa definição serve para qualquer fundação, inclusive para aquelas que não
integram a Administração indireta (não-governamentais). No caso das fundações que
integram a Administração indireta (governamentais), quando forem dotadas de
personalidade de direito público, serão regidas integralmente por regras de direito
público. Quando forem dotadas de personalidade de direito privado, serão regidas por
regras de direito público e direito privado.
Tanto uma quanto outra são compostas por patrimônio personalizado. No caso da
fundação pública, o referido patrimônio é destacado pela Administração direta, que é o
instituidor da fundação. Podemos citar, a título de exemplo, as seguintes fundações:
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Universidade de Brasília (UNB),
Fundação Estadual do Bem-estar do Menor (Febem), Fundação Nacional do Índio
(Funai); Fundação Memorial da América Latina (FMAM), Fundação Padre Anchieta (TV
Cultura).
4.3. Controle
Não existe hierarquia ou subordinação entre a fundação e a Administração direta.
Com efeito, o que existe é uma vinculação entre a fundação e o ente da Administração
direta. Ressalte-se que, em razão da inexistência do contencioso administrativo no Direito
brasileiro, todos os seus atos são suscetíveis de reapreciação pelo Poder Judiciário, por
meio de um controle de legalidade, finalístico.
4.5. Privilégios
As fundações, por perseguirem finalidades públicas, são dotadas dos mesmos
privilégios que as autarquias. Logo, por atuarem na busca do interesse público e
submeterem-se ao regime jurídico da Administração, obtêm, legalmente, benefícios de
ordem processual, a exemplo das regras constantes do artigo 188 do Código de Processo
Civil, e mesmo de fundo, a exemplo da imunidade na área tributária, que prevê como
privilégio o constante no artigo 150, § 2.º, da Constituição Federal.
4.6. Responsabilidade
As fundações também respondem pelas suas próprias dívidas e obrigações
4.7. Falência
As fundações também não se submetem ao regime falimentar, pois, por serem prestadoras
de serviços públicos, além de não realizar atos comerciais, têm como princípio a sua
preservação para manutenção e expansão dos serviços por elas prestados, visando à plena
obtenção do interesse público, assim como acontece com as autarquias.