O Fruto do Espírito
Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,
mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei (Gl.5:22-23).
O fruto do Espírito é implantado naqueles que nascem de Deus e são cultivados pelo próprio Espírito Santo
fazendo com que o novo homem ande em novidade de vida e não mais esteja sujeito a carne. Todavia,
“[...] a carne, milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si [...]”, esse
conflito é inevitável, não pode ser evitado, a vitória, no entanto, também, não pode ser evitada, pois quem
vence é o maior e o apóstolo João diz quem é o maior: “Filhinhos, vós sois de Deus e tendes vencido os
falsos profetas, porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo” (1Jo.4:4). E se
o que está nos verdadeiros crentes é maior, temos, portanto, a certeza da vitória sobre a carne, o mundo e
o diabo. Essa vitória a pesar de já ter sido conquistada, por Jesus na cruz do Calvário, ela vem sendo
consolidada (cf. Fp.2:12) na vida de cada crente através do amadurecimento do fruto do Espírito que
acontece gradativamente. Afinal de contas o apóstolo Paulo diz em sua Carta aos Romanos que fomos
predestinados para sermos conforme à imagem de Jesus Cristo[1].
O fruto do Espírito são qualidades morais cuja origem é Divina, todavia não há aqui pretensão de fazer uma
lista completa de virtudes. O que Paulo selecionou foram características essenciais antes corrompidas pelo
pecado que começa a ser restaurada, após a regeneração, pelo Espírito Santo. Passaremos a ver com
detalhes cada uma dessas qualidades:
Este fruto do Espírito, segundo muitos comentadores, é o que de maneira maravilhosa reflete mais o amor
de Deus para com os outros sem interesses paralelos.
A benignidade evidencia-se na misericórdia e compaixão que exercemos para com o nosso próximo. O
mundo age na base do interesse, visando algo em troca principalmente a glória deste mundo. Enquanto
aqueles que nasceram de Deus, foram transformados pelo Seu poder já não pensam em amar por algo em
troca, como os elogios ou os benefícios que possam advir de tais atitudes.
O maior ato da benignidade do SENHOR foi manifesto em Cristo Jesus para salvar pessoas que não
mereciam, mas Ele prova o Seu amor para conosco tendo Cristo Jesus morrido na cruz sendo nós ainda
pecadores. Vejamos a Carta do apóstolo Paulo endereçada a Tito:
Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos, não
por obras de justiça praticadas por mós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar
regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus
Cristo, nosso salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a
esperança da vida eterna” (Tt. 3:4-7 – grifo nosso).
Como filhos de Deus, devemos nos interessar até pelos nossos inimigos, em todos os sentidos,
principalmente no que concerne em lhes dá o que há de melhor, de mais essencial. O que uma pessoa
pode querer que seja maior do que a vida eterna que Cristo nos deu? Devemos, portanto, pregar o
Evangelho da salvação para elas. Isso não significa pensar que o lado social deve ser negligenciado. O
mundo tem sua maior fome do Pão que veio do Céu: Jesus Cristo. Se há algo de bom que se possa fazer por
alguém é dar-lhe desse pão que verdadeiramente sacia a fome.
Vejamos um bom exemplo da benignidade sendo exercida de forma altruísta: Uma jovem da comunidade
(do Janga), mas que não era membro de nossa igreja, ficou doente. Quem fica doente e está ali na cama de
um hospital sabe como é importante a visita de um amigo, principalmente dos parentes. E essa jovem
ficou doente justamente quando seu pai havia parado de pagar o plano de saúde, e por incrível que pareça
seus pais estavam em outro estado tendo a jovem ficado apenas com sua avó. Durante a cirurgia, no
“Hospital da Restauração,” o apêndice estrangulou e ela ficou entre a vida e a morte. Com a jovem, tinha
que ficar um acompanhante; sabemos as dificuldades para encontrar alguém que se disponibilize, nessas
ocasiões, no sentido de render, de está ali dando um apoio, pernoitando com o enfermo. Foram três
pessoas que estiveram no Hospital durante o tempo em que ela esteve internada: a avó, a amiga e a Irª.
Solange que se disponibilizaram, deixando seus afazeres para está ali durante várias noites. Elas fizeram
isso por amor, compaixão, sem nenhum interesse egoísta; Cristo foi quem melhor expressou esta
qualidade. Na medida em que estamos sendo transformados na imagem do Filho de Deus[9] passaremos a
agir, cada vez mais, como o nosso Salvador Jesus Cristo.
7. Fé (gr. Πίστις).
Esse fruto do Espírito foi dado aos santos (Jd.3)[11] para que eles mantenham a fidelidade, perseverem no
dia mal que há de vir sobre todo o mundo, para por a prova os que habitam na terra (cf. Ap.3:10). O
apóstolo Paulo disse que o que vence o mundo é a nossa fé. W. Phillip Keller escreveu que a fé impulsiona
o crente a vitória:
Ela crê que, para Deus, tudo é possível. Por isso marcha em frente, permanece firme, continua leal, mesmo
em meio a reveses e decepções. Essa fé é estável, mesmo em face de experiências abaladoras, pois seu
olhar está fixado naquele que é fiel, e não no caos e confusão das circunstâncias que nos cercam (1981:
128).
No mundo secular se você crer em algo significa que você acredita naquilo. E quando se acredita em
alguma coisa as pessoas começam a agir harmoniosamente com a fé naquilo que acreditam. Assim como
acontece no mundo econômico financeiro, se uma pessoa acredita que determinado investimento irá dar
certo ele, com toda convicção, investirá todos seus recursos porque acredita, tem fé naquilo que está
fazendo. Assim é com as coisas espirituais, ou se tem fé ou não se tem. Por isso, algumas pessoas ouvem a
palavra e não acreditam, porque não têm fé no que ouviram. Elas permanecem incrédulas porque o diabo
cegou as suas consciências para que não lhes resplandeça a luz do Evangelho da Graça de Deus. E com toda
certeza, ninguém quer vir a Ele para ter vida, a não ser que Ele dê vida aquele que está morto nos seus
delitos e pecados. Tudo isso pela ótica bíblica de que a fé é um dom de Deus e que o homem só é salvo por
ela. Vejamos o que o apóstolo Paulo diz: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de
vós é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef.2:8-9 – grifo nosso).
Fé também significa fidelidade[12]. Somos convidados a ser fiéis até a morte (Ap.2:10)[13]. Isso não
significa pensar que podemos perder a salvação caso haja infidelidade, pois, trata-se, sem sombra de
dúvida de exortação para o crente manter o testemunho (martíria) fiel da palavra de Deus nesse mundo
estruturado na injustiça que se levanta contra o SENHOR do céu e da terra.
Não adianta ler a Bíblia toda em um mês. Isto pode ser até uma prática para um tempo de euforia, mas o
crescimento virá com a leitura constante, cuidadosa, meditativa, realizada anos após anos. É um
investimento para a vida toda (2003: p65).
CONCLUSÃO
O “Fruto do Espírito” são qualidades morais e essenciais cultivado no crente pelo Espírito Santo para o
crescimento espiritual da igreja. É através do fruto do Espírito que a imagem de Deus no homem,
corrompida pelo pecado, começa a ser restaurada.
Todos que nasceram de Deus entrarão nesse processo de santificação. É uma obra do Espírito na vida dos
salvos. Sem santificação ninguém verá o reino de Deus, é óbvio, ninguém pode dizer que é salvo e não é
potencialmente santo. Os que foram chamados segundo a presciência de Deus, crescem em santificação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARAL, Leila. Nova Era: um desafio para os cristãos. Editora Paulinas. São Paulo, 1994.
BÍBLIA DE ESTUDO SHEDD, Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. São Paulo. Vida Nova,
1997. 1929p.
BELO, Israel Azevedo de. O Fruto do Espírito: a vida cristã como ela deve ser. São Paulo. Editora Sepal,
2003. p73. 103p.
BERKHOF, Loius. Teologia Sistemática. São Paulo. Editora Cultura Cristã, 2001. 720p.
NICODEMUS, Augustus Lopes. Cheios do Espírito. São Paulo Editora Cultura Cristã. São Paulo, 1998. 78p.
ORTON, H. Wiley / CULBERTSON, Paul T. Introdução à Teologia Cristã. São Paulo. Casa Nazareno de
Publicações. São Paulo, 1990. 516p.
PACKER, J. I. Teologia Concisa: Síntese dos fundamentos históricos da fé cristã. São Paulo. Editora Cultura
Cristã, 1998. 246p.
FHILLIP, Keller W. Frutos do Espírito Santo. Minas Gerais. Editora Betânia, 1981. 151p
ROBERTSON, Palmer O. A Palavra Final: Resposta bíblica à questão das línguas e profecias hoje. São Paulo.
Editora Os Puritanos, 1999. 167p.
HODGE, Charles. Teologia Sistemática. São Paulo. Editora Hagnos, 2001. 1711p.
SPROUL, R.C. Ministério do Espírito Santo. Editora Cultura Cristã. São Paulo, 2002. 160p.