Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
BR
PORTO ALEGRE
2010
PORTO ALEGRE
2010
PORTO ALEGRE
2010
Voltaire
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Paulo Roberto Mendes Rodrigues e Iara Tecla Griboski
Rodrigues, que com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que eu
chegasse até essa etapa de minha vida.
Aos meus avôs Lúcio e Paulo, pela torcida pela minha vitória, sempre com
uma palavra de carinho e amor.
___________________________ ____________________________
Professor Fulano de tal Professor Fulano de tal
Centro Universitário Metodista IPA Centro Universitário Metodista IPA
____________________________ ____________________________
Prof. Fulano de Tal Prof. Fulano de Tal
Centro Universitário Metodista IPA Centro Universitário Metodista IPA
Resumo
Abstract
The objective is to make a critical analysis of the institution of the jury under
the new law No 11.689/08. For this purpose we performed a brief historical context,
considerations about the changes, indictment, composition of the sentence, and
finally critical about the procedure. Besides indicating the divergent positions on
certain issues.
Sumário
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................................... 9
HISTÓRIA ............................................................................................................................................................ 11
História do Tribunal do Júri no Mundo......................................................................................................... 11
O Júri no Brasil................................................................................................................................................ 12
FASES PROCESSUAIS .................................................................................................................................... 15
Fase Pré processual: Inquérito. .................................................................................................................... 16
Procedimento judicium Accusationis (Instrução Preliminar). ................................................................... 17
Rejeição da denúncia e absolvição sumária. ............................................................................................. 18
Recebimento da denúncia: ............................................................................................................................ 18
Da audiência de Instrução: ............................................................................................................................ 21
Juízo de admissibilidade de acusação: ....................................................................................................... 23
Da pronúncia: .................................................................................................................................................. 23
Impronúncia: .................................................................................................................................................... 25
Absolvição Sumária ........................................................................................................................................ 26
Desclassificação: ............................................................................................................................................ 27
Desclassificação para o juízo monocrático: ................................................................................................ 28
Segunda Fase do Tribunal do Júri ( Judicium causae) ........................................................ 28
INTRODUÇÃO
HISTÓRIA
Para José Frederico Marques, o Júri teria nascido na Inglaterra depois que
2
o Concílio de Latrão aboliu as ordálias e os juízos de deus.
1
MARQUES, Jader – Tribunal do júri: considerações críticas à Lei 11.689/08 de acordo com
as leis 11.690/08 – Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2009 p. 15.
2
MARQUES, José Frederico. A instituição do Júri. Campinas: Bookseller, 1997, p.120.
3
ACOSTA, Walter P. O Processo penal. 7. ed. Rio de Janeiro: editora do Autor, 1969, p.449.
Extraída do livro jader marques p.20
4
WHITAKER, Firmino. Jury. São Paulo: Saraiva, 1930, p.8. Extraído Jader Marques p.20
5
SANTOS, Manoel da Costa. O Problema do júri. Justiça: Imprensa Oficial do Estado de São
Paulo, São Paulo, v. 2, p 13, 1941. Extraído Jader Marques p. 20
6
TUCCI, Rogério Lauri. Tribunal do júri: estudo sobre a mais democrática instituição jurídica
brasileira. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1999, p.13.
O Júri no Brasil.
7
Idem, p.14
8
SILVA, De Plácido. Vocabulário jurídico. São Paulo: Forense, 1961, p. 895. Extraído do Jader
Marques p.20.
9
TUCCI, Rogério Lauri. Tribunal do Júri –Estudo sobre a mais democrática instituição
jurídica brasileira. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais , 1999. p.22.
10
LYRA , Prof, Roberto – O Júri sob todos os aspectos. 1. ed . Rio de Janeiro: Editora Nacional
deDireito, 1950. P.6. (O autor retira o texto de Rui Barbosa em (O Júri e sua evolução).
11
WHITAKER, Firmino. Jury ( Estado de S.Paulo ). 6a ed. São Paulo: Saraiva , 1930. p.8
(extraído da obra A instituição do júri e seus 184 anos na História de Roberto Luiz Pereira).
Conforme Almeida Júnior 15, naquele momento, o Júri era composto por
vinte e quatro cidadãos. Escolhidos entre os homens bons, honrados, inteligentes
e patriotas, que funcionariam como juízes de fato, cabendo apelação da sentença
diretamente para o Príncipe.
12
TREIN, Thales Nilo. Júri – as linguagens praticadas no plenário. Rio de Janeiro: Aide, 1996.
p 137. (extraído da obra O novo rito do tribunal do júri: em conformidade com a lei nº 11.689 de
09/06/2008)
13
TASSE, Adel El. O novo rito do tribunal do júri: em conformidade com a lei nº 11.689 de
09/06/2008. Adel El Tasse. Curitiba: Juruá, 2008. p. 22.
14
FRANCO, 1956 apud Marques, Jader – Tribunal do júri: considerações críticas à Lei
11.689/08 de acordo com as leis 11.690/08 – Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2009 p.
XXX
Azevedo, 1956 apud MARQUES. 2008. p XXXX.
15
ALMEIDA JÚNIOR. apud MARQUES. 2008. p XXXX.
Para José Henrique Pierangelli 19, esse decreto foi o primeiro diploma
legislativo de processo penal elaborado para todo o Brasil após a unificação do
direito processual. O referido Decreto restringiu a competência do Tribunal do Júri
aos crimes de homicídio, infanticídio, induzimento ou ajuda ao suicídio, duelo com
morte e latrocínio, sendo excluído o aborto. O mesmo Decreto, pela primeira vez,
trouxe permissão de reforma das decisões do Júri pelos tribunais de apelação,
20
quando manifestamente contrárias às provas dos autos. As constituições de
1891, de 1946, de 1967, bem como a emenda 1, de 1969, colocam o Júri no rol
21
dos Direitos e Garantias Individuais.
16
MARQUES, 1977. apud MARQUES, Jader. 2008. p XXXX.
17
Idem p XXXX.
18
MARQUES, Jader – Op. cit. 25-26.
19
PIERANGELLI, 1983. apud. MARQUES, 2008. p XXXX
20
Idem p XXXX.
21
PORTO, Hermínio Alberto Marques. Júri: procedimentos e aspectos do julgamento. São Paulo:
Malheiros, 2001, p. 27-28.
FASES PROCESSUAIS
22
MORAES, Maurício Zanoide de. Código de Processo Penal e sua interpretação
jurisprudencial: doutrina e jurisprudência. 2. Ed. Ver. Atual. Ampl. Coordenação
23
TASSE, Adel El. O novo rito do tribunal do júri: em conformidade com a lei nº 11.689 de
09/06/2008. Adel El Tasse. Curitiba: Juruá, 2008. p. 23.
24
Idem. p. 23-24.
25
Idem. p. 24.
26
NASSIF, Aramis. O novo júri brasileiro: conforme a Lei 11.689/08, atualizado com as Leis
11.690/08 e 11.719/08 – Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2009. 32-34 p.
27
Idem. p 32.
28
Idem. p 33.
29
Idem. p 33.
30
Art. 394 – O juiz ao receber a queixa ou denúncia, designará dia e hora para o interrogatório,
ordenado a citação do réu e a notificação do Ministério Público e, se for caso, do querelante ou do
assistente. (REVOGADO).
31
MARQUES, Jader. Op. cit. p. 34
Recebimento da denúncia:
34
THUMS, Gilberto. Sistemas Processuais Penas. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2006, p.137.
35
Marques, Jader – Op. cit p 36.
36
MOURA, Maria Thereza Rocha de Assis. Justa causa para a ação penal. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 2001, p. 245.
37
Art.406 – O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa, ordenará a citação do acusado para
responder a acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
38
MARQUES, Jader Op. cit. p. 37.
Da audiência de Instrução:
42
Idem p. 42.
43
Art. 412. O procedimento será concluído no prazo máximo de 90 (noventa) dias.
44
NASSIF, Aramis Op. cit. p. 43.
45
MARQUES, Jader. Op. cit. p. 46.
46
NASSIF, Aramis. Op. cit. p. 45.
garantir a ampla defesa, uma vez que o acusado só poderá se defender a partir
47
do momento em que é acusado. Por fim serão procedidos os debates.
Nesse ponto da matéria, também visando maior celeridade, o legislador
tentou concentrar todas as inquirições de testemunhas, interrogatório do acusado
e todos meios de provas em uma única audiência. Mais uma vez a idéia foi boa,
48
porém de difícil cumprimento.
50
No mesmo sentido, Aramis Nassif, diz:
Da pronúncia:
47
MARQUES, Jader. Op. cit. p. 46-54.
48
NASSIF, Aramis. Op. cit. p. 46.
49
MARQUES, Jader. Op. cit. p. 46.
50
NASSIF, Aramis. Op. cit. p. 52.
Impronúncia:
53
MARQUES, Jader. Op. cit. p. 62.
54
LOPES JR., Aury. Direito Processual Penal e sua conformidade constitucional Rio de
Janeiro: Lúmen Júris, 2007. v. 1 p.523.
55
MARQUES, Jader. Op. cit. p. 73-75.
Absolvição Sumária
56
LOPES JR., Aury. Op. cit. p..551.
57
NASSIF, Aramis. Op. cit. p. 67-68.
Desclassificação:
58
MIRABETE, Júlio Fabbrini. Processo Penal, 4ª edição, Atlas, São Paulo, 1994 p. 69.
59
MARQUES, Jader Op. cit. p. 77-78.
Estipula o art. 418, CPP que: o juiz poderá dar ao fato definição
jurídica diversa da constante da acusação, embora o acusado fique sujeito a pena
mais grave.
60
NASSIF, Aramis. Op. cit. p. 73.
61
Idem p 74.
62 62
NASSIF, Aramis. Op. cit. p. 77.
63
MARQUES, Jader Op. cit. p. 84.
64 64
NASSIF, Aramis. Op. cit. p. 78.
65
MARQUES, Jader. Op. cit. p. 84-85.
66
Art. 473, §3º, CPP. As partes e os jurados poderão requerer acareações, reconhecimento de
pessoas e coisas e esclarecimento dos peritos, bem como a leitura de peças que se refiram,
exclusivamente, às provas colhidas por carta precatória e às provas cautelares, antecipadas ou
não repetíveis.
67
NASSIF, Aramis. Op. cit. p. 79.
68
Idem p. 79.
69
MARQUES, Jader. Op. cit. p. 86.
70
MARQUES, Jader. Op. cit. p. 87.
71
LOPES, JR., Aury. Op. cit. p. 143.
72
MARQUES, Jader. Op. cit. p. 87.
73
Idem p. 89.
74
NASSIF, Aramis. Op. cit. p. 80.
Desaforamento:
75
MARQUES, Jader. Op. cit. p. 90.
Reaforamento:
76
MARQUES, José Frederico. Op. cit. p. 257.
77
NASSIF, Aramis. Op. cit. p. 83.
78
Idem, p 86.
Organização da pauta:
79
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Prática de Processo Penal. São Paulo: Saraiva, 1997.
80
MARQUES, Jader. Op. cit. p. 97.
de réus presos com alguns mais antigos de réus soltos. Em alguns casos, deve
ser rompida a ordem de preferência, sob pena de não ser possível a realização de
sessão quanto aos processos de réus em liberdade, notadamente nas localidades
em que há acúmulo muito grande de casos de acusados presos a espera de
julgamento. 81
O motivo relevante inserido no caput do art. 429, CPP, que autorizaria a
alteração da ordem da pauta é a reserva assegurada aos juízes para priorizar,
feitos de maior repercussão, que causem clamor social, ou mesmo, para que
sejam julgados feitos antigos, que demandem solução imediata. Sem esses
aspectos deverá ser obedecida a ordem legal na elaboração da pauta. 82
A lista dos processos que serão julgados obedecerá à ordem da pauta
que será publicada antes da realização da primeira sessão da reunião periódica,
mediante afixação na porta do edifício do tribunal do Júri, conforme previsão do
art. 439, § 1º, CPP. 83
81
Idem.p 97.
82
NASSIF, Aramis. Op. cit. p. 87.
83
Idem, p. 88.
pela acusação e pela defesa, não serão intimadas as partes dos processos
pautados. Porém nada impedirá suas presenças nos atos. 84
Nesse ponto, Jader Marques critica a não intimação do defensor
constituído do acusado, havendo assim uma quebra do princípio da paridade de
armas, pois somente o Ministério Público e a Defensoria são intimados para este
85
ato.
O sorteio será obrigatoriamente, segundo o art. 433, §1º, do CPP,
realizado num prazo mínimo de 10 (dez) e máximo de 15 (quinze) dias de
86
antecedência da instalação da reunião.
Após todos os integrantes previstos no art. 431 serem intimados, o
próprio juiz procederá ao sorteio dos 25 jurados, conforme o art. 433, CPP:
84
NASSIF, Aramis. Op. cit. p. 89-90.
85
MARQUES, Jader Op. cit. p. 100.
86
Idem, p. 100.
87
MARQUES, Jader – Op. cit. p. 101.
88
MARQUES, Jader .Op. cit. p. 101-102.
Existem algumas pessoas, por força de lei, que são isentas do serviço
obrigatório do Júri. Essas pessoas encontram-se no rol taxativo do art. 437 do
CPP.
Cabe ressaltar, que o serviço obrigatório do júri também traz uma série
de benefícios pessoais para o jurado que estão positivados no art. 439, CPP, tais
como: prisão especial, em caso de crime comum até o julgamento definitivo;
presunção de idoneidade moral; além de constituir serviço público relevante.
Importante salientar também que nenhum desconto poderá ser feito nos
vencimentos ou salário do jurado sorteado que comparecer à sessão do júri,
porém o elenco dos jurados beneficiários limitar-se-ão àqueles que estiveram no
exercício efetivo de juiz de fato, ou seja, que tenham integrado o Conselho de
89
Sentença.
90
NASSIF, ARAMIS. Op. cit. p. 108.
A instrução em plenário
91
Moreira de Oliveira, Marco Aurélio Costa, artigo O Número Impar de Jurados.
92
Idem, p 108-110.
93
MARQUES, Jader Op. cit. p. 119-121.
94
NASSIF, ARAMIS. Op. cit. p. 112-113.
95
Idem, p 116.
96
MARQUES, Jader. Op. cit. p. 124.
97
Idem. p 125-126.
Debates:
98
NASSIF, ARAMIS. Op. cit. p. 119-121.
99
NASSIF, Aramis. Op. cit. p. 121.
100
NASSIF, Aramis. Op. cit. p. 122.
101
MARQUES, Jader. Op. cit. p. 130-131.
102
Idem, p. 130.
103
NASSIF, Aramis. Op. cit. p. 122-123.
Questionário (quesitos):
104
MARQUES, Jader. Op. cit. p..
105
NASSIF, Aramis. Op. cit. p. 128-129.
106
MARQUES, Jader. Op. cit. p. 138-156.
107
Idem, p 151.
Sentença.
Recursos:
108
NASSIF, Aramis. Op. cit. p. 183-184.
109
MARQUES, Jader Op. cit. p. 157-159.
110
NASSIF, Aramis. Op. cit. p. 203.
Da decisão de Pronúncia:
Essa parte da matéria sofreu significativa reforma pela Lei nº. 11.689,
que eliminou o recurso em sentido estrito para a decisão de impronúncia.
Após a nova redação do Art. 416, CPP, o recurso cabível contra a
sentença de impronúncia ou de absolvição sumária é a apelação.
A alteração se deve ao fato de que tanto absolvição sumária quanto a
decisão de impronúncia envolvem julgamento de mérito e encerram o processo.
Assim essas decisões estariam nas feições da previsão legal do cabimento de
apelação na hipótese do art. 593, II que diz: das decisões definitivas, ou com
força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não previstos no
112
Capítulo anterior.
Da decisão de Desclassificação:
111
NASSIF, Aramis. Op. cit. p. 203.
112
Idem p. 204-205.
113
GRINOVER, Ada Pellegrini. Recursos no Processo Penal, p. 175 – São Paulo: RT, 2009, p.
153.
Considerações finais
Muito embora o direito admita que as lides possam ser decididas por
diferença de apenas um voto, o 4x3 em uma decisão do Júri não corresponde a
um juízo de certeza necessário para condenar alguém pela prática de um crime
tão complexo como o crime doloso contra a vida, ou seja, um crime que traz uma
pena extremamente severa ao condenado.
Nota-se que o que se pretende não é uma decisão unânime e sim uma
decisão mais justa com uma margem de no mínimo dois votos de diferença.
Essa pequena alteração faria com que o a margem de 57,14% subisse para 70%
do conselho de sentença. Nesse modelo proposto, para alguém ser condenado
teria que haver necessariamente no mínimo dois votos de diferença, ou seja 5x3.
Esse modelo preservaria o princípio do in dúbio pro reo, pois caso houvesse o
empate na contagem dos votos o réu seria absolvido.
10. REFERÊNCIAS