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LHC aU CCCnAT aA UTE ATT MRAM ATHCOTICCOK OM HTK CALCULO Fung6es de uma e varias variaveis Editora bE) PREFACIO E,cee tivro tz, em um 36 volume, os dois livros previamente publicados pelos autores: Caileulo: Fungdes de Uma Varidvel ¢ Célculo: Fungées de Vérias Varidveis. Nele foram reescritos varios t6picos de modo a tornar mais didatica a sua apresentagao. Na grande maioria dos assuntos tratados foram inseridos novos exercicios e dois novos \6picos foram introduzidos: nogdes de equagdes diferenciais e integrais duplas. O Site do Livro, disponivel na Internet (www.saraivauni.com.br), apresenta, para professores cadastrados, a resolugdo detalhada de todos os exercicios propostos | __ O livro esté dividido em quatro partes. A primeira abrange os Capitulos | e 0 2. O objetivo desta parte € fornecer uma breve recordagao de certos assuntos pertencentes ao Ensino Médio, e o professor poderé desenvolvé-los total ou parcialmente, de acordo com a necessidade de revisao. A segunda parte abrange os Capitulos 3 ao 7, que abordam as fungdes de uma varid- | vel, desde a introdugao até derivadas e integrais. Na terceira parte, que abrange os Capitulos 8 ao 12, é desenvolvido 0 estudo de | fungdes de duas ou mais varidveis. Por razdes didaticas, apresentamos primeiro o estudo | completo de fungées de duas varidveis e, em seguida, fazemos a extensao para trés ou mais varidveis. Na quarta parte, apresentamos, nos Capitulos 13 e 14, um complemento ao estudo | de Célculo, e que corresponde a uma introdugo a Algebra Linear: o estudo de matrizes, determinantes e sistemas lineares. Em todos 0s capitulos procuramos demonstrar — por meio de exemplos ¢ exercicios | —as diversas aplicagdes encontradas em Administragio, Economia e Finangas. O programa assim desenvolvido cobre de modo geral os programas de Matematica | dos cursos de Economia, Administracdo ¢ Ciéncias Contébeis e Atuariais. Caberé ao | professor a selegdo dos tépicos a serem abordados, em fungdo do programa e da carga hordria disponivel. Finalmente gostariamos de agradecer os comentarios ¢ sugestées recebidos dos colegas, os quais foram incorporados nesta edigdo. ‘Aos leitores que tiverem novas criticas ou sugestdes pedimos que as enviem pelo cor- reio normal ou ainda para o endereco eletronico dos autores: morettin@editorasaraiva.com.br, hazzan @editorasaraiva.com.br e bussab@ editorasaraiva.com.br. Os Autores SUMARIO Parte | — Preliminares Capitulo 1 — Conjuntos 1.1 Introducéo. 1.2 Subconjuntos : 1.3 Operacées Envolvendo Conjuntos 1.4 Conjunto das Partes de um Conjunto . 1.5 Produto Cartesiano Capitulo 2 — Conjuntos Numéricos 2.1 Nimeros Inteiros 2.2 Nimeros Racionais . 2.3 Numeros Reais 5 2.4 Equacées do Primeiro Grou 2.5 Inequagées do Primeiro Grau 2.6 Equagées do Segundo Grau 2.7 Intervalos 2.8 Médulo ov Valor Absoluto Parte Il — Fungdes de Uma Varidvel Capitulo 3 — Funsées 3.1 Introducéo 8.2 th Coneso de Furyfio 3.3 Funcées Reais de uma Varidvel Real : 3.4 Primeiras Normas Elementares para 0 Estudo de uma Fungéo 3.5 Principais Funcdes Elementares @ suos Aplicagées 3.5.1 Funcéo Constante 3.5.2 Fungdo do 1° Grav 3.5.3 Fungoes Custo, Receita e Lucro do 1¢ Grau 3.5.4 Fungées Demanda e Oferta do 1 Grou. 3.5.5 Depreciacdo Linear 3.5.6 Funcéio Consumo e Funcao Poupanga 3.5.7 Fungéo Quadrética : 3.5.8 Func6es Receita e Lucro Quadréticas 3.5.9 Fungo Polinomial 39 39 43 44 49 54 §5 = = 65 71 72 74 79 82 CALCULO — FUNGOES DE UMA E VARIAS VARIAVEIS 3.5.10 Funcdo Racional 3.5.11 Funcao Poténcia 3.5.12 Fungdo Exponencicl — Modelo de Crescimento Exponencial 3.5.13 Logaritmos 3.5.14 Juros Compostos 3.5.15 Funcées Trigonométricas Capitulo 4 — Limites 4.1 Sucessdes ou Seqiiéncias 4.2 Convergéncia de Sucessoes . 4.3 Limite de Funcées 4.4 Formas Indeterminadas 4.5 Limites Infinitos 4.6 Limites nos Extremos do Dominio 4.7 Confinuidade de ume Fungao 4.8 Assintotas Verticais e Horizontais 4.9 Limite Exponencial Fundamental Capitulo 5 — Derivadas . 5.1 Introdugdo 5.2 © Conceito de Derivada 5.2.1 Derivada de uma Funcéo num Ponto 5.2.2 Fungo Derivada 5.3. Derivada das Principais Funcées Elementares 5.3.1 Derivada da Funcéo Constante 5.3.2 Derivada da Funcéo Poténcia 5.3.3 Derivada da Fungéo Logaritmica 5.3.4 Fungo Seno e Funcéo Cosseno 5.4 Propriedades Operatérios 5.5. Fungéo Composta — Regra da Cadeia 5.6 Derivada da Fungéo Exponencial 5.7 Funcao Inversa wee 5.8 Interpretacéo Geométrica de Derivade 5.9 Diferencial de uma Funcéo 5.10 Fungées Marginais 5.11 Derivadas Sucessivas 5.12 Férmulas de Taylor e Maclaurin . Capitulo 6 — Aplicacées de Derivadas 6.1 Crescimento e Decrescimento de Fungées . - 6.2 Concavidade e Ponto de Inflexaio 6.3 Estudo Completo de uma Fungéo 6.4 Maximos e Minimos por Meio da Segunda Derivada . . 83 88 94 98 103 105 108 108 109 Wi 115 7 118 121 123 124 128 128 . 131 131 132 134 134 . 134 135 136 137 139 - 140 142 146 147 149 157 157 162 162 71 173 178 SUMARIO Xj Capitulo 7 — integrais 8 7 - 186 7.1 Integral Indefinida . .. bon : 186 7.2 Propriedades Operatérias : A 187 7.3 Integral Definida : . bona 190 7.4 A Integral como Limite de uma Soma : 197 7.5 O Excedente do Consumidor e do Produtor 200 7.6 Técnicas de Integracéo 203) 7.7 Nocées sobre Equacées Diferenciais . 209 Parte Ill — Fungdes de Varias Variaveis ‘Capitulo 8 — © Espaco n-Dimensional ve. 219 8.1. Inirodugéo 7 7 219 8.2 O Espaco Bidimensional i A wee 219 8.3 RelagsesemR? 0... : 220 8.4 Distancia entre Dois Pontos .. .. : +. 222 8.5 O Espaco Tridimensional : 225 8.6 Relagdesem R?..., Le : 225 8.7 Equagéo do Plano em R® B65 226 8.8 Distancia entre Dois Pontos em R? ... 227 8.9 © Conjunto R" Ce Guceoscte ona, 228 8.10 Bolo Aberta : : +. 228 8.11 Ponto Interior ‘ . 229 8.12 Conjunto Aberto : . 229 8.13 Pontos de Fronteira de um Conjunto 230 Capitulo 9 — Fungdes de Duas Varidveis __. vs. 232 9.1 Introdugéo . . : : : souos5 PXP) 9.2 Funcées de Duas Varidveis ... 288 9.3 Graficos de Fungées de Duas Varidveis : 237 9.4 Curvas de Nivel a 243 9.5 Limite e Continuidade bos +. 246 Capitulo 10 — Derivadas para Funsées de Duas Varidveis ... . 249 10.1 Derivadas Parciais......., 249 10.2 Funcéo Derivada Parcial we 251 0.3 Significado Geométrico das Derivadas Porciais 253 10.4 Diferencial de uma Funcéo. . : . 257 10.5 Funcéo Composta — Regra da Cadeia 261 10.6 Funcées Definidas Implicitamente . 263 10.7 Funcées Homogéneos — Teorema de Euler __. 267 10.8 Derivadas Parciais de Segunda Ordem ..... 271 10.9 Integrais Duplas : : : - 272 xi CALCULO — FUNCOES DE UMA E VARIAS VARIAVEIS Capitulo 11 — Maximos e Minimos para Fungdes de Duas 1 1 nN Variaveis 1 Introdugéo 2. Critérios para Identificacdo de Pontos de Maximo ou Minimo ee 3. Uma Aplicacéo: Ajuste de Retas pelo Método dos Minimos Quadrados -4 Andlise dos Pontos de Fronteira 11.5 Méximos e Minimos Condicionados Capitulo 12 — Fungées de Trés ou Mais Variaveis 12.1 Iniroducao 12.2 Limite e Continuidade 12.3 Derivadas Parciais 12.4 Func6es Diferencidveis — Diferencial de uma Fungo 12.5 Fungdo Composta — Regra da Cadeia 12.6 Funcées Definidas Implicitomente 12.7 Fungées Homogéneas — Teorema de Euler 12.8 Derivadas Parciais de Segunda Ordem 12.9 Maéximos e Minimos Parte IV — Matrizes Determinantes e Sistemas Lineares Capitulo 13 — Matrizes e Determinantes 13.1 Matrizes . pees 13.2 Operacées com Matrizes 13.3. Determinantes Capitulo 14 — Sistemas de Equacées Lineares 14.1 Definico e Resolucéo 14.2 Matriz Inversa Apéndice A Apéndice B Bibliografia Respostas 279 279 284 289 294 304 . 312 312 313 314 315 316 317 318 aly 320 325 325 329 335 341 . 341 354 « 362 . 367 373 375 Capitulo | wa Conjuntos Capitulo 2 mm Conjuntos Numéricos Capitulo 1 Conjuntos 1.1 Introducgdo A linguagem da teoria dos conjuntos tem sido bastante utilizada em Matemitica de forma a tornar mais precisos muitos de seus conceitos. Contribufram, de maneira relevante, para o desenvolvimento dessa teoria 0 matemético suigo Leonard Euler (1707-1783), 0 aleméo Georg Cantor (1845-1918) e o inglés John Venn (1834-1923). Conjunto é uma idéia primitiva, isto €, ndo se define. Podemos dizer que um conjunto (colegao, classe, familia) é constituido de elementos. Um conjunto est4 bem caracterizado quando podemos estabelecer com certeza se um elemento pertence ou nao ao conjunto. Surge assim uma relagdo também primitiva: relagdo de pertinéncia entre um elemento e um conjunto. Exemplo 1.1. Constituem conjuntos: a) 0s ntimeros inteiros entre 1 © 100, inclusive; b) os pontos de uma reta; ©) 08 ntimeros reais entre 0 e 1, exclusive. Designamos os conjuntos geralmente por letras maitisculas latinas: A, B, C... Os elementos so habitualmente representados por letras mintisculas latinas: a, b, Assim, se A for 0 conjunto dos mimeros inteiros positivos, a afirmagio x pertencer ao conjunto A significa que x é um mimero inteiro positivo qualquer, e escrevemos, simbolica- mente, x € A, usando o simbolo de pertinéncia € (1é-se “pertence”). Por outro lado, > nao pertence a A, 0 que representamos simbolicamente por 3 € A. O simbolo € (1é-se “no pertence”) é a negagao de €. E possivel usar figuras para representar conjuntos e, como em muitos casos nio interessa saber quais so seus elementos, podemos representé-las por uma regio do plano delimitada por uma curva fechada. Tais figuras, muito titeis no estudo dos conjuntos, sao chamadas de diagramas de Euler-Venn. Pelo motivo exposto, faremos algumas vezes abstraco dos elementos de um conjunto. Estes podem ser pessoas, livros, pontos de um plano, nimeros reais e outros. 4 PARTE 1 — PRELIMINARES a HA duas maneiras de designar simbolicamente os elementos € 0s conjuntos: 1 — Método da enumeragao ou método tabular Esse método é usado geralmente quando o ntimero de elementos do conjunto nao é muito grande. © método consiste em escrever os nomes dos elementos entre chaves. Por exemplo, 0 conjunto dos ntimeros pares positives e menores do que 12 pode ser assim representado: {2, 4, 6, 8, 10}. A mesma notagiio poderd ser usada se o mimero de elementos for grande, desde que, escrevendo-se os primeiros elementos, possamos inferir quais sio os elementos omitidos. Assim, 0 conjunto dos ntimeros pares positivos e menores que 50 pode ser representado por (2, 4, 6, .... 48}, em que separamos por reticéncias os primeiros ele- mentos ¢ 0 tltimo. Em particular, quando 0 conjunto ¢ infinito, mas com possibilidade de identificagio dos elementos que se sucedem, usamos também as reticéncias para indicar os elementos omitidos. Assim, 0 conjunto dos mimeros pares positivos pode ser representado por (2,4, 6,8, ...}. ixcmplo 1.2. $40 ilustragdes do método da enumeragao: a) 0 conjunto A dos ntimeros primos positivos menores do que 10: A=(2,3, 5,7}; b) 0 conjunto B dos ntimeros pares positivos menores do que 6: B=(2,4}; c) o conjunto C dos némeros primos positivos pares: c= (2h d) © conjunto dos nimeros inteiros nado negativos, que denotaremos, daqui por diante, por N: N=(0,1, 2,3, 4, e) 0 conjunto dos ntimeros naturais, indicado por N*, e que € 0 préprio conjunto N sem o zero: N*=(1,2,3,4, 1 O conjunto B é chamado conjunto binario (formado por dois elementos), 0 conjunto C 6 chamado conjunto unitério (constituido por apenas um elemento). Os conjuntos N e N* so chamados conjuntos infinitos. Observemos que, ao indicar um determinado conjunto seguido de asterisco, estamos indicando 0 conjunto original com a eliminagao de nimero zero. a CAPITULO 1—CONJUNTOS — § 2 — Método da designagao de uma propriedade caracteristica dos elementos Nem sempre € possfvel representar um conjunto pelo método anterior. Assim, no podemos designar os nomes de todos elementos do conjunto formado pelos ntimeros reais entre Oe 1 Uma outra maneira de representar simbolicamente um conjunto € por meio de uma propriedade que é satisfeita por todos os elementos do conjunto e que nao é satisfeita por elementos que esto fora do conjunto. S40 exemplos 0 conjunto dos ntimeros fracionérios menores do que 5, do conjunto dos ntimeros que so primos, do conjunto dos pontos de uma feta entre dois pontos dados, do conjunto das cidades de determinado Estado. Seja P 0 conjunto dos ntimeros fracionérios entre 0 e 1. Cada elemento de P deve ser um mimero fraciondrio compreendido entre 0 e 1 (propriedade definidora do conjunto). Para representarmos um elemento qualquer do conjunto P, usamos um simbolo chamado varidvel, que pode ser indicado por uma letra do alfabeto, x por exemplo. Dizemos que a Variéivel é um simbolo que pode ser substituido por qualquer elemento de um conjunto, deno- minado dominio da varidvel. No caso do presente exemplo, o dominio da varidvel x é 0 conjunto dos mimeros fraciondrios compreendidos entre Oe 1. Portanto P: pode ser indicado por: P x tal que x é fraciondrio e 0 9}, ou entao E=(x€ Flix? >9). Nas consideragdes seguintes, é interessante observarmos a existéncia de um conjunto que nao contém elementos, o qual ser4 chamado conjunto vazio. Assim, 0 conjunto dos ntimeros primos divisiveis por 6 e 0 conjunto das raizes naturais da equago x? + 1 = 0 so exemplos de conjuntos vazios. Usaremos a notagéo { } ou para representar 0 conjunto vazio. Convém notar a di- ferenga entre 0 conjunto vazio e aquela cujo tnico elemento € 0 zero, isto é, 0 conjunto {0}, que nao é vazio. 1.2 Subconjuntos Dados 0s conjuntos A = {1, 2, 3} ¢ B= {1, 2, 3, 4}, notamos que todo elemento de A pertence a B. Dizemos que A € parte de B ou que A esta contido em B. De um modo geral, dizemos que um conjunto A esté contido no conjunto B, ou que A é subconjunto de B, se ¢ somente se todo elemento de A também pertence a B. Indicamos por A C B. Exemplo 1.4, Sao ilustragdes da defini a) {0,1} C {0,1}; b) (0,1) C (0, 1,3}; c) N*CN; d) {0,2,4,6,..} ON. Se A C B dizemos também que B contém A, e indicamos por BD A. E facil observar que 0 conjunto vazio est contido em qualquer conjunto. De fato, se 0 conjunto vazio nao estivesse contido em A, existiria pelo menos um elemento do conjunto vazio (() que nao estaria em A; mas isso é um absurdo, pois 0 conjunto vazio nao contém elementos. Notemos também a diferenga entre os simbolos € e C. O primeiro é usado para relacio- nar elemento e conjunto, enquanto o segundo relaciona dois conjuntos. Assim, dizemos que 1 {1,2} endo 1 C {1, 2}. Todavia {1} C {1, 2) pois {1} é um conjunto unitario. A negagao do simbolo C é indicada por ¢ (Ié-se: nao estd contido). Admitiremos a existéncia de um conjunto que contém todos os elementos com os quais estamos trabalhando. Tal conjunto é chamado conjunto universo e ser indicado pela letra E. Por exemplo, na geometria plana,o conjunto universo pode ser considerado como aquele que contém todos os pontos do plano. Nessas condigdes, sendo A e B conjuntos contidos no universo E, a relagdo A C B sera tepresentada pelo diagrama de Venn da Figura 1.1,em que o retangulo simboliza o conjunto E € 08 circulos, os conjuntos A e B. = CAPITULO.1 —~CONJUNTOS 7 Figura 1.1: Representagdo da relagdo A C B. @ j ‘Vimos que {0,1} C {0,1}. Logo, a afirmagao de que A C B no exclui a possibilidade de Bestar contido em A. Quando isso acontece, dizemos que os conjuntos A e B sao iguais ¢ indicamos por A = B. Formalmente, dizemos que os conjuntos A e B sao iguais se, e somente se, todo elemen- to de A pertence a Be todo elemento de B pertence aA . E | LL Exemplo 15 a) (0,1) = {1,0} b) fe E N[x?-3x42=0} = (1, 2} c) {4} = {x EN|x-4=0} 4) O= © E Flx241=0) Se nao for satisfeita a igualdade entre os conjuntos A e B, dizemos que A ¢ diferente de Beescrevemos A # B. No caso do item (a) do exemplo anterior é importante observarmos que a ordem com que aparecem os elementos no conjunto é irrelevante. MS _ |. Escreva em notacao simbélica: a) aé elemento de A d) A nao esté contido em B b) A subconjunto de B e) Ando contém B <) Acontém B f) ando é elemento de A 2. Enumere os elementos de cada um dos conjuntos a) conjunto dos némeros naturais entre 8 e 12 (inclusive) b) conjunto das vogais do alfabeto c) conjunto dos némeros pares entre 0 e 18 (exclusive) d) conjunto dos némeros primos pares positivos e) coniunto das fragées préprias positivas de denominador 7 f) {x|x?-1=0} g) {xx é letra da palavra ARARA} bh) (lx? =9ex-3 =-6) i) (ex € algarismo do numero 2.134} 8 PARTE 1 — PRELIMINARES a 3. Escreva os conjuntos abaixo usando o método da propriedade caracteristica: o) (1,3,5,7, 15} 6) {1,7} ) © conjunto dos ndmeros pares entre 5 ¢ 21 ) © conjunto dos némeros reais entre -1 e 10, incluindo -1 e excluindo o 10 4. Seja A o conjunto (3, 5,7, 9, 11, 12}. Enumere cada um dos conjuntos abaixo a} {x EA]? 49} b) {x Alx+9= 16} c) {x € Alxé primo} d) {x GA]x?—- 124 35=0) e) {rEAlx+1 EA} 5.Se A = {a,e, i}, diga se as proposicées abaixo sdo corretas ov néo: o) a€A b) aca o) {ala od) {ayCA 6. Construa todos os subconjuntos dos conjuntos a) {0, 1,2} b) {1,{2, 3}} c) {R,O,M, A} 7. Dados os conjuntos A = {x|x & par positivo e menor que 7} e B= {2, 4, 6} assinale V (verdadeiro) ou F (falso): o) ACB b) BCA cd) A=B 8. Diga se as proposicées abaixo séo corretas ou nao: o) (1,2,3} = (3,2, 1} Ad) Cc U,2,3) b) {1,2,1,2) ¢ (1,2, 3} e) {2,3} D (x]2-5x46=0) od (abe ({4)} f) {B,R,A,S,A} C {B,R, A, S} 9. Classifique os conjuntos abaixo como finitos ou infinitos: ) 0 conjunto dos niimeros inieiros multiplos de 5 b) 0 conjunto das fragdes compreendidas entre 1 e 2 ¢) © conjunto das raizes da equacdo x8 + x5 — x d) (R|xENex<5} e) (ly|xE Ney EN*} 1.3 Operacdes Envolvendo Conjuntos Passemos a estudar certas operagdes que podem ser efetuadas entre conjuntos, Aqui, de fundamental importéncia dois conectivos: owe e. Convém considerar a diferenga que existe, mesmo no vernéculo, entre esses dois conectivos e as duas verses sobre 0 conectivo ou. Podemos dizer: a) Apés os exames, passarei de ano ou ficarei reprovado. b) Vou encontrar Jodo ou Paulo. a CAPITULO 1 — CONJUNTOS Na primeira sentenga 0 ou é exclusivo, pois nao poderdo acontecer as duas coisas simul- taneamente: passar de ano e ficar reprovado. Na segunda o ou € inclusivo, pois poderei encontrar Jodo, Paulo ou ambos. Em geral e no que segue ou sera utilizado no sentido inclusivo, isto &, dizer p ou q significa p ou g ou ambos. conectivo ¢ é usado quando liga duas afirmagdes que devem valer simultaneamente Assim, dizer “Vou ao cinema e ao teatro” significa que irei ao cinema e também ao teatro. Sejam P © Q dois conjuntos de um mesmo conjunto universo E. Passemos a estudar algumas operacdes envolvendo P e Q. Interseccdo de Conjuntos Chama-se intersecgao de dois conjuntos Pe Q de um universo E ao conjunto de elemen- tos de £ que pertencem simultaneamente a P e Q. Indica-se a intersecgao por PN Q (Ié-se P inter Q). Em simbolos: PNQ={xEElx€ Pex EQ}. A regido destacada da Figura 1.2 representa a intersecgdo de Pe Q. Figura 1.2: Representacdo da relagdo PN @. Po | Exemplo 1.6 a) Sendo P= {1, 2,3, 5}e Q= {1, 3, 5,7), entio PM Q= (1,3, 5). b) Sendo A = {1, 3,5, 7,...}¢ B= {0, 2, 4, 6, ...) entioA N B=0. ©) Sendo M= {1, 2,3, 4, 5}e $= (1, 2,3}, entio MN $= Ou seja, quando $ C M entio MN S = S (Figura 1.3). Figura 1.3: llustragdo de MMS = S. 4) @ M.A =6 qualquer que seja 0 conjunto A. e) N*NN=N*, pois N* CN. — | 10 PARTE 1 —~ PRELIMINARES. a Toda vez que dois conjuntos P Q tém intersecgao vazia, so chamados de disjuntos (Figura 1.4). No exemplo dado (item b) os conjuntos A ¢ B so disjuntos. Figura 1.4: Os conjuntos P e Q sao disjuntos. iC) L CO) Consideremos 0s conjuntos Pe Q de um universo E. Chama-se unio (ou reunido) de P com Q 20 conjunto dos elementos de E que pertencem a P ou Q (ou inclusivo). Indica-se a de P com Q por P U @ (Ié-se P unitio Q).Simbolicamente temos: PUQ={xEE|x€ Poux€ Q}. Unidio de Conjuntos A regidio destacada da Figura 1.5 representa a unidio de P com Q. Figura 1.5: Representacdo da relagdo P U Q. E Exemplo 1.7 a) SeA = (1,2, 3}e B= (1, 3, 5), teremos A U B= (1, 2,3, 5}. b) Se P= {0, 2, 4,6, ...}eO= {1, 3,5, 7,...} teremos PU Q=N. ©) Se D= {1,3, 5}e F= {1, 3) entdo D U F= {1, 3,5} =D. Isto , se F C D, entéo D U F = D. (Figura 1.6) d) N*UNE=N. Figura 1.6: DU F =D. . CAPiruLo 1 conrentos “11 As definigdes dadas para dois conjuntos podem ser estendidas para trés ou mais conjun- tos, reduzindo-se sempre a uma operagdo com dois conjuntos. Complementar de um Conjunto Dado um conjunto P contido num universo E, chama-se complementar de P ao conjun- to de elementos de E que nao pertencem a P. Indica-se 0 complementar de P por P*. A operagao realizada chama-se complementagiio. A regidio destacada da Figura 1.7 re- presenta o complementar de P. Em simbolos: Pe = {x|x € Eex€ P}. Figura 1.7: Representagdo de P* Exemplo 18 a) SeE={1,3,5,9, 10}e P= {1,9}, entdo P’= (3, 5, 10}. b) SeE=N*e P= (2,4, 6,8, ...} entio P= {1, 3, 5,7, ..}- o) Se E=Ne P=N* entiio P° = {0}. Diferenca de Conjuntos Sejam P e Q dois conjuntos contidos num universo E. Chama-se diferenca P — Q 0 conjunto dos elementos do universo que pertencem a P, mas nao pertence a Q. Simbolica- mente, temos: P-Q={xGE|x€ Pex€Q). A regio destacada da Figura 1.8 representa a diferenca P - Q. Figura 1.8: Representacdo de P - 0. 12 PARTE 1 — PRELIMINARES a Exemplo 1.9 a) Se P= (1,3,5,7} € O= (5, 6, 9}, entio P - Q= (1,3, 7}. b) Se P= {1,2,3,4, 5}e Q= {1, 2,3}, entio P-Q= (4,5)eO-P=0. c) Se P= {0,2, 4,6, ...}e O= (1,3, 5,7, ...}, entio P-Q=P. Observemos que P?= E- Pe P-Q=PNQ°. Considerando conjuntos quaisquer A, B, C e um universo E, sio validas as seguintes propriedades: (PI) ANA= AUA=A. (P2) ANB=BNA; AUB=BUA (P3) AN(BN OC)S(AN BNC; AU(BUC)=(AUB)UC. (P7) AN (AU B)=A; (Ps) ANBUC)=ANBUANC AUaQB-* AU(BNC)=(AUB)N(AUC). (P8) (4.9 BY = ASU BS (AU BY =A°N Be. (P5) Tais propriedades podem ser verificadas por meio do diagrama de Venn. Assim, por exemplo, a propriedade (P3) — associativa da intersecc’io — pode ser verificada por meio da Figura 1.9, em que a parte (a) destaca A M (BM C) ao passo que a parte (b) destaca (ANBNC. Figura 1.9: Verificagdo da propriedade P,, a oa (a) (b) Exemplo 1.10 Num experimento aleat6rio, chamamos de espago amostral (e indicamos por Z) a. um conjunto de todos os resultados possiveis. No experimento do langamento de um dado e observagao da face de cima, temos E = (1, 2,3, 4, 5, 6}. os CAPITULO | — CoNsuNTOS’ 19 Chamamos de evento a qualquer subconjunto de E. Assim: * o evento ocorténcia de um niimero par é dado pelo subconjunto A = {2, 4, 6}; * o evento ocorréncia de um ntimero maior que 4 é dado pelo subconjunto B = {5, 6}; * 0 evento ocorréncia de um nimero maior que 7 é dado pelo conjunto vazio; * o evento ocorréncia de um niimero menor que 7 € 0 proprio conjunto E. O evento dado pelo conjunto vazio é denominado evento impossivel, ao passo que 0 evento que coincide com E é denominado evento certo, MSY 10. Sendo E= {1,2,3, 4,5, 6,7, 8,9}, A= (1, 3,5, 7,9}, B= (2,4,6,8}¢C= (1,2, 3,4, 5}, calcule: a) AUC e) A-C i) aC m) (A-BY. b) BUC f) C-A j) ce n) (A~CF o) ANB g) A~B Kk) AUB 0) (A~B)NC d) ANC h) B-A 1) (ancy p) (A-C)U(B-C) 11. Sejam E= {0, 1, 2, 3, 4, 5,6, 7,8, 9, 10), A= {1, 3, 5, 7,9), B= (0,2, 4,6} © C= (9, 10}. Obtenha os conjuntos: o) ANB d) ANB g) ANB)NC b) AUB e) AUB)N(UC) h) ANC <) BNC f) AUO 12. Para os diagramas abaixo, assinole a regiéo correspondente: 6 O]l ¢ A-B ANB ACN BE AB 13. Para os diagramas abaixo, assinale a regido correspondente: ©! c ANB (AUOQNB (AUB)NC 14. Sabendo-se que E representa 0 conjunto universo, determine os conjuntos. 0) EUA d) UA g) E° j) ANA b) AUA e) ANA h) ENA kK) A-o oo f) ASUA i) E-A ) A-E 4 PARTE 1 — PRELIMINARES a 15. Verifique, por meio do diagrama de Venn, que: 0) (ANB)CA <) (A-B)CA b) AC(AUB) d) (A-B)CB 16. Verifique, usando 0 diagrama de Venn, que: a) SeAC BeBC CentaoACC ¢) AUB)NUUBI=A b) AN B)U(ANB)=A d) A-(B~C)=(A-B)U(AN BNO) 17. Verifique, por meio do diagrama de Venn, que se A C B, entéo: 0) ANB=A b) AUB=B 18. Usando as propriedades das operacées, simplifique: a) AN(ANB) o) AN(AUB) b) AUB) N AUB) d) (AN BY NAN B) 19. Se A € B so dois conjuntos finitos disiuntos, e se n(A), n(B) e n(A U B) indicam respec- tivamente o numero de elementos de A, Be A U B, enldo n(A U B) = n(A) + n(B). O que acontecerd se A e B ndo forem disjuntos? 1.4 Conjunto das Partes de um Conjunto Consideremos 0 conjunto A = (1, 2}. Os possiveis subconjuntos de A so: {1}, {2}, (1, 2}e 9. Esses conjuntos constituem um novo conjunto chamado conjunto das partes de A e indicado por P(A). Assim: P(A) = {{1}, {2}, {1, 2}, o}. De um modo geral, 0 conjunto formado pelos subconjuntos de um conjunto A é chama- do conjunto das partes de A e é indicado por P(A). inplo Lit a) Dado o conjunto A = (1, 2, 3}, 0 conjunto das partes de A é P(A) = {{1}, {2}, {3}, (1, 2},(1, 3).{2, 3},(1, 2, 3}, 0}. b) Dado o conjunto B = {a, b, c, d}, 0 conjunto das partes de Bé P(B) = {{a}, {b}, {c}, (d}, {a, b}, {a,c}, {a, d}, {b,c}, {b, d}, {c,d}, {a,b,c}, {a,b, d}, {a, c,d}, (b,c, d}, {a, b,c, d}, 6}. c) SeA = {1}, entdo P(A) = {{1}, 6}. d) Se A =6, entio P(A) = {9} que nio é vazio. Notemos que no exemplo (a) 0 ntimero de elementos de A é 3 ¢ 0 de P(A) é 2? = 8. a CAPITULO 1 — ConsuNTOS 15 A justificativa é que 0 ntimero de subconjuntos de A € 0 mimero de combinagées de 3 elementos tomados 0 a 0 (igual a 1, pois tal combinagao € 0 conjunto vazio) mais 0 nmero de combinagées de 3 elementos tomados um a um, mais o ntimero de combina- gGes de 3 elementos tomados 2 a 2, mais o ntimero de combinagées de 3 elementos toma- dos 3 a3. Assim, 0 ntimero de elementos de P(A) é: (3) + () + (3) + ( 3) em que () representa o ntimero de combinagdes de 3 elementos tomados i a i. Ora, a andlise combinat6ria nos ensina que essa soma vale 2°= 8. Com raciocinio anélogo, verificamos que: + no caso (b), 0 mimero de elementos de P(A) é 24 = 16; * no caso (c), 0 néimero de elementos de P(A) é 2! = 2; + no caso (d ), 0 niimero de elementos de P(A) é 2° = 1 De um modo geral, se um conjunto tem n elementos, entéo seu conjunto das partes terd 2" elementos. 1.5 Produto Cartesiano J4 vimos que os conjuntos {a, b} € {b, a} so iguais porque a ordem dos elementos nao importa. Todavia, as vezes essa ordem é essencial; assim, na geometria analitica, o par de nimeros (3, 4) define 0 ponto de abscissa 3 ¢ ordenada 4, ao passo que o par (4, 3) define 0 ponto de abscissa 4 e ordenada 3. Quando interessa a ordem dos elementos considerados, os elementos so indicados entre parénteses. Quando houver dois elementos (a, 6), 0 par é chamado de par ordenado; quando tivermos trés elementos (a, b, c), cuja ordem importa, teremos uma tripla ordenada e assim por diante. Exemplo 1.12. Sejam os conjuntos A = {1, 2} e B = (3, 4, 5}. Podemos formar um novo conjunto de pares ordenados, cujos primeiros elementos pertencem a A e cujos segundos elementos pertencem a B, isto é: {(1, 3), (1, 4), (1, 5), (2, 3), (2, 4), (2, 5)}. Esse conjunto é chamado produto cartesiano de A por B e & indicado por A x B. De um modo geral, dados dois conjuntos A e B, chama-se produto cartesiano de A por B © conjunto dos pares ordenados cujos primeiros elementos pertencem a A ¢ os segundos elementos pertencem a B, isto &: Ax B= {(x, y)lxeAey € B}. Notemos que em geral A x B é diferente de B x A. No Exemplo 1.12 temos: Bx A= {(3, 1), 3, 2), 4, 1), 4, 2), G, 1), GS, 2)}- Assim, nenhum elemento de A x B pertence a B x A (note que (1, 3) ¥ (3, 1)). 16 PARTE 1 — PRELIMINARES a Podemos representar graficamente o produto cartesiano. A Figura 1.10 mostra o grafico de A x B do Exemplo 1.12. Figura 1.10; Produto cartesiano A x B do Exemplo 1.12. Exempio 1.13. Uma maneira de obter todos os elementos de um produto cartesiano de dois conjuntos é por meio do diagrama de drvore. A Figura 1.11 ilustra os elementos de A x Bem que A = {1, 2, 3}e B= {a,b, c,d}. Figura 1.11: Diagrama de drvore do produto cartesiano Ax B do Exemplo 1.13. @ (1, @) Zab 0,6) <=. 4 d 0d) a (0) b——_— 2,6) 2 < (2,¢ d (2,d) a (3,0) 6 — (3,6) : < on) d (3,d) E fécil verificar que o mimero de elementos de um produto cartesiano A x B é igual ao produto do nimero de elementos de A pelo numero de elementos de B. Isto é: n(A x B) = n(A)- n(B), em que n(A x B), n(A) € n(B) representam o mimero de elementos de A x B, Ae B respecti- vamente. CAPITULO 1 —conjUNTOs = 17 Exemple (414, Usa moeda e um dado sio langados. Um espaco amostral desse experimento pode ser obtido pelo produto cartesiano A x B, em que A é 0 conjunto dos resultados do langamento de uma moeda e B o dos resultados do langamento de um dado, ou seja, A= {K, C) e B= (I, 2, 3, 4, 5, 6}, em que K representa cara e C representa coroa. Os elementos do produto cartesiano so os pares ordenados (K, 1) cD (K, 2) (C,2) (K, 3) (C,3) (K, 4) (c,4) (K, 5) (C,5) (K, 6) (C, 6). Sci a 20. Outra maneira de obter os elementos de um produto cartesiano de dois conjuntos 21 22. 23. 24. (além dos diagramas de Grvore) 6 por meio da consirugéo de tabelas de duplo entrada. Por exemplo, os elementos de A x B, em que A= (I, 2,3} e B= {a, b,c, d} so obtidos pelo tabela a seguir: a b ¢ d 1 (1, a) (1, 5) (Le (1,4) 2 (2a | (2) | Ged | a) 3 | Ba | BH» | Ba | Ba Use esse tipo de tabela para obter A x B nos casos: o) A= (0,1) eB (2,3) b) A= {a,b,c} e B= (x,y,z) ¢) A=(1,2,3}eB=A Uma pessoa vai viajar da cidade A para a cidade C, passando pela cidade B. Existem trés estradas ligando A e Be cinco estradas ligando B e C. De quantas maneiras poderd a pessoa fazer o seu percurso? Dado o conjunto A = {1, 2, 5,7, 8}, determine: a) © conjunto A? =A x A e sua representacéo grafica b) 0 subconjunto W = {(x, y) € A? |x < y} ¢} 0 subconjunto (x, y) € A? |y = 2x + 3} d) 0 subconjunto T= {(x, y) € A?|x—y=4} Use 0 conceito de produto cartesiano para representar © conjunto dos resultados pos- siveis no lancamento simulténeo de dois dados. Use © conceito de produto cartesiano para representar 0 conjunto dos resultados pos- siveis para © langamento de duas moedas. 18 PARTE 1 — PRELIMINARES a 25. Define-se como diferenga simétrica de dois conjuntos A e B, contidos num universo E, a0 conjunto dado por: AAB=(AUB)-(ANB) Por exemplo, se A = {1, 2,3} e B= {2, 3, 5, 7}, entéo: AMB={1,5,7} a) Verifique que (AAB)AC=AA(BAC) ¢) Obtenha A AAS b) Obtenha AAE d) Obtenha A Ao 26, Um conjunto de n elementos possui um total de 1.024 subconjuntos. Qual o valor de n? 27. Dizemos que os conjuntos Aj, Az, A3, ..., An, todos néo vazios, formam uma partigao do conjunto universo E se so dois a dois disjuntos e sua uniao é igual a E. Isto é i) A} ¥ 6 para todo i= 1, 2,3, ii) A; 0 Aj = @ para todo i # j iil) Ay UAQU cacssecscceee U Ag E O diagrama abaixo representa uma partigéo do conjunto E: E n A, Dé duas possiveis particdes de E = {1, 2,3, 4, 5, 6}. 28. Em uma pesquisa com 100 estudantes verificou-se que aqueles que gostam de uma s6 ciéncia séo: Matematica, 18; Fisica, 20; Quimica, 22. Gostam de duas ciéncias: Mate- mética e Quimica, 15; Quimica e Fisica, 17; Matematica e Fisica, 9. Gostam das trés ciéncias 6 alunos. @) Faca o diagrama de Venn para a situacao. b) Quantos estudantes gostam de pelo menos duas ciéncias? ¢) Determine n(Mf), n(F) e n(Q), em que n(M), n(F) e n(Q) indicam respectivamente o n&émero de alunos que gostam de Matemética, Fisica e Quimica d) Determine n(M®) e n(M U FU Q). 29. Faca um diagrama de érvore para {1, 2,5} x (a,b,c, d). 30. Na figura, escreva uma expresso para cada regiéo numerada. Por exemplo, 8 é (AUBUCY, Ee 31 32. 33. 34 CAPITULO 1—CONJUNTOS 19 Se A, B e C sGo conjuntos quaisquer, determine uma férmula para o numero de ele- mentos de A U BUC. Foi realizada uma pesquisa na industria X, tendo sido feitas a seus operdrios apenas duas perguntas. Dos operdrios, 92 responderam sim a primeira, 80 responderam sim & segunda, 35 responderam sim a ambas e 33 responderam néo a ambas as perguntas feitos. Qual 0 numero de operdrios da indistria? Em uma pesquisa foram encontrados os seguintes resultados: 60% das pessoas entre- vistadas fumam a marca A de cigarro; 50% fumam a marca B; 45% fumam a marca C; 20% fumam A e B; 30% fumam A e C; 15% fumam B e C, e 8% fumam as 3 marcas. a) Que porcentagem néo fuma nenhuma das 3 marcos? b) Que porcentagem fuma exatamente duas marcas? Num levantamento constatou-se que 80% dos entrevistados sGo casados, 44% sGo homens casados, 12% séo mulheres casadas sem filhos e 30% sGo mulheres casadas com filhos. Verifique se essas porcentagens so compativeis. Capitulo 2 Conjuntos Numéricos 2.1 Némeros Inteiros J4 conhecemos 0 conjunto dos ntimeros inteiros positives N* = {1,2,3,4,5,6,...} € 0 conjunto dos ntimeros naturais N= (0, 1,2,3,4,5,6, Da impossibilidade de efetuarmos a subtraco a ~ b para todos os valores ae b de N, introduzimos os nimeros inteiros negativos, colocando, por definigao: a—b=-(b-a),sea 0 representado pelo ponto P a direita de O, de modo que a medida do segmento OP seja igual a x; o ntmero negativo —x é representado pelo ponto P’, simétrico de P em relaco a0. O mimero 0 é representado por O. Figure: 2.2: Representactio geométrica dos némeros reais. e ° Pp pe pe x x E claro que, se x) > 2), entdo x € representado A direita de x). Excmplo 2.3. Represente geometricamente os niimeros 3. 0,75. Temos: a S75 1. Diga se cada uma das sentencas é verdadeira ou folsa o) rEQ J Zez e) -3€Z g) mE i) 22EQ b) VSEN d) V-1ER f) V2E0 h) 043EQ jj) 2,44444..E7 a. CAPITULO 2— CONJUNTOS NUMERICOS 25 2. Escreva na forma decimal (exata ou dizima periédica) os seguintes nimeros racionais: o) 2 b) = gt d 8 gy 25 ) ® 5 3 3 50 99 90 3. Escreva os seguintes némeros na forma decimal, arredondando o resultado para duas casas decimais (se possivel use uma calculadora): 32 5 125 31 150 150 a b) ae et 2 4 °) 95 ) 18 9 200 ) 29 ) 99 S90 4. Escreva os seguintes nimeros racionais sob a forma de fragéo: @) 0.435 = 2h) 0.078 © ac) 4o0p sd 1 e079 2) arias 5. Escreva as seguintes dizimas periédicas sob a forma de fragao: a) 0,888... b) 0.2424... c) 2.555... d) 0,722... e) 0,655... f) 0,62555. 6. Quois 0s valores reais de xe y de modo que x? + y?= 7. Usando uma calculadora, obtenha as seguintes raizes, com aproximagéo de 4 cosas decimais a) VIZ b) ¥30 o) V8 d) 500 2.4 Equacées do Primeiro Grau Chamamos de equagio do primeiro grau na incégnita x, no universo real, toda equagio redutivel a forma a-x=b, em que a ¢ b sao mémeros reais quaisquer com a # 0. Para resolvermos esse tipo de equagao, basta dividirmos ambos os membros por a: valor encontrado 4 é chamado de raiz da equagao. Exemplo 2.4. Resolva a equagao: 4x -12 = 8 - 6x. Resolugan * Transpondo os termos com x para o 1° membro, e os ntimeros para 0 2° membro, obtemos 4x4 6x=84 12, + Agrupando os termos semelhantes, 10x = 20. % PARTE | — PRELIMINARES ng * Dividindo ambos os membros por 10, * Conjunto solugzo: $= {2} Exemplo 2.5. Resolva a equagdo Resolugio + Multiplicando todos os termos da equagao por 6 (em que 6 é 0 minimo miiltiplo comum dos denominadores): 6 2) 46. + Efetuando as operagdes indicadas: 2x 2) + 3(x-3) 2x-44+3x-9=1. + Transpondo os termos com x para o 1° membro, ¢ os mimeros para o 2° membro: 2xt 3x=14+44+9. + Agrupando os termos semelhantes: Sx=14, * Dividindo ambos os membros por 5: xe lt alt. * Conjunto solugdo: § = at MST 8. Resolva as equacdes do 1 grav: a) S(x-2) b) -4(4-) 2-1) g) h) 0,1 — 2) + 0,5: i) 04x + 3) 0.22 i) 03(y- 1) + 0,4(y- 2) =7 a CAPITULO 2— CONJUNTOS NUMERICOS 27. 9. Resolva as seguintes equacdes do 1” grau: I) M= 100 + 100i (incégnita i) Pa 3 2, M=5 Gncggnita m) (incégnita x) 10. O lucro mensal de uma empresa é dado por L.= 50x— 2.000, em que x o quantidade mensal vendida de seu produto. Qual a quantidade que deve ser vendida mensalmen- te para que o lucro mensal seja igual a $ 5.000,002 11, O custo mensal de producdo de x camisas de uma fabrica é C = 5.000 + 15x. Qual a quantidade mensal produzida sabendo-se que o custo mensal é $ 8.000,002 12, O saldo de uma aplicacéo financeira apés t meses de aplicagéo & dado por: $= 2.000 + +401. Apés quanto tempo da oplicacao 0 saldo dobra? 2.5 Inequacées do Primeiro Grau Inequacées do primeiro grau na ineégnita x so aquelas redutiveis a uma das formas: Oc OU a a ou oe em que @ eb so mimeros reais quaisquer com a ¥ 0. A resolugio € feita de modo andlogo ao das equacdes do 1° grau, porém lembrando que, quando multiplicamos ou dividimos ambos os membros da inequagao por um nimero ne- gativo, o sentido da desigualdade muda. No caso de multiplicarmos ou dividirmos os mem- bros por um mimero positivo, o sentido da desigualdade nao se altera. Exeniplo 2.6, Resolva a inequacdio 3(x — 4) > x + 2. Resolugaio Temos sucessivamente: 3(x-4) > x +2, 3x-12 > x42, 3x-x> 2+ 12, 2x > 14, x>7. (xER|x>7). Portanto, 0 conjunto solugao é $ 28 PARTE 1 — PRELIMINARES a Exemplo 2.7. Resolva a inequagdo 2(x— 1) < 5x + 3. Resolucao Como no exemplo anterior, 2@- 1) < 5x43, 2x-2< 5x43, 2x- 5x <3 +2, -3x< 5, 5 >-=. e223 Portanto, 0 conjunto solugdo é $= {x ER|x>- 13. Resolva em R as inequacées a) 2x >10 d) 3(v-4) = 2(x-6) b) 3x < 12 e) 4(2x- 3) > 2x-1) c) 2x41 Sx-5 a4 14. O lucro mensal de uma empresa é dado por L = 30x—4.000, em que x é a quantidade mensal vendida. Acima de qual quantidade mensal vendida o lucro é superior a $ 11.0002 15. O custo didrio de produgdo de um arfigo ¢ C= 200 + 10x. Sabendo-se que em determi- nado més © custo diério oscilou entre um méximo de $ 4.000 e um minimo de $ 2.000, em que intervalo variou a produgao didria nesse més? 2.6 Equacées do Segundo Grau Uma equacio do segundo grau, na incégnita x, € toda equagdo redutivel & forma ax? + bx +¢=0, em que a, be c so constantes reais quaisquer com a # 0. As raizes desse tipo de equacio podem ser obtidas por meio da seguinte férmula resolutiva: -b x VP — ac 2a , na qual o valor b? - 4ac, indicado usualmente por A (delta), é chamado de discriminante da equacao. E facil notar que: + Se A > 0, a equagio terd duas rafzes reais distintas + Se A =0, a equagdo tera uma tnica raiz real. + Se A <0, a equagio nao terd rafzes reais.

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