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Oficina
Língua Portuguesa I
Autora
Profª. Márcia Arouca
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Oficina de Língua Portuguesa I
Sumário
Classe de Palavras
Processo de Formação de Palavras
Concordância
Sintaxe de Pronomes
Estrutura Sintática do Período Simples
Pontuação
Crase
Regência Verbal
Tipos de Discurso
Variações Linguísticas
Funções da Linguagem
Figuras de Linguagem
Intertextualidade
Dicas de Leitura
Saiba Mais
Referência
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Introdução
Caro Estudante,
Seja bem-vindo!
Esta oficina tem o objetivo de proporcionar o entendimento a respeito da origem do portu-
guês e as razões pelas quais é considerada uma língua tão complexa. Quando nos referimos à
Língua Portuguesa, é muito comum ouvirmos as pessoas dizerem que trata-se de uma língua muito
difícil. Entretanto, convidamos você a conhecer um pouco da história da Língua Portuguesa, a com-
preender os motivos que a tornam tão complexa e ao mesmo tempo encantadora.
Um pouco de História
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diversas linguagens para atrair públicos distintos. Esta é uma habilidade imprescindível para a sua
nova jornada no universo acadêmico.
CLASSE DE PALAVRAS
As classes de palavras são caracterizadas pelas palavras que usamos diariamente, sendo
divididas em dez classes gramaticais, a saber: artigo, substantivo, adjetivo, numeral, pronome,
verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição. Esta classificação depende, fundamental-
mente, das funções que elas exercem em uma oração.
Vejamos:
A oração acima é formada por diferentes palavras, que se dividem em classes distintas, entre
elas:
Observe que algumas classes podem sofrer modificações em sua forma para indicar flexões
de gênero, número e grau. O substantivo cavalheiros, por exemplo, aparece flexionado no gênero
masculino e número plural. As classes que sofrem estas flexões são chamadas de variáveis:
substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome e verbo. As demais: advérbio, preposição,
conjunção e interjeição são invariáveis, pois não sofrem modificações.
Definições
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Esta classificação não significa que cada substantivo tenha apenas uma particularidade.
Exemplo:
• cachorro (comum, concreto, simples e primitivo).
Definições
Artigo é a palavra que antecede o substantivo para designá-lo de forma determinada (a, as,
o, os) ou indeterminada (um, uns, uma, umas).
Classificam-se em:
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Esta classificação não significa que cada substantivo tenha apenas uma particularidade.
Dividem-se em:
Numeral é a palavra que exprime uma quantidade exata de seres, ou um ser em determinada
ordem, ou ainda fração, ou múltiplos.
Classificam-se em:
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Definições
Os Pronomes são palavras que representam o ser ou a ele se referem, indicando-os apenas
como pessoas do discurso (1ª pessoa - emissor, 2ª pessoa - receptor ou 3ª pessoa - referente).
Classificam-se em:
• Oblíquos - me, mim, comigo, te, ti, contigo, se, si, consigo, nos, conosco,
vos, convosco, o, os, a, as, lhe, lhes.
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Definições
Preposição é a palavra que serve de conectivo, ou seja, une termos em uma oração,
estabelecendo inúmeras relações entre o antecedente (1º termo) e o consequente (2º termo).
Classificam-se em:
1. Essenciais: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para,
perante, por, sem, sob, sobre, trás. (são seguidas de pronome oblíquo).
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Locuções prepositivas: conjunto de duas ou mais palavras, que tem o valor de uma
preposição. Geralmente se formam por advérbio + preposição.
Exemplo: acerca de, a fim de, antes de, devido a, através de.
Definições
Conjunções são palavras que ligam orações ou palavras equivalentes. Classificam-se em:
1. Aditivas: e, nem.
Exemplo: Leonardo estuda e Carlos trabalha.
• Subordinativas: ligam uma oração a outra que nela desempenha uma função sintática, ou
seja, ligam uma oração principal a uma oração que lhe é subordinada.
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Definições
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Exemplo:
• Salve! Salve! (saudação)
• Ah! Como a chuva é bonita. (admiração)
• Coragem! (animação)
Locuções interjetivas: expressão formada por mais de um vocábulo, com valor de interjeição.
Exemplos:
• Horas bolas!
• Nossa Senhora!
Advérbio é a palavra que modifica um verbo, um adjetivo, outro advérbio ou uma oração
inteira. Classificam-se em:
1. Advérbios de lugar: aqui, ali, lá, acolá, abaixo, acima, cá, perto, longe etc.
Exemplo: Meus pais residiam aqui.
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Observação: Os advérbios são palavras invariáveis, isto é, não sofrem flexões. Observe o
exemplo:
Definições
Flexiona-se em:
• Modo – indicativo, subjuntivo e imperativo.
• Pessoa – primeira, segunda e terceira.
• Número – plural e singular.
• Tempo – presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais que perfeito, futuro
do presente e futuro do pretérito.
• Voz – ativa, passiva e reflexiva.
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Observe os exemplos:
1. Modos verbais
2. Vozes verbais
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• Na voz passiva o sujeito sofre a ação verbal.
Exemplo: A vidraça foi quebrada pelo garoto.
1. Composição: criação de uma nova palavra por meio da união de dois ou mais radicais.
• Composição por justaposição: os radicais se juntam, sem ocorrer alteração fonética (mu-
dança de som).
Exemplos:
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Exemplos:
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aPodemos encontrar também outros processos de formação de palavras, a saber:
• Sigla: apresenta um caso especial de abreviatura (mas não deve ser confundida com abre-
viação) formada geralmente, com as iniciais que as representem.
Exemplos:
ONU – Organização das Nações Unidas.
OAB – Ordem dos Advogados do Brasil.
CONCORDÂNCIA
De acordo com Mattoso Câmara (1974) “dá-se em gramática o nome de concordância à cir-
cunstância de um adjetivo variar em gênero e número de acordo com o substantivo a que se refere
(concordância nominal) e à de um verbo variar em número e pessoa de acordo com o seu sujeito
(concordância verbal)”, ou seja, a concordância se faz por meio da acomodação das palavras vari-
áveis ao gênero, número, caso ou pessoa da palavra regente.
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Observe que o substantivo está no masculino plural, consequentemente o adjetivo também.
Neste caso, o substantivo está no feminino singular e o adjetivo também. Cabe ressaltar que,
em alguns casos, esta concordância pode se modificar. Vejamos alguns exemplos:
• Adjetivo colocado à frente de dois ou mais substantivos: neste caso, o adjetivo vai para
o plural ou concorda com o mais próximo.
Exemplos:
Professor e diretora responsáveis.
Lápis e caneta quebrada.
• Adjetivo antes de dois ou mais substantivos: concorda com o termo mais próximo.
Exemplo: Vi destruídos meus sonhos e planos.
• Adjetivo para cores: se a palavra que indica cor for um adjetivo, deverá concordar com o
termo a qual se refere, porém, se a palavra que indicar cor for um substantivo, permanecerá invari-
ável.
Exemplo:
Tapetes verde-musgo, saias amarelo-ouro.
Olhos verdes, calças vermelhas.
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2. Concordância verbal: o verbo deve concordar com o sujeito em número e pessoa.
• Sujeito coletivo: o verbo fica no singular. Se vier seguido de expressão no plural pode ir
para o plural.
Exemplos:
O enxame atacou aquele garoto.
O enxame de abelhas atacou (ou atacaram) aquele garoto.
• Nome próprio plural: o verbo concorda com o artigo, se não houver artigo o verbo fica no
singular.
Exemplos:
O amazonas nasce nos Andes.
Os Lusíadas exaltam a grandeza do povo português.
Santos é uma das maiores cidades de São Paulo.
• Ser
Exemplos:
Os estudos são o que vocês precisam.
Duzentos reais é pouco.
Amanhã é dia 29 de janeiro.
É meio dia e meia.
São 12 horas e trinta minutos.
A sintaxe de colocação se preocupa com a adequada distribuição das palavras em uma fra-
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se, a fim de se conseguir uma estrutura sem ambiguidades, ou seja, duplo sentido.
Quando montamos uma oração, a ordem dos termos pode variar de acordo com o estilo
literário.
Chamamos de ordem direta a composição:
• Observe o exemplo:
Os alunos estudam disciplinas complexas todos os sábados.
a) Com palavras ou expressões negativas: não, nunca, jamais, nada, ninguém, nem, de
modo algum.
Exemplo: Não se mexa, senão ela pode te picar.
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b) Advérbios
Exemplo: Aqui se vive com sacrifício, mas em paz.
Observe se houver vírgula depois do advérbio, este (o advérbio) deixa de atrair o pronome.
c) Em frases interrogativas.
Exemplo: Quando a viu pela ultima vez?
a) Com verbos no futuro do presente e futuro do pretérito, sem que haja fator de próclise.
Exemplos:
Chegar-se-ia cedo para a festa.
Chegar-se-ão cedo para a festa.
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a) Com o verbo no início da frase.
Exemplo: Colocou-se a disposição da justiça.
2. Oração: frase ou parte de uma frase que se estrutura em torno de um verbo ou de uma
locução verbal. Geralmente, é composta de dois elementos básicos: o sujeito e o predicado.
Exemplos:
a) O aparecimento de “Grande Sertão: Veredas” causou enorme impacto.
b) “Minha terra tem palmeiras”.
c) “As palavras de Atanagildo vibraram no coração”.
Observe que em todos os exemplos temos um termo verbal, o que permite definí-las como
oração.
3. Período: é a frase que se estrutura em torno de uma ou mais orações. Pode ser:
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3.1 Simples: contendo apenas um núcleo verbal (chamada oração absoluta)
Exemplo: A equipe brasileira de futebol desembarcou em Londres.
a) Por coordenação: contém orações independentes, que podem ser separadas em perío-
dos simples, sem que haja perda de sentido. Este período se divide em:
b) Por subordinação: contêm orações que exercem uma função sintática em relação a ou-
tras orações, estas orações são chamadas principais.
Classificam-se em:
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nal e Apositiva.
Todas as orações subordinadas substantivas podem ser trocadas por isso, disso ou nisso.
1ª oração: É importante
PONTUAÇÃO
As definições acima permitem entender que a pontuação tem por finalidade assinalar as
pausas e as entonações na leitura, separar palavras, expressões e orações que precisam ser des-
tacadas - e fazer esclarecimentos a respeito de algo que se escreveu.
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• Separar o aposto
Exemplo: Carlos Drummond de Andrade, poeta brasileiro, é um dos mais consagrados es-
critores da poesia mundial.
• Separar o vocativo
Exemplo: Senhor professor, por que me persegues?
• Nas datas
Exemplo: Ribeirão Preto, 06 de setembro de 1973.
• Advérbio deslocado
Exemplo: Naquela manhã de primavera, conheci a verdadeira razão de viver.
Observação: Constitui erro grave colocar vírgulas entre sujeito e verbo, e verbos e seus
complementos.
Exemplos:
O professor, mandou chamar seus alunos.
Naquela província, todos amavam, o crepúsculo.
2. Ponto e vírgula
Utilizamos para diferenciar o uso de uma vírgula e para salientar uma pausa maior.
Exemplo: “D.Evarista fazia esforços para aderir a esta opinião do marido; mas, ainda des-
contando três quartas partes...”.
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3. Dois pontos
4. Reticências
Exemplo: “O alienista mal podia dissimular o assombro; confessou que esperava outra cou-
sa, o arrasamento do hospício, a prisão dele, o desterro, tudo, menos...”.
5. Aspas
Utilizamos para destacar termos estrangeiros, gírias; identificar termos de outro autor; real-
çar nomes de obras e autores.
Exemplos:
a) Meu livro favorito é: “Dom Casmurro”.
b) “A casa caiu” para aquela quadrilha.
6. Travessão
Utilizamos para substituir as vírgulas, para iniciar discurso direto e substituir os parênteses.
Exemplos:
a) - Onde você mora?
b) Um domingo – nunca esqueceu esse domingo – passeava pelo campo e encontrou-a.
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CRASE
Para a sua utilização deve-se, primeiramente, entender o que significa esta fusão:
É necessário haver:
a) um termo que exija a preposição a.
b) outro termo que aceite o artigo a.
Observe que o termo “referência” exige uma preposição (a) e o termo “filha” exige o artigo
(a). Desta forma fundimos as duas vogais. (a + a = à)
Para termos certeza de que o “a” aparece repetido, basta utilizarmos alguns artifícios:
Exemplos:
Dirigiram-se à escola.
Dirigiram-se ao colégio.
Respondi às questões.
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Exemplos:
Fui à França.
• Substitua o verbo ir pelo verbo voltar. Se aparecer a expressão voltar da, é porque ocorre
a crase.
Exemplos:
b) Antes de pronomes.
Exemplo: O dinheiro pertencia a ela.
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e) Quando o “a” vem antes de uma palavra no plural:
Exemplo: Queda da Bovespa causa temor a empresárias.
• Crase facultativa
• Casos particulares
a) Quando a palavra casa é empregada no sentido de lar e não vem determinada por ne-
nhum adjunto adnominal (especificador), não ocorre a crase.
Exemplos:
Cheguei a casa para averiguar os danos.
Voltei à casa de meus pais.
b) Quando a palavra terra for utilizada para designar chão firme, não ocorre crase.
Exemplos:
Os piratas chegaram a terra para buscar as riquezas.
Fui à terra de meus antepassados.
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Observações complementares:
REGÊNCIA VERBAL
Trata-se das relações de dependências entre termos da oração (termos regentes e termos
regidos). Chamamos regentes aos termos que precisam de complementos e de regidos aos termos
que completam o sentido do primeiro (Objetos).
aRegentes – Verbos
aRegidos – Complementos = Objetos
aVTD – verbo transitivo direto
aVTI – verbo transitivo indireto
aVI – verbo intransitivo
aVTDI – verbo transitivo direto e indireto
aOD – objeto direto
aOI – objeto indireto
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Atente para a diferença entre complemento nominal e objeto indireto.
Lembre-se de que:
• Objeto indireto completa o sentido de um verbo.
• Complemento nominal completa o sentido de um nome (substantivo e adjetivo).
Veja o exemplo:
Enviei uma carta para minha amada.
Observe que o verbo enviar necessita de um completo (regente), que neste caso é uma carta
(regido).
Neste caso, “de escuro” completa o sentido do substantivo “medo”. Temos então:
• Regente: medo (substantivo)
• Regido: de escuro (complemento nominal)
No português, as relações entre verbos e seus complementos variam de acordo com cada
verbo, pois alguns complementos virão preposicionados, sendo fundamental conhecer a transitivi-
dade verbal. Observe os tipos de verbos:
Exemplos:
“O alferes eliminou o homem”.
Maria amava a arte como ninguém.
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Observe que os termos que completam os verbos não vêm regidos de preposição.
b) Verbos transitivos indiretos: são verbos que necessitam de complementos, e estes vêm
preposicionados.
Exemplos:
As garotas gostavam de suas férias.
O ministro foi ao palácio do planalto.
Observe que os termos que completam os verbos vêm regidos de preposição (de, a). Neste
exemplo há uma combinação de uma preposição mais um artigo (ao).
c) Verbos transitivos diretos e indiretos: são verbos que admitem duas construções, uma
transitiva direta, outra indireta.
Exemplos: Os funcionários receberam o pagamento de seus patrões.
Observe que este exemplo traz dois complementos: o pagamento (sem preposição) e de
seus patrões (com preposição).
e) Caso estes verbos venham seguidos de expressão complementar, esta não será comple-
mento verbal, e sim, adjuntos adverbiais.
Exemplo: Cheguei a esta casa numa primavera.
Neste exemplo, “a esta casa numa primavera”: adjunto adverbial de lugar e tempo.
• Assistir
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b) No sentido de cuidar (VTD).
Exemplo: Os médicos assistem os pacientes.
• Aspirar
• Visar
• Casar
Exemplos:
VTD – Minha prima não quer se casar antes dos trinta.
VTI – Não encontro uma pessoa para se casar com minha filha.
• Lembrar
Exemplos:
VTD – Lembrei o seu nome.
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VTI – Lembrei-me do seu nome.
• Chamar
Exemplos:
VTD – Minha mãe chamou a polícia.
VTI – Meus filhos chamavam por mim.
TIPOS DE DISCURSO
Discursos são as normas textuais que utilizamos para nos referir, no enunciado, às palavras
ou pensamentos do nosso interlocutor. Na prática se trata da fala em um texto.
Exemplos:
Que é que você tem?
Não tenho nada.
Nada? Parece que está dormindo!
2. Discurso indireto: neste discurso, o narrador exprime indiretamente a fala das persona-
gens. O narrador se coloca como um ouvinte e retrata as falas de maneira indireta. Como trata-se
de uma reprodução, há necessidade de mostrar o diálogo, sendo indispensável a presença de ver-
bos de elocução (verbos que usamos para introduzir diálogos – falar, responder, dizer etc).
Exemplo:
Leonardo disse que não sairia de casa.
Observe que, neste discurso, o narrador reproduz a fala da personagem por meio de um
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verbo de elocução (dizer). Se transportamos para o discurso direto, teremos:
3. Discurso indireto livre: este é uma mescla dos outros dois discursos. É considerado o
mais complicado, pois o narrador reproduz as falas como se ele próprio estivesse falando.
Exemplo:
Carolina já não sabia o que fazer. Estava desesperada, com a fome encarrapitada.
Que fome! Que faço? Mas parecia que uma luz existia…
Observe que o discurso indireto livre (trecho em negrito) reproduz a fala da personagem,
porém não se encontra pontuação, ou seja, travessão ou aspas, tampouco verbos declarativos.
uTransposição de discurso
Para se transpor o discurso direto para o indireto, deve-se observar as seguintes modifica-
ções junto aos verbos:
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VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
Não podemos confundir a fala com a escrita. Apesar de haver correlações, o ato de escrever
é muito diferente do ato de falar. E a grande diferença reside, essencialmente, no fato do interlo-
cutor estar presente na hora da fala e ausente no momento em que escrevemos. Quando falamos,
qualquer problema na interpretação ou compreensão pode ser imediatamente retomado e solucio-
nado por meio de uma interrupção de quem nos ouça; além do que, quando conversamos ou somos
ouvidos, outros componentes da “fala” formam um ambiente propício: gestos, expressões faciais,
tons de voz que completam, modificam, reforçam o que dizemos.
RIO DE JANEIRO — Em 1973, fui trabalhar numa revista brasileira editada em Lisboa. Logo
no primeiro dia, tive uma amostra das deliciosas diferenças que nos separavam, a nós e aos
portugueses, em matéria de língua. Houve um problema no banheiro da redação e eu disse à
secretária: “Isabel, por favor, chame o bombeiro para consertar a descarga da privada.” Isabel
franziu a testa e só entendeu as quatro primeiras palavras. Pelo visto, eu estava lhe pedindo
que chamasse a Banda do Corpo de Bombeiros para dar um concerto particular que mar-
chasse dobrado na redação. Por sorte, um colega brasileiro, em Lisboa havia algum tempo
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e já escolado nos meandros da língua, traduziu o recado: “Isabel, chame o canalizador para
reparar o autoclismo da retrete.” E só então o belo rosto de Isabel se iluminou. (Ruy Castro,
Folha de S.Paulo).
Este exemplo mostra como a língua portuguesa não é uma entidade homogênea, monolí-
tica. É, na verdade, uma abstração, pois ela abarca toda uma série de variantes, que constituem
manifestações ou realizações concretas de si mesma. Esta abstração é um bom exemplo do que
chamamos variantes linguísticas. Empregamos vocábulos diferentes, em diversos lugares, para
designar a mesma realidade, não se tratando de um equívoco linguístico, pelo contrário, é manifes-
tação criativa do ser humano.
aPopular
aSertanejo
aRural
aFormal
aInformal
aRegional
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
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4. Código: conjunto de signos usado na transmissão e recepção da mensagem.
5. Referente: contexto relacionado a emissor e receptor.
6. Canal: meio pelo qual circula a mensagem.
Funções da linguagem
Exemplo:
“Sentia um medo horrível e ao mesmo tempo desejava que um grito me anunciasse qualquer
acontecimento extraordinário”.
Exemplo:
“Seleção brasileira derrota japonesa”.
Exemplos:
“Faz um 21.”
“Vem pra Caixa você também.”
4. Função fática
Centralizada no canal, tendo como objetivo manter a conexão entre os falantes. Linguagem
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das falas telefônicas, saudações.
Exemplos:
Alô!
“Um, dois, testando...”
5. Função poética
Centralizada na mensagem, valoriza a parte estética, ou seja, uso de palavras figuradas,
combinações em rimas e metáforas. Encontramos esta função em textos poéticos, na música, no
teatro, na pintura etc.
Exemplo:
“O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.”
(Fernando Pessoa)
6. Função metalinguística
Centralizada no código, visa à tradução do código por meio do próprio código. Encontramos
esta função em produções de textos que se valem do próprio texto para se elaborar. Os dicionários
são metalinguísticos por excelência.
Exemplo:
Amor: substantivo masculino, sentimento que induz a aproximar.
Neste exemplo, observe que há explicação de uma palavra, por meio de outras palavras.
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FIGURAS DE LINGUAGEM
Por esse motivo, quando um texto está bem redigido, não significa, necessariamente, que
esteja bem escrito, mas que a escolha das palavras foi adequada. As figuras de linguagem classifi-
cam-se em:
1. Figuras de palavras
a) Comparação: é a aproximação entre dois elementos que se identificam, ligados por co-
nectivos comparativos.
Exemplo:
“Meu pensamento é como um rio subterrâneo.”
c) Metonímia: é a substituição de uma palavra por outra, havendo entre ambas alguma
semelhança. É conhecida como a parte pelo todo, ou seja, utiliza-se uma palavra que submeta ao
todo.
Exemplo:
Por favor, devolva-me o Neruda!
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d) Catacrese: é uma metáfora desgastada, em que o uso desta expressão já faz parte do
vocabulário.
Exemplos:
manga da camisa.
céu da boca.
Exemplo:
Olhe esse aroma.
f) Antonomásia: consiste em substituir um nome por uma expressão que o identifique com
facilidade.
Exemplos:
Pelé foi o maior artilheiro do Brasil.
Pelé – Edson Arantes do Nascimento.
Exemplo:
“A vida é uma opera. O tenor e o barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos
comprimários...”. (Machado de Assis)
2. Figuras de pensamento
Exemplo:
“Os jardins têm vida e morte.”
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b) Hipérbole: é a exagero de uma ideia com finalidade enfática.
Exemplo:
“Chorei rios de lágrimas.”
Exemplo:
“O amor é fogo que arde sem se ver.”
d) Ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se, com
isso, efeito crítico ou humorístico.
Exemplo:
“A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.”
Exemplo:
Cuidado, as paredes tem ouvidos.
f) Gradação: ocorre gradação quando há uma sequência de palavras que intensificam uma
mesma ideia.
Exemplo:
“Um coração chagado de desejos, latejando, batendo, restrugindo”.
Exemplo:
“Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!”
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3. Figura de sintaxe
Exemplo:
“Morremos dia a dia.”
- Elipse do pronome (nós)
Exemplo:
“Naquela manhã, brincavam as crianças no parque”.
Exemplo:
“Rubião fez um gesto, Palha outro; mas quão diferentes.” (fez)
aDe gênero
Exemplo:
Vossa Excelência está preocupado.
a De número
Exemplo:
“Corria gente de todos lados, e gritavam”.
aDe pessoa
Exemplo:
“A gente somos inútil”.
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e) Pleonasmo: é a repetição da mesma ideia cuja finalidade é reforçar a mensagem.
Exemplo:
“Ó mar salgado...”.
Exemplo:
E ria, e dançava, e pulava, e não se cansava.
4. Figuras de harmonia
Exemplo:
“Da noite a tarde e a taciturna trova soluça...”
Exemplo:
“Sou Ana, da cama
da cana, fulana
sou Ana de Amsterdam”
(Chico Buarque)
Exemplos:
Tic-tac! – relógio.
Atchim! – espirro.
Miau! – miado.
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INTERTEXTUALIDADE
A intertextualidade pode ser definida como um “diálogo” entre textos. Esse diálogo presupõe
um amplo e complexo universo cultural, que implica a identificação e o reconhecimento de remis-
sões a obras ou a trechos mais ou menos conhecidos. A intertextualidade pode ter funções diferen-
tes, que dependem dos textos, contextos em que está inserida.
Na prática acontece quando há uma referência explícita ou implícita de um texto em outro.
Exemplo:
Texto Original
O poeta Carlos Drummond de Andrade retoma o texto primitivo, conservando suas ideias.
Não há mudança do sentido principal do texto, que é a saudade da terra natal.
Além de textos, a intertextualidade pode ocorrer em outras formas literárias, como na músi-
ca, pintura, filme, novela etc. Basta que uma obra faça alusão à outra.
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Entretanto, para compreender a presença deste mecanismo em um texto, é necessário que
a pessoa detenha uma experiência de mundo e um nível cultural significativo. (www.infoescola.com)
Dicas de Leitura
O Guardador de Rebanhos
O Guardador de Rebanhos é um poema constituído por 49 textos escritos pelo
heterônimo Fernando Pessoa, Alberto Caeiro, em 1914. Fernando Pessoa atribuiu
sua gêneses a uma única noite de insônia de Caeiro.
A Metamorfose
A Metamorfose (Die Verwandlung, em alemão), é um conto escrito por Franz Kafka,
publicado pela primeira vez em 1915. No livro, o personagem Gregor Samsa, um
caixeiro viajante, possui preocupações que passam por: pensamentos práticos,
relacionados a sua metamorfose, bem como conflitos psicológicos e sentimentais.
Iracema
Iracema (ou Iracema, lenda do Ceará) é um romance da literatura romântica bra-
sileira, publicado em 1865, escrito por José de alencar. O romance conta, de forma
poética, o amor quase impossível entre um branco, Martim Soares Moreno, pela
índia Iracema, a virgem dos lábios de mel e de cabelos mais negros que a asa da
graúna. Explica, poeticamente, as origens da terra natal do autor, o Ceará.
O Alienista
Machado de Assis retrata por meio da obsessão científica do Dr. Simão Baca-
marte e de suas consequências para a vida de Itaguaí, a crítica a importação
insdiscriminada de teorias deterministas e positivistas em nosso país.
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O Crime do Padre Amaro
O Crime do Padre Amaro é uma das obras do escritor português Eça de Quei-
rós mais difundidas por todo o mundo. Trata-se de uma obra polêmica, que
causou protestos da Igreja Católica ao ser publicada, em 1875, em Portugal.
Trata do romance entre Amaro e a jovem Amélia, que surge num ambiente em
que o próprio papel da religião é alvo de grandes discussões e a moralidade de
cada um é posta à prova. Enquanto a trágica história de amor se desenvolve,
personagens secundários travam instigantes debates sobre o papel da fé.
Saiba Mais
Clique na imagem, acesse o link e descubra, sem preciosismos, as dificuldades linguísticas que
enfrentamos ao falar o nosso idioma. (Professor Pasquale).
Referência
CÂMARA JR., J. Mattoso. Dicionário de filologia e gramática referente à língua portuguesa. 5.ed. refundida e aumentada. Rio de Janeiro: J.Ozon,1974.
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