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GRD0583

MET. TREIN. FÍSICO E COND. DE ALTO RENDIMENTO


UNIDADE II: MEIOS E MÉTODOS DO TREINAMENTO ESPORTIVO
DE ALTO RENDIMENTO

Prof. Nuno Frade de Sousa


GRD0583
MET. TREIN. FÍSICO E COND. DE ALTO RENDIMENTO
UNIDADE II: MEIOS E MÉTODOS DO TREINAMENTO ESPORTIVO
DE ALTO RENDIMENTO

TREINAMENTO AERÓBIO DE ALTO RENDIMENTO


- OTIMIZAÇÃO-
SUMÁRIO

▪ Otimizando o treinamento de alta intensidade;

▪ Período de recuperação;

▪ Programação do treinamento;

▪ Outros aspetos importantes;


Carga de Mecanismos
treinamento de fadiga

Elaboração das bases


de treinamentos
visando melhora do
rendimento aeróbio

Respostas
Recuperação
fisiológicas
SEDENTÁRIOS OU ATLETAS RECREACIONAIS

Baseado nos princípios do treinamento

 Volume treinamento
 Rápido do VO2max
 Número de capilares sanguíneos
 Atividade enzimática
Será que em atletas de alta
performance (VO2max > 60 ml/kg/min)
também ocorre aumento da capacidade
aeróbia com aumento do volume de
treino?

R: O desempenho aeróbio não é melhorado através


de aumentos adicionais no volume de treinamento
submáximo. É necessário incluir sessões de
treinamento intervalado de alta intensidade.
OTIMIZANDO O TREINAMENTO DE ALTA INTENSIDADE

VARIÁVEIS UTILIZADAS PARA A PRESCRIÇÃO


DO TREINAMENTO AERÓBIO

MFEL Limiar
lactato

Intensidade
de prova iVO2max
Intensidade moderadas de
MFEL
treinamento. O aumento da
capacidade aeróbia ocorre por
aumento do volume do treinamento
Limiar
lactato

Não é a melhor estratégia para alto


Intensidade rendimento
de prova

iVO2max Intensidade máxima de treinamento


HIIT ou TIAI
ATLETAS ALTAMENTE TREINADOS
Aumento no VO2max e, mais importante ainda, na
performance de atletas altamente treinados, serão
somente conseguidos treinando na iVO2max ou acima dela.

HIIT

Qual a duração do esforço? E


a recuperação?
Tempo máximo que um indivíduo consegue
TLIM
manter a iVO2max.

O Tlim tem sido amplamente utilizado


para estabelecer a duração do esforço
de maneira individualizada.
Capacidade de poder realizar um grande
número de combinações entre duração e
HIIT
intensidade do esforço vs duração e
intensidade da pausa.

Quais os HIITs mais


utilizados?
IVO2MAX ACIMA DA IVO2MAX
(130 A 250%)

Duração Duração
Entre 50 e 60% do Tlim Entre 15 e 60 s

Esforço:pausa Esforço:pausa
1:2 ou 1:1 1:2 ou 1:3 ou mais

Pausa Pausa
Ativa a 50% da iVO2max Passiva ou ativa a 30% da
iVO2max
PRINCIPAIS MECANISMOS PARA MELHORA DA PERFORMANCE
AERÓBIA COM HIIT

▪ Maior quantidade de fibras do tipo II é recrutada, sendo


induzidas ao trabalho aeróbio;
▪ Aumento da capacidade oxidativa das fibras do tipo II.

HIIT DEVE SER REALIZADO QUANDO OS ATLETAS NÃO ESTÃO


COM OS ESTOQUES DE GLICOGÊNIO DEPLETADOS
PERÍODO DE RECUPERAÇÃO

Metabólitos
Sistema
acumulados energético
utilizado

Substratos
Tempo para
energéticos
recuperação
utilizados
RELAÇÃO ENTRE TEMPO DE ESFORÇO E PAUSA FIXA

Pouca informação está disponível em relação ao período


ótimo de recuperação entre estímulos de um HIIT.

3:1 – 2:1 – 1:1 – 1:2


Retorno da FC a determinada porcentagem (60% FCmax)

Esforços longos – recuperação mais curta;


Esforços curtos – recuperação mais longa.
Períodos incompletos de
recuperação fazem com que
ocorra uma mudança de
predomínio do metabolismo
energético à medida que
determinado sistema energético
vai fatigando ou a duração do
exercício aumenta.

A vantagem de utilizar períodos incompletos de


recuperação é que durações relativamente curtas de
exercício (com característica inicial aeróbia) podem ser
realizadas em maior intensidade e com predomínio do
metabolismo aeróbio.
PROGRAMAÇÃO DO TREINAMENTO

Frequência de estímulos que permita a adaptação e evite a


fadiga acumulada.
1. Estímulos na zona
de adaptação.

2. Soma de
estímulos com
supercompensação.

3. Soma de
estímulos sem
supercompensação
Períodos de recuperação devem ser ativos e podem durar
mais que uma semana, dependendo do estímulo.

Interval training at VO2max: effects on aerobic performance and overtraining markers.


BILLAT, VERONIQUE; FLECHET, BRUNO; PETIT, BERNARD; MURIAUX, GERARD; KORALSZTEIN, JEAN-
PIERRE

Medicine & Science in Sports & Exercise. 31(1):156-163, January 1999.

▪ Uma sessão de treinamento intenso por semana foi


semelhante aquela demonstrada por 3 sessões.
Recomenda-se uma a duas sessões de treinamento por
semana de alta intensidade com no mínimo 36h entre
as sessões.

Depleção de glicogênio que pode demorar 12 a 36h


para se recuperar.
Reparos estruturais podem demorar 4 dias.
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MET. TREIN. FÍSICO E COND. DE ALTO RENDIMENTO
UNIDADE II: MEIOS E MÉTODOS DO TREINAMENTO ESPORTIVO
DE ALTO RENDIMENTO

TREINAMENTO EM ALTITUDE
- DESAFIOS E OTIMIZAÇÃO -
SUMÁRIO

▪ Fisiologia da altitude;

▪ Adaptações fisiológicas à altitude;

▪ Aclimatação;

▪ Doenças na altitude.
FISIOLOGIA DA ALTITUDE

Tem como objeto de estudo descrever e


interpretar as respostas fisiológicas, agudas e
crônicas, do organismo em exposição a
ambientes de moderada (1400 a 3000 m) ou
elevada altitude (3000 a 8850 m)
EXERCÍCIO E ALTITUDE
O desafio da altitude provém diretamente da
menor pO2 ambiente, resultante da menor
densidade do ar com o aumento da altitude.
A exposição prolongada de uma pessoa não
aclimatada a estes ambientes pode causar
morte por hipóxia, mesmo na ausência de
atividade física.
Brasília
Diminuição da taxa de difusão do oxigênio
dos alvéolos para os capilares pulmonares

Diminuição da saturação de hemoglobina

Diminuição do conteúdo arterial e o


transporte de oxigênio para os tecidos

DIMINUIÇÃO DO CONSUMO DE
OXIGÊNIO

Aumento da intensidade relativa ou na


diminuição da capacidade de trabalho
desenvolvido para uma determinada
intensidade de exercício
5
Consumo de oxigênio

4 VO2máx
3
(l/min)

1 50%VO2máx 70%VO2máx

Nível do Grande altitude


mar (4.300m)

Dempsey et al. 1971


Adaptações VENTILATÓRIAS
Aumento da Freqüência Respiratória (FR)

Aumento do Volume corrente (VC)

Aumento da Ventilação (2 a 5 vezes)

Acentuada liberação de CO2

Diminuição da taxa de saturação de


Oxigênio (SaO2)
Adaptações CARDIOVASCULARES
Aumento da atividade SNA simpático

Aumento da freqüência cardíaca (FC)

Aumento da débito Cardíaco (DC)


Diminuição significativa do volume
plasmático
Redução da frequência cardíaca máxima
Diminuição do débito cardíaco
máximo
Adaptações HEMATOLÓGICAS
Estimulação da liberação de
Eritropoietina (EPO) pelo Rim

Aumento do hematócrito

Aumento da produção de eritrócitos

Aumento no número total de hemácias

Possível aumento da capilarização do


músculo esquelético
Adaptações METABÓLICAS
LOCAIS

Aumento da densidade mitocondrial

Aumento das enzimas aeróbias do


músculo

Aumento do 2-3-DPG
Adaptações na COMPOSIÇÃO
CORPORAL – ALPINISTAS
Perda acentuada de peso corporal
(dependente da altitude e tempo de exposição; 5-10Kg)

Aumento da taxa metabólica basal


Aumento do estado de desidratação
Diminuição da capacidade de absorção de
nutrientes
Estado de anorexia de altitude
Desequilíbrio entre input e output energético.
100m 200m 400 m 800m
Tóquio (1964) 10 s 20.3 s 45.1s 1m 45. 1s

Cidade do 9.9s 19.8 s 43.8 1m 44. 3 s


México (1968)

% de +1 +2.5 +2.9 +0.8


Alteração

1500m 5000m 10000 Maratona


Tóquio (1964) 3m 38s 13m 48s 28m 24s 4h 11m

Cidade do 3m 34s 14m 05s 29m 27s 4h 20m


México (1968)

% de +1.5 -1.9 -3.7 -6.2


Alteração
TREINAMENTO EM ALTITUDE
ALTITUDE MODERADA: 1600 a 3000 metros

DURAÇÃO: 4 semanas

INTENSIDADE: Abaixo da intensidade ao


nível do mar
“Live High
and
Training Low”
± 5%
CONCLUSÃO

Corredores de alta competição que moram em altitude moderada


aumentam a concentração de eritrócitos, a capacidade de transporte
de O2 e o VO2max.

A performance nos 5.000 m só foi melhorada nos corredores que


moram em moderada altitude e treinam no nível do mar – permite
manter a mesma velocidade de treinamento.
ACLIMATAÇÃO
“A aclimatação ocorre quando após
dias em exposição a determinada
altitude, comumente um período de
duas a três semanas, passa a existir
uma adaptação crônica frente às
condições ambientais”
(Campos e Costa 1999)
Acima da altitude 2300 m
(2 semanas)
-Cada 610 m de altitude - 1 semana

Altitude Tempo
2.700 metros 7 a 10 dias
3.600 metros 15 a 21 dias
4.500 metros 21 a 25 dias

-Treinamentos mais leves que ao


nível do mar

- Benefícios duram entre 2-3


semanas pós altitude
•Aumento da ventilação pulmonar

•Diminuição da FC previamente aumentada no


resposta aguda

•Redução do acúmulo de lactato sanguíneo


durante exercício submáximo em relação a
resposta aguda
•Melhora da capacidade cardiorrespiratória para
o exercício
•Aumento da secreção de EPO, hemácias e
hematócrito.
QUAL A MELHOR
ESTRATÉGIA PARA
QUEM VAI COMPETIR
NA ALTITUDE E NÃO
PODE REALIZAR
ACLIMATAÇÃO

R: Chegar no dia da competição para


evitar a perda de HCO3-
DOENÇAS
DA
ALTITUDE
9000 m

7500 m

6000 m

5500 m

4500 m

3500 m

2500 m

1500 m
MAL AGUDO DA MONTANHA
(ACUTE MOUNTAIN SICKNESS)

É a mais comum das doenças da altitude


SINTOMAS: Cefaléia, náuseas, insônia,
anorexia e dispnéia

PREVENÇÃO: Subida lenta, evitar exercícios


extenuantes (fase inicial), boa hidratação (3-5
Litros) e refeições leves (CHO)
SINAIS PONTUAÇÃO
Dores de cabeça 1 ponto
Náuseas e perda de apetite 1 ponto
Insônia 1 ponto
Vertigem 1 ponto
Cefaléias resistentes a aspirina 2 pontos
Vômitos 2 pontos
Dispnéia em repouso 3 pontos
Fadiga anormal 3 pontos

PONTUAÇÃO
DEFINIÇÃO TRATAMENTO
1a3 Ligeiro Aspirina e Paracetamol
4a6 Moderado Aspirina e repouso
+ de 6 Grave Descer
EDEMA PULMONAR DE
ALTITUDE
OCORRÊNCIA: Jovens saudáveis
(2-5 dias após exposição aguda)

CARACTERÍSTICA: acúmulo de fluido com alto conteúdo


protéico no espaço alveolar

CAUSA: Subidas rápidas a altitudes acima de 2.500-3.000m

SINTOMAS: dispneia anormal ao esforço, cianose ( repouso),


tosse seca, muco-sanguinolento e taquicardia.

TRATAMENTO: Oxigenoterapia e descida.


CONDIÇÃO GRAVE E POTENCIALMENTE FATAL
EDEMA CEREBRAL DE
ALTITUDE

Ocorrência em altitudes > 4500m

SINTOMAS: Cefaléia intensa, confusão mental ,


alucinações e ataxia, cansaço, alucinações e
caminhar cambaleante

PREVENÇÃO: Subida lenta, boa hidratação e


evitar exercícios extenuantes
FIM

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