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INSTRUMENTAÇÃO
GERAL
SENAI - CETIND
INSTRUMENTAÇÃO
GERAL
Lauro de Freitas
2006
Copyright 2006 por SENAI DR BA. Todos os direitos reservados
1. Instrumentação I. Título
CDD 681.754
___________________________________________________________
APRESENTAÇÃO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 6
1.1 CONCEITOS BÁSICOS DE INSTRUMENTAÇÃO PARA CONTROLE DE
PROCESSO ........................................................................................................... 6
1.1.1 Sistema em malha aberta ........................................................................................ 8
1.1.2 Sistema de malha fechada ...................................................................................... 8
1.2 CLASSIFICAÇÃO DA INSTRUMENTAÇÃO .................................................... 10
1.3 INSTRUMENTOS DA MALHA ........................................................................... 15
1.4 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS INSTRUMENTOS .................................... 25
1.5 TERMOS METROLÓGICOS APLICADOS EM INSTRUMENTAÇÃO ............ 27
1.6 SIMBOLOGIA - NOMENCLATURA ................................................................... 31
2 MEDIÇÃO DE PRESSÃO .................................................................................. 35
2.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS ......................................................................... 35
2.2 COLUNA DE LÍQUIDO ....................................................................................... 37
2.3 TUBO DE BOURDON .......................................................................................... 39
2.4 MEMBRANA OU DIAFRAGMA ........................................................................ 40
2.5 FOLE ...................................................................................................................... 40
2.6 TRANSMISSORES DE PRESSÃO ...................................................................... 41
2.6.1 Transmissor pneumático de pressão ....................................................................... 41
2.6.2 Transmissores eletrônicos de pressão ..................................................................... 43
2.6.2.1 Transmissores eletrônicos de pressão tipo capacitivo ........................................... 43
2.6.3 Strain gauge ............................................................................................................ 44
2.6.4 Silício ressonante .................................................................................................... 47
2.6.5 Pressostato .............................................................................................................. 49
3 MEDIÇÃO DE NÍVEL ......................................................................................... 51
3.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS ......................................................................... 51
3.2 VISOR DE NÍVEL ................................................................................................. 51
3.3 MEDIÇÃO POR BÓIA .......................................................................................... 52
3.4 MEDIÇÃO POR PRESSÃO HIDROSTÁTICA ................................................... 53
3.5 MEDIÇÃO DE NÍVEL COM BORBULHADOR ................................................ 54
3.6 MEDIÇÃO DE NÍVEL POR EMPUXO ............................................................... 55
3.7 MEDIDOR POR ULTRA-SOM ............................................................................ 56
3.8 MEDIDOR DE NÍVEL POR RADAR .................................................................. 57
3.9 MEDIÇÃO NÍVEL POR RADIAÇÃO ................................................................. 59
3.10 MEDIÇÃO DE NÍVEL POR CAPACITÂNCIA .................................................. 59
3.11 CHAVE DE NÍVEL ............................................................................................... 60
4 MEDIÇÃO DE VAZÃO ....................................................................................... 62
4.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS ......................................................................... 62
4.2 MEDIDORES POR PRESSÃO DIFERENCIAL .................................................. 63
4.3 MEDIDORES POR ÁREA VARIÁVEL (ROTÂMETRO) .................................. 69
4.4 MEDIDORES DE CANAIS ABERTOS ............................................................... 71
4.5 MEDIDOR DE TURBINA .................................................................................... 72
4.6 MEDIDOR TIPO VORTEX .................................................................................. 73
4.7 MEDIDOR MAGNÉTICO (MAGFLOWMETER) .............................................. 74
4.8 MEDIDORES DE DESLOCAMENTO POSITIVO ............................................. 75
4.9 MEDIÇÃO DE VAZÃO MÁSSICA ..................................................................... 76
4.10 CHAVE DE VAZÃO ............................................................................................. 77
5 MEDIÇÃO DE TEMPERATURA ...................................................................... 79
5.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS ......................................................................... 79
5.2 TERMÔMETROS A DILATAÇÃO ...................................................................... 81
5.3 POÇO DE TEMPERATURA (TW) ....................................................................... 84
5.4 TERMOPARES ...................................................................................................... 85
5.5 TERMORESISTORES .......................................................................................... 89
5.6 MEDIÇÃO DE TEMPERATURA POR RADIAÇÃO .......................................... 94
5.7 TERMOSTATO ..................................................................................................... 96
6 DENSIDADE ......................................................................................................... 98
6.1 DENSIDADE RELATIVA .................................................................................... 98
6.2 VARIAÇÃO DA DENSIDADE COM A TEMPERATURA E A PRESSÃO ...... 98
6.3 TIPOS DE MEDIDORES DE DENSIDADE ........................................................ 99
7 VÁLVULAS DE CONTROLE ............................................................................ 103
7.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS ......................................................................... 103
7.2 ATUADOR ............................................................................................................ 103
7.3 CASTELO .............................................................................................................. 106
7.4 CORPO ................................................................................................................... 109
7.5 CARACTERÍSTICAS DE VAZÃO ...................................................................... 112
7.6 POSICIONADOR .................................................................................................. 114
REFERÊNCIAS ................................................................................................... 117
APRESENTAÇÃO
Este material didático foi preparado para funcionar como instrumento de consulta. Possui
informações que são aplicáveis de forma prática no dia-a-dia do profissional, e apresenta uma
linguagem simples e de fácil assimilação. É um meio que possibilita, de forma eficiente, o
aperfeiçoamento do aluno através do estudo do conteúdo apresentado no módulo.
1 INTRODUÇÃO
Os processos industriais são variados, englobam diversos tipos de produtos e exigem controle
preciso dos produtos gerados. Usualmente, os maiores usuários de instrumentação são as
indústrias que atuam nas áreas de petróleo, química, petroquímica, alimento, cerâmica,
siderúrgica, celulose e papel, têxtil, geração de energia elétrica etc. As figuras 1 a 6 ilustram
exemplos de processo citados.
6
Em todos esses processos é indispensável se controlar e manter constantes as principais
variáveis, tais como pressão, nível, vazão, temperatura, pH, condutividade, velocidade,
umidade etc. Os instrumentos de medição e controle permitem manter e controlar estas
variáveis em condições mais adequadas e precisas do que se elas fossem controladas
manualmente pelo operador.
Para ilustrar, utilizar-se-á como processo típico, o trocador de calor mostrado na Figura 7, que
é um equipamento industrial que tem a finalidade de aquecer ou resfriar um fluido. Neste
exemplo utilizaremos o vapor para promover o aquecimento de um fluido.
7
1.1.1 Sistema em malha aberta
Sistema em malha aberta é aquele em que a informação sobre a variável controlada (no caso
da figura 8, temperatura do fluido aquecido na saída do trocador) não é utilizada para ajustar
quaisquer das variáveis de entrada, visando compensar as variações que ocorrem nas variáveis
do processo e que influenciam na variável controlada.
No processo típico de troca de calor em análise, bem como nos demais casos de controle de
processos, a função fundamental do sistema de controle em malha fechada, ou sistema de
controle com realimentação, é manipular a relação entrada/saída de energia ou material, de
maneira que a variável controlada do processo seja mantida dentro dos limites estabelecidos,
ou seja, o sistema de controle em malha fechada regula a variável controlada (temperatura do
fluido aquecido na saída do trocador), fazendo correções em outra variável do processo
(vazão do vapor adicionada ao trocador), que é chamada de variável manipulada.
O controle em malha fechada pode ser realizado por um operador humano (controle manual)
ou mediante a utilização de instrumentação (controle automático).
Conforme mostrado na figura 9, num processo utilizando controle manual o operador terá
como função medir a temperatura do fluido aquecido (variável controlada) e corrigir a vazão
do vapor adicionado ao trocador (variável manipulada), de forma a manter a temperatura da
variável controlada no valor desejado (ponto de ajuste ou set-point), ou seja, o operador irá
medir a temperatura do fluido aquecido através do tato; este sinal será comparado
mentalmente com a temperatura desejada (ponto de ajuste ou set-point), que está armazenada
em seu cérebro, com base na diferença entre estes dois valores (erro ou desvio), o operador
8
fará a computação (definirá como e quanto irá atuar) e, em seguida, atuará na válvula de
admissão de vapor fazendo a correção.
Caso o processo típico de troca de calor seja controlado utilizando-se controle automático, as
ações executadas serão as mesmas que as executadas pelo operador quando fazendo controle
manual (medir, comparar, computar e corrigir).
Na figura 10, a medição é feita pelo transmissor de temperatura (TT); a comparação do valor
medido pelo transmissor (TT) com o ponto de ajuste dado pelo operador (set-point) para
obtenção do valor erro (valor do erro = valor do ponto de ajuste – valor medido da variável
controlada) e a computação (que irá considerar os ajustes e tipos de ações de controle
utilizadas) são executadas pelo controlador de temperatura (TRC), enquanto a correção será
efetivada pela válvula de controle (TV), com base no sinal recebido do TRC.
Conforme será visto em itens posteriores, além dos sistemas de controle os processos
industriais também utilizam os sistemas de segurança.
a) Pneumática
b) Eletrônica - analógica
- digital
- via rádio
- via modem
Pneumática - Nesse tipo veja figura 11, é utilizado um gás comprimido que pode ser ar ou
nitrogênio, cuja pressão é alterada conforme o valor que se deseja representar. Nesse caso a
variação da pressão do gás é linearmente manipulada numa faixa específica, padronizada
internacionalmente, para representar a variação de uma grandeza desde seu limite inferior até
seu limite superior. O padrão de transmissão ou recepção de instrumentos pneumáticos, mais
utilizados são, 0,2 a 1,0 kgf/cm2 ou 3 a 15psi (Sistema Inglês).
10
Os sinais de transmissão analógica normalmente começam em um valor acima do zero para
termos uma segurança em caso de rompimento do meio de comunicação.
Vantagens
Desvantagens
Eletrônica - Esse tipo de transmissão é feita utilizando sinais elétricos de corrente ou tensão.
Face a tecnologia disponível no mercado em relação a fabricação de instrumentos eletrônicos
microprocessados, esse é o tipo de transmissão largamente usado em todas as indústrias.
Assim como na transmissão pneumática, o sinal é linearmente modulado em uma faixa
padronizada representando o conjunto de valores entre o limite mínimo e máximo de uma
variável de um processo qualquer. Como padrão para transmissão a longas distâncias são
utilizados sinais em corrente contínua variando de (4 a 20 mA) e para distâncias até 15 metros
aproximadamente, também se utiliza sinais em tensão contínua de 1 a 5V, figura 12.
Vantagens
11
Digital - Nesse tipo, Fig. 13, “pacotes de informações” sobre a variável medida são enviados
para uma estação receptora, através de sinais digitais modulados e padronizados. Para que a
comunicação entre o elemento transmissor e receptor seja realizada com êxito é utilizada uma
“linguagem” padrão chamado protocolo de comunicação.
Vantagens
Desvantagens
12
Via rádio (Wireless) - Neste tipo, o sinal ou um pacote de sinais medidos são enviados à sua
estação receptora via ondas de rádio em uma faixa de freqüência específica, veja figura 14.
Vantagens
Antes de se optar por um dos sistemas, vários são os parâmetros a considerar, tais como:
13
Exercícios – Sinais de instrumentação
14
1.3 INSTRUMENTOS DA MALHA
Elemento sensor
O sensor pode ser de natureza mecânica ou eletrônica. O sensor mecânico sente a variável do
processo e produz uma força ou movimento mecânico. O sensor eletrônico ativo detecta a
variável e produz na saída uma corrente ou uma tensão elétrica e não necessita de
alimentação; o sensor eletrônico passivo requer uma tensão de alimentação e varia uma
grandeza elétrica passiva, como a resistência, capacitância ou indutância.
Transmissor
Figura 17 - Transmissor
Figura 18 - Transmissor Figura 19 - Transmissor
pneumático
eletrônico analógico microprocessado
Telemetria
Zero vivo: Utilizado quando adotamos o nível mínimo de 4 mA (na eletrônica), oferece a
vantagem de podermos detectar uma avaria (rompimento de um dos fios), que provocaria a
queda do sinal abaixo de 0%. Note também, que o nível mínimo do sinal pneumático não é
zero e sim 3 PSI, deste modo conseguimos calibrar corretamente o instrumento comprovando
sua correta calibração, como por exemplo no caso de um transmissor pneumático de
temperatura de range 0 a 150ºC onde o sensor estivesse com 0ºC e o sinal de saída em 1 PSI,
o mesmo visivelmente seria possível detectar sua descalibração. Se o nível mínimo fosse 0
PSI, não seria possível fazermos esta comprovação rapidamente.
16
ilustraremos com dois exemplos, um para transmissor pneumático e o outro para transmissor
eletrônico, como são feitos tais cálculos.
Solução:
Observe que o sinal de saída do transmissor deve estar compreendido na faixa de 3 a 15PSI.
40 kgf/cm2 12 PSI
32 kgf/cm2 X
Observe que o valor encontrado representa a variação do sinal. A ele deve ser adicionado o
valor inicial da faixa de transmissão para encontrarmos o valor do sinal de saída, conforme
abaixo:
Solução:
Observe que o sinal de saída do transmissor deve estar compreendido na faixa de 4 a 20mA.
20 mA – 4 mA = 16 mA
17
Relacione entrada e saída do transmissor, conforme segue (regra de três).
40 kgf/cm2 16 mA
32 kgf/cm2 X
32kgf / cm 2 .16mA
X= = 12,8mA
40kgf / cm 2
Observe que o valor encontrado representa a variação do sinal. A ele deve ser adicionado o
valor inicial da faixa de transmissão para encontrarmos o valor do sinal de saída, conforme
abaixo:
Exercícios – Telemetria
1. Qual o motivo para que a maior parte dos sinais de transmissão comecem com um valor
maior que zero (ex: 1~5 Volts, 4~20 mA, 0.2 ~ 1.0 kgf/cm2, 3 ~ 15 PSI)?
2. Qual o sinal de saída de um transmissor pneumático de pressão, com range de 0 a 300 atm,
no qual foi aplicado uma pressão de 75 atm.
18
Tecnologia eletrônica
Transmissor
Transmissor
de Vazão
de Pressão
Sinal de Saída
4 a 20mA
Válvula de
Transmissor de
Controle
Temperatura
Figura 20 - Telemetria (Tecnologia eletrônica)
19
Indicador
Registrador
Atualmente o registrador está sendo substituído, com vantagens, pelo computador digital
usado para aquisição de dados (data logger). O computador digital utiliza suas vantagens
inerentes de alta velocidade, de grande capacidade de armazenamento de dados, de
possibilidade de mostrar os gráficos em telas de vídeo e de imprimir os dados em formulários
contínuos. Há também registradores digitais, que permitem a programação dos sinais de
entrada a ser registrado. Estes possuem a vantagem de não possuírem carta, e seus dados
podem ser armazenados em memória para posterior consulta.
20
Controlador
Os controladores após uma fase de mecânica pura foram padronizados em sinais de entrada e
saída pneumáticos, cujos componentes principais eram o amplificador bico-palheta e os foles
de realimentação e de ações de controle. Os primeiros controladores eram conhecidos com
“caixa grande” que tinha dimensões aproximadas de 30cm X 40cm.
21
Figura 30 - Diagrama de blocos de um controlador convencional analógico
22
Conversor
São equipamentos que recebem o sinal de correção do controlador e, em função deste sinal
modificam/atuam sobre a variável manipulada ou agente de controle. Dentre os elementos
finais de controle, a válvula de controle pneumática, utilizada para regular a vazão de fluidos
a partir da obstrução causada por uma peça móvel, chamada de obturador, é o elemento final
de controle mais utilizados nas indústrias. Desempenham, também, este papel o damper, a
resistência elétrica, o motor, a bomba, o braço de um robô etc.
23
Exercícios – Função dos instrumentos
24
1.4 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS INSTRUMENTOS
Faixa de indicação que se pode obter em uma posição específica dos controles de um
instrumento de medição. A faixa nominal é normalmente definida em termos de seus limites
inferior e superior, por exemplo: “100 a 200 οC”.
Existem faixas começando do zero, como a faixa de temperatura de 0 a 100οC. Há, porém
faixas com zero elevado, como a faixa de 20 a 120 οC. E existem faixas com o zero
suprimido, como a faixa de -20 a 80 οC.
0 A 100°C - 20 B 80°C
40°C C 140°C
Diferença, em módulo, entre os dois limites de uma faixa nominal. Para os exemplos
anteriores de faixa de nominal, a amplitude de faixa é respectivamente igual a:
Sensibilidade (Sensitivity)
25
Classe de exatidão (Accuracy class)
Precisão (Precision)
a) percentagem do span
b) percentagem do valor medido
c) percentagem do valor máximo da escala do instrumento
d) percentagem do comprimento da escala
e) direto em unidade de engenharia
Rangeabilidade (Rangeability)
26
1.5 TERMOS METROLÓGICOS APLICADOS EM INSTRUMENTAÇÃO
Valor verdadeiro
Calibração
Conjunto de operações que, estabelece, sob condições especificadas, a relação entre os valores
indicados por um instrumento de medição ou sistema de medição ou valores representados
por uma medida materializada ou um material de referência, e os valores correspondentes das
grandezas estabelecidos por padrões.
Ajuste
Padrão
Padrão de trabalho
Observações:
Padrão de referência
Padrão, geralmente tendo a mais alta qualidade metrológica disponível em um dado local ou
em uma dada organização, a partir do qual as medições lá executadas são derivadas.
Observações:
Parâmetro, associado ao resultado de uma medição, que caracteriza a dispersão dos valores
que podem ser fundamentadamente atribuídos a um mensurando.
Observações:
1) O parâmetro pode ser, por exemplo, um desvio padrão (ou um múltiplo dele), ou a metade
de um intervalo correspondente a um nível de confiança estabelecido.
28
3) Entende-se que o resultado da medição é a melhor estimativa do valor do mensurando, e
que todos os componentes da incerteza, incluindo aqueles resultantes dos efeitos sistemáticos,
como os componentes associados com correções e padrões de referência, contribuem para a
dispersão.
Erro
O erro é a diferença entre o valor medido e o valor ideal teórico verdadeiro (resultado de uma
medição menos o valor real do mensurado). O contrário de erro é a precisão. Um instrumento
muito preciso apresenta pequeno erro. Existem vários adjetivos para modificar o erro. Existe
o erro ilegítimo, o erro sistemático e erro dinâmico.
c - erro dinâmico, sempre está associado a um atraso e inércia da variável medida. Por
exemplo, quando se faz a medição de temperatura através de termômetro com enchimento
termal, é necessário se esperar que o sistema fique em equilíbrio. É de conhecimento geral, o
modo de se medir a temperatura de uma pessoa febril com um termômetro de haste: tem-se
que esperar alguns minutos para ler a temperatura. O tempo esperado deve ser igual ao tempo
que o termômetro leva para entrar em equilíbrio com a temperatura do corpo humano.
Qualquer leitura antes do equilíbrio contém um erro grande; geralmente a temperatura
indicada é menor que o valor verdadeiro.
29
Incerteza de medição
2 2 2
Im = I +I
1 2
+ In
Rastreabilidade
Propriedade do resultado de uma medição pela qual esta pode esta relacionada com os
padrões de medição apropriados, geralmente internacionais ou nacionais, através de uma
cadeia ininterrupta de comparações.
a) -10 a 220 οC
b) 20 a 250 kgf/cm2
c) -100 a 100 mmca
d) 3 a 15 PSI
e) 0 a 1500 l/min
f) 0,2 a 1,0 kgf/cm2
2. Defina:
a) erro
b) calibração
30
1.6 SIMBOLOGIA - NOMENCLATURA
INDENTIFICAÇÃO DO INSTRUMENTO
F IC 100 05 B
Onde: FIC-100-05B
32
A figura 40 mostra os símbolos e funções de processamento de sinais (relés).
33
Exercícios – Instrumentação básica e simbologia
34
2 MEDIÇÃO DE PRESSÃO
A pressão entre todas as variáveis de processo se ressalta pela sua importância, pois diversas
outras variáveis são medidas utilizando-se indiretamente a pressão: temperaturas podem ser
medidas pela utilização de um bulbo de enchimento cuja pressão interna é relacionada à
temperatura; vazão pode ser medida relacionando-se a diferença entre as pressões de entrada e
de saída de uma placa de orifício com o fluxo através da mesma; o nível de um tanque
geralmente é medido pela pressão exercida pelo líquido na base inferior do tanque. Além
dessas aplicações, mede-se pressão para manter composição de produtos, por razões de
segurança, para verificação da eficiência de equipamentos como bomba e compressor.
Pressão é a relação entre uma força e a superfície sobre a qual ela atua.
90
F °
P=
A
Por exemplo: pressão atmosférica é a pressão devida ao peso do ar existente sobre uma área
unitária ao nível do mar. Ela varia, portanto, conforme o local, pois o peso do ar atmosférico
depende da altitude e das condições meteorológicas do local.
A pressão menor que a pressão atmosférica é chamada vácuo. A pressão absoluta é a pressão
positiva a partir do vácuo perfeito, ou seja, a soma da pressão atmosférica do local e a pressão
efetiva.
P relativa P absoluta
0 P atmosférica
760 mm Hg
0
Vácuo total
Figura 43 - Diferentes tipos de pressão
35
A maior parte dos medidores de pressão mede pressão relativa, isto é, pressão a partir da
pressão atmosférica.
A pressão pode ser dada em qualquer unidade que expresse o quociente de uma força por uma
área, ou uma altura de coluna líquida de peso específico conhecido. Na indústria as unidades
mais usadas para pressão são mostradas na tabela abaixo;
Para calibrar instrumentos é necessário fazer conversão entre unidades de pressão. A seguir
um exemplo ilustrativo:
Solução:
Identifique, na tabela, a relação entre polH2O e Kpa e arme a regra de três, conforme abaixo:
1 polH 2 O → 0,24901Kpa
100 polH 2 O → X
36
Exemplo número 2: Deseja-se converter o valor da pressão no topo de uma coluna de
destilação de 0,8 kgf/cm2 para mm H2O.
Solução:
Identifique na tabela a relação entre polH2O e Kpa e arme a regra de três, conforme abaixo:
1kgf / cm 2 → 10.003mmH 2 O
0,8kgf / cm 2 → X
0,8kgf / cm 2 .10.003mmH 2 O
X = X = 80.003mmH 2 O
1kgf / cm 2
Os dispositivos usados nas tomadas de impulso de pressão podem ser classificados de acordo
com seu princípio de funcionamento:
c - Por meio de variação de uma propriedade física (base dos transmissores eletrônicos de
pressão)
As colunas têm como princípio de funcionamento o equilíbrio da força a ser medida com a
força exercida por uma coluna líquida. Podem ser de três tipos: Em “U”, reta vertical e reta
inclinada.
37
Coluna em “U” - Consiste, basicamente, num tubo de vidro, em forma de "U", contendo certa
quantidade de líquido, fixado a uma base com uma escala graduada. Os líquidos mais
utilizados nas colunas em "U" são a água e o mercúrio. Normalmente, o nível do líquido nos
dois braços da coluna é o mesmo. Mas, no momento em que uma pressão é aplicada a um dos
braços, o líquido é deslocado para o outro. O desnível entre os topos das colunas líquidas
indica, na escala, o valor da pressão aplicada.
O manômetro em "U" indica sempre uma pressão diferencial, isto é, a diferença de pressão
entre dois pontos. Um desses pontos de pressão pode ou não ser a pressão atmosférica.
Devido ao seu alto grau de precisão, a coluna em "U" é utilizada como padrão para calibração
de outros instrumentos de pressão.
Coluna reta vertical - O emprego é idêntico à da coluna em “U”. A pressão, sendo aplicada no
ramo de maior área, provoca um pequeno deslocamento vertical nesse ramo, enquanto que no
de menor diâmetro teremos um grande deslocamento vertical do fluído.
Coluna reta inclinada - É empregada quando se quer medir pequenas pressões. Possui o ramo
de menor diâmetro em ângulo.
38
2.3 TUBO DE BOURDON
A pressão age sobre as paredes internas do tubo de Bourdon, o qual tende a tomar a forma de
um tubo de seção circular, provocando um deslocamento no sentido longitudinal e
movimentando o mecanismo de indicação. Os tubos de Bourdon industriais podem ter
diversos tamanhos e são constituídos em forma de "C", em espiral ou ainda em forma
helicoidal, dependendo da pressão a ser medida.
Vantagens
Os materiais mais empregados na fabricação de manômetros com tubo de Bourdon são ligas
de cobre-níquel e bronze fosforoso, por terem baixos coeficientes de dilatação e possuírem
boa elasticidade. O aço inoxidável também é utilizado na confecção do tubo de Bourdon
sendo sua precisão muito menor.
É constituído por um disco de material elástico (metálico ou não), fixo pela borda. Uma haste
fixa ao centro do disco está ligada a um mecanismo de indicação. Quando uma pressão é
aplicada, a membrana se desloca e esse deslocamento é proporcional à pressão aplicada. O
diafragma geralmente é ondulado ou corrugado para aumentar sua área efetiva.
Muitos materiais se prestam para a fabricação de diafragmas, por exemplo, teflon, borracha,
liga de bronze fosforoso etc. Algumas vezes dois ou mais diafragmas são unidos para formar
uma cápsula.
2.5 FOLE
Quando uma pressão é aplicada ao interior do fole, provoca sua distensão, e como ela tem que
"vencer" a flexibilidade do material, o deslocamento é proporcional à pressão aplicada. Do
mesmo modo, se a pressão for aplicada à parte externa, provocará a contração do fole. O
manômetro de fole é utilizado apenas para medir baixas pressões.
40
Figura 52 - Fole
O ar de alimentação com pressão Ps padronizada em 1,4 kgf/cm2, passa pela restrição R' e
enche o reservatório V, escapando, a seguir, para a atmosfera através do bocal Rv. A
quantidade de ar que sai pelo bocal Rv depende da posição do obturador, ou seja, depende da
distância "x" existente entre o bocal e o obturador. Devido ao escape de ar, o volume V e o
bocal ficam a uma pressão PI, intermediária entre Ps e a pressão atmosférica.
41
Figura 53 - Sistema bico-palheta
42
Qualquer variação ocorrida no sistema só cessará quando for encontrado o equilíbrio entre as
resultantes das forças que atuam no fole de realimentação e na cápsula sensora de pressão
(diafragma). Assim que estiver estabelecido este equilíbrio, estará determinado o valor do
sinal de saída do transmissor (faixa de 0,2 a 1,0 kgf/cm2), assegurando-se, dessa forma,
proporcionalidade entre o sinal de saída e a pressão do processo medida pelo transmissor
naquele momento.
O elemento primário mecânico elástico que pode ser diafragma, tubo Bourdon, espiral,
helicoidal, fole ou combinação destes elementos, é conectado ao processo e se
movimenta/deforma/desloca em função da pressão do processo aplicada sobre ele. Este
movimento é enviado ao transdutor elétrico do transmissor, através de um sistema adequado,
que o converte em um sinal eletrônico padronizado de saída (4 a 20 mAcc).
• equilíbrio de forças;
• resistivos;
• magnéticos;
• capacitivos;
• extensométricos;
• piezoelétricos.
Este tipo de instrumento tem seu funcionamento baseado na variação de capacitância que se
introduz em um capacitor quando se desloca uma de suas placas em conseqüência de
aplicação de pressão.
A posição do diafragma sensor (placa móvel) é detectada pelas placas do capacitor colocadas
nos dois lados do diafragma sensor. O valor da capacitância diferencial existente entre o
diafragma sensor e as placas do capacitor (aproximadamente 150pf) é convertido
eletronicamente, resultando no sinal de saída do transmissor (4 a 20mAcc), que é transmitido
para um receptor eletrônico para fins de indicação, registro e /ou controle.
ρ
R= .L
S
R : Resistência do condutor
ρ : Resistividade do material
L : Comprimento do condutor
S : Área da seção transversal
44
Seguindo esta linha de raciocínio , concluímos que para um comprimento L obtivemos ∆L ,
então para um comprimento 10 x L teríamos 10 x ∆L , ou seja , quanto maior o comprimento
do fio , maior será a variação da resistência obtida e maior a sensibilidade do sensor para uma
mesma pressão ( força ) aplicada .
O sensor consiste de um fio firmemente colado sobre uma lâmina de base, dobrando-se tão
compacto quanto possível.
Esta montagem denomina-se tira extensiométrica como vemos na figura a seguir 57.
Observa-se que o fio, apesar de solidamente ligado à lâmina de base, precisa estar
eletricamente isolado da mesma.
Uma das extremidades da lâmina é fixada em um ponto de apoio rígido enquanto a outra
extremidade será o ponto de aplicação de força.
Da física tradicional sabemos que um material ao sofrer uma flexão, suas fibras internas serão
submetidas a dois tipos de deformação: tração e compressão.
As fibras mais externas sofrem um alongamento com a tração, pois, pertencem ao perímetro
de maior raio de curvatura, enquanto as fibras internas sofrem uma redução de comprimento
(menor raio de curvatura ) .
45
Figura 59 - Esforços de tração e compressão
Notamos que a ligação ideal para um Strain Gauge com quatro tiras extensiométricas é o
circuito em ponte de Wheatstone, como mostrado a seguir, que tem a vantagem adicional de
compensar as variações de temperatura ambiente, pois todos os elementos estão montados em
um único bloco.
46
2.6.4 Silício ressonante
Na seqüência será exibido maiores detalhes sobre esse tipo de célula, sua construção e seu
funcionamento.
Todo o conjunto pode ser visto através da figura acima, porém, para uma melhor
compreensão de funcionamento deste transmissor de pressão, faz-se necessário desmembrá-lo
em algumas partes vitais.
Na figura a seguir podemos ver o conjunto do sensor. Ele possui um imã permanente e o
sensor de silício propriamente dito.
47
Figura 64 - Conjunto sensor
Dois fatores que irão influenciar na ressonância do sensor de silício são: o campo magnético
gerado por um imã permanente posicionado sobre o sensor; o segundo será o campo elétrico
gerado por uma corrente em AC (além das pressões exercidas sobre o sensor, obviamente).
Este enfoque pode ser observado na figura abaixo.
Por estarem localizadas em locais diferente, porém, no mesmo encapsulamento, uma sofrerá
uma compressão e a outra sofrerá uma tração conforme a aplicação de pressão sentida pelo
diafragma.
48
Desta maneira, os sensores possuirão uma diferença de freqüência entre si. Esta diferença
pode ser sentida por um circuito eletrônico, tal diferença de freqüência será proporcional ao
∆P aplicado. Na figura a seguir é exibido o circuito eletrônico equivalente.
Através dessas informações é possível criar um gráfico referente aos pontos de operação da
freqüência x pressão.
2.6.5 Pressostato
Chave que tem seu contato elétrico comutado em função da pressão aplicada ao seu elemento
sensor, contra uma pressão de referência (set-point ) previamente estabelecida. O pressostato
pode ser de alta ou baixa pressão: PSH ou PSL. Designados para acionar um alarme de alta ou
baixa pressão: PAH ou PAL. Há também pressostato de pressão muito alta e pressostato de
pressão muito baixa, designado respectivamente por: PSHH e PSLL, utilizados em sistemas
de intertravamento para interromper o funcionamento de um equipamento ou mesmo
interromper a operação de da planta em caso de emergência.
49
Figura 68 - Pressostato
2. Defina pressão.
50
3 MEDIÇÃO DE NÍVEL
Uma grande variedade de instrumentos para medição e controle de nível está disponível no
mercado atual, de modo a atender aos mais diversos requisitos das indústrias de processo. São
utilizados desde instrumentos mais simples como fitas, bóias e réguas, até os mais sofisticados
como métodos de medição pela radiação nuclear.
Sem dúvida, nível é das variáveis mais importantes, aplicáveis em inventário e quantificação
de armazenamento de produtos e matérias primas, operação de colunas de fracionamento,
controle de nível de água em caldeiras, e muitos outros.
Há muitas aplicações onde à precisão não é tão importante, ou seja, necessita-se apenas saber
se determinado nível foi atingido, para se efetivar alguma ação automática ou indiretamente
pelo operador após o alarme. Por outro lado, há muitas situações nas quais um controle
preciso é necessário, principalmente quando o nível tem influência na qualidade ou custo,
como caldeiras, reatores, etc.
O controle do nível, embora não notemos, faz parte do nosso dia-a-dia. Por exemplo, a bóia
da caixa d’água de uma residência que exerce o controle para não deixar que falte água, a
lavadora de roupas e a lavadora de pratos e o tanque de combustível nos veículos. Entender as
técnicas de medição de nível é somente uma parte da resposta aos problemas de controle de
nível. Saber qual técnica utilizar em cada aplicação é o resto da solução. A experiência
também auxilia na escolha, pois, em determinadas situações, grandes dificuldades podem
surgir para que se efetue uma correta seleção. Tipos básicos de medição de nível:
MEDIÇÃO INDIRETA: Neste tipo de medição são usadas propriedades físicas ao nível,
como: pressão, empuxo e radiação.
Usa-se o princípio de vasos comunicantes, o nível é observado por um visor de vidro especial,
podendo haver uma escala graduada acompanhando o visor. Esta medição é feita em tanque
aberto e tanque fechado. Os visores de nível permitem ao operador acompanhar o nível
diretamente no equipamento pela leitura direta. São formados basicamente por válvulas, que
permitem a conexão ao vaso, e por um corpo que pode ser um tubo de vidro simples ou
reforçado por carcaça metálica, de acordo com as condições de temperatura e pressão.
51
Figura 70 - Visor de nível
Figura 69 - Visor de nível
Consiste numa bóia presa a um cabo que tem a sua extremidade ligada a um contrapeso. No
contrapeso esta fixo um ponteiro que indicará diretamente o nível em uma escala. Esta
medição é normalmente encontrada em tanques abertos. Em tanques fechados e pressurizados,
a bóia é fixada por uma fita metálica que tem a outra extremidade presa a uma roldana
acionada por uma mola. Esta roldana irá transmitir, mecanicamente ou magneticamente, o
movimento para um conjunto de engrenagens de um indicador.
Figura 71 - Medição de nível por bóia em tanque Figura 72 - Medição de nível por bóia em tanque
aberto fechado
52
3.4 MEDIÇÃO POR PRESSÃO HIDROSTÁTICA
Para esta medição usa-se a própria pressão exercida pelo líquido. A indicação, porém, será de
acordo com o peso específico desse líquido. Se medirmos a pressão "P" exercida por uma
coluna líquida no fundo de um reservatório, o nível em função da altura "h" do líquido será
dado pela equação:
P
h=
γ
Onde:
h = nível
P = pressão no fundo do tanque
γ = peso específico do líquido
Na figura abaixo temos uma faixa de 0% a l00% onde desejamos medir o nível. Quando o
nível estiver em 0% da faixa, haverá uma coluna que provocará a elevação do zero do
instrumento. Esta elevação é compensada através do parafuso de ajuste de elevação-
supressão, que, normalmente, vem adicionado ao tipo de instrumento utilizado para esta
medição. Com este ajuste, recolocamos o ponteiro em zero.
100%
elevação
0%
53
Figura 74 - Medição de nível por pressão diferencial
Com o sistema de borbulhador podemos detectar o nível de líquidos viscosos, corrosivos, bem
como de quaisquer líquidos à distância.
54
3.6 MEDIÇÃO DE NÍVEL POR EMPUXO
A esta força exercida pelo fluído do corpo nele submerso ou flutuante chamamos de empuxo.
E = V .γ
Onde:
E = empuxo
V = volume deslocado
γ = peso específico do líquido
Figura 76 - Medidor de nível por empuxo Figura 77 - Medição de nível por empuxo
(Displacer)
55
Através dessa técnica podemos medir nível de interface entre dois líquidos não miscíveis, veja
figura 78.
Na indústria muitas vezes temos que medir o nível da interface em um tanque contendo 2
líquidos diferentes.Este fato ocorre em torres de destilação, torres de lavagem, decantadores
etc.
Um dos métodos mais utilizados para a medição da interface é através da variação do empuxo
conforme citaremos a seguir.
Desta forma, podemos considerar que o empuxo aplicado no flutuador, será a soma dos
empuxos E1 e E 2 aplicados no cilindro, pelos líquidos de pesos específicos γ 1 e γ 2 ,
respectivamente. O empuxo será dado por:
ET = E1 + E 2
Onde:
E1 = V1 .γ 1 e E 2 = V2 .λ 2
Assim para diferentes valores de altura de interface, teremos diferentes variações de empuxo.
O ultra-som é uma onda sonora, cuja freqüência de oscilação é maior que aquela sensível pelo
ouvido humano, isto é, acima de 20 Khz.
A geração ocorre quando uma força externa excita as moléculas de um meio elástico, esta
excitação é transferida de molécula a molécula do meio, com uma velocidade que depende da
elasticidade e inércia das moléculas. A propagação do ultra-som depende, portanto, do meio
(sólido, líquido ou gasoso).
56
Figura 79 - Medidor de nível por ultra-som Figura 80 - Medição de nível por ultra-som
(instalação)
Assim sendo, a velocidade do som é a base para a medição através da técnica de eco, usada
nos dispositivos ultra-sônicos.
Inversamente, quando se aplica uma força em uma material piezoelétrico, ou seja, quando ele
recebe um sinal de freqüência, resulta o aparecimento de uma tensão elétrica no seu terminal.
Nesta modalidade, o material piezoelétrico é usado como receptor do ultra-som.
Os dispositivos do tipo ultra-sônico podem ser usados tanto na detecção contínua de nível
como na descontínua.
Este tipo de medição se baseia na emissão de um sinal ultra-sônico numa superfície refletora e
a recepção do eco do mesmo num receptor. O tempo de atraso na recepção depende do nível
do reservatório. Montado no topo de um reservatório um conjunto emissor-receptor de ondas
sonoras emite e capta o sinal refletido na superfície do líquido. Medindo-se o tempo
transcorrido entre a emissão e a recepção do eco, é possível determinar o espaço percorrido
pelo som, que é a parte vazia do tanque, e por diferença tem-se assim a medida do nível.
57
A medição ultra-sônica é especialmente indicada para aplicações corrosivas e sujas, bem
como para líquidos, lamas e sólidos a granel. São possíveis medições contínuas, multiponto e
controle. As unidades ultra-sônicas não são confiáveis na presença de espuma na superfície.
Interferência de líquidos em queda, vapores densos e pós podem interromper a saída dos
transmissores. Sólidos a granel possuem a tendência de formação de ângulos, buracos ou
movimentação que diminuem a precisão dos transmissores (em torno de 0,25% do fundo de
escala).
Possui uma antena cônica que emite impulsos eletromagnéticos de alta freqüência à superfície
a ser detectada. A distância entre a antena e a superfície a ser medida será então calculada em
função do tempo de atraso entre a emissão e a recepção do sinal.
Essa técnica pode ser aplicada com sucesso na medição de nível de líquidos e sólidos em
geral. A grande vantagem deste tipo de medidor em relação ao ultra-sônico é a imunidade à
efeitos provocados por gases, pó, e espuma entre a superfície e o detector, porém possui um
custo relativo
alto.
58
3.9 MEDIÇÃO NÍVEL POR RADIAÇÃO
A capacitância é uma grandeza elétrica que existe entre 2 superfícies condutoras isoladas
entre si.
O elemento sensor, geralmente é uma haste ou cabo flexível de metal. Em líquidos não
condutores se empregam um eletrodo normal, em fluídos condutores o eletrodo é isolado
normalmente com teflon. A medida que o nível do tanque for aumentando o valor da
capacitância aumenta progressivamente a medida que o dielétrico ar é substituído pelo
dielétrico líquido a medir.
59
Figura 84 - Medidor de nível capacitivo com Figura 85 - Medidor de nível capacitivo com
eletrodo placa
A capacitância é convertida por um circuito eletrônico numa corrente elétrica sendo este sinal
indicado em um medidor.
A medição de nível por capacitância também pode ser feita sem contato, através de sondas de
proximidade. A sonda consiste de um disco compondo uma das placas do capacitor. A outra
placa é a própria superfície do produto ou a base do tanque, Fig. 85.
Chave que tem seu contato elétrico comutado em função do nível percebido pelo seu
elemento sensor, contra um valor de referência (set-point) previamente estabelecido. A chave
pode ser de alto ou baixo nível: LSH ou LSL. Designadas para acionar um alarme de alto ou
baixo nível: LAH ou LAL. Há também chave de nível muito alto e chave de nível muito
baixa, designada respectivamente por: LSHH e LSLL, utilizadas em sistemas de
intertravamento para interromper o funcionamento de um equipamento ou mesmo interromper
a operação da planta em caso de emergência.
60
Exercícios – Medição de Nível
2. Defina nível.
4. Explique em linhas como se mede nível por pressão diferencial em tanques abertos e
fechados.
6. Explique o funcionamento do medidor de nível por empuxo e cite uma aplicação prática.
61
4 MEDIÇÃO DE VAZÃO
Líquidos gases e vapores em movimento podem ser medidos com relação à sua vazão. Vazões
são volumes ou massas determinados por unidade de tempo e podem ser medidos sob a forma
de vazão volumétrica, por exemplo, m3/h, BPD ( Barris por dia) , SCFM ( Standart Cubic Feet
per Minute – Pés Cúbicos Padrões por Minuto) e litros/min, ou vazão mássica, por exemplo,
T/h e Kg/s.
Na indústria, mede-se vazão por várias razões: para fazer balanço de massa, contabilizar
produtos que são vendidos por tubovia, quantificar produção de materiais etc.
Relações principais
A vazão de fluidos é complexa e nem sempre sujeita a análise matemática exata. Diferente do
sólido, os elementos de um fluido vazando podem mover em velocidades diferentes e podem
ser sujeitos a acelerações diferentes. Os três conceitos mais importantes na vazão de um fluido
oriundos da Mecânica de Fluidos são:
62
Em aplicações industriais de medição da vazão, o mais comum é se ter fluidos em tubulações
fechadas (o caminho mais empregado para transportar o fluido entre dois pontos da planta é a
tubulação com seção circular). Um sistema de medição de vazão é constituído de:
1. elemento sensor: geralmente em contato direto com o fluido, resultando em alguma forma,
a interação entre a vazão medida e a saída do sensor.
2. condicionador de sinal: tem a função de medir a grandeza física gerada pela interação do
sensor com a vazão do fluido e transformá-la em forma mais conveniente para o display
de volume, peso ou vazão instantânea.
3. apresentador de sinal: instrumento receptor de display, como indicador, totalizador ou
registrador.
Q = K . ∆p
Onde:
Q = vazão
K = fator
∆p = Pressão diferencial
O fluido a ser medido deve estar em fase pura, isto é, os líquidos não podem, por exemplo,
conter bolhas de gás ou ar não dissolvidas, nem substâncias sólidas. Além disso, não deve
haver formação de gás ou vapor. Isso deve ser especialmente observado em gases ou vapores
próximos ao ponto de saturação, e em líquidos próximos ao ponto de ebulição. A densidade
do fluido a ser medido, em condições de trabalho, deve ser exatamente conhecida, pois ela
entra no resultado da medição, tanto em medições de volume como de massa (no caso de
líquidos, a densidade depende da temperatura - no caso de pressões muito altas, também da
pressão - e no caso de gases e vapores, depende da temperatura e também da pressão. A
correção da pressão e temperatura geralmente é feita eletronicamente no próprio transmissor –
a partir dos valores de pressão e temperatura medidos forma-se um fator de correção que é
64
multiplicado pela saída linearizada do transmissor, ou seja, após extração de raiz quadrada
visto que a pressão diferencial é proporcional ao quadrado da vazão). O fluido em movimento
deve preencher toda a seção transversal do estrangulamento. O fluxo não deve sofrer
perturbações. Quaisquer desvios em relação às condições citadas levam a erros (incertezas)
consideráveis.
%Q 0 1 3 5 8 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
%∆ p 0 0,01 0,09 0,025 0,64 1 4 9 16 25 36 49 64 81 100
Apresenta como desvantagens o fato de que a perda de carga (∆P) desenvolvida sobre esses
medidores se constituem em energia irrecuperável que está sendo retirada do processo através
da geração de calor e ruído. Podemos observar a variação de pressão do fluido ao longo da
tubulação, nas proximidades da placa de orifício. Os geradores de pressão diferencial mais
usados são os seguintes:
Placa de orifício
Dentre todos os dispositivos que podem ser inseridos na tubulação para se criar uma pressão
diferencial, a placa de orifício se constitui num instrumento de construção simples, robusto e
de baixo custo, tornando-se o mais utilizado na maioria dos processos industriais.
Seu desempenho quando bem dimensionada e confeccionada com materiais adequados, pode-
se predizer com facilidade a relação entre a vazão e a pressão diferencial correspondente. Três
tipos padrões são conhecidos. A mais utilizada é a placa com furo circular concêntrico com a
linha central do tubo. Do lado da entrada do fluido a borda do furo deve ser em ângulo reto e
do outro lado deve ser chanfrada a 45°. Outro tipo de placa é a excêntrica, geralmente usada
para fluídos contendo material pesado. A placa com furo segmentado é empregada para
fluídos contendo sólidos em suspensão.
65
Figura 88 - Placas de orifício: concêntrica, excêntrica e segmental
É essencial que a borda do orifício esteja em perfeitas condições. Caso estas se apresentem
desgastadas ou corroídas, a precisão da medição será comprometida. Para que o cálculo dos
estranguladores, também chamados de elementos deprimogênios, produza resultados precisos,
é necessária uma instalação criteriosa.
A medição de pressão diferencial será feita através das tomadas de pressão (ou impulso) cuja
localização dependerá do diâmetro da tubulação e das características do fluído. A tubulação
antes e depois do local de instalação deve percorrer um longo caminho em linha reta (curvas,
válvulas, etc. devem ser instaladas conforme norma, de tal forma que perturbações do fluxo
sejam desprezíveis). São ligações entre os elementos primários e os instrumentos medidores,
geralmente com diâmetro de 1/2" e que resista a qualquer ação corrosiva do fluído e do
ambiente e distorções mecânicas. A tomada de alta pressão do medidor deve estar sempre
ligada à montante do elemento primário e a de baixa pressão à jusante. As tomadas de
pressão mais usuais são:
Tomadas nos Flanges (Flange Taps): A placa é montada entre flanges de orifício, que
possuem furação para conexão a instrumentos. Dos tipos existentes esta é a mais utilizada.
Tomada de Canto (Corner Taps): Similares as tomadas nos flanges, suas tomadas
localizam-se nos cantos formados pela parede interna do flange.
66
plano de entrada da placa. O centro da tomada de baixa pressão é colocado a ½ diâmetro
do plano de saída da placa.
Tubo de venturi
3. cone de saída: tem por função diminuir progressivamente a velocidade até que esta se
iguale à de entrada.
A principal característica deste tipo de medidor é a baixa perda de pressão provocada pelo
mesmo. O que torna o seu uso interessante para instalações, industriais onde se deseja esta
característica (tratamento de água, ar de combustão etc.).Também são bastante utilizados para
medir vazão de líquidos com sólidos em suspensão, uma vez que estes medidores possibilitam
uma auto-limpeza continua. De uma forma geral, o tubo de Venturi permite a medição de
vazões 60% maiores que a placa de orifício para as mesmas condições de serviço. A perda de
pressão está em torno de 10 à 20% da perda de pressão total. Suas principais desvantagens,
quando comparado com a placa de orifício são: custo mais elevado e dimensões maiores.
São elementos colocados diretamente na linha de vazão, e que provocam uma pressão
diferencial por restringirem o fluxo.
Figura 92 - Bocal
68
Bocais são usados principalmente na medição de vapor e outros fluidos com alta velocidade,
dada sua alta resistência a abrasão. O bocal permite vazões 60% superiores às da placa de
orifício para as mesmas condições de serviço. Sua perda de carga está em torno de 30 à 80%
da pressão diferencial total. Apresentam um custo de 8 a 16 vezes maior que uma placa de
orifício, além de uma maior dificuldade para instalação.
Tubo de pitot
O rotâmetro é o tipo de medidor de vazão por área variável mais utilizado industrialmente.
a - O fluxo que passa pelo medidor causa uma mudança de posição de uma peça móvel e
consequentemente na área de passagem.
b - A posição da peça móvel, representativa da vazão, é acoplada direta ou indiretamente ao
mostrador do instrumento, possibilitando uma leitura direta.
c - A escala será, em princípio, aproximadamente linear.
d - Não necessitam de trecho reto de tubulação para sua instalação.
69
Um rotâmetro possui um flutuador colocado dentro de um tubo de diâmetro variável,
geralmente de vidro. O lado do diâmetro menor está na parte inferior e é a entrada do fluido.
A escala onde será feita a leitura do valor de vazão, poderá ser gravada no próprio tubo de
vidro ou então ser confeccionado em latão ou alumínio. Poderão ser gravadas em unidades
diretas de vazão ou em porcentagem (10 a 100%). No segundo caso, será determinado um
fator de multiplicação.
Deve-se observar que as escalas iniciam-se num valor diferente de zero (normalmente 10%).
Isto se deve a falta de precisão apresentada quando as vazões se situam abaixo deste valor.
Figura 94 - Rotâmetro
70
4.4 MEDIDORES DE CANAIS ABERTOS
A vazão do liquido sobre a base horizontal do entalhe (crista) provocará uma diferença de
altura na veia d'água ( lençol ) em relação a base horizontal do entalhe, que será diretamente
proporcional a altura.
Figura 95 - Vertedouro
Os cuidados básicos nos vertedouros é fazer inspeções na caixa para ver se não há
sedimentos acumulados, conferir as arestas do entalhe quanto a incrustações e rebarbas.
Verificar a estrutura se não há avarias e fugas, no caso em que o fluido arrastar sólidos,
crustáceos, é necessário além da inspeção periódica a instalação de tela anterior a medição.
71
Figura 96 - Calha Parshall
Esse instrumento consiste de uma turbina (rotor), dois suportes: um anterior e outro posterior,
um eixo e um elemento sensor acondicionado num tubo de material não magnético.
O fluído, passando pelo medidor, gira o rotor com uma velocidade angular proporcional
(dentro de certos limites de vazão e viscosidade cinemática) a velocidade e, portanto, à vazão
volumétrica do fluído.
Figura 97 - Turbina
72
Por sua vez, o sensor é composto por um forte imã permanente junto a uma bobina. As pás do
rotor são feitas de material ferroso, corta as linhas de campo do imã. Por isso, as pás
passando pelo sensor, distorcem esse campo magnético que agora sendo variável, induz
pulsos de tensão na bobina, cuja freqüência é proporcional a vazão do fluído.
O fenômeno da geração de vórtices é mostrado na mecânica dos fluidos como uma forma de
resistência, a qual inclui a ruptura da camada limite, bem como a distribuição da pressão e
velocidade resultantes do fluxo de fluidos ao redor de corpos imersos. A medição de vazão
volumétrica consiste basicamente na contagem do número de vórtices formados
alternadamente de um lado e de outro do shedder (elemento gerador de vórtices Figura 98). O
formato do shedder evoluiu no sentido de gerar vórtices mais consistentes com o menor
número de Reynolds possível. Para detecção desses vórtices são usadas diversas técnicas, que
tem por objetivo confiabilidade, robustez e rejeição das vibrações.
Vórtice (vortex em inglês) é o nome dado ao fenômeno natural que ocorre quando um gás ou
líquido flui ao redor de um objeto de formato não aerodinâmico. O fluxo, neste caso, não é
capaz de seguir o formato de tal objeto e ocorrerá uma separação entre o fluido e a superfície
do objeto fazendo com que ocorra uma alta turbulência que se propaga, gerando uma série de
redemoinhos alternados um de cada lado do objeto (o efeito pode ser visto nos leitos dos rios
quando a água passa por uma pedra ou mesmo numa bandeira que tremula ao vento).
A formação de vórtices tem provado ser um método altamente efetivo para a medição de
vazão. O princípio é conhecido da ciência há mais de um século, mas somente a engenharia e
os materiais disponíveis de hoje foram capazes de colocar este princípio em uso prático. O
medidor industrial consiste do corpo (elemento primário) e o invólucro do circuito eletrônico
(elemento secundário). O dispositivo primário contém o elemento gerador e separador dos
vórtices. O transmissor contém o circuito eletrônico condicionador do sinal de saída. A
separação dos vórtices resulta em variações na pressão e na velocidade em torno e depois do
elemento gerador. Colocando-se elementos sensores de pressão, temperatura ou ultra-sônicos
em locais onde o sinal é detectável, pode-se medir a freqüência de formação e separação dos
vórtices.
73
Figura 98 - Elemento gerador de vórtices Figura 99 - Transmissor de vazão vortex
Um condutor elétrico, nesse caso o meio eletricamente condutivo, passa através de um campo
magnético. A tensão E induzida neste meio é diretamente proporcional à velocidade média do
fluxo v. A indução magnética B (intensidade do campo magnético) e a distância entre os
eletrodos D (diâmetro nominal do tubo) são constantes. E = k.B.v.D ( k é uma constante do
instrumento utilizado).
74
O sinal elétrico gerado é coletado por dois eletrodos de medição em contato condutivo com o
meio ou indiretamente por acoplamento capacitivo. Um conversor de sinal amplifica o sinal e
o converte em um sinal padrão analógico (4 a 20 mA ) e um sinal de freqüência ( p.ex. 1 pulso
para cada GPM que flui através do tubo de medição). Para assegurar que a tensão não está em
curto-circuito pela parede do tubo, o tubo de medição é feito de material eletricamente
isolante ou equipado com revestimento isolante. A medição é bastante independente do perfil
do fluido e outras propriedades do meio, tais como a pressão, temperatura, viscosidade,
densidade, consistência, condutividade elétrica, e a contaminação dos eletrodos.
São medidores mecânicos, em que o fluido a ser medido, enche e esvazia alternadamente um
determinado volume. Entre os mais empregados estão os de disco nutante, rotor de aletas,
rotor de lóbulos, medidor de fole etc. Geralmente um pino ligado ao elemento deslocador
aciona um aparelho que registra as rotações, fornecendo, portanto, a vazão total através do
medidor.
Engrenagens ovais
São simples, de baixo custo, boa precisão, boa repetibilidade, possibilidade de acoplamento
para transmissão, não necessitam de energia externa para funcionamento, perda de carga
razoavelmente baixa, aceita variações de viscosidade e temperatura. Componentes móveis
com estreita tolerância, não são apropriados para fluidos com impurezas ou abrasivos (sujeitos
à desgaste necessitando freqüentes intervenções para manutenção) e a limitação de diâmetro
são desvantagens deste medidor.
75
4.9 MEDIÇÃO DE VAZÃO MÁSSICA
A medição de vazão é, sem dúvida, a técnica mais usada nas indústrias de processo e talvez a
mais importante, pois afeta diretamente a produção final, o recebimento de matérias primas, a
adição de subprodutos e insumos, bem como o balanço de massa do processo e inventário do
estoque.
Os valores de vazão mássica obtidos, pela maioria dos medidores de vazão, são calculados
por meio de equações onde entram constantes e variáveis, tais como pressão, densidade,
temperatura, velocidade, etc. (massa inferida). A maioria dos fabricantes de medidores de
vazão possuem sofisticados laboratórios de vazão, e os usuários gastam tempo e
equipamentos de teste a fim de acompanhar a degradação da precisão e re-calibrações dos
métodos convencionais volumétricos.
Nesta constante busca pelo aprimoramento tecnológico surgiu por volta de 1980 os primeiros
medidores mássicos pelo efeito Coriolis (obtenção da força de Coriolis que pela Segunda Lei
de Newton é diretamente proporcional à massa).
Resumidamente, um medidor Coriolis, Fig. 102, possui dois componentes: tubos sensores e
transmissor. Os tubos de medição são submetidos a uma oscilação e ficam vibrando na sua
própria frequência natural à baixa amplitude, quase imperceptível a olho nu. Quando um
fluido qualquer é introduzido no tubo em vibração, o feito Coriolis se manifesta causando
uma deformação, isto é, uma torção, que é captada por meio de sensores magnéticos que
geram uma tensão em formato de ondas senoidais. O atraso entre os dois lados é diretamente
proporcional à vazão mássica. Um RTD é montado no tubo, monitorando a temperatura deste,
a fim de compensar as variações das deformações elásticas sofridas com a oscilação da
temperatura O transmissor é composto de um circuito eletrônico que gera sinal para os tubos
de medição, alimenta e recebe o sinal de medida, propiciando saídas analógicas e digitais que
são enviadas a instrumentos receptores que controlam bateladas, indicam vazão instantânea e
totalizada, ou para PLCs, SDCDs etc.
Cada fabricante possui um formato típico e patenteado e cada tipo apresenta suas próprias
características de desempenho, estabilidade de zero, precisão, perda de carga e repetibilidade.
O medidor não exige cuidados especiais de montagem não tendo restrições de trechos retos
mínimos e apenas recomenda-se que o medidor esteja sempre cheio. Basicamente, o sensor
mais transmissor apresenta:
76
Figura 102 - Medidor por efeito coriolis
Chave que tem seu contato elétrico comutado em função da vazão aplicada ao seu elemento
sensor, contra uma vazão de referência (set-point) previamente estabelecida. A chave pode
ser de alta ou baixa vazão: FSH ou FSL. Designadas para acionar um alarme de alta ou baixa
vazão: FAH ou FAL. Há também chave de vazão muito alta e chave de vazão muito baixa,
designada respectivamente por: FSHH e FSLL, utilizadas em sistemas de intertravamento
para interromper o funcionamento de um equipamento ou mesmo interromper a operação da
planta em caso de emergência, veja a figura 103.
77
Exercícios – Medição de Vazão
2. Defina vazão.
a) 4 m3/h em Kg/min
78
5 MEDIÇÃO DE TEMPERATURA
Calor é uma das formas mais comuns de energia que se origina da energia cinética das
moléculas dos corpos. Quantidade de calor é a energia cinética total das moléculas.
Temperatura é a energia cinética média das moléculas.
Escalas termométricas
A escala Celsius usa dois pontos como padrão: A temperatura do ponto de congelamento da
água que corresponde a 0 grau, e o ponto de ebulição que corresponde a 100 graus a uma
atmosfera padrão*. O intervalo entre estes pontos foi dividido em 100 partes iguais, sendo
cada divisão igual a l°C. Uma variação de 1°C representa uma variação de 1,8 °F.
P = 101.325,0 Pa
ρ = 1.225,0 kg/m3
T = 288,2 K
Cada 1°K é igual a l°C, porém o zero desta escala corresponde à temperatura mínima
existente teoricamente, que é aproximadamente -273°C, ou zero absoluto.
79
Escala Rankine (R):
Cada 1°R é igual a l°F, porém o zero desta escala parte do zero absoluto que é de
aproximadamente -460 °F.
C = F - 32 K = C + 273 R = F + 460 C = Re
5 9 5 4
a) graus °F
b) Kelvin
c) graus °Re
80
Unidades de calor
A unidade de calor é a caloria (cal). Uma caloria é a quantidade de calor necessária para
elevar de 1°C a temperatura de l g de água. A unidade mais prática é a quilocaloria (kcal) que
vale 1000 calorias. Unidade térmica inglesa (BTU) é igual a 0,252 kcal.
a - termômetros de vidro
b - termômetros de bulbo de pressão
c - termômetros bimetálicos
Termômetros de vidro
Com aplicação de calor ao bulbo, o líquido se expande, subindo pelo capilar. Este
deslocamento se mede numa escala graduada em temperatura. Os dois líquidos mais usados
são: o álcool, para uma faixa de - l00 a + 150°C e o mercúrio, numa faixa de -40 a
+648°C.Fig. 104.
81
Figura 104 - Termômetro de vidro
O termômetro de vidro de uso industrial costuma ser protegido por uma carcaça metálica que
é rosqueada num poço de proteção. Fig. 105
Vantagens e desvantagens
boa precisão
baixo custo
simplicidade de construção
Quando há uma elevação de temperatura no processo, o fluido do bulbo terá a sua pressão
aumentada. Este aumento é acusado no medidor de pressão. Basicamente, teremos um
medidor de pressão com escala calibrada para temperatura. Fig. 106
Mercúrio: - 35 a + 540°C
Xilol - 40 a + 400°C
Álcool - 50 a + 150°C
Dois métodos são usados para este fim. No primeiro, é utilizado um bimetal para corrigir o
ponteiro. No segundo caso, emprega-se outro elemento medidor com capilar que chega até o
bulbo, sendo, porém, a sua extremidade fechada, e a ação do segundo medidor oposta à do
primeiro.
O método bimetálico é mais barato, porém para distâncias muito grandes é preferível a
segunda compensação.
Nos casos onde o bulbo é instalado acima ou abaixo do instrumento de medição, haverá
necessidade de compensar a pressão devida à coluna de líquido. Isto é feito pelo reajuste do
zero do instrumento no local onde ele é instalado.
O gás mais utilizado é o nitrogênio, por ser inerte e abundante, embora outros gases inertes
como hélio e neônio também sejam empregados em menor escala. Como a pressão do gás é
inferior à do líquido, o seu bulbo é maior.
83
Termômetro a tensão de vapor
A escala para estes termômetros não é linear, sendo de preferência utilizada a parte superior,
por ser expandida. Há necessidade disto para que a superfície que separa as fases líquida e
gasosa se localize no bulbo.
Consiste de duas lâminas de metais diferentes que são fixadas para formar uma única lâmina.
Como o coeficiente de dilatação térmica de um dos metais é grande (Latão) e o coeficiente do
outro metal é quase nulo (Invar), sob a variação de temperatura, a lâmina bimetálica irá se
curvar.
84
- Diminuição do tempo despendido em reparo ou substituição do instrumento visto que não
há necessidade de esvaziar ou paralisar o equipamento para retirá-lo.
- Proteger o material em processamento, assim como o equipamento em uso, dos danos
causados pelo vazamento acidental do líquido de enchimento do instrumento; se este for
mercúrio, os danos pessoais que poderá causar são incalculáveis.
Sua construção obedece a dois sistemas: soldado a partir de um tubo e de barra maciça
usinada, sendo que o primeiro, apesar de mais econômico, está sujeito a diversas limitações
que o tomam nem sempre o ideal. Já o segundo oferece reais vantagens em termos de
resistência e durabilidade. Fig. 108.
5.4 TERMOPARES
Defini-se como termopar o conjunto de dois fios de metais ou ligas diferentes, unidos em uma
das extremidades. Conforme esquematizado abaixo, o ponto de união dos fios é denominado
por junta de medição ou junta quente. A outra extremidade é chamada de junta de referência
ou junta fria. Quando submetemos as junções a diferentes temperaturas há geração de f.e.m,
facilmente detectável por um milivoltímetro ligado à extremidade. Verifica-se que, quanto
maior for este diferencial de temperatura, maior será a f.e.m gerada (Efeito Seebeck). Com
base neste fenômeno, é feita a medição da temperatura na JQ, desde que se conheça a
temperatura da JF e a correlação f.e.m X temperatura. É norma considerar-se a temperatura da
JF igual a 0oC, de modo que a f.e.m gerada corresponde sempre a temperatura medida. Fig.
109.
Visto não ter materiais adequados e ideais, todas as curvas de f.e.m desviam-se de uma reta ou
de uma resposta linear, por isso cada par termoelétrico possui uma curva característica.
Baseado na experiência de alguns anos de aplicação, a industria padronizou algumas
combinações de fios que atendem à maioria das necessidades. A escolha do material depende
da faixa de temperatura a ser medida, do meio ao qual o material será exposto e da precisão
exigida na medição.
86
Figura 110 - Termopar
ºC 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0 0,000 0,050 0,101 0,151 0,202 0,253 0,303 0,354 0,405 0,456 0,507
10 0,507 0,558 0,609 0,660 0,711 0,762 0,814 0,865 0,916 0,968 1,019
20 1,019 1,071 1,122 1,174 1,226 1,277 1,329 1,381 1,433 1,485 1,537
30 1,537 1,589 1,641 1,693 1,745 1,797 1,849 1,902 1,954 2,006 2,059
40 2,059 2,111 2,164 2,216 2,269 2,322 2,374 2,427 2,480 2,532 2,585
50 2,585 2,638 2,691 2,744 2,797 2,850 2,903 2,956 3,009 3,062 3,116
60 3,116 3,169 3,222 3,275 3,329 3,382 3,436 3,489 3,543 3,596 3,650
87
70 3,650 3,703 3,757 3,810 3,864 3,918 3,971 4,025 4,079 4,133 4,187
80 4,187 4,240 4,294 4,348 4,402 4,456 4,510 4,564 4,618 4,672 4,726
90 4,726 4,781 4,835 4,889 4,943 4,997 5,052 5,106 5,160 5,215 5,269
100 5,269 5,323 5,378 5,432 5,487 5,541 5,595 5,650 5,705 5,759 5,814
A fiação de extensão do termopar deve ser do mesmo material ou de material com as mesmas
características termoelétricas, pois o uso de fio mais econômico, como o de cobre, resulta na
formação de novas junções termoelétricas que precisariam ser mantidas numa mesma
temperatura. Às vezes, por razões econômicas, prefere-se o uso de extensões de cobre com
caixas termostáticas. Os fabricantes geralmente seguem um código de cores para distinguir os
fios de extensão (positivo e negativo); mas, por haver vários códigos de cores, com o auxílio
de um instrumento, como o potenciômetro-padrão, faz-se a identificação.
Fios e cabos de compensação são condutores com ligas diferentes dos termopares, mas que
apresentam a mesma curva FEM x Temperatura. São usados principalmente para os
termopares nobres.
É importante não esquecer que o termopar mede realmente a diferença entre as temperaturas
das junções quente e fria. Então, para medirmos a temperatura do ponto desejado, precisamos
manter a temperatura da junção fria invariável.
88
Nos instrumentos galvanométricos, esta compensação pode ser realizada por um cabelo
bimetálico, porém, o mais comum é o uso de resistores sensíveis a temperatura, que variam no
sentido de correção.
5.5 TERMORESISTORES
Tipos
De uma forma aproximada, mas nem por isso muito longe do real, a variação da resistência
elétrica de um metal em função da temperatura pode ser representada pela expressão:
R(t) = R0 (1 + at)
onde:
89
Um estudo mais detalhado mostra que o coeficiente "a" varia em função da temperatura, e
esse fato deve ser considerado nos termômetros de resistência, principalmente quando os
mesmos são utilizados para medição em um intervalo de temperatura acima de 100°C. Dentre
os metais, aqueles que se mostraram mais adequados para a utilização na termometria de
resistência são:
Utilizado para medição de temperatura na faixa de 0,5K a 25K (-272,65°C a -248,15 °C);
2 - Cobre:
3 - Níquel:
4 - Platina:
Utilizado para medição de temperatura na faixa de 25K a 1235K (-248°C a 962°C). É o metal
mais utilizado na construção de termômetros de resistência, pela sua ampla faixa de
utilização, boa linearidade e melhor resistência à oxidação. Suas características serão
apresentadas com mais detalhes a seguir.
Além das características mencionadas acima sobre a platina, ela atende também a dois
aspectos muito importantes: possui uma grande inércia química e é relativamente fácil de se
obter na forma pura.Os termômetros de resistência de platina apresentam duas configurações
básicas, a saber: Termômetro de Resistência de Platina Padrão e Termômetro de Resistência
de Platina Industrial.
• Princípio de medição
Esta configuração fornece uma ligação para cada extremidade do sensor, como mostra a Fig.
113. É a construção mais simples, sendo satisfatória nos casos de medição de menor precisão
onde a resistência do cabo pode ser considerada como uma constante aditiva no circuito e
90
particularmente quando mudanças na resistência do cabo devido a variações da temperatura
ambiente podem ser ignoradas. É usada normalmente quando a distância entre o sensor e o
instrumento é inferior a 10m e a precisão moderada.
RL1
Esta resistência de fiação tende a aumentar quanto maior for a distância entre o sensor e o
instrumento, menor for a bitola dos fios ou maior a temperatura ambiente. Quando a ponte
estiver balanceada (não circular corrente pelo galvanômetro) temos:
R1.R3 = R2.(RL1+RL2+R4)
se R1 = R2, tem-se
R3 = RL1+RL2+RL4
Temos que mesmo com a ponte balanceada, o valor da resistência R3 é igual a R4 mais as
resistências de fiação RL1 e RL2; que dependendo de seus valores podem induzir erros graves
na medição de temperatura com termoresistência.
Esta configuração fornece uma ligação numa extremidade do sensor e duas na outra.
Conectado como indicado na Fig. 114, a uma ponte simétrica ou um instrumento projetado
para aceitar entrada de três fios, obtém-se a compensação da resistência do cabo e efeitos da
variação de temperatura sobre ela. É a configuração mais utilizada.
RL3
RL1
R3
R4 RL2
R1 R2
Figura 114 - Ligação a três fios
91
Este é o método mais utilizado para as termoresistências na indústria. Neste circuito a
configuração elétrica é um pouco diferente, fazendo com que a alimentação fique o mais
próximo possível do sensor, permitindo que RL1 passe para o outro braço da ponte,
balanceando o circuito. Na ligação a 2 fios as resistências de linha estavam em série com o
sensor, agora na ligação a 3 fios elas estão separadas.
R1.(R3+RL1) = R2.(R4+RL2)
como R1 = R2
R3+RL1 = R4+RL2
Se RL1 = RL2
R3 = R4
Condutores de
corrente
Termoresistência Condutores
R de tensão Fonte de
corrente S
Este tipo de medição a 4 fios é pouco usada em indústrias, tendo sua maior aplicação em
laboratórios e sendo usado em sensores padrões.
92
Alta resistividade
Um índice maior de resistência por metro permite construir termômetros de resistência mais
compactos.
Estabilidade
O material precisa manter estáveis suas características dentro de uma ampla faixa de
temperatura e ter boa durabilidade.
Essa propriedade é importante porque resultará numa escala de indicação também linear, além
de facilitar a compensação da linha de transmissão.
Resistência mecânica
O fio empregado no termômetro de resistência tem que ser resistente a choques, vibrações etc.
A platina, com exceção do custo, possui todas as características ideais para a fabricação dos
termômetros de resistência.
- grande sensibilidade
- resposta rápida
- podem ser utilizados em atmosferas corrosivas
- manutenção simples
- grande durabilidade
- dispensam de compensação de junção de referência
93
Exemplo de tabela temperatura x resistência
ºC 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0 100,00 100,39 100,78 101,17 101,56 101,95 102,34 102,73 103,12 103,51 103,90
10 103,90 104,29 104,68 105,07 105,46 105,85 106,24 106,63 107,02 107,40 107,79
20 107,79 108,18 108,57 108,96 109,35 109,73 110,12 110,51 110,90 111,29 111,67
30 111,67 112,06 112,45 112,83 113,22 113,61 114,00 114,38 114,77 115,15 115,54
40 115,54 115,93 116,31 116,70 117,08 117,47 117,86 118,24 118,63 119,01 119,40
50 119,40 119,78 120,17 120,55 120,94 121,32 121,71 122,09 122,47 122,86 123,24
60 123,24 123,63 124,01 124,39 124,78 125,16 125,54 125,93 126,31 126,69 127,08
70 127,08 127,46 127,84 128,22 128,61 128,99 129,37 129,75 130,13 130,52 130,90
80 130,90 131,28 131,66 132,04 132,42 132,80 133,18 133,57 133,95 134,33 134,71
90 134,71 135,09 135,47 135,85 136,23 136,61 136,99 137,37 137,75 138,13 138,51
100 138,51 138,88 139,26 139,64 140,02 140,40 140,78 141,16 141,54 141,91 142,29
Um corpo aquecido emite energia mesmo que esteja no vácuo. Esta energia, a radiação
térmica, é transportada por ondas eletromagnéticas, como a energia luminosa, mas com
predominância de freqüências bem menores que as do espectro visível, enquanto o corpo está
à temperatura não muito elevada. À medida que se aquece um corpo, a partir de temperaturas
94
da ordem de 500 °C, o corpo começa a ficar visível porque começa a emitir radiações que tem
uma fração apreciável com freqüência de luz: o espectro visível. Ainda assim a maior parte da
intensidade da radiação tem freqüência localizada na região do infravermelho.
Se pudéssemos aquecer indefinidamente o corpo, ele passaria do rubro para o branco e para o
azul, Isto indica que a predominância da intensidade de radiação emitida dentro do espectro
visível corresponde a freqüências crescentes à medida que a temperatura do corpo é elevada.
95
Os radiômetros são usados industrialmente onde:
Os radiômetros operam numa faixa entre -30 °C a 4000 °C, respondendo em 0,1 ou 0,2
segundos a 98% da mudança de temperatura com precisão de ± 1% da faixa medida.
5.7 TERMOSTATO
Chave que tem seu contato elétrico comutado em função da temperatura aplicada ao seu
elemento sensor, contra uma temperatura de referência (set-point) previamente estabelecida.
O termostato pode ser de alta ou temperatura: TSH ou TSL. Designados para acionar um
alarme de alta ou baixa temperatura: TAH ou TAL. Há também chave de temperatura muito
alta e chave de temperatura muito baixa, designadas respectivamente por: TSHH e TSLL,
utilizadas em sistemas de intertravamento para interromper o funcionamento de um
equipamento ou mesmo interromper a operação da planta em caso de emergência, veja figura
117.
96
Exercícios - Temperatura
97
6 DENSIDADE
A massa volumétrica, ou densidade define-se como a propriedade da matéria
correspondente à massa por volume, ou seja, a proporção existente entre a massa de um corpo
e seu volume. Desta forma pode-se dizer que a densidade mede o grau de concentração de
massa em certo volume.
Matematicamente dizemos que é a razão entre a massa do corpo e o volume que o mesmo
ocupa.
M é a massa.
V é o volume.
ρ = M ρ é a massa específica.
V
As unidades mais utilizadas para avaliar densidade são quilograma por metro cúbico Kg/m3 e
grama por centímetro cúbico g /cm3 .
É a relação entre a massa específica do fluido e a massa específica de uma substância tomada
como referência.
ρfluido
d=
ρH 2 O
Observe que:
As densidades de líquidos e sólidos praticamente não variam com a pressão, somente com a
temperatura, porque com aumento da temperatura ocorre uma diminuição na densidade dos
fluidos.
98
Observe que:
m
ρ =
v ; V = V (T)
Conclui-se então:
Densímetro
A densidade de líquido é comumente medida pelo uso de um densímetro, veja Fig. 118,
observando a profundidade de penetração deste equipamento no líquido de medição. A
densidade assim obtida é a relativa.
Medidor contínuo
A relação entre a massa e a freqüência natural do sistema massa mola é a base para a medição
de densidade no medidor de vazão mássico por efeito coriolis. Para entender esta relação,
considere o sistema massa mola da figura 119. Neste sistema um aumento na massa, implica
numa redução da freqüência natural do sistema. Desta forma o sistema da figura 119A terá
maior freqüência natural que o da figura 119B.
99
Figura 119 - Sistema massa mola
Fazendo uma analogia entre o medidor e o sistema massa mola. No medidor, Fig. 120, os
tubos correspondem à mola. A massa dos tubos mais o seu conteúdo correspondem à massa
na extremidade da mola. Durante a operação, a bobina excitadora, alimentada pelo
transmissor de vazão, faz o tubo oscilar na sua freqüência natural.Quando a massa do fluido
de processo aumenta, a freqüência natural do tubo diminui. Quando a massa do fluido de
processo diminui a freqüência natural do tubo aumenta.
A densidade é definida como massa por unidade de volume ou massa dividida por volume. O
volume do fluido contido nos tubos permanece constante, portanto a massa só pode variar se
sua densidade também variar. Por causa da relação entre a massa e a densidade, a freqüência
natural do tubo sensor não indica somente a massa do fluido contido nele, mas também a
densidade. A densidade do fluido de processo pode ser derivada da freqüência de oscilação do
sensor. Esta freqüência é obtida no sinal medido através da bobina captadora, como ilustra a
Fig.121.
100
Figura 121 - Sinal da bobina captadora
A freqüência é medida em ciclos por segundos. É mais fácil medir o tempo que contá-lo, o
transmissor de vazão por efeito coriolis computa a densidade do fluido de processo usando o
período do tubo, o número de microssegundos por ciclo. O período do tubo é inversamente
relacionado com a freqüência. A densidade está diretamente relacionada ao período do tubo.
101
Exercício - Densidade
1. Defina densidade.
102
7 VÁLVULAS DE CONTROLE
A válvula de controle, Fig. 123, é um elemento final de controle que atua como orifício ou
restrição variável numa tubulação, regulando o fluxo circulante através dela.
Atuador
Posicionador
Castelo
Corpo
7.2 ATUADOR
Mecânico - O atuador mecânico atua na válvula por meio de uma ação mecânica. Há dois
tipos de atuador mecânico:
103
Atuador pneumático tipo mola e diafragma - O atuador pneumático, Fig. 124, possui
diafragma preso entre duas tampas, que formam as câmaras: superior e inferior. A força
produzida pelo ar, na área do diafragma, é balanceada pela força de uma mola, localizada no
atuador. Este tipo de atuador transforma a pressão do ar em movimento. Ele recebe a pressão
de um controlador ou através de um posicionador da válvula de controle.
Esta pressão atua na câmara superior do motor - ação direta, ou na câmara inferior - ação
inversa, para deslocar a haste do atuador.
- O atuador deve ser reversível, isto é, deve trabalhar tanto com válvula de controle aberta
por falta de ar (AFA) ou fechada por falta de ar (FFA), Fig. 125.
- O atuador deve ter o motor com força suficiente para vencer a força da mola e a força
devida à pressão diferencial sobre o obturador.
É possível instalar um dispositivo auxiliar de operação manual para permitir operar a válvula,
em emergências, ou limitar o deslocamento da haste, geralmente, isto é feito através de um
volante montado no topo ou na lateral da válvula. Fig. 126
104
Figura. 126 - Atuador com volante
Motor - O diafragma do motor é construído em tela de algodão ou “nylon” com uma capa de
neoprene em ambos os lados, possuindo uma resistência a ruptura até 135 PSI. O sinal de
pressão que atua na superfície do diafragma desenvolve uma força suficiente para promover o
deslocamento do obturador. Fig. 127.
Garfo - Faz parte do atuador, o garfo-suporte, cuja função é assegurar o alinhamento perfeito
entre o atuador, o castelo e o corpo da válvula. Este alinhamento deve ser observado com
maior atenção no caso de válvulas com haste deslizante no qual o atuador é ligado a haste do
obturador. O desalinhamento acarretará emperramento, desgaste excessivo nas gaxetas e nas
guias. O material do garfo-suporte é confeccionado em ferro fundido, ou aço dando-se
preferência ao aço por possuir maior resistência ao choque. Fig. 127.
Mola - A mola tem a função de opor-se à força provocada pela pressão de ar que atua sobre a
área efetiva do diafragma. Fig. 127.
105
Atuador elétrico
O atuador elétrico pode ser um solenóide, que permite posicionar o obturador em duas
posições, ou um motor elétrico reversível, que coloca o obturador na posição de abertura
determinada pelo controlador. Fig. 128
7.3 CASTELO
O castelo é a parte da válvula de controle que serve de conexão entre o atuador e o corpo.
Nele se encontra a caixa de gaxetas e o lubrificador externo.
106
Castelo normal
É de uso geral, tendo aplicações para temperaturas inferiores a 200 oC com fluidos não
tóxicos. Fig. 130.
Castelo aletado
Ë usado quando a temperatura do fluido for superior a 200oC. A função das aletas é permitir a
dissipação do calor, mantendo a temperatura baixa, a fim de proteger as gaxetas. Se a válvula
estiver operando com vapores condensáveis, as aletas não devem reduzir a temperatura abaixo
do ponto de saturação do líquido, pois, se isto ocorrer, haverá condensação do vapor e o
líquido fluirá para a tubulação, sendo substituído por uma outra porção de vapor de
temperatura mais elevada. Fig. 130.
Castelo alongado
É usado para temperaturas inferiores a -5oC e deve ser suficiente longo para que a temperatura
das gaxetas não atinja valores abaixo de -25oC, a fim de evitar o congelamento das mesmas,
Fig. 131.
107
Figura 131 - Castelo alongado de com fole
É usado como selo para fluidos radioativos, caros ou tóxicos. O fole é confeccionado com
uma liga resistente à corrosão e soldado à haste da válvula, fazendo uma selagem metálica
para o líquido de processo. Fig. 131.
Caixa de gaxetas
Quando se usam gaxetas de amianto ou amianto grafitado, a caixa de gaxetas possui um anel
de lubrificação que tem a função de distribuir o lubrificante ao redor da haste. Para lubrificar
as gaxetas, há dois tipos de lubrificadores:
Gaxetas
Teflon - É o mais usado, pois é inerte em relação a todas as substâncias químicas, com
exceção do sódio líquido. É usado para temperaturas entre -100oC para castelo comum, e até
430 0C com castelo aletado. Pode ser aplicado na forma de teflon puro, moído ou prensado em
anéis, e em cordões, composto com amianto. O formato mais adequado é o anel de teflon em
“ V “.
Grafoil - São gaxetas ou juntas de grafite puro, sem resinas ou componentes orgânicos.
Características:
7.4 CORPO
O corpo é a parte da válvula de controle que entra em contato com o fluido a ser controlado.
Nele encontram-se os elementos responsáveis pela regulagem do fluxo (obturador e sede).
É o tipo de corpo que determina a classificação das válvulas de controle, portanto são
disponíveis vários tipos adequados a aplicações específicas, tais como:
- válvula globo
- válvula de três vias
- válvulas “saunders”
- válvula borboleta
- válvula de corpo dividido
109
Válvula globo
É chamada válvula globo, porque o seu corpo tem um formato esférico. Existem dois tipos de
válvulas globo, veja Fig. 133:
Válvulas globo com sede simples - É a válvula que permite ao fluido escoar por uma única
passagem. É usada sempre que necessita de uma estanqueidade perfeita (0,01% da máxima
capacidade da válvula).
Observando as figuras notamos que o corpo da válvula globo pode ser irreversível ou
reversível. O corpo reversível permite inverter a ação da válvula de controle.
Na válvula de sede simples, o obturador possui guias no topo e na base, que servem para
atenuar o efeito de vibrações entre a sede e o obturador.
Quando for possível, a válvula de sede simples deve ser instalada de tal forma que a vazão
tenda a abrir a válvula como indicado na figura 134, a fim de se obter uma operação suave e
silenciosa. Se a válvula for instalada com a vazão tendendo a fechar, haverá instabilidade e
trepidação entre a sede e o obturador, ocorrendo um martelamento contra a sede.
110
Válvula globo de sede dupla
É a válvula que permite ao fluido escoar por duas passagens, veja na Fig. 135. Esta válvula
chamada válvula de equilíbrio de pressão, pois, como mostra a figura, o fluido desenvolve
forças em sentidos opostos sobre o obturador. Este tipo de válvula é bastante usado devido à
sua maior sensibilidade ao sinal pneumático, sendo necessária uma pequena diferença de
pressão no diafragma do motor, para movimentar o obturador. Existe uma relação de 1/16” a
1/8” entre os diâmetros do orifício das sedes, a fim de permitir a montagem do obturador.
A válvula de sede dupla geralmente possui guias no topo e na base, a fim de evitar vibrações
entre as sedes e o obturador.
A válvula de sede dupla apresenta a desvantagem de não proporcionar uma vedação perfeita,
pois há necessidade de se fazer duas vedações a um só comando do diafragma e, a qualquer
dilatação, contração ou desgaste de uma das partes vedantes (sedes ou obturadores), dar-se-á
vazamento. O vazamento da válvula de sede dupla bem ajustada é da ordem de
aproximadamente 0,5% da vazão máxima, porém, normalmente, este vazamento é da ordem
de aproximadamente 2% da vazão máxima. A válvula de sede dupla é dimensionada em
tamanho igual ou maior que 2”.
Válvula shut-off
111
Internos das válvulas
Esta tal relação é denominada de características de vazão da válvula e podemos por enquanto
defini-la como uma relação entre a vazão que passa pela válvula e o afastamento do obturador
relativo à sede. Este afastamento é uma fração de deslocamento linear do obturador entre as
posições de abertura e fechamento total da válvula, deslocamento este, denominado de curso
da válvula ou curso do obturador.
Não fosse o bastante isso, a parte interna tem que ainda proporcionar a necessária
estanqueidade da válvula quando totalmente fechada O conjunto dos internos da válvula
consiste das partes internas removíveis e que entram em contato com o fluído de processo.
O obturador é o elemento vedante do conjunto dos internos da válvula com formato de disco,
ou de contorno caracterizado, que se move linearmente no interior do corpo, obturando o
orifício de passagem, de modo a formar uma restrição variável ao fluxo, veja na Figura 136,
vários tipos de obturadores aplicados em válvulas de controle.
112
Por outro lado, sabemos também que, a vazão que escoa através de uma válvula varia com a
pressão diferencial através dela, e, portanto tal variação da pressão diferencial deve afetar a
característica de Vazão. Assim sendo, definem-se dois tipos de característica de vazão:
inerente e instalada.
A característica de vazão inerente, é definida como sendo a relação existente entre a vazão
que escoa através da válvula e a variação percentual do curso, quando se mantém constante a
pressão diferencial através da válvula. Em outras palavras, poderíamos dizer que se trata da
relação entre a vazão através da válvula e o correspondente sinal do controlador, sob pressão
diferencial constante, através da válvula.
Por outro lado, a característica de vazão instalada é, definida como sendo a real característica
de vazão, sob condições reais de operação, onde a pressão diferencial não é mantida
constante. As características de vazão fornecidas pelos fabricantes das válvulas de controle
são inerentes, já que não possuem condições de simular toda e qualquer aplicação da válvula
de controle. A característica de vazão inerente é a teórica, enquanto que, a instalada é a
prática.
A característica de vazão é proporcionada pelo formato do obturador (caso das válvulas globo
convencionais), ou pelo formato da janela da gaiola (caso das válvulas tipo gaiola) ou ainda
pela posição do elemento vedante em relação à sede (caso das válvulas borboleta e esfera).
a) Linear;
b) Igual porcentagem (50:1):
c) Parabólica modificada e
d) Abertura rápida.
Característica de vazão inerente tipo linear: é a característica pela qual iguais incrementos de
curso determinam iguais variações da vazão. Fig. 137
Característica de vazão inerente tipo igual porcentagem: é a característica pela qual iguais
incrementos do curso determinam variações da vazão que mantém sempre a mesma
porcentagem da vazão existente. Fig. 137
Característica de vazão inerente tipo abertura rápida: trata-se de uma característica que
produz uma máxima variação da vazão através da válvula com o mínimo curso. Este tipo de
válvula possibilita a passagem de quase que a totalidade da vazão nominal com apenas uma
abertura de 25% do curso total.
113
Figura 137 - Características de vazões
7.6 POSICIONADOR
114
Principais aplicações do posicionador em válvulas de controle
1 - Para válvulas de sede simples, recolocar a válvula na abertura correta, quando a pressão
exercida no obturador variar.
5 - Inverter a ação do controlador. Quando a ação do atuador da válvula for diferente da ação
do controlador, pode-se usar um posicionador para inverter a ação do controlador. Porém,
geralmente, esta inversão é feita no próprio controlador.
As aplicações acima são muito usadas; entretanto, pesquisas mais recentes indicam que o uso
de posicionadores pode ser prejudicial para a qualidade do controle em processos rápidos,
como processos de pressão e vazão de líquidos. Quando necessários, podem ser usados
"Boosters" para pressão ou volume ao invés de posicionadores. Para processos lentos, tais
como sistemas térmicos, nível de líquidos e alguns processos de pressão para grandes
volumes de gás, o posicionador deverá melhorar a qualidade do controle ainda que isto não
seja necessário.
Com a incorporação de tecnologias digitais, o posicionador, está se tornando cada vez mais
inteligente, atribuindo maior precisão à operação. Com isso, além de sua função principal – o
correto posicionamento da válvula -, outras funções complementares foram incorporadas,
como autodiagnose, diagnóstico do atuador e da válvula e à sua própria calibração e
configuração. Algumas das vantagens proporcionadas pelo posicionador inteligente são:
rapidez de resposta, monitoração intrínseca do processo e diagnósticos da performance da
válvula (por ser microprocessado, o posicionador tem a capacidade de separar as informações
de ida e de volta, beneficiando o processo).
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Existem posicionadores disponíveis no mercado em que a função de posicionamento da
válvula é efetuada através de um algoritmo PID, com seus parâmetros ajustados
automaticamente (auto-tuning), através de funções de inteligência artificial. Estas mesmas
funções são utilizadas para calibração do posicionador à válvula (ajustes de zero e span),
também efetuadas automaticamente: hoje para se calibrar um equipamento destes, basta
pressionar um único botão e esperar que o posicionador avise que concluiu sua calibração, se
a operação foi bem sucedida ou não e, ainda, caso negativo, por qual motivo. Além disso,
estes posicionadores são capazes de se comunicar digitalmente com softwares especiais, que
permitem a realização de funções ainda mais sofisticadas, por exemplo, parametrização e
calibração remota, acesso a base de dados históricos, e a incorporação de dados de
manutenção a sistemas de gerenciamento de amplo espectro, que incluem não só os
posicionadores, mas todo o elenco de equipamentos de automação de uma unidade ou planta.
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REFERÊNCIAS
CHRISTOV, Juvenal. Sistemas digitais: controladores digitais. Instec, Rio de Janeiro, n. 44,
p. 10-18, jun. 1991.
MICRO MOTION TUTOR. Medição de densidade. [S.l.]: Emerson, 2005. Disponível em:
<http://www.emersonprocess.com/micromotion/tutor/tutor_sidenav_text.html>. Acesso em:
26 maio 2006.
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