Você está na página 1de 5

LIBERALISMO CLÁSSICO

O Liberalismo Clássico foi a primeira expressão do sistema capitalista maduro (quando a sociedade passou a ser
predominantemente dividida entre duas classes sociais: a dos donos dos meios de produção ­ os burgueses, e os vendedores
de mão­de­obra ­ os proletários (trabalhadores). Seus principais teóricos foram Adam Smith (A Riqueza das Nações),
David Ricardo e Thomas Malthus. Defendiam um mercado livre, sem a interferência do Estado. A principal razão era dar
total liberdade de ação aos empresários, pois assim saberiam quais seriam as melhores formas de produzir e de vender.
Segundo eles, somente um mercado livre através da livre concorrência entre os produtos e as empresas chegaríamos a uma
produção racional e eficiente. Porém, neste contexto, a qualidade do trabalho não era levada tão em conta. Os
trabalhadores europeus do século XIX, imersos no Liberalismo Clássico, eram explorados ao extremo. Eram considerados
peças da produção, mão­de­obra (plenamente substituível). Não haviam férias, descanso semanal, salário extra de final de
ano, muito menos piso salarial. O patrão pagava o que queria, uma miséria. A jornada de trabalho era extenuante, cerca de
20 horas diárias. As mortes eram constantes e amputações corriqueiras.

É através deste modelo econômico que em 1929 os Estados Unidos passaram por uma grave crise, que contaminou todos os
países que dependiam deles para venderem seus produtos. A crise de 29 foi gerada por uma superprodução em virtude das
exportações estrondosas que a 1ª Guerra Mundial requeria. Os países europeus precisavam importar durante a guerra, pois
suas indústrias estavam completamente voltadas para a produção de guerra. Com o término da guerra, as indústrias
americanas se voltaram ainda mais para seu mercado consumidor interno de massa. Porém a produção ainda era maior do
que a demanda e a crise foi inevitável naquelas condições.

O governo americano então lança um programa de recuperação econômica, chamado “novo acordo” (New Deal), onde o
Estado orientaria a economia, planejando um crescimento econômico através de obras públicas que geravam empregos e
maior consumo, reativando a produção privada. Mais empresas vendendo ­ mais empregos; mais empregos ­ mais
consumo. Nesta mesma época, o “Entre ­ guerras”, os Estados europeus abandonaram o Liberalismo em busca de uma
orientação do Estado para a economia, através de planejamentos nacionais. Na verdade, todos passaram a utilizar práticas
do modelo socialista soviético de planos de Estado que visavam orientar a economia de cinco em cinco anos: os “Planos
Quinquenais” estavam fazendo a Rússia crescer a cerca de 30% ao ano, enquanto que a Europa estava destruída pela
guerra e os EUA em uma grave crise econômica. Ambos com crescimento negativo.

KEYNESIANISMO (Estado de Bem­estar Social)

Em 1933, John Maynard Keynes publicou seu livro “Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”. Neste livro, Keynes
teorizou um novo modelo econômico onde o papel do Estado era fundamental para o desenvolvimento econômico das
nações. Segundo a teoria keynesiana, o Estado deve buscar através de sua política econômica o pleno emprego da
população. A permanência de trabalho para todos dentro de um dado território seria a chave para um consumo interno
volumoso, que aumentaria a renda total. O aumento dos consumidores permitiria o aumento dos empreendimentos e do
enriquecimento da classe burguesa. Esse ciclo geraria um aumento significativo na coleta de impostos do Estado,
aumentando sua capacidade de gerar mais emprego, renda e riqueza.

O segundo ponto significativo na política keynesiana é o Estado de Bem­estar social. Esta nomenclatura é o resultado de
um Estado que assume a responsabilidade no oferecimento de serviços essenciais gratuitos à sua população, como
educação, saúde, previdência e crédito para a aquisição de imóveis, veículos e eletrodomésticos. Além de amparar o
trabalhador por meio de uma série de leis trabalhistas como: férias, 13º salário, jornada de oito horas diárias, seguro­
desemprego, salário mínimo, previdência social, fundo de garantia, entre inúmeras outras práticas.

O Keynesianismo passou a ser utilizado nos EUA após a especulação financeira, aliada a uma estrutura produtiva
excedente de 1929, que gerou uma grave crise econômica mundial. O New Deal (Novo Acordo), sob o governo de Franklin
Delano Roosevelt de 1933 até 1937, foi um amplo plano de obras públicas com o objetivo de gerar milhões de empregos e
gerar consumo interno aliado à destruição de enormes estoques de alimento com o objetivo de aumentar seus preços.
Medidas que retomaram a lucratividade para o setor agrícola e industrial. A seguir, na década de 50 em diante, viu­se nos
EUA a adoção plena das políticas de Bem­estar social. Na Europa, a década de 30 foi palco de Estados fortes e
impulsionadores do desenvolvimento econômico. À exemplo temos a Alemanha, Inglaterra, Itália e França na vanguarda
destas ações. Na Europa, no entanto, ressentimentos pós­1918 levou­os à Segunda Guerra Mundial em 1939 que devastou o
continente.

A consequência direta destes acontecimentos foi o surgimento de duas grandes potências militares e econômicas: Os EUA
[Grandes financiadores dos países europeus em guerra e exportadores de produtos de todo gênero para a Europa ­ e do
outro lado a União dos Países Soviéticos (URSS). Gigante econômico e militar, concomitantemente, e principal
responsável pela derrota da Alemanha nazista]. Na Europa capitalista pós­Hitler, o capitalismo foi definido como sistema
econômico, juntamente com a aliança natural com os EUA. Por isso, um grande programa de apoio financeiro
internacional foi dedicado à reconstrução europeia nos moldes do Estado de Bem­estar social: o “Plano Marshall”.

Em suma, EUA e Europa já na década de 50 e posteriormente na década de 60 viveram o que se denominou de “Era do
Ouro”, devido aos incentivos estatais para a estabilidade econômica e ampara social de seus habitantes. Foi um período
onde o crescimento econômico foi expressivo. A luta ideológica e político­militar entre EUA e URSS foi propulsora de
investimentos em áreas significativas para o desenvolvimento de novas tecnologias produtivas, militares e científicas. A
propaganda e os benefícios de uma vida estável e consumista era o meio utilizado pelos Países centrais (EUA e Europa)
para convencer seu povo de que o capitalismo era vantajoso para todos em oposição ao socialismo soviético.

A CRISE DO PETRÓLEO

Em 1961, os maiores produtores de petróleo do mundo se organizaram para combater o cartel das principais companhias
de petróleo dos EUA e Europa, que se recusavam a pagar mais pelo barril do óleo. Arábia Saudita, Venezuela, Irã, Iraque e
Kuwait se reuniram em Caracas para fundar a OPEP (Organização dos Países Produtores de Petróleo). Aumentando
gradativamente seus ganhos, a OPEP resolveu elevar os preços do barril em 400% em cinco meses no ano de 1973. Tal
medida acarretou um verdadeiro colapso na oferta do produto e no abastecimento mundial. A consequência direta foi uma
grave crise econômica, que afetou em cheio os Estados de Bem­estar social dos países centrais. Todo arcabouço de
benefícios sociais dependiam da geração de receita através do consumo da população e das exportações destes países.
Como os custos para a aquisição de petróleo se elevaram absurdamente, as contas públicas nacionais se
desrregularizaram­se. O modelo econômico keynesiano chegava ao fim.

É importante frisar que o Keynesianismo nunca chegou a ser adotado por países de terceiro mundo, que nesta época
viraram satélites dos EUA ou URSS, sendo submetidos à pobreza ou à governos ditatoriais que possibilitavam o livre acesso
dos modelos culturais e dos setores industriais e financeiros em seus territórios. O golpe militar brasileiro de 1964 na
verdade foi apoiado pelos Estados Unidos e pela elite brasileira, que queria garantir a aliança com os americanos e
garantir o capitalismo como sistema econômico triunfante em território nacional. Não perdendo assim, o poder econômico
e político em território brasileiro.

NEOLIBERALISMO (Estado Mínimo)

Em 1944 Friedrich August Von Hayek lançou um de seus livros mais famosos: “O Caminho da Servidão”. Neste livro,
Hayek argumenta que o Estado de Bem­estar social desperdiçava dinheiro ao investir nas pessoas. Segundo ele, os
investimentos deveriam ser canalizados para o processo produtivo. Assim, a riqueza interna de uma nação se multiplicaria.
Em 1962, Milton Friedman lançou seu livro “Capitalismo e Liberdade” enumerando os benefícios de um modelo econômico
(Neoliberalismo) onde o Estado não interviesse nas ações das empresas e deixasse o mercado se autorregular com base na
doutrina do “laissez­faire”. Segundo os neoliberais o Estado deve ser mínimo. Para isto os serviços oferecidos à população
devem se resumir ao mínimo necessário, as empresas estatais deviam ser privatizadas e através de uma integração global
(Globalização), a livre concorrência faria com que os preços e os salários se mantivessem em níveis compatíveis com as
necessidades dos trabalhadores e das possibilidades dos empresários.

As ideias neoliberais passaram a ser adotas pelo mundo a partir da Crise do Petróleo e mais intensamente na década de 80
e tendo seu ápice na década de 90, através da liderança do Império Americano. Era uma forma prática de governos não
gastarem tanto em benefícios sociais. Resumindo, o Estado deixava de investir no Bem­estar social, relegando o povo à
suas próprias condições financeiras. Quem tinha renda para adquirir educação, saúde, previdência da iniciativa privada
faria a partir de então. O crédito passou a ser direcionado primordialmente para a iniciativa privada. Os resultados
imediatos foram um intenso comércio global, a divisão internacional do trabalho, a diminuição das barreiras comerciais e
a construção de blocos econômicos como o MERCOSUL, a União Europeia entre outros.

Em 2002, a ONU fez um levantamento sobre os resultados das políticas neoliberais no mundo e chegou a conclusão de que
tal modelo somente beneficiou os países desenvolvidos e que os países pobres amargaram um significativo aumento da
pobreza. A pobreza aumentou, juntamente com esta, a violência e os problemas sociais à ela agregados, como o tráfico de
drogas e o aprofundamento do crime organizado. Em suma, o Estado de Bem­estar social foi capaz de aumentar a riqueza e
diminuir as desigualdades sociais, enquanto que o Neoliberalismo aprofundou a pobreza e a desigualdade entre ricos e
pobres no âmbito das pessoas e das nações.

Porém, o próprio Estado Keynesiano já não poderia ser reabilitado devido suas fraquezas perante o cenário externo. Já que
o exemplo da Crise do Petróleo de 1973 denunciou a fragilidade deste modelo econômico. A solução seria encontrada
através de um agregamento entre Keynesianismo e Neoliberalismo a partir da virada do 3º milênio.

O NEOLIBERALISMO NO BRASIL

No Brasil, as políticas neoliberais tiveram início com o Governo Collor (PRN), presidente eleito em 1989 e empossado em
1990. Seu opositor àquela época era o líder sindical Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De um lado estava Collor, defendendo
os interesses da elite brasileira, buscando integrar o Brasil na política internacional Globalizante, liderada pelos EUA. Do
outro, Lula, líder político que visava implantar práticas socialistas em solo brasileiro. A campanha foi acirrada, porém o
império midiático construído no tempo da Ditadura Militar (1964­1985), a Rede Globo, foi eficiente em incutir no povo
brasileiro a imagem de Collor como sendo o presidente perfeito e denegrindo a imagem de Lula como um revolucionário
despreparado. O engajamento político da Globo foi flagrante. Porém, para um povo que lhe oferecia quase 100% de
audiência diária e era majoritariamente ignorante às lides políticas, Collor foi eleito. O ano anterior a posse de Collor tinha
fechado com inflação de 1764%. Sua primeira medida nos primeiros dias de governo foi confiscar a poupança de todos os
brasileiros acima de Cr$ 50.000,00 (cinquenta mil cruzeiros) por um prazo de dezoito meses.

Sua política neoliberal, de ingresso das empresas internacionais ao mercado brasileiro com poucas barreiras
protecionistas, levou a economia brasileira a um colapso. Os resultados do primeiro ano de Governo Collor foram: a
demissão de quase um milhão de pessoas e inflação anual galopante de 1200%, a quebra de centenas de milhares de
empresas, que passaram a ter que concorrer diretamente com produtos internacionais, mais baratos e de melhor qualidade.
Além disso, Collor congelou os salários e modificou a forma de ganhos dos setores financeiros e as formas de tributação
das empresas e pessoas. A sociedade brasileira reagiu. A regressão econômica passou a ser evidente, consequência direta
do fracasso de sua forma de governo.

Tais políticas assustaram, também, a própria elite, que o apoiou em sua candidatura, no entanto, esta mesma classe social
passou a temer pelo futuro de seus ganhos. Deputados e senadores, juntamente com a Rede Globo, passaram a vasculhar
os meandros do governo de Collor e não tardaram em encontrar um desvio. Logo Collor estava sendo acusado de
corrupção. Seu destino foi selado pelo próprio Congresso Federal (que diplomou sua posse em 1989, aprovou o confisco da
poupança, além de inúmeros outros descalabros): o “Impeachment” (impedimento). Em 1992, o presidente Collor foi
impedido de continuar na presidência, dando lugar a seu vice: Itamar Franco (PMDB).

O Governo do presidente Itamar Franco, foi mais ameno e teve a ajuda dos norte­americanos, que através do FMI
emprestava dinheiro ao Brasil e dava as coordenadas de nossa política econômica. Segundo alguns estudiosos, foi sob este
contexto, que o Plano Real foi concebido. Sendo eminentemente um plano econômico de estabilização econômica, o Plano
Real foi arquitetado por inúmeros economistas do Brasil e dos Estados Unidos. Seu porta­voz foi um professor universitário
e senador que foi convidado por Itamar para ser seu Ministro da Fazenda: Fernando Henrique Cardoso de Mello (PSDB).

Em 1º de julho de 1994 a nova moeda brasileira foi lançada: O Real. Inicialmente valia mais que o Dólar americano. O
Plano Real estabilizou a economia e derrubou a inflação para a casa de um dígito por mês. O Brasil entrava em uma nova
etapa. Com a economia estabilizada, o neoliberalismo poderia realmente ser desenvolvido e aprofundado em solo brasileiro
pelo futuro presidente da república.

Fernando Henrique Cardoso (FHC) deixou seu cargo de Ministro da Fazendo do Presidente Itamar Franco e se candidatou
a presidência em 1994. Como antes, Luis Inácio Lula da Silva foi candidato do PT. Novamente FHC foi o candidato das
elites brasileiras, o candidato neoliberal, o candidato da Rede Globo. Em oposição Lula era o candidato das propostas
socialistas. Lula pregava o não pagamento do FMI, a Reforma Agrária e a transferência de renda; enquanto que FHC
pregava o ingresso do Brasil rumo à Globalização. Seu slogan era baseado no Plano Real, que dava certo e encantava a
todos pelo novo estilo de vida que proporcionava aos brasileiros. Diferentemente do passado, os salários não perdiam valor
ao longo do mês e o fato de que o povo tinha o mesmo poder de compra durante todo o mês foi uma propaganda
arrebatadora. Declaradamente os meios de comunicação brasileiros, e em especial a Rede Globo, foram encarregados de
promover o novo estilo de vida estável e todo o mérito foi canalizado para uma única pessoa: Fernando Henrique Cardoso.
Como o esperado, ele venceu as eleições em 1994 e passou a governar em 1995.

O Governo FHC foi Marcado pela diminuição expressiva do Estado. Serviços básicos como educação e saúde passaram a
ser sucateados pelo governo neoliberal de FHC. As empresas estatais foram quase que em sua totalidade entregues à
iniciativa privada. A exemplo, temos a Vale do Rio Doce, o setor de telecomunicações, a Embraer (construtora de aviões) e
por pouco a Petrobras não foi privatizada, não fosse a incontestável lucratividade que esta empresa possuía ano após ano,
desde sua criação. Estradas foram privatizadas, portos e inúmeros serviços passaram a ser oferecidos com qualidade
somente pela iniciativa privada.

Foi o tempo do surgimento de milhares escolas particulares, a classe média brasileira em massa migrou para elas, pois o
vestibular passou a ser uma prova de memória e estas escolas se especializaram neste método de ensino quantitativo. O
“Programa Todos na Escola” foi imposto de forma brusca. O resultado foi que a classe mais pobre da população inchou as
escolas públicas em pouco tempo e a falta de verbas para a educação impulsionou a qualidade do ensino ao abismo. Para
evidenciar suas “conquistas” perante o FMI, o Governo FHC praticamente proibia a reprovação e a evasão escolar. O
resultado foram salas com mais de 50 alunos por turma, professores escravizados a uma situação de descontrole em seu
ambiente de trabalho e cidadãos analfabetos se formando no Ensino Médio e por vezes ingressando no Ensino Superior
com péssima formação escolar. Em contrapartida, somente os alunos das escolas particulares conseguiam ser aprovados
nos vestibulares das universidades federais. O resultado imediato foi a continuidade perversa de pobres empobrecendo e
ricos enriquecendo.

No cenário internacional, o Governo FHC aprofundou seus laços comerciais com os EUA e pretendeu fundar a ALCA
(Associação de Livre Comércio das Américas). Não conseguiu devido aos grandes protestos contrários por parte de
empresários que sofreriam com a concorrência de produtos americanos de da população impulsionada por partidos de
oposição da época. Os resultados da política externa de FHC foi que quase 80% das exportações brasileiras eram
destinadas aos EUA. Deixando nossa nação dependente da economia e da política norte americana.

Na saúde, o ministro de FHC foi José Serra, político experiente, aclamado pela elite paulista e pelos veículos midiáticos.
Em sua gestão conseguiu aprovar uma série de medidas em benefício do povo e para os grandes laboratórios
internacionais, como os remédios genéricos, o controle do vibrião do cólera, aumentou a cobertura de vacinas entre a
população, projetou a formação de agentes comunitários que ofereciam medicina preventiva entre outras. Porém, não
conseguiu mudar a situação calamitosa em que se encontrava a saúde no Brasil. Saúde de qualidade, só na iniciativa
privada através dos planos de saúde particulares. Gastos que oneravam o salário da população brasileira, principalmente
os mais idosos e da classe média.
A previdência social (aposentadorias) não era bem vista pelo Governo FHC. Segundo ele, o INSS (Instituto Nacional de
Seguridade Social) era um desperdício, pois os gastos com aposentadorias pelo Estado eram imensos e nunca gerava
créditos ao Estado, somente gastos. Foi nesta época que várias reformas nas aposentadorias fizeram com que os brasileiros
tivessem que trabalhar por muito mais anos (homens 65 anos e mulheres 60 anos). O sistema de contagem do valor das
aposentadorias também mudou: antes se aposentava com o valor do último salário, no Governo FHC um novo cálculo da
média passou a entrar em vigor. Diminuindo consideravelmente o valor da remuneração dos aposentados, aumentando o
tempo de trabalho das pessoas para terem direito a se aposentar.

No Governo FHC nenhuma universidade federal foi criada, as Escolas Técnicas Federais foram gradativamente se
transformando em escolas de Ensino Médio para a Classe Média Alta. O Brasil devia 15 bilhões de dólares ao FMI e não
possuía nenhum dólar de reservas cambiais. A desigualdade entre os mais ricos e os mais pobres aumentou
consideravelmente. A violência se transformou em um problema gravíssimo em todas as cidades brasileiras, permitindo
com, que as drogas passassem a atrair os jovens pobres para o mundo do crime em grande escala. O Governo de Fernando
Henrique Cardoso de Mello (PSDB) foi o último governo brasileiro neoliberal. Seu partido e seus aliados perderam as
eleições de 2002 e se tornaram uma oposição acéfala e com uma ideologia econômica tida como injusta e ineficiente para
resolver os problemas da sociedade.

No entanto, há uma grande diferença entre o mundo da política e os meios de se vencer eleições em um país onde a novela é
mais importante no cotidiano familiar do que a economia; onde programas de TV interessam mais a maioria do que as
relações internacionais; onde a vida dos artistas é mais atraente do que a própria política. Isso possibilita que, no Brasil, a
ignorância política do povo sirva aos interesses dos políticos corruptos, de uma mídia vendida para as grandes empresas e
de uma elite acomodada aos seus bilhões de ganhos mensais em face à pobreza de milhões de brasileiros. O povo que não
compreende a política é escravo da política. O povo que vota seguindo discursos e não a teoria econômica e a classe social
vinculadas a cada partido, vota sem saber em quê, nem porquê. Uma vez que todos os discursos são iguais, servem para
convencer. São propagandas construídas com o objetivo de denegrir a imagem do opositor e evangelizar as próprias
imagens.

NEOLIBERALISMO vs KEYNESIANISMO

O modelo político­econômico internacional americano, principalmente na década de 90, foi a globalização. Uma forma de
integrar os países ao redor do mundo em um complexo comercial com poucas barreiras comerciais dominado por eles. No
entanto, após 11 de setembro de 2001, os americanos se sentiram impulsionados à uma guerra mundial contra ao que
chamam de “Terrorismo Internacional”. Porém, desde 2001, somente oito pessoas morreram sob ataques terroristas em
todo o mundo, enquanto que 400 morreram de alergia a pasta de amendoim dentro dos próprios EUA.

Segundo alguns, esta “Guerra ao Terror” foi a forma encontrada pelo Império Americano para perpetuar seu monopólio
militarista no mundo e o aumento gigantesco de sua renda interna através da fabricação de centenas de milhares de
armamentos bélicos por empresas americanas. Os armamentos são comprados pelo Estado americano e, através dos
impostos dos seus contribuintes, uma gigantesca soma é desviada dos cidadãos para as empregas militares. A “Guerra ao
Terror”, na mídia americana e mundial, seria o meio de camuflar os interesses dos EUA em integrar todos os países
produtores de petróleo ao sistema financeiro internacional dominado pela Europa e EUA. Por isso precisam destruir
Iraque, Irã, Afeganistão e Venezuela.

Sendo assim, as fronteiras não poderiam mais estar completamente abertas à pessoas e produtos como na fase da
globalização. Uma nova histeria dominou os noticiários do mundo inteiro. Pessoas normais passaram a ser identificadas
como suspeitas, mães passaram a ser terroristas pela mídia e pelos governos ao redor do mundo. Direitos individuais
foram solapados nos EUA e Europa. Ficaria proibido embarcar em voos com líquidos de qualquer espécie e sistemas de
Raios X e scanners em três dimensões passaram a equipar os aeroportos de todo o mundo. As bagagens passaram a ser
revistadas, as bolsas reviradas. Tudo em nome de um medo sem sentido real, já que em 10 anos somente 8 pessoas
morreram em ataques terroristas. O filme “Zeitgeist”, de um americano e ganhador de inúmeros prêmios consegue expor
muitos desses detalhes. Outro filme que fez muito sucesso: “11 de Setembro Fahrenheit”. Também produzido por um
americano que denuncia a Guerra do Iraque como uma aquisição de jazidas de petróleo pelos EUA é bem revelador. O 
Iraque e o Afeganistão foram invadidos e as empresas americanas dominam sua economia, como o Estado Americano
domina sua política. Em nenhum destes dois países foram encontrados nenhum terrorista, muito menos armas químicas.

DESENVOLVIMENTISMO (O Keynesianismo Brasileiro)

Novos rumos para as economias nacionais passaram a entrar em voga. Na América do Sul, uma onde de presidentes
contrários às doutrinas neoliberais passaram a ser eleitos. No Brasil, Lula; na Venezuela, Hugo Chaves e na Bolívia, Evo
Morales. Estes novos governos, tanto no nosso continente, quanto em outras regiões, passaram a tomar medidas que
visavam diminuir os impactos que as políticas neoliberais causaram em seus respectivos Estados. Os próprios americanos
elegeram um democrata negro que interveio na economia em 2008 para salvar a economia americana, que sem rédeas do
Estado, provocou uma enorme crise mundial. Em contraste com os países centrais, são os países em desenvolvimento que
são os mais vigorosos na utilização do novo modelo econômico que passou a ser utilizado a partir de 2001: o
Desenvolvimentismo (ou Nova Via/3ª Via).
No início deste século, um especialista projetou o futuro de quatro países como futuro países desenvolvidos em um espaço
de 3 ou 4 décadas: Os Brics (Brasil, Rússia, Índia e China). Segundo os especialistas internacionais, são países que já
possuem uma grande cadeia produtiva, um parque industrial solidificado, um mercado consumidor interno ampliado,
movimentam grandes porcentagens de seu Produto Interno Bruto (PIB) em exportações, possuem capacidade em inovação
tecnológica e são portadores de grandes territórios: áreas gigantescas para a agricultura, com subsolos ricos em reservas
minerais essenciais para o progresso de uma nação industrial. No entanto, todos os quatro países possuem problemas
sociais graves: pobreza, analfabetismo, e sérios problemas na distribuição de renda. Especialmente entre estes, a China
ainda não é uma democracia. Todos crescem em uma média de 5% a 8% ao ano de seu PIB. A China é um caso à parte, pois
cresce há mais de 10% ao ano por décadas.

Por ser uma exceção, o Estado forte da China é um grande exemplo para este crescimento dos BRIC’s, pois planeja e toma
as diretrizes necessárias para o crescimento econômico futuro. Os outros três, são democracias e convivem com oposições
político­partidárias dentro de seus países. A China tem um único partido que governa o país a mais de trinta anos, limitou
a fecundidade da mulher para um filho somente e em trinta anos, 400 milhões de chineses deixaram de nascer. Mesmo
sendo a China o país mais populoso da Terra com 1,6 Bilhões de habitantes. A Índia segue seu curso com 1,2 Bilhões de
habitantes, Rússia possui 145 milhões e Brasil com 170 milhões de habitantes. Evidentemente, todos estes 4 países
planejam o futuro através da economia. Pretendem se tornam países de peso internacional e mais ricos.

Você também pode gostar