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04/03/2018 Para filósofo, rebeliões estudantis dos anos 60 começaram em Berkeley - 25/05/2008 - Mundo - Folha de S.

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mundo governo trump corei

Para filósofo, rebeliões estudantis dos colunistas


anos 60 começaram em Berkeley Américo Martins
'Todo mundo sabe que o Brasil
é um país muito corrupto'
ÉBANO PIACENTINI
Colaboração para a Folha Online
Marcos Troyjo
25/05/2008 16h25 Trump pode transformar-se
num presidente 'normal'?
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As rebeliões estudantis que varreram universidades PUBLICIDADE

da Europa, EUA e América Latina nos anos 60 não


tiveram como ponto de partida o Maio de 68 francês
na Sorbonne e em Nanterre, mas no "Free Speech
Movement" --Movimento pela Liberdade de
Expressão-- na Universidade de Berkeley
(Califórnia), em outubro de 1964.

Esta é a opinião de John Searle, filósofo e professor


da Universidade de Berkeley. "Eu estive na França em 68 e todos sabiam o
que tinha acontecido em Berkeley. Muitos na França consideravam Berkeley
como o 'centro da revolução'", diz.

PUBLICIDADE Um mundo de muros


Em uma série de reportagens, a Folha vai a
quatro continentes mostrar o que está por trás
das barreiras que bloqueiam aqueles que
consideram indesejáveis

páginas especiais
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Coreia do Norte
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http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2008/05/404879-para-filosofo-rebelioes-estudantis-dos-anos-60-comecaram-em-berkeley.shtml 1/6
04/03/2018 Para filósofo, rebeliões estudantis dos anos 60 começaram em Berkeley - 25/05/2008 - Mundo - Folha de S.Paulo

Amar s
Governo Trump Am
Poesia d
de

Licença para matar Por R

Acervo virtual da Universidade de Berkeley Co


O professor argumenta que em 64 ocorreu
pela primeira vez uma contestação à PUBLICIDADE
"universidade como instituição" que
representava "valores conservadores" à época.
"Provamos que um pequeno grupo de
estudantes poderia superar a autoridade e a
burocracia universitária", afirma.

Por outro lado, John Searle afirma que


insurreições estudantis em universidades são
Estudantes pedem o "free speech"
(liberdade de expressão) em Berkeley
(CA), em 1964 efêmeras: "Os estudantes podem parar uma
universidade por um dia ou uma semana, mas
no fim a burocracia se restabelece e prova ser um instrumento real de poder".

Em entrevista concedida à Folha Online por telefone, Searle faz críticas aos
rumos que tomaram os protestos na França, que, influenciados pelo blogs VEJA A LISTA COMPLETA

marxismo, buscaram uma aliança com a classe trabalhadora, diferente do que


Orientalíssimo
ocorreu nos EUA.
Brasileiros concorrem a
prêmio de US$ 1 mi
"O marxismo nunca teve muita influência nos Estados Universidade de Berkeley.

Unidos. Mas muita gente na França ainda era


Mundialíssimo
marxista em 1968. Eles achavam que poderiam fazer Por que iranianas estão
uma aliança entre estudantes e trabalhadores, que a desvestindo o véu islâmico?
classe trabalhadora os apoiaria. Ninguém nos Estados
Unidos jamais teve esta ilusão porque a classe Sylvia Colombo
trabalhadora se opunha aos estudantes radicalmente". Zeta-Jones encarna madrinha
dos narcos latinos
O filósofo disse ainda que a Guerra do Vietnã (1959- R$9
1975) impulsionou os protestos estudantis nos EUA.
envie sua notícia
"A Guerra no Vietnã exacerbou todos os conflitos e
Estudante fala no Campos Fotos Vídeos Relatos
agravou as tensões entre os jovens e as instituições e de Berkeley pedindo a
autoridades do establishment". liberdade de expressão na R$1.2
universidade EM MUNDO

John Searle foi o primeiro docente a aliar-se aos + LIDAS + COMENTADAS ÚLTIMAS
estudantes no Free Speech Movement em 1964. É autor dos livros "The
Candidata à Presidência da
Campus War" (1971) e "Expression and Meaning: Studies in the Theory of 1 Colômbia quer revisar pacto das Farc
Compa
Speech Acts (1979)", que analisam movimentos sociais pela liberdade de
expressão.
Delegação sul-coreana visitará a vizinha

A seguir, a íntegra da entrevista concedida pelo filósofo John Searle à Folha 2 do norte para negociação de acordo

Online.
Sociais-democratas alemães aprovam
Folha Online - Os estudantes de Berkeley estavam cientes dos 3 coalizão com Merkel

protestos que se passavam na Europa e especialmente no Maio de


68 francês? Italianos vão às urnas, e Berlusconi é
4 alvo de protesto feminista

John Searle - Sim. Eu estive na França em 1968 e todos sabiam do que tinha
acontecido em Berkeley, e ser de lá até me conferiu algum prestígio, pois Trump elogia presidente chinês que teve
muitos na França consideravam Berkeley como o "centro da revolução". 5 mandato prorrogado 'para a vida'

Todos achavam que haveria uma insurreição global, e ela tinha começado na
Califórnia. Por causa da televisão, as pessoas sabiam o que estava
siga a folha
CMA Serie
acontecendo na Califórnia e em Berkeley nós também sabíamos o que se
passava no mundo. Mas em 1968 a situação em Berkeley já havia se
estabilizado.
RECEBA NOSSA NEWSLETTER O melhor s

Folha Online - O historiador Eric Hobsbawn, no livro "A Era dos n


Digite seu email... enviar
Extremos", afirma que o Maio de 68 francês tem como uma das
causas o aumento repentino da quantidade de estudantes nas COMPARTILHE ESTE LINK
universidades em poucos anos. Em Berkeley ocorreu algo similar?

John Searle - O crescimento dos estudantes em Berkeley aconteceu após a Compartilhar 21


Segunda Guerra Mundial (1939-1945), então foi antes dos anos 60. Mas eles

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não estavam interessados em protestos num primeiro momento, mas apenas


construir suas vidas e carreiras. Os anos 50 foram um período calmo. Mas o serviços
grande "boom" no número de estudantes universitários que ocorreu na
década de 60 na França já havia ocorrido no EUA. MICROBLOG

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Folha Online - Por que irromperam os protestos estudantis na REDE SOCIAL
Universidade de Berkeley (Califórnia) nos anos 1960?
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John Searle - Os protestos irromperam em Berkeley em 1964, mas tiveram AGREGADOR

origem no ano de 1963, e estavam relacionados com os movimentos de Leia noticiário em formato RSS
direitos civis dos negros. O movimento dos estudantes de Berkeley é uma
conseqüência do movimento de direitos civis. PUBLICIDADE

Folha Online - Nesta época a maioria dos estudantes universitários


eram brancos, e havia uma segregação racial nos EUA. Os brancos
se solidarizaram com as causas dos negros? + livraria
John Searle - O comportamento de protesto sobre questões morais era um Coleção "Cinema Policial" reúne quatro
privilégio da classe média. Foram os jovens da classe média branca e bem- filmes de grandes diretores
sucedida que tomaram as dores das injustiças contra os negros nos EUA, e era Sociólogo discute transformações do
contra isso que eles estavam protestando. século 21 em "A Era do Imprevisto"

Folha Online - Qual a principal conquista do movimento estudantil Livro de escritora russa compila contos
de fada assustadores; leia trecho
de Berkeley?

John Searle O que nós fizemos foi provar que um pequeno grupo de
estudantes aliados poderia superar a autoridade e a burocracia universitária.
Isto foi uma descoberta incrível, e nós fomos copiados por todo o mundo. Não
tínhamos nenhuma fórmula secreta, mas mostramos que podia ser feito. É
1499 - O Brasil Antes
um pouco como a bomba atômica, o segredo da bomba atômica é que se pode de Cabral
fazê-la. É uma questão de detalhes como ela é fabricada. Berkeley foi a bomba Reinaldo José Lopes
atômica dos protestos estudantis. De: R$ 34,90
Por: R$ 23,20
Folha Online - Mas quais foram as conquistas práticas de vencer a
Comprar
autoridade e a burocracia conservadoras a que o senhor se refere?

John Searle - A conseqüência mais objetiva foi uma evolução da situação A História do Século
anterior a 1964. Eu não acho que os administradores da universidade 20 Para Quem Tem
Pressa
poderiam restringir o direito à liberdade de expressão como antes dos
Meredith Mac Ardle, Nicola
protestos em Berkeley. A conquista do "Free Speech" (liberdade de expressão) Chalton
foi um enorme avanço [para os estudantes e a universidade]. Mas eu acredito
De: R$ 34,90
que os protestos do movimento estudantil internacionalmente foram
Por: R$ 33,90
provavelmente bastante banais. Na França os estudantes tentaram fazer uma
Comprar
aliança com os sindicatos e conseguiram algumas mudanças nas
universidades, mas eu não creio que foram reformas significativas. Não vejo A Lei da Atração -
Peça, Acredite e
muitos benefícios na Europa em 1968. Nos EUA as conquistas que vieram do Receba
movimento estudantil foram a liberdade de expressão nas universidades e um
Michael J. Losier
maior suporte aos direitos civis dos negros.
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Folha Online - O Maio de 68 francês não foi importante em trazer Por: R$ 21,90

uma nova forma de comportamento em uma sociedade Comprar

extremamente conservadora? Grande Outra Vez


Donald J. Trump
John Searle - Pode ser. O principal slogan na França era "contra a sociedade
do consumo". Eles deram uma sacudida no sistema universitário, que passou De: R$ 39,90

a ser menos rígido, mas nem todas as mudanças foram para o bem. Em Por: R$ 30,80
alguns casos a situação ficou pior, como após as reformas do sistema Comprar

educacional. Se alguém for estudar a história dos efeitos de 1968 nas


universidades européias, verá que os efeitos foram diversos. Portanto, não
está claro para mim que os desdobramentos de Maio de 68 foram benéficos. Box Pink Floyd -
Special Edition (DVD)

Folha Online - O senhor considera que o Maio de 68 na França foi Pink Floyd

influenciado pelo que aconteceu nos EUA, especialmente em Por: R$ 59,90


Berkeley? Comprar

John Searle - Sim. Como eu disse quando fui à França fiquei impressionado
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pelo quanto eles sabiam o que se passava em Berkeley. O marxismo nunca
teve muita influência nos Estados Unidos. Mas muita gente na França ainda
era marxista em 1968. Eles achavam que poderiam fazer uma aliança entre Compartilhar 21
estudantes e trabalhadores, que a classe trabalhadora os apoiaria. Ninguém

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nos Estados Unidos jamais teve esta ilusão porque a classe trabalhadora se
opunha aos estudantes radicalmente.

Folha Online - Levando em conta seus estudos e experiência no


movimento estudantil nos anos 60 em Berkeley, até que ponto se
pode mudar as instituições a partir das universidades?

John Searle - Uma coisa que pude experimentar quando universitário é o


quanto as instituições são frágeis. É muito fácil paralisar uma universidade,
colocá-la em crise. Mas também é notável a capacidade dela de retomar o
controle. Os estudantes podem parar uma universidade por um dia ou uma
semana, mas no fim a burocracia se restabelece, e os planos administrativos,
escritórios e secretarias provam ser instrumentos reais de poder.

Folha Online - Como a televisão afetou os estudantes e a opinião


pública naquele período?

John Searle - O efeito foi enorme, e o motivo é que estes estudantes


nasceram assistindo televisão. Eles percebiam a realidade com o parâmetro
da exposição na televisão, e também eram bons em chamaram a atenção das
câmeras e virar notícia. A televisão teve dois papéis significativos. Ela deu
autenticidade ao movimento. Deu a noção de que o que os estudantes estavam
fazendo era importante, pois estava na TV. Ela também foi muito importante
na escolha das lideranças, apesar de não fazer isso intencionalmente, pois
mostrava alguns líderes, e não outros, conferindo uma visibilidade que eles
não teriam sem a TV. Isso também aconteceu na França, onde [Daniel] Cohn-
Bendit ganhou estatura.

Folha Online - Como isso se deu em relação à Guerra do Vietnã?

John Searle - O movimento estudantil como um todo se tornou mais


inflamado e relevante depois de 1965. Até este ponto era quase irrelevante.
Mas a Guerra no Vietnã exacerbou todos os conflitos e agravou as tensões
entre os jovens e as instituições das autoridades do establishment. Sem a
Guerra do Vietnã os protestos teriam acabado muito antes. A guerra acelerou
as manifestações extraordinariamente.

Folha Online - Quais foram as conquistas dos manifestantes no que


diz respeito à Guerra do Vietnã?

John Searle - Eu acho que depois de 68 os protestos levaram a continuidade


da guerra, mas isto é uma questão de análise histórica. Os movimentos de
protestos contra a guerra poderiam e talvez tenham feito alguma diferença,
mas após se tornarem violentos, acabaram por dificultar o fim da guerra pelo
governo. Eu acho que [Hubert] Humphrey teria terminado a guerra mais
rápido que Richard Nixon, mas os estudantes radicais o fizeram perder a
eleição, ao fazerem parecer que os democratas eram responsáveis pela
desordem.

Folha Online - O senhor poderia pontuar o que considera positivo


e negativo nos anos 60 como um década de protestos estudantis no
mundo?

John Searle - Os anos 60 como um fenômeno cultural foram um desastre.


Eles criaram uma série de expectativas na sociedade que jamais poderão ser
realizadas. Uma das coisas que é latente nos anos sessenta é o quanto foi
inadequado intelectualmente. Faça a si mesmo a pergunta: "quais são as
idéias filosóficas substantivas que surgiram dos movimentos estudantis
radicais?" e verá que não existe nenhuma. Intelectualmente foi bastante
superficial, e ruim culturalmente, reduzindo os padrões intelectuais em
muitas universidades, além de dar aos estudantes o modelo errado de
mudança social. Isso aconteceu porque eles [europeus] tinham uma sociedade
muito atrasada. Não entendiam como a sociedade funcionava e como deviam
se dar os processos de mudança. Mas eu ainda não falei dos bons efeitos. Eles
colocaram um fim em uma concepção de vida de estudante em que o slogan
era "a educação paternal". A idéia era de que a universidade estava no lugar COMPARTILHE ESTE LINK
dos pais e que a universidade tinha uma autoridade sobre os estudantes como
a dos pais. Esta nunca foi a visão na Europa, mas foi uma visão comum nos
Compartilhar 21
EUA, e teve fim em Berkeley em 1964. Desde então as universidades não

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04/03/2018 Para filósofo, rebeliões estudantis dos anos 60 começaram em Berkeley - 25/05/2008 - Mundo - Folha de S.Paulo

pensam mais que tem uma autoridade sobre os estudantes semelhante a dos
pais.

Folha Online - A respeito do legado intelectual dos anos sessenta,


Marcuse, com sua nova leitura do marxismo trazendo às questões
da sexualidade colocadas por Freud, e, por outro lado Guy Debord
(1931-94), com sua análise sobre a "sociedade do espetáculo" e a
idéia de que a realidade se tornou uma "representação" a todo
momento de formas reproduzidas pela sociedade do consumo, não
deram uma contribuição ao entendimento da sociedade em que
nós vivemos hoje?

John Searle - Eu considero Marcuse um filósofo bastante superficial e


confuso. Sua idéia de 'tolerância repressiva', o fato de que nós aceitarmos
opiniões diferentes é na verdade uma forma de repressão, não é uma idéia a
ser levada a sério. Para ele, permitir uma variedade de opiniões impossibilita
o crescimento das tensões que podem resultar em uma revolução. Para
Marcuse, para ter uma revolução é preciso ter uma classe reprimida, eu não
concordo com isso.

LEIA MAIS

Entenda o Maio de 68 francês


Conheça alguns dos principais conflitos ocorridos no mundo em 1968
Veja frases que expressavam o pensamento de Maio de 68
Saiba como o movimento estudantil francês se espalhou pela Europa
Veja fatos marcantes de 1968 no Brasil e no mundo

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