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Livro do

ECLESIASTES
ou o Pregador

Autor Para muitos intérpretes de Eclesiastes. a li- chegado a um consenso quanto à estrutura básica do livro. Suas
nhagem (1.1). o reinado em Jerusalém (1.12). a tendências conflitantes de otimismo e pessimismo dificultam a
grande sabedor.ia .(1.16) e a riqueza inigualável compreensão da intenção geral do livro. Contudo, os blocos de ma-
(2.4-9) do autor indicam que Ecles1astes foi escrito terial que o compõem referem-se em grande parte a esses dois te-
por Salomão (1Rs3; 4.21-34; 1O). que se autodenominou "o Prega- mas. Um esboço muito útil divide esses blocos em três ciclos
dor" (1.12). Ao final do livro (12.9-14). há uma homenagem à sabe- (1.3-3.8; 3.9-6.7; 6.8-12.7). cada um deles, apesar de dife-
doria de Salomão e um sumário com a admoestação de se "temer rentemente formulado, inicia com a mesma pergunta crucial "que
a Deus e guardar os seus mandamentos" (12.13). proveito?" A questão é levantada também ao final de 5.16 e 6.11.
Contudo, alguns estudiosos acreditam que o tipo de linguagem Oprimeiro ciclo contém três pares de seções sobre o trabalho
hebraica utilizada no livro, bem como a visão negativa a respeito dos e a sabedoria (1.12-15e1.16-18; 2.1-11e2.12-17; 2.18-26 e
governantes nele sugerida (4.13; 7.19; 8.2-4; 10.4-7) indicam que a 3.1-8), apresentando a conclusão de que embora o trabalho e o
obra foi escrita depois do tempo de Salomão. Esta foi então apresen- entendimento humanos propiciem a satisfação da realização, a
tada como um eco legítimo da tradição sapiencial que tem em vantagem obtida por uma pessoa é cancelada pela morte.
Salomão o seu expoente máximo, usando, portanto, o seu nome. Osegundo ciclo (3.9-6.7) aborda o tema do trabalho huma-
Éimportante observar que Eclesiastes não é o sumário de outro no em comparação com as obras perfeitas e eternas de Deus e
ensino sapiencial, mas uma afirmação peculiar de ensino sapiencial aconselha o ser humano a desfrutar das bênçãos simples que Deus
que o aprofunda enquanto acrescentando ao seu apelo geral. oferece nesta vida, mesmo diante da opressão humana. Oterceiro
ciclo (6.8-12. 7) desenvolve o tema da sabedoria humana em
Data e Ocasião Aqueles que consideram contraste com a inescrutabilidade dos desígnios de Deus.
que o livro é proveniente de um escritor posterior a A conclusão de Salomão de que a morte faz com que toda
Salomão, em geral, datam Eclesiastes após o exílio sabedoria e trabalho humanos sobre a face da terra ("debaixo do
babilônico, o qual ocorreu no século VI a.e. Se se ad- sol" 1.14; 2.11, 17) sejam em vão não significa que as pessoas
mite que Salomão é o seu autor, o livro deve ser então datado a devam abandonar a sociedade e a cultura e passar a viver uma vida
partir do século X a.e. ascética. Tampouco a prioridade cristã de proclamar o evangelho
Eclesiastes tem sido considerado como uma obra apologética. para a conversão dos pecadores ("vosso trabalho não é vão". 1Co
isto é, uma tentativa de defender a fé em Deus através de respostas 15.58) significa que os cristãos devam abdicar das suas responsa-
a argumentos negativos. Com tal peculiaridade, o livro freqüen- bilidades culturais. Ao contrário, Salomão ordena (9. 7-1 O) que o
temente parece expressar uma perspectiva secular, argumentando povo de Deus desfrute da vida, apesar da sua futilidade, duras
que a vida não tem sentido. Diante de tais argumentos, o escritor realidades e incertezas. e trabalhe com todo o vigor. Essa visão
chega à conclusão de que a fé em Deus é o único caminho para a prática da vida não constitui estoicismo grego, tampouco um
realização humana. Embora os ensinamentos do livro possam ser produto do esforço humano: é um dom de Deus (3.13; 5.19) para
utilizados na evangelização, a maioria dos estudiosos judeus e aqueles que o temem e guardam os seus mandamentos (5.1-7;
cristãos tem entendido que Eclesiastes é dirigido ao povo de Deus, 12.13-14). Eclesiastes ensina tanto a responsabilidade humana em
não aos que desconhecem a Deus ou se rebelam contra ele. O livro obedecer a Deus com alegria, como também a soberana provisão
constitui o sábio conselho de Deus àqueles que conhecem os seus de Deus da capacidade de obedecer.
caminhos, mas os acham difíceis e perturbadores. Eclesiastes se atém à questão de como as pessoas devem viver
(6.12) num mundo onde o bom Criador (3.11, 14) e justo Juiz (3.17)
Características e Temas Eclesiastes soberanamente ordena que coisas "más" sucedam igualmente aos
busca dar uma resposta à pergunta: Que proveito que são retos (7.13-14) bem como aos iníquos e não de acordo com
tem o homem no trabalho e na sabedoria? Otrabalho o merecimento pessoal de cada um (8.14; 9.1 ). Odom do contenta-
e a sabedoria constituem os dois temas principais do mento deve ser exercido não apenas diante da opressão humana
livro. Palavras como "vantagem", "proveito" e palavras semelhan- (3.22--4.3), mas também diante da futilidade e da morte (9.7-1 O)
tes, como "melhor" (6.9). ocorrem inúmeras vezes no texto. Outra que Deus impôs sobre a raça humana em razão do pecado.
palavra importante, "vaidade", que transmite a noção de inutilida- Relacionando este livro com Cristo e com o Novo Testamento,
de, também tem grande ocorrência no livro. Essa palavra-chave é poderíamos levantar os seguintes aspectos: se o veredicto divino de
usada no tema que emoldura o livro (1.2; 12.8). que em cada caso "justo" ou "injusto" não é proferido nesta vida, será proferido após a
é acompanhada por um poema relacionado ao tema (1.3-11; morte, no dia do Julgamento (3.17; 12.14). Eclesiastes afirma a exis-
1.7-12.7). Afora essas estruturas literárias óbvias, não se tem tência após a morte (9.10; 12.7), mas a ressurreição do corpo não
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é mencionada. A ressurreição de Cristo, que garante a ressurreição Em resumo, Eclesiastes ensina como os eleitos de Deus, fo-
dos crentes para a vida eterna (1Co 15), ainda estava por vir. rasteiros neste mundo "debaixo do sol" (1Pe 1.1), mas também ci-
Oâmbito da criação discutido em Eclesiastes é indicado pelas dadãos do céu (Fp 3.20), devem viver entre as profundas
expressões sinônimas "debaixo do sol", "debaixo do céu" e "na frustrações e tensões do tempo presente que é mau (Rm 8.18-23).
terra". A afirmação de Salomão de que tudo é fútil não se aplica à
realidade transcendente do céu; não há contradição entre o Título "Eclesiastes" é uma tradução da palavra he-
Salomão e Paulo. Quaisquer tesouros que os descendentes de braica qohe!eth, significando "aquele que reúne a comu-
Adão ajuntarem na terra lhes serão tirados, mas o esforço celestial nidade da aliança", convencionalmente traduzida por
realizado através do Segundo Adão, que venceu a morte, nunca é "Pregador". O termo "Eclesiastes" foi usado pela
vão (1 Co 15.58). Septuaginta, tradução grega da Bíblia, e pela Vulgata, tradução latina.

Esboço do Eclesiastes
1. Introdução (1.1 ) C. Compromisso sincero para com Deus (5.1-7)
li. Tema (1.2) D. Insatisfação no trabalho (5.8--6.7)
Ili. Limitações do trabalho e da sabedoria (1.3-3.8) V. Sabedoria em humildade diante do Deus que é Juiz e
A. Os ciclos da criação (1.3-11) cuja sabedoria é imperscrutável (6.8-12. 7)
B. As futilidade do trabalho e da sabedoria (1.12-18) A. A inutilidade de confrontar-se com Deus (6.8-12)
C. As recompensas efêmeras do trabalho e da sabedoria B. Oque é bom para ser humano (7.1-18)
(2.1-17) c. opoder da sabedoria (7.19-8.8)
D. Os enigmas do trabalho e da sabedoria (2.18-3.8) D. O julgamento não realizado (8.9-9.1 O)
IV. O trabalho no temor a Deus, cujas obras são eternas E. O poder da estultícia (9.11-10.7)
(3.9-6.7) F. Conselhos para uma vida sábia (10.8-12.7)
A. Deus como Criador e Juiz (3.9-21) VI. Tema (12.8)
B. Contentamento ou inveja (3.22--4.16) VII. Conclusão (12.9-14)

Tudo é vaidade retorna aos seus circuitos. 7 hTodos os rios correm para o
Palavra do Pregador, filho de Davi, ªrei de Jerusalém: mar, e o mar não se enche; ao lugar para onde correm os rios,
1 2 bVaidade de vaidades 1 , diz o Pregador; vaidade de
vaidades, ctudo é vaidade. 3 d Que proveito tem o homem de
para lá tornam eles a correr. 8 Todas as coisas são 3 canseiras
tais, que ninguém as pode exprimir; ios olhos não se fartam
todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol? de ver, nem se enchem os ouvidos de ouvir. 9 iQ que foi é o
que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há,
A eterna mesmice pois, novo debaixo do sol. 10 Há alguma coisa de que se possa
4 Geração vai e geração vem; emas a terra permanece para dizer: Vê, isto é novo? Não! Já foi nos séculos que foram antes
sempre. S!Levanta-se o sol, e põe-se o sol, e 2 volta ao seu de nós. 11 1Já não há lembrança das coisas que precederam; e
lugar, onde nasce de novo. ó gO vento vai para o sul e faz o das coisas posteriores também não haverá memória entre os
seu giro para o norte; volve-se, e revolve-se, na sua carreira, e que hão de vir depois delas.

CAPÍTULO 1 1 ªPv 1.11 2 bSI 39.5-6; 62.9; 144.4; Ec 12.8 C(Rm 8.20-21] 1 Ou Absurdidade, Frustração, Futilidade, Contra-senso; aqui e
no restante do livro 3 dEc 2.22; 3.9 4 es1104.5; 119.90 S/Si 19.4-6 2Está ávido pelo; lit. ofegante 6 gEc 11.5; Jo 3.8 7 h [SI 104.8-9; Jr
522] 8iPv27.20;Ec4.83enfadonhas 9iEc315 JJ 1Ec2.16
•1.1 Pregador. O original hebraico enfatiza a funçáo de Salomáo como aquele labutas culturais. Nunca ficam completamente satisfeitas ante os resultados e
que convoca a comunidade da aliança, a fim de testemunhar e de celebrar a glória sáo impulsionadas a repetir esforços anteriores.
do Rei dos céus. que enche seu templo terrestre (1Rs 8). As palavras de Salomáo •1.3 proveito. A idéia de que o labor da vida náo tem proveito, apresentada aqui
sáo dirigidas ao povo de Deus, náo aos agnósticos. como uma pergunta retórica, é declarada diretamente em 2.11.
filho de Davi. Ver a lntroduçáo: Autor. debaixo do sol. Esta expressão é sinônima de "debaixo do céu" e "sobre a
terra". Oequivalente paulino é: "mundo perverso" (GI 1.4). As energias investidas
•1.2 Vaidade. A palavra, no hebraico, significa "sopro" ou "neblina" e, por isso,
nos reinos terrenos, com freqüência, náo têm valor para o Reino dos céus (Me
aquilo que é "inútil", "fútil" ou "náo-substancial". A morte dos seres humanos
8.36). Em contraste, a obra do Senhor não é vã IJo 6.27-29; 1Co 15 58).
torna inúteis os feitos e desejos das pessoas que criam as culturas terrenas
("debaixo do sol"). •1.4 Geração vai e geração vem ... permanece. As pessoas vivem constante-
mente começando de novo (tal como o sol, no v. 5), enquanto que, ern contraste, a
tudo. Esta palavra é qualificada pela expressáo "debaixo do sol" (v. 3) e significa terra (à qual cada pessoa retorna) permanece para sempre.
tudo quanto as pessoas experimentam com os seus sentidos (v. 8).
•1.6 retorna aos seus circuitos. Esta expressáo é o ponto focal do poema em
•1.3-11 A expressão "Que proveito tem o homem?" provê o tema desse poema 1.4-8, figura para o refráo repetido de Salomáo "correr atrás do vento".
de abertura, enfocando a atenção do leitor sobre a evidente futilidade do trabalho • 1. 7 não se enche. As experiências das pessoas comumente nunca as enchem
e do estudo. Embora essas coisas ofereçam alguma satisfaçáo de realizaçáo, a ou satisfazem, tal como as águas nunca enchem o mar.
morte parece torná-las sem significado.
•1.9-11 As realizações culturais náo podem reverter o fútil processo da repetiçáo
•1.3-8 Por causa da morte, as pessoas precisam recomeçar continuamente suas do que já foi feito, pois todos morrem, e suas obras sáo esquecidas.
ECLESIASTES 1, 2 770
A experiência do Pregador de cantores e cantoras e das delícias dos filhos dos homens:
12 Eu, o Pregador, venho sendo rei de Israel, em Jerusa- 4 mulheres e mulheres. 9 hEngrandeci-me e isobrepujei 5 a to-

lém. 13 Apliquei o coração a esquadrinhar e a minformar-me dos os que viveram antes de mim em Jerusalém; perseverou
com sabedoria de tudo quanto sucede debaixo do céu; neste também comigo a minha sabedoria. 10 Tudo quanto deseja-
enfadonho trabalho impôs Deus aos filhos dos homens, para ram os meus olhos não lhes neguei, nem privei o coração de
nele os afligir. 14 Atentei para todas as obras que se fazem de- alegria alguma, pois eu me alegrava com todas as minhas fadi-
baixo do sol, e eis que tudo era vaidade e correr atrás do ven- gas, e /isso era a 6 recompensa de todas elas. 11 Considerei to-
to . .15 °Aquilo que é torto não se pode endireitar; e o que falta das as obras que fizeram as minhas mãos, como também o
não se pode calcular. 16 Disse comigo: eis que me engrandeci trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era
e Psobrepujei em sabedoria a todos os que antes de mim exis- 'vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia de-
tiram em Jerusalém; com efeito, o meu coração tem tido 4 lar- baixo do sol.
ga experiência da sabedoria e do conhecimento. 17 q Apliquei
o coração a conhecer a sabedoria e a saber o que é loucura e o A vaidade da sabedoria
que é estultícia; e vim a saber que também isto é correr atrás 12 Então, passei a considerar a sabedoria, me a loucura, e a
do vento. 18 Porque 'na muita sabedoria há muito enfado; e estultícia. Que fará o homem que seguir ao rei? O mesmo que
quem aumenta ciência aumenta tristeza. outros já nfizeram. 13 Então, vi que a sabedoria ºé mais pro-
veitosa do que a estultícia, quanto a luz traz mais proveito do
A vaidade das possessões que as trevas. 14 POs olhos do sábio estão na sua cabeça, mas
ªDisse comigo: vamos! Eu te provarei com ba alegria; o estulto anda em trevas; contudo, entendi que qo mesmo
2 goza, pois, a felicidade; mas ctambém isso era vaidade. lhes sucede a ambos. 15 Pelo que disse eu comigo: como
2 Do riso disse: é loucura; e da alegria: de que serve? 3 d Resol- acontece ao estulto, assim me sucede a mim; por que, pois,
vi no meu coração 1 dar-me ao vinho, regendo-me, contudo, busquei eu mais a sabedoria? Então, disse a mim mesmo que
pela sabedoria, e entregar-me à loucura, até ver o que eme- também isso era vaidade. 16 Pois, tanto do sábio como do es-
lhor seria que fizessem os filhos dos homens debaixo do céu, tulto, 'a memória não durará para sempre; pois, passados al-
durante os poucos dias da sua vida. 4 Empreendi grandes guns dias, tudo cai no esquecimento. Ah! Morre o sábio, e da
obras; edifiquei para mim !casas; plantei para mim vinhas. mesma sorte, o estulto! 17 Pelo que aborreci a vida, pois me
5 Fiz jardins e pomares para mim e nestes plantei árvores fru- foi penosa a obra que se faz debaixo do sol; sim, tudo é vaida-
tíferas de toda espécie. 6 Fiz para mim açudes, para 2regar de e correr atrás do vento.
com eles o bosque em que reverdeciam as árvores. 7 Comprei
servos e servas e tive 3 servos nascidos em casa; também pos- A vaidade do trabalho
suí bois e ovelhas, mais do que possuíram todos os que antes 18 Também aborreci todo o meu trabalho, com que me afa-
de mim viveram em Jerusalém. 8gAmontoei também para diguei debaixo do sol, visto que 5 o seu ganho eu havia de dei-
mim prata e ouro e tesouros de reis e de províncias; provi-me xar a quem viesse depois de mim. 19 Equem pode dizer se será

• 13 m [Ec 7.25; 8.16-17] n Gn 3.19; Ec 3.10 15 o Ec 7.13 16 P 1Rs 3.12-13; Ec 2.9 4 Lit. tem visto grande sabedoria e conhecimento
17 QEc 2.3,12; 7.23,25; [1Ts 5.21] 18rEc12.12
ª
CAPÍTULO 2 1 Lc 12.9 b Pv 14.13; [Ec 7.4; 8.15] cEc 1.2 3 dEc 1.17 e [Ec 3.12-13; 5.18; 6.12] I Lit. arrastar minha carne com 4/1Rs
7.1-12 6 2 irrigar 7 3 Lit.filhos de minha casa 8g1Rs 9.28; 10.1O,14,21 4 Sentido exato desconhecido 9 h Ec 1.16 i2Cr 9.22 5 Lit.
aumentei mais do que IOiEc3.22;5.18;9.9 óLit.porção 111Ec1.3,14 12 mEc1.17;7.25nEc1.9 13ªEc7.11,14,19;9.18;10.10
14PPv17.24;Ec8.1 qSl49.10;Ec9.2-3,11 16'Ec1.11;4.16 18SSl49.10
•1.12·15 A investigação pessoal de Salomão conclui que a cultura humana é mal •2.1-11 Para Salomão em particular (1 As 4-11 J, as alegrias das realizações
orientada e incompleta. terrenas são insatisfatórias.
•1.12 rei ... em Jerusalém. Ver a Introdução: Autor. •2.1 goza. Uma referência à auto-indulgência.
•1.13 com sabedoria. As realizações deste mundo efetuadas sob a maldição •2.3 regendo-me, contudo, pela sabedoria. Ver o v. 9. Para determinar o que
de Deus (Gn 3.16-19) são fúteis e frustrantes. era bom que as pessoas fizessem, Salomão investigou a vida, sem se esquecer-
enfadonho trabalho. A existência humana inclui cargas divinamente impostas se da orientação protetora da palavra de Deus.
(Gn 3.16-19; Rm 8.22-23). Jesus é que as torna suportáveis (Mt 11.28-30). •2.4·9 grandes obras ... Engrandeci-me. As riquezas do mundo fluíam para
Deus. Onome pessoal do Deus da aliança ':Javé" (convencionalmente traduzido Jerusalém e estavam à disposição de Salomão.
por SENHOR) não é usado em Eclesiastes. •2.10· 11 me alegrava ... a recompensa ... nenhum proveito havia debaixo
•1.13·14 debaixo do céu ... debaixo do sol. Ver 1.3, nota. do sol. Salomão experimentava alegria ao fazer algum trabalho, mas deixou de
•1.14 Atentei para todas as obras. Salomão tinha uma perspectiva exata atingir a satisfação de produzir qualquer coisa de valor celeste permanente.
sobre o tempo presente. por causa do dom de Deus 11 Rs 3), bem como sobre o •2.12-17 A vantagem terrena da sabedoria sobre a insensatez é cancelada pela
passado, porquanto ele meditava sobre a Palavra revelada de Deus. morte.
•1.15 torto ... o que faltil. Isso é resultado não somente do mal humano, mas •2.12-13 a sabedoria. Não a sabedoria ou sagacidade secular, mas a sabedoria
também da maldição divina (7.13; Gn 3.16-19). dada por Deus, que não tem igual.
•1.16 sabedoria. O aumento da verdadeira sabedoria aumenta a sensibilidade •2.15 mais a sabedoria. Ovalor da sabedoria parece estar comprometido, porque
do indivíduo para com os efeitos infelizes do pecado, pois nem todos esses o sábio não pode proteger-se do abismo da morte mais do que o insensato.
efeitos são imediatamente visíveis. •2.17 aborreci. Ao concluir que a maldição da morte apaga o proveito do labor
todos os que antes de mim existiram em Jerusalém. Da perspectiva de sábio, Salomão chegou a odiar a vida nesta presente era maligna.
Salomão, estes se refeririam a antigos reis pré-israelitas (Gn 14.18; Js 10.1 ). •2.18-26 Salomão reflete sobre as frustrações associadas ao trabalho. A morte
771 ECLESIASTES 2, 3
sábio ou estulto? Contudo, ele terá domínio sobre todo o ga- O homem não conhece o seu tempo determinado
nho das minhas fadigas e sabedoria debaixo do sol; também 9 hQue proveito tem o trabalhador naquilo com que se
isto é vaidade. 20 Então, me empenhei por que o coração se afadiga? 10 ;Vi o trabalho que·Deus impôs aos filhos dos ho-
desesperasse de todo trabaiho com que me afadigara debaixo mens, para com ele os afligir. 11 Tudo fez Deus formoso no
do sol. 21 Porque há homem cujo trabalho é feito com sabe- seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do
doria, ciência e destreza; contudo, deixará o seu 7 ganho homem, jsem que este possa descobrir as obras que Deus fez
como porção a quem por ele não se esforçou; também isto é desde o princípio até ao fim. 12 Sei que nada há 'melhor para
vaidade e grande mal. 22 1Pois que tem o homem de todo o o homem do que regozijar-se e levar vida regalada; 13 e tam-
seu trabalho e da fadiga do seu coração, em que ele anda tra- bém que mé dom de Deus que possa o homem comer, beber e
balhando debaixo do sol? 23 Porque todos os seus dias são desfrutar o bem de todo o seu trabalho. 14 Sei que tudo quan-
udores, e o seu trabalho, desgosto; até de noite não descansa to Deus faz durará eternamente; nnada se lhe pode acrescen-
o seu coração; também isto é vaidade. tar e nada lhe tirar; e isto faz Deus para que os homens
24 vNada há melhor para o homem do que comer, beber e temam diante dele. 15 °0 que é já foi, e o que há de ser tam-
fazer que a sua alma goze o bem do seu trabalho. No entanto, bém já foi; Deus 2 fará renovar-se 3 o que se passou.
vi também que isto vem da mão de Deus, 25 pois, 8separado
deste, quem pode comer ou quem pode alegrar-se? 26 Porque Semelhança aparente na morte entre homens
Deus dá xsabedoria, conhecimento e prazer ao homem que e animais
lhe agrada; mas ao pecador dá trabalho, para que ele ajunte e 16 PVi ainda debaixo do sol que no lugar do 4 juízo reinava
amontoe, a fim de zdar àquele que agrada a Deus. Também a maldade e no lugar da justiça, 5 maldade ainda. 17 Então,
isto é vaidade e correr atrás do vento. disse comigo: qDeus julgará o justo e o perverso; pois há tem-
po para todo 6 propósito e para toda obra. 18 Disse ainda comi-
Tempo para tudo go: é por causa dos filhos dos homens, para que Deus os
Tudo tem o seu tempo determinado, e ªhá tempo para prove, e eles vejam que são em si mesmos como os animais.
3 todo propósito debaixo do céu: 2 há tempo de 1 nascer e
btempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o
19 rporque o que sucede aos filhos dos homens sucede aos
animais; o mesmo lhes sucede: como morre um, assim morre
que se plantou; 3 tempo de matar e tempo de curar; tempo de o outro, todos têm o mesmo fôlego de vida, e nenhuma van-
derribar e tempo de edificar; 4 ctempo de chorar e tempo de tagem tem o homem sobre os animais; porque tudo é vaida-
rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria; 5 tempo de. 20 Todos vão para o mesmo lugar; 5 todos procedem do pó
de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; dtempo de e ao pó tornarão. 21 1Quem 7 sabe se o 8 fô!ego de vida dos fi-
abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; 6 tempo de buscar e lhos dos homens se dirige para cima e o dos animais para bai-
tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora; xo, para a terra? 22 upeJo que vi não haver coisa melhor do
7 tempo de rasgar e tempo de coser; e tempo de estar calado e que alegrar-se o homem nas suas obras, porque vessa é a sua
tempo de !falar; 8 tempo de amar e tempo de gaborrecer; 9 recompensa; xquem o fará voltar para ver o que será depois


tempo de guerra e tempo de paz . dele?

21 1herança 22 tEc 1.3; 3.9 23 UJó 5.7; 14.1 24 VEc 3.12-13,22; Is 56.12; Lc 12.19; 1Co 15.32; [1Tm 6.17] 25 Bconformealguns
mss. Hebr., LXX e S; TM, Te V mais do que eu 26 x Jó 32.8; Pv 2.6; Tg 1.5 z Jó 27.16-17; Pv 28.8
CAPÍTUL03 taEc3.17;8.6 2bJó14.5;Hb9.271Lit.daràluz 4cRm12.15 SdJl2.16;1Co7.5 7eAm513ÍPv25.11 8gPv
13.5;Lc14.26 9hEc1.3 10iEc1.13 1UJó5.9;Ec723;8.17;Rm1133 121Ec2.3,24 13mEc2.24 14nTg1.17 1S 0 Ec
1.9 2Qupedecontasdo, lit.busca 3o que é perseguido 16 PEc 5.8 4dajustiça 5/niqüidade 17 qGn 18.25; SI 96.13; Ec 11.9; [Mt 16.27;
Rm 2.6-10; 2Co 5.10; 2Ts 1.6-9] ô desejo 19 rs149.12.20; 73.22; [Ec 2 16] 20 sGn 3.19; SI 103.14 21 IEc 12.7 7Qu Quem conhece o
espírito dos filhos dos homens, o qual vai para cima, e o espírito do animal, o qual vai para baixo, para a terra? Bespírito 22 UEc 2.24; 5.18 VEc
2.10 XEc 6.12; 8.7 ºporção ou sorte
arrebata o proveito do labor de seu produtor. A situação torna-se ainda mais eternamente" e explicado no v. 11 como "desde o princípio até o fim". Ocoração
insuportável por não se saber se. no futuro, a propriedade será dissipada por algum sabe que a história não é destituída de sentido, mas é frustrado em seus esforços
insensato (vs. 18-19) ou dada a algum herdeiro que não lhe dará valor (vs. 20-21). por discernir o padrão dos acontecimentos.
•2.23 não descansa. Os fardos dolorosos e sempre presentes da vida solapam •3.12 nada há melhor. A principal aplicação do autor é o seu conselho repetido
até os prazeres legítimos do trabalho (v. 1O) e podem privar o trabalhador de seu (2.24-26; 3.12,22; 5.18-20; 8.15) e a sua ordem (9.7-10) para se contentar com o
sono. que Deus tem ordenado para a vida de uma pessoa (1Co 7.20; 1Tm 6.8).
•2.24 melhor. Em sua conclusão sobre o que é bom /v. 3), Salomão observa que •3.14 temam. Otermo significa dar a Deus a honra que corresponde ao que ele
os prazeres comuns da vida e do trabalho também se originam em Deus. é (Êx 34.8; Is 6.5; Lc 5.8; Ap 1.17)
•2.26 ao homem que lhe agrada ... ao pecador. Por maior que seja a •3.15-21 Deus. o Juiz, está em vista.
prosperidade tempmfaia (\() Ím\liCl, sãCl os iustos "diante de Deus" que, afinal de •3.17 o justo e o perverso. Como punição pelo seu pecado, as pessoas, como
contas. são os beneficiários das bênçãos de Deus. os animais /vs. 18-20), devem morrer (Gn 3.19). Não obstante, a distinção entre
vaidade. A questão em vista parece ser a futilidade do trabalho de uma pessoa os justos e os perversos não é removida pela morte. mas será revelada por
transferida para outra. tal como se vê nos vs. 20-21. ocasião do julgamento divino.
•3.1 tempo. As pessoas verdadeiramente sábias sabem que todos os seus tempo. Deus ordena tudo quanto ocorre sobre a terra /vs. 1-8). Ele também
"tempos" estão nas mãos de Deus (SI 31.15) e que há um tempo apropriado para determinou um dia para julgar os feitos de todos os seres humanos (o ""Dia do
cada atividade humana. Senhor"; JI 3).
•3.11 eternidade. Este é o termo hebraico traduzido no v. 14 como "durará •3.21 Ouem sabe se o fôlego de vida dos filhos dos homens. Em outros
ECLESIASTES 4, 5 772
As tribulações da Yida A loucura de votos precipitados
~ainda t?das ªas opressões que se_ fazem debaixo do sol: ªGuarda o pé, quando entrares na Casa de Deus; che-
4 v1 as lágrimas dos que foram oprimidos, sem que nin-
guém os consolasse; vi a violência na mão dos opressores,
5 gar-se para ouvir bé melhor do que oferecer sacrifícios de
tolos, pois não sabem que fazem mal. 2 cNão te precipites
sem que ninguém consolasse os oprimidos. 2 bPelo que tenho com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar
por mais felizes os que já morreram, mais do que os que ainda palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e
vivem; 3 cporém mais que uns e outros tenho por feliz aquele tu, na terra; portanto, d sejam poucas as tuas palavras. 3 Por·
que ainda não nasceu e não viu as más obras que se fazem que dos muitos trabalhos vêm os sonhos, e edo muito falar,
debaixo do sol. 4 Então, vi que todo trabalho e toda destreza palavras néscias. 4/Quando a Deus fizeres algum voto, não
em obras provêm da inveja do homem contra o seu próximo. tardes g em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos. Cumpre
Também isto é vaidade e correr atrás do vento. 5 dQ tolo o voto que fazes. 5 h Melhor é que não votes do que votes e
cruza os braços e come a própria carne, dizendo: 6 e Melhor é não cumpras. 6 Não consintas que ia tua boca te faça culpado,
um punhado de descanso do que ambas as mãos cheias de jnem digas diante do mensageiro de Deus que foi inadvertên-
trabalho e correr atrás do vento. cia; por que razão se iraria Deus por causa da tua 1palavra, a
7 Então, considerei outra vaidade debaixo do sol, 8 isto é, ponto de destruir as obras das tuas mãos? 7 Porque, como na
um homem sem 1ninguém, não tem filho nem irmã; contu- multidão dos sonhos há vaidade, assim também, nas muitas
do, não cessa de trabalhar, e /seus olhos não se fartam de palavras; tu, porém, 1teme a Deus.
riquezas; e gnão diz: Para quem trabalho eu, se nego à minha
alma hos bens da vida? Também isto é vaidade e 2 enfadonho A vaidade das riquezas
trabalho. 8mse vires em alguma província opressão de pobres e o
9 Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor 2 roubo em lugar do direito e da justiça, não te maravilhes de
paga do seu trabalho. 10 Porque se caírem, um levanta o semelhante caso; porque no que está alto tem acima de si
companheiro; ai, porém, do que estiver só; pois, caindo, não outro mais alto que o explora, e sobre estes há ainda outros
haverá quem o levante. 11 Também, se dois dormirem juntos, mais elevados que também exploram. 9 O proveito da terra é
eles se aquentarão; mas um só como se aquentará? 12 Se para todos; até o rei se serve do campo.
alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; o 10 Quem ama o dinheiro jamais dele se farta; e quem ama
cordão de três dobras não se rebenta com facilidade. a abundãncia nunca se farta da renda; também isto é vaidade.
13 Melhor é o jovem pobre e sábio do que o rei velho e 11 Onde os bens se multiplicam, também se multiplicam os
insensato, que já não se deixa admoestar, 14 ainda que aquele que deles comem; que mais proveito, pois, têm os seus donos
saia do cárcere para reinar ou nasça pobre no reino deste. do que os verem com seus olhos? 12 Doce é o sono do traba-
15 Vi todos os viventes que andam debaixo do sol com o lhador, quer coma pouco, quer muito; mas a fartura do rico
jovem sucessor, que ficará em lugar do rei. 16 Era sem conta não o deixa dormir. 13 ºGrave mal vi debaixo do sol: as rique·
todo o povo que ele 3 dominava; tampouco os que virão zas que seus donos guardam para o próprio dano. 14 E, se tais
depois se hão de regozijar nele. Na verdade, que também isto riquezas se perdem por qualquer 3 má aventura, ao filho que
é vaidade e correr atrás do vento. gerou nada lhe fica na mão. 15 PComo saiu do ventre de sua
~~~~~~~~~~~~~~~~
~ CAPÍTULO 4 1 ªJá 35.9; SI 12.5; Ec 3.16; 5.8; Is 5.7 2 b Já 3.17-18 3 e Já 3.11-22; Ec 63; Lc 23.29 5 dPv 6.10; 24.33 6 e Pv
15.16-17; 16.8 8/Pv 27.20; Ec 5.10; [1Jo 2.16] gs139.6 hEc 2.18-21 1 Lit. um segundo 2Lit. grave infortúnio 16 3Lit.para todos diante
de qu,em ele era parq estar
CAPITULO 5 1 ªEx 3.5; Is 1 12 b[1Sm 15.22]; SI 50.8; Pv 15 8; 21.27; [Os 6.6] 2 cpy 20.25 dpy 10.19; Mt 6.7 3epv10.19 4/Nm
30.2; Dt 23.21-23; SI 50.14; 76.11gsl66.13-14 5 hPv 20.25; At 5.4 6 iPv 6.2 j1Co 11.10 1 Lit. voz 7 l[Ec 12.13] 8 mEc 3.16 n [SI
12.5; 58 11; 82.1] 2 Lit. roubo do, no sentido de perversão ou negação do 13 o Ec 6.1-2 14 3 Lit. mau negócio 15 P Já 1.21; SI 4\\.17;
1Tm 6.7
lugares, Salomão observa que, embora o corpo físico retorne ao pó, o espírito •5.1-7 O sumário do Livro do Eclesiastes (12.13) expande a exortação para se
retorna para Deus 112.7). temer a Deus (v. 7), o princípio aqui enfatizado por Salomão.
•4.1-3 dos que foram oprimidos •.. tenho por mais felizes os que já •5.2 boca. Os pensamentos do coração são expressos nas palavras que saem
morreram. Passando em revista a situação angustiante dos oprimidos, Salomão da boca. Deus julgará essas palavras (Mt 12.34-37).
especula que os mortos e os não nascidos estão em melhor situação do que os •5.4-5 voto. Uma promessa específica feita a Deus (Dt 23.21-23). Ver 'lingua-
vivos. gem Honesta, Juramentos e Votos", em Ne 5.12.
•4.4-16 A inveja e a falta de contentamento são o combustível que impulsiona a •5.6 boca. Ver nota no v. 2.
busca da satisfação terrena. mensageiro. A palavra hebraica assim traduzida também pode ser traduzida por
•4.5-6 descanso. Apesar de seus anteriores pensamentos melancólicos, "anjo". Poderia referir-se a um sacerdote que servisse no templo (MI 2.7).
Salomão conclui que a suficiência com contentamento é melhor do que o •5.8-17 A ganância é responsável por muitos dos aspectos prejudiciais das
resultado necessário da preguiça (v. 5) ou o excesso acompanhado pela labuta riquezas.
incansável (vs. 6,8). •5.8 não te maravilhes. A opressão e a injustiça são inevitáveis (4.1-3).
•4.9-12 dois. A cooperação, em lugar da contenda arraigada na inveja, produz o •5.10-12 ama o dinheiro. A ganância é insaciável e tira o sono do indivíduo; o
sucesso e provê proteção contra os cobiçosos. contentamento provê descanso (1Tm 6.6-10).
•4.13-16 Um povo caracteristicamente descontente não aprecia bons líderes, •5.13-17 Salomão pondera as tragédias das riquezas não usadas e perdidas.
pensamento que leva Salomão de volta ao seu tema da evidente futilidade da Tudo quanto não for perdido "através do infortúnio" deve ser deixado para trás por
vida. ocasião da morte. Olabor terreno parece ser inútil.
773 ECLESIA.STES 5-7
mãe, assim nu voltará, indo-se como veio; e do seu trabalho 10 A tudo quanto há de vir ;já se lhe deu o nome, e sabe-se
nada poderá levar consigo. ló Também isto é grave mal: pre- o que é o homem, ie que não pode contender com quem é
cisamente como veio, assim ele vai; e qque proveito lhe vem mais forte do que ele. 11 É certo que há muitas coisas que só
rde haver trabalhado para o vento? 17 5 Nas trevas, comeu em aumentam a vaidade, mas que aproveita isto ao homem?
todos os seus dias, com muito enfado, com enfermidades e in· 12 Pois quem sabe o que é bom para o homem durante 5 os
dignação. 18 Eis o que eu vi: 1boa e bela coisa é comer e beber poucos dias da sua vida 6 de vaidade, os quais gasta 1como
e gozar cada um do bem de todo o seu trabalho, com que se sombra? mouem pode declarar ao homem o que será depois
afadigou debaixo do sol, durante os poucos dias da vida que dele debaixo do sol?
Deus lhe deu; "porque esta é a sua porção. 19 vouanto ao ho·
mem a quem Deus conferiu riquezas e bens e lhe deu poder Comparadas a sabedoria e a loucura
para deles comer, e receber a sua porção, e gozar do seu tra-
balho, isto é x dom de Deus. 20 Porque não se lembrará muito
dos dias da sua vida, porquanto Deus lhe enche o coração de
7 ªMelhor é a boa fama do que o ungüento precioso, e o
dia da morte, melhor do que bo dia do nascimento.
2 Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há
alegria. banquete, pois naquela se vê o fim de todos os homens; e os
ªHá um mal que vi debaixo do sol e que pesa sobre os vivos que eo tomem em consideração. 3 Melhor é a 1 mágoa
6 homens: 2 o homem a quem Deus conferiu riquezas,
bens e honra, be nada lhe falta de tudo quanto a sua alma de-
do que o riso, dporque com a tristeza do rosto 2 se faz me-
lhor o coração. 4 O coração dos sábios está na casa do luto,
seja, emas Deus não lhe concede que disso coma; antes, o es- mas o dos insensatos, na casa da alegria.se Melhor é 3 ouvir
tranho o come; também isto é vaidade e grave 1 aflição. 3 Se a repreensão do sábio do que ouvir a canção do insensato.
alguém gerar cem filhos e viver muitos anos, até avançada ó/Pois, qual o 4 crepitar dos espinhos debaixo de uma pane-
idade, e se a sua alma não se fartar do bem, e d além disso não la, tal é a risada do insensato; também isto é vaidade. 7 Ver-
tiver sepultura, digo que eum 2 aborto é mais feliz do que ele; dadeiramente, a opressão faz endoidecer até o sábio, ge o
4 pois debalde vem o aborto e em trevas se vai, e de trevas se suborno 5 corrompe o coração. 8 Melhor é o fim das coisas
cobre o seu nome; 5 não viu o sol, nada conhece. Todavia, do que o seu princípio; hmelhor é o paciente do que o arro-
tem mais descanso do que o outro, ó ainda que aquele vivesse gante. 9 iNão te apresses em irar-te, porque a ira se abriga
duas vezes mil anos, mas não gozasse o bem. Porventura, não no íntimo dos insensatos. 10 Jamais digas: Por que foram os
vão todos para / o mesmo lugar? dias passados melhores do que estes? Pois não é sábio per-
7 gTodo trabalho do homem é para a sua boca; e, contudo, guntar assim. 11 Boa é a sabedoria, havendo herança, e de
nunca se satisfaz o seu apetite. 8 Pois que vantagem tem o proveito, ipara os que vêem o sol. 12 A sabedoria 1protege 6
sábio sobre o tolo? Ou o pobre que sabe andar perante os como protege o dinheiro; mas o 7 proveito da sabedoria é
vivos? 9 Melhor é ha vista3 dos olhos do que o andar ocioso que ela mdá vida ao seu possuidor. 13 Atenta para as obras


da 4 cobiça; também isto é vaidade e correr atrás do vento . de Deus, pois nquem poderá endireitar o que ele torceu?

16 Hc 1.3 rpy 11.29 17 s SI 127.2 18 IEc 2.24; 3.12-13; [1Tm 6.17] u Ec 2.10; 3.22 19 V[Ec 6.2] XEc 2.24; 3.13
CAPÍTULO 6 1 a Ec 5.13 2 b Jó 21 1O; SI 17.14; 73.7 e Lc 12.20 1 doença 3 d 2Rs 9.35; Is 14.19-20; Jr 22.19 e Jó 3.16; SI 58.8; Ec
4.3 20uumnatimorto 6/Ec 2.14-15 7gpy16.26 9hEc11.9 3Q que os olhos vêem 4Lit.alma 10iEc1.9; 3.15 iJó 9.32; ls45.9; Jr
49.19 12 ISI 102.11; Tg 4.14 m SI 39.6; Ec 3.22 5Lit. o número de dias ó fútil
CAPÍTULO 7 1 a Pv 22.1 b Ec 4.2 2 e [SI 90 12] 3 d [2Cp 7.10] 1 aflição ou o pesar 2 se torna bom ou agradável 5 e SI 141.5; [Pv
13.18; 15.31-32] 3 dar ouvidos à ó/Ec 2.2 4 ruído 7 Hx 23.8; Ot 16.19; [Pv 17.8,23] 5 destrói 8 h Pv 14.29; GI 5.22; Ef 4.2
9 ipy 14.17; Tg 1.19 11iEc11.7 12 IEc 9.18 m Pv 3.18 6 Encobre em uma sombra, 7 a vantagem ou o lucro 13 n Já 12.14
•5.18--6. 7 Deus distribui soberanamente as riquezas. sabe como viver eficazmente no mundo, evita o descontentamento de desejos
•5.18 boa. A intenção de Deus é que o povo deve desfrutar dos benefícios de loucos e insatisfeitos.
seu trabalho como uma devida recompensa por seu labor. •6.1 O lhe deu o nome, e sabe-se. Deus identifica cada pessoa como um
pecador (7.20).
•5.19 Deus conferiu. A capacidade de desfrutar do labor terreno não se deriva
de uma força humana estóica, mas da graça conferida por Deus a ricos e a pobres contender. Ninguém, à parte de Cristo, tem defesa contra Deus.
(v. 12) igualmente. •7.1 dia da morte. Para os piedosos, a morte é "incomparavelmente melhor"
(Fp 1.23). porquanto vão estar com Cristo.
•6.2 Deus. As riquezas e a pobreza, bem como a capacidade ou incapacidade de
desfrutar dos próprios recursos, são decretadas por Deus. •7.2.4 casa onde há luto. Um funeral provê uma indispensável perspectiva
para a condição terminal universal.
não lhe concede que disso coma. Isso envolve controle sobre o gerenciamen-
•7.7 a opressão ... o suborno. Essas experiências comuns podem ameaçar
to das riquezas e não meramente o prazer derivado de gastá-las.
desestabilizar de outro modo uma boa condição espiritual (4.1-3).
•6.3 se a sua alma não se fartar do bem. Viver descontente com a abundante •7.9 a ira se abriga. Se não for dominada, a ira acesa pelas frustrações da vida
provisão de Deus é uma grande tragédia. leva à insensatez.
•6.6 o mesmo lugar. Ocaso daqueles que vivem muito tempo no descontenta- •7.11-12 A sabedoria ... dá vida. A verdadeira sabedoria concede benefícios
mento é mais patético do que o de uma criança nascida morta. A criança que nesta vida (contrastar com 8.8) e na vida vindoura. Cristo é a sabedoria remidora
nasce morta, pelo menos, não passa muitos anos na miséria auto-infligida da de Deus (1 Co 1.30). tornando a sabedoria acessível aos pecadores.
ingratidão. •7.13-18 Tanto as ilusões humanas de perfeição nesta vida quanto o entregar-se
•6. 7 nunca se satisfaz o seu apeti1e. Novamente, o trabalho terreno, por si à iniqüidade têm Deus por adversário.
mesmo, não preenche o vazio da alma (1.8). •7.13 quem poderá endireitar. Os decretos de Deus não podem ser revertidos.
•6.8 Ou o pobre que sabe andar perante os vivos. Este, embora pobre, que A maldição de Gn 3 só será anulada na consumação.
ECLESIASTES 7, 8 774
14 ºNo dia da prosperidade, goza do bem; mas, no dia da ad- sequer uma. 29 Eis o que tão-somente achei: f que Deus fez o
versidade, considera em que Deus fez tanto 8 este como aque- homem reto, mas gele se meteu em muitas astúcias.
le, para que o homem nada descubra do que há de vir depois
dele. A submissão diante do rei
Quem é como o sábio? E quem sabe a interpretação das
A moderação em tudo é boa
15 Tudo isto vi nos dias da minha vaidade: Phá justo que
8 coisas? sabedoria do homem faz reluzir o seu rosto, e
ªA
1
bmuda-se a dureza da sua face. Eu te digo: observa o
2
perece na sua justiça, e há perverso que prolonga os seus dias mandamento do rei, e isso cpor causa do teu juramento feito
na sua perversidade. 16 qNão sejas demasiadamente justo, a Deus. 3 d Não te apresses em deixar a presença dele, nem te
rnem exageradamente sábio; por que te destruirias a ti obstines em coisa má, porque ele faz o que bem entende.
mesmo? 17 Não sejas demasiadamente perverso, nem sejas 4 Porque a palavra do rei tem autoridade suprema; e e quem
louco; 5 por que morrerias fora do teu tempo? 18 Bom é que lhe dirá: Que fazes? s Quem guarda o mandamento não
retenhas isto e também daquilo não retires a mão; pois quem experimenta nenhum mal; e o coração do sábio 2 conhece o
1teme a Deus de tudo isto 9sai ileso. tempo e o modo. 6 Porque !para todo propósito há tempo e
19 uA sabedoria fortalece ao sábio, mais do que dez modo; porquanto 3 é grande o mal que pesa sobre o homem.
poderosos que haja na cidade. 20 vNão há homem justo sobre 7 gPorque este não sabe o que há de suceder; e, como há
a terra que faça o bem e que não peque. 21 Não apliques o de ser, ninguém há que lho declare. 8 hNão há nenhum
coração a todas as palavras que se dizem, para que não homem que tenha domínio sobre o vento para o reter; nem
venhas a ouvir o teu servo a amaldiçoar-te, 22 pois tu sabes tampouco tem ele poder sobre o dia da morte; ;nem há
que muitas vezes tu mesmo tens amaldiçoado a outros. tréguas nesta peleja; nem tampouco a perversidade livrará
aquele que a ela se entrega. 9 Tudo isto vi quando me
Avaliação da mulher enganosa apliquei a toda obra que se faz debaixo do sol; há tempo em
23 Tudo isto 1 experimentei pela sabedoria; xe disse: que um homem tem domínio sobre outro homem, para
tornar-me-ei sábio, mas a sabedoria estava longe de mim. arruiná-lo.
24 zo que está longe e ªmui profundo, quem o achará?
25 b Apliquei-me a conhecer, e a investigar, e a buscar a As desigualdades na 1/ida
sabedoria e meu juízo de.tudo, e a conhecer que a perversida- 10 Assim também vi os perversos receberem sepultura e
de é insensatez e a insensatez, loucura. 26 eAchei coisa mais entrarem no repouso, ao passo que os que freqüentavam o
amarga do que a morte: a mulher cujo coração são redes e lugar santo /foram 4 esquecidos na cidade onde fizeram o
laços e cujas mãos são grilhões; 2 quem for bom diante de bem; também isto é vaidade. 11 1Visto como se não executa
Deus fugirá dela, mas o pecador virá a ser seu prisioneiro. logo a sentença sobre a má obra, o coração dos filhos dos ho-
21 Eis o que achei, diz do Pregador, conferindo uma coisa mens está inteiramente disposto a praticar o mal. 12 m Ainda
com outra, para a respeito delas formar o meu juízo, 28 juízo que o pecador faça o mal cem vezes, e os dias se lhe prolon-
que ainda procuro e não o achei: e entre mil homens achei um guem, eu sei com certeza que nbem sucede aos que temem
como esperava, mas entre tantas mulheres não achei nem a Deus. 13 Mas o perverso não irá bem, nem prolongará os

• 14°Dt28.47Besteaoladodaquele 1SPEc8.12-14 -lóqPv25.16;Fp3.6TRm12.3 17SJó15.32;Sl55.23 t8tEc3.14;5.7;


8.12-13 9Lit. sai fora de todos eles 19 upy 21.22; Ec 9.13-18 20 vrns 8.46; 2Cr 6.36; Pv 20.9; Rm 3.23; 1Jo 1.8 23 XRm 1.22 1testei
24ZJó28.12;1Tm6.16ªRm11.33 2SbEc1.17 26CPv5.3-42Lit.aquelequeagradaaDeus 27dEc11-2 28eJó33.23 29/Gn
1.27 gGn 3.6-7
CAPÍTULO 8 1 ªPv 4.8-9; At 6.15 bDt 28.50 1Litforça 2 cÊx 22.11; 2Sm 21.7; 1Cr29.24; Ez 17.18; [Rm 13.5] 3 dEc 10.4 4 e1sm
13.11.13;Jó34.18 S2discerne 6/Ec3.1.173cresce 7gpv24.22;Ec6.12 8hSl496-7;Jó14.5iDt20.5-8 IO/Ec2.16;9.5
4 Alguns mss. Hebr. LXX e V louvados li ISI 10.6; 50.21; Is 26.10 12 m Is 65.20; [Rm 2.5-7] n [Dt 4.40; SI 37.11, 18-19; Pv 132-33; Is
3.1 O; Mt 25.34,41]
•7.14 prosperidade ... adversidade. Deus decreta tanto uma quanto outra •7 .22 muitas vezes. Todos nós somos transgressores múltiplos aos olhos de
coisa. Deus.
o homem nada descubra. Ofuturo é desconhecido. •7.24 quem o achará. Ninguém pode compreender totalmente o entendimento
de Deus. que é qualitativamente diferente do conhecimento humano (8.16-17;
•7.15 justo ... perverso. A pergunta que fica implícita nesta observação é
1Co 2.11)
formulada em Jr 12.1 . "Por que prospera o caminho dos perversos?" Eé tratada
ainda mais prolongadamente em SI 37; 73. •7.29 fez o homem reto. Deus criou Adão moralmente bom (Gn 1.31 ). mas
todos os homens pecam (Rm 3.23; 5.12). Ver "A Queda", em Gn 3.6.
•7 .16-17 Não sejas demasiadamente justo... demasiadamente perverso.
•8.5-6 O tempo e o modo. Aquele que é verdadeiramente sábio busca e
O orgulho pode mascarar-se como justiça. até em pequenas coisas; por outro
geralmente acha o tempo próprio para cada ação (3.1-8).
lado, há um impulso para o desregramento que ultrapassa os padrões de vida
diários. •8.8 poder. Não podemos controlar a morte ou o mal. mas Cristo possui esse
poder (Jo 10.18; Ap 1.18).
•7.18 isto ... daquilo. Um correto conhecimento de Deus livra aqueles o que
possuem dos excessos destrutivos da autojustiça e da iniqüidade. •8.9 para arruiná-lo. Provavelmente. isso signilique preiudicar ao,ue\e o,ue
estiver sendo governado. Salomão viu como o uso irresponsável da autoridade
•7.19 fortalece ao sábio. A sabedoria é poderosa e encorajadora. dada por Deus prejudica as pessoas (Rm 13.3-4).
•7.20 Não há homem justo. Todos são culpados diante de Deus [SI 14.3; 53.3). •8.10-13 Embora existam desigualdades nas sociedades humanas. conforme
775 ECLESIASTES 8-10
seus dias; será como a sombra, visto que não teme diante de sarnente o teu vinho, pois Deus já de antemão se agrada das
Deus. tuas obras. B Em todo tempo sejam alvas as tuas vestes, e
14 Ainda há outra vaidade sobre a terra: justos ºa quem jamais falte o óleo sobre a tua cabeça. 9 3 Goza a vida com a
sucede segundo as obras dos perversos, e perversos a quem mulher que amas, todos os dias de tua vida fugaz, os quais
sucede segundo Pas obras dos justos. Digo que também isto é Deus te deu debaixo do sol; /porque esta é a tua porção nesta
vaidade. IS qEntão, exaltei eu a alegria, porquanto para o vida pelo trabalho com que te afadigaste debaixo do sol.
homem nenhuma coisa há melhor debaixo do sol do que IOgTudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme has
comer, beber e alegrar-se; pois isso o acompanhará no seu tuas forças, porque no além, para onde tu vais, não há obra,
trabalho nos dias da vida que Deus lhe dá debaixo do sol. nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.
16 Aplicando-me a conhecer a sabedoria e a ver o trabalho
que há sobre a terra - pois nem de dia nem de noite vê o ho- Trabalhos sem recompensa
mem sono nos seus olhos-, 17 então, contemplei toda a obra 11 ;Vi ainda debaixo do sol que não é dos ligeiros o prêmio,
de Deus e vi que 'o homem não pode compreender a obra que nem dos valentes, a vitória, nem tampouco dos sábios, o pão,
se faz debaixo do sol; por mais que trabalhe o homem para a nem ainda dos prudentes, a riqueza, nem dos inteligentes, o
descobrir, não a entenderá; e, ainda que diga o sábio que a virá favor; porém itudo depende do tempo e do acaso. 12 Pois 1o
a conhecer, nem por isso a poderá achar. homem não sabe a sua hora. Como os peixes que se apanham
com a rede traiçoeira e como os passarinhos que se prendem
A sorte parece ser a mesma para todos com o laço, assim mse enredam também os filhos dos homens
Deveras me 1 apliquei a todas estas coisas para clara- no tempo da calamidade, quando cai de repente sobre eles.
9 mente entender tudo isto: ªque os justos, e os sábios, e os
seus feitos estão nas mãos de Deus; e, se é amor ou se é ódio Exemplo que ilustra esta verdade
que está à sua espera, não o sabe o homem. Tudo lhe está 13 Também vi este exemplo de sabedoria debaixo do sol,
oculto no futuro. 2 bTudo sucede igualmente a todos: o que foi para mim grande. 14 n Houve uma pequena cidade em
mesmo sucede ao justo e ao perverso; ao 2 bom, ao puro e ao que havia poucos homens; veio contra ela um grande rei,
impuro; tanto ao que sacrifica como ao que não sacrifica; ao sitiou-a e levantou contra ela grandes 4 baluartes. IS En-
bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o controu-se nela um homem pobre, porém sábio, que a livrou
juramento. 3 Este é o mal que há em tudo quanto se faz pela sua sabedoria; contudo, ninguém se lembrou mais
debaixo do sol: a todos sucede o mesmo; também o coração daquele pobre. 16 Então, disse eu: melhor é a sabedoria do
dos homens está cheio de maldade, nele há desvarios que 0 a força, ainda que P a sabedoria do pobre é desprezada, e
enquanto vivem; depois, rumo aos mortos. 4 Para aquele que as suas palavras não são ouvidas. 17 As palavras dos sábios,
está entre os vivos há esperança; porque mais vale um cão ouvidas em silêncio, valem mais do que os gritos de quem
vivo do que um leão morto. s Porque os vivos sabem que hão governa entre tolos. IB Melhor é a sabedoria do que as armas
de morrer, mas cos mortos não sabem coisa nenhuma, nem de guerra, mas qum só pecador destrói muitas coisas boas.
tampouco terão eles recompensa, porque da sua memória jaz
no esquecimento. 6 Amor, ódio e inveja para eles já pere- A excelência da sabedoria
ceram; para sempre não têm eles parte em coisa alguma do Qual a 1 mosca morta faz o ungüento do perfumador
que se faz debaixo do sol. 1O
2 exalar mau cheiro, assim é para a sabedoria e a hon-

7Vai, pois, ecome com alegria o teu pão e bebe gosto- ra um pouco de estultícia. 2 O coração do sábio se inclina para

• 14 o SI 7314 ~2 14; 7 15; 9 1·3 1-;~ E;;;- 17~ó 5 9; SI 73~Ec ~~;-~-~~;3·-- ---· ----~------ ·--
CAPÍTULO 9 1 ªDt33-3; Já 12.10; Ec 8.14 1 Lit coloquelnocoraçáo todas 2 bGn 3.17-19; Jó 2L7; SI 73-3, 12-13; MI 315 2LJ<X, Se V
acrescentameaomau SCJó14.21;1s63.16dJó7.8-10;Ec111;216;8.10;1s26.14 7BEc8.15 91Ec2.103LitVêavida lOg[CI
3 17] h Rm 12.11; CI 3.23 11 iJr 9.23; Am 2 14-15 il Sm 6.9 12 iEc 8.7 mPv 29.6; Lc 12.20,39; 17.26; 1Ts 5.3 14 n 2Sm 20.16-22
4 Conforme LXX, Se V; TM armadilhas 16 o Ec 7.12, 19 P Me 6.2-3 18 q Js 7.1-26; 2Rs 21.2-17
CAPÍTULO 1O l 1 Lit a mosca da morte 2 Conforme T e V; TM acrescenta e fermentar
elas são experimentadas nos distúrbios civis de nossa própria época, Deus, não acontecem a pessoas justas e ímpias, de acordo com o desígnio inescrutável de
obstante, ajustará todas as contas com justiça. Deus (Mt 5.44-45; Lc 13.1-5).
•8.14 sobre a terra. Nesta vida, os justos e os ímpios não recebem, necessaria- •9.3 cheio de maldade. As pessoas são totalmente depravadas, isto é, corrup-
mente, aquilo que merecem. tas em todos os aspectos (Gn 6.5).
•8.15 exaltei eu. Apesar da injustiça, as pessoas, contudo, devem regozijar-se
•9.10 conforme as tuas forças. Tal como nov. 4, este versículo enfatiza a ne-
nesta vida. O modo de expressão de Salomão é pessimista, mas, no contexto
cessidade de enfrentarmos a vida conforme a encontramos.
imediato, ele menciona que a vida é um dom de Deus.
•8.17toda a obra de Deus. Ver 7.13; 11.5. •9.11-12 acaso. Salomão descreve as pessoas como vítimas de um destino
não pode compreender. A obra de Deus não pode ser sondada. inescrutável ou mesmo "cruel". Não obstante, o crente compreende que Deus or-
dena os acontecimentos de maneiras inesperadas.
•9.1-10 Salomão ordena que as pessoas desfrutem da vida. apesar da realidade
da morte. •9.16 desprezada. Salomão percebe que a sabedoria, verdadeiramente. é me-
•9.1 nas mãos de Deus. A soberania de Deus controla todos as questões tanto lhor do que a força - mas que os sábios não são devidamente apreciados.
dos justos quanto dos ímpios. •10.2 o lado direito ... o da esquerda. Estas direções tinham sentidos con·
se é amor ou se é ódio. No presente, tanto coisas "boas" quanto coisas "más" vencionais de bem e de mal ou de bênção e de maldição no mundo antigo
ECLESIASTES 10-12 776
o lado direito, mas o do estulto, para o da esquerda. J Quando O procedimento prudente do sábio
o tolo vai pelo caminho, falta-lhe o entendimento; ªe, assim, a Lança o teu pão ªsobre as águas, bporque depois de
todos mostra que é estulto. 4 Levantando-se contra ti a indig-
nação do governador, bnão deixes o teu lugar, porque co âni-
11 muitos dias o acharás. 2 e Reparte dcom sete e ainda
com oito, eporque não sabes que mal sobrevirá à terra. 3 Es-
mo sereno3 acalma grandes ofensores. s Ainda há um mal tando as nuvens cheias, derramam aguaceiro sobre a terra;
que vi debaixo do sol, erro que procede do governador: 6 do caindo a árvore para o sul ou para o norte, no lugar em que
tolo posto em 4 grandes alturas, mas os ricos assentados em cair, aí ficará. 4 Quem somente observa o vento nunca semea-
lugar baixo. 7Vi servos ea cavalo e príncipes andando a pé rá, e o que olha para as nuvens nunca segará. s Assim como
como servos sobre a terra. 8/Quem abre uma cova nela cairá, !tu não sabes qual o caminho do /vento, gnem como se for-
e quem rompe um muro, mordê-lo-á uma cobra. 9 Quem ar- mam os ossos no ventre da mulher grávida, assim também
ranca pedras será maltratado por elas, e o que racha lenha ex- não sabes as obras de Deus, que faz todas as coisas. 6 Semeia
põe-se ao perigo. 10 Se o ferro está embotado, e não se lhe afia pela manhã a tua semente e à tarde não repouses a mão,
o corte, é preciso redobrar a força; mas a sabedoria 5 resolve porque não sabes qual prosperará; se esta, se aquela ou se
com bom êxito. 11 Se a cobra morder gantes de estar encanta- ambas igualmente serão boas. 7 Doce é a luz, e agradável
da, não há vantagem no 6 encantador. aos olhos, hver o sol. 8 Ainda que o homem viva muitos
12 hNas palavras do sábio há favor, mas iao tolo os seus lá- anos, ;regozije-se em todos eles; contudo, ideve lembrar-se
bios devoram. 13 As primeiras palavras da boca do tolo são de que há dias de trevas, porque serão muitos. Tudo quanto
estultícia, e as últimas, loucura perversa. 14 iQ estulto multi- sucede é vaidade.
plica as palavras, ainda que o homem não sabe o que suce-
derá; e quem lhe manifestará 1o que será depois dele? 15 O A mocidade
trabalho do tolo o fatiga, pois nem sabe ir à cidade. 9 Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu co-
16 mAi de ti, ó terra cujo rei é criança e cujos príncipes ração nos dias da tua mocidade; 'anda pelos 2 caminhos que
se banqueteiam já de manhã. 17 Ditosa, tu, ó terra cujo rei satisfazem ao teu coração e 3 agradam aos teus olhos; sabe,
é filho de nobres e ncujos príncipes se sentam à mesa a seu porém, que de todas estas coisas moeus te pedirá contas.
tempo para refazerem as forças e não para bebedice. 10 Afasta, pois, do teu coração o desgosto e nremove da tua
18 Pela muita preguiça 7 desaba o teto, e ºpela frouxidão carne a dor, ºporque a juventude e a 4 primavera da vida são
das mãos goteja a casa. 19 O festim faz-se para rir, Povinho vaidade.
alegra a vida, e o dinheiro atende a tudo. 20 qNem no teu
pensamento amaldiçoes o rei, nem tampouco no mais inte- A 11elhice
rior do teu quarto, o rico; porque as aves dos céus poderi- ªLembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade,
12
.
am levar a tua voz, e o que tem asas daria notícia das tuas
palavras .
~-~-~~-~-------
antes que venham os 1 maus dias, e cheguem os anos
bdos quais dirás: Não tenho neles prazer; 2 antes que se

3 ª Pv 13 .16; 18.2 4 b Ec 8.3 C1 Sm 25.24-33; Pv 25.15 3 serenidade, lit. cura, saúde 6 d Et 3.1 4 posições exaltadas 7 e Pv 19.1 O;
30.22 8 /SI 7.15; Pv 26.27 1O 5 Lit. é uma vantagem bem sucedida 11 g SI 58.4-5; Jr 8.17 6 Lit. mestre da língua 12 h Pv 10.32; Lc
4.22 iPv 10.14; Ec 4.5 14 I [Pv 15 2]; Ec 5.3 IEc 3.22;_ 8. 7 16 m Is 3.4-5; 5.11 17 n Pv 31.4; Is 5.11 18 o Pv 24.30-34 7Ut. as vigas
desmoronam 19 PJz9.13; SI 104.15; Ec 2.3 20 QEx 22.28; At 23.5
CAPÍTULO 11 1 ªIs 32.20 b[Ot 15.1O;Pv19.17; Mt 10.42; 2Co 9 8; GI 6.9-1 O; Hb 6.10] 2 cs1112.9; Mt 5.42; Lc 6.30; [1Tm 6.18-19]
dMq5.5eEf5.16 5/Jo3.8gSl139.141Quespírito 7hEc7.11 8iEc97iEc12.1 91Nm15.39;Jó31.7;Ec21QmEc317;
12.14; [Rm 14 10] 2Segundo os impulsos do teu coração, lit nos caminhos do teu coração 3conformemelhorteparecem 10 n2Co 7.1; 2Tm
2.22 pSI 39.5 4 Lit. negrura dos cabelos, isto é, a juventude
CAPITULO 12 1 a 2Cr 34.3; Pv 22 6; Lm 3.27 b 2Sm 19.35 1 dias difíceis
•10.5 erro. Freqüentemente. os governantes governam de maneira imprópria. •11.5 obras de Deus. Temos aqui. de novo, uma afirmação sobre a
•10.1 Oafia o corte. Devemos vencer os obstáculos a um trabalho eficaz por inescrutabilidade de Deus. do seu conselho secreto 18.17. nota).
estarmos devidamente preparados com a sabedoria ou a habilidade que se fazem •11.6 não sabes. Ver nota no v. 2.
necessárias para a tarefa. •11.7-12.7. A vida jovem, natural, deve ser governada mediante a discrição,
•10.12-14 palavras. As palavras revelam o coração de uma pessoa, e aquilo porquanto esta vida presente será seguida por um garantido encontro com Oeus
que é dito pode ter conseqüências sérias IMt 12 34-37). 1128)
•11.8 regozije-se ... lembrar-se. As alegrias da vida presente devem ser des-
•10.19 tudo. Isso pode significar que o dinheiro é necessário tanto para o frutadas sem muito apego, na consciência de que elas são temporárias.
alimento corno para o vinho ou que o dinheiro supre todas as necessidades da
•11.9 pedirá conta. Salomão não está encorajando uma auto-indulgência in-
vida lcf. 7 12).
sensata, mas dá urna advertência sóbria segundo a qual Deus levará tudo a juízo
•10.20 aves. Esta figura de linguagem significa u~ espião ou informante. IMt 12.36).
•11.1 pão sobre as águas. Possivelmente, urna referência ao comércio de •12.1 maus dias. Se os prazeres são irrestritos na juventude. tanto os prazeres
cereais que Salomão fazra por meio marítimo. quanto o Criador serão desconhecidos nos últimos anos de vida.
•11.2 sete ... oito. Uma admoestação para dividir os riscos que corremos lv. 6). •12.2-7 Salomão comenta sobre o envelhecimento e a morte. usando a extensa
metáfora de uma casa que está caindo. Ele contrasta a deterioração da casa com
não sabas. A incerteza é uma razão para a diversificação no gerenciamento fi- a permanência da natureza. Émelhor aceitarmos essas metáforas daqui no seu
nanceiro. Ver o v. 6.
efeito total, em lugar de especular quanto ao significado de cada figura individual.
•11.3-4 nuvens. Não devemos usar a incerteza como uma desculpa para a pre- Conforme as notas seguintes o indicam. algumas associações são mais claras do
guiça. que outras.
777 ECLESIASTES 12
l
escureçam o sol, a lua e as estrelas do esplendor da tua vida, e Deus, hque o deu. B 1Vaidade de vaidade, diz o Pregador,
tornem a vir as nuvens depois do aguaceiro; 3 no dia em que tudo é vaidade.
tremerem os guardas da casa, os teus braços, e se curvarem
os homens outrora fortes, as tuas pernas, e cessarem os teus Conclusão
moedores da boca, por já serem poucos, e se escurecerem os 9 O Pregador, além de sábio, ainda ensinou ao povo o
teus olhos nas janelas; 4 e os teus lábios, quais portas da rua, conhecimento; e, atentando e esquadrinhando, icompôsJ
se fecharem; no dia em que não puderes falar em alta voz, te muitos provérbios. 10 Procurou o Pregador achar palavras
levantares à voz das aves, e todas cas harmonias, filhas da agradáveis e escrever com retidão palavras de verdade. l l As
música, te diminuírem; s como também quando temeres o palavras dos sábios são como aguilhões, e como pregos bem
que é alto, e te espantares no caminho, e te embranqueceres, fixados as sentenças 4 coligidas, dadas pelo único Pastor.
como floresce a amendoeira, e o gafanhoto te for um peso, e 12 Demais, filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e
te perecer o apetite; porque vais d à casa eterna, e e os 1o muito estudar é enfado da carne. 13 De tudo o que se tem
pranteadores andem rodeando pela praça; 6 antes que 2 se ouvido, a suma é: mTeme a Deus e guarda os seus man-
rompa o fio de prata, e se despedace o copo de ouro, e se damentos; porque isto é o dever de todo homem. 14 Porque
quebre o cântaro junto à fonte, e se desfaça a roda junto ao nDeus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão
poço, 7 !e o pó volte à terra, como o era, ge o espírito volte a escondidas, quer sejam boas, quer sejam más.

• 4 c2sm 19.35 S dJó 17.13 eGn 50.10; Jr 9.17 6 2Conforme L.XX e V; Q e Tse solte; Kse remova 7 /Gn 3.19; Jó 34.15; SI 90.3 gEc
3.21 h Nm 16.22; 27.16; Jó 34.14; Is 57.16; Zc 12.1 8 iSI 62.9 9i1Rs 4.32 3organizou, lit. pôs em ordem l l 4 Lit. dos mestres das
assembléias 12 IEc 1.18 13 m [Dt 6.2; 10.12] 14 nMt 12.36
•12.3 guardas da casa. As frases, aqui, provavelmente se refiram a partes do •12.8 Vaidade de vaidade. Uma reiteraçáo final do refráo do Pregador.
corpo como membros de uma casa.
•12.9-14 O livro termina com um tributo à sabedoria de Salomáo, provendo as
•12.5 te embranqueceres, como floresce a amendoeira. A cor branca da chaves para interpretar o livro.
amendoeira é associada aos cabelos brancos das pessoas idosas.
•12.11 dadas pelo único Pastor. As palavras do Livro do Eclesiastes foram
casa eterna. Essas palavras náo se referem simplesmente ao sepulcro, mas
sopradas por Deus (2Tm 3.16).
também à presença do Criador e Juiz da pessoa (v. 7).
•12.6 copo de ouro. Estas palavras descrevem uma lâmpada quebrada na •12.13 a suma. Uma leal submissão ao governo de Deus é a admoestaçáo cen-
queda causada pelo rompimento de uma corrente de prata. Copos quebrados e tral e o sumário da literatura de sabedoria (5.7; Jó 28.28; Pv 1.7; 9.1 O)
cordas partidas sugerem a fragilidade que vem com a idade avançada. •12.14 juízo. Djulgamento por Deus de nossos pensamentos e atos é um tema
•12.7 o espírito volte a Deus. A existência humana continua para além da morte. dominante que emerge por todo o livro (3.17; 8.12-13; 11.9; 2Co 5.10).

O caminho da sabedoria (12.14)


Sem reverência a Deus, "tudo é vaidade".
Aprendizado sem Deus .. cinismo (1.7-8)
Grandeza sem Deus ~
. tristeza (1.16-18)
Prazer sem Deus desapontamento (2.1-2)
Trabalho sem Deus .
~
ódio pela vida (2.17)
Filosofia sem Deus ~
vazio (3. 1-9)
Eternidade sem Deus
Vida sem Deus
-
~

.
falta de realização (3.11)
depressão (4.2-3)
Religião sem Deus . medo (5.4-7)
Riqueza sem Deus tribulações (5.12)
..
~

Existência sem Deus frustração (6.12).


Sabedoria sem Deus
- desespero ( 11.1-8)

O ponto de partida da sabedoria é o temor a Deus, uma atitude séria e profunda frente aos mandamentos de Deus.

TEMOR ADEUS ~ REALIZAÇÃO (12.13-14)

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