CONTEÚDO
INTRODUÇÃO
O RISCO DE EXPLOSÃO
CLASSIFICAÇÃO DE ÁREAS
CONCLUSÕES
1. Introdução
A manipulação e o processamento de diferentes substâncias e materiais na indústria pode, em vários casos, envolver riscos de
explosão e incêndio que põe em risco a segurança dos trabalhadores e do patrimônio das empresas. O senso comum associa
estes riscos, normalmente, a gases inflamáveis, combustíveis, produtos petroquímicos, solventes e similares.
Porém, outra categoria de substâncias também pode apresentar um alto grau de risco como é o caso das poeiras combustíveis.
O objetivo deste breve Informativo é tentar esclarecer aos leitores a natureza e as principais características destas substâncias
bem como os meios de controle mais utilizados.
Pode surpreender aos não especialistas a diversidade de produtos e substâncias que na forma de poeiras ou fibras,
apresenta características combustíveis. Apenas para ilustrar poderíamos citar alguns: açúcar, poeiras alimentícias de milho,
soja ou trigo, poeiras farmacêuticas, serragem de madeira, pó metálico de alumínio ou titânio, particulado fino de resinas
como epóxi, plásticos e pó de papel, entre outros.
Tabela 1
Fonte: Dust Explosion Scenarios at 3th AIChE Symposium
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Crédito: www.firesciencetool.com
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3. O risco de explosão
O fenômeno da explosão, assim como no caso do incêndio, também
pode ser ilustrado por uma figura geométrica onde os lados do
polígono representam um fator de risco necessário.
Quando se trata de poeiras, adota-se como premissa que qualquer particulado cuja dimensão seja igual ou inferior a 63
micra, ou fibras com dimensões menores que 500 micra, e cuja concentração seja superior a 20 gramas por metro cúbico,
pode apresentar risco de explosão.
Estes parâmetros, porém são muito variáveis e dependem de cada substância analisada. Assim o mais correto é uma
avaliação físico-química da substância que defina a sua distribuição granulométrica.
4. Classificação de áreas
A classificação de áreas é uma tarefa eminentemente técnica e
deve ser realizada por especialistas com experiência.
No Brasil, a norma NBR IEC 60079-10-2 apresenta orientações e critérios quanto à classificação de áreas sujeitas à presença
de poeiras explosivas. Tais critérios são muito semelhantes aos adotados pela Comunidade Europeia nas diretivas ATEX.
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Para atender a estes requisitos, um dos critérios mais largamente utilizados no Brasil, e no mundo inclusive, é o critério das
diretivas ATEX vigentes nos países da comunidade europeia e que classifica as áreas de risco adotando-se um critério de
“Zonas” conforme ilustrado na Figura 3 abaixo.
Figura 3
Descrição sucinta das zonas com risco de explosão por presença de poeiras explosivas
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O mapeamento e a definição dos perímetros das áreas classificadas dentro da planta de produção é a etapa que se segue
à determinação do Kst, do Pmax e do MIE.
Isso é realizado de forma sistemática e devidamente documentada com memoriais descritivos, plantas, etc.
Estes sistemas destinam-se à coleta do particulado em suspensão o mais próximo possível da fonte de geração evitando
que se formem nuvens ou camadas de poeiras potencialmente explosivas.
Figura 4
Ilustração esquemática de sistema de exaustão localizada com filtragem.
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O sistema evita assim que o particulado em suspensão (combustível) forme nuvens explosivas (dispersão) dentro da área
fabril (confinamento) onde há, obviamente, a presença de ar (comburente) e uma eventual centelha (fonte de ignição) leve a
uma explosão. Assim, os sistemas de exaustão e filtragem impedem que se forme o “pentágono da explosão” reduzindo
significativamente os riscos.
A concepção básica de um filtro próprio para uso com poeiras explosivas, inadequadamente chamado de “filtro à prova de
explosão”, é o alívio controlado da pressão gerada por uma deflagração, direcionando a onda de choque para um sentido
previamente previsto (figuras 5 e 6). Desta forma pode-se manter a segurança das pessoas e do patrimônio, exceto é claro,
do próprio equipamento que é sacrificado em benefício da preservação de vidas e de toda uma instalação fabril.
Figura 5 Figura 6
Desenho esquemático da onda de choque de uma explosão num filtro ATEX Painéis de alívio instalados em filtros ATEX para trabalhos com poeiras explosivas
(Imagem: Nederman)
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Um aspecto importantíssimo também é observar que tais sistemas devem, por força de norma, ter uma construção
compatível com a finalidade a que se destinam.
No caso do filtro, uma nuvem explosiva em seu interior é esperada e, portanto, trata-se ali de uma “Zona 20” ou “Zona 21”. Já
no caso dos captores e tubulações, instalados dentro da área classificada, há necessidade de serem anti-estáticos e no caso
dos ventiladores devem ter construção anti-centelhante como proteção a um eventual vazamento de pó do filtro.
Todos estes critérios e formas construtivas são devidamente estabelecidos nas normas aplicáveis.
As diretivas ATEX por exemplo, exigem a marcação dos equipamentos utilizados conforme exemplo abaixo.
Cabe aos responsáveis pelas áreas classificadas assegurarem-se de que os equipamentos empregados estejam devidamente
marcados e certificados para o emprego previsto.
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Considerando ainda que o acúmulo de poeiras combustíveis sobre superfícies em geral é extremamente perigoso, ao lado das
nuvens de pó em suspensão, sistemas de limpeza à vácuo tem sido muito utilizados como medida preventiva complementar.
Tais sistemas podem ser desde equipamentos móveis de aspiração (Figura 7) até instalações centralizadas que servem vácuo
à toda área fabril, como uma utilidade (Figura 8), da mesma forma que o é o ar comprimido, a energia elétrica, etc.
Tal arranjo, ao lado de boas práticas de utilização, permitem a manutenção das áreas classificadas praticamente livres do
risco de acúmulo de poeiras combustíveis sobre superfícies.
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A propósito, uma das indicações mais evidentes de risco aumentado de explosões é o acúmulo de poeiras combustíveis
sobre o piso em quantidade suficiente para formação de pegadas (figura 10) ou outras superfícies com poeiras
combustíveis acumuladas (figura 9).
O uso dos sistemas de exaustão e filtragem e de limpeza por vácuo (aspiração) pode reduzir muito o nível de risco da área
classificada levando a uma reclassificação mais favorável de risco da “Zona” e a uma enorme redução no investimento em
outros itens de proteção, particularmente em instalações elétricas.
Além disso, uso de tais sistemas reduz significativamente o prêmio das apólices de seguro, muitas das vezes tornando-as
viáveis em casos onde não o são. É muito importante notar porém, que tais equipamentos e sistemas de vácuo também
estão sujeitos às normas construtivas, marcações e certificações das diretivas ATEX ou outras normas equivalentes
aplicáveis.
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7. Conclusões
A manipulação e o processamento de pó nos mais diversos processos industriais podem envolver riscos de explosão devido
às possíveis características combustíveis destas substâncias, conforme pode se constatar pelo “Pentágono das Explosões”.
O conhecimento das características físico-químicas da substância como Kst, Pmax, e MIE, aliado à pertinente classificação
da área, permitem a elaboração de uma avaliação de riscos e tomada de medidas preventivas que busquem minimizá-los a
um nível confortável.
O uso de sistemas de exaustão e filtragem para coleta do particulado em suspensão o mais próximo possível da fonte de
geração assim como uso de sistemas de limpeza por aspiração, são os métodos mais eficazes de controle destes riscos. Tais
equipamentos, assim como todos os demais utilizados em áreas classificadas, devem ser concebidos, identificados e
certificados de acordo com normas aplicáveis para a função à qual se destinam, destacando-se entre estas normas as
diretivas ATEX da comunidade europeia.
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