do Desenvolvimento Infantil
Marisa Laporta Chudo
2009
© 2008 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização
por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.
ISBN: 978-85-387-0665-6
CDD 613.0432
Alimentação da criança........................................................... 33
Alimentação na escola............................................................................................................. 42
Alergias alimentares.................................................................................................................. 45
A influência da relação
materno-infantil sobre a alimentação............................... 51
Relação materno-infantil e a nutrição................................................................................ 52
Leite e alimentos sólidos......................................................................................................... 54
Anemia ferropriva..................................................................... 65
Sinais de anemia......................................................................................................................... 70
Controle do esfíncter............................................................... 81
Resíduos orgânicos.................................................................................................................... 81
O sono e a criança..................................................................... 93
Os padrões de sono dos bebês............................................................................................. 95
Distúrbios do sono..................................................................................................................... 98
A importância da higiene.....................................................107
Higiene física..............................................................................................................................108
Higiene mental..........................................................................................................................109
Higiene do meio.......................................................................................................................111
Projeto político-pedagógico: temáticas e ações sobre saúde.................................115
Gabarito......................................................................................129
Referências.................................................................................139
Anotações..................................................................................143
Apresentação
Sem uma boa saúde o indivíduo não tem suas capacidades e seu potencial
plenamente desenvolvidos. As ações políticas em toda a sua história contemplam
essa integração no âmbito dos cursos formadores de professores, tendo em vista
ações dentro do contexto escolar. Em suma, é preciso ensinar saúde. Sabe-se
que crianças escolarizadas tendem a apresentar menos problemas de saúde, do
mesmo modo que crianças saudáveis apresentam melhores rendimentos escola-
res. Ou seja, crianças que crescem com saúde e educação têm maior possibilidade
de tornarem-se adultos com melhor qualidade de vida.
Este livro está organizado em sete aulas, iniciando com uma abordagem
das principais características do desenvolvimento biológico da criança nos pri-
meiros anos de vida. Em seguida apresenta-se a importância da alimentação da
criança destacando os nutrientes essenciais para o seu bom desenvolvimento e
crescimento. O terceiro capítulo apresenta a influência materna sobre a alimen-
tação da criança, ganhando destaque o contato e atenção sobre o ato de alimen-
tar. Na sequência aborda-se sobre a anemia ferropriva, e como devemos prevenir
essa doença que é cada vez mais comum em crianças. A quinta aula apresenta
como ocorre o controle do esfíncter, destacando esse ponto como um dos indi-
cadores de maturação orgânica. Em seguida, explica-se a importância do sono, os
padrões normais de sono do bebê, bem como os distúrbios do sono. Finalizando,
o livro traz uma abordagem sobre a importância da higiene física, mental e do
meio ambiente em que a criança brinca, bem como os cuidados para evitar a con-
taminação por verminoses. Lembrando que todos os assuntos estão relacionados
com os processos de desenvolvimento e aprendizagem das crianças.
Desenvolvimento
da fecundação ao nascimento
O crescimento e desenvolvimento humano se iniciam logo após a fecunda-
ção, dentro do útero. Durante os meses em que o feto está intrauterino, ele de-
senvolve mês a mês todos os seus órgãos (cérebro, fígado, rins etc.), sistemas
(nervoso, digestório, respiratório etc.), até que esteja completamente pronto
para nascer. Durante a vida intrauterina, o feto necessita retirar de sua mãe (pelo
cordão umbilical) todos os nutrientes (água, carboidratos, oxigênio etc.) para
seu completo desenvolvimento, interagindo com o meio em que vive: o útero
materno (o feto recebe os estímulos da mãe e manifesta reações para esses es-
tímulos, o chute, por exemplo). Portanto, o desenvolvimento humano saudável
requer que a relação mãe e filho, durante a gravidez e nos primeiros meses de
vida, seja prazerosa (afetiva e emocional) e responsável, o que será determinan-
te para o bem-estar de ambos, sobretudo para o crescimento da criança: físico,
emocional e social.
Idade Característica
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O desenvolvimento da criança nos primeiros anos de vida
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Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
16
O desenvolvimento da criança nos primeiros anos de vida
7.º Coordenação motora grosseira: senta-se sem apoio; Usa brincadeira Começa a
vira-se em ambas as direções. como esconde- mostrar humor.
Coordenação motora fina: consegue comer com -esconde para Quer ser incluído
maior firmeza; quando sentado consegue fazer mo- aprimorar-se. nas interações
vimentos de agarrar; move-se de bruços para frente Pode fazer vários sociais. Quer
para pegar um objeto fora do alcance; suporta algum sons em um fôle- explorar e mani-
peso nas pernas, começa a engatinhar. go só; reconhece pular tudo.
tons e inflexões
diferentes. Pode
fazer objeção de
alguém tentar tirar
seu brinquedo.
8.º Coordenação motora grosseira: suporta todo seu peso Começa a imitar Mostra autocons-
nas pernas; gosta de pular; quando sentado, dá um uma ampla va- ciência. Olha-se
giro para procurar objetos caídos; fica na posição sen- riedade de sons. no espelho e tem
tada usando os braços. Solidificação do quadril. Volta a cabeça consciência de
Coordenação motora fina: transfere objetos de uma em direção a sua imagem.
mão para a outra; junta pequenos objetos e pega-os sons e vozes
com a mão fechada; pega pequenos objetos fazendo familiares.
uma “pinça” com o polegar e o indicador.
9.º Coordenação motora grosseira: esforça-se para pegar Percebe quando Demonstra
objetos fora do alcance; faz progressos quando, sen- um dos pais ansiedade com
tado, tenta se levantar; mantém-se em pé agarrando deixa o ambiente estranhos e fica
em alguma coisa. e espera pela sua ansioso diante de
Coordenação motora fina: aprende a abrir os dedos e volta. Pode dizer, situações não ha-
a deixar cair objetos; brinca de esconde-esconde. aleatoriamen- bituais. Demonstra
te, “mamã” ou ansiedade de
“papá”. separação e torna-
se excessivamente
apegado.
10.º Coordenação motora grosseira: move-se agarrando Pode reagir ao Procura obter
nos móveis; por instantes fica em pé sem ajuda. seu nome ou a aprovação dos
Coordenação motora fina: interessa-se por coisas pe- palavras como pais e evita a
quenas; gosta de brinquedos que tenham manivelas “não”. reprovação. Com-
ou rodas que girem. preende o “não”.
17
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
Uma criança que frequenta a escola desde bebê deve ser observada e estimu-
lada pela(s) pessoa(s) que diariamente cuida(m) dela. O papel da escola, nesse
momento, é o de incentivar a mãe a amamentar seu filho, registrar e informar
sobre o acompanhamento e evolução do crescimento da criança para que a
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O desenvolvimento da criança nos primeiros anos de vida
4 meses
agarra objetos
5 meses gira sobre o abdômen
6 meses
mantém-se sentado
7 meses preensão palmar
8 meses pinça digital
9 meses põe-se sentado
10 meses engatinha
11 meses
de pé, dá passos com apoio
12 a 14 meses caminha só
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Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
Curvas de crescimento
As curvas de crescimento nos ajudam a quantificar o crescimento corporal da
criança. Estão relacionados às suas necessidades fisiológicas para o bom desen-
volvimento, tais como: possuir um bom sistema imunológico para não contrair
doenças, ter alimentação saudável e seu sistema corporal em perfeito funciona-
mento, como no que se refere à produção de hormônios que ajudam a crescer.
As curvas de crescimento medem peso, altura e circunferência da cabeça e do
braço em relação à idade da criança.
Crianças de baixo peso e altura podem indicar desnutrição (no entanto, outros
fatores como o genético podem estar presentes); a desnutrição faz com que a
criança apresente sinais como sonolência, desânimo, e possa contrair doenças
mais facilmente, deixando o rendimento escolar comprometido.
Ótimo
Seu filho está com o peso ideal. Observe a linha
Atenção de seu filho
Seu filho está um pouco abaixo do peso ideal.
Bom
Cuidado
Perigo
Seu filho está acima do peso ideal.
Grande
Cuidado perigo
Seu filho está muito abaixo do peso ideal.
20
O desenvolvimento da criança nos primeiros anos de vida
2 3 4 5
25 25
24 24
23 23
22 22
21 21
P P
E 20 20 E
S 19 19 S
O O
18 18
Kg Kg
17 17
16 16
15 15
14 14
13 13
12 12
11 11
10 10
9 9
8 8
2 2 4 6 8 10 3 2 4 6 8 10 4 2 4 6 8 10 5
anos anos anos anos
2 3 4 5
115 115
110 110
A A
L L
T 105 105 T
U U
R R
A A
100 100
cm cm
95 95
90 90
85 85
80 80
75 75
2 2 4 6 8 10 3 2 4 6 8 10 4 2 4 6 8 10 5
anos anos anos anos
21
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
A
150 150 L
T
145 145 U
R
140 140 A
A
L 135 135
T
U 130 130
R
A cm
125 125
120
115
cm 55
110 50
105 45
P
100 E
40 S
95 O
90 35
kg
30
P 25 25
E
S
O 20 20
15 15
kg
10 10
5 2 4 6 8 10 6 2 4 6 8 10 7 2 4 6 8 10 8 2 4 6 8 10 9 2 4 6 8 10 10
anos anos anos anos anos anos
13 a 18 meses: a criança está cada vez mais independente: quer comer sozinha
e já se reconhece no espelho. Anda alguns passos, mas sempre busca o olhar
dos pais ou familiares. Fala algumas palavras e, às vezes, frases de duas ou três
palavras. Brinca com brinquedos e pode ter um predileto. Anda sozinho.
22
O desenvolvimento da criança nos primeiros anos de vida
Toda criança, além de crescer, ou seja, ganhar peso e altura, necessita adquirir
habilidades físicas e motoras. É muito importante observar permanentemente o
desenvolvimento físico e a postura da criança.
23
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
Observe:
Aos dois anos já deve andar sozinha, usar as mãos para levar até a boca os
alimentos e falar muitas palavras.
Aos três anos já deve saber comer sozinha e correr. A partir daí a criança
deve adquirir cada vez mais liberdade e segurança para realizar movimen-
tos e controlar seu corpo.
Uma criança “quieta” e que não dá trabalho pode ser sinal de que alguma coisa
não vai bem com o seu desenvolvimento físico. Observe o seu jeito de andar,
comer e sentar. Crianças que caem com frequência, que reclamam de dores nas
pernas, nas costas e cansaço precisam ser avaliadas e orientadas. Na adolescên-
cia, quando o corpo cresce e se modifica rapidamente, os vícios de postura são
muito comuns (ombros caídos, coluna torta, pés planos) e precisam ser avaliados
para que não se transformem em problemas sérios de saúde na idade adulta.
Giselle Saporito.
24
O desenvolvimento da criança nos primeiros anos de vida
25
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
Texto complementar
26
O desenvolvimento da criança nos primeiros anos de vida
ção da Saúde, 1999) e, ainda, que a “escola tem um papel relevante em re-
lação à educação da personalidade e, como consequência, no estilo de vida
das pessoas para que tenham saúde” (MARTÍNEZ, 1996).
27
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
contribuir para que o ambiente escolar e seu entorno seja saudável, en-
volvendo, nesse processo, os alunos, funcionários, pais e comunidade;
28
O desenvolvimento da criança nos primeiros anos de vida
Atividades
1. Uma professora reuniu 10 alunos, todos com 4 anos, mediu peso e altura e
chegou aos resultados da tabela a seguir. Observe nos gráficos da apostila e
veja se essas crianças estão com peso e altura compatíveis com a idade.
29
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
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O desenvolvimento da criança nos primeiros anos de vida
Dicas de estudo
O CORPO Humano: a incrível jornada do homem do nascimento à morte.
Apresentado por Robert Winston. v. 2. Coleção Super Interessante. 1 DVD, color.
31
Alimentação da criança
Após o nascimento, o bebê necessita receber alimento, que nessa fase deve
ser exclusivamente o leite materno, pois ele possui nutrientes essenciais para
a criança, como água, proteínas, lipídios, carboidratos, vitaminas, cálcio,
fósforo, ferro, sódio, potássio e os anticorpos. Os anticorpos são nossas
células de defesa contra doenças e os bebês nascem sem essa defesa, por
isso devem ser vacinados na maternidade e nos primeiros anos de vida.
Veja a tabela de vacinação a seguir:
Calendário de vacinação infantil
Além das primeiras vacinas, a criança precisa receber anticorpos de sua mãe,
pois as vacinas são insuficientes para a completa proteção do bebê, e elas prote-
gem somente contra as doenças específicas. Para a proteção de todas as outras
doenças, o bebê precisa dos anticorpos da mãe que são transferidos pelo leite
materno. A criança só passará a produzir seus próprios anticorpos mais ou menos
a partir dos 5-6 anos.
Crianças que não foram amamentadas com o leite materno de maneira su-
ficiente e passaram a frequentar as escolas (creches e berçários) são mais sus-
cetíveis a doenças, por isso ouvimos algumas pessoas dizer: “Foi só entrar na
escola e meu filho(a) ficou doente”. Evidentemente, a criança, sem as defesas
necessárias ao organismo e passando a conviver com outras crianças, adoecerá
mais facilmente.
34
Alimentação da criança
ficiente; mas, mesmo que a mãe não se alimente adequadamente, seu leite é
fundamental para o bebê e ela deve ser incentivada a amamentar.
35
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
Há vários tipos de gorduras contidas nos alimentos que são apresentadas nos
rótulos das embalagens e que merecem atenção especial. São elas:
gorduras insaturadas, que podem ser divididas em: monoinsaturada (boa),
poli-insaturada (boa);
gordura saturada (ruim);
gordura trans (ruim);
gordura ômega (boa);
colesterol (ruim, dependendo da quantidade).
Vamos entender cada uma delas:
Gorduras insaturadas são provenientes de vegetais e produzem efeito posi-
tivo, pois elas ajudam a elevar o HDL (bom colesterol) no nosso sangue. E o que
o HDL faz? Ele é como um “exército” que coloca a gordura que ingerimos para
dentro das células; isso quer dizer que a gordura fica armazenada e somente
36
Alimentação da criança
será retirada quando precisarmos para energia. Logo, quanto mais gordura “boa”
ingerimos, mais teremos armazenada, porém ela fica dentro das células.
As gorduras saturadas são oriundas das gorduras animais; elas têm um efeito
negativo porque aumentam o LDL (mau colesterol) no nosso sangue. E o que ele
faz? Ele retira toda a gordura armazenada dentro das células e joga no sangue, e
isso em quantidades grandes poderá se acumular nas paredes dos vasos sanguí-
neos e obstruí-los, levando o indivíduo à morte.
Gorduras trans são originárias do processo de industrialização, muito en-
contradas em margarinas. As margarinas são gorduras vegetais, logo deveriam
ser boas. Em alguns casos, o processo de industrialização, para deixá-las duras,
transforma essa gordura na pior gordura que possamos ingerir, pois ela aumen-
ta muito a quantidade de LDL no sangue.
Gorduras ômega são muito encontradas no salmão e adicionadas em alguns
óleos vegetais. São boas porque quebram grandes moléculas de gordura ruim
em pedaços menores (por isso é chamada ômega 3: quer dizer que ela quebra a
molécula em três; se for ômega 6, em seis partes), fazendo com que moléculas
grandes, com maior risco de obstruírem vasos sanguíneos, fiquem em tamanhos
menores, diminuindo os riscos de obstrução dos vasos.
Colesterol é gordura de origem animal importante para nosso organismo,
pois necessitamos dela para a produção de hormônios. Contudo, necessitamos
de pouca quantidade e não em excesso.
Proteínas – são elas que constroem nosso corpo e nos dão sustentação,
chamamos de “tijolos”. São fundamentais para o desenvolvimento da criança.
Nossas células necessitam de proteínas para a construção de pelos, unhas, cabe-
los e tecidos de todos os órgãos. Agem até na cicatrização dos ferimentos.
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Proteínas de origem animal estão presentes nos ovos, lácteos em geral, carnes e peixes.
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Proteínas de origem vegetal podem ser encontradas em abundância nos frutos secos, na soja, nos
legumes, nos cogumelos e nos cereais completos (com gérmen).
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Alimentação da criança
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Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
O sal que usamos para cozinhar chama-se cloreto de sódio. Ele é obtido pela
evaporação da água do mar, em lugares chamados salinas. O cloreto de sódio
pode ser retirado de minas, lugares que eram recobertos pelo mar há milhões
de anos.
As fibras são um paradoxo porque não alimentam, mas são essenciais à saúde.
Elas previnem doenças graves e até podem ajudar no emagrecimento. Dietas
com quantidades suficientes de fibras regularizam o funcionamento do intesti-
no e evitam prisão de ventre. São encontradas nas verduras e cascas de frutas.
Todos esses nutrientes são encontrados nos alimentos que a natureza nos
fornece. Qualquer tipo de alimentação pronta (sopinhas infantis, enlatados,
macarrão semipronto), congelada (frutas, pedaços de frangos empanados, bo-
linhos) ou em pó (sucos) não fornece as quantidades de nutrientes necessários
para nosso corpo e não deve ser usada como substituta da alimentação natural.
Vamos conhecer e decifrar as siglas que são trazidas nos rótulos das
embalagens:
41
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
Importante: faça da observação uma prática sempre que for comprar algum
produto. Seguem algumas dicas:
Alimentação na escola
Nas escolas há várias situações que podem ou não contribuir na alimentação
das crianças. Se as crianças levam lanches de casa para escola, as mães preci-
42
Alimentação da criança
Vale ressaltar que o papel do professor(a) durante as refeições dos alunos tem
importância fundamental no incentivo e no processo de aprendizado das crian-
ças em relação a escolher e a gostar de uma alimentação variada e equilibrada.
� Alimentos mais indicados para o lanche da escola são frutas, frutas secas, suco de
frutas, barra de cereais, pães simples e integrais, bolos e biscoitos simples, água de
coco, queijos e margarina [sem gordura trans].
� Utilizar frutas inteiras e devidamente higienizadas, para evitar que a criança se suje
muito e dependa de um adulto. Não cortar ou descascar a fruta para evitar o processo
de oxidação e as perdas de nutrientes.
Vale ressaltar o bom senso nesse item: caso a criança seja muito pequena e não consiga comer
sozinha a fruta inteira, a escola precisa orientar as professoras para acompanhar e estimular o
consumo, e não para inibi-lo só porque é mais difícil e complicado do que um chocolate ou
uma bolacha. Compre aqueles aparelhos simples e com preço acessível que são destinados
para cortar a fruta (maçã, pêra, goiaba etc.) em gomos. Essa dica também vale para as crianças
que estão na fase de trocar sua dentição e para as que usam aparelho ortodôntico.
Os sucos de fruta naturais acondicionados em embalagens longa vida são práticos, nutritivos e
higiênicos. Os in natura (frescos, feitos em casa) podem ser utilizados se forem acondicionados
em garrafas térmicas e por um curto período de tempo, para evitar perdas nutricionais
importantes ou alteração de sabor.
43
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
Utilizar bolos e biscoitos simples. Os bolos recheados ou com cobertura têm maior risco de
contaminação, principalmente em dias mais quentes. Os biscoitos recheados são menos
saudáveis por conter, em geral, mais gordura. Devem-se evitar salgadinhos, refrigerantes, sucos
artificiais e guloseimas (balas, pirulitos, chicletes etc.), por não apresentarem valor nutricional
significativo, não serem saudáveis e, além disso, prejudicarem o apetite para o consumo dos
alimentos realmente importantes.
44
Alimentação da criança
[...]
(Disponível em:<www.ftp://ftp.fnde.gov.br/web/resolucoes_2006/por1010_08052006.pdf>.)
Alergias alimentares
Outro fator importante para observar na alimentação da criança são as aler-
gias por determinados alimentos ou por substâncias (naturais ou não) presentes
em alimentos prontos; é o caso dos corantes artificiais contidos em alimentos
(salsichas), sucos ou refrigerantes. Nem sempre a criança apresenta alergia no
primeiro contato com o alimento ou a substância, às vezes pode ser até no ter-
ceiro contato, por isso é importante estar atento aos sinais de alergia alimen-
tar, tais como: pele irritada, problemas gastrintestinais e respiratórios, cefaleias,
dores nas articulações, fadiga e mal-estar geral. Os alimentos mais comuns que
causam alergia são: maçã, nozes, tomate, leite, ovos, espinafre, uva, banana,
amendoim, cacau, frutos do mar, soja, frango, chocolate e especiarias.
Texto complementar
46
Alimentação da criança
Sexo
O aumento nos salários, no entanto, não foi observado nas mulheres que
participaram da pesquisa.
Efeitos
Hoddinott ressalta que a principal influência da boa nutrição sobre os
salários na fase adulta não estaria relacionada com um crescimento físico,
mas com uma melhoria na atividade cerebral.
Economia
Os pesquisadores sugerem que investimentos em nutrição na infância po-
deriam se tornar fatores importantes no crescimento econômico de um país.
47
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
Atividades
1. Para fazer esta atividade, pesquise no site do Fundo Nacional de Desen-
volvimento da Educação (<www.fnde.gov.br/home/index.jsp?arquivo=
alimentacao_escolar.html>.) no link Encontros Nacionais – oficinas de cardá-
pios. Em seguida, monte um cardápio escolar para uma semana.
48
Alimentação da criança
Dicas de estudo
SAÚDE com Prazer, Saúde e Alimentação: o melhor do Globo Repórter. Edito-
ra Globo. DVD color.
Esse DVD é completíssimo: fala sobre alimentos, nutrição, projetos para me-
renda escolar e obesidade infantil. Esses conhecimentos são relevantes para
que os alunos avaliem como acontece a alimentação de algumas escolas de sua
região e o que é possível fazer para melhorar essa prática, comparando com as
ações que aparecem no filme.
49
A influência da relação
materno-infantil sobre a alimentação
O desenvolvimento físico se inicia a partir do cérebro, chamado neu-
rogênese e esse processo começa no 16.º dia após a fecundação. O cére-
bro do feto cresce muito rápido, podendo ser formados cerca de 250 mil
neurônios (células nervosas) durante a gestação, chegando a aproximada-
mente 100 bilhões de neurônios ao nascer. Muitos fatores podem alterar
o desenvolvimento do cérebro; as chamadas “lesões cerebrais” que após o
nascimento do bebê serão percebidas no desenvolvimento dos primeiros
anos de vida.
52
A influência da relação materno-infantil sobre a alimentação
mente a dificuldades na relação entre mãe e filho. Alguns fatores como sentir
dor, insegurança e o próprio choro da criança são obstáculos que fazem com que
mães desistam de amamentar seus filhos. Ter o primeiro filho é difícil pela inex-
periência da mãe, devido ao fato de o bebê não saber sugar o seio materno para
obter seu alimento e de a mãe não saber amamentar. Em outros casos, o desma-
me pode provir de sofrimentos psicológicos que a mãe pode passar, tais como
depressão pós-parto, perdas familiares, separações ou divórcios, entre outros.
Montgomery disse que a ansiedade foi bem menor em crianças que foram
amamentadas. Pesquisadores não sabem ao certo por que os bebês que são
amamentados são menos ansiosos, mas eles sugerem que pode ser o contato
físico entre a mãe e o bebê que determina essa redução da ansiedade. Papalia
(2006) diz que a amamentação é um ato tanto emocional quanto físico. O con-
tato caloroso com o corpo materno fortalece o vínculo emocional entre mãe e
bebê, conferindo-lhes maior segurança.
53
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
Mães que não trabalham e cuidam exclusivamente de seu filho devem pre-
parar, oferecer e ensiná-lo sobre quais são os melhores alimentos e justificar a
importância de comê-los. É preciso ter paciência, não ter pressa para alimentá-
-lo e nem ficar ansiosa com a quantidade de comida que a criança quer. Esses
fatores podem interferir diretamente na vida da criança; assim, uma criança que
aprendeu a comer rapidamente poderá ter esse hábito por toda vida.
54
A influência da relação materno-infantil sobre a alimentação
A criança come o que é oferecido a ela. Nenhuma criança faz compras sozi-
nha. Guloseimas poderão ser oferecidas com moderação e após a criança ter se
alimentado de forma correta.
Outro fator é evitar que a criança seja alimentada assistindo à televisão, pois
ela não saboreia o alimento, apenas mastiga e engole. Esse hábito faz com que
ela não adquira prazer ao alimentar-se, e possa não perceber que nesse momen-
to a mãe e a família estão destinando a ela atenção e aconchego.
As refeições em família devem ser praticadas mesmo que seja nos finais de
semana. Esses hábitos são construídos por ações que a mãe planeja: uma ali-
mentação diferenciada e gostosa no final de semana é aconchegante, além de
ser um lazer longe dos fast foods existentes na vida urbana.
Crianças obesas não são crianças saudáveis, elas podem apresentar proble-
mas de desnutrição, pois a excessiva oferta de alguns nutrientes (carboidratos
e gorduras) não substitui a ingestão de outros nutrientes de maior importância
para nosso organismo e que não estão sendo consumidos, como as vitaminas,
as proteínas, entre outros.
55
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
56
A influência da relação materno-infantil sobre a alimentação
necessitam de ajuda e assim a escola pode dar sugestões de como elas podem
proceder com seus filhos e encaminhá-los para profissionais especializados.
Texto complementar
Obesidade infantil
(SBRISSA, 2008)
Estudos mostram que uma criança amamentada no seio está menos su-
jeita a engordar excessivamente em comparação com a criança tratada com
mamadeira. Mamar no seio continua sendo o melhor método, especialmen-
te no sentido psicológico, pois dessa maneira a interação entre mãe e filho é
espontânea e natural. Para acertar na alimentação das crianças nos primeiros
meses de vida: dar o alimento em horas fixas, já que o fornecimento é sim-
ples, permitindo à mãe o planejamento de sua própria vida e da vida familiar.
Quando a mãe é ansiosa o conceito de autorregulação do bebê pode levar
57
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
58
A influência da relação materno-infantil sobre a alimentação
A maioria das crianças obesas tem mães dominadoras e pais pouco agres-
sivos, com pouca ambição e muitas das crianças se sentem rejeitadas (acima
de 50%).
A mãe que trabalha fora também costuma não dispor de tempo para co-
zinhar, o que faz com que a alimentação da criança, em especial à noite, se dê
através de sanduíches, pizzas, fast foods e alimentos supercalóricos.
59
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
Dê maior ênfase ao que a criança pode comer, e não ao que ela não
pode.
Não brigue ou critique a criança durante as refeições, para que ela não
desconte sentimentos na comida. Se ela se acostumar a comer muito por
outras razões que não a fome provavelmente fará isso pelo resto da vida.
Atividades
1. Pesquise e resuma os principais transtornos alimentares que podem apare-
cer nas crianças e jovens.
60
A influência da relação materno-infantil sobre a alimentação
61
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
62
A influência da relação materno-infantil sobre a alimentação
Dicas de estudo
Pesquise no site a seguir sobre a conservação dos alimentos <www.anvisa.
gov.br/ALIMENTOS/consumidor/roteiro.htm>.
Nesse site, a ANVISA esclarece quais são os cuidados a serem observados para
prevenir doenças de origem alimentar e também explica sobre a comercializa-
ção dos alimentos. Esse conhecimento é importante para proceder da maneira
mais apropriada na aquisição de alimentos, para evitar o consumo inadequado,
fato que pode provocar danos à saúde.
63
Anemia ferropriva
O2
Glóbulo
vermelho ou
hemácia
Os glóbulos vermelhos
contêm moléculas de he-
O2
moglobina que transportam O oxigênio se fixa ao heme na
oxigênio. molécula de hemoglobina.
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
Domínio público.
Paulo Margotto.
Hemácias. Hemácias em forma de foice.
O ferro encontrado em nosso organismo precisa ser fixado nas células e para
essa fixação necessitamos de ácido ascórbico/vitamina C. Toda vez que ingeri-
mos alimentos que contenham grande quantidade de ferro (vegetais de folhas
verde-escuras como espinafre e couve, carnes, tais como o fígado, leguminosas
como o feijão) sugere-se ingerir concomitantemente com esses alimentos, suco
de frutas que contenham vitamina C (laranja, acerola, goiaba), para facilitar a
fixação do ferro e combater a anemia, disponibilizando energia, principalmente
para as crianças. Assim como o ácido ascórbico (vitamina C) ajuda na fixação do
ferro, o tanino (encontrado no chá preto, chá mate, café e alguns refrigerantes)
e os fitatos (presentes nos cereais: aveias, farelos e trigo de arroz) são inibidores
da absorção de ferro.
67
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
68
Anemia ferropriva
Ervilha: além do alto teor de proteínas, as ervilhas frescas são uma boa
fonte de pectina e outras fibras solúveis, que ajudam a controlar os níveis do
colesterol no sangue.
69
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
Soja: a soja é uma das plantas mais nutritivas e versáteis. É uma boa
fonte vegetal de proteína e ferro, vitamina B, cálcio, potássio, zinco e outros
minerais.
(Disponível em: <www.clinicalen.com.br/html/geral_noticias.htm>.)
Sinais de anemia
Os tipos de anemias mais comuns são a hemolítica (excesso de destruição de
hemácias), a espoliativa (causada por perdas de sangue, por exemplo, úlcera), a ca-
rencial (como a falta de vitamina B12), a falciforme (quando há substituição de um
aminoácido da hemoglobina causando deformação da estrutura da hemácia) e a
aplástica (leucemia, intoxicação por metal pesado em geral dano na medula óssea
vermelha). O diagnóstico se dá através de exames de sangue específicos.
Os principais tipos de anemia são:
Anemia da carência de ferro (anemia ferropriva).
Anemia das carências de vitamina B12 (anemia perniciosa) e de ácido fólico.
Anemia das doenças crônicas.
Anemias por defeitos genéticos:
anemia falciforme;
talassemias;
esferocitose;
deficiência de glicose-6-fosfato-desidrogênase.
Anemias por destruição periférica aos eritrócitos:
malária;
anemias hemolíticas autoimunes;
anemia por fragmentação dos eritrócitos;
Anemias decorrentes de doenças da medula óssea:
anemia aplástica;
leucemias e tumores na medula.
70
Anemia ferropriva
Existe outro tipo de anemia causada por uma deficiência de ácido fólico, se-
gundo Guimarães, (1983). Essa anemia ocorre quando há um acentuado declínio
nas reservas de ácido fólico, podendo aparecer, por exemplo, nas desnutrições
graves e nas diarreias prolongadas, o que pode ocorrer por utilização inadequa-
da de fórmulas lácteas, tais como o leite de cabra, que apresenta baixíssimas
concentrações de ácido fólico.
71
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
72
Anemia ferropriva
Texto complementar
73
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
Nessa faixa etária, segundo os estudos mais recentes, uma anemia acen-
tuada pode comprometer irreversivelmente o desenvolvimento cerebral.
“As pesquisas mostram que crianças que tiveram anemia séria nessa idade
apresentam desempenho escolar inferior ao das outras, mesmo quando a
deficiência de ferro já foi superada”, alerta a pediatra e nutróloga Roseli Sac-
cardo Sarni, do Hospital Pérola Byington. Quando profunda, a anemia pode
provocar problemas respiratórios que podem ser letais.
Além disso, antes dos seis meses, o leite de vaca, mesmo aquele especial-
mente modificado, costuma provocar pequenas hemorragias no intestino.
Isso se dá porque o intestino é excepcionalmente permeável para poder ab-
sorver os anticorpos do leite materno.
74
Anemia ferropriva
lei para que se fortaleça com ferro toda a farinha de trigo”, diz Rita Goulard,
nutricionista da Universidade de São Paulo. Mesmo os programas voltados a
enriquecer apenas alimentos consumidos pela população de risco (crianças
de creches e escolas), no Brasil, são realizados quase sempre de forma des-
contínua. Em Barueri, no interior de São Paulo, entre 1995 e 1996, houve um
projeto piloto que enriqueceu com ferro pão e biscoito usados na alimen-
tação de crianças de um a seis anos em creches e pré-escolas. Em apenas
45 dias, a prevalência de anemia caiu de 32% para 11% dos escolares. “Clas-
ses antes apáticas estavam impossíveis de controlar”, conta a nutricionista
Eliana Veloso, que coordenou o programa. Apesar disso, com a mudança da
administração, o projeto, que havia beneficiado cerca de 3 mil crianças, foi
abandonado.
Pesquisa feita por alunos da Universidade de Mogi das Cruzes, sob super-
visão de Rita Goulart, analisou o cardápio de várias creches municipais de
Itaquera, em São Paulo, e concluiu que a alimentação oferecida não chegava
a atender a 40% das necessidades diárias de ferro. A conclusão é contestada
por Ana Maria Ferreira, supervisora de creches da prefeitura.
75
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
Atividades
1. Por que o ferro é tão importante no desenvolvimento da criança?
76
Anemia ferropriva
2. O que é anemia?
77
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
Dicas de estudo
GLOBO vídeo: As causas e tratamentos da anemia. Disponível em: <http://video.
globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM791887-7823-AS+CAUSAS+E+OS+TR
ATAMENTOS+PARA+A+ANEMIA,00.html>.
78
Anemia ferropriva
79
Controle do esfíncter
Resíduos orgânicos
Nosso corpo necessita de alimentos que cumprem suas funções de nu-
trição das células, e os produtos do metabolismo que não servem mais
para o corpo transformam-se em resíduos e devem ser eliminados. São os
produtos de excreção.
Fibras encontradas nas verduras e frutas com cascas também são muito
importantes para o funcionamento do intestino.
Medula
T -L
S -S
Nervos
Bexiga
Colo vesical
Esfíncter
Uretra
82
Controle do esfíncter
co, também possui controle voluntário. Por essa razão podemos interromper
o fluxo urinário durante a micção sempre que desejarmos. Além disso, a con-
tração persistente do esfíncter inibe a contração da bexiga. Como podemos
notar, todo o controle das duas fases da micção é realizado pelo sistema ner-
voso a partir do cérebro através da medula espinhal e posteriormente atra-
vés dos nervos que vão para a bexiga. Assim, as doenças neurológicas geral-
mente afetam a micção. Os recém-nascidos ainda não têm o sistema nervoso
completamente desenvolvido e por isso não têm ainda o controle voluntário
da micção. Por isso urinam de forma reflexa, ou seja, cada vez que a bexiga
se enche ela se contrai, o esfíncter relaxa e ela se esvazia. Esse controle só é
adquirido por volta de 2 a 4 anos de idade.
(Disponível em: <www.continencecenter.com.br/ml_3_miccao_normal.htm>.)
O bebê nessa fase não tem controle sobre seu corpo, logo ele faz suas neces-
sidades fisiológicas a qualquer momento. É muito comum também o bebê ter
cólicas intestinais, porque seu intestino é prematuro e tem de funcionar sozi-
nho. Até aproximadamente dois anos, o bebê não tem controle, mas desenvol-
ve a percepção da vontade de fazer xixi ou evacuar, principalmente quando a
bexiga está cheia, demonstrando vontade ou a sensação de estar fazendo algo.
Quando suas fraldas estão sujas, a criança demonstra seu incômodo geralmente
por meio do choro.
Sempre que for observada fralda suja, é imprescindível a troca, pois a urina (que
é ácida) e as fezes machucam a pele do bebê, podendo aparecer assaduras.
Quando a criança começa a perceber os controles que tem sobre seu corpo,
inicia-se o processo de retirada das fraldas (por volta de um ano e meio a dois
anos). Nessa fase tanto a mãe como outras pessoas que cuidam da criança pre-
cisam ajudá-la. Assim, sempre que a criança sentir vontade de evacuar, é preciso
conduzi-la ao vaso sanitário infantil ou de adulto (com adaptador), mas nunca
deixar a criança sozinha.
No início, é preciso limpar a criança ensinando-a como ela fará sozinha, com o
tempo deve-se incentivar a criança a fazer a higiene sem o auxílio, acompanhan-
do-a e ensinando-a a dar descarga e lavar as mãos. É importante vestir a criança
com roupas flexíveis para que ela possa tirar facilmente na hora de ir ao banheiro.
83
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
Vale lembrar que cada criança é um ser diferente, cada uma tem seu tempo
e devemos respeitá-lo, isso quer dizer que mesmo após a retirada da fralda a
criança ainda poderá urinar à noite; chamamos isso de enurese noturna. A enure-
se representa a perda involuntária de urina durante a noite e geralmente ocorre
duas vezes ao mês. Esse fato é considerado normal quando a criança possui até
cinco anos, mas se o problema persistir, a criança deve ser levada ao médico para
diagnosticar possíveis problemas.
As mães e a escola precisam ter comunicação direta para que ambas ajudem
nesse processo até a criança se sentir segura e não necessitar mais de ajuda para
evacuar. É importante que a mãe sempre envie para a escola pelo menos uma
peça de roupa caso seja necessário trocar.
84
Controle do esfíncter
Atenção: nosso corpo consegue funcionar vários dias sem alimento, porém,
não consegue sobreviver muitos dias sem água. Ofereça às crianças e beba
muita água e sucos de frutas naturais – estes além de cumprirem a função de
hidratação, fornecem vitaminas ao corpo.
Texto complementar
85
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
86
Controle do esfíncter
A fase entre um ano e oito meses e dois anos é a melhor época para o
início dessa aprendizagem. Por volta dessa idade, a criança já deve ter pas-
sado pelas seguintes fases:
Outro aspecto a ser considerado é que, nessa idade (um ano e oito meses,
mais ou menos), a criança tem grande interesse em imitar as pessoas princi-
palmente os pais em suas atividades, o que também facilita o aprendizado.
Até por volta de três anos, mais ou menos, devido a diarreias, roupas aper-
tadas ou acidentes podem ocorrer regressões. Estas acontecem também se a
criança está passando por dificuldades emocionais.
87
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
Enquanto o controle diurno ocorre por volta de dois anos e meio, o no-
turno se dá por volta de três anos e meio, mais ou menos. Depende muito do
grau de sono. Somente a partir de três anos, a curva de ação vesical infantil
(capacidade de contração da bexiga) se assemelha à do adulto, possibilitan-
do o controle noturno. É quando a criança passa a acordar sistematicamente
com as fraldas secas.
88
Controle do esfíncter
uma atitude facilitadora é deixar que a criança veja outra criança usan-
do normalmente a privada;
Dizer que a criança está suja ou mostrar repugnância pode levá-la a sentir
vergonha de um ato, para ela, natural e fonte de prazer.
Considerar problema uma criança que, aos dois anos, não tenha controle
dos esfíncteres é o mesmo que considerar um bebê que engatinha ou balbu-
cia imaturo por ainda não falar nem andar.
Atividades
1. Faça uma pesquisa a respeito do sistema urinário em homens e mulheres.
Em seguida, desenhe e compare ambos, respondendo se existem diferenças
nos sistemas urinários dos homens e das mulheres.
89
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
90
Controle do esfíncter
Dicas de estudo
<http://crisete.bebeblog.com.br/7735/PUERICULTURA/>.
<www.clicfilhos.com.br/site/display_materia.jsp?titulo=Manual+de+primeiros
+socorros>.
Esse site oferece dicas a respeito dos primeiros socorros. É relevante conhecer
esse tema para saber como proceder em caso de algum incidente.
91
O sono e a criança
1 ano de idade
4 anos de idade
10 anos de idade
adulto
Esta figura está relacionada com as fases (ciclo) do sono em relação à idade das pessoas e
nosso “relógio biológico”.
precoce: quando o bebê ainda não sabe sugar e nem a mãe sabe oferecer o
seio de maneira correta, este acaba sendo machucado, causando dores e feri-
mentos; mães que trabalham e não conseguem amamentar seu filho durante
o dia; se é oferecido leite artificial com açúcar, o fato de ser doce leva o bebê a
não querer mais o outro (natural); quando a criança fica algum tempo internada
(bebês prematuros) e quando não é estimulada a retirada de leite materno este
acaba petrificando.
Se a criança está na fase de tirar as fraldas e faz xixi na cama – diurese notur-
na – ou se quer ir ao banheiro porque tomou muito líquido antes de dormir, a
criança tem sono agitado, acorda no meio da noite e perde o sono.
94
O sono e a criança
O berço muitas vezes é o lugar preferido para crianças que gostam de ficar
brincando sentadas ou deitadas sozinhas antes de dormir. É preciso tomar alguns
cuidados básicos com as normas de segurança do berço, tais como: não deixar
brinquedos pequenos que possam ser levados à boca e tomar cuidado para que
as crianças não tenham quedas e fiquem machucadas. Os berços necessitam
oferecer condições de segurança para que a criança não sofra acidentes.
95
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
Uma boa dica é levar os bebês para o banho de sol, a criança se acalma e
muitas vezes dorme tranquilamente. Além disso, o sol é fundamental para a for-
mação dos ossos e do sistema nervoso devido à vitamina D (os bebês precisam
do cálcio que está presente no leite, mas para que ele se fixe nas células é ne-
cessária a presença da vitamina D), muito importantes para o desenvolvimento
e crescimento das crianças. A exposição ao sol requer alguns cuidados básicos,
como o tempo de exposição e o horário mais adequado.
A hora do sono na escola, que na maioria das vezes é após o almoço, implica
conduzir as crianças para o banheiro para que façam suas necessidades básicas
e escovem os dentes, enquanto isso o professor ou outra pessoa pode arrumar
o local para dormir, seja o berço, a caminha ou o colchonete. É importante que
cada criança tenha seu próprio lugar e seus pertences como lençol, fronha e
travesseiro (sempre limpos, evitando a transmissão de doenças de pele, piolho
etc.). Para crianças que não querem dormir e ficam resistindo a esse hábito,
convide-as para manusear livros ou fazer pinturas, isto ajudará para que fiquem
tranquilas, gerando o sono.
Local deve ser arejado, janelas de vidro que possibilitem sua abertura para
entrada de ar e quando as janelas estiverem totalmente abertas, devido ao
intenso calor, deve haver a tela de proteção para que não entrem insetos
e servindo de proteção para que a luz não atrapalhe o sono das crianças.
96
O sono e a criança
97
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
cedo para que suas mães as deixem nas escolas e possam trabalhar, famílias que
dormem muito cedo ou muito tarde fazem com que a criança adquira esses
mesmos hábitos.
Devemos lembrar que crianças obesas têm maior dificuldade de dormir. Se-
gundo Ana Gerschenfeld (2008),
[...] 25% das crianças obesas e inativas sofrem de perturbações da respiração durante o sono,
incluindo o ressonar e as apneias do sono. Atividade física ajuda a controlar o problema.
Após cerca de três meses de atividade física intensiva a seguir às aulas – saltar de corda, jogar
basquetebol ou brincar de apanhada –, o número de crianças com esse tipo de problemas no
grupo com 20 minutos de atividade física diária tinha diminuído para metade. E, nas crianças
que praticavam 40 minutos de atividade física por dia, essa redução atingia os 80%.
Distúrbios do sono
Os distúrbios do sono são alterações orgânicas relacionadas ao começo do
sono, durante todo o sono ou a comportamentos anormais associados ao sono,
como o terror noturno ou o sonambulismo. Vejamos abaixo algumas dessas
alterações:
Texto complementar
Sono e aprendizagem
(HAUBOLD, 2008. Adaptado.)
Quando dormimos, será que estamos apenas passivamente a nos recuperar de
um dia cansativo, ou será mais do que isso? Angelika Börsch-Haubold pondera
as implicações de alguma investigação intrigante – será que a sua avó tinha
razão? Teste você mesmo as conclusões dos cientistas!
A minha avó costumava dizer que uma boa noite de sono era essencial
para a aprendizagem. Ela insistia mesmo que o sono antes da meia-noite
era o melhor. Normalmente, as crianças não se importam de ir para a cama
quando têm sono, mas os adolescentes recusam-no como parte da sua
emancipação sobre a influência parental. E a nossa sociedade parece con-
tribuir para isso: hoje em dia, dormimos menos 20% do que os nossos ante-
passados, porque trabalhamos mais horas e procuramos atividades sociais
noturnas (HARGREAVES, 2000).
Todos sabemos que uma noite de sono tardia ou a perda regular de pe-
quenos períodos de sono dificultam a atividade cognitiva. Estima-se que o
99
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
100
O sono e a criança
101
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
Conclusão
A mais recente investigação sobre sono e aprendizagem conferiu rigor
científico aos conselhos da minha avó. Essa informação combinada com
os indicadores óbvios de que a privação de sono é uma realidade na nossa
sociedade, leva-nos a repensar os nossos hábitos de sono. O conhecimen-
to sobre as necessidades de sono do nosso cérebro ajudar-nos-á a apren-
102
O sono e a criança
Atividades
1. Para ampliar nosso tema, pesquise as diferenças entre sono e cansaço, bus-
cando quais as relações entre esses dois conceitos.
103
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
104
O sono e a criança
Dicas de estudo
Acesse o site: <http://guiadobebe.uol.com.br/carinho/shantalla.htm>.
Esse site mostra a técnica de massagem shantal que tem sido muito utilizada
em bebês, e mostra os benefícios, que também ajudam nos problemas de insô-
nia. É importante a troca de informações e experiência entre os alunos, para que
eles próprios tentem praticar para aprender a técnica.
105
A importância da higiene
A partir do seu nascimento o ser humano irá passar, durante sua exis-
tência, por várias fases: ele nasce, cresce, se reproduz e morre. A essas
fases damos o nome de ciclo da vida e cada um de nós possui seu ciclo
biológico (mecanismos internos de funcionamento e regulação de todos
os sistemas e órgãos do corpo) no qual consideramos fases em que nosso
organismo vai se alterando para mantê-lo em perfeito estado nos aspec-
tos físico, mental e intelectual.
Para que o indivíduo possa passar por todo esse ciclo, ele precisará
manter seu corpo em perfeito funcionamento durante todas as fases, isso
chama-se homeostasia, que quer dizer processos ou mecanismos que
nosso corpo ou nosso organismo possui para regular e manter em equilí-
brio para que o indivíduo possa ter uma vida saudável. Para que ele tenha
seu corpo em perfeito funcionamento, ou melhor, ter boa saúde, precisará
de boa alimentação, atividade física, sono adequado, lazer e higiene.
biente em que vive; e, independente de suas ações, todos nós (crianças e adul-
tos) dependemos das políticas públicas, como saneamento básico, limpeza das
ruas, rios, córregos etc. Sem isso o ambiente em que moramos torna-se sujo e
propício à contaminação e proliferação de doenças.
Higiene física
A higiene do corpo previne muitas infecções como a do intestino, a da pele, a
dos olhos, a dos pulmões etc. Muitas doenças são transmitidas das fezes para a
boca, como as verminoses, diarreias e disenterias, hepatites, entre outras. Crian-
ças pequenas (zero a um ano e meio) passam por uma fase na qual se deu o nome
de “fase oral” (ROWELL, 2008), pois nessa fase a língua possui nervos sensoriais em
que ela percebe as formas, as densidades, os sabores de tudo o que for levado até
a boca. Essa fase requer cuidados redobrados com a higiene do meio, das mãos, e
dos objetos como brinquedos, utensílios como chupetas, mamadeiras etc.
108
A importância da higiene
Cuidados corporais com bebês também exigem atenção: não deixá-los com
fraldas sujas e dar banhos sempre que necessário, após as evacuações e princi-
palmente no verão, quando as crianças suam muito. Durante o banho, é impres-
cindível tomar cuidados com a segurança do bebê. Quedas em chão escorregadio,
queimaduras com água muito quente ou afogamentos. Nunca devemos deixar a
criança sozinha nem que seja por apenas uns instantes.
Foram observados nas escolas altos índices de crianças com cáries, pois não
fazem a higiene bucal. Na escola ou em casa, faz-se necessário acompanhar e
observar o processo de escovação dos dentes feito pelas crianças. Esse acom-
panhamento deve permanecer o tempo necessário até que elas possam fazer
sozinhas e da maneira correta. As escolas devem promover a visita de profissionais
(dentistas) para que possam aplicar flúor, ensinar e incentivar as crianças ao
hábito de escovar os dentes.
Higiene mental
Somos seres humanos e necessitamos estar bem. Nossa saúde física e mental
são interdependentes, pois tudo depende das condições em que nosso corpo
encontra-se; temos necessidades fisiológicas como alimentar-se, bem como
temos necessidades psicológicas como ter amor, segurança etc. Se estamos an-
siosos, perturbados, inseguros, nossa mente não fica bem e consequentemente
nosso corpo também adoece. São as doenças psicossomáticas.
As crianças sofrem diretamente com esses aspectos enquanto estão com sua
família e também na escola. Apontamos alguns fatores em que o ambiente fa-
109
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
110
A importância da higiene
Higiene do meio
Na escola encontramos um grande número de pessoas que utilizam áreas em
comum cuja conservação e limpeza são de responsabilidade de todos: alunos,
professores, direção, funcionários e comunidade.
111
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
água filtrada;
tanques de areia devem ser cobertos para evitar que durante a noite ani-
mais possam defecar na areia;
Istock Photo.
Cuidado no preparo dos alimentos.
112
A importância da higiene
Cólicas, diarreia, dor de barriga, palidez, coceiras no ânus, vômitos são alguns
sintomas de verminoses. São elas:
Ovos
Irrigação de
hortaliças
113
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
Teníase – causada pela tênia, que pode ser de dois tipos: Taenia solium
(transmitida pela carne de porco) ou Taenia saginata (transmitida pela
carne de boi), conhecida popularmente como solitária. Cresce dentro do
indivíduo contaminado e pode chegar a ter 14 metros de comprimento;
nutre-se do alimento do hospedeiro (homem), podendo levar a quadros
de desnutrição.
Verme no
organismo
humano
Contaminação
114
A importância da higiene
Projeto político-pedagógico:
temáticas e ações sobre saúde
Faz-se necessário discutir e incluir nos projetos político-pedagógico das ins-
tituições de ensino ações voltadas à atenção à saúde infantil, bem como nas
temáticas sobre saúde-doença junto às comunidades locais, em conformidade
com os Parâmetros Curriculares Nacionais, orientados pelo MEC, e assim garantir
uma significativa contribuição para o bem-estar dos indivíduos e uma melhora
do rendimento no processo ensino-aprendizagem.
Legislação
Segundo a Resolução CEB 1, de 7 de abril de 1999, institui as Diretrizes Curri-
culares Nacionais para a Educação Infantil que são:
115
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
[...]
Art. 3.º São as seguintes as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil:
[...]
[...]
têm uma visão ampla dos serviços de saúde voltados para o escolar;
A resposta é simples: queira ou não assumir a tarefa da educação para a saúde, a escola
está continuadamente submetendo os alunos a situações que lhes permitem valorizar
conhecimentos, princípios, práticas ou comportamentos saudáveis ou não.
Quando não inclui, nas várias áreas do currículo, os diferentes conteúdos relativos ao fenômeno
saúde/doença, ou lida com eles como se não tivessem relação direta com as situações da vida
cotidiana, ou ainda, quando os alunos convivem com salas de aula, banheiros, quadras de
esporte, espaços de recreio, entorno escolar que lhes oferecem referências que nada têm a ver
com o que é saudável, a escola está optando por um tipo de educação que afasta as crianças
e os adolescentes de uma tarefa de cidadania. Ou seja, afasta-os da discussão e da prática de
ações individuais e coletivas de cuidados em saúde.
Texto complementar
Introdução
O objetivo deste artigo é apresentar os resultados de uma pesquisa sobre as
concepções dos educadores que embasam os cuidados cotidianos que pres-
tam às crianças. Em sua íntegra, constitui dissertação de mestrado em Enferma-
gem apresentada à Universidade Federal de São Paulo (MARANHÃO, 1998).
117
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
A opção por creche pública filantrópica foi feita em razão de ter-se tomado
em conta que o maior número de creches é desse tipo, bem como pela ten-
dência do atual governo de repasse dos serviços públicos para cooperativas,
entidades e iniciativa privada. Foram consideradas as condições básicas de
operacionalização – prédio conforme as normas técnicas e equipe de acordo
com recomendações do convênio municipal. O berçário – composto por
duas salas, lactário, sala de banho e troca, copa para refeições e solário – foi
planejado para atender 30 crianças de 0 a 18 meses, mas havia 39 crianças
matriculadas, seguindo recomendações do convênio que prevê otimização
das vagas em razão da variação na frequência diária.
Resultados e discussão
A doença como resultado de determinantes exteriores – o estigma
da doença reforçando preconceitos em relação aos usuários da creche
118
A importância da higiene
No começo eu achava que as crianças, que elas tinham... eu não sei se um problema de
saúde, mas elas (as outras educadoras) falavam que criança de creche era daquele jeito
mesmo, né, e eu pensava que isso era a alimentação... que eles não estavam acostumados...
(educadora).
119
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
120
A importância da higiene
esponja sabe, a cada banho eu uso a esponja... no meu berçário não tem esses problemas
de pele. Eu não sei, porque também, se não lavar a banheira fica aquele sebinho, ali,
grudado na banheira, porque eles (as crianças) têm uma gordurinha, né, o suor deles, né,
fica tudo ali (educadora).
121
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
122
A importância da higiene
Esses fatos nos levam a cogitar que os cuidados muitas vezes são plane-
jados com base na necessidade dos adultos, não se considerando as reais
necessidades infantis. Ou seja, a escolha de determinado cuidado em de-
trimento de outro pode ter o sentido de aplacar a insegurança dos adultos,
tranquilizando a equipe e expressando suas intenções de cuidar bem.
Atividades
1. Ao visitar uma escola, observamos os diversos ambientes em seu estado de
conservação e limpeza. Em duplas, escreva uma lista contendo atitudes er-
radas que podem ser encontradas e, para cada atitude errada, sugira medidas
corretas para as seguintes áreas: cozinha, refeitório, lixeiras, banheiros, pátio
interno, externo, limpeza das salas, laboratórios, cantinas, bebedouros etc.
123
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
124
A importância da higiene
3. Após ter lido o texto complementar, faça um breve resumo sobre o que
aprendeu e argumente sobre sua importância.
125
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
Dicas de estudo
Assista ao filme Osmose Jones, dirigido por Bobby Farrely.
Sinopse: Frank (interpretado por Bill Murray) é um pai viúvo com sérios pro-
blemas de higiene e auto-estima. Por acidente ingere Thrax, um vírus letal que
pode matá-lo em poucas horas. Enquanto Frank desenvolve a doença, dentro do
seu organismo (mostrado como uma cidade em animações, com seus habitan-
tes) um policial (um leucócito) chamado Osmose Jones e seu parceiro Drix (uma
cápsula antigripal) procuram combatê-lo.
Nesse site está disponível um guia escolar que explica como descobrir sinais
de violência nas crianças. Essa leitura é importante para discutir com os colegas,
para socializar conhecimentos e combater a violência contra crianças.
O site <www.sabesp.com.br/CalandraWeb/CalandraRedirect/?temp=2&tem
p2=3&proj=sabesp&pub=T&nome=Uso_Racional_Agua_Generico&docid=E50
615CE526E0D26832571AE0062ED78&db> traz informações sobre quais os pro-
cedimentos necessários que a escola deve adotar para manter a caixa d’água
limpa. Com essa pesquisa, você poderá aprender a maneira correta de como se
faz a limpeza da caixa d’água.
126
A importância da higiene
127
Gabarito
O desenvolvimento da criança
nos primeiros anos de vida
1.
2.
Desenvolvimento corporal:
Outro problema sério e que merece atenção são as mochilas que as crianças
levam para a escola. Ao carregarem muitos materiais, o peso das mochilas
excede o ideal para a criança. É necessário que os professores e principal-
mente os pais observem se os materiais que a criança irá levar para cada
dia de aula são apenas os necessários ou se a criança está levando materiais
excedentes. O excesso de peso pode prejudicar a saúde da criança.
Alimentação da criança
1.
130
Gabarito
2. O aluno com diabetes não precisa ser submetido a rígidas restrições alimen-
tares, como pães, cereais e outras fontes de carboidratos, pois eles fornecem
energia, especialmente durante a infância.
131
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
A influência da relação
materno-infantil sobre a alimentação
1. Anorexia: a rejeição à comida (anorexia, com incidência de 1%) é classificada
como um transtorno alimentar e suas vítimas são quase sempre (95% dos
casos) mulheres jovens, de 15 a 20 anos, excessivamente preocupadas com
a aparência e mais sensíveis às influências dos padrões de beleza em vigor
para firmar sua personalidade. A doença também ataca mulheres na faixa
dos 30 e raramente as acima dos 40. Um dos primeiros sintomas são a perda
da noção que a pessoa tem da sua imagem corporal, mesmo magra ela se
vê gorda, acredita que precisa emagrecer ainda mais e que o melhor jeito é
parar de comer.
corpo mais firme com músculos mais fortes: exercícios de força com pesos
ou em aparelhos que fortalecem e desenvolvem os músculos;
132
Gabarito
diminuição do estresse;
facilita o crescimento;
133
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
Anemia ferropriva
1. Reduz o índice de nascimento de bebês prematuros e com peso abaixo da
média; reduz o risco de morte materna no parto e no pós-parto imediato;
melhora a capacidade de aprendizagem da criança; melhora a resistência
imunológica na aquisição de infecções; é fundamental para o crescimento
saudável e melhor oxigenação das células do corpo.
134
Gabarito
Controle do esfíncter
1. Não são diferentes.
Rins
Ureteres
Bexiga
Próstata
Uretra
Uretra
Pênis
2.
O nosso corpo é, em grande parte, constituído de água.
Todas as partes do nosso corpo têm água, até mesmo os nossos ossos.
Nosso corpo perde muita água quando elimina urina, fezes, suor e lágrimas.
Por isso temos de beber água e outros líquidos para repor essa perda.
3. Para a retirada das fraldas, é necessário esperar que a criança seja capaz
de controlar os esfíncteres. O controle do esfíncter constitui um proces-
so complexo, trazendo à tona funções de socialização, de maior indepen-
135
Fundamentos Biológicos do Desenvolvimento Infantil
O sono e a criança
1. Sono é uma necessidade fisiológica do corpo, e cansaço é um estado do cor-
po que mostra a necessidade de parar, que muitas vezes se dá pela privação
do sono. Ambos interferem diretamente na vida e no aprendizado da crian-
ça. Uma criança que não dorme direito fica cansada e, portanto, não conse-
guirá fazer as atividades diárias e, consequentemente, não aprenderá.
3. Estudos comprovam que, de maneira geral, quem dorme bem possui órgãos
funcionando bem, consequentemente o cérebro e a memória funcionam
melhor, bem como as capacidades motoras, perceptivas e cognitivas.
136
Gabarito
A importância da higiene
1.
Cozinha: foram encontrados alimentos em cima da mesa aguardando para
ser preparados; as merendeiras não estavam utilizando luvas.
Nos banheiros foi encontrado tudo limpo, havia sabonete e papel para
utilização dos alunos. Porém, as paredes continham bolores.
137
Referências
BBC Brasil. Estudo Liga Boa Nutrição de Bebês a Salários mais Altos
na Fase Adulta. Disponível em: <http://cienciaesaude.uol.com.br/ultnot/
bbc/2008/02/01/ult4432u998.jhtm>. Acesso em: 20 fev. 2008.
CAMPOS, Shirley de. Meu Filho Não Dorme: o sono normal da criança.
Disponível em: <www.drashirleydecampos.com.br/noticias/504>. Acesso
em: 20 fev. 2008.
140
Referências
MOREIRA, Lygia Luiza Schmal; QUEIROZ, Isa Maria Bezerra. A Escola Promotora
de Saúde. Disponível em: <www.tvebrasil.com.br/SALTO/boletins2001/se1/
se1txt2.htm>. Acesso em: 14 fev. 2008.
OMS. CONFERÊNCIA SANITÁRIA INTERNACIONAL REALIZADA EM NOVA YORK
(19/22 de junho de 1946) e assinada em 22 de julho de 1946 pelos represen-
tantes de 61 Estados, com vigor a partir de abril de 1948. Disponível em: <www.
who.int/home-page/index.es.shtml>. Acesso em: 27 fev. 2008.
PAPALIA, Diane; OLDS, Sally W. O.; FELDMAN, Ruth, D. Desenvolvimento
Humano. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
PEREIRA, A. C. S.; AMBRÓZIO, C. R.; SANTOS, C. N.; BORSATO, F.; FIGUEIRA, F. F.;
RIECHI, T. I. J. Família e Dificuldades de Aprendizagem: uma reflexão sobre
a relação pais e filhos. Laboratório de neuropsicológica. Departamento de
Psicologia da Universidade Federal do Paraná. Disponível em: <www.proec.
ufpr.br/enec2005/download/pdf/SA%DADE/PDF%20SAUDE/23%20-%20
FAM%CDLIA%20E%20DIFICULDADES%20DE%20APRENDIZAGEM%20-%20rev.
pdf>. Acesso em: 4 mar. 2008.
141
Anotações