A raiva é uma doença aguda do Sistema Nervoso Central (SNC) que pode
acometer todos os mamíferos, inclusive os seres humanos, ou seja, É uma zoonose
viral, que se caracteriza como uma encefalite progressiva aguda e letal.
Agente Infeccioso
Período de Incubação
A variabilidade do período de incubação depende de factores como capacidade
invasiva, patogenicidade, carga viral do inóculo inicial, ponto de inoculação (quanto
mais próximo do SNC, menor será o período de incubação), idade, imunocompetência
do animal, entre outros.
No ser humano, o período médio de incubação é de 20 a 60 dias, embora haja
relatos de períodos excepcionalmente longos. Por sua vez, a determinação do período
de incubação da raiva natural em animais é de difícil comprovação, dada a dificuldade
em registar o momento exato da inoculação do vírus. Entretanto, estudos de infecção
experimental realizados em diferentes animais, usando amostras virais de diferentes
origens, têm mostrado variações, com períodos extremamente longos ou
demasiadamente curtos.
Em cães, o período médio de incubação é de 3 a 8 semanas, com extremos
variando de 10 dias a 6 meses. Em experimentos envolvendo inoculação intramuscular
em caprinos e bovinos com amostras de vírus da raiva, obtido de raposa Dusicyon
vetulus, do Nordeste brasileiro, o período de incubação variou de 17 a 18 dias. Em
asininos, a inoculação com a mesma amostra apresentou um período de 92 a 99 dias
e, em eqüinos, 179 a 190 dias.
O Código Sanitário para os Animais Terrestres, da Organização Mundial de
Saúde Animal , relata que o período de incubação da raiva é de 6 meses.
Vias de Transmissão
Não existe transmissão entre seres humanos, não havendo nenhum risco para
familiares ou para a equipe médica que cuida dos pacientes. A transmissão também
não ocorre por objetos ou alimentos, uma vez que o vírus não sobrevive no meio
ambiente, morrendo rapidamente quando exposto à luz solar ou quando a saliva
contaminada seca. Não há casos, por exemplo, de transmissão da raiva através de
frutas manipuladas por morcegos contaminados.
A confirmação laboratorial em vida, dos casos de Raiva, pode ser realizada pelo
método de imunofluorescencia directa, em impressão de cornea, raspado de mucosa
lingual , tecido bulbar de folículos pilosos, obtidos por biopsia de pele da região cervical
– procedimento que deve ser feito por profissional habilitado, mediante o uso de
equipamento de proteção individual. A sensibilidade dessas provas é limitada e,
quando negativas, não se pode excluir a possibilidade de infeção. A realização de
necropsia é de extrema importancia para a confirmação do diagnóstica. A técnica de
imunofluorescencia direta se constitui método rápido, sensível e específico. A prova se
baseia no exame microscópico de impresses de tecido nervoso (cérebro, cerebelo e
medula). A prova biológica, uma técnica para isolamento do vírus em camundongo. A
técnica de tipificação viral serve para a identificação de anticorpos monoclonais e,
quando fornece resultados inesperados, deve ser realizado o sequenciamento
genético. A técnica de avaliação sorológica para Raiva é utilizada em indivíduos
previamente imunizados e expostos ao risco de contraírem a doença. Todos os
indivíduos pertencentes aos grupos de risco devem ser avaliados a cada 6 meses. Na
atualidade, técnicas de biologia molecular são importantes instrumentos para o
diagnóstico ante-mortem da Raiva em humanos, inclusive para a identificação da fonte
infecção, para otimização das acçoes de investigação, vigilancia e controle de foco.
Tratamento
Em caso de mordida por qualquer mamífero, devemos lavar bem a ferida com
água e sabão para evitar a contaminação pelas bactérias presentes na saliva dos
animais. Depois desta primeira limpeza, o paciente deve procurar um centro médico
para que a equipe de saúde possa avaliar se há necessidade de iniciar tratamento
profilático (preventivo) com a vacinação contra raiva. É importante também vacinar o
paciente contra o tétano, caso a última vacinação tenha mais de 10 anos.
Médicos veterinários.
Biólogos.
Agrotécnicos.
Pessoas que trabalham em laboratórios de virologia.
Pessoas que trabalham com animais silvestres.
Pessoas envolvidas na captura e estudo de animais suspeitos de raiva.
Pessoas que vão viajar para áreas onde ainda não há controle da raiva nos
animais.
A vacina contra a raiva pode ser administrada por via subcutânea ou intramuscular.
A região glútea, porém, não costuma ser usada, pois resulta em níveis mais baixos de
anticorpos que o desejado.
Profilaxia pós-exposição
A profilaxia pós-exposição é aquela que é feita somente após o indivíduo ter sofrido
uma mordida de um mamífero.
Sendo a Raiva uma doença causada pelo vírus do gênero Lyssavirus da família
Rhabdoviridae que afecta o sistema nervoso central, causando alterações
comportamentais, devemos evitar o contacto directo com animais desconhecidos, uma
vez que, não sabemos o seu estado de Saúde.
Portanto, o mais importante é entender a gravidade da raiva. Não se deve nunca
negligenciar uma mordida ou arranhadura por animais. Não se baseie apenas na
aparência do animal para definir se este tem ou não raiva. Uma vez mordido, procure
um posto de saúde para receber as orientações.
Bibliografias Consultada.
1. ALBAS, A.; DE LUCCA, C.I.; QUEIROZ DA SILVA, L.H.; BERNARDI, F.; ITO, F.H.
(1999). Influence of canine brain decomposition on laboratory diagnosis of rabies.
Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v.32, n.1, p.19-22.
2. BADRANE, H.; TORDO, N. (2001) Host switching in Lyssavirus history from the
chiroptera to the carnivore orders. Journal of Virology, v. 75, n.17, p.8096 – 8104.
3. Dra.Cristina Ferreira Jardim de Miranda_CRMU\4164MG e Médica Veterinária, Mestre
em Epidemiologia E Dra. Em Epidemiologia Médica.