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Geologia e
Mecânica dos Solos
MBA Projeto, Execução e Desempenho de Estruturas e Fundações
Análise Geotécnica para Fundações e Contenções

Prof. MSc. Douglas M. A. Bittencourt


engenheirobittencourt@gmail.com

Prof. MSc. Douglas M. A. Bittencourt


1. Geologia e Mecânica dos Solos

• Mecânica dos Solos


• Somente foi aceita como ciência em 1925 (Karl Terzaghi)
DEFINIÇÃO

É a mecânica dos sistemas constituídos por uma fase sólida granular


e uma fase fluida, ou seja, é a ciência que estuda o comportamento
dos maciços terrosos sob a ação de esforços.

A mecânica dos solos é o estudo do comportamento de engenharia


do solo quando este é usado ou como material de construção ou
como material de fundação.
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1. Geologia e Mecânica dos Solos
Mecânica dos Solos é responsável pelos estudos teóricos e
práticos sobre o comportamento dos solos (materiais
terrosos naturais), sob o enfoque de sua solicitação pela
Engenharia. (Terzaghi, 1944; Vargas, 1977)

“Geologia de Engenharia é a ciência dedicada à


investigação, estudo e solução dos problemas de
engenharia e meio ambiente decorrentes da interação entre
as obras e atividades do Homem e o meio físico geológico,
assim como ao prognóstico e ao desenvolvimento de
medidas preventivas ou reparadoras de riscos geológicos.”
(Santos, 2002)

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Geologia Fundações Barragens

Pavimentos Aterros

Mecânica dos
Solos GEOTECNIA
Estruturas de contenção

Mecânica das Obras subterrâneas


Rochas

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• Solos:
• Formados pela alteração das rochas a partir de agentes
de intemperismo
• O comportamento do solo depende do movimento de
suas partículas entre si

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• Minerais:
• Substância sólida natural e homogênea formada por
processos inorgânicos e que possui composição química
definida
• Rochas:
• Corpo sólido natural, resultante de um processo
geológico determinado, formado por agregados de um
ou mais minerais, arranjados segundo as condições de
temperatura e pressão existentes durante sua formação

Ígneas Sedimentares Metamórficas


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Rochas

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EXEMPLOS DE ROCHAS ÍGNEAS

Granito Basalto

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EXEMPLOS DE ROCHAS SEDIMENTARES

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EXEMPLOS DE ROCHAS METAMÓRFICAS

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Classificação quanto à origem
• Solos residuais:
– São solos provenientes da decomposição das rochas e não foram
submetidos a ações de transporte
– Se conservam no local da rocha mãe
– Centro-Sul do Brasil

• Solos transportados ou sedimentares:


– São solos, que após o processo de alteração, foram transportados
para outros locais.
– Coluviões, tálus, aluvionares, eólicos, glaciais
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Classificação quanto à origem
• Solos orgânicos
– Possuem alto teor de matéria orgânica em decomposição e
apresentam coloração escura
– Turfa (solos com alto teor orgânico)

• Solos de evolução pedogenética


– São solos, que após o processo de formação, são alterados por
processos físico-químicos, como lixiviação, laterização,
cimentação, etc.
– Ex.: solos lateríticos (solos vermelhos de zonas úmidas e quentes,
compostos por hidróxido de alumínio e ferro)
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Tamanho das partículas

Fração Limites pela ABNT


Matacão 25cm - 1m
Pedra 7,6cm - 25cm
Pedregulho 4,8mm - 7,6cm
Areia Grossa 2,0mm - 4,8mm
Areia Média 0,42mm - 2,0mm
Areia Fina 0,05mm - 0,42mm
Silte 0,005mm - 0,05mm
Argila inferior a 0,005mm

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Índices Físicos
Pa = peso do ar (desprezível)
Pw = peso da água (livre + higroscópica)
Ps = peso dos sólidos
P = peso total do solo úmido
Va = volume do ar
Vw = volume da água
Vs = volume dos sólidos
V = volume total do solo úmido

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Vv
Índice de Vazios (e): e
Vs

Vw
Grau de Saturação (S): S%   100
Vv

Pw
Teor de umidade (w): w  100%
Ps

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Peso Específico ():

P Ps Psat
n  d   sat 
V V V
Ps Pw
s  w   sub   sat   w
Vs Vw
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Densidade real dos grãos:
 s s
 
 w w
Relações matemáticas entre índices físicos:

S e   w   S e 
 n   w  
n  s
1  w  1 e 
1 e 19
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Exemplo

Em uma área de empréstimo (jazida) são escavados 80.000 m³ de


solo, o qual tem no campo um índice de vazios de 1,5.

a) Qual será o volume correspondente de aterro compactado, se o


índice de vazios especificado para o aterro for de 0,70.

b) Sabendo-se que o teor de umidade no empréstimo é de 4%, e que


o aterro depois de pronto terá uma umidade de 12%, calcule o
volume d’água que deverá ser adicionado ao material escavado.

Considerar δ = 2,70 e γw = 10 kN/m³ 20


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Tensões no solo: Tensão Total

W i
W1  W2  W3  W4  W5 Vol1 . t1  Vol2 . t 2  Vol3 . t 3  Vol4 . t 4  Vol5 . t 5
 i 1
 
A A A
A.h1 . t1  A.h2 . t 2  A.h3 . t 3  A.h4 . t 4  A.h5 . t 5 n
  h1 . t1  h2 . t 2  h3 . t 3  h4 . t 4  h5 . t 5   hti . ti
A i 1

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Tensões no solo: Poro pressão ou pressão neutra

u   w  hw

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Tensões no solo: Tensões Efetivas

 '   u Terzaghi (1925)


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Exemplo

Calcule as tensões verticais


total, neutra e efetiva nos
pontos indicados na Figura
ao lado.

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Tensões no solo: devido a carregamentos externos
a) Carga concentrada - Solução de Boussinesq (1885)

3P  z 3 3P  cos5 
z  
2  R 5
2  z 2

h 
P  1  2  
3 cos   sin   1  cos  
2

2  R 2
 

R  z2  r2
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Tensões no solo: devido a carregamentos externos
b) Carga distribuída retangular uniformemente carregada – Solução
de Newmark (1933), Fadum (1948) e Holl (1940)

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Tensões no solo: devido a carregamentos externos
• Solução de Newmark (1933) apud (Pinto, 2006)

 0  
   

 2  m  n  m 2  n 2  1 0,5   m 2  n 2  2
  
1 2  m  n  m  n  1
2 2 0,5 

 z   tg  2 

 2 2

4  m  n  1  m  n  m  n  1
2 2 2 2
  m  n  1  m  n  
2 2 2

 
a b
m e n
z z
ou
b a
m e n
z z
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Ábaco de Fadum (1948) apud
Poulos e Davis (1974)

 z  I   0

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Tensões no solo: devido a carregamentos externos
• Equações de Holl (1940) apud Poulos e Davis (1974)
0
0  1  a  b   a  b  z   2 
 z 
2
 tan      
  R1  R2 
2

  z  R3   R3  

R1  a 2  z 2 R3  a 2  b 2  z 2
R2  b 2  z 2

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Exemplo
Calcule os acréscimos de tensão vertical, a uma profundidade de 3 m
sob a base da fundação indicada, tendo em vista os pontos A, B e C.

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Exemplo

E para o ponto D???

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Amostra para ensaio de laboratório:

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Ruptura do solo pelo critério de Mohr-Coulomb:

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Ruptura do solo pelo critério de Mohr-Coulomb:

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Ensaio de Cisalhamento Direto

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Ensaio de Cisalhamento Direto

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Ensaio de Cisalhamento Direto

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1. Geologia e Mecânica dos Solos
Ensaio de Compressão Triaxial

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Ensaio de Compressão Triaxial

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Ensaio de Compressão Triaxial

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Ensaio de Compressão Triaxial

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Adensamento em argilas

(a) Analogia mecânica


proposta por Terzaghi

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Adensamento em argilas
(b) Teoria de adensamento unidimensional proposta por Terzaghi

– Hipóteses
• Solo saturado Compressão
edométrica com
• Compressão unidimensional fluxo unidimensional
• Fluxo unidimensional
• Solo homogêneo
• Partículas sólidas e água são incompressíveis Aceitáveis
• Continuidade das variações infinitesimais
• Lei de Darcy é válida
Simplificações

• Propriedades do solo não variam durante o processo de


adensamento
– Na verdade a permeabilidade diminui com a tensão efetiva
• Índice de vazios varia linearmente com a tensão efetiva 43
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Adensamento em argilas
(b) Teoria de adensamento unidimensional proposta
por Terzaghi

k = coeficiente de permeabilidade
av = coeficiente de compressibilidade
e = índice de vazios
w = peso específico da água
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Adensamento em argilas
(c) Evolução do adensamento quanto ao tempo

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Adensamento em argilas
(c) Evolução do adensamento quanto ao tempo

T = fator tempo adimensional


cv = coeficiente de adensamento
t = tempo (seg, min, dia, mês, ano)
Hd = máxima distância de drenagem

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Adensamento em argilas
(c) Evolução do adensamento quanto ao tempo

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Adensamento em argilas
(c) Evolução do adensamento quanto ao tempo
Fórmulas de Taylor:
 4T
T U U  , para U  0,6
2

4 
 0 , 085 T

T  0,933 log(1  U )  0,085 U  1  10 , para U  0,6


0,933

Fórmula de Brinch-Hansen:
6 3
0,5U T
T 3 U  6 3 , para qualquer U
1U 6
T  0,5
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Adensamento em argilas
(d) Ensaio de adensamento em laboratório

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Adensamento em argilas
(d) Ensaio de adensamento em laboratório

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Adensamento em argilas
(d) Ensaio de adensamento em laboratório

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Adensamento em argilas
(d) Ensaio de adensamento em laboratório

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Adensamento em argilas
(d) Ensaio de adensamento em laboratório

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Adensamento em argilas
(e) Resultado do ensaio de adensamento

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Adensamento em argilas
(e) Resultado do ensaio de adensamento

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