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Não tem cunho obrigatório para estudo. Tem como objetivo, divulgar textos e ampliar
a gama literária do aluno. Nada será disponibilizado nada na Xerox. NADA.
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Senha: estudo
Prova:
São de 2 a 4 questões. Pode haver casos concretos, baseados nos textos encontrados
nos livros já identificados. Há limite de linhas. Então, deve-se ser o mais objetivo
possível.
A prova cobra notas dos livros. Desta forma, caderno é ponto de apoio, apenas. Sendo
assim, compre o livro.
Bibliografia:
a) Era Antiga
b) Era ou Idade Média
c) Era Moderna (inicia-se no Renascimento – século XVI/Revolução Francesa/ Reforma
Protestante. Ou seja, não há um consenso de início e fim temporal)
d) Era Pós-Moderna ou Contemporânea (1960 – dia atuais; Não é consenso.)
Para alguns autores, não existe a Era Contemporânea. Estaríamos, então, na Era Moderna.
A Era Moderna teve alguns fatores que possibilitaram a criação de diversos conceitos
vividos e estudados na Era Pós-Moderna. São estes conceitos:
Segundo a Era pós-moderna, há uma crise destes conceitos da Era Moderna. Se existe essa
Era, ela modifica os conceitos para que eles tenham a capacidade de resolver os novos
conflitos sociais que estão surgindo nesta nova Era.
Vide capítulos dos livros Ética e Retórica (João Maurício Adeodato – Editora
Saraiva – capítulo 7) e A invenção do futuro A invenção do futuro (Tércio
Sampaio Ferraz Júnior).
Veja o Fim das Certezas Escrito por um prêmio Nobel, PRIGOGINE, ILYA.
A Introdução à Ciência do Direito não é uma ciência, porém não há nenhum
significado pejorativo nesta afirmativa. A Introdução à Ciência do Direito não se
dedica a estudar o Direito, desta forma, ela não é uma ciência por não ter o Direito
como objeto do seu estudo.
Ela se encaixa no padrão de SABER ENCICLOPÉDICO, isto é, o saber que é
destinado a estudar, concomitantemente, o mesmo objeto a partir de diferentes
vieses/concepções/visões.
O conteúdo próprio da Ciência do Direito é:
a) O estudo da Ciência do Direito. É o estudo metafísico. Ou seja, é o estudo do
estudo, a ciência da ciência.
b) Estudo dos conceitos operacionais (princípio, norma, sanção, leis) utilizados
pela Ciência do Direito.
a) Evento
b) Pensamento
c) Signos
Entre eles, existe um abismo absurdo. A razão, deste modo, se mostra limitada e
incapaz.
Kelsen é um neokantiano. Ele fez parte do Círculo de Viena que era a reunião de
cientistas seguidores da corrente positivista.
a) Gnosiologia
b) Ontologia
c) Deontologia (Axiologia)
c) O estudo dos valores. Quais são os valores mais importantes para o objeto.
O homem moderno vai à busca da aproximação das ciências humanas, no que diz
respeito aos quesitos metodológicos, das ciências naturais e exatas. Segundo eles, a ciência
verdadeira estava englobada nas ciências exatas e naturais. Estas ciências usavam-se de
métodos indutivos-dedutivos. Devido ao uso do empirismo, elas ganharam maior credibilidade
e maior confiança. Os conhecimentos das ciências naturais eram tidos, assim como o
jusnaturalismo (umas das correntes do jusnaturalismo disserta a respeito de que a lei é
proveniente de uma força maior, universal e atemporal), atemporais e universais.
Para Auguste Comte, a sociologia era a única ciência humana que, de fato, valia a pena
ser estudada. Dentro dela estaria o direito que seria um ramo que demonstram as leis que
regem a sociedade. Surgiu, nesta época, o Círculo de Viena com Hans Kelsen.
O direito civil trabalha com alguns conceitos epistemológicos. O Direito Civil é o mais
antigo de todos os ramos do direito. A origem do Direito Civil se confunde com a própria
origem da Ciência do Direito. O Direito Civil trabalha com o que o homem tem de mais
fundamental na vida privada e na vida social e, por isso, atinge todos os indivíduos presentes
na sociedade, enquanto que em outros ramos há uma especificação dos grupos que terão as
suas vidas reguladas a exemplo do direito penal e empresarial. O Direito Civil trata de com
conceitos básicos e gerais presentes também na Ciência do Direito. Há conceitos dogmáticos
de natureza epistemológica que são usados pelo Direito Civil que são da Teoria do Direito
também, pois A TD surgiu muito depois do DC. Porém a IED não se confunde com o DC. A IED e
a TD irá além dos departamentos da civil tratados no DC. O DC também trabalha outros
desdobramentos que não são apenas científicos, mas sim, práticos.
Autores defensores da expressão TGD são: Merkel, Bierdieling e John Austin (este
influenciou muito o início da carreira de Kelsen).
2. Os saberes jurídicos:
a) definição
O direito é ciência e isto já é ponto pacífico entre diversos autores. Eles tendem a
chegar à conclusão que o Direito é ciência devido a aspectos do direito como a
classificação do direito como uma ciência autônoma ( referente à peculiaridade de
que o direito não precisa se relacionar com outras áreas científica), divergente de
outras ciências, possuidora de conceitos próprios e a organização da sistematização
do conhecimento.
1.1 A conduta humana, enquanto objeto cultural ela admite que venha ser estuda por
diferentes expedientes/instrumentos metodológicos.
1.2 A depender do tipo do objeto, ele pode admitir ou não à aplicabilidade de
diferentes instrumentos metodológicos. As ciências naturais pensam que o objeto
só pode ser estudado por um único tipo de método. Porém, os objetos culturais
admitem diversos métodos. O objeto cultural mais importante para às Ciências
Humanas é a conduta humana.
1.3 A ética e a técnica são derivações do gênero saber normativo. A razão técnica é
oposta ao sentido normal do tempo devido à inversão entre os fins e os meios já
que os fins antecedem os meios, uma vez que os primeiros são traçados antes e
depois os segundos são executados. A finalidade é mais importante do que os
meios. Isso é característica cerne do saber técnico. O saber ético é um saber cego,
pois não traça por antecedência a meta que deseja atingir e não se compromete a
atingi-la. O saber técnico é um saber útil e se renova. O saber ético tende a se
repetir devido à falta de foco na meta.
1.3.1
1.3.2
1.3.3
1.3.4 Direito e moral são espécies de ética (Cóssio e Machado Neto
comungam com esta afirmativa). Todo o comportamento jurídico é
ético, sejam lícitos ou não, no máximo eles podem ser imorais, caso
sejam ilícitos, mas nunca não éticos. Ética é o saber normativo
descomprometido com a concepção de um resultado. “É realização do
querido enquanto querido (desejado).” Por outro lado a técnica é o
saber normativo vinculado, comprometido com o alcance de uma
meta/resultado: “É a realização do querido enquanto uma realização”.
Jusnaturalismo
Conclusões:
Sofistas
Também segundo os sofistas, os mais fortes não produzem um direito através da polis,
mas sim um direito natural ou o jusnaturalismo. Porém, eles não podem exercer este
direito natural devido ao controle exercido pela maioria, composta pelos fracos,
através da construção artificial do direito pela polis.
O jusnaturalismo é o direito sobrepujante devido a sua posse ser dos mais fortes (lei da
selva), porém ele é controlado pelo direito fabricado pela maioria, oriundo do
consenso e da democracia.
A lei da selva esmagaria os fracos e é por esta razão que os mais fracos se usam do
aparato da polis, do consenso e da democracia para controlar este destino natural.
Platão e Aristóteles
Para ambos, o direito natural era consenso compartilhado pelos cidadãos e, desta
forma, era também produzido pela polis. Para eles, ser direito natural não anulava a
consensualidade e a aprovação do mesmo pela polis.
Epicuristas
Seus conceitos vêm durante a após a crise que a polis sofria devido à falta de cidadãos
reais. Para eles, não há no que se falar em relação à defesa do jusnaturalismo. Cada
pessoa deve mensurar e avaliar o seu próprio comportamento. “O homem é a medida
de todas as coisas”, Protágoras.
Estóica
Romanos
Idade Média
O poder deixa de ser centralizado. A Igreja Católica é quem faz o papel de produtora e
difusora de conhecimento nesta época. São Tomás de Aquino e Santo Agostinho
surgem nesta época. Para eles, o jusnaturalismo é produto da vontade e inteligência
de Deus. Nesta época, não existe ainda o direito produzido pelo Estado, por não haver
ainda esta instituição de forma definida. Para o homem medieval, não havia este
conhecimento do Estado e do seu poder para legitimar a existência das leis e do
ordenamento jurídico. Somente Deus é quem poderia legitimar e julgar as ações das
sociedades medievais.
Idade Moderna
O jusnaturalismo leva um duro golpe. O renascimento (séc. XVI) faz ressurgir a figura
do Estado, do comércio e do pensamento racionalizado. Entretanto, o direito só
adquire um caráter realmente moderno no século XVII. A razão humana é cerne para o
direito natural. Ainda que deus morra (a igreja católica acabe) o que há de comum
entre os seres humanos que o identifica e o diferencia é a razão. Para o jusnaturalismo,
o direito não pode ser injusto, pois ele é fruto da razão. Já no juspositivismo, o direito
pode ser injusto, bastando apenas ser positivado. Porém, ambos negam a influência de
Deus para a formação do direito. A fé é repugnada pela ciência por ela não esclarecer
nada. Até hoje, Hugo Grotius é considerado o pai do direito internacional.
Thomas Hobbes
Surge com ele o estado e o direito laico (secularizado). Para Hobbes, não há direito
natural prévio ao Estado, pois o jusnaturalismo surge com o contrato social que funda
o Estado. Conclui-se que ambos surgem concomitantemente.
Jean-Jacques Rousseau
O direito natural é aquele que coincide com a vontade geral do povo. A propósito, de
quem é de fato esta vontade geral? Do povo ou da burguesia? Para Rousseau, os
cidadãos possuem direitos prévios ao surgimento do Estado. Estes direitos são
fragmentados por vontade própria dos cidadãos em nome da criação da instituição do
Estado.
Kant
15/09/11
1.12
O jusnaturalismo é quase que dizimado no século XIX, uma vez que esse século obteve uma
ascensão desmensurada das ciências matemáticas e biológicas (movimento positivista). O
jusnaturalismo está impregnado por um saber axiológico, valorativo. Logo, o jusnaturalismo vai
de encontro ao dogma da neutralidade científica, pois o mesmo não possuí nenhuma relação
com o saber que é independente de valoração. Exegetismo, Historicismo, Sociologismo são
correntes predominantes no séc. XIX.
1.13
1.14
Stammler faz uma diferenciação entre conteúdo e forma para conceituar esse jusnaturalismo.
O conteúdo é variável, uma vez que pode sofrer modificações ao longo dos tempos. Enquanto
que a forma caracterizaria esse jusnaturalismo, já que a forma é invariável, perene. Ao
contrário de outros conceituadores, ele não advoga que o direito natural pode possuir um
conteúdo advindo do nada, sem contribuições históricas. Entretanto, ele defende que a forma
de produção do direito é algo natural, por ser imutável e universal. O juspositivismo passa a
ganhar destaque neste século.
O jusnaturalismo é ideologia, no sentido técnico, por ser o conjunto dos valores controlados
por este ente/instância superior chamado por ideologia. As ideologias reúnem valores sociais
que condessam e coordenam esses valores em um conjunto de uma ideia homogeneizada que
compete com outras existentes no globo terrestre. Exemplos como o Capitalismo e
Comunismo.
O jusnaturalismo não está inserido na episteme jurídica, mas sim na axiologia jurídica devido
ao tratamento que o direito natural dá na identificação do sistema justo. Todo direito tenta ser
ou tem como finalidade tornasse justo. O direito não estuda os valores positivados, intrínsecos
e dedicados à norma, mas sim o que é norma.
2./2.1/2.2/2.3/2.4/2.5
O jusnaturalismo não fundamenta saber científico por ser um saber que se trata do âmbito
deontológico.
Apesar de não ser importante para a fundamentação de um saber científico, ele foi um
precursor, uma atitude pré-científica, pois foi necessário o experimento desta condição
jusnaturalistas para, enfim, para poder alcançar o estágio de Ciência do Direito.
2.7
A justiça não é uma essência, mas um saber fenomenológico, um saber variável, intermitente e
espacialmente mutável. Portanto, não é possível obter o conhecimento absoluto do que é
justiça. O pai da escola fenomenológica é Edmund Husserl. O maior expoente da
fenomenologia foi Martin Heidegger.
Toda e qualquer produção de conhecimento humano está condicionada pelo fator tempo. A
razão é sempre histórica, não conseguindo, assim, atravessar as barreiras do tempo.
2.8
A fenomenologia demonstra que todo o valor é bipolar, ou seja, admite dois valores
antagônicos. Desta forma, estaria sepultado o jusnaturalismo, pois o mesmo defende valores
confundidos com a essência e valores absolutos.
2.9
Kelsen e o seu dever-ser. Sem mais comentários.
2.10
a) Positivismo legal
b) Saber avalorativo
c) Manifestação estatal
d) Almeja viabilizar uma ciência neutra
2.5 Motivo de natureza econômica: A lei como instrumento melhor adaptado/ A revolução
industrial.
O fenômeno da codificação (séc. XIX) ajudava nos dois objetivos da escola citada. O código
Napoleônico é um marco, símbolo deste fenômeno. O código, também, desejava exaurir ao
máximo o direito, controlando o magistrado, produzindo um conhecimento jurídico seguro e
um saber jurídico neutro.
O juiz seria um mero aplicador da lei. Desta forma, o Exegetismo não deixa o juiz interpretar a
lei, pois não é dada ao juiz a interpretação, mas sim à aplicação da lei. O judiciário não poderia
senão aplicar a lei, pois caso este poder se inserisse na criação e interpretação normativa,
feriria o molde de Montesquieu o qual divide em três poderes o direito.
O código Napoleônico apresentará mais de 19 mil artigos no seu corpo. Isso explica que houve
um esforço colossal entre os legisladores para tentar abarcar todos os conflitos existentes na
sociedade. Conseguindo a previsibilidade dos conflitos, os legisladores amordaçariam e
atariam as mãos dos juízes.
Bugnet afirma, na Sorbonne, que: “Eu não ensino o direito civil, eu ensino o Código de
Napoleão”. Isto mostra que a interpretação não é o cerne, mas sim a aplicação textual.
Ciência do Direito, para os exegetas: A ciência dedicada a estudar a aplicação do texto de lei.
A fonte é a lei e somente a lei, para o exegeta. Isto tira a importância da analogia, direito
comparado, costumes, jurisprudência, doutrina. Desta forma, seria possível a criação de um
direito neutro e puro, juntamente com a não interferência do juiz na lei, pois o mesmo não
poderia valorar ou atribuir axiologia à lei. A lei é tomada como dogma.
O Exegetismo é oriundo do Estado, assim como o direito. Não haveria nenhuma outra fonte de
direito senão a estatal.
Para o exegetismo, o método gramático-literal tinha devera importância além de ser o método
de excelência e insubstituível. O exegetismo usava os outros métodos, como o lógico, de forma
auxiliar.
O primeiro grande defeito do exegetismo A plenitude da lei, achando que a lei consiga
abarcar todas as situações conflituosas. Isto não é possível, pois a vida é uma inconstante
metamorfose, sendo impossível o legislador conseguir colocar todas as situações da vida no
código.
Métodos que deveriam ser usados para auxiliar no julgamento do magistrado em casos de
lacunas na lei.
1) O método/técnica de interpretação
2) Método/técnica lógico
3) Método/técnica sistemático de interpretação
4) Método/técnica teleológico
O método gramático-literal tem como meios de analisar o texto normativo a sintaxe (relação
entre os vocábulos, os significantes), semântica (se realiza a análise significado e significante),
etimologia (estudo da origem dos vocábulos) e ortográfica (o estudo da correção dos
vocábulos).
A técnica lógica analisa a relação lógica que há entre o texto normativo e outros textos
jurídicos que o rodeiam.
O sistemático analisa o texto de lei separadamente, mas sim inserido em um contexto jurídico
(mais amplo do que o lógico no que diz respeito a sistema, contexto).
Durante a Revolução Francesa é que surge o Exegetismo. A razão sociológica, racional lógica
do iluminismo, a supervalorização às ideias positivas (simetrismo das decisões jurídicas)
possibilitam o apogeu da corrente exegeta.
O demasiado apego pela lei é dado devido à insegurança vivida pela humanidade em razão à
própria vida e seus dessabores. Para tentar prever determinados conflitos e situações cria-se
um verdadeiro culto à lei e à sua adoração, pois a corrente exegética tenta prever nos Códigos
e nas leis todas as situações conflituosas da vida. Este dogma da segurança é criado pela
burguesia devido às relações comerciais.
O motivo de ordem econômica responsável pelo exegetismo é a maior capacidade que a lei
teria para se adaptar às modificações econômico-financeiras para suportar a Revolução
Industrial. Os costumes e as tradições demoram a se transformar e se modificar e seriam
empecilhos para a expansão econômica da classe burguesa para viabilizar uma adaptação
social a o novo contexto burguês. As leis e o sistema jurídico mostram-se mais flexíveis e
convidativos para estas mudanças bruscas. O exegetismo está aliado à classe burguesa, pois
ela prolifera e perpetua a condição desta classe continuar a deter o capital e os meios de
produção.
Aumento das penas para tentar tipificar mais espécies penais para tentar abarcar todos os
crimes possíveis.
A histórica não ratifica o exegetismo, pois ele não se perpetuou como corrente predominante,
sendo ele superado por outras concepções, em especial, pela Teoria Pura do Direito de Hans
Kelsen. Foi ele combatido ferrenhamente pelo historicismo e foi suplantado de uma vez por
todas pelo Purismo/Normativismo kelseano. Isso foi apenas um processo adaptativo para a
classe burguesa, já que a mesma encontrará novos meios para perpetuar a sua dominação.
A jurisprudência não teve a mesma aceitação que experimentou pela doutrina. A doutrina
respeitava e possuía muitos seguidores exegetas, enquanto que nos tribunais não houve
tamanha aprovação e culto à corrente. Isto acontece, pois o poder judiciário só poderia ser
acionado caso houvesse dúvida no texto de lei. Porém, o texto de lei dizia tudo, era claro e a
ninguém era assistido à faculdade de desconhecer o texto de lei. Desta forma, careceria de
qualquer fundamento o exercício de direito de ação (direito de acionar o judiciário para prever
uma ameaça de direito).
1. Introdução:
a) Política tradicionalismo
Historicismo Jurídico
Irracionalidade da Linguagem
Pensamento
Evento (caso) Signo
(ideia)
Para o historicista, a fonte do direito, por excelência não é o texto de lei, mas sim os costumes
por estarem muito mais vinculados à tradição. Enquanto que os costumes são dificilmente
modificados, as leis são descartáveis, de rápidas mudanças.
*Fontes do direito que legitimariam muito mais que o próprio texto de lei. O texto de lei nada
legitima, para os historicistas, pois ela não apresenta a legitimidade (justificativa de algo;
fundamento) do direito.
Savigny foi o corifeu da Escola Histórica, enquanto que Gustav Hugo foi o precursor dos ideais
historicistas. O irracionalismo (a razão não é plena, sendo algo limitado/a fonte não mais é a
lei, pois a mesma é produzida pela razão/ os costumes não são arquitetados, controlados
racionalmente pelo homem, tendo eles vida própria, por surgirem e desaparecerem à revelia
da razão).
A lei não consegue captar os acontecimentos do direito e sim alguns fragmentos. Desta forma,
os codificadores acabam fossilizando o direito, pois o prendem a um livro que não consegue
acompanhar os fatos sociais.
Ao historicismo não há o que se dizer sobre revoluções, pois a mesma escola histórica deseja
fundamentar o movimento de situação, ou seja, o status quo. O apego à tradição e o
sentimento nostálgico demonstram este apego ao passado e o desapego a mudanças bruscas.
Savigny elucubra que o estudo da dogmática jurídica tem maior relevância de ser estudada do
que a história do direito. Ao longo de anos, o costume foi se sedimentando e conceitos como
pessoa jurídica, nascituro, personalidade jurídica, ato jurídico. A partir dessa consolidação dos
costumes, haverá uma produção de definições jurídicas. Esses conceitos jurídicos devem ser
aproveitados pelo legislador no momento da elaboração da lei.
É preciso estudar a dogmática jurídica, uma vez que a experiência jurídica conseguiria
construir conceitos jurídicos que resultariam desses costumes sedimentados ao longo de
décadas através da tradição.
O Savigny que elabora este conhecimento é um Savigny de segunda fase, quando o mesmo
prioriza o estudo da dogmática. Texto de lei não deve ser confundido com os conceitos
jurídicos.
Tanto para Cóssio e para Machado Neto, o direito é uma ciência que estuda objetos culturais.
Porém, para Savigny no segundo período da sua vida, o direito é uma ciência que estuda
objetos ideais. Esses conceitos jurídicos são produtos do racionalismo dogmático, mais um
motivo para ressaltarmos a contradição que há no primeiro e no segundo Savigny.
Ontologização para Cóssio e Machado é a formação do direito pelo processo histórico
(produto da história). Só se faz ciência do direito se houver contribuição da história. Desta
forma, o conhecimento jurídico é produzido ao longo da história e passivo de transformações.
Tanto um quanto o outro dirão que foram influenciados pelo primeiro Savigny.
Hernandez Gil (autor espanhol) O método do primeiro Savigny apresenta técnicas sendo
eles o empírico (trabalho com os objetos reais percebidos pelos sentidos organolépticos),
causal (não está sujeito à interferência da vontade humana, descrente do livre arbítrio) e
irracional (construção histórica insuscetível por qualquer meio da razão).
Encabeçará a jurisprudência dos conceitos o autor Putcha, influenciado pelo primeiro Savigny.
A Volksgeist se assemelha com a Vontade Geral de Rosseau. Porém, o Volksgeist estaria acima
do Estado e seria a fonte da qual produtora dos costumes. Nada relacionado com movimentos
ufanistas e nacionalistas. A Volksgeist não chegará às mesmas conclusões da Vontade
Rosseauniana. Ele interfere no processo de produção das normas através dos costumes.
Savigny tem aversão ao jusnaturalismo.
Jhering irá negar a jurisprudência dos conceitos e fundará uma nova concepção do direito que
será chamado a jurisprudência dos interesses ao final da vida. Quem defende a jurisprudência
dos conceitos (Jhering da primeira geração) falará que os conceitos jurídicos não são
adaptados aos casos concretos que o juiz examina, mas acontece o processo inverso, sendo os
casos retos que são adaptados aos conceitos jurídicos.
Já quem defende a jurisprudência dos interesses (Jhering da segunda geração) pensa quem os
conceitos jurídicos são criados de acordo com os interesses trazidos pelo caso concreto e é a
partir da luta entre os interesses em voga que se elaborará os conceitos. Conceitos jurídicos
perdem importância, pois acabam se adaptando ao conflito a ser resolvido. Os interesses
devem ser colocados em destaque. Diante do caso concreto, o juiz estará avaliando os
interesses existentes seja em um processo o qual há parte e réu ou correntes doutrinárias para
depois adaptar o conceito conforme esses interesses em voga. Esta é uma visão pertencente à
jurisprudência dos interesses mais pragmática, cética, realista. Enquanto que a visão
pertencente à jurisprudência dos conceitos mais teórica, racional.
Interesse e finalidade são palavras bases para dar origem a jurisprudência dos interesses.
Sociologismos
Introdução
3.2 Alguns dos principais juristas brasileiras que fazem parte do Sociologismo.
4.2 Principais
Outra concepção que também tenta justificar o caráter científico do direito. Não já
aproximação o positivismo sociológico não tem aproximação com o positivismo jurídico da
EXEGESE.
Comte não entende o direito como Ciência. Para ele, as ciências se encontram subdivididas em
ciências naturais e ciências humanas em que aquelas gozam de maior prestígio, sobretudo em
função dos sucessos que foram obtidos por elas. Porém, no ambiente das ciências humanas,
Comte diz que a única ciência existente é a sociologia. Desta afirmação, duas tendências irão
se apresentar entre os juristas e os sociólogos. São elas:
A) O direito não é uma Ciência, pois a única ciência propriamente dita é a sociologia.
Essas divergências aparecerão tanto no universo dos juristas quanto dos sociólogos.
O direito como uma não ciência é um ideal compartilhado por Spencer, contemporâneo de
Comte, dando maior relevância à sociologia em relação às outras ciências humanas.
Tanto o direito quanto a sociologia são ciências por si sós (autônomas e guardam correlação
entre si). Este é o entendimento predominante na atualidade. Este pensamento foi defendido
pelo grande expoente da sociologia francesa Georg Simmel.
Enquanto Comte acredita que a Sociologia é uma ciência enciclopédica (abarca o direito,
filosofia, psicologia, etc...), Georg Simmel fundamenta a Sociologia como ciência
individualizada, separada das outras e como uma ciência própria.
1) Sociologismo francês.
2) Sociologismo brasileiro.
3) Escola positiva italiana (Cesare Lombroso, Ferri e Garròfaro)
4) Sociologismo norte-americano ( as manifestações do realismo norte-americano que,
para Tércio, não faz parte do Sociologismo, sendo uma manifestação à parte)
5) Sociologismo soviético
6) Sociologismo escandinavo
A partir deste arcabouço sociológico durheimniano, irá surgir o jurista Leon Duguit,
expoente do direito público francês e contribuidor da formação do direito
administrativo (definição do que é serviço público), que teve a sua obra altamente
influenciada por conceitos de Durkheim (fato social, solidariedade social e divisão do
trabalho). Este conhecimento é que dará a Duguit como surgem as normas sociais.
Existe para Duguit três tipos de normas sociais: econômicas, morais e, por fim, as
jurídicas. As normas jurídicas não surgem apriori, precisando ela da consolidação das
normas econômicas e morais e também a necessidade social de se usar de normas que
não podem ser resolvidas por aquelas. Todas elas surgem do fato social.
Maurice Harriou é influenciado por Gabriel Tarde e critica Durkheim. Tarde não coloca
em destaque o conceito de fato social. Tarde e Durkheim eram adversários
contemporâneos intelectuais. Para Tarde o conceito cerne é o de Instituição Social. É
estudando as instituições sociais é que se pode confirmar e caracterizar a sociologia
enquanto metodologia. São as instituições sociais que garantem o aspecto científico
da sociologia. Influenciado por este raciocinío Escola Institucionalista do Direito
(direito Administrativo). Para Harriou, o direito emana das instituições e não dos fatos,
no entanto há uma relação entre essas duas. A rigor, no entanto, não há derivação
entre as instituições e dos fatos.
A escola do Recife disserta que o direito não é ciência, divergindo apenas se ela é
auxiliar ou não.
Para Pontes de Miranda, o direito é uma ciência enciclopédica por abordar também
psicologia, história, filosofia, etc. Ela seria uma ciência cupular por ocupar uma posição
de maior destaque entre as ciências humanas que o formam. Foi o primeiro a colocar o
direito em um lugar de maior destaque, relevância, importância. Ele sugere que o
método utilizado pelo direito como ciência para ganhar este destaque de ciência
cupular é o uso do método INDUTIVO. Assis Menezes, seu aluno, corrobora no método
INDUTIVO do seu mestre.
Na Itália, a Escola Positiva do Direito é formada por Enrico Ferri, Rafael Garrófaro e
Cesare Lombroso. É constituída por três vertentes com características bem marcadas,
definidas. A Sociológica (Ferri), Antropológica (Lombroso) e Jurista (Garrófaro).
As semelhanças (característica da Escola) entre essas vertentes são o determinismo
(total descrença pelo livre-arbítrio), destaque ao delinquente (pessoa marginalizada)
no estudo do crime.
O crime seria um objeto complexo composto por cinco pilares que comporiam
completamente o estudo ôntico. A pena e as consequências sociais, o fato social, a
vítima, as formas de resolução de conflitos e o criminoso formam estes pilares.
A Escola Positiva Italiana envereda para o sociologismo, pois possui uma marca
cientificista deveras destacada e se apropria de algumas ferramentas/mecanismo das
ciências biológico-matemáticas.
1. A má formação filosófica dos juristas (quase todos eles são levados a afirmar que o
direito é uma ciência, mas não há a preocupação de justificar esta assertiva. Logo,
a maior parte dos juristas, busca a explicação mais cômoda e confortável para
explicar essa cientificidade do direito, baseando-se então na sociologia).
2. A ascensão das ciências naturais (houve a tentativa de importação metodológica
das ciências naturais para as ciências humanas; os juristas deveriam explicar e não
compreender o porquê dessa cientificidade)
3. O receio de que o direito não alcance o status de ciência (era preocupação do
jurista assegurar o prestígio social e garantir o status de ciência dele).
4. O sociologismo oferecia a explicação mais cômoda para justificar a cientificidade
do direito (se assim o jurista quisesse mostrar a cientificidade do direito, ele
deveria mostrar a autonomia do direito ou de “pongar” na ciência sociológica já
consolidada e independente, para garantir seu respaldo, apesar da dependência e
do caráter auxiliar do direito).
5. A ojeriza que a maior parte dos juristas tinha pelas justificações jusnaturalistas e
exegetas.
Normativismo.
A primeira grande finalidade que Kelsen quer alcançar é a justificação do direito como ciência
e a sua autonomia, sem haver quaisquer sinais de dependência com outras ciências. Deveria
haver uma diferenciação entre o direito e a justiça (jusnaturalismo) e da sociologia, garantindo
o objetivo de purificação dupla do direito. Para tanto, Kelsen afirma que é preciso estabelecer
qual é o real objeto de estudo da ciência do direito ao que ele afirmará que será as normas
jurídicas. Kelsen reduz a ciência do direito a uma ciência normativa, para ele, a ciência do
direito não é ciência compreensiva ou explicativa, mas não apenas normativa, mas sim,
normativa jurídica, pois ele procurará mostrar, em momento posterior, diferentes tipos de
normas e que a de maior relevância seria a norma jurídica, encontrando-se ela em um patamar
hierarquicamente superior ao das outras normas (religiosas, éticas, morais). O fato e valor
estariam dragados, imersos e dependentes da norma.
Segundo Machado, explicando a obra de Kelsen, o austríaco listará diversos aspectos que
diferenciam o direito de sociologia.
Já que a natureza da norma é de um juízo hipotético, para Machado Neto é uma sentença
completamente equivocada, pois a melhor explicação dada por Cóssio é a mais condizente
para definir a norma jurídica. Cóssio dirá que a natureza da norma é um juízo disjuntivo
(norma jurídica é um juízo ALTERNATIVO). A norma jurídica kelseniana é marcada pea
conjunção “se”, enquanto a de Cóssio é marcada pela conjunção “ou”.
Para Kelsen, a norma teria juízo hipotético por apresentar uma norma primária e a sua
complementar, a norma secundária.
Teoria Pura d Direito, Teoria do Direito, O Problema da Justiça e do Estado e Teoria Geral das
Normas são livros fundamentais de Kelsen.
A norma jurídica primária é hipotética (juízo apriori; suposição) seria a não prestação por parte
do indivíduo que leva a uma sanção. O aspecto sancionatório é fundamental e característico à
norma jurídica. Essa não prestação deseja denunciar a pratica do cidadão que está descrita na
proposição (texto de lei). E quando o indivíduo que venha a se enquadrar nessa proposição o
vem a cometer uma não prestação.
Na norma jurídica secundária haverá um fato jurídico que possuí relevância jurídica (norma
primária que assiste essa situação) que leva a uma prestação, não sendo ele hipotético, mas
sim concreto. O Estado é quem dá a prestação jurisdicional, colocando a figura do juiz como
cerne e a voz do Estado.
A garantia é uma estrutura normativa que garante que o direito vai ser cumprido, uma vez que
esse direito corre risco. A Constituição Brasileira é um exemplo de direito que corre risco
sempre, pois existem muitas garantias.
A norma, segundo Kelsen, é coativa. Quando ele assim afirma, ele quer realçar o caráter de
sanção. Ele diferencia coação (própria sanção prevista pela norma primária hipotética) e
coercibilidade (possibilidade normativa de aplicar uma sanção jurídica possa ser aplicada a
uma não prestação) e, além disso, ao fazer uso do termo coativo, ele está usando essa palavra
no sentido jurídico que ela merece. A palavra coativo tem três viesses diferentes: sociológico
(violência praticada pelo Estado contra um cidadão que venha a violar a norma), psicológico
(medo de sofrer um castigo) e jurídico (sanção jurídica que pode vir a ser aplicada, caso haja
uma não prestação).
Elas não se excluem de forma alguma. Tem objetivos diferentes que se complementam, pois
uma estuda o particular e a outra o geral.
A.1) O direito natural é algo impossível sob o ponto de vista da lógica: não se pode
passar dos valores.
B.2) Direito Objetivo: Direito previsão pela norma/ Direito Subjetivo: O direito
atribuído ao sujeito de direito por meio da norma.
C.2 ) Pessoa não é um indivíduo, mas uma unidade normativa à qual se atribui
obrigações, responsabilidades e direitos subjetivos.
D.1) A ordem Jurídica é unitária, vez que deriva de uma só norma (“norma jurídica
fundamental”).
D.2) Tanto no Direito Público quanto no direito privado o dever jurídico deriva do fato
de que a conduta contrária ao ordenado (direito público) ou pactuado (direito privado)
está colocada sob a sanção de um ato coativo.
E) Estado x Direito:
E.4) O Estado é uma ordem jurídica especial, pois possui órgãos especializados para
criação e aplicação das normas que o constitui.
E.5) Estado e Direito coincidem, vez que todo Estado e Ordem Jurídica.
E.7) Se todo Estado é direito, todo estado é estado de direito (perspectiva adiáfora)
Nós formamos conhecimento por método dialógico (maniqueísta, de falso e verdadeiro, certo
e errado).
Kelsen pretendia criar sínteses que pudessem superar esses dualistas (concepção monista). Ele
tinha a pretensão de afirmar, sedimentar e justificar a Ciência do Direito, pois ela era alvo de
constantes questionamentos sobre a sua insegurança. Outra pretensão era simplificar as
concepções, tornando-as únicas.
Para Kelsen, o direito natural nem direito é, mas sim, uma mera ideologia. O direito natural
seria, como diria Platão, uma mentira útil que serviria para os interesses, segundo Machado
Neto, políticos partidários, manipulando o direito de acordo com os interesses da classe
dominante. Cóssio era um aluno que tentava superar o mestre Kelsen.
O mundo dos fatos (ser) e o mundo dos valores previstos em norma (dever-ser) são paralelos,
não podendo um interferir no outro. A maior crítica do direito natural para Kelsen seria que
não é possível tirar dos fatos quaisquer valores.
Já no historicismo, a pessoa física ou natural é a única existente, pois é a única que participa da
história e que interfere no processo de construção dos costumes. A pessoa jurídica é uma
ficção, para Savigny.
Para Kelsen, pessoa física ou natural não existe somente a pessoa jurídica. Não se pode
confundir pessoa com indivíduo. Este é o ser humano enquanto aquele é uma unidade
normativa e, enquanto unidade normativa, ela, a pessoa, é uma unidade normativa da qual
derivam direitos objetivos, obrigações. Logo, quem possuí ou não um direito ou um dever não
é o indivíduo, mas a pessoa. E a pessoa, que é um conceito funcional, exerce diversos papeis
(funções) normativos. O indivíduo pode exercer diversos papéis de pessoa (professor, pai,
filho, servidor público possuindo direito, obrigações). Um exemplo de que uma pessoa física é
diferente de ser humano eram os escravizados, pois não tinham status de pessoa possuidora
de direito.
Cabe à sociologia estudar os papéis sociais de cada indivíduo, porém é ao direito cabe a
responsabilidade de enquadrar um indivíduo como participante ou não do ordenamento
jurídico.
Para Kelsen, o ordenamento jurídico é um sistema fechado, sem lacunas (lacunas na lei). Ainda
Kelsen prevê que aqueles ordenamentos que apresentam norma jurídica regulando as lacunas
são insusceptíveis a lacunas. Traduzindo, o art.º 5 de Introdução ao Código Civil: Quando
houver lacuna na lei, ela será preenchida com os seguintes artifícios: costumes, analogias e
princípio geral do direito. Sendo assim, haveria normas que organizariam e preencheriam
essas lacunas.
Tanto para Kelsen quanto para Cóssio, o sistema jurídico não possui lacunas. Entretanto, a
justificativa é totalmente diferente. Cóssio elucubra que o ordenamento jurídico ó disciplina as
condutas que não sejam permitidas, autorizadas pelo direito.
Tanto para Kelsen quanto para Cóssio, o sistema jurídico não possui lacunas. Entretanto, a
justificativa é totalmente diferente. Cóssio elucubra que o ordenamento jurídico ó disciplina as
condutas que não sejam permitidas, autorizadas pelo direito. Logo, o que não é proibido pelo
Direito é automaticamente permitido. O agir do ser humano é livre. Não há, portanto, lacunas
no ordenamento, pois o mesmo só versa nas questões de comportamentos proibidos, não
autorizados. Desta forma, o comportamento não desviante está no ordenamento jurídico,
porém sem normas que restrinjam este.
1º motivo:
Fascista Italiana.
Nazista Alemã.
Liberal-burguesa.
Comunista URSS.
3º motivo: O fato de que a Teoria Kelseniana visava ser uma teoria neutra que se afastasse das
discussões ideológicas presentes na Europa naquele momento da história.
Ele é adequado aos ordenamentos jurídicos no contexto do Pós-Primeira Guerra Mundial, por
haver desconfiança nas ideologias vigentes nas instituições políticas. Kelsen tenta afastar ao
máximo o Direito de Política, para se desvencilhar de qualquer tendência ideológica. No
entanto, por mais que Kelsen tentasse se desvencilhar e se separar das ideologias, diversas
ideologias se utilizam para alicerçar os seus ordenamentos jurídicos a teoria de Kelsen, por sua
plasticidade.
Voltaire foi um dos primeiros a pregar, no século XVIII, antes da burguesia tomar o poder, a
ética da tolerância, fazendo com que todos convivessem em um mesmo espaço. O
xenofobismo seria uma autodestruição do processo de globalização.
2ª contribuição: Kelsen identifica Direito com Estado e isso ainda hoje é o entendimento
predominante dentro do estudo da Ciência do Direito (lembre-se de que nos dia atuais, há
movimentos que discordam dessa afirmação, vide o Movimento denominado como o Direito
Achado na Rua, da lavra dos seguintes autores: Boaventura de Souza Santos; José Geraldo
Souza Júnior e Roberto Lira Filho. Para esses autores, não é apenas o Estado produtor de
Direito. Para eles existem outras instâncias dentro da sociedade paraestatais que também
formulam, edificam normas jurídicas.
3ª contribuição: A partir de Kelsen, não mais se confunde relação de causalidade (própria das
ciências naturais) e imputação (própria da ciência normativa).
1ª crítica: Kelsen retira da Ciência do Direito todo aspecto axiológico que ela possui. Sendo
assim, a Ciência do Direito não tem preocupação alguma com o ideal de justiça.
2ª Crítica: Kelsen, ao afirmar que a Ciência do Direito estuda apenas a norma jurídica, acaba
conferindo a ela uma pureza que a aproxima em demasia das Ciências Naturais, fazendo essa
Teoria se aproximar também do abstrato, por não ser própria para a prática (vide a pureza da
matemática).
3ª crítica: Kelsen entende que a hermenêutica tem por objeto a norma jurídica, ou seja, para
ele o que se interpreta é a norma. No entanto, para Machado Neto, com amparo na obra de
Cóssio, o que se interpreta não é a norma, mas o comportamento humano a partir da norma,
logo o objeto de interpretação é a conduta. A norma serve apenas como ponto de partida para
a interpretação da conduta.
Segundo Kelsen, só norma revoga norma. Para Reale, costumes e comportamentos sociais
revogam a norma, basta que esta não tenha mais a devida respeitabilidade que deveria gozar
na sociedade.
Observação: Estado para Kelsen é um ordenamento jurídico, não se misturando com a política
ou com ideologias.
Para Tércio, o direito é uma ciência, porém não é uma ciência nos moldes adotados pelas
ciências naturais e das outras ciências. Segundo ele, a finalidade maior a que a Ciência do
direito está voltada é para um saber prático no que, de certa forma, Tércio parece aproximar-
se aos romanos, isso porque a finalidade maior da Ciência do Direito não é uma mera
especulação teórica, mas sim a decidibilidade dos conflitos jurídicos (pág. 44).
a) Conflito jurídico é diverso do Conflito social. O conflito jurídico seria uma porção do
Conflito social, selecionada pela Ciência do Direito. Entre os dois, há uma diferença no
que toca a sua seletividade. Ademais, prossegue Tércio dizendo que, além de ser uma
ciência voltada a dirimir conflitos jurídicos, é preciso alertar que a ciência do direito
não soluciona, mas decide conflitos. Logo, decidir não é o mesmo que solucionar.
Solucionar é dissolver, eliminar, dirimir, eliminar o conflito. Para tanto, ele se vale de
modelos através dos quais a ciência do direito opera. Dessa forma, a ciência do direito
é edificada por três grandes módulos. São eles:
A aplicabilidade desses três módulos, não resulta segundo Tércio, no alcance de uma
única e exclusiva decisão correta para cada conflito levado para ser dirimido.
João deu um tiro em Marcos na UFBA. Diante do conflito hipotético surgem inúmeras decisões
possíveis, dentre as quais o modelo analítico selecionará alguma delas que se encaixem nesse
modelo.
No modelo hermenêutico, a análise não é mais no que toca a adequação, mas sim, o sentido.
Em outras palavras a relação de sentido entre a norma e o conflito hipotético que está sendo
posto no ordenamento jurídico para ser decidido. Esse modelo regulamenta a relação entre a
norma que seria a melhor e mais apta possível e o conflito que está sendo decidido. A
autoridade é quem interpreta qual é a norma mais apta em relação ao conflito hipotético
através da subsunção. A interpretação jurídica é feita por uma autoridade, alguém que o
Estado atribuiu poder para dizer o que é o direito e o intérprete se valerá de técnicas
dogmáticas de interpretação, valendo-se de uma lista limitadora de interpretação. São esses
fatores que diferem a interpretação jurídica da interpretação livre.
As técnicas dogmáticas não visam a melhor resposta ou a mais correta, mas sim, controlar o
ato de interpretação da autoridade.
No modelo empírico, a tarefa é tornar a decisão jurídica tomada mais resistente a possíveis
refutações, ou seja, a autoridade buscará conferir presunção de correção à sua decisão,
buscando despertar nas pessoas que são influenciadas pela sua decisão que esta resposta é a
mais correta. Sendo assim, a autoridade que decidiu tentará blindar sua decisão de possíveis
argumentos em sentido contrário. É dessa forma que nesse terceiro módulo existe uma Teoria
da Argumentação Jurídica, ou melhor, como se usa os argumentos jurídicos para conferir a
decisão tomada certa credibilidade. Os argumentos jurídicos não são quaisquer argumentos,
são aqueles trabalhados por Aristóteles, Chain Perelmann, Cícero. O que a decisão jurídica
almeja é convencer, capturar a confiança das pessoas que estarão submetidas à decisão. O
Direito não almeja decisões corretas, apenas decisões que possuam capacidade de
convencimento.
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Tridimensionalismo:
1. Considerações introdutórias.
2. Divergências entre Reale e Kelsen.
3. Aspectos em comum entre Reale Kelsen
4. Divergências entre Reale e Cossio
5. A relação dialética de Implicação-Polaridade
Egologismo:
O tridimensionalismo surge como uma das propostas da corrente chamada Culturalista. Quer
dizer, o culturalismo sucede no século XX a o normativismo, e ele, o culturalismo, se subdivide
em diversas vertentes, entre as quais, merece aqui destaque, em especial, o egologismo de
Cossio, o tridimensionalismo de Reale, a lógica do razoável de Recasséns Siches, entre outros.
Para Reale, a ciência do direito não é uma ciência normativa, é um ciência da experiência, pois
o direito, apesar de ter como objeto a norma jurídica, se dedica à resolução de conflitos, sendo
esse o seu aspecto fundamental.
Segundo Reale, e nesse ponto ele já diverge de Cossio, o objeto do direito não é a conduta
humana, mas sim, a norma jurídica. O que o direito estuda, portanto, é a norma, mas não
apenas a norma e é aí que já aparece a primeira divergência entre Reale e Kelsen, pois para o
último, o estudo da norma exaure o direito. Ainda segundo Reale, o Direito, enquanto
fenômeno cultural resulta, portanto, da relação dialética travada entre fato e valor da qual
resulta a produção normativa (da norma).
A norma jurídica, então, segundo Reale, aparece como uma síntese inacabada derivada da
interferência recíproca entre fato e valor.
1. Reale vê o direito como fenômeno cultural, enquanto Kelsen entende o direito coo
fenômeno normativo.
2. Para Reale, a norma resulta dessa relação dialética entre fato e valor, sendo inacabada
por ser susceptível a posteriores transformações. Kelsen não pensa que a norma
derive dessa relação entre valor e fato, mas sim, há um escolha pela norma de um
valor predominante e, ao mesmo tempo, ela seleciona, dentre os fatos da vida,
aqueles fatos que terão relevância jurídica, os quais chamaremos de fatos jurídicos.
3. Enquanto Reale parte da realidade social e os conflitos que se estabelecem e que são
encontrados, Kelsen toma como ponto de partida a norma que foi elaborada pelo
legislador. Sendo assim, os pontos de partidas de ambos são diversos.
1. A questão do desuso da lei (quando a lei é ignorada pela população ou quando a lei não
pegou). Para Kelsen, essa conduta ou não tem qualquer relevância jurídica ou deve ser
considerada como ilícito. Em outras palavras, para Kelsen, aquele que não obedece a lei e
a norma que daí resiste, se sujeita à sanção prescrita. Mas, para Reale, se fica
demonstrado que a larga maioria da população se recusa a cumprir determinado texto de
lei, é sinal, então, que esta lei perdeu a sua vigência e foi revogada tacitamente. Ora, a
partir daí se percebe uma distinção relevante entre os dois autores. O desuso da lei, em
Reale, revoga a norma, retirando-lhe a sua vigência, ao passo que, em Kelsen, o desuso da
lei não compromete em nada a validade da norma. Ela mantem-se plenamente válida,
podendo sujeitar a pessoa que vier a descumpri-la as devidas sanções.
A relação entre norma, fato e valor é dada pela relação dialética de implicação e polaridade. O
primeiro aspecto a ser realçado é a não confusão com a dialética hegeliana (defendida por
Hegel). Na relação dialética defendida por Hegel, todo e qualquer conhecimento deriva da
seguinte interação: tese, antítese e síntese. Essa interação se dá ao longo e no contexto da
história, ou seja, a história atestaria uma constante evolução do conhecimento tendo em vista
que a síntese seria a superação, o aprimoramento da tese e da antítese. Mas, em Reale, esse
tipo de relação dialética proposta por Hegel não parece ser adequada ao direito. Pois se
enxergássemos o fato como a tese, o valor como a antítese e a norma jurídica como a síntese,
seriamos levados a conclusão de que a norma é uma síntese acabada, pronta, encerrada. Pois
bem, diz Reale, não é isso que é a norma jurídica. Não se pode adotar a lógica hegeliana para
explicar o tridimensionalismo na Ciência do Direito por essa lógica poder causar um
engessamento no Direito, perdendo o Direito uma adaptabilidade aos contextos sociais.
A norma é uma síntese aberta, porque susceptível a posteriores modificações. Sendo assim, a
relação dialética que existe é a relação de implicação e polaridade. Implicação significa que há
uma interferência recíproca entre fato, valor e norma. A polaridade fará com que esses três
elementos não se reduzam um ao outro, em outras palavras, apesar de se relacionarem, não
perdem a sua própria autonomia, sua vontade. A norma não consegue encerrar em si e
capturar na sua integralidade o fato ou o valor. A Ciência do Direito não pode admitir essas
oscilações das decisões judiciais, pois isso seria um desvirtuamento da Ciência do Direito,
segundo Kelsen. Para Reale, isso é característica peculiar da Ciência do Direito, pois a norma
estará sempre sujeita às interferências do fato trazido aos tribunais para ser resolvido e dos
valores que estarão em voga.
Por haver singularidade e irrepetibilidade nos fatos, as oscilações judiciais são normais.
Os valores que estão julgando os conflitos não são os mesmos, acabando por haver oscilações
judiciais é natural.
Cóssio concorda com Reale sobre a oscilação da jurisprudência como algo próprio da Ciência
do Direito. Porém, a explicação que Cóssio dá a este tema é diferente da de Reale.