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SPOTUIKS LISTAS 5 ideias de esquerda que jamais fizeram o menor sentido (mas vocé sempre acreditou) © por Rodrigo da Silva hum dia {a Ih Save to Facebook Vocé provavelmente jé ouviu todas essas frases pelo menos alguma vez na vida, Ou melhor, talvez mais do que isso: hd uma boa chance de vocé mesmo ter dito e continuado acreditando em todas elas. E perfeitamente normal. Ao longo de décadas ndo nos cansamos de repetir uma série de bordées presos ao senso comum que nao sobrevivem ao menor escrutinio da realidade — da ideia que comer leite com manga faz mal a satide até a que diz que o banho nao é indicado depois do almogo. Ninguém esta imune a isso. E isso independe das motivagées ideolégicas. Aqui, no entanto, separei cinco desses bordées ligados a uma mentalidade antieconémica, presos a um senso comum que, longe de qualquer inocéncia, pauta parte consideravel das nossas politicas puiblicas. uc LatefelaC ow CS PCr Rc Construa Apps com o PhoneGap. Com Maior Rapidez ee SMO ctu TCI) reer a caro x aw =) eer) Se eer eac Por acreditar nessas ideias, repetidas incansavelmente ao longo dos anos, elegemos figuras politicas que modificam o mundo real 4 nossa volta. Mais do que isso: somos, em parte, responsaveis por escolhas que alienam e criam dificuldade a vida das pessoas — especialmente as mais pobres. Nada disso acontece por acaso. E a primeira delas ¢ a mais cldssica possivel: 1. “Para haver um rico é preciso haver um pobre.” E. Regis Oliveira BS Seguir ...Enquanto existir lucro, existira pobreza. Dinheiro nao existe. O que existe sao recursos naturais planetarios, que pertencem a todos. Cé entre nés — eu poderia apostar que vocé, pelo menos em algum momento da sua vida, chegou a acreditar nessa ideia. Para haver um rico é preciso haver um pobre. Ou entdo: os paises sé sao ricos porque se desenvolveram explorando os paises pobres. Ou ainda: a pobreza s6 existe porque dé lucro. Ha muitos desses clichés decorando muros com pichagées condenando os ricos pelas mazelas dos mais pobres. E se engana quem pensa que essa ideia nasceu com © capitalismo, Desde muito antes dos seus ancestrais moverem suas botas em solo tupiniquim, as trocas comerciais sempre foram encaradas como se fossem moralmente possiveis apenas entre bens com igualdade de valor (leia-se: um camponés que troca uma diizia de ovos por um litro de leite). Acontece que o valor dos bens nao é objetivo, mas subjetivo. Quer dizer, nao é como se os bens estivessem disponiveis embalados na natureza e nds apenas tivéssemos © trabalho de subir em Arvores para adquiri-los - e os ricos, impavidos em sua sede de dominar o mundo, tivessem colhido tudo antes do tempo, nao permitindo que os mais pobres tivessem acesso a eles. A imensa maioria dos produtos que estéo nesse exato momento ao seu alcance, embora utilizem materiais disponiveis na natureza, s6 existem gragas ao fato incontestavel de que esses materiais em estado natural foram transformados por meio do trabalho e do investimento. E a agdo do homem que faz a magica aqui. As arvores foram cortadas, as terras foram aradas, os alimentos foram colhidos, os aluminios foram extraidos. O resultado disso tudo lota a géndola dos supermercados e das lojas dos shoppings centers. E cada um de nés da um diferente valor a todos. esses produtos na hora de realizar as nossas trocas A crenga de que para haver um rico é preciso haver um pobre nasce justamente da concepgdo equivocada de que o ganho de um jogador numa troca representa necessariamente a perda para o outro jogador. E como se houvesse uma quantidade finita de um determinado produto a ser dividido e disputado entre os jogadores. Toda vez que vocé adquire um celular, por exemplo, ndo permite com que outra pessoa no mundo tenha acesso a ele. Na teoria dos jogos o nome que se da a isso é jogo de soma zero. Acontece que a economia nao é uma espécie de bolo, com tamanho fixo. Riqueza 6 algo que precisa ser produzida, criada. E no sem razao, é isso que fazemos ha pelo menos dois séculos. Duvida? Encare o grafico abaixo. 50000 4 =@ Africa © Latin America Asia “© Western Europe ) io g 3 3 3 “© Eastern Europe -® Westem Offshoots - Former USSR =® World Average GDP per capita (Geary—Khamis dollars} 1400 1600 1800 2000 Aqui em cima esta toda riqueza criada no mundo nos ultimos séculos. Se vocé acompanhar cada tragado nesse grafico, percebera que todas as regiées do mundo estdo hoje mais ricas do que estavam no século dezenove. Mesmo a Africa (e atualmente, sete das dez economias que mais crescem no mundo estéo no continente africano) A pergunta que nao quer calar aqui é: quem exploramos, afinal, para criarmos toda essa riqueza? Os marcianos? Os homens do passado? Nossos escravos imaginarios? Quais foram os pobres explorados para que toda humanidade pudesse enriquecer? De fato, tal bordao nao parece fazer 0 menor sentido: as trocas sé existem, pelo contrario, por serem lucrativas para ambas as partes — ou alguém forga vocé a sair da sua casa para realizar compras que vocé nao tem o menor interesse? A participagao nesse grande mercado de trocas é absolutamente voluntaria; tanto o comprador como o vendedor sao capazes de vetar qualquer negécio a qualquer momento e sé permanecerao interessados no jogo quando perceberem que essa é uma escolha lucrativa para ambos. E 6 por isso que o mercado de trocas 6 um jogo de saldo positivo e expansivo. E é por isso que nao faz o menor sentido afirmar que para haver um rico é preciso haver um pobre. Acredite, o Unico lugar do mundo em que a pobreza da lucro é na politica. 2. “O capitalismo mata todos os anos milhées de pessoas.” A Maria Guevara Xt Be Seguir ** capitalismo matou/mata mais que o comunismo sim Vocé ja ouviu essa, certo? Mas, antes de qualquer coisa, é preciso dar 0 nome aos bois N&o, 0 capitalismo néo é 0 governo americano. Também esté longe de ser a burocracia estatal. Muito menos a defesa das grandes corporagées. © capitalismo € 0 sistema de mercado onde ocorrem as trocas citadas no primeiro ponto desse texto. E aquilo que Adam Smith chamava de “sistema de liberdade natural’, onde pessoas comuns exercem livremente seu poder de compra e venda. E aquilo que conecta e cria, como dizia George Simmel, “uma sociedade no lugar de uma mera colecao de individuos”. E como um sistema econémico, antes de criticd-lo ou elogid-lo preciso entender que ninguém é encarregado de tocar o capitalismo — ou melhor, todo mundo 6. Como disse 0 economista neozelandés John McMillan 77 “Se as pessoas nao tém autonomia, suas negociagdes nado so negociagdes de mercado. Quando existe uma relagdo de autoridade — uma parte esta cuidando da outra, ou uma autoridade mais alta cuida das duas - entao qualquer transacao esta em outra categoria; nado é uma transagao de mercado.” © que quero dizer com isso tudo? Que o capitalismo ndo possui um rosto. Nao é possivel imputar direta ou indiretamente a morte de quem quer que seja por ele — especialmente pelas agdes politicas - como guerras, genocidios ou exploragées colonialistas (na maioria das vezes perpetradas por autoridades antiliberais). Pelo contrario. Como sistema econémico, tudo que o capitalismo proporcionou ao mundo foi mecanismos para a proliferagao da vida. E nao é preciso ser um grande analista social para chegar a essa conclusdo — basta saber 0 minimo de histéria e aritmética. Até o inicio do século dezenove, o crescimento do PIB per capita mundial permaneceu estavel, proximo do zero. Entre 1200 e 1800, do declinio da Idade Média ao fim do mercantilismo, medidas de bem-estar econédmico como renda, as calorias e proteinas per capita ingeridas pelas pessoas e o nuimero de filhos sobreviventes aos primeiros cinco anos de vida, néo mostraram tendéncia ascendente em nenhum pais europeu — na verdade, estavam quase presos aos mesmos niveis de sociedades de cagadores-coletores Desde entdo, gragas ao crescimento econémico gerado pelas instituigées capitalistas, a populacéo mundial cresceu inacreditaveis seis vezes, desafiando a armadilha maithusiana. Nao faz ideia do que isso significa? Estou falando de um acréscimo de seis bilhdes de pessoas a mais vivendo agora no planeta. Nada parecido aconteceu até entao na histéria do homem, E nao é apenas que ha mais pessoas no planeta: nossa qualidade de vida aumentou consideravelmente e a nossa expectativa de vida mais do que dobrou desde entéo. O que 6 0 mesmo que afirmar que nés nao apenas vivemos mais tempo, como estamos menos suscetiveis a morrer de febre, gripe, fome, difteria, poliomelite, tifo, malaria, tuberculose e uma série de doengas que hoje felizmente estao presas apenas aos livros de historia. E 0 exato oposto do que manda o senso comum. Nao & como se o capitalismo matasse todos os anos milhées de pessoas: nenhum outro sistema econémico permitiu o nascimento e desenvolvimento de tantas vidas desde o inicio da trajetoria da nossa espécie. 3. “O mundo esta cada vez mais intolerante e violento. E a culpa é do capitalismo.” sy Fabio Pereira XX BS Seguir A violéncia no mundo é um produto do capitalismo selvagem. E dificil nao escapar dessa ideia. Vocé liga a televisao ou acessa aquela pagina gravada nos favoritos do seu navegador e tudo que recebe é um festival de balas perdidas, assaltos, sequestros, estupros e atentados terroristas. Vocé acessa a sua rede social e 0 que nao faltam sdo depoimentos denunciando casos de racismo, homofobia e machismo. O mundo definitivamente parece um lugar cadtico, governado pela violéncia como em nenhum outro periodo da histéria, certo? Mas e se essa nossa impressdo estiver errada? E se, ao final de tudo, nés estivéssemos vivendo no periodo mais pacifico da histéria? E se, mais do que isso, nenhuma outra geracdo desde que o mundo 6 mundo fosse tdo tolerante a minorias como negros, gays e mulheres como a nossa? Acha isso pouco provavel? Entdo vocé precisa assistir essa palestra TED aqui embaixo. Nela, 0 sueco Hans Rosling literalmente ensina alguns truques para nao sermos tdo ignorantes sobre 0 mundo ao nosso redor (e um spoiler: ele nunca foi tao seguro e tolerante as minorias como é hoje). Hans nao é 0 Unico pesquisador a enxergar o mundo dessa forma. De fato, nao so poucos os analistas sociais que apontam que ao menos desde o fim da Idade Média a violéncia vem caindo drasticamente no planeta. E nada disso aconteceu por acaso: como relata o canadense Steven Pinker no consagrado The Better Angels of Our Nature, 0 sistema de trocas de mercado parece ser um dos principais responsaveis por isso: 6 "Os jogos de soma positiva também mudam os incentivos para a violéncia. Se vocé esta trocando favores ou excedentes com alguém, de repente seu parceiro de troca torna-se mais valioso para vocé vivo do que morto. Além disso, vocé tem um incentivo para prever o que ele quer, para melhor supri-lo em troca daquilo que vocé quer. Embora muitos intelectuais, seguindo os passos de Santo Agostinho e Sao Jerénimo, considerassem os negociantes egoistas e gananciosos, na realidade o livre mercado recompensa a empatia. O bom negociante precisa manter os clientes satisfeitos ou um concorrente os roubara, e quanto mais clientes ele atrair, mais rico ficara. Essa ideia, que veio a ser chamada de doux commerce (comércio gentil) foi expressa pelo economista Samuel Ricard em 1704: "O comércio liga as pessoas através da utilidade mutua. [...] Através do comércio, o homem aprende a deliberar, a ser honesto, a adquirir bons modos, a ser prudente e reservado no falar e no agir. Percebendo a necessidade de ser prudente e honesto para alcangar o éxito, ele foge do vicio, ou pelo menos sua conduta exibe decéncia e seriedade, para nao suscitar um jufzo adverso nos conhecidos presentes e futuros.” No mundo real, entre 88 paises com dados confidveis, 67 viram um declinio de assassinatos nos Uultimos 15 anos — entre os mais violentos, essa taxa diminuiu em mais de 40% nesse periodo. Pode parecer insano dizer isso, mas nés somos mais tolerantes as relagdes homossexuais e inter raciais, a liberdade de pensamento e de crenga (¢ nao-crenga), e mais intolerantes a tortura como mecanismo judicial, 4 escravidao como modelo econémico e as guerras entre nagdes, do que qualquer outra geragdo anterior a nossa. Ou seja, vivemos num cenario exatamente oposto ao que aponta o senso comum. 4. “O mundo nunca foi tao pobre.” SereiaS H XX _B> Seguir r sere Meu amooor, quem gosta de pobreza é capitalismo! 7 7 |ae Essa também é uma maxima recorrente. O capitalismo é 0 grande responsével por toda miséria que hé no mundo. E dele a culpa pelo subdesenvolvimento latino americano, pela fome na Africa, pelas favelas no Brasil, pelo atraso na Asia. Mas quanto disso é real de verdade? Pouca coisa. Encare o grafico abaixo. Absolute number of people living in absolute poverty (1820-2011) sebaly By Max Roser : (@Peopetimginabsottepovery — @Peope rot ng abso poverty Como ele expde, 0 numero de pessoas vivendo na mais absoluta pobreza vem caindo consideravelmente no mundo desde a Revolugao Industrial. De fato, se os ricos ficaram mais ricos desde o inicio do capitalismo, os pobres também vem melhorando suas posi¢ées como nunca antes havia sido possivel. Os etiopes vivem hoje, em média, 24 anos a mais do que em 1960. Os chilenos ja so mais ricos do que qualquer nagéo do mundo desenvolvido na década de cinquenta. A mortalidade infantil é menor hoje no Nepal do que na Espanha em 1960. Ha 35 anos, 84% dos chineses vivia abaixo da linha da pobreza — esse ntimero caiu para 6%, como reflexo da abertura econémica iniciada com a subida de Deng Xiaoping ao poder. Desde 1990, alids, o percentual da populacao mundial vivendo na extrema pobreza caiu mais da metade — para menos de 18%. Atualmente, os sul coreanos vivem, em média, 26 anos a mais e ganham 15 vezes mais por ano do que em 1955 (ganham 15 vezes mais também que os norte coreanos, mas essa é outra historia). Os mexicanos vivem agora, em média, mais do que os britanicos viviam em 1955. Em Botswana a populagao ganha, em média, mais do que os finlandeses ganhavam em 1955 (em 1966, cada cidadao botsuano ganhava em média 70 dolares por ano; o pais tinha miseros doze quilémetros de estradas pavimentadas e vinte e dois habitantes com diploma universitario). Em duas décadas, a propor¢ao de vietnamitas vivendo com menos de dois dolares por dia caiu de 90% para 30%. 5. “O mundo nunca foi tao desigual.” as Raimundo Neto tx _& Seguir A desigualdade entre ricos e pobres atingiu nivel recorde hoje. Nesse mundo capitalista de hj, demorou foi muito ainda! Vocé jé encarou em algum lugar, ainda que indiretamente, alguém citando aquele relatério da Oxfam que afirma que o 1% mais rico do planeta detém mais riqueza do que os 50% mais pobres e que segundo a previsdo, os mais ricos teriam mais do que os 99% restantes em pouquissimo tempo, nao é mesmo? Todo mundo leu essa noticia ano passado: a desigualdade no mundo estava atingindo os maiores niveis jé registrados Loucura, nao? Mas e se a historia nado fosse exatamente como a que esta contada? E se, pelo contrario, a desigualdade no mundo estivesse desabando? A primeira coisa que vocé deve saber sobre o relatério da Oxfam é que eles utilizam dados do Credit Suisse para estimar a riqueza liquida dos cidaddos ao redor do mundo. S6 tem um problema com esses dados: a grande maioria dos paises nao possuem dados factiveis sobre os seus estoques de riqueza, uma vez que o que se taxa normalmente é a renda. Nao é possivel alcangar um relatério minimamente factivel com a realidade desconsiderando isso. Como aponta o economista do FMI, Carlos Gées, nesse artigo, o relatério da Oxfam néo inclui a riqueza informal — por exemplo: as casas nas favelas e periferias, que valem dezenas de milhares de reais e estéo nas maos dos mais pobres, apesar de nao serem titularizadas pelo governo (e a conta do economista peruano Hernando de Soto é que ha pelo menos $10 trilhdes n&o contabilizados dessa forma); © ariqueza implicita — como aquela prevista por sistemas de seguridade social; © © relatério, de fato, inclui apenas iméveis e ativos financeiros — sendo que parte consideravel da riqueza dos mais pobres sao justamente bens de consumo duraveis, como aparelhos eletrénicos, carros, motos, eletrodomésticos, etc; © e por fim, mistura a metodologia da Credit Suisse com as estimagdes da Forbes para a riqueza dos bilionarios, sem apresentar qualquer justificativa que mostre por que ambas as metodologias sdo compativeis. E uma verdadeira salada estatistica para alcancar o resultado inicial desejado: mostrar que o mundo nunca foi tao desigual. Quase metade do mundo nao tem patriménio liquido formal algum — entrando, portanto, na parte mais pobre do relatério da Oxfam. Mas isso ndo significa que o patriménio nao esta Id, na mao dos mais pobres. Pela Idgica enviesada do relatério, se vocé é um atendente de telemarketing que vai ao trabalho com uma moto e nao possui nenhuma divida em seu nome, esté na metade mais rica do planeta. Se vocé é proprietério de uma casa que vale, digamos, algo préximo dos cem mil reais, na periferia de alguma grande cidade brasileira, jé tem mais riqueza que bilhdes de pessoas somadas, visto que a maioria delas nao possui iméveis registrados (e no Brasil, segundo Paulo Rabello de Castro, quase metade dos iméveis ainda nao sdo titularizados). Da pra levar a sério um relatério que coloca atendentes de telemarketing e moradores da periferia no topo entre os mais ricos do mundo, ao mesmo tempo em que ignora bilhdes de pessoas que tém suas riquezas nao contabilizadas pela andlise? Se vocé é desses que torce o nariz toda vez que encara a palavra desigualdade num texto como esse, pense no seguinte cenério: imagine que vocé tem o poder de entrar numa maquina do tempo e voltar duzentos anos na hist6ria. O que vocé acredita que iria encontrar pela frente? Castelos, nobres e gente vestida da forma mais elegante possivel? Pode até ser. Mas esse seria um retrato muito particular da sua viagem. De fato, 0 que mais vocé encontraria pela frente seria pobreza: 75% da humanidade vivendo com menos de um délar por dia, na mais completa penuria. Esse era o cenario. A imensa maioria das pessoas ao redor do mundo nasciam pobres, viviam pobres, morriam pobres. Foi nesse exato ponto da histéria, no entanto, que reformas institucionais comegaram a explodir no noroeste da Europa, espalhando-se pelo continente e atravessando o mar. Foram essas reformas que permitiram com que parte do mundo saisse da pobreza. E gracas a elas que vocé pode agora acessar este artigo. Construa Apps com o PhoneGap. Com Maior Rapidez ee SMO ctu TCI) eer) Barons Codificar Agora Acontece que nao existe um mundo com padrées institucionais homogéneos. Enquanto parte do planeta enriqueceu durante esse tempo, apostando em reformas politicas e econémicas, parte ainda permanece presa as mesmas instituigdes do século dezenove. E perfeitamente compreensivel que tal cendrio crie desigualdade. Mas nao da pra colocar a culpa nas instituigdes capitalistas, que permitiram esse desenvolvimento. Pelo contrario: a culpa é da falta da aplicagdo dessas instituigdes. nos paises que permanecem pobres. A boa noticia 6 que isso vem mudando nos Ultimos tempos. E 0 resultado pode ser visto no grafico abaixo. Razao de renda anual no mundo: 10% mais ricos sobre os 10% mais pobres 45 Avantagem dos 10% mais rico vem caindo substancialmente desde a década de 1970, em especial por causa da forte redugao da pobreza em paises com india e China, que tem crescido muito mais que os paises mais ricos. 40 9 f 8 35 4 Ao contrario do que vocé pode acreditar, a desigualdade no mundo nao para de cair 30 25 T T T T T 1970 1980 1990 2000 2010 ano Fonte: Sala-I-Martin, 2009 (http:/igoo.glly 1zplp) Elaboragao: www.mercadopopular.org De fato, ao contrario do que aponta o senso comum, a desigualdade de renda no mundo vem caindo ha 40 anos, fruto das reformas institucionais que aconteceram recentemente em alguns dos paises mais populosos do planeta, como a China e a India Usando os préprios dados da Oxfam, a riqueza do 1% mais rico se manteve estavel nos ultimos 15 anos. O que vocé no sabe é que, apesar de terem os dados disponiveis, os analistas cortaram os dados de 2010 e fizeram suas projegdes com base em apenas 4 anos. Como aponta Gées: “Se, ao contrario disso, a riqueza dos mais ricos se comportar como se comportou ao longo dos Ultimos 15 anos, ela vai voltar 4 sua média historica. Eu fiz uma pequena previsdo alternativa (que também tem seus problemas) que usa a série completa e assinala como essa reversdo a média é plausivel. Essa pratica de selecionar apenas quatro anos para adequar a realidade a uma narrativa é completamente condenavel — e pde em duvida a propria seriedade de um estudo que ganhou tantas manchetes de jornal.” O resultado é 0 grafico abaixo Ariqueza dos mais ricos: como a Oxfam distorceu a estatistica pra agradar sua narrativa ‘A Oxfam selecionou * culdadosamente somente quatro anos, apesar determals. |, disponi * praextrapolar pranivets Nos Gitimos 14 anos, a riqueza do 1% mais rico se encontra estével 52 | orbitando ao redor de uma média (entenda esses dados ao lado) % Participagao na riqueza global Média - Uma reversdo a média historica se 44 2000-2014 daria dessa forma, levando em consideracio toda a série 42 histérica dos tiltimos 14 anos 40 > % 2% a a a ey %, % 2 ee . %, % © Se % % % Xo “ Me “Ge Xe SO Fontes: Oxtam data e Carlos Goes. Nota: O modelo da Oxfam considera somente quatro anos e extende a ‘tendéncia temporal para niveis nao vistos historicamente. A reversdo média se d4 por um modelo AR(1) que considera toda série temporal Esqueca essa histéria que 0 mundo nunca foi tao desigual. Faga 0 mesmo com a ideia que para haver um rico preciso haver um pobre, que o capitalismo mata todos os anos milhdes de pessoas, que o mundo esta cada vez mais intolerante e violento e que ele nunca foi tao pobre. Nada disso resiste ao menor escrutinio. Se vocé quer tentar entender e ajudar a apresentar solugdes para os problemas do mundo real, s6 ha uma alternativa pela frente: nao ignore o mundo real. E o melhor comego possivel clique aqui e saiba como. [ Seja nosso patrao! ] [ Contribua com o Spotniks! Quero colaborar mensaimente com Quero contribuir uma nica vez: esse valor: RS RS ov So) 2 a Bh Save to Facebook on 48 Comments. Sort by| Oldest ‘Add a comment. Outro dogma da esquerda que nao consta nesta lista: "O ricos, em especial os empresdrios nao aceitam que os mais pobres acessem um padrao de qualidade de vida decente". Eu, na minha ignorancia, imaginava que os empresérios de todos os setores (produgao, comércio, servigos) desejavam ter 0 maior numero possivel de pessoas (consumidores) com o maximo de dinheiro no bolso para adquirir seus produtos e servicos! 3 Joao Jacques A. Castro - Araxa Like Reply 5 260 Oct 24, 2016 2:01pm Edited “& Everson Verissimo « Universidade Federal de Pernambuco Qu entéo que os ricos (que andam de jatinho) geraram a crise (e ficaram provavelmente mais pobres) porque no queriam ver pobre andando de avido (na classe econdmica ainda) Like - Reply -1() 41 - Oct24, 2016 3:50pm & Willon Smith - Gerente de TI at SAE - Barra Mansa Pod Essa é a légica do pensamento liberal. Mas que pouco se vé no Brasil Like - Reply 9 3-23 hrs bas Betania Couto Oliveira Ortega - Salvador Everson Verissimo , jé escutei isto de uma tia petista varias vezes, se referindo a mim. Domingo passado escutei que eu nao gosto de Lula porque agora sou obrigada a pagar direitos trabalhistas de minha empregada doméstica ( como se antes eu nao pagasse...a.ai) Like “Reply “1 25: 23 hrs ‘Show 3 more replies in this thread William Santos Level Designer at W4Dev O problema sao as redes sociais (que esto mais para rede da discérida). Os pseudo intelectuais, politicos de sofa, historiadores de livros do MEC, socialistas e comunistas que

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