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EAD
Escola de Aconselhamento Integral à Distância
Área: Cura interior
Coordenado por
Alcione Emerich
* “É errado tomarmos a conversão como o início e o fim de todo processo de salvação e crescimento
espiritual” (cf. Fil 12:12)
HÁ PROBLEMAS NA CASA?
1
Borges, Marcos, Avivamento do Odre Novo, Editora Reobote.
O famoso cirurgião plástico Maxwell Malts, após várias experiências com a cirurgia plástica, escreveu
um livro intitulado “Rosto novo, Futuro novo”. No seu texto Malts defende a seguinte tese: “Quando uma
pessoa modifica seu rosto, ocorrem notáveis mudanças na personalidade”. Esta obra tornou-se um best-
seller. Todavia, após aprofundar-se nas suas experiências, este cientista começou a ter sérios problemas.
Alguns, depois de passarem pela cirurgia, diziam, “Mas doutor, continuo feia do mesmo jeito, estou um
arraso,...”; e tantas outras reclamações deste tipo eram feitas. Mesmo após as retrucações de Maxwel e
dos familiares do paciente, afirmando o sucesso do procedimento, não tinha jeito, estas pessoas
insatisfeitas saíam murmurando indignadas.
Em 1960 Maxwell escreve outro livro intitulado “Psico-cibernética”. Já neste livro, o autor
primava pela modificação do rosto interior de seus pacientes. Malts declara, “Parece que cada
personalidade possui um rosto. Este rosto emocional da personalidade parece ser o segredo da
transformação. Se ele continuar todo marcado e desfigurado, feio e de baixa qualidade, então a pessoa
continuará a agir de acordo com ele, mesmo que sua aparência exterior se modifique. Mas, se o rosto da
personalidade puder ser reconstruído, se as velhas cicatrizes emocionais puderem ser removidas, a pessoa
se transformara”. O famoso cirurgião plástico entendeu, então, que a verdadeira imagem do ser humano
está guardada dentro de si.
Terminologias
Consciente: é a soma total dos processos mentais que acorrem agora, em algum dado momento
Pré-consciente: é um conhecimento não presente no consciência, porém não reprimido, e que pode passar
para a consciência quando se desejar.
Inconsciente: Atividade mental que não está disponível na consciência, porque ela se refere a um
conteúdo ameaçador ao ego para ser diretamente reconhecido.
Teoria Multifocal
RAM (registro automático da memória): é o responsável pelo registro involuntário de cada fato, ideia,
pensamento, sentimento, dor ou situação que acontece conosco. Quanto maior o volume emocional
envolvido em uma experiência mais o registro será privilegiado e mais chance terá de ser lido.
Autofluxo: é o fenômeno que lê milhares de vezes a memória por dia e produz a grande maioria dos
pensamentos do teatro da nossa mente. Produz pensamentos que nos distraem, nos animam, nos fazem
sonhar.
Gatilho da memória: é o fenômeno que faz com que cada imagem ou som seja interpretado
imediatamente em milésimos de segundos (ex: as imagens das pessoas e dos objetos são identificados não
pelo “eu”, mas pelo gatilho da memória)
Janela da memória: A memória humana abre-se por janelas, que são pequenos territórios de leitura. Cada
janela possui um grupo de arquivos que contém milhares de informações agregadas. Algumas são
belíssimos, geram prazer, coragem, respostas inteligentes. Outras são doentias, geram aflição, ódio,
bloqueio (janelas killers).
Em primeiro lugar, vamos entender ‘onde’ e ‘quando’ os nossos problemas começaram. Paulo se
refere ao homem com ser constituído de corpo, alma e espírito. No início da criação Deus criou todas as
coisas perfeitas, e o homem também o era. Gênesis 1:26,27 declara que o homem foi criado a imagem e
semelhança do Deus altíssimo, então não havia pecado, nem traumas e distúrbios emocionais. Como
vamos ver o pecado afetou o homem nas suas três esferas :
1- Espírito (pneuma) = morte (Gen 2:17 ; Ef 2:1)
2- Alma (psique) = Em Gen 3:7-13 começamos a ver algumas coisas anormais. Algumas
anormalidades psicológicas surgem: vergonha, insegurança, medo, culpa, irresponsabilidade (um
coloca a culpa no outro - projeção).
3- Corpo (soma) = Gênesis 3:16-19 nos fala de sofrimento, fadiga, doenças, etc.
Cura Interior faz parte de nossa santificação – “Santificação é tornar-se mais semelhante a Cristo,
recebendo, a cada dia, mais alguns traços da Sua imagem, do Homem Perfeito. Cristo é a expressão do
homem saudável e pleno” (Fabio Damasceno)
Larry Crabb fala que devemos fazer desabrochar a vida de Cristo já existente em nós (perdão, cura,
aproximação, afeto, amor, etc)
A salvação tem um aspecto imediato, contínuo e final (na volta de Cristo) – Paulo diz que a salvação
precisa ser desenvolvida (cf. Fil 2:12 – soteria)
O Espírito Santo é cavalheiro. Quando o convidamos para entrar, ele fica na ‘sala’, mas ainda existem
muitos ‘quartos da nossa vida’ que ainda não adentrou. Ele está batendo a porta de nossa alma...
* João 13 – Jesus lava os pés dos discípulos
1 - A cura interior não é algo recebido no momento em que aceitamos a Jesus como Senhor de nossas
vidas.
2 - A cura interior não é algo recebido no momento em que somos batizados ou cheios do Espírito Santo.
3 - A cura interior não vem pelo reconhecimento de que precisamos de um tratamento especial em nossas
emoções. Esta abertura é apenas o início do processo.
4 - A cura interior não é algo recebido através de uma oração especial e nem mesmo vem por meio de um
ou dois encontros com o ministrador. A visão imediatista deste ministério, bloqueou em muitos aspectos
o seu êxito dentro das igrejas. Uma história de vida, abarrotada de traumas, mágoas e culpas, geralmente
não se resolve com “uma ou duas sentadas” na sala de aconselhamento.
5 - A cura interior não é uma espécie de amnésia psicológica. O passado, mesmo após o processo de cura,
continua presente (mas não ‘vivo’) na memória da pessoa; no entanto, perde o seu poder destruidor sobre
a personalidade e emoções do indivíduo.
6 - A cura interior não é uma panacéia espiritual (como muito bem afirmou o Dr. Seamands), ou seja, um
remédio para a cura de todos os males emocionais, espirituais e existenciais. Extremos desse tipo,
levaram crentes a pensarem que todo e qualquer problema surgido durante a carreira cristã, teria solução
dentro de uma ministração de cura emocional.
David Seamands: “A frase cura das memórias (terminologia usado por Seamands) tem
infelizmente diversos significados hoje em dia. Na mente de muitos cristãos ela não passa de uma espécie
de panacéia, um meio mais rápido para alcançar a maturidade emocional e espiritual. Em vista de a cura
emocional ter sido algumas vezes levada a extremos, alguns a abandonaram completamente, julgando-a
não-bíblica e até mesmo pouco sadia. Posso compreender muito bem os sentimentos deles. Minha própria
experiência neste plano ensinou-me que não existe esfera onde o trigo e o joio tenham sido plantados
mais próximos um do outro do que na psicologia. Por estar ainda em sua infância, essa ciência acha-se
infestada de toda espécie de novas teorias e abordagens emergentes. Só bem recentemente os
discernimentos e verdades provadas da psicologia estão sendo integrados com um método
verdadeiramente cristão no aconselhamento. É importante reconhecer que toda verdade é a verdade de
Deus, esteja ela na ceia do Senhor ou no tubo de ensaio do laboratório. Mantemos nosso equilíbrio
fazendo passar continuamente todas as verdades através da peneira da Palavra de Deus. A cura das
memórias é uma forma de aconselhamento e oração cristãos que se concentra no poder curativo do
Espírito sobre certos tipos de problemas emocionais/espirituais”
David Kornfield: “A cura interior é a restauração da alma ferida por meio de: 1) Reconhecer nossas
feridas, defesas e responsabilidades; 2) Experimentar Jesus levando sobre si essas feridas; 3) Receber o
perdão e a libertação de Deus; 4) Poder transmitir o mesmo para os que nos machucaram e abusaram de
nós”
Fábio Damasceno: “É um ter usado atualmente para significar santificação ou, ainda, processo de
crescimento espiritual, o qual se manifesta e se desenvolve na mente e, consequentemente, no próprio
comportamento do indivíduo, em relação a si mesmo, ao se próximo e ao seu Criador”
Alcione Emerich: “A cura interior se constitui na ação divina, curando as emoções humanas, por
intermédio do aconselhamento, da oração, confissão, ação sobrenatural do Espírito, perdão e liberação de
todo lixo emocional. A cura interior tem caráter processual e quase nunca é imediatista. Sarar o indivíduo
de suas marcas do passado, e com isso melhorar sua relação com o próximo, com Deus e consigo mesmo,
são os alvos centrais de tal ministério”
O QUE É UM TRAUMA?
1- Experiência súbita e imprevisível de dor emocional que a pessoa não consegue superar ou processar na
lida diária (é uma dor que fica represada dentro da pessoa)
Ex: perda de um ente querido, abuso sexual, divórcio, etc.
Desistir das coisas infantis (I Cor 13:11) = desistir no grego: tornar inoperante, inativo, ineficaz,
remover o sentido e significado, libertar-se de algo que nos esteja amarrando ou prendendo. As pessoas
que nunca enfrentaram suas memórias penosas continuam presas num estágio de seu desenvolvimento
emocional. Adultos fisicamente, mas crianças emocionalmente. Estas lembranças estão como que
“inflamadas” interiormente.
O CAMINHO DO TRAUMA
Repressão:
Somos capazes de ocultar a verdade de nós mesmos
Empurramos para baixo, para o nosso inconsciente.
Este material reprimido é como uma madeira no fundo d’água: luta para chegar à
superfície
Aquilo que guardamos é enterrado vivo, não está morto.
Mais tarde nossa dor se apresentará por meio de disfarces
CONSCIENTE / SUB-CONSCIENTE / INCONSCIENTE
Racionalização
Tornamo-nos frios diante da dor e da tragédia. É o uso da inteligência para negar a
verdade, as emoções, a tragédia.
Negação
Fechamos nossa mente à realidade, não a queremos encarar. Bloqueamos parte dela, por
ser emocionalmente dolorosa (ex: mulher que não quis ir ao enterro após morte do marido)
Formação de reação
Exagera-se uma emoção ou comportamento, na tentativa de se ocultar uma inclinação
inconsciente oposta e reprovável. É uma forma de compensação. Todo comportamento
exagerado oculta um desejo oposto.
Ex: Legalismo / Excesso de pudor
Deslocamento
Expressão indireta de um impulso que a consciência nos proíbe de expressar diretamente.
Ex: Marido que chega em casa e briga com esposa, filhos, etc. (mas o problema dele é com
chefe)
Mulher hostil com cônjuge (na verdade sua raiva é do pai)
Perguntas:
1) Existem áreas de sua vida que você teme enfrentar a verdade?
Exemplos:
1) Evitamos pessoas, datas, lugares, eventos
2) Pessoas que estão indo pro buraco, e não veem.
3) Porque me envolvo em relacionamentos errados? Por que sou indiferente com meu filho? De
onde vem a minha agressividade? Por que minha estima é tão baixa?
- O que é o amigo? É aquele para quem você fala tudo! (Transparência) – cf. João 15:12-15 – “Já não vos
chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque
tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer”
- Criança com ralou o pé – “o que mais quero é ser curado e o que menos quero é tocar no assunto”
- Enquanto os sentimentos ficam transitando no campo do pensamento, eles podem tomar rumos
perigosos, transformando-se em “arquivos perigosos”. “Enquanto guardei silêncio, consumiram-se os
meus ossos” (Sl 32:3)
- Enquanto estamos calados acerca de certos assuntos, tais conteúdos permanecem no campo do
“obscuro”. É como se os nossos sentimentos nos cegassem para a verdade dos fatos. As palavras quando
faladas têm o poder fantástico de dar o peso correto às coisas:
Ex: “Esse cara vai ver, eu vou dizer isto, aquilo,....” (Depois vemos que as coisas não eram bem assim,
que houve exagero em nossa postura)
- Podemos dar aos nossos sentimentos três rumos: 1) Quando nos calamos, podemos agredir às pessoas a
nossa volta; 2) Leva-nos à agredimos a nós mesmos; 3) Podemos partilhá-los com Deus e com um amigo
(melhor caminho)
- “A escuridão esconde o verdadeiro tamanho dos medos, das mentiras e dos arrependimentos – explicou
Jesus. A verdade é que eles são mais sombra do que realidade, por isso parecem maiores no escuro.
Quando a luz brilha nos lugares onde eles vivem no seu interior, você começa a ver o que são realmente”
(A Cabana)
- “Confessai, pois, os vossos pecados (gr. paraptoma) uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes
curados” (Tg 5:16). A confissão é algo fundamental neste processo. A confissão tem efeitos
psicoterapêuticos, e trará grande alívio para o aconselhado. Vemos que a Bíblia nos dá margem para
procurarmos um conselheiro cristão para confessarmos nossos pecados, mágoas e traumas. A promessa de
Deus é que seremos curados.
Diferenças entre:
HAMARTIA (Gr) (pecado propriamente, errar o alvo, desviar-se do caminho) – Ocorre em I
João 1:9; 2:1 – “Se confessarmos os nossos pecados (hamartia), ele é fiel e justo para nos
perdoar e nos purificar de toda injustiça (...) Filhinhos meus, estas cousas vos escrevo para que
não pequeis (hamartia). Se, todavia, alguém pecar (hamartia), temos Advogado junto ao Pai,
Jesus Cristo, o justo”
PARAPTOMA (Gr) (fracasso, queda, ser empurrado, cair prostrado, descender de uma posição
ereta para estar prostrado) – é a referência de Tiago 5:16 (veja que em outras passagens Tiago
V – PERDÃO – Mt 18:15-35
O que é perdão? “É perda no aumentativo”. É rasgar todas as “promissórias emocionais” que guardamos
em nossa alma (é ficar pobre, no prejuízo, mas para depois enriquecer)
O perdão não é um sentimento, mas uma decisão.
O que é perdão:
a) É reconhecer a dor e a mágoa que os outros me causaram (“doeu muito”)
b) É definir claramente o erro cometido contra nós – “eu sou José, vosso irmão, a quem vendestes
para o Egito” (Gn 45:4)
c) É não voltar mais ao passado
d) É não ficar exigindo mudanças do outro como condição
e) É a compreensão de que o amor de Deus me constrange, por isso deve perdoar.
f) Pode ser um processo, dependendo da gravidade da ferida
Expresse a mágoa:
- O perigo da teologia “Receba!!” (“a vida com Deus é uma jornada e não num encontro apenas”)
- Quando Deus nos matricula na “escola do quebrantamento” (muitos se inscrevem, mas poucos se
formam)
- Muitas das nossas lutas não são advindas do diabo, mas sim Deus com sua mão sobre nós, tratando-nos
(“Humilhai-vos, portanto sob a poderosa mão de Deus”)
- “Só há duas formas das pessoas serem solidárias: Sendo cheio do Espírito Santo ou tendo
experiências semelhantes às daqueles que sofrem. Só assim a tribulação produz em nós algo descente”
(Ed René Kivitz)