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Ano letivo 2017/18

Técnico De Multimédia e Auxiliar de Saúde

Português

Módulo 4- Sermão Padre António Vieira

Trabalho elaborado por:

António Cordeiro Nº2

Marina Mesquita Nº5

Duarte Pires Nº5

João Miguel Nº8

Ruben Cunha Nº11


Rémora
Rêmora ou rémora é o nome vulgar dos peixes da família Echeneidae, que possuem a
primeira barbatana dorsal transformada numa ventosa, com a qual se fixam a outros
animais como tubarões ou tartarugas, podendo assim viajar grandes distâncias.

É normalmente usada como exemplo de comensalismo.

Identificação: Rémora

Virtudes do peixe: Apesar de ser pequeno; consegue determinar o rumo da nau.

Analogia com Santo António: A língua de Santo António era rémora na terra tinha
força para dominar as paixões humanas: a soberba, a vingança, a cobiça e a
sensualidade.

Crítica aos homens: os homens deixam-se levar pela soberba, pela cobiça e pela
sensualidade.

Referências no sermão de Santo António, do padre António Vieira:

“Passando dos da Escritura aos da história natural, quem haverá que não louve e admire
muito a virtude tão celebrada da rémora? (…) quem haverá, digo, que não admire a
virtude daquele peixezinho tão pequeno no corpo e tão grande na força e no poder, que
não sendo maior de um palmo, se se pega ao leme de uma nau da Índia, apesar das velas
e dos ventos, e de seu próprio peso e grandeza, a prende e amarra mais que as mesmas
âncoras, sem se poder mover, nem ir por diante? Oh se houvera uma rémora na terra,
que tivesse tanta força como a do mar, que menos perigos haveria na vida e que menos
naufrágios no Mundo!

Se alguma rémora houve na terra, foi a língua de Santo António (…). E tal foi a virtude
e força da língua de Santo António. (…) tão desobediente e rebelde, mostrou a língua de
António quanta força tinha, como rémora, para domar a fúria das paixões humanas: (…)
Soberba, (…) Vingança, (…) a Ira e Ódio, (…) Cobiça, (…) Sensualidade (…).”

Sermão de Santo António


Material usado no trabalho: Madeira e verniz.
Quatro-olhos
Tralhoto é o nome dado a duas espécies de peixes pelágicos amazonicos da família
Anablepidae, a Anableps anableps e a Anableps microlepis. O genero Anableps inclui
ainda outra espécie, a Anableps dowi, presente mais ao norte, nas costas da América
Central e do México.

Devido a presença de uma estrutura dupla nos olhos proeminentes acima da cabeça, o
tralhoto também é popularmente conhecido como peixe-de-quatro-olhos: a córnea de
cada olho está dividida horizontalmente em duas zonas, a de cima fortemente convexa e
a de baixo plana; essa singular característica também divide cada pupila em duas, a de
cima adaptada à visão fora da água e a de baixo adaptada à visão subaquática.

As duas populações de tralhoto ocorrem juntas e são encontradas tanto em água doce
quanto salobra do estuário amazônico. Estudos revelaram, entretanto, que cada espécie
tem preferência quanto ao teor de sal na água: a A. anableps predomina no inverno,
quando a água está doce, e a A. microlepis predomina no verão, quando a água está
mais salobra.

Tanto os machos quanto as fêmeas possuem orgãos sexuais orientados, ou para a direita,
ou para a esquerda, ocorrendo a cópula apenas em pares invertidos: machos destros com
fêmeas canhotas e machos canhotos com fêmeas destras.

Identificação do peixe: Quatro-olhos

Virtudes do peixe: Tem dois pares de olhos: um olha para cima e o outro olha para
baixo.

Analogia com Santo António: Santo António também ensina aos homens que devem
pensar no Céu e no Inferno.

Crítica aos homens: No Brasil, muitas pessoas vivem na “cegueira” (pecado) há


séculos.

Referências no sermão de Santo António, do padre António Vieira:

“Quero acabar este discurso dos louvores e virtudes dos peixes com um, que não sei se
foi ouvinte de Santo António e aprendeu dele a pregar. A verdade é que me pregou a
mim, e se eu fora outro, também me convertera. Navegando de aqui para o Pará (que é
bem não fiquem de fora os peixes da nossa costa), vi correr pela tona da água de quando
em quando, a saltos, um cardume de peixinhos que não conhecia; e como me dissessem
que os Portugueses lhe chamavam quatro-olhos, quis averiguar ocularmente a razão
deste nome, e achei que verdadeiramente têm quatro olhos, em tudo cabais e perfeitos.
Dá graças a Deus, lhe disse, e louva a liberalidade de sua divina providência para
contigo; pois às águias, que são os linces do ar, deu somente dois olhos, e aos linces,
que são as águias da terra, também dois; e a ti, peixezinho, quatro.
Mais me admirei ainda, considerando nesta maravilha a circunstância do lugar. Tantos
instrumentos de vista a um bichinho do mar, nas praias daquelas mesmas terras
vastíssimas, onde permite Deus que estejam vivendo em cegueira tantos milhares de
gentes há tantos séculos! Oh quão altas e incompreensíveis são as razões de Deus, e
quão profundo o abismo de seus juízos!

Filosofando, pois, sobre a causa natural desta providência, notei que aqueles quatro
olhos estão lançados um pouco fora do lugar ordinário, e cada par deles, unidos como os
dois vidros de um relógio de areia, em tal forma que os da parte superior olham
direitamente para cima, e os da parte inferior direitamente para baixo. E a razão desta
nova arquitectura, é porque estes peixinhos, que sempre andam na superfície da água,
não só são perseguidos dos outros peixes maiores do mar, senão também de grande
quantidade de aves marítimas, que vivem naquelas praias; e como têm inimigos no mar
e inimigos no ar, dobrou-lhes a natureza as sentinelas e deu-lhes dois olhos, que
direitamente olhassem para cima, para se vigiarem das aves, e outros dois que
direitamente olhassem para baixo, para se vigiarem dos peixes.

Oh que bem informara estes quatro olhos uma alma racional, e que bem empregada fora
neles, melhor que em muitos homens! Esta é a pregação que me fez aquele peixezinho,
ensinando-me que, se tenho fé e uso da razão, só devo olhar direitamente para cima, e
só direitamente para baixo: para cima, considerando que há Céu, e para baixo,
lembrando-me que há Inferno. (…).

Mas ainda que o Céu e o Inferno se não fez para vós, irmãos peixes, acabo, e dou fim a
vossos louvores, (…).”

Sermão de Santo António

Material usado no trabalho: Madeira e verniz.

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