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Orientações

Nutricionais:
da ge c i a
staç ã o à p e ir a i n f â n
ri m
Orientações Nutricionais:
da gestação à primeira infância
SENADO FEDERAL
Mesa
Biênio 2015 - 2017

Senador Renan Calheiros


PRESIDENTE

Senador Jorge Viana


PRIMEIRO-VICE-PRESIDENTE

Senador Romero Jucá


SEGUNDO-VICE-PRESIDENTE

Senador Vicentinho Alves


PRIMEIRO SECRETÁRIO Orientações Nutricionais:
Senador Zezé Perrella
da gestação à primeira infância
SEGUNDO SECRETÁRIO

Senador Gladson Cameli


TERCEIRO SECRETÁRIO

Senadora Angela Portela


QUARTA SECRETÁRIA

SUPLENTES DE SECRETÁRIO 2015


Senador Sérgio Petecão
Senador João Alberto Souza
Senador Elmano Férrer
Senador Douglas Cintra

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Supervisão
Diretoria-Geral – DGER
Sumário

Coordenação Geral
Secretaria de Gestão de Pessoas – SEGP

Apresentação ................................................................................. 06
Execução
Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional - SEQVR Gestação........................................................................................ 08

Ganho de Peso Gestacional 10


Texto
Alimentação Saudável na Gravidez 13
Thaís Castro Paixão
Ana Lívia Babadopulos Situações Comuns na Gravidez 24

Revisão Amamentação................................................................................ 26
Denise Costa Lisbôa
Leite Materno 28

Edição Como Amamentar 29


Arte: Thomás Carvalho Côrtes Barbosa
Principais Dúvidas / Questões sobre Amamentação 32

Diagramação Alimentação da Nutriz 38


Thomás Carvalho Côrtes Barbosa
Crianças......................................................................................... 42

Crianças até 6 Meses 43

Crianças entre 6 e 12 Meses 44

Crianças de 12 até 36 Meses 49

Referências..................................................................................... 54
Com essa finalidade, consideramos funda-

mental fornecer uma atenção especial às futuras

mães trabalhadoras do Senado, já que a fase

de gestação e lactação são etapas da vida

em que os cuidados com a saúde e a ali-

mentação da mulher se tornam ainda mais im-

portantes. Além disso, sabemos que os primeiros anos

Apresentação
de vida da criança costumam gerar muitas dúvidas e angústias para

aquelas pessoas que são responsáveis pelos seus cuidados, especial-

mente quando se trata de papais e mamães de primeira viagem. “Será

que eu estou fazendo certo?”; “Será que ele está com fome?”; “Será

que está com calor?”; “Devo dar um pouco d’água?” são dúvidas co-

muns nas cabeças dessas pessoas que têm que interpretar o que se

passa com aquele “serzinho” que só sabe se comunicar pelo choro.


Esta cartilha é uma ação do Programa Alimento e Saúde, de-
A presente cartilha busca esclarecer um pouco destas questões,
senvolvido pelo Serviço de Qualidade de Vida e Reabilitação Funcional
perpassando pela alimentação da gestante, da lactante e da criança nos
da Secretaria de Gestão de Pessoas do Senado Federal. O Programa
primeiros anos de vida.
visa contribuir para melhoria da saúde dos colaboradores do Senado

Federal, por meio de informações que promovam melhores hábitos

alimentares.

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As
alterações do
corpo durante a gravidez
são algumas das muitas preocu-
pações que as futuras mamães têm ao
longo da gestação: medo de ganhar peso
em excesso, de ter estrias, de não conseguir
perder peso após o parto. Mas as mamães de-
vem ficar tranquilas, pois ganhar peso é esperado
e é possível fazê-lo de forma saudável, para que tudo
volte ao normal no tempo certo e seu bebê se desen-
volva adequadamente.

O ganho de peso esperado não é único para todas as


gestantes. Ele vai variar em função do peso que a mulher
tinha antes de engravidar. Além disso, também é dife-
rente dependendo do trimestre de gestação em que a
mulher se encontra.

GESTAÇÃO

No primeiro trimestre (até a 13ª


semana), ganhar peso não é tão importan-
te, pois o embrião ainda é muito pequeno e as altera-
ções na estrutura física da mãe são poucas. Nesta fase, é consi-
derado normal e sem riscos para o bebê tanto perder (até 3 kg), como
manter ou ganhar peso (até 2 kg). A perda de peso, inclusive, é bastante
comum, uma vez que é o momento em que as gestantes mais sofrem com
náuseas e vômitos.

Do segundo trimestre em diante (a partir da 13ª semana), espe-


ra-se um ganho de peso linear até o final da gestação. E este
ganho será diferente, dependendo do estado nutricional
pré-gestacional da mãe (se estava com peso ade-
quado, baixo peso ou sobrepeso e obesida-
de).

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Agora encontre seu IMC na tabela abaixo e veja qual seu
GANHO DE PESO GESTACIONAL
ganho de peso esperado (total e semanal)

Para saber quanto você poderá ganhar ao longo da gestação, é IMC PRÉ-GESTACIONAL GANHO DE PESO TOTAL GANHO DE PESO SEMANAL

simples, basta calcular seu IMC, por meio da fórmula abaixo, e depois (Estado nutricional inicial) (kg) (kg, a partir da 13ª semana)

situá-lo na tabela mais adiante.


Baixo peso
12,5 a 18,0 0,500
(< 18,5 kg/m²)

CÁLCULO DO IMC PRÉ-GESTACIONAL Adequado


(18,5 a 24,9 kg/m²) 11,5 a 16,0 0,400

Sobrepeso
7,0 a 11,5 0,300
(25,0 a 29,9 kg/m²)
PESO PRÉ-GESTACIONAL (em quilogramas)
ALTURA² (em metros) Obesidade
5,0 a 9,1 0,200
(>30 kg/m²)

A mesma mulher que estamos usando como exemplo,


Exemplo de uma mulher que mede 1,60m e antes de en-
com IMC pré-gestacional de 23,4 kg/m², estaria com peso classi-
gravidar pesava 60 kg. O IMC dela seria 23,4 kg/m²:
ficado como Adequado e, para ela, um ganho de 11,5 a 16,0 kg

(com média de 400 g por semana, a partir da 13ª semana) duran-

te toda a gravidez seria o ideal.


60 kg
23,4 kg/m²
(1,60 m)² Saiba para onde vai o peso ganhado durante a gravidez

10 11
Destribuição de Peso da gravidez ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NA GRAVIDEZ

A gravidez é um dos melhores momen-

tos para se pensar em alimentação saudável, pois não só

a mãe se beneficiará dela, como também, e principalmente, o

bebê. Uma mãe bem nutrida é capaz de fornecer todos os nu-

trientes necessários e pode proporcionar as condições ideais para o

desenvolvimento de seu filho. Há estudos atualmente que revelam, in-

clusive, que um desajuste alimentar intra-útero pode levar a disfunções

tanto ao nascimento quanto na fase adulta, como a maior tendência à

obesidade, hipertensão, diabetes etc.



Além disso, com uma alimentação equilibrada, a

mãe pode diminuir os riscos de complicações na

gravidez, como ganho de peso excessivo, diabetes

gestacional e hipertensão, além de poder também

modular a presença de outros desconfortos típicos

deste período (enjoos, constipação intestinal, ).

Veja a seguir dicas de alimen-


tação para gestantes, basea-
das na publicação Dez Passos
de Alimentação Saudável para
Gestantes do Ministério da
Saúde.

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lizados, e bebidas com cafeína, como café, chá preto e chá mate,

não substituem a água. Além disso, essas bebidas dificultam o

aproveitamento de alguns nutrientes e precisam ser evitadas du-

rante a gestação.

Evite consumir líquidos durante as refeições. Isso reduz o

sintoma de azia ou “queimação”. Após as refeições, prefira frutas

com alto teor de líquidos, como, por exemplo, laranja, tangerina,

1. Faça pelo menos três refeições (café da manhã, almoço e abacaxi, melancia, entre outros. Evite deitar logo após as refei-

jantar) e dois lanches saudáveis por dia, evitando ficar mais de ções. Dessa forma, pode-se evitar mal-estar e sensação de azia ou

três horas sem comer. Entre as refeições, beba água, pelo menos “queimação”.

2 litros.

Fazendo todas as refeições, você evita que o estômago fi-

que vazio por muito tempo, diminuindo o risco de sentir náuse-

as, vômitos, fraquezas ou desmaios. Além disso, contribui para

que você não sinta muita fome e exagere na próxima refeição. Os

excessos podem causar desconforto abdominal, principalmen-

te nos últimos meses de gestação, quando o útero está maior e 2. Inclua diariamente nas refeições alimentos do grupo de

comprime o estômago. cereais (arroz, milho, pães e alimentos feitos com farinha de trigo

Beber água entre as refeições é importante para o orga- e milho), tubérculos, como as batatas, e raízes, como a mandio-

nismo, pois melhora o funcionamento do intestino e hidrata o ca – também conhecida como macaxeira, aipim. Dê preferência

corpo. Bebidas açucaradas, como refrigerantes e sucos industria- aos alimentos na sua forma mais natural, pois são boas fontes de

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fibras, vitaminas e minerais. ção saudável do feto, além de proteger a saúde materna.

Esses alimentos são a fonte de energia mais importante da Monte um prato colorido. Varie o tipo de frutas, legumes

nossa alimentação e devem estar em maior quantidade nas refei- e verduras consumidos durante a semana. Consuma hortaliças

ções. Os cereais, em sua forma mais natural (integral), oferecem verde-escuras, como couve, brócolis, agrião, taioba, rúcula, e ou-

maior quantidade de fibras que regularizam o funcionamento do tros coloridos, como mamão, abóbora, cenoura, laranja, acerola,

intestino. São exemplos de alimentos integrais: farinha integral, tomate, caju, pitanga, pêssego, manga, jabuticaba e ameixa.

pão integral, aveia, trigo para quibe. Dê preferência a frutas, verduras e legumas crus, assim

Distribua as porções desses alimentos em todas as refei- você obtém mais fibras na sua alimentação.

ções e lanches diários. Quanto aos sucos, os naturais de fruta, feitos na hora, são

melhores fontes de nutrientes. A polpa congelada perde alguns

nutrientes, mas ainda é uma opção melhor que sucos artificiais,

em pó ou em caixinha e aqueles industrializados ricos em açúcar,

como os néctares de fruta.

3. Procure consumir diariamente pelo menos três porções de

legumes e verduras como parte das refeições e três porções ou

mais de frutas nas sobremesas e lanches.

Frutas, legumes e verduras são boas fontes de vitaminas,

minerais e fibras. Esses alimentos devem estar presentes em todas 4. Não se esqueça do feijão com arroz. Esse prato brasileiro é

as refeições e lanches do dia, porque são essenciais para a forma- uma combinação completa de proteínas e excelente para a saúde.

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Consuma uma parte de feijão para duas partes de arroz aves antes da preparação, tornando esses alimentos mais saudá-

cozido. Varie os tipos de feijão usados (preto, da colônia, cario- veis.

quinha, verde, de corda, mulatinho, fradinho, andu, branco e ou- Leite e derivados são as principais fontes de cálcio na ali-

tros) e as formas de preparo, desde que não sejam preparados mentação. Esse nutriente é necessário para o crescimento e de-

com carnes gordas e salgadas ou embutidos, pois isso eleva mui- senvolvimento dos ossos e dentes.

to a quantidade de gorduras e sal. Carnes, aves, peixes e ovos fazem parte de uma alimenta-

Use também outros tipos de leguminosas como, por ção nutritiva e são ricos em proteínas de boa qualidade e ferro.

exemplo, soja, grão-de-bico, ervilha seca e lentilha, que podem Também contribuem para prevenir a anemia.

também ser usados em saladas frias. Procure consumir as fontes de cálcio em horários diferen-

Os feijões e demais leguminosas são ricos em ferro. Sua tes das refeições que contenham alimentos ricos em ferro (carnes

ingestão frequente ajuda a prevenir a anemia. Para aproveitar me- e vísceras), com pelo menos duas horas de intervalo, pois consu-

lhor o ferro destes alimentos, consuma junto a eles frutas ricas em mir estes alimentos juntos pode atrapalhar o adequado aprovei-

vitamina C, como: acerola, laranja, caju, limão, goiaba e outros. tamento deles pelo organismo.

Evite acrescentar café ou achocolatado ao leite, pois esses

alimentos também reduzem o aproveitamento do cálcio do leite.

Consuma mais peixe, frango e sempre prefira as carnes

magras, retirando a pele e a gordura visível. Procure comer peixe

fresco pelo menos duas vezes por semana, tanto os de água doce

como os de água salgada são saudáveis. Evite carnes cruas ou mal

5. Consuma diariamente leite e derivados e carnes, aves, pei- passadas porque podem transmitir doenças, como verminose e

xes ou ovos. Retire a gordura aparente das carnes e a pele das outras.

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Caso sua alimentação não inclua alimentos de origem ani- É importante saber também que alimentos com pequena

mal (carnes, ovos, leite e derivados), busque um nutricionista ou quantidade de gordura contribuem para reduzir o desconforto

outro profissional de saúde para receber as orientações necessá- das náuseas e vômitos.

rias para uma gestação saudável. Para cozinhar, use óleos vegetais (soja, canola, girassol, mi-

lho, ou algodão) ao invés de margarina ou manteiga. Além disso,

no lugar das frituras, prefira preparações assadas, cozidas, enso-

padas e grelhadas.

Dê preferência ao azeite de oliva para temperar saladas,

sem exagerar na quantidade.

vs.

6. Diminua o consumo de gorduras.

Fique atenta aos rótulos dos alimentos e prefira aqueles

livres de gorduras trans.

Reduza o consumo de alimentos gordurosos, como carnes

com gordura visível, embutidos (salsicha, linguiça, salame, pre-

sunto, mortadela), queijos amarelos, salgadinhos, chocolates e 7. Evite refrigerantes e sucos industrializados, biscoitos reche-

sorvetes para, no máximo, uma vez por semana. O consumo ex- ados e outras guloseimas no seu dia-a-dia.

cessivo desses alimentos está associado ao surgimento de obesi- O consumo frequente e em grande quantidade de so-

dade, pressão alta e outras doenças do coração. bremesas aumenta o risco de complicações na gestação, como

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excesso de peso, obesidade, diabetes gestacional e pressão alta, vas de vegetais, sopas prontas, molhos e temperos prontos.

que prejudicam o adequado crescimento do feto. Além disso, o O consumo excessivo de sódio (presente no sal de cozi-

excesso de açúcar está relacionado ao surgimento das cáries den- nha) aumenta o risco de pressão alta, doenças do coração e rins,

tárias Por isso, prefira consumir frutas como sobremesa. além de causar ou agravar o inchaço comum na gravidez.

Refrigerantes e sucos industrializados contém corantes ar-

tificiais, aromatizantes e açúcar. Aconselha-se que esses alimentos

sejam evitados na gravidez.

O uso de adoçantes durante a gestação deve ser reservado

para as mulheres que precisam controlar o ganho de peso e para

as diabéticas. Busque um profissional de saúde para receber in-

formações necessárias sobre o uso de adoçantes. 9. Evite o fumo e o consumo de álcool, pois prejudicam a sua

saúde, o crescimento do feto e aumentam o risco de nascimento

prematuro.

10. Pratique, seguindo orientação de um profissional de saúde,


alguma atividade física. A alimentação saudável, a atividade física

e a prática corporal regular são aliadas fundamentais no controle

do peso, redução do risco de doenças e melhoria da qualidade de

8. Diminua a quantidade de sal na comida. Evite consumir vida. Torne o seu dia-a-dia mais ativo sempre com a orientação do

alimentos industrializados com muito sal (sódio) como hambúr- profissional da saúde.

guer, charque, salsicha, linguiça, presunto, salgadinhos, conser-

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tamarindo, cajá;
SITUAÇÕES COMUNS NA GRAVIDEZ * consumir gengibre, mascando um pedacinho, na forma de chá

ou bala pode ajudar a controlar os sintomas.

Náuseas e vômitos

A presença desses sintomas é muito Pirose (Azia)

frequente nas gestantes, principal- A sensação de queimação pode ocorrer principalmente

mente entre a 6ª e 20ª semana, após as refeições e aumenta de intensidade ao longo da gestação.

sendo que a partir da 14ª, o ape- Isso ocorre porque, com o aumento do útero, aumenta a pressão

tite e disposição para co- sobre o estômago, que favorece o retorno do ácido gástrico para

mer já estão muito o esôfago. Comer devagar, em ambientes calmos, em pequenas

melhores. quantidades, mastigando bem pode ajudar a diminuir os episó-

dios de azia.

Constipação Intestinal

As alterações hormonais características da gestação inter-

As medidas a seguir ajudam a diminuir o desconforto: ferem na movimentação do intestino, que pode favorecer a cons-

* faça refeições pequenas, em intervalos regulares. Comer demais tipação intestinal. Melhorar a ingestão de fibras (frutas, frutas se-

ou ficar de estômago vazio aumenta os enjoos; cas, sementes, verduras, legumes, grãos integrais) e aumentar o

* evite alimentos gordurosos, muito condimentados ou muito consumo de água podem ajudar, assim como realizar atividades

doces; físicas.

* prefira alimentos mais secos, principalmente na parte da manhã;

* ao consumir sucos, prefira os mais ácidos, como limão, abacaxi,

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Para entender a complexidade do momento da amamen-

tação para o desenvolvimento dos bebês, é preciso lembrar que

o ser humano pertence ao mundo animal e que, ao nascer, o

que está mais presente em nós são as nossas características mais

primitivas, ou seja, aquelas que mais nos aproximam dos outros

animais. Quando o recém-nascido vem ao mundo, por exemplo,

ele não tem sequer a consciência de que ele é um ser separado do

resto do mundo.

AMAMENTAÇÃO O contato com o cuidador (em especial com a mãe) nesse

momento é, portanto, não só algo que vai garantir a sobrevivên-

cia do bebê, mas, muito além disso, aquilo que vai humanizá-lo.

Dentre os cuidados que a mãe terá com o bebê, o momento da

amamentação é significativo por ser aquele que irá fortalecer os

laços entre eles e também transmitir ao bebê a importância do

vínculo com o outro. Podemos dizer que o seio materno, e mais

para frente a mãe inteira, será a primeira percepção da criança de

que existe um mundo externo, uma outra pessoa, que tem uma

existência separada da dela e com quem é preciso vincular-se.

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Por isso, mesmo nos casos em que a amamentação não é Para o bebê usufruir todos benefícios do leite, deve ser amamenta-

possível, é importante que a alimentação aconteça conjuntamen- do sob livre demanda, ou seja, sempre que quiser, durante o dia e a noite.

te com o acalanto, o olhar, o carinho. Quando a mãe alimenta

seu filho, ela nutre a criança não só de alimento, mas também de COMO AMAMENTAR
afeto.

A mãe deve escolher a posição mais confortável, podendo

LEITE MATERNO ser em pé, sentada ou deitada.

Inicie lavando as mãos com água e sabão. Não é necessá-


O leite materno é o alimento mais completo e adequado
rio limpar o seio, apenas o banho diário é suficiente. Posicione o
para crianças até os seis meses de idade. Nele, todos os nutrientes
bebê conforme uma das posições da próxima página. A barriga
necessários ao seu desenvolvimento estão na quantidade e forma
do bebê deve ficar voltada para o corpo da mãe. Aproxime o bebê
certas, adequados à imaturidade de seu sistema gastrointestinal.
do bico do seio, ele mesmo irá pegá-lo. Na pega correta, a boqui-
Não há leite artificial que o substitua e não há necessidade de
nha do bebê fica toda aberta, com os lábios voltados para fora,
complementá-lo com chás, suco ou água, mesmo em dias muitos
abrangendo toda a aréola e não só o bico.
quentes.

Verifique se o narizinho do bebê está livre ou se é necessá-


Além disso, o leite do peito é rico em substâncias que contri-
rio desencostá-lo do peito.
buem para a proteção do bebê contra agentes infecciosos, o que é

fundamental na prevenção de doenças, já que seu sistema imunoló-

gico também ainda está em formação.

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Posições para Amamentar Geralmente, o bebê solta o peito espontaneamente, mas,

caso seja necessário interromper a amamentação ou acontecer de

o bebê dormir com o peito preso à boca, para soltá-lo sem se ma-

Deitada chucar, a mãe deve colocar o dedo mínimo entre as mandíbulas

da criança e puxar devagar.

Embaixo do
Braço

Gêmeos
A criança deve esvaziar uma mama antes que seja ofereci-

da a outra e deve haver alternância delas ao longo do dia, para

Outro Braço garantir a produção adequada de leite em ambos os seios. Além

disso, a composição do leite muda durante a mamada, o do início

é rico em água (para primeiro matar a sede do bebê) e em lactose

e o do final é rico em gordura. Portanto, mais calórico. Os bebês


Tradicional
que mamam só o leite inicial podem ganhar menos peso, além de

ter mais gases e cólicas em função do excesso de lactose. Um dos

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indicadores de que o bebê não está esvaziando completamente não é verdade, a quantidade de nutrientes é ideal. O maior volu-

as mamas é a presença de fezes esverdeadas. me de água é justamente para se adequar ao organismo do bebê,

que ainda não está preparado para digerir e absorver alimentos

Após a mamada, a criança deve ser colocada para arrotar. muito complexos.

O bebê pode ficar posicionado tanto voltado para o corpo da Pouco leite

mãe quanto para frente ou de bruços no colo, levemente inclina- Diante de um bebê que chora com muita frequência, mes-

do. mo após ter mamado, algumas mães supõem que seu leite não

esteja sendo suficiente para sustentar a criança. O choro pode ser

por motivos variados e não necessariamente por fome. Se ele es-

tiver mamando bem, em livre demanda, e ganhando peso, é sinal

de que a quantidade ingerida está adequada.

No entanto, algumas mães podem realmente produzir

pouco leite. Algumas medidas podem ser tomadas para estimular

a produção. A primeira delas é ingerir bastante líquido, principal-

PRINCIPAIS DÚVIDAS/ QUESTÕES SOBRE AMAMENTAÇÃO mente em dias mais secos e quentes, e manter uma alimentação

adequada. Deixar o bebê sugar o peito, ainda que não tenha leite,

Leite fraco também é muito importante, pois é um dos maiores estimulado-

Não existe leite fraco. O leite materno tem aparência dife- res da produção.

renciada do leite de vaca, tem um aspecto mais “aguado”, que dá

a impressão de que contém menos nutrientes. No entanto, isso

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Fatores emocionais e estresse podem estar envolvidos. ocorrer até de ficarem tão cheias que o bebê não consegue pegar

Manter-se descansada e procurar um ambiente tranquilo para o bico e sugar para esvaziá-las, agravando o quadro.

amamentar também podem contribuir para o aumento da lacta-

ção. A única maneira de evitar que isso ocorra é retirar o leite

Fissura nas mamas quando perceber que as mamas estão enchendo demais. O leite

As fissuras ocorrem principalmente devido à pega inade- deve ser extraído até que alivie a dor, mas não deve ser retirado

quada pelo bebê. O bebê deve pegar não só o bico do seio, mas em excesso, pois quanto maior a extração, maior a produção.

toda a aréola. Assim, além de diminuir a chance de lesões, a saída

de leite é mais adequada. Expor os seios ao sol e evitar passar cre- Para retirar o excesso de leite, comece fazendo uma mas-

mes e óleos pode contribuir para a pele ficar mais forte. Depois sagem ao redor da aréola, com as mãos. Em seguida, coloque o

da fissura instalada, passar apenas leite materno no bico, após as polegar e o indicador na base da aréola e aperte suavemente. Ini-

mamadas. cialmente sairão apenas algumas gotinhas, mas não desista nem

aumente a pressão no mamilo, após alguns minutos o leite come-

çará a sair em pequenos jatos.

Leite empedrado ou mamas muito cheias

No início do processo de lactação, antes que haja o ajuste

da produção de leite à demanda de mamadas do bebê, a mulher

pode produzir muito mais leite que o necessário, fazendo com

que as mamas fiquem muito cheias, inchadas e doloridas. Pode O leite retirado pode ser armazenado, dado à criança em

34 35
momentos em que a mãe precisa se ausentar ou pode ser doado O Ministério da Saúde recomenda que as crianças mamem

a um banco de leite humano, onde será pasteruizado e dado a no peito até pelo menos os dois anos de idade, sendo que até seis

outros bebês, principalmente prematuros em unidades de neo- meses seja de forma exclusiva. Desta forma, a maioria das mulhe-

natologia. res retornará ao trabalho ainda enquanto seus filhos mamam.

Saiba mais sobre os bancos de leite humano: http://www.

redeblh.fiocruz.br (Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano). Mesmo que a mulher trabalhe em período integral, não é

necessário interromper a amamentação. Se possível, peça para o

Uso de medicamentos durante a amamentação cuidador levar o bebê até você durante o horário de trabalho ou

Muitos medicamentos podem passar da corrente sanguínea aproveite a hora do almoço para ir em casa amamentar. Se isso

da mãe para o leite, trazendo consequências para o bebê. Sempre não puder ocorrer, comece a se preparar para a volta ao trabalho

informe ao seu médico que está amamentando e questione se os alguns dias antes, retirando leite e guardando no congelador.

medicamentos prescritos por ele são seguros para amamentação.

O leite deve ser armazenado em recipiente com tampa,

Amamentação e o retorno ao trabalho preferencialmente de vidro, limpo, esterilizado por fervura ou no

micro-ondas. Na geladeira, o leite dura até 12 horas, e, no conge-

lador, 15 dias. Se for necessário transportá-lo, faça-o em embala-


Então quer dize
r que a mamãe gem térmica e apenas depois de o leite já ter sido refrigerado, se
vai voltar a trabal
har e você
tem que ir també não o leite valerá apenas por 6 horas. Identifique todos os potes
m?

com a data de coleta, para poder controlar as validades. Armaze-

ne em pequenas quantidades, para não desperdiçar caso a crian-

ça não o aceite.

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Faça o descongelamento na geladeira e, para reaquecer, Assim, a melhor forma de a mãe cuidar da alimentação do

coloque em banho-maria, com fogo desligado (aqueça a água bebê nesta fase é dar o peito e cuidar da própria alimentação. A

até a fervura, desligue o fogo e só depois coloque o recipiente). mulher que amamenta tem necessidade energética muito supe-

Depois de descongelado, o leite não pode voltar ao congelador. rior ao seu habitual, antes de engravidar, por isso a amamentação

As sobras devem ser descartadas. contribui para a perda de peso. No entanto, há de se ter cautela,

pois não é o momento mais adequado para “fazer dieta” e nem

Durante o período de trabalho, procure retirar o leite nos para comer de tudo sem controle. A ingestão alimentar deve ser

mesmos horários em que o bebê mamaria (armazenando con- equilibrada, para que forneça energia suficiente à produção de

forme descrito acima) e, em casa, aproveite todos os momentos leite e ainda proporcione uma perda do peso adquirido durante a

para oferecer o peito (antes de sair de casa, assim que retornar, gestação, na ordem de 0,5 a 1 kg ao mês.

durante a noite, nos dias de folga), para que não haja diminuição

da produção.

ALIMENTAÇÃO DA NUTRIZ

Os sabores experimentados nos primeiros meses da criança

podem influenciar as preferências alimentares ao longo de toda a

vida. Parece que, desde a amamentação, o bebê já pode sentir os

sabores e aromas dos alimentos consumidos pela mãe por meio do

leite, e isso o deixa mais disponível para aceitar os mesmos alimen- A principal recomendação alimentar para a nutriz é uma

tos durante a introdução da alimentação complementar. alimentação menos industrializada possível e uma boa ingestão

38 39
de água. As orientações às gestantes quanto ao fracionamento conversar com um profissional de saúde, pois a cólica pode ser

das refeições e à ingestão de alimentos fontes de nutrientes espe- ocasionada por outros fatores, por exemplo, um intervalo peque-

cíficos (proteínas, carboidratos, gorduras, fibras, vitaminas, ferro, no entre as mamadas. 

cálcio e outros minerais) são igualmente aplicáveis.

Atenção especial deve ser dada à hidratação. Uma mulher

saudável, com alimentação e hidratação adequadas, produz no

primeiro semestre de amamentação entre 600 e 900 ml de leite

por dia, sendo que, deste volume, 80% é composto de água. A

ingestão de líquidos deve acompanhar esta demanda.

Alimentação da mãe x cólica do bebê

É sabido que substâncias consumidas pela mãe (especial-

mente parte de proteínas) podem passar para o leite e desenca-

dear quadros alérgicos em bebês suscetíveis. No entanto, a influ-

ência destas substâncias na presença e/ou gravidade de cólicas é

bastante controversa. Nenhum alimento, por si, seria o responsá-

vel pelas cólicas, mas os que seguem adiante parecem contribuir

para o quadro: crucíferas (brócolis, repolho, couve-flor), café, chá

mate, chocolate, frutas cítricas, refrigerante e leite de vaca.

Antes de excluí-los da alimentação, no entanto, seria bom

40 41
A formação de hábitos alimentares se dá desde muito cedo

e é feita a partir de muitas variáveis, por meio de influências gené-

ticas e ambientais: predisposições genéticas de paladar, presença

ou não de aleitamento materno, forma de inclusão da alimenta-

ção complementar, experiências positivas e negativas em relação

aos alimentos, hábitos familiares etc. Dessa forma, alterar um há-

bito alimentar já formado de um adulto é uma tarefa muito difícil,

sendo, inclusive, um dos grandes desafios dos profissionais de

saúde.

CRIANÇAS A infância é o grande momento da construção de um

modo de vida saudável, que será levado até a vida adulta. Os

bons hábitos devem ser estimulados e praticados por toda a fa-

mília. Os pais devem se empenhar nesse objetivo, mesmo diante

de problemas como baixa aceitação ou inapetência, e devem se

esforçar, sobretudo, em dar o exemplo.

CRIANÇAS ATÉ 6 MESES

Conforme vimos no capítulo anterior, a criança de até seis

meses deve ser amamentada exclusivamente no seio. Nas situa-

ções em que a amamentação não é possível (infecção por HIV,

uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação, entre

42 43
se adapte a refeições não líquidas e possa se habituar ao sabor de
outros), é necessário buscar apoio de profissionais de saúde para
cada alimento.
orientar a prática do aleitamento artificial e/ou introdução preco-
Cereais e Tubérculos Carne e Ovos
ce de alimentos. Arroz, Frango,

macarrão, peixe,
CRIANÇAS ENTRE 6 E 12 MESES
batata etc. carne etc.

A partir de seis meses, a criança poderá receber alimentos


Hortaliças e Frutas Grãos
diferentes do leite materno. A introdução de alimentos comple-
Folhas verdes, Feijão
mentares deve começar com frutas, na forma de papa (amassa-
laranja, lentilha,
das ou raspadas), duas vezes ao dia, nos intervalos das mamadas.
abobora etc. grão-de-bico etc.
Depois de uma ou duas semanas, incluir uma papa salgada no

almoço. Aos sete meses a criança já poderá consumir duas papas Os novos alimentos devem ser incluídos aos poucos, ape-

de frutas e duas papas salgadas (almoço e jantar). E aos oito já nas um ou dois por dia, para que até o final de uma semana a

poderá comer a mesma refeição da família, desde que na consis- criança possa receber uma refeição completa. Por exemplo, 1º

tência adequada e que não tenha excesso de temperos, tempe- dia: batata; 2º dia: abóbora; 3º dia: frango; 4º dia: lentilha; 5º dia:

ros industrializados e ingredientes como linguiça, salsicha, bacon todos esses alimentos juntos; a partir do 6º dia: substituição de

etc. um dos alimentos da refeição por outro do mesmo grupo e assim

A papa salgada deve conter um alimento de cada grupo por diante.

(conforme quadro a seguir) e temperos, como sal, alho, cebola

(em pequenas quantidades), com os alimentos bem cozidos e Vale destacar que mel e clara de ovo devem ser incluídos

amassados. Não deve ser passada em peneira, batida em liquidifi- somente após um ano de idade. A clara de ovo contém uma pro-

cador ou ter os ingredientes muito misturados, para que a criança teína chamada albumina, que é a mesma em que é inoculada a

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vacina do sarampo, aplicada aos 12 meses. Crianças suscetíveis A amamentação deve ser mantida e deve ceder lugar à alimenta-

podem desenvolver reação alérgica à albumina da clara, o que ção sólida na medida em que a quantidade de alimentos ingerida

impossibilitaria a vacinação. Já o mel pode estar contaminado aumenta.

com a bactéria Clostridium botulinum, que pode provocar botu-

lismo infantil em crianças menores de um ano. Envolver a criança no processo de alimentação também fa-

vorece a aceitação. Ela não deve ficar distraída com televisão ou

Muitas mães ficam angustiadas neste período, pois a crian- brincadeiras, deve estar sentada em um local apropriado (cadei-

ça pode não aceitar os alimentos ou aceitar em quantidades mui- rão de alimentação, por exemplo). Desde cedo deve-se usar prato

to pequenas. É preciso ter paciência. São muitas novidades (sa- e colher. Permitir que a criança segure a colher ou tenha contato

bor, textura, consistência, temperatura dos alimentos, o uso de com o alimento (mantendo a atenção, para evitar engasgos) du-

colher, sentar na cadeirinha) e a criança precisa de tempo para rante a refeição fará com que melhore sua coordenação motora e

se adaptar. Suprimir mamadas para deixá-la com mais fome não contribui para que passe a comer sozinha mais cedo.

é recomendável, pois não necessariamente fará com que coma

melhor e pode fazer o momento da refeição ficar mais tenso, pio- Deve-se evitar dar alimentos doces, sorvetes, refrigerantes,

rando a situação. alimentos industrializados e outros não saudáveis para a criança

provar. A família ou pessoas próximas tendem a achar que ela

Seguir uma rotina, regulando os intervalos entre as refei- fica com vontade dos alimentos que os outros estejam comen-

ções, contribui para melhorar a aceitação, pois os horários de do. Mas não é verdade. As crianças são naturalmente curiosas e

fome ficam mais organizados. Por exemplo, é importante ofere- as menores de um ano sempre querem colocar o que veem à

cer o almoço no horário correto, mesmo que a criança o tenha re- boca; isso não indica desejo pelo alimento, é apenas desejo pelo

cusado todas as vezes. Só após a recusa, oferecer o leite materno. diferente. A melhor saída é tirá-la de perto ou distraí-la com um

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brinquedo.
CRIANÇAS DE 12 ATÉ 36 MESES
Os hábitos de higiene devem ser iniciados junto à alimen-

tação: acostumar a lavar as mãos da criança antes da refeição e a A partir dos 12 meses, a alimentação da criança vai ficando

escovar os dentes após (inicialmente pode ser com uma escovi- cada vez mais parecida com a da família (mantendo a ressalva

nha de silicone, depois progredindo para uma de cerdas, adequa- quanto aos alimentos industrializados e ricos em sal, gordura e

da à idade). açúcar). Com o nascimento dos dentinhos e a melhora da coor-

denação da mastigação e deglutição, as adaptações de consis-

Assim que iniciar a alimentação complementar, deve-se tência são cada vez menos necessárias. No entanto, alimentos

iniciar também a oferta de água, por meio de copinhos, colheri- com risco de engasgo ou sufocamento (uva, ameixa com caroço,

nhas ou copos de transição. Não é necessário utilizar mamadei- amendoim, castanhas) ainda devem ser oferecidos com supervi-

ras. são de um adulto.

O apetite pode ficar menor, o que é justificado pelo menor

ritmo de crescimento e o maior interesse pelas novas conquistas

(andar, subir em móveis, pegar objetos, novas brincadeiras). A

inapetência não deverá ser motivo de preocupação, caso o cres-

cimento e ganho de peso estejam adequados e a qualidade da

alimentação da criança esteja boa.

Além disso, elas passam a ser mais seletivas, passam a re-

cusar alimentos novos e têm a preferência pelo sabor doce mais

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acentuada, recusando o amargo e o azedo. Com todas essas ca- só devem ser consumidos aos finais de semana e em festividades;

racterísticas, parece impossível fazer com que a criança se alimen- * não desistir de oferecer um alimento diante da recusa. Para acei-

te adequadamente. tar um novo alimento, a criança precisa experimentá-lo entre oito

e dez vezes;

Os pais devem ter paciência e perseverança, evitando pio- * não colocar uma grande quantidade de alimentos no prato. A

rar a situação, por exemplo, forçando-as a comer. As crianças pre- criança pode ficar “desanimada” diante de tanta comida. O ideal

ferem alimentos associados com contextos positivos e, por isso, é colocar pouco e adicionar mais, caso necessário;

a alimentação deve ser um processo tranquilo. Ela não precisa * os alimentos não devem ser usados como recompensa ou pu-

consumir um prato enorme de salada, precisa principalmente se nição;

acostumar e se familiarizar com os sabores, para que gradativa- * toda a família deve ter uma alimentação saudável em casa. A

mente aumente a quantidade ingerida. criança não deve se sentir diferente ao consumir hortaliças e fru-

tas;

Algumas medidas podem contribuir para que a criança se * variar os alimentos e a forma de preparo. Use a criatividade para

alimente adequadamente: deixar o prato mais divertido.

* organizar os horários das refeições, de modo que haja um in-

tervalo mínimo entre elas (entre 2 e 3 horas), a fim de regular os

horários de fome;

* não oferecer alimentos de fácil aceitação (bicoitos, iogurte), se

ela recusar uma refeição completa;

* não incluir alimentos não saudáveis na rotina alimentar. Doces

e guloseimas devem ser incluídos o mais tardiamente possível e

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A partir desta fase, a indepen- faca e garfo infantis, sem ponta e corte) e o copo com bico por

dência da criança deve ser estimulada. um copo de plástico simples.

Com pouco mais de um ano, ela já é

capaz de conseguir pegar algumas co- Convide a criança a participar da elaboração de pratos

lheradas de comida sozinha e utilizar saudáveis, como saladas, pães, bolos e biscoitos. Além de ser di-

um copo com alças. vertido, melhora sua compreensão quanto aos alimentos e sua

relação com eles, contribuindo para a aceitação.

Por volta dos três anos pode dei-

xar de utilizar babador e o cadeirão, pas-

sando a comer à mesa, junto à família.

Pode ser necessário fazer uma elevação

na cadeira, por exemplo, colocando um

travesseiro. Nesta idade, também já é

possível deixar em fácil acesso frutas la-

vadas, frutas secas, castanhas, para que

a criança mesmo tenha a iniciativa de

pegá-las quando tiver fome. Substitua

o prato pequeno por um maior (que já

até pode ser de vidro, desde que com

supervisão), a colher de plástico por

talheres de metal (existem no mercado

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REFERÊNCIAS saudável. 2014. Disponível em: http://www.sp.senac.br/ama-
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MINAS GERAIS. Prefeitura de Belo Horizonte. Secretaria Municipal


Adjunta de Abastecimento. Aleitamento Materno. Belo Horizon-
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SENAC. Projeto de Inclusão Social e Desenvolvimento Comuni-


tário. Promoção da amamentação e alimentação complementar

54 55
Secretaria de
Gestão de Pessoas

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