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Noções preliminares

A economia é uma ciência social que estuda a produção, a circulação e


o consumo dos bens e serviços que são utilizados para satisfazer as
necessidades humanas.

Portanto, a Economia estuda a relação que os homens tem entre si na


produção dos bens e serviços necessários a satisfação dos desejos e
aspirações da sociedade.
Estas necessidades humanas são infinitas e ilimitadas, porque o ser
humano, por sua própria natureza nunca está satisfeito com o que
possui e sempre deseja possuir mais coisas.

Ocorre que os recursos produtivos com que se conta para efetuar a


fabricação de bens e serviços têm caráter finito e limitado. Desta forma,
há uma visível contradição, pois os desejos e necessidades humanos
são ilimitados e os recursos para efetivar-se a produção de bens e
serviços para atender este desejo e necessidade são finitos.

Os problemas econômicos não existiriam se pudesse ser produzida uma


quantidade infinita de cada bem e se os desejos humanos pudessem ser
plenamente satisfeitos.

Na realidade há escassez dos recursos disponíveis (trabalho, terra e


capital, este entendido como máquinas , matéria-prima, etc.)
Isto provoca a escassez de bens econômicos, isto é, de bens em
condições de atender às necessidades humanas. Assim, por exemplo,
embora as jazidas de minério de ferro sejam abundantes em algumas
regiões do mundo, o minério pré-usinável, as chapas de aço e,
finalmente, o automóvel são bens econômicos escassos.

E por que estes bens são procurados pelos homens ? Porque são úteis.

E o que significa utilidade ?


Para a economia, é a capacidade que um bem tem de satisfazer a
necessidade humana.

Estes bens podem ser materiais ou imateriais.

Bens materiais – com características físicas de peso, forma, dimensão e


outras.

Bens imateriais – de caráter abstrato, como: serviços prestados,


consulta medica, serviço jurídico.

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À economia interessa a existência de necessidades humanas a serem
satisfeitas com bens econômicos e não a validade filosófica dessas
necessidades.
Alguns exemplos poderão indicar a complexidade desta questão:
Enquanto para pobres a alimentação básica é uma necessidade, para os
ricos a necessidade é uma alimentação requintada; quem vive numa
residência media pode sentir necessidade de morar numa mansão em
um bairro luxuoso.

Podemos concluir que o objeto da ciência econômica é o estudo da


escassez. Daí a conhecida definição de que a Economia é uma ciência
social que trata da administração dos recursos escassos disponíveis; é o
estudo da organização social que possibilita aos homens satisfazerem a
suas necessidades de bens e serviços escassos; ou é a ciência que
cuida da escolha entre o que, como e para quem produzir.

INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA

A Macroeconomia estuda o funcionamento da economia como um todo,


e seu objetivo é identificar e medir as variáveis que determinam o
volume da produção total de bens e serviços, o nível de emprego e o
nível geral de preços do sistema econômico.

Enquanto a Microeconomia lida com as decisões individuais de


produtores e consumidores, a Macroeconomia trata do somatório das
transações que são realizadas pelas entidades que intervêm no
processo produtivo da economia. Estes somatórios são denominados de
AGREGADOS, e as entidades que realizam as transações são chamadas
de AGENTES ECONÔMICOS.

OS AGENTES ECONÔMICOS

As entidades que realizam as transações econômicas são classificadas


em quatro grandes categorias:
-Empresas
-Famílias
-Governo
-Resto do Mundo

Empresas- são as entidades produtoras de bens e serviços. Para


efetuar suas atividades produtivas, as empresas compram os serviços
dos fatores de produção ( terra, trabalho e capital), pagando por eles
uma remuneração. Numa economia de mercado, o objetivo das
empresas é lucro.
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Famílias – são as entidades que fornecem os serviços dos fatores de
produção às outras entidades, recebendo em troca uma remuneração
pelo seu uso.

Para entendermos melhor o exposto, é importante saber que a


EMPRESA (unidade produtora) é um agente econômico distinto da
CAPITALISTA (proprietário, sócio ou acionista). Este inclusive faz parte
da categoria de FAMÏLIAS.
Empresa - faz parte da categoria EMPRESAS
Proprietário – faz parte da categoria FAMÏLIA

Os proprietários das empresas individuais e os proprietários das


empresas e os profissionais liberais autônomos participam
simultaneamente dos dois grupos:
Enquanto unidades produtoras fazem parte das EMPRESAS.
Enquanto proprietários do fator de produção de capital das FAMÏLIAS.

Governo - é constituído pelos órgãos da chamada Administração


Direta, seja em nível federal, estadual e municipal, que prestam
serviços que são consumidos pela coletividade em conjunto, tais como:
saúde, educação, administração da justiça, etc. O governo é chamado
de primeiro setor, e não visa lucro ao proporcionar estes serviços.

O resto do mundo – compreende todas as entidades públicas ou


privadas, que pratiquem atos econômicos com o País para qual ,se
está elaborando a contabilidade nacional, e que tenham seu domicílio
fora das fronteiras geográficas deste.

A macroeconomia estuda o funcionamento da economia em seu


conjunto, ou seja, o comportamento do sistema econômico através de
um reduzido número de fatores, tais como: a produção ou produto
total de uma economia, o nível de emprego e poupança, o
investimento, o consumo, o nível geral dos preços, etc. Seu propósito é
obter uma visão simplificada da economia que, porém, ao mesmo
tempo, permita conhecer e atuar sobre o nível da atividade econômica
de um determinado país ou de um conjunto de países.
Os principais objetivos da macroeconomia estão no rápido crescimento
do produto e do consumo, no aumento da oferta de empregos, na
inflação reduzida e no comércio internacional vantajoso.

Produto Interno Bruto

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O produto interno bruto (PIB) representa a soma (em valores
financeiros) de toda a produção econômicas de uma determinada região
ou parcela da sociedade (qual seja, países, estados, cidades), durante
um período determinado (mês, trimestre, ano, etc).

ECONOMIA

1.1 Noções preliminares

A economia está sempre presente em nosso cotidiano. Nos deparamos


com questões relacionadas à economia diariamente, pois, ao lermos um
jornal por exemplo, nos deparamos com noticias informando sobre :
aumentos de preços, crises econômicas, elevação de tributos, taxas de
cambio, dentre outros.

Partindo desse ponto, concluímos que a economia é uma ciência social


que estuda a produção, a circulação e o consumo dos bens e serviços
que são utilizados para satisfazer as necessidades humanas, ou seja, o
objetivo de estudo da economia é analisar os problemas econômicos e
formular soluções para resolvê-los, de forma a melhorar nossa
qualidade de vida.

Portanto, a Economia estuda a relação que os homens tem entre si na


produção dos bens e serviços necessários à satisfação dos desejos e
aspirações da sociedade.

Estas necessidades humanas são infinitas e ilimitadas, porque o ser


humano, por sua própria natureza nunca está satisfeito com o que
possui e sempre deseja possuir mais coisas.

Ocorre que os recursos produtivos com que se conta para efetuar a


fabricação de bens e serviços têm caráter finito e limitado. Desta forma,
há uma visível contradição, pois os desejos e necessidades humanos
são ilimitados e os recursos para efetivar-se a produção de bens e
serviços para atender este desejo e necessidade são finitos.

Os problemas econômicos não existiriam se pudesse ser produzida uma


quantidade infinita de cada bem e se os desejos humanos pudessem ser
plenamente satisfeitos.

Na realidade há escassez dos recursos disponíveis (trabalho, terra e


capital,este entendido como máquinas , matéria-prima, etc.)
Isto provoca a escassez de bens econômicos, isto é, de bens em
condições de atender às necessidades humanas. Assim, por exemplo,
embora as jazidas de minério de ferro sejam abundantes em algumas

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regiões do mundo, o minério pré-usinável, as chapas de aço e,
finalmente, o automóvel são bens econômicos escassos.

E por que estes bens são procurados pelos homens ? Porque são úteis.

E o que significa utilidade ?


Para a economia, é a capacidade que um bem tem de satisfazer a
necessidade humana.

Estes bens podem ser materiais ou imateriais.

Bens materiais – com características físicas de peso, forma, dimensão e


outras.

Bens imateriais – de caráter abstrato, como: serviços prestados,


consulta medica, serviço jurídico.

À economia interessa a existência de necessidades humanas a serem


satisfeitas com bens econômicos e não a validade filosófica dessas
necessidades.
Alguns exemplos poderão indicar a complexidade desta questão:
Enquanto para pobres a alimentação básica é uma necessidade, para os
ricos a necessidade é uma alimentação requintada; quem vive numa
residência media pode sentir necessidade de morar numa mansão em
um bairro luxuoso.

2. DEMANDA ( PROCURA)

2.1 Conceito

Costuma-se definir a demanda ou procura individual como a quantidade


de um determinado bem ou serviço que o consumidor deseja adquirir
em certo período de tempo.
Quando, por exemplo, dizemos que o Mauro tem o desejo de adquirir
um carro novo, não podemos dizer, simplesmente, que ele deseja um
carro novo e isto é a sua procura. Mas, do que depende esta procura,
ou este desejo de adquirir ? Quais são os fatores ou variáveis que
influenciam a procura?

Por esta teoria, a demanda é derivada de hipóteses sobre a escolha do


consumidor entre diversos bens que seu orçamento permite adquirir. O
que se deseja portanto, é explicar o processo de escolha do consumidor
perante as diversas alternativas existentes.
Em existindo uma limitação no orçamento do consumidor, este
procurará distribuir seu orçamento, ou seja, sua renda disponível, entre
os diversos bens e serviços de forma a alcançar a melhor combinação

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possível, e que será aquela que lhe trará o maior nível de satisfação
possível.

3. OFERTA

3.1 Definição

Define-se oferta como a quantidade de um bem ou serviço que os


produtores desejam vender por unidade de tempo.
A oferta é um desejo, um plano, uma aspiração.

4. EQUILIBRIO DE MERCADO

O equilíbrio de mercado é conseguido hipoteticamente quando a


quantidade ofertada é exatamente a mesma que a quantidade
procurada, ou seja, não há excesso nem de oferta nem de procura.

Vejamos o quadro abaixo

Preço Quantidade Situação de Mercados


Procurada Ofertada
FATORES DE PRODUÇÃO, PRODUÇÃO E CUSTOS DE PRODUÇÃO

5.1 TEORIA DA PRODUÇÃO

5.1.1 A FUNÇÃO DA PRODUÇÃO

Pela teoria da produção, temos que, produção é o processo de


transformação dos fatores adquiridos pela empresa em produtos para a
venda no mercado. É importante ressaltar que o conceito de produção
não se refere apenas aos bens físicos e materiais, mas também a
serviços, como transportes, atividades financeiras, comercio e outras
atividades.

Num processo de produção, os diferentes tipos de insumos que também


são chamados de fatores de produção, são empregados para produzir
um bem ou serviço.

A quantidade do bem X (por exemplo um veículo) que poderá ser


fabricada num determinado período de tempo é função direta dos

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fatores de produção (insumos) utilizados no processo produtivo. A isto
chamamos de Função de Produção.

6. A ECONOMIA E O DIREITO

Sem duvida alguma, os importantes conceitos econômicos dependem


do quadro de normas jurídicas do Mercado que está se estudando.

No mundo real, as normas jurídicas emolduram o campo da análise da


teoria econômica, e por outro lado, as questões econômicas que vão
surgindo, atuam de forma a mudar este arcabouço jurídico.

Ao estudar-se a teoria dos mercados, encontramos dois enfoques: de


um lado, no lado econômico, analisa-se o comportamento dos
produtores e dos consumidores, quanto a suas decisões de produzir e
consumir; de outro, no jurídico, o foco está nos agentes das relações de
consumo, que a relação entre consumidor e fornecedor. Esta relação
inclusive, é regulada no Brasil pelo Código Brasileiro de Defesa do
Consumidor, que preceitua que os direitos do consumidor colocam-se
perante os deveres do fornecedor de bens e serviços.

Desta forma, quando estamos estudando os estabelecimentos


fornecedores de bens e serviços e o papel do empresário, deparamos
novamente com as duas visões que emergem dessa análise, ou seja, a
econômica e a jurídica.
Quando estudamos sob a ótica da visão econômica, é ressaltado o papel
do administrador na organização dos fatores de produção – capital,
trabalho, terra e tecnologia -, combinando-os de forma a minimizar
seus custos ou maximizar seu lucro. Por outro lado, a visão jurídica,
extraída do código comercial, apresenta varia concepções, que
enfatizam que o estabelecimento comercial é um sujeito de direito
distinto do comerciante, com seu patrimônio elevado à categoria de
pessoa jurídica, com a capacidade de adquirir e exercer direitos e
obrigações. Desta forma, os bens do proprietário não se confundem
com os da empresa, pois ambos possuem personalidades distintas e
separadas.

Os princípios gerais da atividade econômica estão elencados nos artigos


170 a 181 da Constituição Federal.
Nestes artigos vemos que a ordem econômica fundamenta-se em dois
grandes pilares, a saber:
a) Na Valorização do Trabalho Humano e ;
b) Na livre iniciativa,
Devendo observar os seguintes princípios:

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I – Soberania Nacional – Por este principio, a idéia que se tem é que o
Estado brasileiro não está submisso à ingerência de nenhum outro
Estado estrangeiro, por mais poderoso que seja, tanto no campo bélico
quanto no campo econômico;

II – Propriedade Privada -
III- Função Social da Propriedade – Os princípios de propriedade
privada e de função social da propriedade andam de mãos dadas, uma
vez que pela perspectiva desta ordem econômica, o exercício desta
propriedade não pode ser feito de forma egoisticamente, nem tão pouco
ser utilizada de forma improdutiva de maneiras que afronte a dignidade
do ser humano, deixando assim de cumprir o seu papel ou sua função
social.

IV – Livre Concorrência – A livre concorrência, que é um principio


preconizado pelos paises ditos capitalistas, está contemplada em nossa
Constituição. Este principio assegura a todo individuo, independente de
sua origem, cor ou padrão social a oportunidade de participar
efetivamente da atividade econômica do país, de maneira que lhe
possibilite ganhos em função de sua performance nos negócios por ele
desenvolvidos, sendo que nada, a não ser o próprio mercado
consumidor obstará a sua permanência neste mercado.

V – Defesa do Consumidor – Uma das mais recentes conquistas dos


consumidores foi a sua defesa diante de qualquer abuso ou ilegalidade.
Com isto, o menor dos consumidores pode fazer valer seus direitos,
mesmo diante de grande conglomerados econômicos. O avanço neste
campo se deu com a criação do código de defesa do consumidor, que de
forma direta regula as relações entre consumidores e os fornecedores
de produtos ou serviços.
VI – Defesa do Meio Ambiente – A defesa do meio ambiente é um
principio estabelecido, e que faz muito sentido no mundo atual, em que
procura-se barrar aquelas ações de pessoas e empresas que
desrespeitando o meio ambiente buscam fazer sues negócios, e sem
nenhuma preocupação com os efeitos que poderão advir à humanidade.
Desta forma, o Estado brasileiro através de suas agencias reguladoras e
até ministério voltado para o meio ambiente tem procurado patrocinar
esta defesa, e regular a utilização dos recursos naturais.

VII – Redução de Desigualdades Regionais e Sociais – A redução das


desigualdades regionais e sócias é uma responsabilidade de todos,
sejam dos governantes, ou de empresas. O governo para fazer sua
parte neste quesito, tem instituídos através de renuncias fiscais
programas de

8. ESTRUTURA E CLASSIFICAÇÃO DOS MERCADOS

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Segundo lemos em “fundamentos da economia”, as varias formas ou
estruturas de mercado dependem fundamentalmente de três
características:

a) numero de empresas que compõem esse mercado;


b) tipo do produto(se as firmas fabricam produtos idênticos ou
diferenciados);
c) se existem ou não barreiras ao acesso de novas empresas a esse
mercado.

O mercado é o local onde se encontram os vendedores e compradores


de determinados bens e serviços. Antigamente, a palavra mercado tinha
uma conotação geográfica que hoje mais subsiste, uma vez que os
avanços tecnológicos nas comunicações permitem que haja transações
econômicas até sem contato físico entre o comprador e o vendedor, tais
como nas vendas por telefone.
A maior parte dos modelos existentes pressupõe que as empresas
maximizam o lucro total, que é o nível de produção em que a receita
marginal se iguala ao custo marginal.

Os economistas classificam os mercados da seguinte forma:

1- Concorrência Perfeita – também conhecida como Concorrência Pura -


trata-se de um mercado caracterizado pelos seguintes fatores:

a) existência de um grande número de pequenos vendedores e


compradores, de tal forma que cada vendedor e cada comprador,
individualmente, por ser insignificante, não afetam os níveis de oferta
de mercado e, representam muito pouco no total do mercado (mercado
atomizado);

b) o produto transacionado é homogêneo, ou seja, todas as empresas


participantes do mercado fabricam produtos rigorosamente iguais que
não se distinguem um dos outros por qualidade, marca, rótulo e
quaisquer outras características ( produto padronizado);

c) há livre entrada e saída de empresas no mercado; qualquer empresa


pode entrar ou sair do mercado a qualquer momento, sem quaisquer
restrições das demais concorrentes, tais como práticas desleais de
preços, associações de produtores visando impedir a entrada de
empresas novas, etc.

d) perfeita transparência, ou seja, perfeito conhecimento, pelos


compradores e vendedores, de tudo o que ocorre no mercado; assim,
por exemplo, se uma empresa obtiver uma inovação tecnológica no
processo produtivo, as outras saberão deste fato imediatamente.

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e) perfeita mobilidade dos recursos produtivos; isto significa que a mão-
de-obra e outros insumos utilizados na produção podem ser facilmente
deslocados da fabricação de uma mercadoria para outra; além disso, no
mercado dos fatores de produção vigora também a concorrência
perfeita, de tal forma que cada empresa poderá adquirir a quantidade
desejada do fator por um preço que será fixado concorrencialmente.

Como se percebe por suas características, o mercado de concorrência


perfeita não é facilmente encontrado na prática, embora possa se
afirmar que os mercados que mais se aproximam dela são os mercados
de produtos agrícolas.
O mercado de concorrência perfeita é estudado pelos economistas para
servir como um paradigma (referencial de perfeição) para análise dos
outros mercados. Ou seja, o mercado de concorrência perfeita é o
mercado ideal, ao qual serão referenciados os mercados de
concorrência imperfeita (existentes no mundo real e listados a seguir)
para se verificar no que diferem do modelo idealizado.

2- Monopólio- é o mercado que se caracteriza pela existência de um


único vendedor. O monopólio pode ser legal ou técnico.

- Monopólio Legal ocorre quando uma lei assegura ao vendedor a


primazia no mercado. Exemplo: até 1995, no Brasil, a empresa
Petróleo Bra9. ESTRUTURA DO SISTEMA BRASILEIRO DE DEFESA DA
CONCORRENCIA

O mercado, por possuir imperfeições e falhas nas relações


consumidores versus produtores, enseja a intervenção do Estado na
economia, para dirimir estas questões, e principalmente os nove pontos
que vimos no capitulo anterior.

No Brasil, essa tarefa é assumida pelos seguintes órgãos e autarquias


governamentais:

CADE - Conselho Administrativo de Defesa Econômica.


SDE – Secretaria de Direito Econômico (MJ)
SEAE – Secretaria Acompanhamento Econômico (MF)

CADE:
Possui a competência legal de zelar pela manutenção da livre
concorrência e pela repressão a abusos no mercado nacional.

SDE:
Sua principal função é Instaurar e instruir processos administrativos
relativos a condutas anticoncorrenciais.

SEAE:

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Sua principal função é realizar instrução e emitir pareceres em casos de
atos de concentração.

A Lei da Escassez e as Necessidades Humanas

As necessidades humanas

Como já vimos no tópico/aula anterior, a idéia de economia pode ser facilmente


apreendida a partir de duas constatações básicas, que seriam:

Primeiro - Não é possível estabelecer ou mesmo antever um limite para as


necessidades humanas, principalmente numa sociedade consumista como a que
vivemos.

O homem como um ser que está sempre à busca de coisas novas, acaba criando
novas necessidades, ou descobrindo maneiras diferentes de atender às antigas
necessidades. A constatação que fazemos hoje, é que diferença em relação aos
dias atuais e os tempos mais antigos, encontra-se no ritmo dessas necessidades,
que hoje é muito mais frenético, haja vista por exemplo, o numero de novos
produtos que são lançados no mercado a cada dia.

A lei da escassez

Segundo - Os recursos que a humanidade dispõe para satisfazer as suas


necessidades são finitos e limitados. Citando um de nossos estudiosos em
economia, “Tal limitação é insuperável, malgrado os sucessos da tecnologia em
empurrar sempre adiante o ponto de ruptura, quando o exaurimento dos bens
disponíveis à espécie humana levaria, senão ao colapso, pelo menos à
progressiva estagnação de todo o processo econômico, o qual, em última análise,
consiste na administração dos recursos escassos à disposição dos habitantes
deste planeta. Sim, porque os recursos são sempre escassos, em maior ou menor
grau, não importa” (NUSDEO, 2005: 27).

- à medida que nossa sociedade “evolui”, cresce também de forma


exponencial a necessidades a serem satisfeitas, o que em muitos casos tem

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levado ao exaurimento dos recursos naturais, como é o casos, de muitas
espécies de madeiras, que anteriormente havia em abundancia, e hoje já não
existe mais. Constatamos que observando a sociedade consumista em que
vivemos atualmente, e as sociedades primitivas que existiram, ou que em alguns
casos ainda hoje existem, poderíamos ter a impressão de que o problema da
escassez inexiste. No entanto, se observarmos mais detidamente, poderemos
constatar que a primeira esbarra no problema da saturação do meio-
ambiente(extinção de espécies animais, vegetais e minerais) e a segunda
sobreviviam (ou sobrevivem) à custa de uma drástica compressão das suas
necessidades.

Concluímos que os bens são escassos porque o seu suprimento não é e nem
pode se tornar tão abundante a ponto de satisfazer todas as necessidades
humanas. Desta forma, é inevitável que a cada momento o homem busque uma
escolha ou opção entre usos alternativos para um mesmo produto.

Como exemplo disto, vemos nos dias atuais o homem buscar combustíveis
alternativos ao petróleo, uma vez que a escassez deste e o seu exaurimento já é
anunciada.

ORGANISMOS INTERNACIONAIS

Os períodos das duas grandes guerras mundiais, assim como os conturbados


anos, da grande Depressa, que culminaram com a crise político-financeira dos
nos 1930, provocaram enormes perturbações na economia de praticamente todos
os países e, por conseguinte, nas relações econômicas internacionais. Já ao final
da Segunda Guerra Mundial evidenciava-se a necessidade de mudanças no
sistema de pagamentos internacionais.

Na conferencia de Bretton Woods, em 1944, surgiram propostas de remodelagem


do Sistema Monetário Internacional e, dentre elas, destacaram-se as dos
economistas inglêses John Maynard Keynes. Dessa conferencia nasceu um novo
Sistema Monetário Internacional, que foi extremamente importante para o

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reflorescimento do comércio mundial e sobre o qual se baseou o crescimento
econômico do pós-guerra.

Assim, o objetivo de criar um Sistema Monetário Internacional foi o de viabilizar


as transações entre países, estabelecendo regras e convenções que regulassem
as relações monetárias e financeiras e não gerassem entraves ao
desenvolvimento mundial.

Nesse sentido, definiram-se o ativo (moeda) de reserva internacional, sua forma


de controle, sua relação com as diferentes moedas nacionais (o regime cambial),
os mecanismos de financiamento e ajustamento dos desequilíbrios dos balanços
de pagamentos, o grau de movimentação dos capitais privados e o sistema de
relações jurídicas, que vêm garantindo o funcionamento desse mecanismo
internacional.

Dentro desse contexto, foram criados os três principais organismos econômicos


internacionais do pós-guerra:

 o Fundo Monetário Internacional (FMI)


 o Banco Mundial;
 a Organização Mundial do Comércio (OMC)

Fundo Monetário Internacional (FMI)

O Fundo Monetário Internacional, que ainda hoje administra o Sistema Monetário


Internacional, foi criado com o objetivo de:

a)evitar possíveis instabilidades cambiais e garantir a estabilidade financeira,


eliminando praticas discriminatórias e restritivas aos pagamentos
multilaterais. Nesse sentido, a estabilidade financeira interna e o combate
à inflação nos países membros é uma de suas metas;

b)socorrer os países a ele associados quando da ocorrência de desequilíbrios


transitórios em seus balanços de pagamentos. Quando esses
desequilíbrios ocorressem, o FMI poderia financiá-los com os chamados
empréstimos compensatórios. Seus ativos seriam constituídos inicialmente

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por reservas em ouro e em moedas nacionais dos países-membros.
Posteriormente, criou-se um novo ativo de reserva internacional, os
direitos especiais de saque (DES).

Banco Mundial

O Banco Mundial, também conhecido por BIRD (Banco Internacional de


Reconstrução e Desenvolvimento), foi criado com o intuito de auxiliar a
reconstrução dos países devastados pela guerra e, posteriormente, para
promover o crescimento dos países em via de desenvolvimento.

O Banco Mundial tem seu capital subscrito pelos países credores na proporção de
sua importância econômica. A partir desse capital, ele empresta a taxas reduzidas
de juros a países menos desenvolvidos, com o intuito de promover projetos
economicamente viáveis e relevantes para o desenvolvimento desses países
(especialmente projetos de infra-estrutura). Além disso, o BIRD também funciona
como avalista de empréstimos efetuados por capitais particulares para esses
projetos.

Organização Mundial do Comércio (OMC)

Alguns anos depois da Conferencia de Bretton Woods foi criado o GATT (General
Agreement on Tariffs and Trade – Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio), cujo
objetivo básico foi a busca da redução das restrições ao comércio internacional e
a liberalização do comércio multilateral.

Com o GATT, procurou-se estruturar um conjunto de regras e instituições que


regulassem o comércio internacional e encaminhassem a resolução de conflitos
entre os países. Nesse sentido, esse organismo estabeleceu como princípios
básicos: a redução das barreiras comerciais, a não-discriminação comercial entre
os países, a compensação aos países prejudicados por aumentos nas tarifas
alfandegárias e a arbitragem dos conflitos comerciais.

Desde sua criação, o GATT atuou especialmente por meio de sucessivas rodadas
de negociações entre os países envolvidos no comercio internacional e
conseguiu, no pós-guerra, reduzir as barreiras impostas a esse comércio. Com o

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acordo de Marrakesh, em abril de 1994, o GATT transformou-se na Organização
Mundial do Comércio (OMC).

O PROCESSO DE GLOBALIZAÇÃO: PRÉ-REQUISITOS

O processo de globalização, fortemente vinculado aos fatores determinantes do


intercâmbio econômico, intensificou–se nos últimos dez anos com base em
conjunto de pré-requisitos. E tem produzido desdobramentos de alto impacto, que
chegam até afetar os conceitos convencionais de soberania das nações e a perda
do poder dos governos para exercício da política econômica interna.

Vamos ver primeiro os pré – requisitos. Em seguida as principais implicações


deste processo.

Quatro pré – requisitos podem ser destacados:

 Integração. A consolidação dos processos de integração econômica e


política das nações – a constituições de novas esferas do co –
prosperidade. São exemplos desse processo a constituição de blocos
econômicos em todos os continentes (como o NAFTA, na América do norte;
o MERCOSUL, na América dos sul; a União Européia, na Europa
Ocidental; a Comunidade Econômica da África Ocidental; na Ásia, a
Associação das nações do Sudeste Asiático. São também exemplos os
acordos multilaterais para o estabelecimento das áreas de livre comércio,
removendo – se barreiras nacionais de proteção).

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 Empresas transnacionais O crescimento numérico e a maior expressão
das empresas transnacionais na comunidade mundial de negócios.
Segundo dados da United Nations Conference on Trade and devolopment,
citados por R. Baumann, o estoque total de investimento direto externo
atingiu, em 1994, UU$ 2 trilhões, associados à existência de 38 mil
empresas transnacionais, com suas 207 mil subsidiárias. Isso representa
um grande salto, se comparado com as 3.500 empresas estabelecidas no
período compreendido entre 1946 e 1961.

A importância desses indicadores decorre, evidentemente, do peso relativo


dessas empresas para a atividade econômica mundial. Segundo M.
Feldstein seus investimentos constituem 4/5 dos fluxos de formação de
capital fixo de origem externa. E das correntes de comércio mundial, 2/3
são as transações inter e intra – empresas transnacionais.

 Tecnologia em áreas chaves. O avanço tecnológico e a queda vertical


dos custos em áreas – chave para a atuação global – transportes,
comunicações, processamento e transmissão de dados, series de longo
prazo construídas por G. Hufbauer revelam que os fretes marítimos e as
taxas portuárias médias caíram 76% entre 1930 – 90; as tarifas
internacionais de telecomunicações, 95% entre 1940 – 90; as tarifas de uso
de satélites, 92% entre 1970-90. Nos anos 90, no período 1990-99 as
reduções de custo prosseguiram. Nesses nove anos, os fretes marítimos
caíram 18,6%; as tarifas de telecomunicações, 42,7% segundo dados do
World economic Outlook, edição de 1999, do FMI. Estas fantásticas
reduções de custo, associáveis a ganho tecnológico e a economias
crescentes de escala, foram um dos mais importantes pré – requisitos de
impulsão das transações globais – não só o comércio de produtos
intermediários e finais, mas também os movimentos de capitais e a
mobilidade de fatores de produção interfronteiras.

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 Desregulamentação e liberalização. As políticas públicas de
desregulamentação e de liberalização: o crescente empenho dos governos
nacionais em melhorar os padrões dos atributos construídos de
competitividade, via maiores coeficientes de abertura a produtos e a fatores
reais e financeiros, em vez de proteger os mercados nacionais com
barreiras protecionistas.

Posições Contrárias Quanto à Globalização

Por mais que se fale nos benefícios trazidos pela globalização, é inegável que
existem alguns aspectos perversos, como o aumento de desemprego em muitos
paises, dado ao desenvolvimento tecnológico que requer mão-de-obra mais
qualificada, e deixam em situação marginalizada grande parte dos trabalhadores
sem qualificação, ao mesmo tempo que não há vaga para toda a mão-de-obra
qualificada existentes.

No artigo abaixo, vemos a posição adotada por grupos contrários à globalização.

O verdadeiro eixo do mal

O eixo maléfico – o FMI, o Banco Mundial e a Organização Mundial


do Comércio – continua a impor ao mundo a ditadura do mercado, a
supremacia do setor privado, o culto ao lucro, provocando, no
planeta inteiro, uma terrível devastação.

Três frentes: as pessoas devem


A próxima conscientizar-se de que a globalização
Conferência ataca as sociedades, daqui em diante, em
sobre o três frentes. Isto é fundamental porque
Financiamento do envolve o conjunto da humanidade. A

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Desenvolvimento primeira frente é a da economia. Continua
, que se realizará localizada sob a condução do que deveria
no México (21/22 ser chamado o “eixo do mal”, composto
de março), pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), o
poderá agravar Banco Mundial e a Organização Mundial do
ainda mais o Comércio (OMC). Esse eixo maléfico
desastre geral continua a impor ao mundo a ditadura do
mercado, a supremacia do setor privado, o
culto ao lucro, provocando, no planeta
inteiro, uma terrível devastação: da
hiperfalência, fraudulenta, da Enron, à crise
monetária na Turquia, do calamitoso
colapso da Argentina à destruição ambiental
por toda parte...

E a próxima Conferência Internacional


sobre o Financiamento do
Desenvolvimento, que se realizará em
Monterrey (México), nos dias 21 e 22 de
março, poderá agravar ainda mais o
desastre geral, caso venha a apoiar a
proposta de que o setor privado seja o
principal ator de desenvolvimento dos
países do hemisfério Sul1... É
particularmente escandaloso que os chefes
de Estado e de governo, em especial os da
União Européia, se recusem a adotar, em
favor do desenvolvimento, as únicas
medidas indispensáveis para salvar da
miséria dois terços da humanidade.

18
A indústria da persuasão
A próxima
Conferência
Podem ser citadas dez: cancelar totalmente
sobre o
a dívida dos países pobres; criar um
Financiamento do
sistema de avaliação – amplo, justo e
Desenvolvimento
imparcial – das dívidas de todos os países
, que se realizará
do hemisfério Sul; definir garantias para que
no México (21/22
futuros financiamentos sejam aplicados em
de março),
condições satisfatórias e em favor do
poderá agravar
desenvolvimento sustentável; obter, junto
ainda mais o
aos países ricos, o compromisso de que
desastre geral
destinem um mínimo de 0,7% de sua
riqueza ao financiamento do
desenvolvimento; reequilibrar os termos de
intercâmbio comercial entre o hemisfério
Norte e o hemisfério Sul; garantir a
soberania alimentar a cada país; controlar
os movimentos irracionais de capitais;
proibir o sigilo bancário; declarar ilegais os
paraísos fiscais; e, finalmente, criar uma
tarifa internacional para as transações
financeiras.

A segunda frente, clandestina, silenciosa e


invisível, é a ideológica. Com a colaboração
atuante de universidades, de institutos de
pesquisa famosos (Heritage Foundation,
American Enterprise Institute, Cato Institute)
e dos grandes meios de comunicação (o

19
canal CNN, The Financial Times, The Wall
Street Journal e The Economist, imitados
por quase toda parte por uma multidão de
jornalistas subservientes), foi criada uma
verdadeira indústria da persuasão com o
objetivo de convencer os habitantes do
planeta que a globalização liberal traria, por
fim, a felicidade universal. Apoiando-se no
poder da informação, ideólogos
construíram, dessa forma, e com a
cumplicidade passiva dos dominados, o que
se poderia chamar um delicioso
despotismo2.

EUA, os guardiães do mundo


Apoiados no
Essa manipulação foi oficialmente relançada,
poder da
após o 11 de setembro de 2001, com a
informação,
criação, pelo Pentágono, de um Departamento
ideólogos
de Influência Estratégica – nos moldes
construíram,
característicos de George Orwell –,
com a
explicitamente encarregado de disseminar
cumplicidade
falsas informações para “intoxicar” a imprensa
passiva dos
internacional e “influenciar a opinião pública e
dominados, o
os dirigentes políticos, tanto nos países
que se
amigos como inimigos3”. Como nas décadas
poderia
mais nefastas do macartismo e da guerra fria,
chamar um
e sob o controle do Ministério da Defesa norte-
delicioso
americano, é criado, portanto, uma espécie de
despotismo
ministério da desinformação e da propaganda,
encarregado de estabelecer – como as
ditaduras retratadas no teatro surrealista – a
verdade oficial...

20
A terceira frente, por enquanto inexistente, é
militar. Nasceu logo após o traumatismo do 11
de setembro de 2001. Tem por objetivo dotar a
globalização liberal de um aparelho de
segurança adequado. Embora, por algum
tempo, parecessem tentados a confiar essa
missão à Organização do Tratado do Atlântico
Norte (Otan), os Estados Unidos decidiram
assumir sozinhos, dotando-se de meios
consideráveis para exercê-la com a mais
impressionante das eficiências (leia, nesta
edição, o artigo de Paul-Marie de La Gorce). A
recente guerra no Afeganistão, contra o
regime taliban e a rede Al-Qaida, convenceu
Washington de que, para missões dessa
envergadura, é inútil pedir uma colaboração
militar – a não ser que seja mínima – a seus
principais aliados estratégicos: a Grã-
Bretanha, a França e até a Otan4.

O rosto do eixo do mal


O Pentágono
Essa atitude de desprezo foi confirmada
criou uma
pelo recente anúncio, sem consulta prévia a
espécie de
seus aliados, da intenção de Washington de
ministério da
atacar, proximamente, o Iraque. Os
desinformação e
protestos das chancelarias européias, que
da propaganda,
já começam a diminuir, não impressionaram
encarregado de
o governo norte-americano. A função dos
estabelecer a
vassalos é a de se inclinarem, e os Estados
verdade oficial...
Unidos atualmente aspiram a exercer um

21
domínio político absoluto. “De certa forma,
os Estados Unidos são o primeiro país
proto-mundial”, constata William Pfaff. “Têm
a capacidade de tomar a dianteira de uma
versão moderna do Império universal, um
império espontâneo cujos membros se
submetem voluntariamente à sua
autoridade5.”

Esse império aspira a certas realizações no


âmbito da globalização liberal. Quaisquer
oponentes, dissidentes ou resistentes
devem, a partir de agora, saber que serão
combatidos nessas três frentes: econômica,
ideológica e militar. E que os tempos de
respeito pelos direitos humanos parecem
ultrapassados, como demonstra o
escandaloso estabelecimento de uma
“prisão tropical de trabalhos forçados” em
Guantanamo, onde vários europeus
(franceses, ingleses, espanhóis...) estão
enclausurados em jaulas. O eixo do mal (o
FMI, o Banco Mundial e a OMC) estava
escondendo seu rosto. Agora, já o
conhecemos. (Trad.: Jô Amado)

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