Você está na página 1de 4

Cidade de refugio.

“Falou mais o Senhor a Josué, dizendo: Fala aos filhos de Israel,


dizendo: Apartai para vós as cidades de refúgio, de que vos falei pelo
ministério de Moisés, para que fuja para ali o homicida que matar alguma
pessoa por erro e não com intento; para que vos sejam refúgio do
vingador do sangue. E, fugindo para alguma daquelas cidades, por-se-á à
porta da cidade proporá as suas palavras perante aos ouvidos dos
anciãos da tal cidade; então, tomarão consigo na cidade e lhe darão lugar,
para que habite com eles. E, se o vingador do sangue o seguir, não
entregarão na sua mão o homicida, porquanto não feriu a seu próximo
com intento e o não aborrecia dantes. E habitará na mesma cidade, até
que se ponha a juízo perante a congregação, até que morra o sumo
sacerdote que houver naqueles dias; então, o homicida voltará e virá à
sua cidade e à sua casa, à cidade de onde fugiu. Então, apartaram a
Quedes, na Galiléia, na montanha de Naftali, e Siquém, na montanha de
Efraim, e Quiriate-Arba (esta é Hebrom), na montanha de Judá. E, dalém
do Jordão, de Jericó para o oriente, apartaram Bezer, no deserto, na
campina da tribo de Rúben, e Ramote, em Gileade, da tribo de Gade; e
Golã, em Basã, da tribo de Manassés. Estas são as cidades que foram
designadas para todos os filhos de Israel e para o estrangeiro que
andasse entre eles, para que se acolhesse a elas todo aquele que ferisse
alguma pessoa por erro, para que não morresse às mãos do vingador do
sangue, até se pôr diante da congregação”; (Js 20.1-9).

5 livros da Bíblia Sagrada fazem menção as cidades de refúgio: Gênesis;


Êxodo; Números Deuteronômio e Josué. Antes de entrarmos diretamente no
assunto. Vamos entender o contexto geral bíblico. A lei de Moisés
(estabelecida por Deus) decretava que uma morte tinha que ser compensada
por outra morte. No Antigo Testamento a lei era dente por dente, olho por olho.

“Mas, se houver morte, então darás vida por vida, olho por olho, dente
por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida
por ferida, golpe por golpe”; (Êx 21.23-25).

“E certamente requererei o vosso sangue, o sangue da vossa vida; da


mão de todo animal o requererei,como também da mão do homem, e da
mão do irmão de cada um requererei a vida do homem. Quem derramar o
sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque
Deus fez o homem conforme a sua imagem”; (Gn 9.5-6).

A lei vigente e predomionante em toda a região da Mesopotâmia que


abrangia o território das tribos, povos e nações do Oriente Médio daquela
época era o Código de Hamurabi. E uma das cláusulas penais em caso de
homicídio era a Lei de Talião “Lex Talis” em latim. Cujo o significado era “Lei
Igual”. Ou seja, a mesma questão do olho por olho, dente por dente. Enquanto
a lei era cumprida de uma forma total pelos outros povos, tribos e nações.
Deus deu a mesma lei para o Seu povo e para o estrangeiro que habitasse no
meio de Israel. Porém com uma cláusula de absolvição.

“Quem ferir alguém, que morra, ele também certamente morrerá;


porém, se lhe não armou ciladas, mas Deus o fez encontrar nas suas
mãos, ordenar-te-ei um lugar para onde ele fugirá”; (Êxodo 21.12,13).

Deus criou um lugar de refúgio para onde o homicídas culposo pudessem


ficar, permanecer até provar a sua inocência. Essa era a chance de
absolvição.

AS CIDADES DE REFÚGIO FORAM ESTABELECIDAS POR DEUS

“Das cidades, pois, que dareis aos levitas, haverá seis cidades de
refúgio, as quais dareis para que o homicida ali se acolha; e, além destas,
lhes dareis quarenta e duas cidades. Todas as cidades que dareis aos
levitas serão quarenta e oito cidades, juntamente com os seus
arrabaldes”; (Nm 35.6,7).

Na divisão das terras entre as 12 tribos. Os levitas (descendentes de Levi)


não tiveram herança, não receberam posse de terra. Deus estabeleceu 48
cidades para eles morarem no meio das terras das outras tribos, 6 dessas
cidades eram de refúgio.

“Serão de refúgio estas seis cidades para os filhos de Israel, e para o


estrangeiro, e para o que se hospedar no meio deles, para que ali se
acolha aquele que ferir a alguma pessoa por erro”; (Nm 35.15).

A perca de uma vida deveria ser pago com outra vida. Ou seja, poderia ser
cobrado pelo Goel Hadam “Vingandor de sangue”. O vingador de sangue era o
parente mais próximo da vítima que ansiando por vingança buscava matar a
quem por engano ou sem querer houvesse cometido o homicídio. Mas se o
homicída culposo corre-se até uma dessas 6 cidades. O vingador não poderia
matá-lo apartir da porta da cidade para dentro. O homicída tinha um tempo de
fuga entre a cidade a onde ocorreu o homicídio até a cidade de refúgio. O
homicida explicava aos anciãos a situação do seu envolvimento no homicídio
culposo (sem intenção de matar, ser provocado em razão de imprudência,
imperícia ou negligência). Há também o homicídio culposo impróprio o qual o
autor do mesmo o comete com intenção de fazê-lo devido as circunstâncias
que o envolviam, por exemplo, em legítima defesa. Na linguagem jurídica seria
um Habeas Corpus, uma garantia de vida até o resultado do julgamento.
Enquanto não fosse esclarecida a situação. O vingador de sangue não poderia
vingar a morte do seu parente. Após o julgamento se a pessoa fosse
considerada culpada de homicídio doloso (houve intenção de matar) ela era
entregue nas mãos do vingador de sangue. O qual teria direito legal para fazer
o que bem quizesse com o homicida.

A LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA ERA ESTRATÉGICA

“E estas cidades vos serão por refúgio do vingador do sangue; para


que o homicida não morra, até que esteja perante a congregação no juízo.
E, das cidades que derdes, haverá seis cidades de refúgio para vós. Três
destas cidades dareis daquém do Jordão, e três destas cidades dareis na
terra de Canaã; cidades de refúgio serão”; (Nm 35.12-14).

Ou seja, três cidades de um lado do jordão e três cidades do outro lado do


jordão. Para que todo israelita e estrangeiro envolvidos em um homicídio
tivessem acesso de fuga até essas cidades e não fosse alcançado pelo
vingador se sangue. Além disso havia placas de sinalização indicando a
direção das cidades.

PORQUANTO TEMPO O HOMICIDA PODERIA FICAR EM UMA CIDADE DE


REFÚGIO?

Não havia tempo determinado. Mesmo após a decisão da causa e


recebendo a sentença de inocência. Mesmo assim o homicida tinha que
aguardar a morte do sumo sacerdote da época. Durante o período de
habitação na cidade de refúgio, o homicida adaptava-se ao estilo de vida da
cidade (trabalho, regras etc). Quando o sumo sacerdote que julgará a sua
causa morre-se o homicida pessoa poderia voltar para a sua cidade natal, para
a sua família.

“Pois deve ficar na cidade do seu refúgio, até à morte do sumo


sacerdote; mas, depois da morte do sumo sacerdote, o homicida voltará à
terra da sua possessão”; (Nm 35.28).

Mesmo após a sua inocência, o homicida deixasse a cidade, antes do


falecimento do sumo sacerdote, sua vida correria perigo e lhe seria de total
responsabilidade. Quem é o nosso sumo sacerdote? Jesus Cristo. O vingador
de sangue não pode mais nos tocar. Nós já fomos inocentados. AS CIDADES
DE REFÚGIO – Representam Cristo. O HOMICIDA CULPOSO – Representa o
pecador. O VINGADOR DE SANGUE – Representa Satanás. As cidades de
refúgio representam a Jesus Cristo suprindo todas as necessidade do pecador.
Assim como um homem poderia fugir em um momento de extrema
necessidade, Jesus é um lugar de refúgio, Dele o profeta Isaías profetizou.

“E será aquele varão como um esconderijo contra o vento, e como um


refúgio contra a tempestade, e como ribeiros de águas em lugares secos,
e como a sombra de uma grande rocha em terra sedenta”; (Is 32.2).

Dele o rei Davi fez um cântico em ação de graças.


"Disse pois: O Senhor é o meu rochedo, e o meu lugar forte, e o meu
libertador. Deus é o meu rochedo, e nele confiarei; o meu escudo, e a
força de minha salvação, e o meu alto retiro, e o meu refúgio. O meu
Salvador, de violência me salvaste”; (2 Sm 22.2,3).

OS NOMES DAS SEIS CIDADE DE REFÚGIO

O significados dos nomes com raiz etimológica nos idiomas hebraico e


também em aramaico. Sendo que estrangeiros que viviam no meio dos
israelitas também tinham acesso de fuga para as cidades. O idioma aramaico
era amplamente adotado pelos povos, tribos e nações do Oriente Médio.
Influênciando totalmanente a língua e o alfabeto dos idiomas árabe, assírio,
caldeu e hebraico. QUEDES – Santuário; Santificação. SIQUÉM – Ombro;
Amizade. HEBROM – Comunhão; Companhia. BEZER – Fortaleza; Segurança.
RAMOTE – Exaltação; Altura. GOLÃ – Alegria; Libertação. Em Jesus Cristo
nós temos acesso direto ao SANTUÁRIO Celestial. Recebemos a
SANTIFICAÇÃO pelo Seu sangue. Ele levou sobre Si, sobre o OMBRO a cruz
que era nossa. Por causa Dele voltamos a ter plena AMIZADE e COMUNHÃO
com o Pai. Ele não nós deixou só quando Ele voltou para o Pai, deixou-nos a
COMPANHIA do Espírito Santo. Jesus Cristo é a nossa FORTALEZA, a nossa
SEGURANÇA, nossa ALEGRIA, e a nossa LIBERTAÇÃO. Nele estamos
chegando a cada dia na ALTURA, na estatura de varão perfeito. A Ele,
somente Ele prestamos e prestaremos EXALTAÇÃO.

Você também pode gostar