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“Marisa Eugénia Melillo Meira e Mitsko Apaesida Makino Antunes PsicoLocia Escoiar: Praticas Criricas Auroras ‘Adriana Marcondes Machato Eleaita de Ricio Tanamacti Marisa Eugénia Melillo Mei Mitsuko Aparecida Makino Artunes eruska Galdini Junqueira Aguiar a casa do Psicdloge” 2003 . © 2001 Ca dP prod wept EER s Vet Sts Nae ‘iii Ks Dados Inari de Calo na ‘Chas Bato do ns tn (C1 Tuoi ISIN Sb an-¢ al Meko, Mari Eutoa Mei ‘Area Makino 30m po s015 Indios gen og steno Peedegh oxo ei EE SESS escape semana Sumario Nessa Euginia Mello Mera 0s peicslogos trabalhande com a ecrlas intervengia a servico = 63, Intervengio junto a professores da rede piblica: potencializando 1 produgio de novos sentido. 87 ‘Veruska Gali Wn Maria Junqueia Agpiar | Psicologia Escolar na implementagio do Projeto Politico- Pedagdgico da Rede Municipal de Ensino de Guarulhos: construindo um trabalho coletivo Misuko Aparecda Makino Arunes colaboracbes 108 Sobre as autores 129 a unema re Rkao Taunt Boden Manon SSEVE, L. Marsiomo ea teoria da personalidade. 3°V, Lisboa: Livros Hori zone, 1979. SSEVE. L.A personolidade em gestaso, I: SILVEIRA, P; DONAY, BB (Ores). Elementos de uma teoria marsista da subjetividade, S80 Paulo Vice, 1989, 9.147178, SHUARE, M, La psicologia svitic tal como yo la veo, Mosca Eito- tial Progreso, 1990, SUCHODOLSKI, B.A pedagogiae as grandes correntesflosifcas:Pedo sia da esvincia« a pedagosia da existéncia, ¥ e, Lisboa: Li ‘os Horizonte, 1986 ‘TANAMACHL E.R; PROENCA, M; ROCHA, ML. (Orgs) Palcolgiae Educagao: desafios tesrico-prticos, Sio Paslo: Casa do Psicto 10,2000, TANAMACHI,E. R. Mediagdes tedrco-priticas de wma vsdo ert em Psicologia Escolar. In: TANAMACHIL, E. Rs PROENCA, MRO: CHA, ML. (Orgs). Picola e Blac: desi terico pt os, 2 ed, Sto Paulo: Casado PsicSlogo, 2002, p. 73-103, VIGOTSKI,L.. Teoriae Método em Psicologia. So Paulo: Martins Fon tes, 1996, VIGOTSKI, LS. 0 desenvolvimento psicoldgica na infénca, Sao Paulo Martins Fontes, 1998 VIGOTSKI,L.S.A construgto do pensament eda linguagem, Sto Palo Martins Fontes, 2000 VIGOSTSKI.L.S. Prcologia Peaggica. Sto Paulo: Mains Fonts, 20 VYGOTSKY, L. S. Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idae ‘escolar: VYGOTSKY. LS: LURIA,A.R:LEONTIEN,A.N. (Ong). Psicologia ¢ Pedagosia I: bases psicoldgleas da aprendicagem ¢ mental para as mudangas que foram ocorrendo no rumo do trabalo Pensemos, portanto, em vitios espagos cujas forgas se articu- Jam e se encontram os campos de forgas se cruzam e se afetam, Poderfamos, como psicdlogas, partcipar desse campo diagnos- ticando as criangas.1ss0, sem davida, imprimiria um movimento no ‘qual a patologizacao, a culpablizacio das vitimas e a isengo das priticas sociais na produgio das desigualdades e dos sintomas, set 1am intensificadas. Sabemos que nesses campos de Forgas esti in- tensamente presente uma psicologia que avalia e diagnostica como se a mesma estivesse fora do campo. Essa ilusio, de estar fora, _sustenta muitos diagndsticos ¢ eneaminhamentos. Voltemos, eno, a0 desenho de nossa insergio na escola Se as forcas, as ages, contém nelas aquilo que se engendra, se ro encontro dessas forgas prodkizem-se efeitos, nto poems falar {que “avaliar um campo de Forgas", “aallar a produgio do encami- rnhamento ou da queixa escolar”, implica em afetarmos essas forges «¢, com isso, sabermos da possbilidade de alterar, ou nl, seu tumo. Darei um exemplo, Uma professora de wma Escola Municipal de Ensino Infanti (EMED) queria conversar sobre as dificuldades de uma certa crianga, um menino de 5 anos, que sempre ficava fora das, brincadeiras ¢ comin sozinho. No parque, ele sentavae othava 0 que as outras pessoas faziam, no participava das brincadeiras mesmo {que viessem chamé-lo, Néo desenhava, colocava o lapis na boca. Esti hd quatro meses na escola. Durante esse tempo, percebeu-se {que cle tem cireulado mais & vontade pela insttuiglo ea professora ‘conseguiu entender melhor algumas de suas colocagdes. Rese queria umm diagndstico dele. Apés wma conversa sobre as hipéteses que teriam para a necessidade de um dliagndstico, a demanda rudou ~ queriam ajuda para pensar como trabalhar com esse menino na sala de avla, Uma vez explicitada ‘essa demand muitas professoras deram sugeswes © cordenador ra resolveu participar um pouco da aula para ajudar a pensar como fazer. A demanda havia sido formulaés com um conteido bastante tradicional, mas, 0 fato de eu eas professoras estarmas interessadas ‘em pensar as produgies dessa erianga e as priticas educativas na EMEI possibilitou outros caminhos. ortanto, poderemos avalia a possbilidade de alteraraquilo que aparece inicialmente como demanda, se intervier nesse campo. inesse embate que se constituem nossos saberes. Para. niio carmos na armadilha de apenas aumentarmos 0 es- pectro de causas em relagio as questes que antes pareciam relacio- nadas apenas ao funcionamento individual do sujeito, temos de bus- car 0 funcionamento das priticas nas quis 0 fracasso se engendra, dando nomes, produzindo marcas, Estamos falando de um trabalho que, 20 entender e se inser nesse campo de forgas em movimerto, busca conectar-se com o que poste romper a crstalizagio presente nos processos de ensino e de aprendizagem 8 Arana Marcon Mics "Neste trabalho com aavaliagio psicolégica, aprendemes a agirnesse ‘campo ea avalia a possiilidade de movimento conforme nossas ages. guns encaminhamentos de alunos referiam-se a sitagGes que esta: ‘vam bastante eronificadas a campos densos. Mas a muioria deles reve Jou intensas mudangas, pois consegufamos intervir no cotidiano escola, Participando da luta e criando com as demandas assamos a ir as escolas com um outro contrato, Emm uma das escola que fomos durante ono de 2001 e 2002, redigimos o seguinte objetivo: *Nosso trabalho em instimigeseucativas visi melhoriado ‘atendimento a criangas ¢ adolescenes, Para isso, problematizamos as ‘observagdes © preacupagses trazidas pelos educadores em relagio 205 seus alunos € refletimos estatégias de ages que considerem o Processo de produsio das concepgses e das priticas insttucionais” Esse fazer ~ ter acesso & produgio histiriea das-concepoes e das prétieas -, €efetuado buseando as possibilidades de ruptura com ‘oque est institut. Tnteresa-nos que as agdese os sabores conguistados durante onos- ‘otrabalho,possam ajudar os proissonais da institu a erirem formas de agir na produgo daguilo que trizem como sintoma isola, Agi na produgo, ue €coletiva,reque intervirnofuncionamento institucional, ‘Temos buscado as forgas que estio presentes nas queinas for :muladas pelas professoras, por exemplo, com relagio aos alunos indisciplinados e aos seus pais ¢ mies que, segundo as professoras, ro ajudam da maneira como os profissionais da escola gostariam, és propomos, em relagdo a essas tematicas acima, discutir a pro- «dug do inisciptinar, pensar a relagio escola-comunidade” ‘Ge Yorma poncacaratponiinais dor prisons deol era com ‘ant etm 3 dang de praise it stipe aes prs Osraccocortauanonoca near RVETADAsICOTO GK! 8) Indsciptna,asujeta, so Forgas, Os verbos no infinitive, as ages, so forgas, Com jédissemos, segundo Foucault, 0 poder érelago de orga de uma ago sobre outra ago; portanto, temas agido naquilo ‘que domina,criando dispositivos que recuperem a potenca de Forgas © imensidades que estio submetidas 2s formes insituidas. Entender 05 gestos de alguns alunos, como attudes de indisciplina que necessitam ser disciplinadas, & um ago, uma forga (jd efeitos de outras forgas, 6) que somente poders ser afetada no embate ‘Vejamos tim exemple. Chegamos a uma escola e a grande que! ‘x era a indisciplina da 4 série, Fomos conhecer as hipéteses em relagio & produgio da indisciplna, a hstria dessas classes, 0s pro- jetos, 05 interesses dos alunos, a rotina © funcionamento das horas Ue discussio pedagégica das professors... Um tema sempre pre~ sente, mas nunea trabalhado com os alunos era o fato de a 4 série sero éltim ano naguela escola ‘Convidamos os alunos interessados a partcipar de um grupo ‘cujo tema sera a questio da despedide, problematizamos com alu- ros ¢ professores o tema da indisciplins, reunimo-nos com pais para refletr esse momento to intenso de ruptura. O trabalho deu-se pela produto de jornais, despedidas, curiosidades, lembrangas ‘A pergunta que precisava ser comocada era ~ 0 que acontecia, nessa escola que algo que deveria estar previsto nos projetos da ‘escola, nfo estava sendo realizado? Afinal as professoras valorizam ‘anecessidade de se criar formas para expresso do que ocorre com fs alunos. Sabiam que esse nio-dito, en relacio a despedida, pode ria interferir nas atitudes dos alunos. Mas as professoras delegavam ‘outros grupos (a nés) 0 trabalho de refletir com seus alunos os receios em relagdo ao processo de escolarizago. Como fortalecer essa poténia eapturada, das edvesdorss, em intervir no cotidiano? Quis e como sii os embates nesse eoletivo? S25 Sian wos encotans mest con ppon de poisons bas oun a eda see ca waa ds ies wads pelos prisons. 4 Armia Mucontes Micro Essa € nossa fungio: problematizar, junto aos profissionas da instituiglo, as concepgdes, as priticas © as politicas presentes na singularidade de cada caso, de cada hist6ra, de cada discurso, Por- tanto, o trabalho se refere ao funcionamento institucional. As ques- {Ges com as quais trabalhamos sio engendradas no coletivo e exi- gem a criagao de redes. Por exemplo, a presenga de eriangas com comprometimentos graves no cotidiano da institiga e, portant, a construgio de priticas inclusivas, necessitam da participagio dos profissionais da ea da sabe, ‘A rede complex na qual a demanda 6 formulada fax pare de ‘nosso trabalho inspirando-nos eriardispositives, ages, para rom- per, eriar rupturas em processos que Slo nossos velhos conhecidos: processos que produzem os sujitos como portadores de fal Pelo contro, vemos o excesso, © transbordamento de coisas {que ndo cater na insttuigdo da forma como ela esta institu, Bus case esse alargamento, no embate. REFERENCIAS BILBLIOGRAFICAS: DELEUZE, G.-Nietsche ea Filosfia—Portugal,Eitora RES, FOUCAULT, M.A ventade as formas jurdicas. Taducio de Robert C. M. Machado e Euro J. Moraes Rio de Janeiro, RJ, Ed, Nav, 1996. Nietsche, Freud e Mars~ Theatram Philosoficum. Tradugio ‘de Jorge Lima Barreto, So Paul, SP, i. Prinepio, 1987 = Vigiar ¢ Punir-Tradugo de Ligia Pond Vassao, Petspolis, a, ones, 1987 MACHADO, A. M.— Criampas de Classe Especial efitas do encontr da side coma educasao, So Paulo, SP. Ed, Casa do PicSlogo, 1988, = Reinventando a Avalide Psicoldgica. Tese de Doworado, TPUSR,SR, 1986, NAFFAHNETO,A.—O Incomsclente: um etude cto, Sao Palo, SP, Ea. Aries, 1985, PATTO, MH. S.—A Prado do Fracasio Escolar. Sto Pano, SP, TA Quciraz, 1990 = Psicologia ¢ Ideologia: uma intreducdo ettca @ Psicolo-* ‘a Escolar. Sio Paulo, SP, TA Quero7, 1984,

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