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7.2.3.

Meio Antrópico

Tendo em vista a abrangência das informações apresentadas em relação a Área de Influência Indireta _
a Bacia Hidrográfica de Jacarepaguá que engloba por sua vez a Área de Influência Direta _ a XXIV
RA – Barra da Tijuca, entende-se que a caracterização de muitos dos aspectos temáticos tornar-se-á
repetitiva se considerada. Sendo assim, alguns temas não serão abordados em relação a este universo
espacial de análise enquanto outros serão apenas mencionados, focando com mais detalhes aqueles que
se façam necessários.

7.2.3.1. Contexto Regional de Inserção

Pelo que já foi descrito, observa-se que as intervenções em pauta estarão ocorrendo diretamente em
áreas localizadas no bairro do Recreio dos Bandeirantes e, de certo modo, nos bairros de Vargem
Grande, Vargem Pequena e Camorim, considerando que o Canal do Portelo é o elemento físico-
geográfico que determina o limite entre estes dois últimos bairros mencionados e o Recreio e o
Canal de Sernambetiba estabelece parte do limite entre este e Vargem Grande (em determinado
trecho à montante). Contudo, tendo em vista que as intervenções pretendidas, quais sejam (1) a
dragagem na desembocadura do Canal de Sernambetiba e a construção dos guias-correntes, (2) a
dragagem dos canais do Cortado e do Portelo e seus respectivos alargamentos na margem esquerda,
(3) a dragagem no Canal das Taxas e, principalmente, a interligação destes canais ao Canal de
Sernambetiba não poderão ser analisadas sem uma visão holística e abrangente sobre o complexo
lagunar da região _ as lagoas de Jacarepaguá, da Tijuca (e conseqüentemente a do Camorim) e a de
Marapendi, acabou-se por estender o recorte da Área de Influência Direta a toda a XXIV RA -
Barra da Tijuca que é formada pelos bairros Recreio dos Bandeirantes, Grumari, Vargem Grande
Vargem Pequena, Camorim, Barra da Tijuca, Itanhangá e Joá, conforme quadro indicativo abaixo e
mapa mais adiante.

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Situação Político-Administrativa na Área de Influência Direta
XXIV RA _ Barra da Tijuca – 2005

Região Administrativa (RA) Bairro


Barra da Tijuca
Joá
Itanhangá
XXIV RA – Barra da Tijuca Camorim
Vargem Pequena
Vargem Grande
Recreio dos Bandeirantes
Grumari
Fonte: Anuário Estatístico da Cidade do Rio de Janeiro / 1998

Nota: Dados mantidos em 2005

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7.2.3.2. Identificação do Uso do Solo na XXIV Região Administrativa

A ocupação do solo na XXIV RA – Barra da Tijuca e adjacências tem-se mostrado extremamente


dinâmica, influenciada pelos dois vetores originários dos principais acessos, tanto o que vem da
Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro através da auto-estrada Lagoa Barra e entra no extremo leste
da região administrativa, seguindo depois para oeste pela Avenida das Américas, quanto o que
advém da Zona Norte através da Linha Amarela e do corredor viário da Avenida Cândido Benício
em Jacarepaguá, que ao se adentrar pelo norte na Avenida divide a região administrativa em duas
partes Ayrton Senna, mas que tem uma derivação logo antes de sua chegada à XXIV RA pelas
Avenidas Embaixador Abelardo Bueno e Salvador Allende, até também confluir na Avenida das
Américas, onde ambos vetores – leste-oeste e norte-sul – se somam para prosseguir em direção ao
Recreio dos Bandeirantes, até atingir o Maciço da Pedra Branca na Grota Funda.

Conforme explanado no texto referente à Área de Influência Indireta - AII, a partir dessa
estruturação o uso do solo se implantou seguindo as normas do Plano Piloto, o que acabou por gerar
uma hierarquia de ocupação residencial a partir da orla marítima, dada a sua atração exercida sobre
aqueles que procuram lugar para morar e a valorização dos imóveis que daí decorre, o que por sua
vez condiciona o acesso à terra pelas diferentes faixas de renda familiar.

Esta estratificação por faixas de rendimento tem rebatimento espacial, pois o tecido urbano também
se organiza em estratos sucessivos a partir da linha litorânea nos bairros da Barra da Tijuca e do
Recreio dos Bandeirantes, formando diversos compartimentos territoriais, como se verá a seguir.

Um primeiro compartimento de características homogêneas de uso do solo é formado no extremo


leste da XXIV RA por ocupações anteriores ao planejamento do Plano Piloto no final da década de
1960 – como as localidades da Barrinha e do Jardim Oceânico – junto com os bairros de ocupação
dispersa que estão dependurados nos contrafortes da Pedra da Gávea: Joá e Itanhangá. Este último,
no entanto, tem sido tomado por avassaladoras ocupações irregulares tanto nas suas partes altas das
encostas do Maciço da Tijuca quanto na planície aluvionar a nordeste da Lagoa da Tijuca.

Em um segundo compartimento, desenvolvido junto ao mar, se sucedem os edifícios de habitações


mais qualificadas – porém ainda baixas porque limitadas a poucos pavimentos à exceção dos hotéis
que tiveram seu gabarito liberado – que se alinham ao longo da Avenida Senambetiba a ocupar as

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quadras interiores até a primeira linha de corpos hídricos desde a costa: Canal e Lagoa de
Marapendi, Lagoinha e Canal das Tachas. Nessa seqüência há um hiato correspondente à Reserva
Biológica da APA do Parque Municipal Ecológico de Marapendi que, é óbvio, permanece sem
ocupação, apesar de ser extremamente atrativa para empreendimentos hoteleiros internacionais. É
relevante constatar que, ainda nessa faixa considerada nobre, porém em direção ao final da
ocupação no oeste do Recreio dos Bandeirantes, ocorrem favelas não só junto à orla marítima como
o Terreirão, mas também no interior nas duas margens do Canal das Tachas.

O terceiro compartimento espacial de ocupação determinante do solo se dá entre a primeira linha de


corpos hídricos até a Avenida das Américas. São as grandes torres de habitações multi-familiares,
que por vezes apresentam concentrações marcantes como no entorno das pontes duplas Lúcio Costa
e Oscar Niemeyer, correspondentes ao único ponto de transposição do Canal de Marapendi entre o
início da Avenida das Américas e a Avenida Ayrton Senna. Há também o comércio com alguns
conjuntos de lojas e shopping centers de porte médio que abrem diretamente sobre a Avenida das
Américas e servem para atender os moradores na sua área de influência, havendo ainda esparsos
edifícios de escritórios e alguns estabelecimentos de ensino. Este tipo de uso do solo se prolonga até
o final do bairro da Barra da Tijuca, seguindo a Avenida das Américas até a Avenida Salvador
Allende. No território do bairro do Recreio dos Bandeirantes a situação mostra uma dinâmica ainda
não consolidada, com uma sucessão de prédios residenciais mais baixos, ocupando as quadras que
se afastam da Avenida das Américas, cujos lotes lindeiros entremeiam o comércio local com os
mais variados tipos de estabelecimentos.

O quarto compartimento praticamente repete essa condição do outro lado da Avenida das Américas,
nos lotes ao norte, que ficam entre esse eixo viário e a Lagoa da Tijuca. Aqui, no entanto, há alguns
condomínios habitacionais de alto padrão junto com uso mais intensivo por grandes conjuntos
comerciais, dos quais o BarraShopping desponta na liderança ao se intitular como o maior centro
comercial da América Latina. Também no início do século XXI estão surgindo grandes complexos
com edifícios de escritórios: os business centers. Do lado do Recreio dos Bandeirantes, como não
existe mais a continuação do complexo lacunar, a ocupação fica restrita às quadras ao longo da
Avenida das Américas, alternando .algum comércio com extensos condomínios horizontais
unifamiliares, tais como o Santa Mônica.

O quinto trecho de uso diferenciado está a noroeste da XXIV RA – Barra da Tijuca, tendo se
desenvolvido nos terrenos adjacentes dos dois lados da Estrada dos Bandeirantes, que contorna o

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Maciço da Pedra Branca. Forma a mancha urbana dos bairros do Camorim, Vargem Pequena e
Vargem Grande, sendo que estes dois últimos – de ocupação rarefeita até meados da última década
do século XX, basicamente formada por pequenos sítios – têm tido forte ocupação em função de
sucessivos parcelamentos do solo, regulares ou não, o que levou a Prefeitura da Cidade do Rio de
Janeiro a criar um PEU – Plano de Estruturação Urbana para essas áreas.

Ressalte-se mais uma vez o amplo território sem ocupação urbana dos Campos de Sernambetiba
que pode chegar a 15 quilômetros quadrados, correspondentes a solos encharcados no Recreio dos
Bandeirantes, entre a Avenida das Américas e a Estrada dos Bandeirantes, que por isso mesmo
representa o motivo das obras de engenharia nos canais que deveriam fazer a drenagem da região,
objeto do presente estudo de impacto ambiental. São formados por grandes terrenos de um mesmo
proprietário, que os utiliza para a formação de um parque temático no trecho entre as Avenidas
Salvador Allende e Benvindo de Novaes, e uma fazenda de criação de búfalos no espaço entre a
Benvindo de Novaes e as proximidades do Canal de Sernambetiba.

No lado oposto, o das transformações altamente dinâmicas do uso do solo, as estimativas sobre o
crescimento do número de habitantes no bairro da Barra da Tijuca consideram os grandes
lançamentos imobiliários multifamiliares que já começam a ser comercializados com sucesso. É o
caso no bairro da Barra da Tijuca com as futuras ocupações nas Glebas “E” (atualmente
denominada Península já com um número expressivo de prédios, alguns em início de ocupação) e
“F”, da antiga Fazenda da Restinga (cujas obras para urbanização do loteamento já obtiveram
licença urbanística e ambiental pelos órgãos competentes), assim como na Avenida das Américas
nos terrenos contíguos à antiga Gleba D.

Considerados os quadrantes definidos a partir do cruzamento das Avenidas das Américas e Ayrton
Senna – Trevo das Palmeiras, tendo como limite ao norte a linha das lagoas, tem-se a possibilidade
de leituras específicas para o que se pode definir como o futuro do centro da Barra da Tijuca. O
quadrante nordeste (NE) desse ponto, que engloba empreendimentos de grande porte como os
shoppings Via Parque e Barrashopping / New York City Center, o Carrefour, o Makro, o Hospital
Lourenço Jorge é formado por grandes terrenos sem função residencial, pois neles havia apenas 37
habitantes no ano de 2000, sendo que, pelo mesmo motivo, no quadrante a noroeste (NO) cujo
principal ocupante é Aeroporto de Jacarepaguá, moravam somente mais 493 pessoas. Portanto,
existia ocupação extremamente rarefeita relacionada à moradia de pouco mais de 500 pessoas no

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ano 2000 nos terrenos ao longo da Avenida Ayrton Senna entre o Trevo das Palmeiras e o
complexo lacunar.

Dadas as características do uso comercial e de prestação de serviços, esse quadro se alterará no


futuro próximo pelo desenvolvimento dos projetos das Glebas E e F já mencionados, que estão
inseridas no quadrante nordeste (NE). Do mesmo modo, estão sendo comercializados terrenos
vizinhos ao Aeroporto de Jacarepaguá (lado oeste, no quadrante noroeste _ NO). Apesar de se
tratar, em ambos casos, de unidades habitacionais cuja absorção depende das flutuações do mercado
imobiliário, haverá sempre novo surto de construções e conseqüente fixação de moradores como é o
caso do novo lançamento imobiliário entre a Av. das Américas e a Lagoa de Jacarepaguá Quinta do
Bosque com a oferta de residências unifamiliares e/ou lotes para construção. Como eram
empreendimentos inexistentes em 2000, para esses quadrantes as taxas geométricas anuais de
crescimento poderão ser extremamente altas, por partirem de um número mínimo de moradores.

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INSERIR MAPA USO DO SOLO NA AID

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7.2.3.3. Quadro Demográfico
Por ocasião da análise referente à Área de Influência Indireta – AII, foram apresentados os dados e
as projeções relativas à dinâmica demográfica na XXIV RA – Barra da Tijuca, incluindo os seus
respectivos bairros, a qual corresponde à Área de Influência Direta destes estudos ambientais.
Evitando a repetição das informações já trazidas à luz, renova-se apenas que a XXIV RA, com
174.353 habitantes em 2000, cerca de 1/4 dos residentes de toda a AP 4 – Baixada de Jacarepaguá
(682.051 pessoas na mesma ocasião), é a que apresenta maior crescimento e influência a dinâmica
de toda a Baixada de Jacarepaguá, podendo vir a ter ainda no ano de 2020 uma população
equivalente à da XVI RA – Jacarepaguá, com 469.682 moradores (registrados na época do censo).

Internamente à AID, novamente enfatiza-se que bairros ainda pouco ocupados no censo de 1991
como Recreio dos Bandeirantes e Vargem Pequena tiveram crescimento considerável na sua
população (162% e 240% respectivamente) conforme constatado no censo de 2000, passando a
37.572 e 11.536 habitantes respectivamente. Por esse motivo, atualmente são os novos endereços
preferenciais da Região da Barra da Tijuca, enquanto o bairro da Barra da Tijuca, com 92.233
moradores em 2000, apresentou crescimento a uma taxa menor (4,24% ao ano) do que a média da
sua região administrativa (6,58% a.a.). Esta, por outro lado, apresentou a maior taxa dentre as
regiões administrativas do Rio de Janeiro no intervalo censitário de 1991 a 2000, com isso elevando
também a taxa média da Baixada de Jacarepaguá – AP-4 (2,92% a.a.), a qual cresce 4 vezes mais
rápido que o Município do Rio de Janeiro (0,74% a.a.).

Há que destacar ainda o bairro de Itanhangá, que tem a terceira maior população da região
administrativa com 21.813 habitantes em 2000, portanto mais que Vargem Pequena (4º lugar) e
menos que Barra da Tijuca (1º lugar) e Recreio dos Bandeirantes (2º lugar), o que mostra a marcada
atração para novos moradores das favelas que ali se instalaram. O bairro de Vargem Grande com
9.306 pessoas tem a 5ª posição, sendo que os demais bairros – Joá com 971, Camorim com 786 e
Grumari com 136 moradores – têm pouca expressão, já que sua população era inferior a mil
habitantes no último censo demográfico. Os dois últimos, no entanto, devem ter seu crescimento
acompanhado de perto, pois súbitos aumentos nas suas populações podem significar invasões de
áreas preservadas do Maciço da Pedra Branca.

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Densidade Demográfica na XXIV RA – Barra da Tijuca

Como visto anteriormente, após os anos ‘70 do século XX, a ocupação para uso residencial na
Baixada de Jacarepaguá deixa o interior da planície aluvial e vai se desenvolver preferencialmente
ao longo da faixa litorânea, notadamente à beira-mar na Avenida Sernambetiba e ao longo do lado
sul da Avenida das Américas. Em seguida foi sendo ocupada a faixa intersticial entre essas duas
vias, principalmente ao longo das duas margens do Canal de Marapendi, com maior concentração
de edifícios nas proximidades das pontes Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, única alternativa para
cruzar o canal entre o início da Avenida das Américas e a Avenida Ayrton Senna. Nesses pontos, a
densidade urbana do mosaico residencial chega a atingir o patamar dos 1.000 hab/ha, de forma
isolada nos setores censitários mais carregados, como se pode ver no mapa anexo.

Ocorreu, portanto, na XXIV Região Administrativa, tanto a ocupação urbana extensiva com a
incorporação de novas áreas ao tecido urbano, quanto a intensiva, pelo progressivo adensamento, o
que bem explicaria o crescimento demográfico havido, cuja continuação se pode esperar.

Mesmo assim, a média das densidades urbanas é ainda relativamente baixa nos bairros que
compõem a XXIV RA, que varia de próximo a zero no desabitado Grumari até cerca de 50 hab/ha
na Barra da Tijuca, o que bem mostra que a possibilidade de maior adensamento ainda está aberta,
ao contrário de outros bairros no Rio de Janeiro onde há escassez de terrenos urbanos em áreas já
saturadas. O caso do bairro do Itanhangá, que apresenta uma densidade urbana maior que a do
bairro da Barra da Tijuca mas que seria sobretudo ocupado por condomínios de habitações
unifamiliares, é explicado pelas densas aglomerações de favelas que invadiram o seu território.

O mapa anexo, elaborado a partir dos setores utilizados no Censo 2000 mostra as variações de
densidade que ocorrem na Região Administrativa da Barra da Tijuca, principalmente a maior
estratificação do Jardim Oceânico a leste, a concentração na proximidade das pontes Lucio Costa e
Oscar Niemeyer, e a ocupação incipiente do Recreio dos Bandeirantes na parte ao sul da Avenida
das Américas.

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INSERIR MAPA AID_DENSIDADE DEMOGRAFICA

522
INSERIR MAPA AID_RENDA MÉDIA MENSAL

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Aglomerados Subnormais na XXIV RA – Barra da Tijuca

Por ocasião da realização do Censo de 2000 foram levantados os setores censitários das favelas na
XXIV RA conforme apresentado no quadro a seguir.

Aglomerados Subnormais / Favelas na XXIV RA – Barra da Tijuca em 2000

Favela Bairro Total Pessoas


Rua São Tilon Barra da Tijuca 130
Vila Autódromo Barra da Tijuca 939
Angu Duro Itanhangá 293
Areinha Itanhangá 4.712
Cambalacho Itanhangá 1.007
Fazenda Itanhangá 312
Floresta da Barra da Tijuca Itanhangá 3.605
Furnas Itanhangá 205
Itanhangá / Sitio do Pai João Itanhangá 742
Muzema Itanhangá 368
Roque Santeiro Itanhangá 0
Tijuquinha Itanhangá 2.433
Vila da Paz Itanhangá 367
Canal das Tachas Recreio dos Bandeirantes 1.458
Canal do Cortado Recreio dos Bandeirantes 753
Fontela Recreio dos Bandeirantes 1.189
Jardim do Recreio Recreio dos Bandeirantes 1.243
Pantanal Recreio dos Bandeirantes 890
Restinga Recreio dos Bandeirantes 401
Vila Amizade Recreio dos Bandeirantes 885
Vila Harmonia Recreio dos Bandeirantes 227
Vila Nova ou Malvina Recreio dos Bandeirantes 122
Vila Recreio / Cachorro Sentado Recreio dos Bandeirantes 318
Vista Alegre do Recreio Recreio dos Bandeirantes 536
Beira do Canal Vargem Grande 2.081
Rio Bonito / AM do Rio Bonito Vargem Grande 407
Vila dos Crentes Vargem Grande 579
Caminho do Bicho Vargem Pequena 2.004
Cominidade Santa Luzia Vargem Pequena 783
Comunidade Bosque Mont Serrat Vargem Pequena 1.291
Coroados Vargem Pequena 827
XXIV RA - Barra da Tijuca 31.107
AP-4 - Baixada de Jacarepaguá 144.394
Fonte: IBGE – Estatcart / Compilação – Holistica

Por esse quadro vê-se que a incidência das favelas no bairro da Barra da Tijuca é muito pequena,
representando 3% do total de pessoas habitando essas comunidades, pois são apenas duas, quais
sejam (1) a que fica atrás do condomínio Condado de Cascais na Rua São Tilon e (2) a que se
desenvolve a oeste do terreno do Autódromo (favela Vila Autódromo).

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Já o bairro de Itanhangá se apresenta com 45% das favelas da XXIV RA, pois nele se dá a
continuidade da ocupação irregular vinda de Jacarepaguá no complexo do Rio das Pedras – tais
como a favela da Areinha e a de Roque Santeiro, esta já removida e por isso sem população
indicada – e o estabelecimento dos assentamentos ao norte da Lagoa da Tijuca daquelas pessoas que
não tiveram a oportunidade de se fixar em um loteamento regular, uma vez que a questão da
habitação popular foi ignorada no Plano Piloto, ficando a ocupação irregular restrita ao território
que medeia das lagoas de Camorim e Tijuca até as encostas do Maciço da Tijuca. Os bairros de
Recreio dos Bandeirantes com 25% da população favelada total na XXIV RA, Vargem Pequena
com 15% e Vargem Grande com 10%, fecham esse cenário.

O Instituto Pereira Passos (IPP) mapeou recentemente, em 2003, as favelas no território do


município do Rio de Janeiro. Esta informação completa o levantamento de 2000 realizado pelo
IBGE, indicando os setores censitários onde havia ocupação por aglomerações subnormais, cujas
comunidades existentes na porção ocidental da Baixada de Jacarepaguá, principalmente nos bairros
do Recreio dos Bandeirantes, de Vargem Pequena e de Vargem Grande, são mostradas no mapa a
seguir, sendo que a tabela também a seguir mostra a identificação espacial ou referência das favelas
numeradas no mapa, com suas características demográficas.

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Comunidades Subnormais Identificadas na Porção Ocidental da AID – 2003

Referência Nome da
Bairro (vide mapa) Comunidade Habitantes Domicilio Hab/Dom

Recreio dos. 1 do Pantanal 890 291 3,0


Bandeirantes 2 Rio Cortado 753 235 3,2
(Beira Rio)
3 do Fontela 1.189 343 3,5
4 Vista Alegre 536 196 2,7
Recreio
5 Jardim do Recreio 1.243 609 2,0
6 Vila Nova 122 37 3,3
(Malvina)
7 Restinga 401 111 3,6
8 Vila Harmonia 227 80 2,8
9 Canal das Taxas 1.458 487 3,0
10 Vila Amizade 885 267 3,3
11 Vila Recreio 318 99 3,2
Sub-Total 8.022 2.755 2,9

Vargem 12 Rio Bonito 407 131 3,1


Grande 13 Vila dos Crentes 579 191 3,0
14 Beira Rio 1.189 332 3,6
15 Beira do Canal 892 284 3,0
Sub-Total 3.067 938 3,2

Vargem 16 Comunidade 783 264 3,0


Pequena Santa Luzia

17 Comunidade 1.291 384 3,3


Bosque Mt. Serrat

18 Caminho do Bicho 2004 1.137 1,8


19 Coroados 827 221 3,7
Sub-Total 4.905 2.006 2,4

TOTAL 15.994 5.699 2,8

Fonte: IPP /2003 – Armazém dos Dados

526
INSERIR MAPA AID_OCUPAÇOES SUBNORMAIS

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7.2.3.4 Atividades Econômicas Dominantes

O Forte Papel dos Setores Terciário e Quaternário na Região da Barra da Tijuca

Uma visão abrangente sobre a XXIV RA permite ratificar o forte papel dos setores terciário e
quaternário tão marcantes ao longo dos principais eixos viários que garantem acesso entre os bairros
que a integram _ Av. das Américas e Av. Ayrton Senna. Em termos de atividades terciárias
(comércio e prestação de serviços em geral) observa-se que o grande crescimento urbano dos
últimos dez anos fez com que o número de estabelecimentos atacadistas e varejistas também fosse
ampliado, somando hoje, dentre os principais grupos econômicos do ramo, 14 (quatorze)
hipermercados, sendo que quase 90% estão localizados no bairro da Barra da Tijuca, o que
confirma a maior demanda da região. Investimentos em shopping centers também foram
estimulados, assim como aqueles destinados especificamente ao ramo de decoração que somam
todos juntos ao todo cerca de 20 (vinte) empreendimentos presentes na região, também com grande
destaque para o bairro da Barra da Tijuca (80%) embora o número de investimentos imobiliários no
Recreio venha sinalizando para crescimentos futuros.

Hipermercados e Shoppings na AID – 2005

Hiper / Bairro Shopping / Mall Bairro


Supermercados

Prezunic Recreio Recreio Shopping Recreio

Zona Sul Recreio Recreio Bandeirantes Recreio

Mini Market Barra da Tijuca Barra World Recreio

Carrefour Barra da Tijuca Itaúna Shopping Barra

Makro Barra da Tijuca Shopping Las Palmas Barra

Zona Sul Barra Barra da Tijuca Rio Design Center Barra

Continente Barra da Tijuca Millenium Barra

Pão de Açúcar Barra da Tijuca Shopping Novo Barra


Leblon

Extra Barra da Tijuca InfoBarra Barra

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Bom Marche Barra da Tijuca Midtowon Barra

Portfood Barra da Tijuca New York City Barra


Center

Zona Sul Barra da Tijuca Barra Shopping Barra

Sendas Barra da Tijuca Casa Shopping Barra

Mundial Barra da Tijuca Via Parque Barra

- - Barra Square Barra

- - Barra Garden Barra

- - Cittá America Barra

- - Down Town Barra

- - Itanhangá Center Itanhangá

- - Barra Point Barra

- - Barra Top Barra

Fonte: RioTour – 2004 e COHIDRO_ Aferições em campo/05

É também visível o processo migratório das grandes corporações para a Barra da Tijuca,
sinalizando para a consolidação à médio e longo prazos desta região como o grande centro de
inteligência do Rio de Janeiro. O eixo da Av. das Américas vem sendo palco de grandes
investimentos voltados aos centros empresariais, munidos do que existe em mais avançado em
termos tecnológicos, de modo a garantir velocidade na transmissão de som e imagem. Mais
recentemente, projetos arquitetônicos e urbanísticos vêm acoplando além das funções comerciais e
de negócios, espaços destinados ao uso cultural e esportivo, consolidando verdadeiros complexos
interativos aos executivos dos novos tempos, o que já prenuncia as propostas para o futuro Centro
Metropolitano do Rio de Janeiro onde também deverá ser somado o uso residencial, buscando
diminuir os grandes períodos de tempo gastos com os deslocamentos casa-trabalho-casa.

Na esteira do segmento coorporativo, cabe relembrar também o crescimento do número de hotéis no


bairro da Barra da Tijuca nos últimos anos (já considerado como forte ramo de atividade no setor
quaternário), sem falar na oferta de apart-hoteis (ou hotéis residência) que marcam forte presença
também no bairro conforme indica quadro abaixo. A necessidade de expansão da oferta hoteleira na
cidade munidos de instalações apropriadas para receber expressivo número de participantes em

529
eventos vem fazendo com que os empreendedores do setor invistam na região, embora as grandes
dificuldades com os acessos viários e transportes tragam certa preocupação aos hoteleiros. No
entanto, a proximidade com o Rio Centro, maior centro de convenções da América da Latina, se
apresente como aspecto amplamente positivo, sem falar da beleza natural da região.

Hotéis, Apart-Hoteis e Pousadas na AID _ 2004

Hotel Bairro Apart-Hotel Bairro

Entremares Barra Alfa Plaza Barra

Meliá Confort Barra Barra Beach Barra

Praia Linda Barra Barra Bella Barra

Royalty Barra Barra Leme Barra

Sheraton Barra Barra Barra Palace Barra

Tropical Hotel Barra Golden Cost Barra

Windsor Barra Barra La Reserve Barra

Transamérica Barra Ocean Drive Barra

Paradiso Barra Rio Hotel Resid. Barra

Atlântico Sul R. Bandeirantes Sol da Barra Barra

Caravelle R.Bandeirantes Sunset Drive Barra

Mykonos R. Bandeirantes Sunshine Crive Barra

Barra Sol (**) ??? Transamérica Barra

- - Varandas da Barra Barra

Fonte: Riotur/2004

No tocante mais especificamente às atividades inerentes ao setor quaternário ratifica-se a presença


acentuada de empreendimentos voltados ao entretenimento na Barra da Tijuca, sejam estes
culturais, de esporte ou para lazer de modo geral. É interessante notar que as principais ofertas em
termos culturais (teatros, cinemas, casa de cultura, casas de espetáculos) ainda estão concentradas
no bairro da Barra da Tijuca pela própria situação residencial mais consolidada. De qualquer modo,
estima-se que venha a ocorrer expansão destes estabelecimentos para o Recreio dos Bandeirantes
em futuro próximo, enquanto as atividades de entretenimento mais ao ar livre deverão encontrar
mais disponibilidade nos grandes lotes em Vargem Grande ou em Vargem Pequena, bairros que

530
vem se configurando como centros gastronômicos, considerando os restaurantes de rua
(principalmente em Vargem Grande). O mapa adiante espacializa estas informações. Convém
lembrar que os restaurantes na Barra da Tijuca, por estarem na sua grande maioria, localizados em
shoppings não foram marcados.

Teatro Bairro Cinema Bairro Casas Bairro


Espetáculo

Grand.Atores Barra Estação Rio Barra Ribalta R.


Design (3) Bandeirantes

BarraShop. Barra NewYork Barra Claro Hall Barra


(18)

De Lona Barra DownTown Barra Garden Hall Barra


(12)

Suassuna Barra Via Parque Barra


(4)

A. Fagundes Barra Estação Barra


Barra Point
(3)

Recreio R.
Shopping (4) Bandeirantes

Fonte: RioTour/2004 e COHIDRO- Aferições em campo / 05

Nota: (x) Nº de salas de cinema.

Pq Temático Bairro Atividade. Bairro


Gastronômica

Fz Alegria (1 Vg Pequena Horse Shoe Vg Grande

Bwana Parq Vg Pequena Alpendre Vg Grande


(1

Terra Barra Quinta Vg Grande


Encantada

Pq Mônica (1 Barra Gepetto Vg Grande

- - Skuna Vg Grande

- - Atelier Araujo Vg Pequena

531
- - Barreado Vg Pequena

- - Gugut Vg Grande

- - Manduca´s Vg Grande

- - Forno Vovô R. Bandeiran.

- - Kaçuê Recreio

- - Caravelle R. Bandeiran.

- - Beco do Barra
Alemão

- - Herr Pfeffer Barra

Fonte: RoTour/04 Nota: (1) De acordo com informações recentes encontra-se fechado.

É interessante observar a grande presença de clubes com atividades esportivas e de lazer na região,
apesar da autonomia que os condomínios fechados (multi ou uniresidenciais) apresentam,
oferecendo as mais variadas modalidades esportivas em seus espaços Destaque pode ser dado aos
clubes que, dispondo de terrenos mais amplos e generosos acabaram instalando centros de
treinamento esportivos para atletas, como é o caso do Clube do Zico e do Vasco da Gama ( que
também tem sede social para os associados), ambos localizados no Recreio dos Bandeirantes.
Observa-se, contudo, que muitos dos espaços ainda atualmente ocupados pelos clubes, de modo
geral, poderão sofrer pressão do ramo imobiliário, na medida que são espaços dotados de excelente
localização.

Primário: Atividades ainda Presentes

Conforme já abordado na AII, o setor primário traduz-se nas atividades agropecuárias, nas
atividades pesqueiras e naquelas de extração sejam vegetais ou minerais.

De modo geral, considerando toda a abrangência da XXIV-RA, pode-se afirmar que as atividades
agropecuárias são basicamente inexistentes, salvo situações onde predominam as práticas de
subsistência. Contudo, cabe ressaltar para algumas propriedades históricas entre o Recreio dos
Bandeirantes e Vargem Grande e que ainda vem se mantendo na região _ Fazenda Granja Calábria
e Parque Novo Recreio, ambas do mesmo proprietário.

532
A Fazenda Granja Calábria:

O empreendimento Granja Calábria é uma propriedade agrícola existente no bairro do Recreio dos
Bandeirantes desde da década de 50, ocupando uma área de 6.000.000 m2, onde, atualmente, se
desenvolve atividades de agropecuária. De acordo com informações disponibilizadas para consulta
o empreendimento se encontra licenciado por órgãos da esfera municipal, estadual e federal de
competência, principalmente por aqueles relacionados às práticas agrícolas. A Fazenda está situado
na Avenida Benvindo de Novaes, lote 01 do PA 42402 e PA 42403 , no bairro do Recreio dos
Bandeirantes na Cidade do Rio de Janeiro. O acesso ao empreendimento pode ser feito tanto pela
Avenida das Américas, quanto pela Estrada dos Bandeirantes até a Avenida Benvindo de Novaes.

O empreendimento encontra-se em operação há anos, empregando em torno de 50 pessoas de


diferentes áreas do conhecimento, incluindo campeiros, agricultores, operadores de tratores
agrícolas, técnicos agrícolas, engenheiro agrônomo e veterinário, contemplando também as
seguintes instalações físicas, quais sejam, 02 galpões para bovinos; 02 galpões para bubalinos; 02
galpões para frango; 03 galpões para suínos; 02 galpões para caprinos; 01 galpão para ovinos; 01
galpão para ferramentas e equipamentos; 02 haras para eqüinos; 10 casas para trabalhadores; 03
câmaras frigoríficas.

A granja conta com um rebanho de 7.650 cabeças, com destaque para as galinhas ( 65%), seguido
dos búfalos (12%), conforme indica tabela abaixo.

Rebanhos da Fazenda Granja Calábria

Rebanho Quantidade

-Búfalos 800
-Bovinos (vacas) 200
-Eqüinos (cavalos, pôneis, jumentos, pequiras) 700
-Caprinos (cabras e carneiros) 300
-Galinhas 5.000
-Patos, marrecos, gansos 200
-Suínos 400
-Ovinos 50
Total 7.650
Fonte: Fazenda Granja Calábria-2005

533
Além das atividades pecuárias, existe também a produção de espécies vegetais, como:plantações de
coqueiros (1.000); pomar (com todas as espécies de plantas frutíferas possíveis);capineiras e
canaviais; e milharal.

Fazenda Parque Recreio

O empreendimento Fazenda Parque Recreio é um projeto destinado à produção e comercialização


de produtos agrícolas, estruturado de forma a ser aberto à visitação pública, servindo de modelo
para a educação agrícola e ambiental que se encontra inserido numa área de 2.000.000 m2 no bairro
do Recreio dos Bandeirantes.

De acordo com depoimentos do empreendedor, a proposta a ser implementada caminha no sentido


de proporcionar a comercialização de tecnologias, máquinas, equipamentos e produtos horti-
frutigranjeiros, flores e diversos animais nacionais e importados. A proposta para o
empreendimento apresenta também um caráter didático voltado para crianças e adultos, onde o
usuário poderá ter oferta de lazer, tendo a oportunidade de vivenciar a vida cotidiana de uma
fazenda sem precisar sair da região Metropolitana do Rio de Janeiro. O programa contempla ainda
restaurantes, quiosques, pavilhão para feiras, eventos e grandes atrações. A previsão dos
empreendedores é que, o pico máximo de visitação chegue a 3.500 pessoas por dia e 23.000 pessoas
por semana. Segundo informações na Fazenda o empreendimento encontra-se licenciado por órgãos
da esfera municipal, estadual e federal de competência. O terreno onde está implantado o
empreendimento está situado na Avenida Benvindo de Novaes, lote 01 do PA 42404, no bairro do
Recreio dos Bandeirantes. Geograficamente, o empreendimento está situado na Baixada de
Jacarepaguá, localizada entre os Maciços da Pedra Branca e da Tijuca, na região central do
território do Município do Rio de Janeiro. Os acidentes geográficos próximos mais importantes são
os morros do Urubu, Portelo e Amorim, além da Pedra do Calembá. Assim como mencionado em
relação a Fazenda Granja Calábria, o acesso ao empreendimento pode ser feito tanto pela Avenida
das Américas, quanto pela pela Estrada dos Bandeirantes até a Avenida Benvindo de Novaes.

O empreendedor pretende como mercado-alvo os produtores, fazendeiros e empresários do ramo


agrícola, bem como o consumidor de todo o território nacional dos gêneros alimentícios e
ornamentais que serão ali produzidos.Constitui o mercado-alvo também, a população interessada

534
em visitar as instalações da fazenda, sob forma de lazer e entretenimento bem como a .comunidade
científica ou em idade escolar de todas as unidades da federação, que terá acesso franqueado ao
empreendimento para desenvolver trabalhos de pesquisa científica e consultas bibliográficas.

O empreendimento encontra-se em fase de instalação, sendo concluídas as obras de urbanização da


extensa área e iniciando a implantação do projeto de paisagismo, que compreende as etapas de
preparação do terreno, com a regularização através da colocação de aterro e de implantação de
sistemas e infra-estruturas físicas. De acordo com previsões do empreendedor a implantação do
empreendimento será feita num período máximo de 2 anos, sendo que a instalação do canteiro e boa
parte do aterro já se encontram praticamente realizadas. O empreendimento vem gerando
atualmente, de acordo com dados disponibilizados pelo empreendedor, cerca de 250 empregos
diretos, estando prevista a geração de mais 50 postos de trabalho diretos e 1.500 indiretos.

Quanto as instalações físicas, o empreendimento contemplará, de acordo com projeto já existente as


seguintes instalações (sendo que algumas já se encontram implantadas), (1) entrada e
estacionamento, (2) área com guaritas para controle do fluxo de veículos, (3) acesso principal, (4)
área para acesso público abrigando as bilheterias, apoio da administração, sanitários e lojas para
venda de souvenir e produtos da fazenda, (4) cinco quiosques destinados ao público para venda de
produtos alimentícios produzidos na fazenda, (5) restaurante destinado ao público, com o consumo
de todos os produtos produzidos no empreendimento, (6) vinte galpões grandes destinados ao
cultivo de vegetais e criação dos animais como: bovinos, búfalos, cavalos, pôneis, ovelhas, cabras,
suínos e coelhos, (7) quinze galpões pequenos com funções específicas, destinados à exposição de
aves e peixes, fabricação de laticínios, aluguel de cavalos e orquidário, (8) restaurante da
administração destinado aos funcionários, (9) pavilhões de exposição destinados à atividades
agropecuárias para a venda dos produtos da fazenda, tais como: produtos alimentícios, ração para
animais, insumos agrícolas, maquinário e outros, sendo que o empreendimento já conta com 1
pavilhão com área útil de 3.000 metros quadrados de acordo com informações do empreendedor,
(10) setor de feiras agropecuárias e exposições com área descoberta de aproximadamente 15.000 m²
destinada a feiras agropecuárias e de exposições agrícolas que será sublocada por empresas do ramo
de eventos agropecuários segundo previsão inicial dos empreendedores, (11) fábrica de laticínio no
setor de produção e industrialização de derivado de leite, (12) fábrica de ração, também no .setor de
produção para alimentação dos animais presentes no empreendimento, (13) laboratório de peixes
que funcionará em um .galpão composto por um moderno laboratório de peixes, com reprodução de

535
espécies de água doce e salgada, inclusive os ornamentais, (14) quatorze lagos artificiais,
totalizando 250 mil metros quadrados de área de lâmina d´água, para a criação de diversos peixes,
estando hoje presentes o pacu, tambaqui, tilápia, carpas diversas, robalo e pintado. Segundo
previsões do empreendedor deverá ser totalizado rebanho de cerca de 25.000 cabeças, com as
seguintes criações conforme a seguir:

Rebanho Fazenda Parque Recreio

Animais Quantidade
-Búfalos 400
-Bovinos (vacas) 400
-Eqüinos (cavalos, pôneis, jumentos, pequiras) 700
-Caprinos (cabras e carneiros) 500
-Galinhas 15.000
- Ovinos 500
-Patos, marrecos, gansos 1.000
-Codornas e aves exóticas 3.000
-Suínos 600
-Coelhos 2.000
-Avestruz 100
Total 25.000
Fonte: Fazenda Parque Novo Recreio / 2005-11-17

Além desses animais é prevista a criação de rãs, do bicho da seda, criação de escargot dispostos em
três lagos (já construídos – vide documentação ftográfica Meio Antrópico) para criação de peixes,
destacando os seguintes: tambaqui, pacu, surubim, tilápia, carpas diversas, robalo, pintados. Além
da produção e exposição animal, haverá também produção e exposição de espécies vegetais, como
culturas hidropônicas diversas, flores e jardins ornamentais; plantações de coqueiros (20.000);
pomar (com todas as espécies de plantas frutíferas possíveis).A produção dessas espécies vegetais
está revista para ocorrer em estufas (greenhouse) modernas, com tecnologias importadas, para
produzir flores e frutos fora da época da safra.

Ainda no que tange ao setor primário na AID, reafirma-se a presença das colônias pesqueiras
APERBAN (localizada próxima a Lagoinha), ASPEBÁGUA (localizada às margens da Lagoa de
Jacarepaguá na foz do rio Marinho), APELABATA (junto ao Canal da Joatinga e que é filiada à
colônia Z-13 na Lagoa Rodrigo de Freitas e em Copacabana), cujas informações quantitativas e
qualitativas já foram descritas na AII.. Cabe destacar para o fato de que embora a ASPEBAGUA

536
seja a colônia com maior número de associados (350) esta vem apresentando menor quantidade de
pescado por tonelada (5 t apenas, se comparado este numero ao das demais colônias da região _ 15 t
na ASPERBAN e 9 t na APELABATA).

Quantidade e Tipo de Pescado na AII _ 2005


Associação Associados Pescado
Qt Tipo do Local (água)
(t) Pescado
ASPEBAGUÁ 350 5 Tilápia, Lagoa
tainha e Jacarepaguá
robalo (Doce/salobra)
ASPERBAN 14 15 Lagoinha
(doce)
APELABATA 70 9 Mar (salgada)
Fonte: COHIDRO _ Pesquisa de Campo / 05 junto às Associações de Pescadores

Quanto às atividades relacionadas à exploração mineral, esta já foi mais acentuada na Área de
Influência Direta do empreendimento. Atualmente, segundo informações obtidas na região, várias
saibreiras estão desativadas ou com baixa capacidade exploratória. Destaca-se na área a jazida para
extração de brita – a IBRATA Mineração Ltda, localizada na Estrada dos Bandeirantes, em Vargem
Pequena tendo como atividade mineral a lavra de granito (pedra britada) em extensão de 33,937 ha ,
com licença de operação sob processo da FEEMA número 201.148/98 e junto ao DNPM
808.641/75 e 808.415/75

A IBRATA conta com um contingente de funcionários subdivididos no seguintes setores sendo 16


administrativos e 54 na área de produção. O empreendimento conta com 1 escritório central;1
refeitório;1 almoxarifado;1 oficina (com serviços de mecânica, elétrica, lanternagem e pintura);1
borracharia;1 posto de serviços, 2 paióis (explosivos e acessórios) e 1 núcleo de britagem

A IBRATA foi fundada em 1969 e teve seu início de funcionamento no ano de 1973. Sua formação
foi baseada no Decreto “E” nº 2.757 de 10 de abril de 1969, do então Governo do Estado da
Guanabara, que definiu as regras de disciplina de exploração de pedreiras do Rio de Janeiro,
estabelecendo suas condições de segurança ambiental, conveniência urbanista e econômica. De
acordo com essas regras, em 1º de março de 1973, o Governo editou o Decreto “E” nº 6.072,
considerando núcleo industrial o terreno delimitado pela planta nº 556, organizado pela Secretaria
de Obras Públicas, situada no fim da Estrada da Boca do Mato, na XXIV Região Administrativa do
Rio de Janeiro.

537
A IBRATA Mineração é concessionária de 02 (dois) Decretos de Lavra. O primeiro deles, o
Decreto nº 81.168 é registrado no Departamento Nacional da Produção Mineral – DNPM pelo
Processo nº 808.641/75, e o segundo, o Decreto nº 096/85, é registrado no DNPM pelo Processo nº
802.415/75. A Licença de Operação expedida pela Fundação Estadual de Engenharia do Meio
Ambiente – FEEMA é de nº 347/98, cujo Processo de origem é o de nº E-07/201.148/98. O Alvará
expedido pela Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro é de nº 04.216.022/92. A inscrição estadual é
de nº 83.087.156 e o CNPJ é de nº 30.161.582/0003-10.

A área total da IBRATA Mineração é de aproximadamente, 2.000.000 m2 sendo a área de lavra de,
aproximadamente, 360.000 m2, e já explorados cerca de 100.000 m2. As poligonais do Decreto de
Lavra são (1) Áreas do Decreto A: polígono irregular, com um vértice à 425 m, no rumo verdadeiro
de 350 NE, do canto NE da ponte na Estrada dos Bandeirantes sobre o Rio Calembá e os lados a
partir desse vértice, os seguintes comprimentos e rumos verdadeiros: 175 m – S; 100 m – E; 125 m
– S; 75 m – E; 150 m – S; 175 m – E; 50 m – N; 50 m – E; 25 m – E; 75 m – E; 50 m – N; 50 m –
N; 75 m – E; 25 m – N; 125 m – E; 25 m – N; 100 m – E; 150 m – N; 25 m – W; 150 m – N; 225 m
– W; 50 m – S; 75 m – W; 50 m – S; 250 m – W; 100 m – S; 400 m – W, (2) Área do Decreto B:
polígono irregular com um vértice a 1.280 m, no rumo verdadeiro de 760 ZE, do canto leste da
ponte da Estrada dos Bandeirantes sobre o Rio Calembá e os lados a partir desse vértice, os
seguintes comprimentos e rumos verdadeiros: 112 m – N; 25 m – W; 448 m – N; 740 m – E; 288 m
– S; 488 m – W; 272 m – S; 227 m – W.

A atual exploração está sendo desenvolvida no Decreto A, descrito acima, em uma área de 10
ha.Hoje em dia, o processo de lavra é projetado para suprir a produção requerida de 45.000 m3/mês.
A IBRATA atua no mercado da construção civil, com produção de britas, a partir de rochas
graníticas, com uma produção mensal de 45.000 m3 mensais, divididos em (1) :pó de pedra =
,
11.500 m³ , (2) brita 0 = 4.000m3, (3) pedrisco bruto = 8000 m³, (4) brita 1= 18.000 m 3; (5) brita
, ,
2 = 3.200 m³, (6) brita 3 = 3.300 m³, (7) brita 4 = retirada no meio do processo, (8) pedra de mão
= também retirada no meio do processo. Hoje a empresa comercializa seus produtos
preferencialmente para os municípios da região metropolitana do Grande Rio o que lhe proporciona
um grande respaldo para a continuação de suas atividades, posto que sempre foi cumpridora de suas
obrigações contratuais, fornecendo matéria prima de alta qualidade para a construção civil.

538
Quanto as demais áreas com exploração mineral citam-se jazidas com exploração de areia e de
argila próximo a Av. das Américas, já no Recreio dos Bandeirantes que atende parte da demanda da
construção civil o bairro e, já o bairro do Itanhangá existem duas áreas para exploração de granito.

539
INSERIR MAPA ATIVIDADES ECONÔMICAS SETOR TERCIÁRIO

540
INSERIR MAPA ATIVIDADES ECONOMICAS SETOR QUATERNÁRIO

541
INSERIR MAPA ATIV. ECONÔMICAS SETOR PRIMÁRIO

542
O Setor Secundário: Sem Expressividade na XXIV RA- Barra da Tijuca

A espacialização dos dados mais adiante permite ratificar que a presença mais relevante das
atividades secundárias na região concentra-se mais ao norte da Baixada de Jacarepaguá, mantendo-
se sem expressividade no âmbito dos bairros que integram a XXIV RA. No bairro da Barra da
Tijuca algumas unidades referem-se a presença de instalações voltadas a produção de máquinas e
equipamentos, localizadas na Av. Ayrton Senna. Outras, já no Recreio dos Bandeirantes estão
voltadas à produção têxtil e de minerais não metálicos. As demais, já localizadas em Vargem
Grande encontram-se pontualmente instaladas para a produção farmacêutica (Knoll Produtos
Químicos e Farmacêuticos) e para a produção têxtil (Anina Indústria e Comércio de Fechos).
Contudo, não configuram pólo industrial na região.

Porém, ainda no que diz respeito ao setor secundário cabe destacar para às atividades no ramo da
construção civil, principal indústria de transformação na região, uma das que mais crescem no Rio
de Janeiro conforme analisado. O mapa a seguir espacializa recentes lançamentos de acordo com
informações da ADEMI (Associação das Empresas do Mercado Imobiliário) de 2004.

543
INSERIR MAPA ATIVIDADES EECONOMICA SETOR SECUNDARIO

544
7.2.3.5. INFRA-ESTRUTURA FÍSICA E SOCIAL

• Infra-Estrutura Física:

Sistema Viário

A abordagem temática referente ao sistema viário que atende a XXIV RA- Barra da Tijuca deve ser
compreendida à luz do contexto maior apresentado em relação a AII _ Bacia Hidrográfica de
Jacarepaguá. Com visão mais focada sobre os principais eixos arteriais que garantem acessibilidade
intra e inter-bairros, destaca-se na AID a Av. das Américas, principal eixo viário de deslocamento
no sentido leste –oeste ligando a região a Zona Sul da cidade a partir do Túnel Lagoa-Barra, cujo
prolongamento atravessa os bairros do Joá, da Barra da Tijuca e do Recreio dos Bandeirantes.
Como já descrito em termos de hierarquização viária, a Av. das Américas caracteriza-se por ser
uma Via Arterial Principal, caracterizada por interseções em nível, geralmente controlada por
semáforo, com acessibilidade aos lotes lindeiros e às vias secundárias e locais, possibilitando o
trânsito entre as regiões da cidade 1 Seu prolongamento se dá ultrapassando o entroncamento com a
Av. Ayrton Senna, através de pista suspensa (sobre o Terminal Rodoviário da Alvorada), vindo a
cruzar com a Av. Salvador Allende, limite entre os bairros da Barra da Tijuca e Recreio dos
Bandeirantes pelo qual estende-se sobre o Canal de Sernambetiba, cruzando a Estrada Vereador
Alceu de Carvalho até a Estrada do Pontal, próximo a Grota Funda.

Dados aferidos em 2003 pela CET-Rio indicam o resultado dos volumes horários aplicados
simultaneamente na interseção semaforizada, correspondente ao pico horário entre 18 e 19 horas.

1
Código de Trânsito Brasileiro (Anexo I – Dos Conceitos e Definições)

545
Av. Luis
Carlos Prestes
1370 5 1904
7
385
1
6
2354

SÃO CONRADO
CEBOLÃO Av. das Américas
2 2532
RECREIO

3217
4

Av. das Américas

2658
3

Volume de Tráfego
4ª Feira(09/04/03)
18:00 às 19:00

Nessa interseção crítica quase em frente ao Barra Shopping foram registrados os maiores picos
horários no mesmo sentido, qual seja São Conrado, entre 7 e 8 horas com 5.584 veículos e de 5.875
veículos entre 18 e 19 horas. O Tráfego Médio Anual aferido em 2002 pela CET-Rio já era naquele
ano de 128.060 veículos, dos quais 68.290 no sentido Barra / São Conrado e de 59.770 no sentido
inverso.

Os ciclos de sinais utilizados pela CET-RIO apresentam pequena variação entre o pico matinal e o
pico noturno, conforme são mostrados a seguir obtidos através de medições expeditas realizadas in
loco em AGO/03.

546
CONTAGEM VOLUMÉTRICA DE VEÍCULOS POR SENTIDO
(Local: Av. das Américas 3979, entre Rua Maria Philomena Lages e Av. Gen. Felicíssimo Cardoso.)
( 4ª feira 09/04/02)
7000

5875
6000 5584

5000

4000
VOLUME

3000

2000

1000

0
0-1

1-2

2-3

3-4

4-5

5-6

6-7

7-8

8-9

9-10

10-11

11-12

12-13

13-14

14-15

15-16

16-17

17-18

18-19

19-20

20-21

21-22

22-23

23-00
HORA À HORA

Sentido Recreio Sentido São Conrrado

A seguir fornece-se a distribuição do volume horário de tráfego (fluxo 5 do croqui) que atravessa a
Av. das Américas, obtida através das contagens automáticas realizadas pela CET-RIO, quando foi
registrado o pico horário, entre 18 e 19 horas. O que fica claro é que o volume de tráfego nas
transversais à Av. das Américas apresenta dificuldade em face da fila excessiva que é decorrente da
sinalização semafórica, que apresenta 90% de probabilidade de armazenar até 42 veículos por faixa.

547
CONTAGEM VOLUMÉTRICA DE VEÍCULOS
(Local: Av. das Américas 3979, BARRA SHOPPING ( 2ª feira 18/11/02)

1600

1370
1400

1200

1000
VOLUME

800

600

400

200

0
0-1

1-2

2-3

3-4

4-5

5-6

6-7

7-8

8-9

9-10

10- 11

11- 12

12- 13

13- 14

14- 15

15- 16

16- 17

17- 18

18- 19

19- 20

20- 21

21- 22

22- 23

23- 00
HORA À HORA

SHOPPING

Nas baias dos retornos acumulam veículos acima da capacidade de armazenamento ensejando
modificações por parte do poder público, da mesma forma no tocante a travessia dos pedestres na
Av. das Américas onde se deve considerar não apenas o tempo de impaciência, mas do tempo que
precisa para atravessá-la, em função da distribuição da idade dos pedestres, que por sua vez define a
sua velocidade. Assim, observa-se que o acúmulo de veículos nas baias para o retorno ou travessia
da Av. das Américas em vários pontos é um dos principais problemas qu vem considerados
prioritários no tocante ao deslocamento de veículos neste eixo, com nítida invasão da faixa da via
principal, reduzindo sua capacidade de escoamento e ampliando os riscos de acidente.

548
AVENIDA DAS AMÉRICAS

Cabe registrar, que em 1994, o tráfego total da Av das Américas era de 99.640 veículos, que
comparado ao de 128.060 em 2002, apresentou nesse período taxa geométrica de crescimento de
3,2% ao ano.

Após o Cebolão (Terminal Rodoviário da Alvorada), no sentido Recreio, são fornecidos a seguir os
volumes horários no pico registrados entre 18 e 19 horas constantes do croqui:

549
Av. General Olinto Pillar
1

1828
SÃO CONRADO

RECREIO
CEBOLÃO Av. das Américas
2 2249

2060
4
2

1830
3

Volume de Tráfego
Av. General Olinto Pillar
5ª Feira(08/11/01)
17:00 às 18:00

A Prefeitura vem investindo nessa área no sentido de melhorar as condições operacionais, como
mostram as fotos obtidas no "site" da Secretaria Municipal de Obras e de Serviços Públicos, tendo
em vista o grande crescimento imobiliário no bairro e o conseqüente aumento demográfico já
analisado.

550
Av.das Américas entre o Cebolão
e o RECREIO

Também classificada como Via Arterial Principal dentro da AID tem-se a Av. Ayrton Senna que dá
prosseguimento ao fluxo que vem da Linha Amarela, ao norte da Baixada de Jacarepaguá.

Seu volume de tráfego apresenta variações permanentes que ocorrem nos sub-intervalos de hora,
nos intervalos horários, diários, mensais e anuais e hoje em dia ainda apresenta uma outra variação
não comum na bibliografia corrente que é aquela motivada pela insegurança dos usuários nos
períodos noturnos e da madrugada.

A contagem volumétrica horária de tráfego realizada pela CET-RIO nas 24 horas do dia é suficiente
para determinar o Tráfego Médio Diário Anual, por exemplo, na Av. Ayrton Senna, aplicando a
metodologia de autoria do Prof. Mac Dowell, validada no relatório técnico da Linha Amarela2 em
face da riqueza de informações estatísticas de tráfego, devido ao fato de ser uma rodovia concedida.
No croqui apresentado a seguir, mostra-se para um dos dias contados pela CET-RIO, através de
contadores automáticos aplicados simultaneamente na interseção semaforizada no pico matinal,
entre 8 e 9 horas, os volumes horários registrados.

Fonte: 2 Mac Dowell, Fernando, Reavaliação da Concessão da Linha Amarela, Parecer Técnico Conclusivo,
Secretaria Municipal de Transportes, Prefeitura da Cidade Do Rio De Janeiro, Out/2003.

551
BARRA DA TIJUCA

Volume de Tráfego

AV. ABELARDO
5ª Feira(28/02/03)

BUENO
08:00 às 09:00

475
AV. AYRTON 3 AV. AYRTON
SENNA SENNA

18
04 1
PTE. SANTOS
DUMONT
AV. AYRTON
2
2465 SENNA

3 4269

CIDADE DE DEUS
RETORNO
3
4

Ilustra-se a seguir, para outra 5a Feira, dia 21/02/02 as distribuições dos volumes horários de
tráfego na Av. Ayrton Senna por sentido nessa interseção crítica, onde se pode observar os picos
horários registrados correspondentes.

552
CONTAGEM VOLUMÉTRICA DE VEÍCULOS POR SENTIDO
Local: Av. Ayrton Senna, entre Av. Emb. Abelardo Bueno e Av. Isabel Domingues.( 5ª Feira 21/02/02)
6000

5396
5219
5000

4000
VOLUME

3000

2000

1000

0
0-1

1-2

2-3

3-4

4-5

5-6

6-7

7-8

8-9

9-10

10-11

11-12

12-13

13-14

14-15

15-16

16-17

17-18

18-19

19-20

20-21

21-22

22-23

23-00
HORA À HORA

Sentido Barra Sentido Linha Amarela

Verifica-se que ocorre quase um patamar de volumes horários de tráfego, no sentido da Barra,
comparativamente ao sentido inverso. O Tráfego Médio Diário Anual no ano de 2002, determinado
probabilisticamente, atingiu 118.560 veículos, dos quais 60.820 no sentido Barra / Fundão e de
57.740 no sentido inverso. O volume máximo de tráfego registrado ocorreu entre 8 e 9 horas no
sentido Barra com 5.396 veículos registrados, enquanto no sentido contrário 5.219 veículos por hora
entre 18 e 19 horas. Por outro lado, o número de horas congestionadas por ano na Av. Ayrton Senna
é de 659 horas no sentido da Barra da Tijuca e de 659 horas no sentido Fundão (vide expressão
matemática apresentada na AII)

Por outro lado, os ciclos de sinais utilizados pela CET-RIO basicamente não variam nessa via,
conforme são mostrados a seguir como resultado do levantamento realizado in loco em Ago/03.

553
Esse ciclo de sinal atuante no período de pico matinal dá vazão por sentido a 1.798 veículos por
hora e por faixa na Av. Ayrton Senna, permitindo que no chamado contorno atenda-se até 1200
veículos por hora.

Entretanto, esse volume é muito superior ao volume horário real que atravessa essa Avenida nesse
horário, mesmo para o maior volume horário registrado que foi de 749 veículos e mesmo assim só
ocorreu entre as 14 e 15 horas, conforme pode ser visto no gráfico de distribuição dos volumes
horários contados pela CET-RIO, mostrados para três dias diferentes identificados na figura que se
segue.

554
CONTAGEM VOLUMÉTRICA DE VEÍCULOS POR SENTIDO
Local: RETORNO)
800

749
700

600

500
VOLUME

400

300

200

100

0
0-1

1-2

2-3

3-4

4-5

5-6

6-7

7-8

8-9

9-10

10-11

11-12

12-13

13-14

14-15

15-16

16-17

17-18

18-19

19-20

20-21

21-22

22-23

23-00
HORA À HORA

21/2/2002 28/2/2002 1/3/2002

Como a área de armazenamento no local não deve ser superior a 30 veículos e mantendo as mesmas
condições expostas anteriormente, esse volume horário de tráfego no contorno não deve ser superior
a 844 veículos por hora que corresponde à probabilidade de 90% de não ser ultrapassada a
capacidade física de armazenamento, sobre pena de interferir na fluidez do tráfego da via principal.

Por outro lado, sobre o ponto de vista ambiental, quanto menor for o a soma dos produtos em cada
sentido do tempo médio de atraso por veículo pelo volume horário de tráfego por hora escoado na
interseção, tanto menor será a emissão de CO (Monóxido de Carbono) enviado a atmosfera e ao
próprio interior dos veículos, da mesma forma. Tanto menor será também a emissão de Dióxido de
Carbono (CO2), e a quantidade de particulados. Assim, para escoar os mesmos volumes horários de
tráfego registrados, nas contagens da CET-RIO sob o ponto de vista ambiental, o ciclo desse sinal
deve ser de 94 segundos contra o atual ciclo de 123 segundos, resultando em redução de 7,4% na
emissão de CO e de CO2 em relação à situação atual.

É importante ressaltar que em 1993, portanto há 10 anos atrás nessa mesma Av. Ayrton Senna
(antiga Alvorada), o Tráfego Médio Diário nos dois sentidos era de 52.830, contra os atuais

555
118.560, ou seja, apresentou extraordinária taxa média anual de crescimento do tráfego de 9,4% ao
ano, em face da implantação da Linha Amarela. Já o pico horário no sentido Barra era de 2.602
veículos por hora contra os atuais 5.396, apresentando taxa geométrica de crescimento anual de
8,5%, portanto inferior a registrada para o volume de tráfego médio diário, como era de se esperar,
em vista à restrição de capacidade de escoamento no horário de pico. Em outras palavras, à medida
que se aumenta o volume horário de tráfego diário nessa via, tanto maior será o achatamento do
pico, ou seja, a relação entre o volume horário de pico dividido pelo tráfego médio diário será
menor.

Em face ao exposto, a Prefeitura eliminou essa interseção crítica, substituindo-a recentemente pela
alça / rótula mostrada a seguir, lindeira ao terreno da Vila Olímpica construída para os jogos Pan-
Americanos.

As demais vias que compõem o sistema de acessos que integra a AID são classificadas como Vias
Arteriais Secundárias, quais sejam:
(1) Av. Sernambetiba, principal eixo de acesso litorâneo que acompanha toda a extensão do
bairro da Barra da Tijuca até o Recreio dos Bandeirantes na saída da Av. Gilka Machado,
uma das principais vias coletoras daquele bairro;
(2) Av. Abelardo Bueno, que faz divisa dos bairros da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá na
porção extremo norte da XXIV RA. Importa salientar para a relevância deste eixo na
expansão residencial ao norte da Lagoa de Jacarepaguá, iniciada com a retomada do
empreendimento Rio 2, quase em frente ao Autódromo Nelson Piquet, o que fez com que

556
esta Avenida recebesse recentemente investimentos do setor público e privado para
melhorias urbanísticas, dentre as quais aumento do número de pistas de rolamento e
iluminação. O seu prolongamento, no sentido oeste, encontra a Av. Salvador Allende, eixo
que faz a divisa entre os bairros da Barra da Tijuca e o Recreio dos Bandeirantes;
(3) Av. Salvador Allende, eixo importante na garantia da acessibilidade ao bairro do Recreio
dos Bandeirantes (para que vem da Linha Amarela), vindo a dar acesso também a Av. das
Américas em seu entroncamento central. Cabe lembrar que após o cruzamento com a Av.
das Américas esta recebe o nome de Alfredo Baltazar da Silveira, via coletora, até encontrar
a Av. Sernambetiba ao sul;
(4) Estrada dos Bandeirantes, de grande sinuosidade por acompanhar as franjas do Maciço da
Pedra Branca, vem sendo o principal eixo de acesso aos bairros do Camorim, Vargem
Pequena e Vargem Grande na porção noroeste da AID. A interligação deste eixo mais
interiorano com a Av. das Américas se dá através da Av. Benvindo de Novaes, outra via
arterial secundária na região. Mais adiante, em sua porção extremo noroeste, a Estrada dos
Bandeirantes também mantém ligação litorânea através da Estrada Vereador Alceu de
Carvalho, via coletora que margeia o Canal de Sernambetiba.
(5) Estrada de Jacarepaguá, no lado oposto (extremo nordeste da XXIV RA) que cruza o bairro
do Itanhangá, permitindo mais fácil acesso ao Alto da Boa Vista.

557
INSERIR MAPA AID-SISTEMA VIÁRIO

558
Saneamento Básico

Assim como recomendado em relação ao item anterior (Sistema Viário) o entendimento sobre o
saneamento básico na AID deve ser absorvido dentro de um contexto maior de análise já descrito
em relação a AII, restando por enquanto olhar mais focado no que diz respeito ao atendimento dos
bairros que integram esta unidade espacial de análise pelos órgãos públicos de competência.
Importa salientar que para proceder-se à esta caracterização recorreu-se aos dados censitários do
IBGE emitidos no início soa anos 2000, o que pode, certamente, indicar alguma desatualização. No
entanto, considerando incursões realizadas em campo para contato com as associações de
moradores dos bairros de interesse observou-se pouca alteração no quadro informado por aquela
Fundação.

Abastecimento de Água

No que diz respeito ao abastecimento de água dos bairros que compõem a XXIV RA, dados
censitários de 2000 revelam que os bairros da Barra da Tijuca, Joá e Itanhangá encontram-se com
quase 100% de seus domicílios atendidos por rede pública, conforme indica mapa mais adiante. Já o
Recreio dos Bandeirantes vem se apresentando mais bem provisionado em sua ocupação mais
litorânea e em tecido urbano alastrado a partir da Av. das Américas, ainda apresentando, o entanto,
bolsões onde apenas de 20 a 40% dos domicílios encontram-se atendidos .A situação de
abastecimento de água apresenta-se mais crítica nos bairros de Vargem Grande e Vargem Pequena,
onde em muitos locais menos de 40% dos domicílios contam com este serviço público, ficando os
demais na dependência da captação individual, seja através de poços artesianos, seja através do
abastecimento através dos pipeiros ou através de captação ainda mais rudimentar em mananciais da
região. Surpreendentemente levantamentos censitários indicaram que apenas uma parte do bairro de
Vargem Grande tem a maior parte dos seus domicílios atendidos por abastecimento de água em
rede, ficando os demais domicílios em situação menos favorecida. Também chama a atenção o
atendimento no bairro do Camorim ( 100% dos domicílios atendidos).

Dentre os 5 (cinco) mananciais que abastecem a região da Bacia Hidrográfica de Jacarepaguá, cabe
destacar nesta análise aqueles que estão dentro da AID, quais sejam, (1) a represa do Camorim,
localizada no bairro que lhe atribui o nome, com vazão média de 120l/s, tendo como área de
influência parte de Curicica e de Vargem Pequena e (2) a represa do Sacarrão, localizada em

559
Vargem Grande, com vazão média de 20 l/s, tendo este bairro como área de influência. Segundo
dados mais genéricos

Também de acordo com informações mais genéricas da CEDAE a região conta também com a
presença de três reservatórios _ um em Vargem Grande, outro em Vargem Pequena e outro o
Itanhangá. Embora não tenham sido disponibilizadas maiores informações, de acordo com a
CEDAE para a área de influência da cada reservatório é obedecido o planejamento da rede tronco,
de acordo com o previsto no Plano Diretor de Abastecimento de Água (CEDAE). De acordo com
aquele órgão, considerando a espacialização da rede de abastecimento da região, a água que vem da
Estação de Tratamento do Guandu, pelo Túnel Guandu Novo, chega à caixa de Urucuia, em Vila
Valqueire. Daí segue, em linha de 1.750 mm de diâmetro para o Reservatório Reunião, na Praça
Seca. Daí sai uma primeira rede de abastecimento, de 700 mm de diâmetro, passando pelo Tanque,
Pechincha e Freguesia, através da avenida Geremário Dantas, e uma segunda, de 900 mm de
diâmetro, passando pela rua André Rocha, Curicica e avenida Salvador Allende. A primeira, a partir
da Freguesia, agora com 500 mm de diâmetro, segue pela Estrada de Jacarepaguá até a Barrinha.
Antes da Barrinha, na ponte sobre a Lagoa da Tijuca, há uma derivação desta rede, com diâmetros
variados de 250 mm, 300 mm, 400 mm e 500 mm, para atender o Jardim Oceânico, Tijucamar,
Avenida Prefeito Dulcídio Cardoso, Avenida Lúcio Costa (antiga av. Sernambetiba) e Avenida das
Américas. A segunda, tem uma derivação na estrada do Guerenguê, passa pela Cidade de Deus
(diâmetro de 1.200 mm) e chega à Avenida Ayrton Senna (diâmetro de 1.000 mm) até o Trevo das
Palmeiras (Cebolão). Daí, um trecho segue em 900 mm até encontrar a Avenida Sernambetiba e
outro trecho segue pela Avenida das Américas (400 mm de diâmetro) até o Recreio. A rede que
vem da rua André Rocha tem uma derivação ao atravessar a Estrada dos Bandeirantes que tem uma
outra derivação que segue a Estrada dos Bandeirantes (400 mm de diâmetro) para atender as regiões
de Camorim, Vargem Pequena e Vargem Grande.

Registra-se também a existência de uma elevatória, localizada no bairro do Itanhangá O mapa mais
adiante espacializa estas informações.

Conforme já informado anteriormente, o volume de água distribuída atualmente na Baixada de


Jacarepaguá é de 3,6 m3/s, sendo que a perda ocasionada por “espetos” (roubos) e vazamentos
chega a 30%, o que com a grande expansão residencial no Recreio dos Bandeirantes deverá
aumentar consideravelmente.

560
No que tange ao número de ligações por categoria e volume faturado, considerando a XXIV RA _
Barra da Tijuca que, dentro da AP-4, traduz--se em um dos distritos de água e esgoto pela CEDAE
(além da região administrativa de Jacarepaguá), dados de meados da década de 90 (1995)
divulgados pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, através do Anuário Estatístico da Cidade,
revelam que, até aquele período, a AP-4 representava cerca de 10 % das ligações do município
como um todo, computando cerca de 11% do volume faturado, conforme dados absolutos
apresentados adiante. Embora sem informações mais recentes por parte da CEDAE, sabe-se que o
grande crescimento demográfico ocorrido na AP-4 , permitem inferir que estes percentuais também
tenham sido acrescidos.

561
Ligações por Categoria Principal e Volume Faturado por Distrito de Água/Esgoto CEDAE /
1995 – Barra da Tijuca

Distrito Ligações Categoria % Vol. Faturado


Água/Esgoto Principal (m3)
Barra da Tijuca 8.023 Domiciliar 83,5 1.425.055
Município 649.015 Domicilia 89,5 44.762.677
Fonte: Anuário Estatístico da Cidade do Rio de Janeiro / 1998 - CEDAE /95

O mapa mais adiante espacializa, no que diz respeito aos bairros que integram a XXIV RA _ Barra
da Tijuca, as áreas em termos de percentual de domicílios atendidos por rede de abastecimento de
água, conforme último levantamento censitário realizado pelo IBGE para o Censo / 2000. Apesar do
grande crescimento demográfico observado na AP-4 nos últimos anos, conforme revelou análise
demográfica anterior, estas informações permitem ratificar o provisionamento em termos de
abastecimento de água por rede pública para as áreas onde se encontram as principais manchas de
densidades demográficas que já registraram, também de acordo com o último censo do IBGE, até
1.000 hab / há, em algumas localidades já ultrapassado este índice. Nestas áreas, segundo dados
secundários, de 80 a 100% dos domicílios encontram-se atendidos, ficando os demais dependendo,
na maioria das vezes de captação individual ou auxílio de carros-pipa.

No que tange ao abastecimento de água na região convém enfatizar que este serviço também deverá
ser equacionado adequadamente no futuro, com a distribuição da água tratada a ser fornecida em
bloco pela CEDAE, além da construção de reservatórios e linhas-tronco considerando,
principalmente, a necessidade de urbanização das áreas na parte ocidental da Baixada de
Jacarepaguá, como nos bairros do Recreio dos Bandeirantes e as Vargens Pequena e Grande.
Mesmo assim o auemnto populacional permite fazer o anuncio do seu colapso até o ano de 2008,
caso não sejam realizados investimentos públicos adequados.

562
INSERIR MAPA AID - ABASTECIMENTO DE ÁGUA

563
Esgotamento Sanitário

Como já é de conhecimento público o esgotamento sanitário na região de inserção das intervenções


pretendidas constitui-se em um dos maiores comprometimentos. Assim, a análise sobre o
esgotamento sanitário na AID segue a mesma leitura realizada em relação a AII. Considerando
dados censitários também levantados pelo IBGE em relação ao ano 2000 observa-se que realmente
a situação é preocupante, embora ainda caiba o mesmo comentário crítico tendo em vista possíveis
leituras desatualizadas em um prazo de 5 anos.

De qualquer modo, baseado nas informações disponibilizadas pelo IBGE, observa-se que apenas
alguns setores são atendidos por coleta de esgoto em rede, com melhor situação no bairro da Barra
da Tijuca, principalmente em locais com maior densidade demográfica (hab/há) Este
provisionamento, contudo, é basicamente inexistente se considerado o restante dos bairros que
integram a XXIV –RA, preocupando alguns cenários onde a taxa de crescimento populacional é
maior e exponencialmente positiva, como é o caso do Recreio dos Bandeirantes, que inclusive não
terá seus domicílios ligados ao Emissário Submarino da Barra da Tijuca, vindo portanto, a
necessitar de outro atendimento público.

A maioria dos corpos receptores dos rios, do mesmo modo que o conjunto de lagoas, são poluídos
pelos efluentes sanitários, quer por lançamento direto ou através das redes de águas pluviais, que se
tornaram redes de esgotos. Apenas uma pequena parcela de efluentes recebe tratamento, sendo que
uma parte em unidades operadas pela Prefeitura (SMO - Secretaria Municipal de Obras e SMH -
Secretaria Municipal de Habitação) e a outra em instalações particulares (condomínios residenciais
e comerciais, hipermercados, shoppings e conjuntos habitacionais), devidamente aprovadas pelos
órgãos governamentais competentes de saneamento e de controle ambiental.

Segundo cálculos até 2003, o complexo lacunar recebia cerca de 3.200 litros de esgoto por segundo
(3,2 m³/s), o equivalente a aproximadamente 220 piscinas olímpicas por dia. Considerando as
regiões administrativas com seus respectivos bairros de inserção a Barra da Tijuca e o Recreio dos
Bandeirantes contribuem com 30%.(enquanto Jacarepaguá contribui com 70%). Quanto à carga
orgânica em DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) Jacarepaguá produz 54 t/dia (lançando 38
t/dia), enquanto Barra / Recreio produzem 22 t/dia (lançando 7 t/dia). Assim, o total lançado no
sistema lagunar existente é de 45 t/dia em carga orgânica de DBO. Ainda são lançados no sistema
1.300 t/dia de lodo de esgoto e 80 t/dia de lixo (que causam assoreamento). Com isso, na pior

564
situação — a do Canal de Marapendi, a concentração de coliformes fecais é dez vezes maior que a
permitida pelo órgão ambiental estadual.

Enfim, pode-se considerar que apesar da beleza paisagística do complexo lacunar da região todo o
sistema apresenta-se fragilizado pela poluição dos esgotos domésticos, que atinge a orla marítima
da região da Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes. Aproximadamente 630.000 mil habitantes
que residem nos bairros integrantes da Baixada de Jacarepaguá contribuem com cerca de 45 mil
kg/DBO/dia de esgotos ( a Barra da Tijuca e o Recreio dos Bandeirantes respondem por cerca de
30% deste índice), comprometendo os ambientes naturais da região.

O complexo lacunar da baixada de Jacarepaguá vem sofrendo, assim, um acelerado processo de


descaracterização ambiental, fenômeno negativo, de alta previsibilidade, considerando a rapidez
com que se deu a urbanização da região. Esta crescente ocupação do solo vem agravando a
intensidade da entrada de nutrientes no sistema aquático, os quais são oriundos dos mais variados
tipos de resíduos sólidos e efluentes (domésticos e industriais), em sua maioria ainda sem
tratamento. A solução do problema perpassa pela implantação definitiva da rede de coleta de
esgotos, criar galerias de cintura que evitem o despejo nas lagoas, além, é claro, da entrada em
operação do Emissário Submarino que afastará os efluentes do tratamento de esgotos para 5 km mar
3
adentro, como se espera do projeto iniciado há quase 20 anos, mas nunca completado

Como já descrito na abordagem da AII, a implantação de Estações de Tratamento de Esgotos


(ETEs) na região vem se dando por parte do Estado do Rio de Janeiro através da CEDAE, por parte
do Município através da RioÁguas e, de modo particular, por parte dos condomínios e
empreendimentos diversos na região. Todas, no entanto, ainda despejam seus resíduos em canais ou
redes de águas pluviais que, infelizmente, acabam sendo escoados para as lagoas, uma vez que o
emissário ainda não entrou em operação.

A principal ETE a ser colocada em operação pela CEDAE está sendo implementada na Av. Ayrton
Senna, que deverá receber os esgotos da Barra da Tijuca que estará ligada às instalações do dito
emissário localizado na Praia da Barra da Tijuca também na altura da Av. Ayrton Senna.

Quanto as ETEs de competência do Município do Rio de Janeiro, estas são de responsabilidade da


Fundação RioAguas, sendo que uma se localiza no Recreio dos Bandeirantes, próximo a Lagoinha,
recebendo 12 l/seg despejando, na seqüência, no Canal das Taxas. De acordo com informações

3
Castro.V; Vogel.D; 2005

565
recentes da Prefeitura esta estação deverá ampliar sua capacidade para receber 24 l/seg em futuro
próximo. A Rio Águas também está implantando outra ETE em Vargem Pequena localizada
próxima ao entroncamento da Estrada dos Bandeirantes com a Av. Vereador Alceu de Carvalho
sem previsão para entrada em operação. Algumas comunidades foram contempladas por iniciativa
pública no passado e que estão nos limites da AID, quais sejam, (1) no loteamento Novo Palmares
(Vargem Grande) – lodos ativados por bateladas, (2) .comunidade Tijuquinha (Itanhangá) – lodos
ativados por bateladas, (3) .comunidade Muzema (Itanhangá) – lodos ativados por bateladas, (4)
.comunidade Vila da Paz (Itanhangá) – lodos ativados por bateladas, (8) .loteamento Novo
Horizonte I (Vargem Grande) – lodos ativados contínuos, (9) .loteamento Novo Horizonte II
(Vargem Grande) – lodos ativados contínuos.

Quanto às unidades de tratamento de esgotos particulares existentes na região, estas são construídas,
operadas e mantidas pelos condomínios residenciais e estabelecimentos comerciais e de
entretenimento em geral (shoppings, malls, hipermercados e outros), considerando-se, nestes casos,
estações de tratamento em nível secundário e sistemas fossa séptica - filtro anaeróbio.

Conforme também divulgado anteriormente, a SMAC _ Secretaria Municipal de Meio Ambiente


realizou, em 1999, em conjunto com a Coordenadoria de Despoluição dos Recursos Ambientais um
levantamento junto a alguns condomínios localizados no entorno da Lagoa de Marapendi com o
objetivo de identificar o potencial de contaminação orgânica que existia então na época efetuada por
estas ocupações. O objeto do contrato era a aquisição de informações a respeito das condições dos
sistemas de tratamento instalados naqueles condomínios, através de coleta e análise de amostras dos
efluentes encaminhados para este corpo lagunar. A escolha da Lagoa de Marapendi como objeto de
análise se deu pela sua localização em área de crescente ocupação urbana em local nobre, mais
próximo da faixa litorânea e que não possui um sistema de esgotamento sanitário eficiente, o que
faz com que empreendimentos situados ao seu redor sejam obrigados a tratar seu esgoto para
posteriormente, lançá-lo nesta lagoa ou no canal que faz sua ligação com o mar. A falta de
consciência de proprietários aliada aos altos custos de manutenção e operação destas unidades de
tratamento vem fazendo com que a qualidade dos efluentes lançados na lagoa não seja adequada à
sua capacidade de depuração. Abaixo são reproduzidos os resultados obtidos pela SMAC cujas
informações mais detalhadas já se encontram na abordagem da AII.

566
Programa S.O.S Marapendi – Resultados das Analises Laboratoriais - 1999

Condomínio DBO a DBO b Remoção DQO a DQO b Remoção


(%)

P. de Itauna 259 17 93 430 120 72

Estrela do Mar 310 16 95 440 80 82

Mirante C. Barra 287 14 95 600 60 90

Barra Mares 120 24 80 500 40 92

Charles de Gaule 111 6 94 230 60 74

Alfabarra I 184 65 65 240 100 58

Alfabarra II 329 16 95 427 80 81

Atlântico Sul 205 9 96 560 30 95

Riviera del Fiori III 136 8 94 267 20 92

Riviera del Fiori V 183 30 84 307 260 15

Four Seasons 319 19 94 400 190 52

Nova Ipanema 362 46 87 520 140 73

Pontões da Barra 96 5 95 340 50 85

Barra Palace H. Residence 96 45 53 183 71 61

Rosa dos Ventos 140 135 4 270 230 18

Barra Golden Green I 170 165 3 390 340 13

Barra Golden Green. II 169 140 17 520 330 36

Casa Blanca 374 146 61 595 290 51

Califórnia 364 155 57 590 380 41

Barra Sul 201 4 98 380 10 97

Varanda das Rosas 328 62 81 420 220 47

Barra Golden 200 58 71 633 330 48

Fonte: TECMA_ Tecnologia em Meio Ambiente

567
Se a situação de esgotamento sanitário indevido pelas ocupações na cidade formal já são
preocupantes, este quadro se agrava se considerado o aumento das ocupações subnormais
principalmente no Recreio dos Bandeirantes, Vargem Grande e Vargem Pequena (vide Aspectos
Demográficos – Ocupações Subnormais). Chama a atenção a proliferação destas comunidades
principalmente ao longo das faixas marginais de proteção (FMPs) dos canais, como é o caso (1) do
canal das Taxas, com as ocupações na favela Vista Alegre do Recreio e da Vila Amizade, (2) do
canal do Cortado com as favelas Rio Cortado ou Beira Rio, cujos domicílios tiveram inclusive sua
construção regularizada dentro do Programa municipal “Bairrinho” que visava a regularização
fundiária e urbanística apesar da visível precariedade na condição da habitabilidade domiciliar na
rua Célia Ribeiro (vide documentação fotográfica mais adiante), (3) do canal do Portelo com as
comunidades Caminho do Bicho, Fontela, Santa Luzia e Coroados, (4) do canal de Sernambetiba
com a comunidade Beira do Canal.

Sob este mesmo raciocínio chama a atenção a localização da favela Vila do Autódromo (uma das
poucas favelas no bairro da Barra da Tijuca embora quase divisa com Jacarepaguá) que se encontra
às margens da Lagoa de Jacarepaguá e a Favela de Rio das Pedras e Muzema, às margens da Lagoa
da Tijuca, cujos esgotos, sem exceção, seguem diretamente para os corpos hídricos, direta ou
indiretamente.

568
INSERIR MAPA AID - ESGOTAMENTO SANITÁRIO

569
Coleta de Resíduos Sólidos

Também adotando mesma metodologia utilizada para espacialização das áreas atendidas por rede de
abastecimento de água e esgotamento sanitário, recorreu-se aos dados censitários do IBGE, os quais
revelam que, até o início dos anos 2000, quase toda a extensão dos bairros que integram a XXIV
RA eram atendidos por coleta domiciliar de lixo. Os bairros que ainda apresentavam deficiências
neste tipo de atendimento público eram Vargem Grande, Vargem Pequena e parte do Itanhagá,
conforme revela mapa mais adiante, cuja leitura sobreposta ao mapa com a espacialização das
ocupações subnormais permite melhor compreensão das fragilidades em termos de infra-estrutura
urbana.

Convém lembrar a presença da Estação de Transferência de Resíduos Sólidos que se localiza em


Vargem Pequena , de onde o lixo segue para Gericinó, conforme dados já descritos anteriormente.

De acordo com informações da COMLURB, a média de coleta de lixo/dia, registradas nos últimos
doze meses (setembro/2002 a agosto/2003) vem tendo destaque no posto da (1) Freguesia (317,0 t
lixo/dia) que tem como área de abrangência os bairros da Freguesia, do Pechincha, Anil,
Jacarepaguá (parte), Gardênia Azul, Cidade de Deus e Curicica , seguido dos postos da (2) Barra da
Tijuca e Recreio (311 t lixo/dia) que por sua vez atende aos bairros da Barra da Tijuca, Itanhangá,
Joá, Recreio dos Bandeirantes, Grumari, Camorim, Vargem Grande e Vargem Pequena e (3)
Jacarepaguá (305 t lixo/dia) que atende aos bairros de. Jacarepaguá (parte), Tanque, Taquara, Praça
Seca e Vila Valqueire.

No entanto, apesar dos serviços públicos prestados às comunidades, a média de volume de lixo/dia
no sistema lacunar da região ainda vem sendo de 2,45 t/dia, conforme levantamentos também da
COMLURB. No que diz respeito a tipologia do lixo produzido na AID, estes são basicamente do
tipo domiciliar e comercial .

570
Área de Abrangência dos Postos de Coleta

Distritos de Coleta Área de Abrangência


LG16F – Freguesia Freguesia, Pechincha, Anil, Jacarepaguá (parte), Gardênia
Azul, Cidade de Deus e Curicica
LG16J – Jacarepaguá Jacarepaguá (parte), Tanque, Taquara, Praça Seca e Vila
Valqueire
LG24B – Barra da Barra da Tijuca, Itanhangá e Joá
Tijuca
LG24R – Recreio dos Recreio dos Bandeirantes, Grumari, Camorim, Vargem
Grande e Vargem Pequena
Bandeirantes
Fonte: Companhia Municipal de Limpeza Urbana- COMLURB

Como já informado, toda a frota de veículos que atende esta região é terceirizada por contratos de
locação de veículos. Os garis das guarnições são da COMLURB, que também é responsável pelo
planejamento e fiscalização dos serviços. Em alguns pontos específicos, que se diferenciam dos
demais pelo grande volume de lixo produzido, a coleta é feita de modo terceirizado.

Energia Elétrica

O fornecimento de energia elétrica para a região em foco é de competência da LIGHT A


espacialização de dados fornecidos pelo Anuário Estatístico da Cidade do Rio de Janeiro /98
revelam a presença de unidade transformadora de transmissão de Furnas localizada no bairro de
Jacarepaguá que repassa energia através de linha de transmissão de 138 kv até a unidade
distribuidora e transformadora da LIGHT localizada no bairro da Barra da Tijuca antes do
entroncamento da Av. das Américas com a Av Salvador Allende. A Subestação mais perto dos
locais onde estão previstas as intervenções em pauta é a SE Itapeba, localizada na Av. Célia
Ribeiro, ao lado do Canal do Cortado no Recreio dos Bandeirantes.

571
• Infra-Estrutura Social

Saúde

Assim como se procedeu em relação à análise na AII, as informações no âmbito da saúde na AID
foram direcionadas de modo a permitir a caracterização do seu contexto institucional e o enfoque
epidemiológico. que prevalece nos bairros que a integram, com destaque para as doenças de
veiculação hídrica.

Contexto Institucional da Saúde na XXIV RA : Principais Hospitais de Referência e demais Centros


de Saúde

A espacialização dos hospitais que são referência para atendimento nesta região, sejam públicos ou
privados, revela que este tipo de serviço está ainda concentrado no bairro da Barra da Tijuca _
Hospital Rio Mar (competência particular, com 85 leitos localizado na Av. das Américas), Hospital
Barra d`Or (particular com 154 leitos localizado na Av. Ayrton Senna), Hospital Municipal
Lourenço Jorge ( público com 147 leitos, localizado próximo da Av. Ayrton Senna também), Day
Hospital (unidade particular para internações de 24h, localizado no Centro Médico Barra
Shopping). Dentre estes destaca-se o numero médio de atendimentos /dia no Lourenço Jorge (cerca
de 1.500), enquanto os particulares oscilam em 320 (Barra d`Or) e 90 (Rio Mar). O bairro da Barra
da Tijuca conta também com a presença de clínicas de saúde que são referência na região _ Clínica
São Bernardo (particular com 60 leitos, localizada na Av. das Américas e que chega a registrar
cerca de 200 atendimentos dia) e Cárdio-Barra (particular, localizada no Jardim Oceânico). Alguns
condomínios também oferecem clínicas médicas. Registra-se também a presença do Centro de
Reabilitação Sara Koubtcheck, localizado às margens da Lagoa de Jacarepaguá, o que permitiu que
o projeto tirasse o melhor proveito da natureza, viabilizando esportes como vela e canoagem, além
de todas as atividades de diagnóstico e reabilitação como nos demais hospitais SARAH. Os casos
que eventualmente necessitam de procedimentos cirúrgicos são referidos para outras unidades da
Rede.Há um projeto de construção, nas proximidades do Centro de Reabilitação, de um grande
hospital dedicado a adultos e crianças, semelhante ao Sarah Brasília cujas instalações já são
visíveis, estando localizado na Av. Abelardo Bueno e que deverá atender a um dos vetores de
expansão residencial na região.

572
Assim, observa-se que a Barra da Tijuca ainda vem polarizando o atendimento em saúde,
demonstrando as carências que já se fazem sentir nos bairros limítrofes, principalmente em relação
ao Recreio dos Bandeirantes.

Contexto Epidemiológico

Embora sem dados mais acurados e sistematizados sobre o número de ocorrências de doenças
causadas por veiculação hídrica registradas nos estabelecimentos de saúde da região, relatos de
moradores de bairros como Recreio dos Bandeirantes, Vargem Grande e Vargem Pequena revelam
grande preocupação com doenças como a dengue, considerando as condições desfavoráveis
causadas pelos canais sem grande circulação das águas e má condição limnológica. Conforme já
apresentado na AII, dados referentes ao ano de 2003, disponibilizados pela SMS _ Secretaria
Municipal de Saúde, indicam que o índice de Infestação Predial causado pelo Aedi aegypti revela-
se preocupante nos bairros do Recreio dos Bandeirantes, Vargem Grande e Vargem Pequena _ de
12 a 25% de infestação, certamente, registrada pela presença de grandes campos inundáveis, águas
empoçadas, canais assoreados com ambiente lêntico e, no caso do Canal das Taxas, com despejos
de esgoto e lixo indevidos, cenário propício ao desenvolvimento de focos da doença.

Comparativamente, a Barra da Tijuca encontrava-se, até aquele ano, com índice próximo a 0,0 %,
enquanto no Itanhangá este índice já subia valores entre 1 a 5%, sendo que esta situação volta a se
revelar crítica no bairro do Joá (também registrando índice de 12 a25%).

Outro comprometimento identificado pelos moradores e narrados durante os levantamentos de


campo é a proliferação de pernilongos que causam muitas vezes irritações na pele grandes
interferência no bem estar da comunidade.

573
INSERIR MAPA AID_DENGUE

574
Educação

No que diz respeito ao contexto institucional da educação na AID, percebe-se, também a partir da
espacialização dos dados, que embora exista ainda uma forte concentração na oferta de
estabelecimentos de ensino ao longo da Av. das Américas, na Barra da Tijuca ( (basicamente
garantidos pela esfera particular, considerando a demanda da população residente com maior poder
aquisitivo) que o Recreio dos Bandeirantes já vem também tendo sua oferta ampliada, estando os
estabelecimentos particulares mais concentrados entre a Av. das Américas e a Av. Sernambetiba
(área nobre do bairro) As esferas públicas (municipal e estadual) também estão presentes na região
não só nos bairros da Barra da Tijuca, Joá, Itanhangá, Recreio dos Bandeirantes, Vargem Grande,
Vargem Pequena e Camorim, oferecendo matrículas nos ensinos fundamental e médio,
respectivamente.

Chama a atenção, no entanto, a grande presença das universidades na região, principalmente no


bairro da Barra da Tijuca, cujo estímulo para o aumento na oferta do ensino do 3º grau encontra
justificativa na perda do interesse pelas universidades federais e estaduais (UERJ, no Maracanã e
UFRJ na Ilha do Fundão, principalmente) na medida em que atravessar as Linhas Amarela e
Vermelha e cruzar o Túnel Zuzu Angel se tornou motivo de preocupação, medo e incerteza, além, é
claro, das constantes greves que interferem imensamente nos calendários acadêmicos. Assim, das
10 universidades presentes na AID, 5 delas estão na Barra da Tijuca, sendo que a grande liderança é
da Universidade Estácio e Sá com 3 campus, seguida pela Veiga de Almeida (1), Gama Filho (1) e
Castelo Branco (1, unidade Arena localizada depois da Alvorada). É interessante também notar o
aproveitamento de lotes mais amplos localizados em áreas que ainda registram apelo na prática de
atividades de caráter rural, tais como Vargem Grande, Vargem Pequena e parte do Recreio dos
Bandeirantes para a implementação de cursos que exigem práticas mais extensivas (tais como o
curso de veterinária, por exemplo). Neste sentido a Universidade Estácio de Sá expande seus campi
para Vargem Pequena e Recreio, como assim o fez a UniveCidade ( unidade chamada de Recreio,
embora esteja em Vargem Pequena).

575
Segurança Pública

O número de delegacias policiais e / ou postos policiais presentes hoje na XXIV RA revela-se


subdimensionado frente ao grande crescimento populacional apresentando nas últimas décadas
conforme já analisado. A Barra da Tijuca conta atualmente com a 16º Delegacia Policial e o Recreio
dos Bandeirantes com a presença do Batalhão da Polícia Militar próximo a Comunidade do Canal
das Taxas. Alguns postos policiais auxiliam como unidades de derivação de viaturas, estando uma
presente no entroncamento entre a Av. das Américas e a Av. Ayrton Senna, na Barra da Tijuca.

Atividades Culturais, de Esporte e Lazer

Essas informações já foram analisadas no âmbito das atividades quaternárias na abordagem do item
_ AID _Atividades Econômicas

576
INSERIR MAPA AID_INFRA-ESTRUTURA SOCIAL

577
7.2.3.6. Áreas Especiais de Proteção

• Unidades de Conservação Presentes na AID

A região da Barra da Tijuca apresenta várias unidades de conservação demarcadas com o objetivo
de proteger áreas com grande valor ambiental localizadas tanto junto à faixa litorânea, quanto às
faixas limítrofes às lagoas e nas áreas de maior relevo junto ao Maciço da Pedra Branca e do
Maciço da Tijuca.

Assim, junto à faixa litorânea tem-se (1) a APA da Orla Marítima que abrange, dentro do universo
da AID apenas a praia da Barra da Tijuca 4 , (2) a APA do Parque Municipal Ecológico de
Marapendi, totalmente inserida no bairro da Barra da Tijuca, (2) a APA da Paisagem e Areal do
Pontal, no Recreio dos Bandeirantes, localizada na Praia da Macumba entre o Canal de
Sernambetiba e o Pontal Tim Maia, (3) a APA da Prainha com parte de sua extensão no Recreio e
parte já em Grumari, (4) o Parque Municipal Ecológico da Prainha, ao norte da APA antes
mencionada e (5) o Parque Natural Municipal de Grumari.

Mais contíguo às lagoas destaca-se (1) o Parque Municipal Ecológico de Marapendi que envolve a
lagoa que lhe atribui o nome, localizado no bairro da Barra da Tijuca e (2) o Parque Municipal
Ecológico Chico Mendes que envolve por sua vez a Lagoinha, no Recreio dos Bandeirantes.

Em unidades mais interioranas tem-se (1) o Bosque da Barra no quadrante entre a a Av. das
Américas e a Av. Ayrton Senna, presente na Barra da Tijuca, (2) o Parque Estadual da Pedra
Branca, (3) a APA da Pedra Branca na porção extremo nordeste da AID, (4) A APARU do Alto da
Boa Vista e (5) o Parque Nacional da Tijuca na porção extremo leste da AID.

O quadro abaixo indica os dispositivos legais que criaram as unidades mencionadas.

4
Abrange toda a orla marítima dos bairros do Leme, Copacabana, Ipanema, Leblon, São Conrado e Barra
da Tijuca – Guia das Unidades de Conservação Ambiental do Rio deJaneiro; 1998

578
Unidades de Conservação Ambiental na AID e Dispositivos Legais de Criação

Unidades de Conservação Lei de Criação Observações de Interesse


sobre o Ecossistema /
Extensão

APA da Orla Marítima Lei Municipal 1.272/88 Antropomorfizado, restinga e


costôes rochosos / 248 ha

APA da Prainha Lei Municipal 1.534/90 Restinga, costão rochoso,


alagado e mata atlântica
submontana / 166 ha

APA da Paisagem e Areal do (sem informações legais) (sem informações legais)


Pontal

APA do Pq Munic. Ecológ. de Decreto Municipal 10.368/91 Restinga e manguezal / 971 ha


Marapendi

APARU do Alto da Boa Vista Decreto Municipal 11.301/92 Mata Atlântica Montana e
submontana / 3.183 ha

APA de Grumari Lei Municipal 944 / 86 Restinga, costão rochoso,


manguezal, alagado, lagoa,
marinho e Mata Atlântica
submontana
5
APA da Pedra Branca Criada pelo Município em Visa proteção das áreas acima
1988 da cota 300m no Pq Estadual
da Pedra Branca

Pq Estadual da Pedra Branca Lei Estadual 2377 / 74 Mata Atlântica Montana e


submontana

Pq Mun. Ecolog..Chico Decreto Municipal 8.452 / 89 Restinga / 40 ha


Mendes

Pq Mun. Ecolog. De Lei Municipal 61 / 78 e Restinga e manguezal / 152 ha


Marapendi Decreto Municipal 14.203 / 95

Pq Munic. Eco. da Prainha (sem informações legais) (sem informações legais)

Pq Nat. Munic. de Grumari (sem informações legais) (sem informações legais)

Pq Nacional da Tijuca Decreto Municipal 11.301 / 92, Mata Atlântica Montana e


alterado pelo Decreto submontana
Municipal 12.242 / 93

Bosque da Barra (Pq Arruda Decreto Municipal 4.105/83 Restinga, alagados e


Câmara) antropomorfizado

Fonte: Guia das Unidades de Conservação do Rio de Janeiro;1988


5
Criada pelo Município do RJ em 1988, acima da cota de 300m de altitude que estabeleceu em 1990 como
Reserva Biológica a área compreendida entre a região de Camorim e Pau da Fome, contida dentro da APA

579
Embora as caracterizações dessas unidades já constem da abordagem da AII, reproduz-se abaixo
apenas para facilitar leitura.

¾ APA da Orla Marítima – (Lei Municipal n° 1.272, de 06/07/1988)

Compreendendo uma área de 248 há, traduz-se em um dos cartões postais da cidade e um local dos
mais procurados para o lazer, não só pelos cariocas como pelos turistas. Abrange toda a orla
marítima dos bairros do Leme, Copacabana, Ipanema, Leblon, São Conrado e Barra da Tijuca,
compreendendo as vias, as calçadas e as faixas de areia, numa extensão total de mais de 30km. Com
a criação da APA, em 1988, foi reconhecida a importância de toda a orla litorânea como patrimônio
paisagístico e como equipamento de turismo e lazer do Rio de Janeiro.

¾ APA da Prainha - (Lei municipal n° 1.534, de 11/01/90)

Com uma área de 166 há, a região apresenta peculiaridades que a diferenciam de outras da cidade.
A praia, de pequena extensão, é delimitada pelas vertentes litorâneas dos Morros do Caeté, Boa
Vista e Pedra dos Cabritos, que compõem uma bela paisagem natural. A criação da Área de
Proteção Ambiental tem como objetivo resguardar esse cenário natural e implantar um parque
ecológico na região, abrangendo as áreas contíguas à praia e às encostas.

¾ APA da Paisagem – Área do Pontal

Não constam informações descritivas disponíveis, apenas sua localização.

¾ APA do Parque Municipal Ecológico de Marapendi – (Decreto Municipal n° 10.368, de


15/08/91)

Com cerca de 971 há, situada na Baixada de Jacarepaguá, compreende a Lagoa e o Canal de
Marapendi, além das áreas de entorno, nas quais se inclui a faixa de areia entre a lagoa e o oceano,
no trecho que se estende da Avenida Ayrton Senna à Avenida Pedro Moura. Abrange uma área de
9.718 km2. O encanto da região reside na proximidade dos dois ambientes aquáticos – a lagoa e o
mar – que podem ser observados de diversos pontos da Avenida Sernambetiba. O espelho d`água da
Lagoa cobre cerca de 3.500 km2 e apresenta um desenho sinuoso emoldurado por vegetação típica
de restinga. A área é habitada por grande variedade de aves, como o biguá e o irerê, que se

580
deslocam em bandos e podem ser apreciadas principalmente ao alvorecer e ao crepúsculo. A APA
engloba, além de terrenos particulares, o Parque Municipal Ecológico de Marapendi que envolve as
faixas marginais de Lagoa, de domínio municipal, e a Reserva Integral de Praia, cordão arenoso
com cerca de 2 km de extensão compreendido entre a avenida litorânea e o mar. A criação da APA
consolidou uma antiga idéia de proteger a ambiência da Lagoa, cujas primeiras iniciativas datam do
final da década de 50.

¾ Parque Municipal Ecológico de Marapendi (Lei Municipal n° 61, de 03/04/78, e Decreto


Municipal n° 14.203, de 18/09/95).

O Parque é constituído pelas áreas marginais à Lagoa de Marapendi, localizada na baixada


litorânea de Jacarepaguá. Sua configuração atual data de 1995, quando ocorreu uma ampliação de
seu território, retomando parcialmente a idéia de proteção ambiental das faixas marginais das lagoas
de Jacarepaguá instituídas pela antiga Reserva Biológica de Jacarepaguá. Essa medida quintuplicou
a área originalmente destinada ao Parque e lhe conferiu novo significado como reserva natural,
resguardando e valorizando a paisagem e o ecossistema local e aumentando seu potencial como
espaço de recreação e lazer. A infra-estrutura atual se concentra em terreno localizado em uma das
margens da lagoa, com acesso pela Avenida Alfredo Balthazar da Silveira, no final do Recreio dos
Bandeirantes, entre as Avenidas Sernambetiba e das Américas.

¾ Bosque da Barra (Parque Arruda Câmara) - (Decreto Municipal n° 4.105, de 03/06/83).

Com 50 há, o Bosque da Barra, cuja denominação oficial é Parque Arruda Câmara (em
homenagem ao importante médico e botânico brasileiro), foi criado com a finalidade de preservar
uma região ainda com características de vegetação nativa de restinga e constitui uma importante
opção de lazer para os moradores da Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e arredores. O
Parque está inserido no cordão arenoso que divide as Lagoas de Marapendi e de Jacarepaguá e
situado próximo ao enroncamento das Avenidas Ayrton Senna e das Américas. O ecossistema
existente no Parque é similar ao que originalmente dominava toda a Baixada de Jacarepaguá. A
fauna existente ainda é bem representativa da riqueza zoológica que habitava a região.

¾ Parque Municipal Ecológico Chico Mendes – (Decreto Municipal N° 8.452 , de 08/05/89)

Com área aproximada de 40 há, situado em área de restinga, na planície arenosa da Baixada de
Jacarepaguá, o Parque Ecológico Municipal Chico Mendes foi criado com o objetivo de preservar a

581
Lagoinha das Tachas e seu entorno, local de ocorrência de espécies de fauna e flora consideradas
raras e ameaçadas de extinção. O Parque possui sede administrativa e trilhas, sendo que algumas
delas levam o visitante até às margens da Lagoinha. A manutenção das condições naturais do sítio
permitiu, entre outros aspectos positivos, a reintrodução de espécies nativas como o jacaré-de –papo
amarelo, que constitui um dos principais atrativos do Parque.

¾ APA de Grumari - (Lei Municipal n° 944, de 30/12/86).

Com 951 há, é uma Unidade de Conservação Ambiental vizinha à APA da Prainha e abrange parte
do contraforte litorâneo do Maciço da Pedra Branca, formando um grande anfiteatro natural voltado
para o mar. Dentro dos seus limites incluem-se as ilhas das Palmas e das Peças, localizadas em
frente à praia. A APA de Grumari destaca-se pelo ecossistema de restinga que ainda conserva,
considerado pelos estudiosos como um dos mais representativos do Município do Rio de Janeiro. O
objetivo da APA é a preservação desses patrimônios ambientais da cidade, em face da eventual
ocupação da região. Segundo a legislação ambiental vigente, é permitida a construção de prédios
destinados a pousadas, hotéis e residências, além de outros usos compatíveis com a vocação da área,
desde que não promovam seu desmatamento. A praia tem uma extensão de 4 km, sendo seus pontos
mais extremos os mais procurados pelos visitantes. Destacam-se a escondida e curiosa Praia do
Abricó, marcada pela presença de enormes pedras junto à arrebentação das ondas, e a parte final da
Praia de Grumari, local mais protegido do vento sudoeste.

¾ Parque Estadual da Pedra Branca - (Lei Estadual n° 2.377, de 28/06/1974)

Localizado no centro geográfico do Município do Rio de Janeiro, é a Unidade de Conservação


Ambiental mais extensa da cidade. Distribui-se por 12.500 há, no Maciço da Pedra Branca,
compreendendo todas as encostas localizadas acima da cota de nível 100 metros, limitando-se com
vários bairros da Zona Oeste e da Baixada de Jacarepaguá. Dentro do Parque situa-se o ponto
culminante do município, o Pico da Pedra Branca, com 1.024m de altitude.Além do variado
patrimônio natural, o Parque e o seu entorno dispõem de construções de interesse cultural como o
antigo aqueduto, represas e ruínas de sedes de antigas fazendas, além do pórtico e da sub-sede do
Pau da Fome, principal acesso ao Parque, cujo projeto é de autoria do “mestre” em construções de
madeira, José Zanini Caldas. Próximo ao Parque, encontra-se ainda o Museu Nise da Silveira, na
Colônia Juliano Moreira, com obras do artista Artur do Bispo do Rosário, reconhecido nacional e
internacionalmente.

582
¾ Parque Nacional da Tijuca – (Decreto Federal n° 50.923, de 06/07/1961, com a denominação
de Parque Nacional do Rio de Janeiro; Decreto Federal n° 60.183, de 08/02/1967, que altera o
nome para Parque Nacional da Tijuca e estabelece as dimensões e demais características atuais).

A exuberância da Mata Atlântica pode ser apreciada no Parque Nacional da Tijuca, em seus 3.360
há. Naquele ambiente de floresta, onde os caminhos formam verdadeiros túneis verdes e a luz
penetra de forma difusa, o visitante encontra um clima fresco e a possibilidade de inúmeros
passeios. De seus mirantes pode-se ter uma vista privilegiada tanto da Zona Sul quanto da Zona
Norte da cidade, descortinando-se ora a Lagoa Rodrigo de Freitas e o litoral de Copacabana,
Ipanema e Leblon, ora a Baía de Guanabara e o relevo da Serra do Mar ao fundo. É o único Parque
Nacional do Brasil localizado em área urbana, sendo considerado um dos maiores parques urbanos
do mundo. Em 1991, foi declarado Reserva da Biosfera pela UNESCO, em reconhecimento da
importância de seu acervo natural para o ecossistema mundial. A massa florestada existente no
Parque e nas áreas que o circundam desempenha o papel de redutor da poluição e de amenizador do
clima da cidade, além de contribuir para a contenção das encostas do Maciço da Tijuca.

¾ APARU do Alto da Boa Vista - (Decreto Municipal n° 11.301, de 21/08/1992, alterado pelo
Decreto Municipal n° 12.242, de 30/08/1993).

A APARU do Alto da Boa Vista, com 3.183 há, situa-se em região considerada privilegiada, tanto
pela presença da vegetação exuberante quanto pelo clima ameno, já que nela registram-se as
temperaturas mais baixas da cidade. A paisagem dominante é a de mata, que cobre suas encostas e
penetra nas áreas ocupadas. A área de proteção ambiental abrange todo o bairro do Alto da Boa
Vista e parte do bairro do Itanhangá, estando em seus limites grande parte do Parque Nacional da
Tijuca. Sendo assim, a APARU apresenta um grande e variado acervo, sob a forma de monumentos
naturais e culturais, distribuído em seus inúmeros recantos. O objetivo principal da Unidade é o de
proteger e recuperar o patrimônio ambiental da área de entorno do Parque. Pretende também
promover a sua revitalização, mediante o incentivo à prática de novos usos e atividades que sejam
complementares àquelas praticadas no Parque Nacional da Tijuca. Predomina na região o uso
residencial, chamando a atenção as belas mansões construídas no início desse século. A presença do
comércio e de serviços é pouco significativa, concentrando-se no entorno da praça Afonso Viseu e
no polígono formado pelas ruas Itapirucu, estrada de Maracaí e Estrada de Furnas.

583
INSERIR MAPA AID ÁREAS ESPECIAI S DE PROTEÇÃO – UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO AMBIENTAL

584
• Patrimônios Históricos, Naturais e Arqueológicos

No que diz respeito aos patrimônios históricos, arqueológicos e naturais presentes na Área de
Influência Direta das intervenções pretendidas, identificou-se (1) quanto aos históricos a Casa do
Pontal e a Coleção de Arte Popular no Recreio dos Bandeirantes a partir de tombamento municipal,
a Capela de Nsa de Monte Serrat em Vargem Pequena a partir de tombamento estadual e o
Quiosque Oxumaré na Barra da Tijuca a partir de tombamento também municipal, (2) quanto aos
patrimônios naturais, fruto de tombamento municipal citam-se o Morro do Rangel, localizado no
Recreio dos Bandeirantes, entre o Canal das Taxas e a Estrada do Pontal, a Pedra de Itapoá na Praia
da Macumba, o Morro do Urubu ., no Recreio dos Bandeirantes, localizado entre os canais do
Cortado e do Portelo entre a Av. Benvindo de Novaes e a Av. Salvador Allende, o Morro do
Amorim, também no Recreio e localizado entre a confluência dos canais do Cortado e do Portelo
que formam o rio Marinho sob a ponte na Av. Salvador Allende, a Pedra de Itaúna, elemento físico-
geográfico tipo formação de meia-laranja marcante como ponto de lançamentos imobiliários em
loteamento na Barra da Tijuca e a Pedra da Gávea, a qual embora localizada na porção extremo
leste da AID traduz-se em um dos elementos paisagísticos mais marcantes na região, normalmente
chamada pela sua configuração alusiva de “gigante adormecido” pela semelhança ao perfil
masculino desenhado pela natureza, (3) quanto aos patrimônios naturais fruto de tombamento
estadual tem-se o Morro do Cantagalo, no bairro do Camorim ao norte do Canal do Portelo, quase
na sua confluência com o Canal do Cortado, o Morro do Portela, que também fica entre os dois
canais já mencionados, próximo à Av. Benvindo de Novaes e a Represa e Açude do Camorim ao
norte em Vargem Grande.

Quanto aos patrimônios arqueológicos, consultas realizadas junto ao IPHAN informam sobre a
existência dos seguintes sítios arqueológicos, quais sejam, (1) sambaqui da Lagoa de Marapendi, de
categoria Pré-Colonial, do tipo berbigueiro, concheiro, com exposição à céu aberto e (2) sítio do
Recreio dos Bandeirantes, sem constar outras descrições ou indicativo de localização. No INEPAC
também não existem informações.

Convém também mencionar que consta dos registros municipais como patrimônio tombado “ área
delimitada pelas avenidas João Paul Satre, rua João Geraldo Kulman, rua Vista Nova e a Vila 4

585
PAL 897 do AL 31.418, circunscrição da XXIV RA, ZE-5, Barra da Tijuca, através do Tombamento
Municipal em 27/03/201 (Lei nº 3.202). Fica impedida nesta área a realização de construções,
edificações ou alterações de qualquer espécie, permanente ou temporária, por obra de vontade
humana, que não as destinadas a lazer.”

Embora determinada em Lei, esta área não foi passível de ser espacializada em mapa por falta de
maiores referências, estando apenas mencionada.

586
INSERIR MAPA AII ÁREAS ESPACIAIS DE PROTEÇÃO – PATRIMÔNIOS HISTÓRICO E
ARQUEOLÓGICO

587
7.2.3.7. Principais Associações Representativas e Organizações não Governamentais
Atuantes

Como principais associações representativas que atuam diretamente na Área de Influência Direta
citam-se, (1) ACIBARRA – Associação Comercial e Industrial da Barra da Tijuca, (2) Câmara
Comunitária da Barra, (3) Rotary Club da Barra da Tijuca, (4) Barralerta, (5) Amol – Associação
de Moradores da Orla da Lagoa, (6) APEDEMA – Assembléia Permanente das Entidades de Defesa
do Meio Ambiente.

Com destaque citam-se representações que atuam em prol de alguns bairros que integram a XXIV
RA e que se encontram em área mais próximas das intervenções pretendidas, quais sejam, (1)
Câmara Comunitária do Recreio dos Bandeirantes _ Presidente. Sr. Nilton Moura, (2) Associação
dos Moradores do Recreio dos Bandeirantes _ AMOR, Presidente Sr. Cleomar Pandes, (3)
Associação de Moradores do “Terreirão”, no Canal das Taxas _ Presidente Sr. Alcir Matias
Machado, (4) Associação dos Moradores de Vargem Grande – Diretor Sr. Luis Carlos Santos e
Presidente Sr. Rafael Teles, (5) Associação de Moradores de Vargem Pequena _ Presidente Sr. Luis
Otávio Falcão, (6) Conselho Distrital de Saúde de Vargem Grande e Vargem Pequena _ Presidente
Sr. Manoel Domingues, (7) Administração Regional de Vargem Grande_ Sr. André Bazanella

Quanto as Organizações não Governamentais (ONG`s) atuantes na região destacam-se:

• Ecomarapendi

A Associação Projeto Lagoa de Marapendi é uma entidade não governamental, sem fins lucrativos,
de utilidade pública (Lei Estadual no. 2815, de 31/10/97). Foi criada em 1989, com o objetivo de
despertar na comunidade o interesse e a responsabilidade pelas questões ambientais, assim como
pela busca de soluções para os problemas identificados, uma vez que, desde a época de sua criação,
as agressões ambientais sofridas pelo complexo lagunar da Baixada de Jacarepaguá já eram
alarmantes, a partir da ocupação desenfreada da região. Atuando em conjunto com a comunidade,
organismos de governo, universidades e lideranças empresariais, desencadeou uma campanha de
recuperação e valorização da área, utilizando como tema central a Lagoa de Marapendi: “ Usar para
Preservar, Preservar para Usar”. Desde então, a Ecomarapendi vem ampliando sua equipe técnica e
suas áreas de atuação, desenvolvendo estudos e ações de informação, comunicação e educação
ambiental, com foco em duas áreas principais, quais sejam, (1) os ecossistemas costeiros e (2) os
resíduos sólidos.

• Instituto Cultural e Ecológico Lagoa Viva

588
Fundada em 16 de Fevereiro de 2000 tem como objetivos principais a promoção e organização de
projetos para a recuperação das lagoas, bem como a elaboração de campanhas de conscientização
ambiental para a preservação do meio ambiente de modo geral. A Fundação está sediada na antiga
Ilha da Fantasia (Av. Grande Canal 52), tendo já 27 ações realizadas, 3 eventos, destacando-se, (1)
Pacto de resgate Ambiental , (2) Projeto Limpe sua Barra , (3) apoio para a confecção da Carta
Náutica junto ao Crea/RJ, de todo o Sistema Lagunar da Barra e Jacarepaguá, entre outros.

• SAVE – Serviço de Apoio Voluntário à Emergência

O SAVE é um projeto sem fins lucrativos, planejado em obediência às determinações da Resolução


CFM no. 1529, do Conselho Federal de Medicina e Portaria no. 814/GM de 01 de junho de 2001 do
Ministério da Saúde. O Projeto SAVE tem por objetivo o apoio às vítimas de situações de
emergência e é executado por voluntários que buscavam uma forma direta de ajudar a salvar vidas e
diminuir sofrimentos, nos termos da Lei 9.608, de 18 de fevereiro de 1998. A principal área de
atuação é no apoio a vítimas de acidentes automobilísticos, fazendo a proteção do local do acidente
(evitando acidentes secundários), prestando os primeiros socorros e estabelecendo contactos com as
autoridades competentes conforme a necessidade. O atendimento é realizado na Barra da Tijuca,
Recreio dos Bandeirantes e Jacarepaguá, desde o dia 22 de abril de 2000, tendo somado mais de
100 atendimentos de acidentes automobilísticos realizados no primeiro ano de atuação nessa região.
A escolha dessa área de atuação para atendimento deveu-se aos seguintes fatores: (1) alto índice de
acidentes; (2) freqüente acontecimento de múltiplas ocorrências; (3) baixo risco de assalto e outras
violências contra os voluntários durante a madrugada devido ao policiamento na região; (4) grandes
distâncias a serem vencidas, muitas vezes, entre o local do acidente e a ambulância mais próxima.

Os voluntários, médicos e para-médicos, são treinados sistematicamente para estas atividades e


submetidos a reciclagens periódicas, devendo ser seguidos os protocolos internacionais de
atendimento.

589

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