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Modelos de incorporação política de imigrantes no seio da UE

Miguel Rodrigues Conde nº73587

Ciência Política-3ºano

Cidadania e Cultura Política

Docentes: João Miguel Carvalho e José Santana Pereira

18 de janeiro de 2018

1
Índice
Índice .............................................................................................. 2

Introdução....................................................................................... 3

Definição de conceitos chave......................................................... 4

Modelo de Integração Português ................................................... 5

Modelo de Integração Francês ....................................................... 6

Modelo de Integração Britânico vs Modelo de Integração


Austríaco ........................................................................................ 7

Políticas europeias na atualidade ................................................... 8

Conclusão ....................................................................................... 9

Bibliografia................................................................................... 10

2
Introdução
O Continente Europeu introduzido atualmente no mundo globalizado, apresenta-se
como um dos destinos predilectos da Imigração. Esta imigração divide-se por vários
subtipos localizados por todo o Continente.

A Imigração para a Europa sempre foi constante, marcada por períodos de excessiva
Imigração, que se verificou aquando o aparecimento do Estado Islâmico e consequente
crise de refugiados, o que levou a que os propósitos da Imigração alterassem de certo
modo, focando-se essencialmente como uma forma de sobrevivência para certos povos
e etnias afetadas pelos sucessivos confrontos no Médio Oriente.

Um Imigrante é aquele que abandona a sua terra natal por motivos de força maior, como
políticos, económicos ou sociais, necessitando de uma integração a vários níveis, como
cultural, política e socioeconómica.

O ensaio passará por uma definição de conceitos chave, uma análise aos modelos de
integração de Portugal, França, Reino Unido e Áustria, uma análise também às políticas
Europeias adotadas como resposta à Imigração.

3
Definição de conceitos chãve
A integração é definida por Boswell como “ o processo de incorporar imigrantes e
minorias étnicas na via socioeconómica, social e política do país de acolhimento 1”,
esta apresenta 3 dimensões de ação: política, social e cultural.

A dimensão política relaciona-se com a concessão de direitos políticos (direito de


votar).

A dimensão social relaciona-se com o acesso a habitação, serviços de saúde, emprego


ou educação.

A dimensão cultural relaciona-se com a aprendizagem da língua e dos valores culturais


da sociedade de origem.

A Integração de imigrantes apresenta três modelos principais de acolhimento:


multicultural, assimilação e intercultural.

O modelo multicultural caracteriza-se por permitir a coexistência entre culturas,


religiões e valores diferentes, apresentando um processo de adaptação relativamente
simples.

Em relação ao modelo de assimilação, este processo caracteriza-se por uma forte


concepção de cidadão e uma adptação mais diversificada e avançada de tal maneira que
é exigido que se “abandone” a nacionalidade de origem.

O modelo intercultural baseia-se na manutenção da identidade e cultura de origem


adotando a cultura do país de acolhimento, permitindo a comunicação e interação entre
os vários grupos que compõe a sociedade.

1
• Regout, Sybille. 2011. The integration of immigrant communities in France, the United Kingdom
and the Netherlands: National models in a European context. Working Papers.

4
Modelo de Integrãção Portugues

O modelo de Integração da Imigração em Portugal, pode ser abordado como um misto


de multiculturalismo e interculturalismo.

Com o processo de descolonização nos anos 70 e respectiva interação entre povos e


culturas, Portugal nos anos 90 vivenciou u período marcado por uma elevadíssima
imigração, com origem nos Palop, Brasil e Europa de Leste, esta população imigrante
localiza-se em grande parte na Área Metropolitana de Lisboa.

Esta Imigração teve como resultado o aumento da diversidade cultural, levando a um


processo de interculturalismo, na medida em que é necessário haver respeito por todas
as culturas e interligação entre elas. A importância do interculturalismo foi consagrada
através do Instituto Público responsável pela integração dos imigrantes (ACIDI), sendo
este o modelo base da política de Imigração política.

As políticas direccionadas para a Integração não obtiveram os efeitos esperados nos


domínios abrangidos, somente na educação e na assistência social se verificaram
algumas respostas positivas às medidas patrocinadas pelas mais altas instituições
políticas.

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Modelo de Integrãção Frãnces

O modelo de Integração em França relaciona-se com o processo de assimilação, ou seja


as minorias étnicas não são reconhecidas oficialmente como grupos com necessidades e
direitos distintos assim sendo não existiam diferenças a nível da ordem política nacional
entre cidadãos franceses e imigrantes.

A França desde a era colonial que se afirmava como país recetor de Imigrantes,
essencialmente como forma de melhorar a demografia e a economia.

Desde o Séc.XIX a política de integração utilizada era o processo de assimilação,


contudo este modelo no pós-II Guerra Mundial era cada vez mais associada ao
Fascismo.

Posteriormente surgiu conceito de inserção, onde pela “Esquerda” afirmava-se que os


imigrantes tinham o direito a serem diferentes e pela “Direita” era entendida como uma
forma de negar a Cidadania Francesa.

A Imigração em França após a intervenção da Extrema-Direita e do seu líder Jean-


Marie Le Pen, onde afirmava que os Franceses tinham o direito a serem diferentes dos
imigrantes, levando à crescente luta pelos direitos à igualdade de residentes e
estrangeiros, tornando esta questão altamente politizada.

O resultado desta politização foi a mudança de um modelo de inserção para o modelo de


integração, onde se aceita influências da sociedade sob os imigrantes como destes sob a
sociedade.

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Modelo de Integrãção Britãnico vs
Modelo de Integrãção Austríãco

O modelo de integração usado pelo Reino Unido é o Multiculturalismo e comunitário,


baseado numa ideia pluralista da democracia, onde através de uma estratégia de gestão
se aceita e regulariza os mais variados grupos étnicos e raciais.

Segundo Boswell, a nação Britânica não era tão homogénea como a Francesa,
resultando numa maior diversidade e quantidade de imigrantes. O
Multiculturalismo foi adotado como uma extensão da longa história de diversidade
étnica e cultural.2

O modelo de integração Austríaco é semelhante ao modelo de assimilação, onde a


língua e os valores básicos da ordem jurídica e social são assimilados pelos cidadãos
imigrantes. Neste caso a assimilação verifica-se através da Performance, ou seja serão
obrigados a aprender a língua alemã e os valores básicos da ordem jurídica e social da
Áustria.

Esta nova lei da Integração por meio da performance, foi apresentado pelo atual
Chanceler Sebastian Kurz em Outubro de 2017. Esta lei foi usada como resposta á
imigração descontrolada e respetiva perda de identidade Nacional, muito por culpa do
aumento da comunidade muçulmana verificada com especial enfoque na educação.

2
• Regout, Sybille. 2011. The integration of immigrant communities in France, the United Kingdom
and the Netherlands: National models in a European context. Working Papers.

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Políticãs europeiãs nã ãtuãlidãde

As políticas europeias direccionadas para a Imigração apareceram somente em 1992


aquando o Tratado de Maastricht e em 1997 com o Tratado de Amsterdão, o território
da União Europeia ficou designado como um espaço de liberdade, justiça e segurança.

Desde a assinatura destes Tratados foram implementadas várias medidas como forma a
combater esta problemática, como a Agenda Europeia de Migração, a Rede Europeia de
Migrações ou a política Comum de Segurança e Defesa.

A Agenda Europeia da Migração foi criada em 2015 e visava gerir com eficácia a
Imigração, através da redução de incentivos à migração irregular, da garantia de
segurança das fronteiras, do salvamento de vidas e da criação de uma política sólida de
asilo e de imigração legal.

A Rede Europeia de Migrações foi posta em prática em 2008, esta visa providenciar
informação e dados utilizados aos decisores políticos europeus e ao público em geral,
sobre a política de migração e asilo em todos os Estados-Membros.

A Política Comum de Segurança e Defesa foi adotada em 2009 integrando a Política


Externa da EU e a Política Externa e de Segurança Comum, realizando tarefas a vários
níveis: prevenção de conflitos, aconselhamento e assistência militar e tarefas
humanitárias e de salvamento.

8
Conclusão

A problemática da Imigração é um dos temas mais sensíveis da atualidade, provocando


diversas reacções, criando instabilidade a vários níveis, essencialmente a nível político.
Coma crescente escassez de emprego nos países de acolhimento, as orientações políticas
podem e atualmente apresentam tendência para virar para o Nacionalismo, muitas vezes
em demasia, levando ao crescimento de partidos de Extrema-Direita, trazendo de novo á
memória dos Europeus os trágicos anos do Fascismo e Nazismo.

A Educação, em minha opinião, apresenta-se como uma das poucas soluções viáveis
para esta problemática, vocacionando os mais jovens a serem mais abertos e
acolhedores de cidadãos estrageiros.

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Bibliogrãfiã
 http://www.eurocid.pt/pls/wsd/wsdwcot0.detalhe?p_cot_id=9509#po
liticas
 https://pt.gatestoneinstitute.org/11166/austria-lei-integracao
 http://www.ceg.ul.pt/migrare/events/ICongressoLF.htm#_ftn1
 Rosário, S. E. R. D. (2014). Política de integração dos imigrantes
(Dissertação de Mestrado, Universidade de Aveiro).
 Cunha, J. N. D. S. F. (2015). Cidadania Política na União Europeia
(Dissertação de Mestrado, [sn]).
 Regout, Sybille. 2011. The integration of immigrant communities in
France, the United Kingdom and the Netherlands: National models
in a European context. Working Papers.

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