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Esta é a primeira parte de um artigo dedicado a um assunto que causa arrepios na maioria dos guitarristas.
Estou falando sobre o mais completo e abrangente sistema de escrita e leitura de música. Com ele, o
músico não precisa necessariamente conhecer a música para tocá-la por meio da leitura. Está tudo lá:
notas, ritmo, tom, dinâmica…
Se você aprender como ler partitura de forma gradual, verá que não é nada complicado. Apenas requer
prática.
O objetivo dessa série de posts é passar o essencial para que você possa dar continuidade aos seus estudos
de teoria, harmonia e consiga ler exercícios e músicas básicas.
Pauta/pentagrama;
Clave;
Localização das notas na pauta;
Relação entre as notas na pauta e as notas no braço da guitarra.
Dica: Para uma aula mais detalhada e em vídeo sobre o assunto, assista a aula 32 do curso de guitarra
online do Music Clan. E se você já domina esta parte, vá para a parte II, que fala sobre ritmo.
No caso da partitura, é diferente. As linhas não representam as cordas. São simplesmente linhas. Cinco
linhas, para ser mais exato, não importando o instrumento (por isso a partitura tem a característica de ser
universal). E o conjunto destas linhas e dos espaços entre elas, é chamado de pauta ou pentagrama – onde
são escritas as notas. Veja:
No entanto, não é possível escrever todas as notas nestas linhas e espaços. Havendo a necessidade, são
usadas as linhas e os espaços suplementares (inferiores e superiores).
Quanto mais para cima na pauta a nota for colocada, mais aguda ela será. Quanto mais para baixo, mais
grave.
Sem uma clave, não é possível dizer quais são as notas na pauta.
“Você provavelmente vê esse símbolo desde criança nos desenhos animados, mas só descobre sua
função se começa a estudar música.”
As claves mais comuns são as de Sol, Fá e Dó. Para a partitura de guitarra e violão, é utilizada a clave de Sol
na segunda linha da pauta. Isso significa que na segunda linha, teremos a nota Sol.
E, a partir daí, já é possível saber onde ficam as outras notas na pauta. É só seguir a ordem natural das
notas (Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si…) e colocar uma na linha, uma no espaço, uma na linha, uma no espaço…
Subindo:
Agora que você já sabe onde ficam as notas na pauta, vamos passar para o braço da guitarra.
Dando continuidade ao post anterior sobre como ler partitura, no qual foi falado sobre onde se localizam
as notas na pauta e na guitarra, vamos agora falar sobre a parte que está relacionada ao ritmo: figuras
rítmicas, duração e valores das notas e fórmula de compasso.
Lembrando que esta série de artigos tem o objetivo de passar o mínimo necessário para que você
compreenda uma partitura. Isso vai te ajudar nos estudos de teoria e teoria aplicada, além de possibilitar
que você leia músicas e exercícios básicos.
Esta aula leva um pouco mais de tempo para digerir em relação à primeira, mas é importante que você dê
o primeiro passo e aprenda esses conceitos.
Figuras Rítmicas;
Fórmula de compasso;
Duração das figuras na partitura.
Dica: Para aulas mais detalhadas e em vídeo sobre estes assuntos, confira as aulas 33, 34 e 35 do curso de
guitarra online do Music Clan.
Figuras Rítmicas
Você sabe que na música existem notas longas e notas curtas. A organização da duração das notas no
tempo é o que chamamos de ritmo, que é um dos componentes presentes na partitura. Mas como vamos
escrever o ritmo na pauta? Por meio das figuras rítmicas.
Atualmente são usadas 7 figuras. Da mais longa para a mais curta, temos a semibreve, mínima, semínima,
colcheia, semicolcheia, fusa e semifusa.
Essas figuras representam o som na partitura, então as chamamos de valores positivos. Caso queira
representar o silêncio, temos os valores negativos (as pausas) correspondentes a cada uma delas:
Como já foi dito, a semibreve é a nota mais longa, e a semifusa, a mais curta. Mas qual é a proporção entre
elas? Pela divisão binária, a próxima figura rítmica terá metade do valor, e assim por diante.
Fonte: “Teoria da Música”, de Bohumil Med – 4ª ed. (1996).
Esta outra tabelinha também pode ajudar. Você pode ver, por exemplo, que 1 semibreve é igual a 2
mínimas, ou a 4 semínimas, ou a 8 colcheias, e assim por diante…
Agora repare no início da partitura de uma música. Você provavelmente verá dois números, um em cima
do outro. É a fórmula de compasso. Basicamente, ela é que vai dizer qual é a estrutura de tempos de cada
compasso.
A pergunta 1 será respondida pelo número de cima e a pergunta 2 pelo número de baixo.
Veja um exemplo:
Tocador de áudio
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Use as setas para cima ou para baixo para aumentar ou diminuir o volume.
Tocador de áudio
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Use as setas para cima ou para baixo para aumentar ou diminuir o volume.
Tocador de áudio
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Use as setas para cima ou para baixo para aumentar ou diminuir o volume.
Concluindo
A presença do ritmo na partitura é um de seus grandes diferenciais quando comparado a outros sistemas
de leitura e escrita.
Para um estudo mais profundo sobre ritmo, figuras rítmicas e duração, recomendo o livro “Pozzoli – Guia
Teórico-Prático para o Ensino do Ditado Musical (Partes I e II)”, da editora Ricordi.
Na próxima e última parte deste artigo, veremos na prática como ler e interpretar uma partitura simples.
Neste terceiro e último artigo da série sobre como ler partitura, vamos juntar a parte de altura das notas
no pentagrama (Pt. 1) com o ritmo (Pt. 2) e analisar uma pequena partitura de um trecho da música “Over
The Rainbow”, de Harold Arlen (sim, aquela que Judy Garland canta no filme “O Mágico de Oz” – ou se
você for mais novo, aquela que Israel Kamakawiwo’ole canta na beira da praia com seu ukulele).
1. Análise rítmica;
2. Análise melódica e áudio da partitura;
3. Sugestão de digitação (com tablatura).
São usadas 4 figuras rítmicas diferentes: semibreve, mínima, semínima e colcheia. Como a semínima é a
unidade de tempo (figura que dura 1 tempo), a semibreve passa a valer 4 tempos, a mínima 2 tempos e a
colcheia ½ tempo (duas notas por tempo).
Tocador de áudio
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Use as setas para cima ou para baixo para aumentar ou diminuir o volume.
As próximas lições do blog utilizarão as notas na pauta para explicar conceitos teóricos como o de
formação de acordes e escalas, por exemplo. Por isso, ler é importante para que você consiga evoluir nos
estudos de forma mais rápida.
Se você curtiu e quer se aprofundar, confira as aulas 31, 32, 33, 34 e 35 do curso de guitarra online
do Music Clan.
5 Passos para Aprender Qualquer Solo de Guitarra
Posted by Davi Filho on 12 de Abril de 2017 in Dicas
3 Comentários
Tocar guitarra, principalmente por hobby, costuma ser uma coisa leve e descontraída. É aquele momento
que você relaxa e se desliga de tudo que está ao seu redor, mas isso não significa que você não possa
racionalizar um pouco para tornar as coisas mais eficientes.
Então, que tal se, ao invés de ficar dando voltas e voltas para aprender um solo completo, você não utilizar
um método eficiente de 5 passos para aprender qualquer solo de guitarra?
O que eu vou passar a seguir, é fruto de minha experiência de mais de 10 anos como professor de guitarra
e tem funcionado muito bem com meus alunos.
Para seguir esses passos e ter sucesso, é importante que você respeite o seu nível e tenha a tablatura do
solo.
Nesse artigo, vou usar o solo da música “Californication”, do Red Hot Chili Peppers, para exemplificar
conforme vamos avançando. A tablatura deste solo você encontra no nosso artigo “7 Solos de Guitarra
Fáceis”. Clique aqui para conferir.
Preparado(a)?
A hora agora é de ouvir muito o solo! O objetivo aqui é você conseguir, em voz alta ou mentalmente,
“cantarolar” a guitarra. Fazer com que ela fique gravada na sua cabeça. Dessa forma, você já terá feito um
grande avanço na parte rítmica, facilitando todo o resto.
Esse passo é muito importante e irá poupar bastante o seu tempo.
A internet é um mar de informações. Você consegue achar tablaturas das mais diversas músicas em sites
nacionais e gringos.
Como a maioria dos sites de tablaturas e cifras é de modelo colaborativo (qualquer um pode fazer o upload
de uma tablatura), há muita coisa certa e errada por aí. Mas uma coisa é fato, quanto mais famosa a
música, mais chances de ela estar correta, pois como ela é muito popular, os próprios usuários vão
corrigindo a tab mais vezes. Em alguns sites, os usuários avaliam a tablatura. Se ela for fiel, mais estrelas!
Uma das formas mais simples e populares de leitura e escrita de músicas e exercícios para guitarra é
a tablatura. É por meio dela que você pode aprender músicas em sites pela internet e em programas
como Guitar Pro e Tux Guitar.
Apesar de esse artigo ser direcionado para guitarra, o mesmo serve para violão e outros instrumentos de
corda que tenham trastes também.
Como Ler Tablatura: Os Dois Elementos Básicos
A tablatura, diferente das cifras e da partitura, indica a localização exata, por meio das casas e cordas, de
onde você deve tocar na guitarra.
As cordas são representadas por linhas. No caso da guitarra comum, são 6 linhas.
A linha de cima representa a 1ª corda – a mais aguda-, enquanto a de baixo, representa a 6ª corda – a mais
grave). É importante memorizar isso!
Se for para um baixo de 4 cordas ou para uma guitarra de 7 cordas, por exemplo, a tablatura deverá ter o
mesmo número de linhas do instrumento.
A primeira lição que postei aqui no blog foi sobre tríades. É um material denso, da teoria à aplicação em
músicas famosas. Por isso, tive que deixar as tríades abertas de fora naquele momento. Mas agora chegou
a hora de falar sobre elas. Vamos lá?
Quando as tríades são montadas organizando as notas em sentido horário, temos as tríades fechadas:
Quando as tríades são montadas organizando as notas em sentido anti-horário, temos as tríades abertas:
T 5 3;
5 3 T;
3 T 5.
Os shapes mostrados abaixo são de acordes maiores e menores. Caso você queira fazer algum deles com
quinta diminuta ou aumentada, basta mover a quinta meio tom abaixo ou meio tom acima em cada um
dos desenhos.
Dica: Dê mais atenção aos desenhos que possuem o selo de “Mais Utilizado!” e foque na disposição das
notas/shapes. As cifras que estão acima de cada desenho apenas fazem parte do exemplo e variam
conforme a casa na qual você estiver tocando.
T 5 3 (Tônica –> Quinta –> Terça)
Vamos fazer, em sequência, as tríades abertas (configuração T 5 3) do campo harmônico de Dó Maior, que
são:
Aqui temos um detalhe. É muito comum substituir a quinta diminuta pela sexta menor no sétimo grau do
campo harmônico ao executar as tríades abertas. Isso faz com que soe de forma mais suave, por eliminar o
trítono entre a tônica e a quinta diminuta.
Em outras palavras, essa substituição resulta na inversão (baixo na terça) do 5º acorde do campo. Fica
assim:
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Use as setas para cima ou para baixo para aumentar ou diminuir o volume.
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Use as setas para cima ou para baixo para aumentar ou diminuir o volume.
c) Sobe e desce de tríades abertas:
Tocador de áudio
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Use as setas para cima ou para baixo para aumentar ou diminuir o volume.
Conhecer as tríades pelo braço da guitarra vai fazer com que você possa criar riffs, linhas de
acompanhamento e solos de forma mais criativa e inteligente. Além disso, o estudo das tríades vai te
proporcionar maior domínio sobre o braço da guitarra.
O que é tríade?
Tríade é um acorde de três notas formado pela sobreposição de duas terças. Para ilustrar, vou partir da
nota Dó.
Importante: Se você ainda não domina o conceito e a classificação de intervalos, recomendo fortemente que você
assista à aula 25 do curso de guitarra do Music Clan. Os intervalos serão fundamentais durante toda esta lição.
Alguns exemplos de tríades são: C (Dó maior), Em (Mi menor), Ab (Lá bemol maior), C#m (Dó sustenido
menor) e todos aqueles acordes que não possuem número e nem bolinhas na cifra (com exceção de #5 e
b5).
Então você pensa: “Eu toco seis cordas naquele ‘Em’ que eu faço no início do braço, e não apenas três
como você está dizendo”.
Vamos fazer uma rápida análise desse acorde para contarmos quantas notas são tocadas:
Apesar de você tocar seis cordas nesse formato de acorde, a nota mi aparece três vezes e a nota si, duas.
Resumindo: no acorde de ‘Em’, você só toca três notas (Mi, Sol e Si).
Tríade maior;
Tríade menor;
Tríade diminuta;
Tríade aumentada.
O que diferencia uma da outra é a sua estrutura de intervalos. Veja a seguir como é formada cada uma
delas.
Tríade Maior
A tríade maior é formada por uma terça maior, seguida de uma terça menor.
Veja o exemplo da tríade de C (Dó maior):
D = Ré maior;
F# = Fá sustenido maior;
Bb = Si bemol maior.
Tríade Menor
A tríade menor é formada por uma terça menor, seguida de uma terça maior.
Dm = Ré menor;
F#m = Fá sustenido menor;
Bbm = Si bemol menor.
Tríade Diminuta
A tríade diminuta é formada por uma terça menor, seguida de outra terça menor.
Na cifra, é representada pela letra da nota seguida de um ‘m’ minúsculo e o símbolo de quinta diminuta.
Exemplos:
Tríade Aumentada
A tríade aumentada é formada por uma terça maior, seguida de outra terça maior.
Dica: Você pode conferir esse conteúdo em vídeo e com mais detalhes na aula 40 (Harmonia: Tríades) no
Music Clan.
Inversões de tríades
Se você costuma frequentar sites de cifras para aprender novas músicas, certamente já se deparou com
algo desse tipo: C/G.
Isso significa que o baixo do acorde (a nota mais grave) não está na tônica, mas sim na terça ou na quinta
(no caso de tríades).
Muito do material de estudo feito para guitarra tem como princípio o fato de que é um instrumento que
pode contar muito com o recurso visual. São muitos os shapes, modelos, desenhos, e por aí vai…
Foi dessa ideia que nasceu o CAGED, ou “Sistema 5”. O CAGED, nada mais é do que um sistema de modelos
baseado nos acordes C (Dó), A (Lá), G (Sol), E (Mi) e D (Ré) – daí o nome.
Ele parte do princípio de que podem ser feitos acordes por todo o braço da guitarra com base apenas
nesses 5 modelos, o que pouparia muito do seu tempo tentando memorizar acordes “novos” pelo resto do
braço. É uma ferramenta didática bem interessante e pode ser aplicada também a escalas.
Veja abaixo, na prática, como aplicar esse sistema para expandir consideravelmente o seu vocabulário de
acordes maiores e menores e saiba quais são os modelos mais utilizados por aí.
A ideia é você “mover” os modelos para frente e para trás no braço, na quantidade de tons desejada, para
chegar até os outros acordes. Como assim?
O que era “casa 0” (corda solta), foi para a casa 1 (como eram 3 cordas soltas, agora você precisa da pestana);
O que era casa 1, foi para a casa 2;
O que era casa 2, foi para a casa 3.
No terceiro acorde da imagem, ao mover o acorde de Fá Maior duas casas à frente (um tom), você chega
no Sol Maior. Então:
Dessa forma, você pode transformar um modelo de acorde em outros 11 acordes diferentes, movendo-o
de casa em casa (à partir da casa 12, você retorna à nota que você iniciou na corda solta). E o mesmo
ocorre com os acordes menores. Ou seja, são muitos acordes que você ganha com apenas um modelo!
Alguns modelos são difíceis de executar por completo, você irá perceber. Isso faz com que eles não sejam
muito utilizados nas músicas, ou sejam utilizados em fragmentos (veja como utilizar fragmentos de
tríades nesse post).
Veja agora como transportar os acordes maiores e menores em cada um dos modelos.
Legenda:
Modelo de C – CAGED
Modelo de A – CAGED
Modelo de G – CAGED
Esse modelo, tanto na versão maior quanto na menor, é muito pouco usado, pois é difícil de executar.
Pode ser usado em fragmentos, por exemplo: apenas cordas 4, 5 e 6.
Modelo de D – CAGED
Concluindo
O CAGED é um sistema bem interessante no que diz respeito à didática e ao aprendizado.
Aqui, nós aplicamos sobre os acordes maiores e menores, mas esta ferramenta pode ser usada para
diversos tipos de acordes, tais como X7, Xm7, Xadd9…
Ainda assim, os acordes são o primeiro passo do sistema. Posteriormente, você poderá relacionar os
modelos com desenhos de escalas também baseados nos 5 modelos utilizados pelo CAGED.
Nesse primeiro momento, concentre-se em memorizar, identificar nas músicas e aplicar esses modelos,
principalmente os modelos de E, A e D, que são os mais usados.