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Uma aventura pelos Buffet

Infantis.

Marcelo Teixeira

Designer, Arquiteto e Urbanista, Socio diretor DAU, Professor.

A busca por um espaço para festa infantil pode ser uma grande
aventura, cheio de decepção para os pais arquitetos.

Nessa aventura, o profissional encontrará inúmeros espaços


improvisados sem condições adequadas para recepcionar uma festa
infantil. Ora por espaços mau ocupados, ora por ambientação
inadequada. E o que mais assusta se deve ao fato de não se necessitar
grande montante de recursos financeiros para se obter um espaço à
altura do empreendimento e da felicidade dos clientes. Bastava um
bom projeto de arquitetura.

Primeiramente foram encontradas casas que sofreram enormes


reformas, e, com certeza, nada econômicas, para receberem
precariamente festas para 50 ou 100 pessoas. Pequenas salas
compartimentadas formando grande labirintos, com circulação
"truncada", ventilação e iluminação comprometidas, dificultando o
bem estar dos convidados. Os brinquedos, por sua vez, apertados nos
cantos que sobraram, são desvalorizados, esquecidos. Nesse caso,
deve-se ressaltar a importância deles em todo o empreendimento e
salientar como eles são negligenciados no empreendimento.

Depois, as visitas passaram por "galpões", construídos como anexos


que mostram um "certo projeto" mas ainda longe do profissionalismo
que o investimento exige. Aqui, os espaços amplos se mostram sub-
aproveitados, com espaços ociosos, sem uma setorização adequada e
uma ambientação "sofrível", longe de emocionar os pais, as crianças e
os convidados.

Por fim, restam os profissionais, que se colocam bem distantes dos


dois grupos anteriores, com espaços criteriosamente planejados, com
ambientação de tirar o folego. Estes, aproveitando o amadorismo dos
demais, aproveitam por cobrar um valor maior como se o projeto fosse
o grande diferencial, e não deveria ser.

O projeto, ao contrário do que muitos pensam, agregam valor ao


empreendimento, otimizando espaços (abrigando confortavelmente
clientes e atrações), dialogando com o público alvo (ambientação
conforme branding previamente estabelecido), tornando o
empreendimento rentável, dependendo apenas de um bom marketing e
a prestação de serviço com qualidade.

Portanto, o empreendedor brasileiro deve se convencer que projeto


arquitetônico não é mais um gasto, mas um investimento necessário
para o sucesso de qualquer empreendimento. Caso contrário tudo será
se resumirá em apenas um salto no escuro, uma grande aventura.

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