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09/05/2015 Crimes contra a fauna: breves apontamentos acerca da lei de crimes ambientais | Artigos JusBrasil

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09  de  maio  de  2015

Crimes contra a fauna: breves apontamentos acerca da
lei de crimes ambientais
Publicado  por  William  Lopes  Fragiolli ­  1  ano  atrás

Na  época  de  nossa  colonização  um  fato  marcante  foi  a  exploração  de  recursos  naturais  sem  compromisso  como  o
futuro,  pois  se  pensava  que  as  fontes  de  recursos  naturais  eram  inesgotáveis  e  renováveis.

As  florestas  foram  sendo  destruídas  e  os  nossos  animais  dizimados,  sendo  levados  para  fora  do  nosso  país,  sem
nenhum  controle  ou  condição  adequada  para  seu  transporte,  e  uma  grande  parte  desses  animais  morriam  nos  navios
antes  mesmo  de  seu  destino.

O  que  se  vê  é  que  desde  a  colônia  o  Brasil,  vem  sendo  saqueado,  sua  fauna  destruída  e  o  comércio  de  animais,  já
bastante  radicado  na  cultura  do  empobrecido  povo  brasileiro,  buscando  lucros  cada  vez  maiores,  onde  a  vida  dos
animais  não  tem  valor  na  mão  dos  traficantes.

E  com  a  velocidade  da  devastação  do  meio  ambiente  e  a  incapacidade  dos  governos  em  impedir  ou  deter  a
progressão  geométrica  dessa  devastação,  tem  feito  com  que  os  animais  silvestres  migrem  de  seu  habitat  natural
para  as  cidades,  causando  um  desequilíbrio  ecológico.

Diante  desse  quadro,  o  Direito,  como  ciência  social,  não  poderia  deixar  de  abraçar  essa  responsabilidade  e  ordenar
as  necessárias  normas  de  disciplina  nas  ações  interativas  do  homem  com  a  natureza.

Verifica­se  no  decorrer  do  trabalho  que  várias  normas  de  proteção  ao  meio  ambiente  foram  criadas,  entretanto,
somente  com  o  advento  da  Lei  nº.  9.605/98  (Lei  dos  Crimes  Ambientais)é  que  houve  um  grande  avanço  para  defesa
e  proteção  ao  meio  ambiente  no  Brasil.  Pois  foram  criados  novos  crimes  e  instituiu­se  um  sistema  de  proteção
administrativo  e  penal  bem  mais  eficaz.

Este  trabalho  tem  por  objetivo  demonstrar  as  mudanças  que  ocorreram  com  a  fauna  brasileira,  após  a  entrada,  em
vigor  da  Lei  dos  Crimes  Ambientais.

Por  tanto,  procedeu­se  uma  minuciosa  busca  em  doutrinas,  documentos,  meio  eletrônico,  entre  outros  materiais
publicados  sobre  o  assunto.

1  CONCEITO  DE  MEIO  AMBIENTE

A  expressão  meio  ambiente  foi  ao  que  parece,  utilizada  pela  primeira  vez  pelo  naturalista  francês  Geoffroy  de  Saint­
Hilaire  na  obra  Études  progressives  d’um  naturaliste,  de  1835,  tendo  sido  perfilhada  por  Augusto  Comte  em  seu
Curso  de  filosofia  Positiva[1].

Existem  várias  acepções  do  que  vem  a  ser  meio  ambiente.  Para  José  Afonso  da  Silva[2],  “meio  ambiente  seria  a
interação  do  conjunto  de  elementos  naturais,  artificiais  e  culturais  que  propiciem  o  desenvolvimento  equilibrado  da
vida  em  todas  as  suas  formas”.

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Nota­se,  que  o  conceito  de  meio  ambiente  é  amplo,  pois  abrange  toda  a  natureza  original,  constituída  pelo  solo,  pelo
ar  atmosférico,  pela  água,  pela  energia,  pela  flora,  pela  fauna,  enfim,  a  biosfera;  e  por  outro  lado,  temos  um  meio
ambiente  artificial,  ou  seja,  aquele  formado  pelo  espaço  urbano  construído,  consubstanciado  por  edificações  e
alterações  produzidas  pelo  homem.

E  neste  sentido  fica  estabelecido  pelo  artigo  225 da  Carta  Magna[3]  que:

“Todos  tem  direito  ao  meio  ambiente  ecologicamente  equilibrado,  bem  de  uso  comum  do  povo  e  essencial  à  sadia
qualidade  de  vida,  impondo­se  ao  Poder  Público  e  à  coletividade  o  dever  de  defendê­lo  e  preservá­lo  para  as
presentes  e  futuras  gerações”.

1.1  DIREITO  AMBIENTAL

Para  o  autor  Paulo  Afonso  Leme  Machado,  o  “direito  ambiental  é  um  direito  de  produção  à  natureza  e  à  vida,  dotado
de  instrumentos  peculiares  que  se  projetam  em  diversas  áreas  do  direito[4]”.

Contudo,  ensina  Edis  Milaré,  preferindo  se  referir  ao  “Direito  do  Ambiente”,  conceituando­o  como  “o  complexo  de
princípios  e  normas  coercitivas  reguladoras  das  atividades  humanas  que,  direta  e  indiretamente,  possam  afetar  a
sanidade  do  ambiente  em  sua  dimensão  global,  visando  à  sua  sustentabilidade  para  as  presentes  e  futuras
gerações”[5].

Toshio  Mukai  enfrenta  o  problema  da  definição  conceitual  do  direito  ambiental,  pois  para  ele  o  direito  ambiental  no
estágio  atual  de  sua  evolução  no  Brasil  “é  um  conjunto  de  normas  e  institutos  jurídicos  pertencentes  a  vários  ramos
reunidos  por  sua  função  instrumental  para  disciplinar  o  comportamento  humano  em  relação  ao  seu  meio
ambiente[6]".

Parece  conciso  afirmar  que  o  “Direito  Ambiental”  se  inclui  dentre  os  novos  direitos  como  um  dos  mais  importantes,
uma  vez  que  penetra  em  todos  os  demais  ramos  da  ciência  jurídica,  impondo  respeito  às  suas  normas,  pois  seus
fundamentos  de  validade  são  emanados  diretamente  da  Norma  Constitucional.

2  PRINCÍPIOS  JURÍDICOS  DO  DIREITO  AMBIENTAL

Para  o  ilustre  doutrinador  Paulo  Afonso  de  Bessa  “os  princípios  do  Direito  Ambiental  estão  voltados  para  a  finalidade
básica  de  proteger  a  vida,  em  qualquer  forma  que  ela  se  apresente  e  garantir  um  padrão  de  existência  digno  para  os
seres  humanos  desta  e  das  futuras  gerações”  [7].
Cabe  lembrar  que  os  princípios  jurídicos  ambientais  podem  ser  explícitos  e  implícitos.  Desta  forma,  os  princípios
explícitos,  são  aqueles,  escritos  e  fundamentados  na  Constituição  Federal,  bem  como  em  leis  ordinárias;  enquanto
que  os  princípios  implícitos  decorram  também  do  sistema  constitucional,  embora  não  se  encontrem  escritos,  porém,
nada  impede  que  os  mesmos  não  sejam  dotados  de  positividade.

Portanto,  devem­se  buscar  os  princípios  jurídicos  ambientais,  tanto  na  Lei  Maior,  quanto  nos  fundamentos  éticos  que
devem  nortear  as  relações  entre  os  seres  humanos  e  destes  com  relação  as  demais  formas  de  vida.

E  neste  sentido  cabe  demonstrar  os  princípios  mais  importantes  do  direito  ambiental.

2.1  PRINCÍPIO  DO  DIREITO  HUMANO  FUNDAMENTAL

Para  Milaré  “é  o  principio  transcendental  de  todo  o  ordenamento  jurídico  ambiental,  ostentando,  o  status  de
verdadeira  cláusula  pétrea”  [8].

Pois  decorre  do  texto  expresso  da  Constituição  Federal,  que  no  seu  art.  225,  caput,  dispõe  sobre  o  reconhecimento

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do  direito  a  um  meio  ambiente  sadio,  ou  seja,  com  extensão  ao  direito  a  vida,  que  sobre  o  enfoque  da  própria
existência  física  e  saúde  dos  seres  humanos,  quer  quanto  o  aspecto  da  dignidade  desta  existência  –  a  qualidade  de
vida  –  que  faz  com  que  valha  a  pena  viver[9].

2.2  PRINCÍPIO  DA  NATUREZA  PÚBLICA  DA  PROTEÇÃO  AMBIENTAL

Este  princípio  aparece  na  constituição  Federal  com  ênfase,  pois  não  só  a  Lei  nº  6.938/81  (lei  da  política  Nacional  do
Meio  Ambiente),  no  seu  artigo  2º,  inciso  I,  reconhece  o  meio  ambiente  como  “patrimônio  público,  a  ser
necessariamente  assegurado  e  protegido,  tendo  em  vista  o  uso  coletivo”.

Mas  também  a  Constituição  Federal  em  seu  artigo  225,  caput,  a  ele  se  refere  como  “bem  de  uso  comum  do  povo  e
essencial  à  sadia  qualidade  de  vida”,  impondo  dessa  maneira  ao  Poder  Público  e  à  coletividade  a  responsabilidade
na  sua  proteção.

Neste  sentido,  entende  José  Afonso  da  Silva  que  “esse  princípio  decorre  da  previsão  legal  que  considera  o  meio
ambiental  como  um  valor  a  ser  necessariamente  assegurado  e  protegido  para  uso  de  todos  ou,  para  fruição  humana
coletiva”[10].

2.3  PRINCÍPIO  DA  CONSIDERAÇÃO  DA  VARIÁVEL  AMBIENTAL  NO  PROCESSO  DECISÓRIO  DE  POLÍTICAS  DE
DESENVOLVIMENTO

Esse  princípio  demonstra  que  é  elementar  a  obrigação  de  se  levar  em  conta  a  variável  ambiental  em  qualquer
decisão,  tanto  pública  quanto  privada,  que  possa  causar  algum  impacto  negativo  sobre  o  meio  ambiente.

O  surgimento  deste  princípio  se  deu  no  final  dos  anos  60  (sessenta),  nos  Estados  Unidos,  partido  dos  Estudos  de
Impacto  Ambiental[11].

2.4  PRINCÍPIO  DA  PARTICIPAÇÃO  COMUNITÁRIA

No  Brasil,  esse  principio  vem  descrito  na  Carta  Magna,  em  seu  artigo  225,  caput,  quando  ali  se  impõe  ao  Poder
Público  e  a  coletividade  o  dever  de  preservar  e  defender  o  meio  ambiente  para  as  presentes  e  futuras  gerações.

Expressa  a  ideia  de  que  para  a  solução  dos  problemas  ambientais,  deve­se  dar  maior  ênfase  à  cooperação  entre  os
Estados  e  a  sociedade.

2.5  PRINCÍPIO  DO  POLUIDOR  PAGADOR,  RESCISÓRIO  OU  CONSUMIDOR  PAGADOR

Este  princípio  foi  acolhido  pela  Lei  de  Política  Nacional  ao  Meio  Ambiente,  e  posteriormente  reforçado  pela
Constituição  Federal,  pois  em  seu  artigo  225,  §  3º,  estabeleceu  que  “as  condutas  e  atividades  consideradas  lesivas
ao  meio  ambiente  sujeitarão  aos  infratores,  pessoas  físicas  ou  jurídicas,  as  sanções  penais  e  administrativas,
independentemente  da  obrigação  de  reparar  os  danos”.

Para  Antunes,  esse  principio  visa  impedir  que  a  sociedade  arque  com  os  custos  da  recuperação  de  um  ato  lesivo  ao
meio  ambiente  causado  por  poluidor  perfeitamente  identificado[12].

2.6  PRINCÍPIO  DO  DIREITO  AO  DESENVOLVIMENTO  SUSTENTÁVEL

O  desenvolvimento  sustentável  é  definido  pela  Comissão  Mundial  sobre  o  Meio  Ambiente  e  Desenvolvimento  como
sendo  “aquele  que  atende  as  necessidades  presentes  sem  comprometer  as  possibilidades  das  gerações  futuras
atenderem  as  suas  próprias  necessidades”[13].

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Para  encerrar  o  assunto  sobre  os  princípios  jurídicos  ambientais  precisa­se  ter  sempre  em  mente  que  deve­se
conhecer  e  buscar  a  verdade  das  coisas,  utilizando  o  principio  do  conhecimento,  que  faz  parte  não  só  do  direito
ambiental,  mas  de  toda  ciência  jurídica,  e  um  pouco  desse  conhecimento  será  abordada  no  próximo  item  pela  lei  nº.
9.605/98  (Crimes  Ambientais).

3  DA  LEI  DE  CRIMES  AMBIENTAIS  –  LEI  Nº.  9.605/98

Antes  da  Lei  de  Crimes  Ambientais  Lei  nº.  9.605/98,  eram  aplicadas  leis  esparsas  de  difícil  aplicação;  a  pessoa
jurídica  não  era  responsabilizada  criminalmente  e  não  tinha  decretada  a  liquidação  quando  cometia  infração
ambiental;  a  reparação  do  dano  ambiental  não  extinguia  a  punibilidade;  era  impossível  a  aplicação  direta  de  pena
restritiva  de  direito  ou  multa;  a  aplicação  das  penas  alternativas  era  possível  para  crimes  cuja  pena  privativa  de
liberdade  fosse  aplicada  até  2  (dois)  anos;  a  destinação  dos  produtos  e  instrumentos  da  infração  não  era  bem
definida.

Matar  um  animal  da  fauna  silvestre,  mesmo  para  se  alimentar  era  crime  inafiançável;  maus  tratos  contra  animais
domésticos  e  domesticados  era  contravenção;  não  havia  disposição  claras  relativas  a  experiências  realizadas  com
animais;  pichar  e  grafitar  não  tinham  penas  claramente  definidas;  a  prática  de  soltura  de  balões  não  era  punida  de
forma  clara;  destruir  ou  danificar  plantas  de  ornamentação  em  áreas  públicas  ou  privadas,  era  considerado
contravenção;  o  acesso  livre  às  praias  era  garantido,  entretanto,  sem  prever  punição  criminal  a    quem  o  impedisse;
desmatamentos  ilegais  e  outras  infrações  contra  a  flora  eram  considerados  contravenções. 

A  comercialização,  o  transporte  e  o  armazenamento  de  produtos  e  subprodutos  florestais  eram  punidos  como
contravenção;  a  conduta  irresponsável  de  funcionários  de  órgãos  ambientais  não  esta  claramente  definida;  as  multas,
na  maioria  ,  eram  fixadas  através  de  instrumentos  normativos  passíveis  de  contestação  judicial;  e  a  multa  máxima
por  hectare,  metro  cúbico  ou  fração  era  de  R$  5  mil.

E  com  o  surgimento  da  Lei  nº  9.605/98  vimos  que:  a  legislação  ambiental  é  consolidada,  as  penas  têm
uniformização  e  gradação  adequadas  e  as  infrações  são  claramente  definidas;  define  a  responsabilidade  da  pessoa
jurídica  inclusive  a  responsabilidade  penal  e  permite  a  responsabilidade  também  da  pessoa  física  autora  ou  co­autora
da  infração;  pode  ter  liquidação  forçada  no  caso  de  ser  criada  e  ou  utilizada  para  permitir,  facilitar  ou  ocultar  crime
definido  na  lei  e  seu  patrimônio  é  transferido  para  o  Patrimônio  Penitenciário  Nacional.

A  punição  é  extinta  com  apresentação  de  laudo  que  comprove  a  recuperação  do  dano  ambiental;  a  partir  da
constatação  do  dano  ambiental,  as  penas  alternativas  ou  a  multa  podem  ser  aplicadas  imediatamente;  é  possível
substituir  penas  de  prisão  até  4  (quatro)  anos  por  penas  alternativas,  como  a  prestação  de  serviços  à  comunidade  e
a  grande  maioria  das  penas  previstas  na  lei  tem  limite  máximo  de  4  (quatro)  anos;produtos  e  subprodutos  da  fauna  e
flora  podem  ser  doados  ou  destruídos,  e  os  instrumentos  utilizados  quando  da  infração  podem  ser  vendidos.

Matar  animais  continua  sendo  crime,  no  entanto  para  saciar  a  fome  do  agente  ou  da  sua  família,  a  lei  descriminaliza
o  abate;  além  dos  maus  tratos,  o  abuso  contra  estes  animais,  bem  como  aos  nativos  ou  exóticos,  passa  a  ser
crime;  experiências  dolorosas  ou  cruéis  em  animais  vivos,  ainda  que  para  fins  didáticos  ou  científicos,  são
consideradas  crimes,  quando  existirem  recursos  alternativos;  a  prática  de  pichar,  grafitar  ou  de  qualquer  forma
conspurcar  edificação  ou  monumento  urbano,  sujeita  o  infrator  a  até  um  ano  de  detenção;  fabricar,  vender,
transportar  ou  soltar  balões,  pelo  risco  de  causar  incêndios  em  florestas  e  áreas  urbanas,  sujeita  o  infrator  à  prisão  e
multa;  destruição,  dano,  lesão  ou  maus  tratos  às  plantas  de  ornamentação  é  crime,  punido  por  até  1  (um)  ano;  quem
dificultar  ou  impedir  o  uso  público  das  praias  está  sujeito  a  até  5  (cinco)  anos  de  prisão.

O  desmatamento  não  autorizado  agora  é  crime,  além  de  ficar  sujeito  a  pesadas  multas;  comprar,  vender,  transportar,
armazenar  madeira,  lenha  ou  carvão,  sem  licença  da  autoridade  competente,  sujeita  o  infrator  a  até  1  (um)  ano  de
prisão  e  multa;  funcionário  de  órgão  ambiental  que  fizer  afirmação  falsa  ou  enganosa,  omitir  a  verdade,  sonegar
informações  ou  dados  em  procedimentos  de  autorização  ou  licenciamento  ambiental,  pode  pegar  até  3  (três)  anos  de

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cadeia;  a  fixação  e  aplicação  de  multas  têm  a  força  da  lei  e  a  multa  administrativa  varia  de  R$  50  a  R$  50  milhões.

A  lei  dispõe  no  capitulo  V  seção  I,  trata  dos  crimes  contra  a  fauna,  e  esta  vem  sendo  empregada  com  rigor,
combatendo  os  envolvidos  no  tráfico  de  animais  com  punições  mais  severas,  como  o  pagamento  de  multas,  além  de
penas  de  detenção,  podendo  chegar  a  penas  de  reclusão  de  até  cinco  anos  nos  casos  em  que  a  lei  comina  os
crimes  de  maior  gravidade.  É  de  maior  relevância  saber  que  ao  ser  constatado  um  dano  ambiental  é  necessário  que
o  responsável  pelo  mesmo  faça  a  sua  reparação,  relacionando­se  com  a  proteção  ao  meio  ambiente.

Esta  lei  esta  regulamentada  pelo  Decreto  nº.  3.179/99  e  vem  preenchendo  um  vazio,  o  próprio  homem  não  sabia
como  agir,  juridicamente,  e  se  tratando  de  crimes  contra  a  natureza,  devido  ao  caráter  esparso  da  antiga  lei,  o  que
tornava  de  difícil  aplicação.

4  DA  PERÍCIA  NOS  CRIMES  COMETIDOS  CONTRA  A  FAUNA

É  de  fundamental  importância  a  aplicação  dessa  nova  lei,  no  que  diz  respeito  aos  crimes  cometidos  contra  nossa
fauna  silvestre.  Qualquer  animal  é  incapaz  de  utilizar  a  sua  força  para  o  ataque,  sendo  o  seu  instinto  voltado  apenas
para  a  defesa,  daí  a  necessidade  para  lutarmos  pela  sobrevivência.

Hoje,  o  Departamento  de  Polícia  Federal  conta  com  uma  gama  de  profissionais  intimamente  ligados  ao  meio
ambiente,  atuando  por  meio  de  seus  conhecimentos  técnicocientíficos  na  preservação  da  natureza.  São  peritos
criminais  federais  com  formação  profissional  voltada  para  a  defesa  de  nossa  fauna,  como  o  médico  veterinário  e  o
biólogo,  da  nossa  flora.

O  perito  criminal  federal,  ao  autuar  numa  perícia  voltada  para  crimes  contra  a  fauna,  caso  esta  envolva  animais
vivos,  só  poderá  fazê­lo  com  o  conhecimento  profissional  do  médico  veterinário  e  do  biólogo,  o  que  dará  condições
para  que  seja  realizada  a  identificação  das  espécies.  Caso  o  crime  envolva  animais  mortos,  o  perito,  além  de  se
preocupar  com  a  classificação  e  identificação  das  espécies,  também  estará  incumbido  de  determinar  a  causa  mortis
dos  animais  quem  questão,  realizando  exames  anátomopatológicos  macroscópios  (necropsia)  e,  quando  necessários,
microscópios  (histopatológico),  sendo  esta  atribuição  exclusiva  do  médico  veterinário.

4.1  DO  TRÁFICO  DE  ANIMAIS  SILVESTRES                


   
Quando  se  retira  um  animal  da  natureza,  é  como  se  quebrássemos  ou,  ao  menos,  enfraquecêssemos  o  elo  de  uma
corrente.  Lógico  que  somente  um  animal  não  faria  falta,  mas,  não  apenas  um  e  sim,  centenas,  milhares  de  animais
são  retirados  por  ano  de  nossas  matas.  Para  se  ter  uma  ideia    um  caminhão  rotineiramente  utilizado  no  tráfico  de
animais  transporta  cerca  de  1.000  espécimes  (alguns  chegam  a  transportar  3.000  animais).  Basta,  então,  se
perguntar:  quantos  caminhões  estão  rodando  pelo  país  e  quantos  destes  poderiam  estar  transportando  animais
silvestres  em  meio  a  sua  carga?

A  população  humana  cresceu  muito,  em  2003  já  somos  mais  de  6  bilhões  de  habitantes  e,  no  Brasil,  mais  de  160
milhões  que  exercem  uma  imensa  pressão  sobre  os  habitats  naturais  e,  também,  diretamente  sobre  a  fauna.
Calcula­se  que  o  tráfico  de  animais  silvestres  retire,  anualmente,  cerca  de  12  milhões  de  animais  de  nossas  matas.

Este  é  um  assunto  que  envolve  vidas,  tanto  humanos  quanto  animais,  porque  tudo  que  afeta  o  meio  ambiente  e
provoca  o  desequilíbrio  da  natureza  pode  trazer  conseqüências  danosas  para  o  ser  humano.

4.2  DOS  LUCROS

Anualmente,  em  todo  o  mundo,  cerca  de  vinte  bilhões  de  dólares,  sendo  que  o  Brasil  participa  desse  mercado  ilícito
com  uma  quantia  que  varia  de  um  bilhão  e  meio  a  dois  bilhões  de  dólares  por  ano,  representando  em  sua  grande
maioria  por  animais  da  classe  das  aves.

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Esse  tipo  de  tráfico  está  cotado  como  sendo  o  terceiro  maior  do  mundo,  perdendo  apenas  para  os  tráficos  de  drogas
e  de  armas.  É  um  comercio  que  vem  crescendo  a  cada  ano,  diminuindo  assim  o  número  de  espécimes  soltos  na
natureza.

O  Brasil  é  cotado  como  um  dos  maiores  fornecedores  de  animais  silvestres  para  o  restante  do  mundo,  retirando  a
cada  ano  cerca  de  12  milhões  de  vidas  de  seu  habitat  natural,  sendo  que  de  cada  dez  animais  capturados,  somente
um  chega  vivo  ao  consumidor,  já  que  os  demais  acabam  morrendo  durante  a  própria  captura  ou  no  transporte.  São
números  alarmantes  e  que,  mesmo  assim,  continuam  crescendo.

4.3  DA  CRUELDADE

Os  traficantes  de  animais  são  cruéis,  e  para  conquistar  os  consumidores,  agem,  por  exemplo,  quebrando  ossos  do
peito  de  aves  como  das  araras,  ficando  essas  imóveis  e  mansas  em  conseqüência  da  dor  que  sentem,  embriagando
macacos  com  cachaça,  para  que  eles  pareçam  ser  animais  dóceis,  e  aplicando  tranquilizantes  nos  animais  para  que
os  mesmo  duram  e  não  chamem  a  atenção  da  fiscalização  durante  o  transporte.  Ao  notarem  a  presença  da
fiscalização,  em  feiras  livres,  são  capazes  de  esmagar  as  cabeças  de  pequenos  pássaros  com  as  próprias  mãos,
impedindo  que  esses  sejam  apreendidos  ainda  vivos.

O  tráfico  usa  estratégias  que  ferem  as  leis  da  própria  natureza,  ao  interromper  o  processo  de  reprodução  das  aves,
retirando­as  do  ninho  no  momento  em  que  estão  chocando,  durante  o  período  de  acasalamento  e  procriação  que
ocorre  entre  os  meses  de  agosto  até  outubro.

4.4  DA  ROTA

Os  animais  capturados,  em  sua  grande  parte  nos  estados  da  Bahia  e  Minas  Gerais,  são  destinados  geralmente  aos
estados  de  São  Paulo,  Rio  de  Janeiro  e  Distrito  Federal,  onde  são  vendidos  em  feiras  livres  ou  mesmo  traficados
para  outros  países.

A  malha  rodoviária  brasileira  é  utilizada  pelos  traficantes  nos  transporte  dos  animais  capturados,  tendo  como
exemplo  as  rodovias  BR  116  (Rio­Bahia)  e  Fernão  Dias  (BH­SP).  Alguns  traficantes  tiram  dessa  atividade  uma  renda
tão  lucrativa  que  chegam  a  manter  pistas  de  pouso  clandestinas  em  fazendas  para  movimentar  o  tráfico[14].

Diversos  animais  são  vendidos  para  o  exterior  com  documentação  falsificada,  sendo  que  entre  os  traficantes  essa
prática  é  chamada  vulgarmente  de  lavar  ou  esquentar  os  animais.  Eles  são  capturados  no  Brasil  e  levados  para
países  vizinhos,  onde  recebem  a  documentação  como  se  fossem  nativos  daquela  região,  passando­se  por  animais
exóticos,  ou  seja,  oriundos  de  outros  países.  Dessa  maneira,  já  portando  os  documentos  falsos,  os  traficantes  levam
os  animais  da  nossa  fauna  legalmente  para  outros  países.

4.5  DO  COMBATE

O  Departamento  de  Polícia  Federal,  o  Ibama,  a  Polícia  Militar  Florestal  nos  estados  brasileiros,  diversas
Organizações  não  Governamentais  –  Ongs,  e  outros  órgãos  ligados  à  conservação  da  fauna  têm  lutado  no  combate
ao  tráfico  de  animais  silvestres,  fazendo  com  que  a  lei  seja  cumprida.

Além  da  necessidade  de  se  ter  um  efetivo  maior  nos  diversos  órgãos  ligados  à  conservação  do  meio  ambiente,  é
oportuno  ainda  enfatizar  a  importância  de  se  providenciar  os  recursos  materiais  essenciais  e  propiciar  cursos  de
aperfeiçoamento  e  treinamentos  específicos  aos  profissionais  que  atuam  no  combate  ao  tráfico  de  animais,  para
aumentar  a  eficiência  e  alcançar  os  resultados  desejados.

5  DAS  COMISSÕES  DE  ÉTICAS  NO  USO  DE  ANIMAIS

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09/05/2015 Crimes contra a fauna: breves apontamentos acerca da lei de crimes ambientais | Artigos JusBrasil

O  cenário  de  controle  social  acerca  do  uso  de  animais  no  âmbito  científico  começou  a  se  instaurar  propriamente  a
partir  dos  anos  70.  Os  movimentos  sociais,  especialmente  nos  EUA  e  na  Europa,  o  surgimento  da  ciência  do  bem­
estar  animal  e  a  importante  intensificação  do  debate  moral,  com  o  nascimento  da  bioética  e  com  a  contribuição
filosófica  que  ofereceu  fundamentação  aos  chamados  de  libertação  animal,  fizeram  que  as  práticas  científicas,  que
envolve  o  uso  de  animais,  fossem,  aos  poucos,  sendo  submetida  a  diferentes  mecanismos  de  controle.

Um  reflexo  da  inserção  dessa  preocupação  na  arena  social  foi  o  estabelecimento  de  legislações  diretamente
relacionadas  ao  uso  de  animais  no  âmbito  científico,  ou  revisão,  para  uma  maior  adequação,  das  leis  de  proteção
animal  já  existentes  em  diversos  países  pelo  mundo  afora.

No  Brasil,  Cid  Couto  Chaves  apontou  a  década  de  90  como  o  período  de  surgimento  das  comissões  de  ética  no  uso
de  animais.  Talvez  por  um  reflexo  do  debate  internacional  e  das  exigências  editoriais  para  publicação  de  artigos
científicos,  visto  que  não  há  ainda  uma  legislação  federal  ou  algum  tipo  de  resolução  nacional  que  regulamente  a
existência  dessas  comissões.  Sendo  assim,  elas  teriam  surgido  a  partir  do  próprio  interesse  das  instituições  de
pesquisa  e  universidades,  o  que  acarreta  também  um  perfil  diferenciado  entre  as  comissões  no  que  se  refere  ao  seu
papel  dentro  da  instituição,  sua  composição  e  forma  de  atuação[15].

Dentre  outros  aspectos,  muito  tem  se  discutido  sobre  quem  deve  fazer  parte  dessas  comissões.  Em  linhas  gerais,  a
noção  da  importância  da  multidisciplinaridade,  a  exemplo  das  comissões  de  ética  em  pesquisa  em  seres  humanos,
tem  sido  um  ponto  em  comum  no  debate.  No  entanto,  diferentes  países  levam  em  conta  categorias  distintas  de
membros,  a  fim  de  garantir  um  papel  de  representação  diferenciada  dentro  dessas  comissões.  De  uma  forma  geral,
podem  ser  identificadas  basicamente  três  categorias:

a)  Representantes  da  ciência  –  membros  comprometidos  com  a  ciência  em  geral,  podendo  referir­se  a  professores,
cientistas,  representantes  institucionais;

b)  Médico  veterinário  –  destaca­se  o  compromisso  com  o  bem­estar  animal;  refere­se  a  especialistas  em  bem­estar
animal;

c)  Representantes  da  sociedade  –  membros  que  representem  a  sociedade,  especialmente  comprometidos  com  a
proteção  animal,  e  podem  ser  também  eticistas,  juristas  e  outros[16].

6  MAUS­TRATOS  AOS  ANIMAIS:  DELITOS  QUALIFICADOS  COMO  CRIME  E  PUNÍVEIS  PELA  LEGISLAÇÃO
BRASILEIRA

Atualmente,  embora  ainda  não  devidamente  adequado  a  proteger  os  animais  como  seres  dotados  de  sentimentos  e
sensações,  o  protecionismo  aos  animais  ganhou  certo  destaque,  permitindo  a  proteção  jurídica  com  a  acepção  da
fauna  como  bem  ambiental.

A  Constituição  Federal  de  1988  prevê  a  proteção  ao  meio  ambiente,  a  flora  e  a  fauna.  Infraconstitucionalmente,
diversas  leis  esparsas  seguem  o  mesmo  sentido,  dando  azo  às  responsabilidades  civil,  administrava  e  criminal  de
quem  contra  o  ambiente  comete  ilícito.

Cabe  ao  Direito  procurar  colocar  termo  nessas  práticas  que  sacrificam  milhares  de  vidas  inocentes.  Nesta  ordem,  a
norma  constitucional  foi  regulamentada  com  a  edição  denominada  Lei  de  Crimes  Ambientais,  Lei  nº.  9.605 de
12.2.1998,  a  qual  englobou  outros  diplomas  de  proteção  da  fauna.  Com    o  advento  da  Lei  dos  Crimes  Ambientais,  a
proteção  jurídica  penal  passa  a  ser  o  bem­estar  dos  animais  e  sua  integridade  biológica,  embora  há  quem  defenda
que  o  bem  jurídico  a  ser  tutelado  seria  tão  somente  o  equilíbrio  ecológico.  Nesta  segunda  acepção,  tutela­se  a
função  ecológica  da  fauna  e  não  propriamente  os  animais,  como  menciona  a  Lei  de  Proteção  à  Fauna,  Lei  nº.
5.197/67.

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09/05/2015 Crimes contra a fauna: breves apontamentos acerca da lei de crimes ambientais | Artigos JusBrasil

Portanto,  ao  ordenamento  penal,  a  lesão,  os  maus  tratos  e  a  mutilação  dos  animais  legitima  a  sanção  imposta  ao
autor  da  infração,  posto  ser  o  bem  jurídico  merecedor  da  tutela  penal.  A  vítima  ou  sujeito  passivo  é  a  humanidade  e
o  próprio  animal,  seja  em  consideração  à  integridade  física  e  moral  dos  seres  humanos,  seja  à  dos  animais.

Infelizmente,  grande  parte  da  doutrina  considera  somente  a  coletividade  como  sujeito  passivo  dos  crimes  contra  a
fauna.  O  mestre  Constantino  observa  que  os  animais  maltratados,  feridos  ou  mutilados,  são  objetos  materiais  do
delito  e  não  sujeitos  passivos  dele  [17].

A  Lei  nº.  9.605/98  protege  a  fauna  ao  definir  os  crimes  ambientais  e  dispor  sobre  as  sanções  penais  e
administrativas  resultantes  de  atividades  e  condutas  lesivas  ao  ambiente  e  aos  bens  ambientais.  As  condutas
consideradas  criminosas  estão  descritas  nos  arts.  29  ao  37,  previstos  crimes  dolosos,  bem  como  a  modalidade
culposa.  E  permite­se  conceder  crimes  comissivos  por  omissão  ou  falsamente  omissivos.

O  desenvolvimento  humano  não  pode  e  não  deve  servir  como  desculpa  para  o  desrespeito  aos  animais.  Não  se
olvida  da  necessidade  de  uma  evolução  social,  mas  nunca  desmedida,  sob  pena  de  se  esgotarem  as  fontes  da  vida.
Ainda  que  tardio,  é  momento  para  aplicação  de  nova  e  adequada  postura  ética­socioambiental,  mediante  a  inserção
de  educação  ambiental  conjugada  com  a  normatização  e  controle  da  proteção  jurídica  dos  animais  a  se  coadunar
com  o  escopo  maior  de  uma,  por  que  não  assim  dizer,  justiça  ambiental[18].

Veremos  nos  capítulos  seguintes,  precisamente  do  capitulo  7  ao  15  que  o  mestre  Constantino  discorre  em  forma
doutrinária  os  artigos  que  dispõe  dos  crimes  contra  a  fauna.

7  DOS  CRIMES  PREVISTO  NO  ART.  29 DA  LEI  9.605/98

Art.  29.  Matar,  perseguir,  caçar,  apanhar,  utilizar  espécimes  da  fauna  silvestre,  nativos  ou  em  rota  migratória,  sem  a
devida  permissão,  licença  ou  autorização  da  autoridade  competente,  ou  em  desacordo  com  a  obtida:

Pena  ­  detenção  de  seis  meses  a  um  ano,  e  multa.

§  1º  Incorre  nas  mesmas  penas:I  ­  quem  impede  a  procriação  da  fauna,  sem  licença,  autorização  ou  em  desacordo
com  a  obtida;II  ­  quem  modifica,  danifica  ou  destrói  ninho,  abrigo  ou  criadouro  natural;III  ­  quem  vende,  expõe  à
venda,  exporta  ou  adquire,  guarda,  tem  em  cativeiro  ou  depósito,  utiliza  ou  transporta  ovos,  larvas  ou  espécimes  da
fauna  silvestre,  nativa  ou  em  rota  migratória,  bem  como  produtos  e  objetos  dela  oriundos,  provenientes  de  criadouros
não  autorizados  ou  sem  a  devida  permissão,  licença  ou  autorização  da  autoridade  competente.

§  2º  No  caso  de  guarda  doméstica  de  espécie  silvestre  não  considerada  ameaçada  de  extinção,  pode  o  juiz,
considerando  as  circunstâncias,  deixar  de  aplicar  a  pena.

§  3º  São  espécimes  da  fauna  silvestre  todos  aqueles  pertencentes  às  espécies  nativas,  migratórias  e  quaisquer
outras,  aquáticas  ou  terrestres,  que  tenham  todo  ou  parte  de  seu  ciclo  de  vida  ocorrendo  dentro  dos  limites  do
território  brasileiro,  ou  águas  jurisdicionais  brasileiras.

§  4º  A  pena  é  aumentada  de  metade,  se  o  crime  é  praticado:I  ­  contra  espécie  rara  ou  considerada  ameaçada  de
extinção,  ainda  que  somente  no  local  da  infração;II  ­  em  período  proibido  à  caça;III  ­  durante  a  noite;IV  ­  com  abuso
de  licença;V  ­  em  unidade  de  conservação;VI  ­  com  emprego  de  métodos  ou  instrumentos  capazes  de  provocar
destruição  em  massa.

§  5º  A  pena  é  aumentada  até  o  triplo,  se  o  crime  decorre  do  exercício  de  caça  profissional.

§  6º  As  disposições  deste  artigo  não  se  aplicam  aos  atos  de  pesca.

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09/05/2015 Crimes contra a fauna: breves apontamentos acerca da lei de crimes ambientais | Artigos JusBrasil

7.1  DO  OBJETO  JURÍDICO  DO  DELITO

O  objeto  jurídico  do  delito  é  o  equilíbrio  ecológico  advindo  da  necessária  preservação  de  todos  espécimes  que,  de
um  modo  ou  de  outro,  integrem  a  fauna  silvestre  brasileira  –  sejam  eles  pertencentes  às  espécies  nativas,  às
migratórias  (de  curtas  e  longas  migrações),  e  a  quaisquer  outras,  aquáticas  ou  terrestres,  ameaçadas  ou  não  de
extinção.

7.2  DO  OBJETO  MATERIAL  DO  DELITO

Os  objetos  materiais  do  delito  são  os  espécimes  da  fauna  silvestre  brasileira,  nativas  ou  migratórias.

7.3  DO  SUJEITO  ATIVO

O  sujeito  ativo  é  qualquer  pessoa  (física)  sem  a  devida  permissão,  licença  ou  autorização  competente,  para  praticar
os  verbos  previstos  no  tipo,  ou  o  indivíduo  que,  embora  possuindo  tal  permissão,  licença  ou  autorização,  aja  em
desacordo  com  a  mesma.

7.4  DO  SUJEITO  PASSIVO

O  sujeito  passivo  é  a  coletividade.  Os  animais  são  objetos  materiais  do  delito  e  não  sujeitos  passivos  dele.  Cremos
que,  aqui,  se  deva  fazer  o  mesmo  raciocínio  tecido  em  relação  à  subjetividade  passiva  da  contravenção  penal  de
crueldade  contra  os  animais  (art.  64  da  L.C.P.).

7.5  DO  TIPO  OBJETIVO

São  os  verbos  e  aspectos  do  caput,  embora  o  tipo  penal  mencione  “matar,  perseguir  caçar,  apanhar,  utilizar
espécimes  da  fauna  silvestre”.  Poder­se­ia  invocar,  quanto  a  este  aspecto,  o  chamado  princípio  da  insignificância
penal,  argumentando­se  que  o  bem  jurídico  tutelado  pela  Lei  Ambiental  é  o  equilíbrio  ecológico  advindo  da
necessária  preservação  da  fauna.

7.6  DO  TIPO  SUBJETIVO

Aqui  o  tipo  subjetivo  é  o  dolo,  direto  ou  eventual.  Neste  crime  podemos  observar  que  não  há  conduta  culposa,  pois  a
intenção  do  sujeito  ativo  é  matar,  perseguir,  caçar,  apanhar  e  utilizar  espécimes  da  fauna  brasileira.

7.7  DOS  ELEMENTOS  NORMATIVOS

Os  elementos  normativos  estão  contidos  na  expressão:  “sem  a  devida  permissão,  licença  ou  autorização  da
autoridade  competente,  ou  sem  desacordo  com  a  obtida”.

7.8  DA  CONSUMAÇÃO

Para  se  concretizar  a  consumação  do  crime  aqui  previsto  é  necessário  que  ocorra  a  morte,  a  perseguição,  os  atos
de  caça,  a  captura  ou  a  utilização  dos  espécimes,  de  forma  indevida.

7.9  DA  TENTATIVA

A  tentativa  é  possível,  a  nosso  ver,  nos  verbos  matar  e  apanhar,  denotativos  de  condutas  de  crime  material;  já  os
verbos  perseguir  e  caçar  não  permitem  tentativa,  por  serem  de  mera  conduta,  o  verbo  utilizar  parece,  também,  não
ser  suscetível  do  conatus,  porque  o  sujeito  ativo,  para  utilizar,  tem  que  primeiro  perseguir  ou  apanhar  o  animal.

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8  DO  CRIME  PREVISTO  NO  ART.  30 DA  LEI  9.605/98

Art.  30.  Exportar  para  o  exterior  peles  e  couros  de  anfíbios  e  répteis  em  bruto,  sem  a  autorização  da  autoridade
ambiental  competente:

Pena  ­  reclusão,  de  um  a  três  anos,  e  multa.

8.1  DO  OBJETO  JURÍDICO  DO  DELITO

O  objeto  jurídico  do  delito  é  o  equilíbrio  ecológico  advindo  da  necessária  preservação  dos  espécimes  da  fauna
silvestre  e  aquática,  especialmente  anfíbios  e  répteis,  ameaçados  ou  não  de  extinção.

8.2  DO  OBJETO  MATERIAL  DO  DELITO

O  objeto  material  do  delito  neste  crime  são  os  couros  e  as  peles  em  bruto,  de  répteis  e  anfíbios,  estejam  estes
ameaçados  ou  não  de  extinção,  e  mesmo  com  o  abatimento  dos  animais  o  sujeito  ativo  não  fica  em  pune.

8.3  DO  SUJEITO  ATIVO

O  sujeito  ativo  é  qualquer  pessoa  (física),  sem  a  autorização  da  autoridade  ambiental  competente,  para  exportar
peles  e  couros  dos  animais  acima  referidos.

8.4  DO  SUJEITO  PASSIVO

O  sujeito  passivo  é  a  coletividade.  Os  animais,  cujas  peles  ou  couros  são  extraídos,  constituem­se  em  objetos
materiais  do  delito  e  não  em  sujeitos  passivos  dele.

8.5  DO  TIPO  OBJETIVO

É  o  verbo  exportar,  a  exportação  de  uma  só  pelé  ou  couro,  sem  a  autorização  da  autoridade  ambiental  competente,
configura  o  crime,  isto,  porque  o  princípio  da  insignificância  deve  ser  utilizado,  com  muita  reserva,  em  matéria  de
crimes  ambientais.

8.6  DO  TIPO  SUBJETIVO

O  tipo  subjetivo  deste  artigo  é  o  dolo,  não  havendo  conduta  culposa,  pois  há  a  intenção  do  sujeito  ativo  em  exportar
o  tipo  material.

8.7  DO  ELEMENTO  NORMATIVO

Está  contido  na  expressão  “sem  a  autorização  da  autoridade  ambiental  competente”.  Para  exportar  peles  ou  couros
de  anfíbios  e  répteis  são  necessários  documentos  que  prove  a  legalidade  de  que  os  animais  abatidos  para  tal  fim
sejam  de  criadores  credenciados.

8.8  DA  CONSUMAÇÃO

A  consumação  se  dá  com  a  remessa  para  o  exterior  das  peles  ou  couros.

8.9  DA  TENTATIVA

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09/05/2015 Crimes contra a fauna: breves apontamentos acerca da lei de crimes ambientais | Artigos JusBrasil

A  tentativa  é  possível,  pois  o  agente  pode  ser  surpreendido  pela  polícia,  no  porto,  aeroporto  ou  em  rodovias,  antes
que  a  exportação  se  realize.

9  DO  CRIME  PREVISTO  NO  ART.  31 DA  LEI  9.605/98

Art.  31.  Introduzir  espécime  animal  no  País,  sem  parecer  técnico  oficial  favorável  e  licença  expedida  por  autoridade
competente:

Pena  ­  detenção,  de  três  meses  a  um  ano,  e  multa.

9.1  DO  OBJETO  JURÍDICO  DO  DELITO

O  objeto  jurídico  do  delito  é  o  equilíbrio  ecológico  advindo  da  necessária  preservação  da  fauna  brasileira,  silvestre  e
aquática,  conforme  ela  é,  livre  da  introdução  de  espécimes  exóticos  sem  a  devida  licença  dos  órgãos  responsáveis.

9.2  DO  OBJETO  MATERIAL  DO  DELITO

O  objeto  material  do  delito  é  todo  o  espécime  animal  exótico;  o  termo  exótico  é  empregado,  aqui,  no  sentido  de
estrangeiro,  não  nativo,  vindo  de  outro  país.

9.3  DO  SUJEITO  ATIVO

O  sujeito  ativo  é  qualquer  pessoa  (física),  que  não  tenha  o  parecer  técnico  oficial  favorável  e  a  licença  expedida  por
autoridade  competente,  para  introduzir  espécime  animal  exótica  no  País.

9.4  DO  SUJEITO  PASSIVO

O  sujeito  passivo  sempre  será  a  coletividade,  pois  a  fauna  brasileira  é  afetada  pela  conduta  praticada  pelo  agente
que  introduzir  espécime  diversificada  no  país,  mas  ela  não  pode  ser  vítima  do  delito.

9.5  DO  TIPO  OBJETIVO

O  tipo  objetivo  é  o  verbo  introduzir  presente  no  caput  do  artigo  31  deste  diploma  legal

9.6  DO  TIPO  SUBJETIVO

O  tipo  subjetivo  presente  neste  artigo  é  o  dolo,  abrangente  da  consciência  de  que  o  espécime  animal,  a  ser
introduzido,  é  exótico.  Não  há  conduta  culposa.

9.7  DO  ELEMENTO  NORMATIVO

O  elemento  normativo  está  contido  na  expressão  “sem  parecer  técnico  oficial  favorável  e  licença  expedida  por
autoridade  competente”,  pois  para  a  introdução  de  novas  espécimes  no  país  é  necessário  que  um
técnico/especialista  avalie  as  condições  do  equilíbrio  ecológico  que  a  mesma  pode  acarretar  no  país.

9.8  DA  CONSUMAÇÃO

A  consumação  se  dá  com  a  introdução  do  animal  exótico  no  País.

9.9  DA  TENTATIVA

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Neste  crime  a  tentativa  é  possível,  mas  os  últimos  atos  executórios  devem  ocorrer  fora  do  território  nacional.

10  DO  CRIME  PREVISTO  NO  ART.  32 DA  LEI  9.605/98

Art.  32.  Praticar  ato  de  abuso,  maus­tratos,  ferir  ou  mutilar  animais  silvestres,  domésticos  ou  domesticados,  nativos
ou  exóticos:

Pena  ­  detenção,  de  três  meses  a  um  ano,  e  multa.

§  1º  Incorre  nas  mesmas  penas  quem  realiza  experiência  dolorosa  ou  cruel  em  animal  vivo,  ainda  que  para  fins
didáticos  ou  científicos,  quando  existirem  recursos  alternativos.

§  2º  A  pena  é  aumentada  de  um  sexto  a  um  terço,  se  ocorre  morte  do  animal.

10.1  DO  OBJETO  JURÍDICO  DO  DELITO

É  a  necessidade,  para  que  se  mantenha  o  equilíbrio  ecológico,  de  se  preservarem  os  animais  silvestres,  domésticos
ou  domesticados,  nativos  ou  exóticos,  que  compõem  o  nosso  ecossistema  ou  que  foram  a  ele  integrados,  em  seu
estado  físico  natural,  ou  seja,  livres  de  quaisquer  abusos,  maus­tratos,  ferimentos  ou  mutilações.

10.2  DO  OBJETO  MATERIAL  DO  DELITO

O  objeto  material  do  delito  previsto  neste  artigo  é  todo  o  animal  silvestre,  doméstico  ou  domesticado,  nativo  ou
exótico,  integrante  de  nosso  ecossistema.

10.3  DO  SUJEITO  ATIVO

O  sujeito  ativo  aqui  presente  é  qualquer  pessoa  física.

10.4  DO  SUJEITO  PASSIVO

O  sujeito  passivo  é  a  coletividade.  Os  animais  sendo  abusados,  maltratados,  feridos  ou  mutilados,  são  objetos
materiais  do  delito  e  não  podendo  ser  sujeitos  passivos  dele.

10.5  DO  TIPO  OBJETIVO

São  os  verbos  típicos  e  aspectos  do  caput,  praticar  significa  realizar,  efetuar;  abuso  é  o  uso  errado  ou  excessivo.
Já  a  expressão  “maus­tratos”  foi  utilizada,  aqui,  impropriamente  pelo  Legislador,  uma  vez  que  o  mesmo  termo  é
empregado  no  art.  136 do  Código  Penal,  em  relação  a  seres  humanos;  mas,  seja  esta  uma  locução  adequada  ou
não,  maus­tratos  vêm  do  verbo  maltratar,  que  significa  tratar  com  violência,  bater  em.

10.6  DO  TIPO  SUBJETIVO

O  tipo  subjetivo  é  o  dolo,  abrangente  da  consciência  do  abuso,  dos  maus­tratos  ou  da  crueldade.  Não  há  conduta
culposa.

10.6.1  DO  ELEMENTO  SUBJETIVO  DO  INJUSTO

Os  elementos  subjetivos  do  injusto  ocorre  apenas  no  §  1º  deste  artigo,  isto  é,  quando  há  o  especial  fim  de  agir,  por
parte  do  sujeito  ativo,  que  atua  para  fins  didáticos  ou  científicos.

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10.7  DO  ELEMENTO  NORMATIVO

O  elemento  normativo  está  contido  na  expressão  quando  existirem  recursos  alternativos,  previsto  no  final  do  §  1º
deste  diploma  legal.

10.8  DA  CONSUMAÇÃO

A  consumação  ocorre  quando  os  verbos  contidos  no  caput,  ferir  ou  mutilar  sejam  praticados,  trata­se  de  crime  de
dano,  perfazendo­se  somente  com  o  efetivo  ferimento  ou  mutilação.

10.9  DA  TENTATIVA

Neste  crime  a  tentativa  é  possível,  tanto  nas  hipóteses  de  crime  de  dano  quanto  nas  de  crime  de  perigo,
dependendo  do  caso  concreto.

11  DO  CRIME  PREVISTO  NO  ART.  33 DA  LEI  Nº.  9.605/98

Art.  33.  Provocar,  pela  emissão  de  efluentes  ou  carreamento  de  materiais,  o  perecimento  de  espécimes  da  fauna
aquática  existentes  em  rios,  lagos,  açudes,  lagoas,  baías  ou  águas  jurisdicionais  brasileiras:

Pena  ­  detenção,  de  um  a  três  anos,  ou  multa,  ou  ambas  cumulativamente.

Parágrafo  único.  Incorre  nas  mesmas  penas:I  ­  quem  causa  degradação  em  viveiros,  açudes  ou  estações  de
aqüicultura  de  domínio  público;II  ­  quem  explora  campos  naturais  de  invertebrados  aquáticos  e  algas,  sem  licença,
permissão  ou  autorização  da  autoridade  competente;III  ­  quem  fundeia  embarcações  ou  lança  detritos  de  qualquer
natureza  sobre  bancos  de  moluscos  ou  corais,  devidamente  demarcados  em  carta  náutica.

11.1  DO  OBJETO  JURÍDICO  DO  DELITO

É  o  equilíbrio  ecológico  advindo  da  necessária  preservação  da  fauna  aquática,  bem  como  de  vegetais  hidróbios,
existentes  em  rios,  lagos,  açudes,  lagoas,  baías,  dentro  dos  limites  de  nosso  território,  ou  em  águas  jurisdicionais
brasileiras.

11.2  DO  OBJETO  MATERIAL  DO  DELITO

São  todos  os  espécimes  da  fauna  aquática  brasileira,  sejam  eles  pertencentes  às  espécies  nativas  ou  as
migratórias,  como  também  os  vegetais  hidróbios,  existentes  em  rios,  lagos,  açudes,  lagoas,  baías,  dentro  dos
limites  de  nosso  território,  ou  em  águas  jurisdicionais  brasileiras.

11.3  DO  SUJEITO  ATIVO

Aqui  qualquer  pessoa  física  pode  ser  sujeito  ativo  do  crime  previsto  neste  artigo.11.4  DO  SUJEITO  PASSIVO

A  coletividade.  Os  espécimes  da  fauna  aquática,  que  venham  a  parecer  através  da  conduta  criminosa,  são  objetos
materiais  do  delito  e  não  sujeitos  passivos  dele.

11.5  DO  TIPO  OBJETIVO

São  os  verbos  típicos  e  aspectos  do  caput;  provocar  significa  causar,  ocasionar,  produzir;  pela  emissão  quer  dizer
jogando  fora  ou  expelindo  de  si;  enfluentes  são  fluidos  ou  líquidos  que  emanam  de  um  corpo,  processo,  dispositivo,
equipamento  ou  instalação;  carreamento  significa,  no  seu  uso  comum,  levar  ou  conduzir  em  carro  –  porém,  aqui,

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09/05/2015 Crimes contra a fauna: breves apontamentos acerca da lei de crimes ambientais | Artigos JusBrasil

cremos  que  tenha  um  sentido  mais  de  acarretamento  (isto  é:  legar  algo,  acarretando  um  efeito);  perecimento  é  a
morte.

11.6  DO  TIPO  SUBJETIVO

Só  o  dolo,  direto  ou  eventual;  o  tipo  do  parágrafo  único,  inciso  III,  exige  a  consciência,  por  parte  do  agente,  de  que
a  área  foi  devidamente  demarcada  em  carta  náutica.  Não  há  conduta  culposa.

11.7  DOS  ELEMENTOS  NORMATIVOS

Os  elementos  normativos  encontram­se  no  parágrafo  único,  nas  seguintes  expressões:

sem  licença,  permissão  ou  autorização  da  autoridade  competente  (inciso  II);

devidamente  demarcados  em  carta  náutica  (inciso  III)

11.8  DA  CONSUMAÇÃO

A  consumação  está  prevista  no  caput  com  o  efetivo  perecimento  (morte)  dos  espécimes  da  fauna  aquática;  trata­se
de  crime  material.

As  figuras  do  parágrafo  único  estão  configuradas  como  crimes  de  perigo.

11.9  DA  TENTATIVA

A  tentativa  é  possível,  tanto  nas  hipóteses  de  crime  de  dano,  quanto  nas  de  crime  de  perigo,  dependendo  do  caso
concreto.

12  DO  CRIME  PREVISTO  NO  ART.  34 DA  LEI  9.605/98

Art.  34.  Pescar  em  período  no  qual  a  pesca  seja  proibida  ou  em  lugares  interditados  por  órgão  competente:

Pena  ­  detenção  de  um  ano  a  três  anos  ou  multa,  ou  ambas  as  penas  cumulativamente.

Parágrafo  único.  Incorre  nas  mesmas  penas  quem:

I  ­  pesca  espécies  que  devam  ser  preservadas  ou  espécimes  com  tamanhos  inferiores  aos  permitidos;

II  ­  pesca  quantidades  superiores  às  permitidas,  ou  mediante  a  utilização  de  aparelhos,  petrechos,  técnicas  e
métodos  não  permitidos;

III  ­  transporta,  comercializa,  beneficia  ou  industrializa  espécimes  provenientes  da  coleta,  apanha  e  pesca  proibida.

12.1  DO  OBJETO  JURÍDICO  DO  DELITO

É  o  equilíbrio  ecológico  advindo  da  necessária  preservação  da  fauna  aquática,  especialmente  da  fauna  ictiológica,
bem  como  os  vegetais  hidróbios,  existentes  em  rios,  lagoas,  açudes,  lagos,  baías,  dentro  dos  limites  de  nosso
território,  ou  em  águas  jurisdicionais  brasileiras.

12.2  DO  OBJETO  MATERIAL  DO  DELITO

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09/05/2015 Crimes contra a fauna: breves apontamentos acerca da lei de crimes ambientais | Artigos JusBrasil

Observamos  que  o  objeto  material  do  delito  está  previsto  no  art.  36  desse  diploma  legal,  são  os  peixes,  crustáceos
e  moluscos,  bem  como  os  vegetais  hidróbios.

12.3  DO  SUJEITO  ATIVO

O  sujeito  ativo  pode  ser  qualquer  pessoa  física.

12.4  DO  SUJEITO  PASSIVO

O  sujeito  passivo  deste  crime  é  a  coletividade.  Os  espécimes  pescados,  em  períodos  ou  locais  proibidos,
constituem­se  em  objetos  materiais  do  delito  e  não  em  sujeitos  passivos  dele.

12.5  DO  TIPO  OBJETIVO

O  tipo  objetivo  estão  presentes  nos  verbos  típicos  e  aspectos  do  caput  e  incisos  do  artigo  34.

12.6  DO  TIPO  SUBJETIVO

Só  dolo,  abrangente  da  consciência  de  que  o  período  ou  local,  em  que  o  agente  está  pescando,  são  proibidos,  ou
quanto  à  proibição  da  pesca  de  certas  espécies,  quantidades  ou  do  uso  de  determinados  métodos.  Não  há  conduta
culposa.

12.7  DOS  ELEMENTOS  NORMATIVOS

Os  elementos  normativos  encontram­se  nas  seguintes  expressões:

No  caput,  “período  no  qual  a  pesca  seja  proibida  ou  em  lugares  interditados  por  órgão  competente”;

No  parágrafo  único,  “espécies  que  devam  ser  preservadas  ou  espécimes  com  tamanhos  inferiores  aos  permitidos”
(inc.  I);  “quantidades  superiores  às  permitidas,  ou  mediante  a  utilização  de  aparelhos,  petrechos,  técnicas  e  métodos
não  permitidos”  (inc.  II)  “coleta,  apanha  e  pescas  proibidas”  (inc.  III).

12.8  DA  CONSUMAÇÃO

Dar­se­á  consumação  com  a  efetiva  pesca  (retirada,  extração,  coleta,  apanha,  apreensão  ou  captura  de  espécimes
dos  grupos  dos  peixes,  crustáceos,  moluscos  e  vegetais  hidróbios).

12.9  DA  TENTATIVA

A  tentativa  é  possível,  pois  trata­se  de  crime  material,  caso  o  agente  não  consiga  efetivar  a  pesca  por  completa,
aplica­se  a  tentativa.

13  DO  CRIME  PREVISTO  NO  ART.  35 DA  LEI  9.605/98

Art.  35.  Pescar  mediante  a  utilização  de:

I  ­  explosivos  ou  substâncias  que,  em  contato  com  a  água,  produzam  efeito  semelhante;

II  ­  substâncias  tóxicas,  ou  outro  meio  proibido  pela  autoridade  competente:

Pena  ­  reclusão  de  um  ano  a  cinco  anos.

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09/05/2015 Crimes contra a fauna: breves apontamentos acerca da lei de crimes ambientais | Artigos JusBrasil

13.1  DO  OBJETO  JURÍDICO  DO  DELITO

É  o  equilíbrio  ecológico  advindo  da  necessária  preservação  da  fauna  aquática,  especialmente  a  ictiológica,  existente
em  rios,  lagos,  açudes,  lagoas,  baías,  dentro  dos  limites  de  nosso  território,  ou  em  águas  jurisdicionais  brasileiras.

13.2  DO  OBJETO  MATERIAL  DO  DELITO

Os  objetos  materiais  do  delito  são,  vias  de  regra,  os  peixes,  mas  os  crustáceos  e  moluscos  também  podem  sê­lo
(art.  36  da  presente  Lei).

13.3  DO  SUJEITO  ATIVO

O  sujeito  ativo  é  qualquer  pessoa  física.

13.4  DO  SUJEITO  PASSIVO

A  coletividade.  Os  espécimes  pescados,  mediante  o  uso  dos  meios  acima  referidos,  constituem­se  em  objetos
materiais  do  delito  e  não  em  sujeitos  passivos  dele.

13.5  DO  TIPO  OBJETIVO

O  tipo  objetivo  é  o  verbo  pescar  e  elementares  presentes  no  caput  deste  artigo.

13.6  DO  TIPO  SUBJETIVO

Só  o  dolo,  abrangente,  no  inciso  II,  segunda  figura,  da  consciência  de  que  o  meio  utilizado  é  proibido  pela  autoridade
competente.  Não  há  conduta  culposa.

13.7  DO  ELEMENTO  NORMATIVO

O  elemento  normativo  está  contido  no  inciso  II,  segunda  figura,  na  expressão  “outro  meio  proibido  pela  autoridade
competente”.

13.8  DA  CONSUMAÇÃO

Com  a  efetiva  pesca  (retirada,  extração,  coleta,  apanha,  apreensão  ou  captura  de  espécimes  dos  grupos  dos  peixes,
crustáceos,  moluscos  e  vegetais  hidróbios),  mediante  emprego  de  explosivos  ou  substancias  análogas,  substancias
tóxicas  ou  outros  meios  proibidos.

13.9  DA  TENTATIVA

A  tentativa  é  possível,  pois  trata­se  de  crime  material,  aqui  o  agente  tem  a  intenção  de  utilizar  meios  abusivos  para
a  efetivação  da  pesca.

14  DO  CRIME  PREVISTO  NO  ART.  36 DA  LEI  9.605/98

Art.  36.  Para  os  efeitos  desta  Lei,  considera­se  pesca  todo  ato  tendente  a  retirar,  extrair,  coletar,  apanhar,  apreender
ou  capturar  espécimes  dos  grupos  dos  peixes,  crustáceos,  moluscos  e  vegetais  hidróbios,  suscetíveis  ou  não  de
aproveitamento  econômico,  ressalvadas  as  espécies  ameaçadas  de  extinção,  constantes  nas  listas  oficiais  da  fauna
e  da  flora.

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09/05/2015 Crimes contra a fauna: breves apontamentos acerca da lei de crimes ambientais | Artigos JusBrasil

Neste  artigo,  há  um  caso  de  interpretação  autêntica,  ou  seja,  aquela  dada  pelo  próprio  Legislador,  dentro  do  texto
legal  por  ele  elaborado.

A  lista  oficial  que  traz  as  espécies  da  fauna  brasileira  ameaçada  de  extinção  é  encontrada  na  Portaria  nº  1.522/89
do  IBAMA.

15  DO  CRIME  PREVISTO  NO  ART.  37 DA  LEI  9.605/98

Art.  24 do  C.P  –  Considera­se  em  estado  de  necessidade  quem  pratica  o  fato  para  salvar  de  perigo  atual,  que  não
provocou  por  sua  vontade,  nem  podia  de  outro  modo  evitar,  direito  próprio  ou  alheio,  cujo,  sacrifício,  nas
circunstancias,  não  era  razoável  exigir­se:

§  1º.  Não  pode  alegar  estado  de  necessidade  quem  tinha  o  dever  legal  de  enfrentar  o  perigo.

§  2º.  Embora  seja  razoável  exigir­se  o  sacrifício  do  direito  ameaçado,  a  pena  poderá  ser  reduzida  de  um  a  dois
terços.

Trata­se  de  um  dispositivo  que  contém  causas  excludentes  da  antijuridicidade  específicas  da  Lei  Ambiental,
estabelecendo  algumas  hipóteses  peculiares  de  estado  de  necessidade,  aplicáveis  somente  aos  delitos  previstos  no
Capitulo  V,  Seção  I.  A  lei  nº  9.605/98,  em  si,  não  esclarece  o  que  seja  estado  de  necessidade,  mas  o  Código  Penal
o  faz,  e  tal  conceito  pode  e  deve  ser  importado  para  cá,  por  força  do  art.  79 do  Diploma  Legal  sub  examine[19]:

16  DAS  SANÇÕES  PENAIS  NO  BRASIL

Antes  do  advento  da  Lei  nº  9.605/98  o  doutrinador  Paulo  José  da  Costa  Jr.  salientava  que,  com  relação  às  pessoas
físicas  estão  previstas  e  são  aplicadas  as  sanções  penais  da  pena  detentora  ou  pecuniária.  “Se  o  crime  for
especificamente  ecológico,  protegendo  de  forma  direta  e  autônoma  tão  somente  os  bens  do  meio  ambiente  natural,
as  sanções  previstas  são  a  privação  da  liberdade,  por  período  não  longo,  e  a  cominação  de  multa  de  não  excessiva
gravidade”[20].  Continuando  com  o  entendimento  do  nobre  doutrinador,  em  se  tratando  de  bens  de  valor  mais
relevante  como  a  vida,  incolumidade  ou  saúde  dos  cidadãos,  a  pena  é  mais  grave.

Com  relação  à  pessoa  jurídica,  Paulo  José  da  Costa  Jr.  aponta  a  pena  pecuniária  como  a  mais  adequada.  De  outra
parte,  Luiz  Flávio  Gomes  destaca,  o  inconveniente  da  possibilidade  do  montante  dessa  multa  ser  simplesmente
repassado  ao  consumidor  final,  portanto,  ser  inócua.  Em  parte,  tem  razão,  se  a  empresa  dominar  o  mercado,  pois
caso  contrário,  o  consumidor  terá  alternativas  de  aquisição,  provavelmente  mais  barata[21]

Estas  sanções  não  se  confundem  com  a  obrigação  legal  de  reparar  os  danos  causados  (Art.  225 §  3º  CF/88),  tendo
em  vista  que  a  reparação  é  de  natureza  civil  e  independe  de  culpa  do  autor  da  ação  ou  omissão;  já  para  aplicar
sanção  penal  ou  administrativa,  deve­se  demonstrar  a  culpa  do  agente  infrator.

As  penas  poderão  ser  aplicadas  isolada,  cumulativa  ou  alternativamente.

17  PENAS  APLICÁVEIS  ÀS  PESSOAS  FÍSICAS  NA  LEI  Nº.  9.605/98

a)        Das  privativas  de  liberdade

São  dos  artigos  29 a  69,  da  lei  nº  9.605/98,  serão  aplicadas  em  caráter  excepcional,  dado  que  a  mens  legis  foi  a  de
ampliar  a  possibilidade  de  sua  substituição  por  penas  restritivas  de  direito,  cumpre  ressaltar  que  em  apenas  três
delitos  as  penas  máximas  chegam  a  5  (cinco)  anos  (arts.  35,  40  e  54  §  2º  ­  pois  as  demais  não  chegam  a  quatro
anos).

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09/05/2015 Crimes contra a fauna: breves apontamentos acerca da lei de crimes ambientais | Artigos JusBrasil

b)        Das  restritivas  de  direitos

Dos  artigos  7º  a  13,  da  lei  nº  9.605/98  e  se  dividem  em:I  –  prestação  de  serviços  a  comunidade  (art.  8º,  I  e  9º,  da
Lei  Ambiental)–  consiste  na  atribuição  ao  condenado  de  prestar  tarefas  gratuitas  junto  a  parques  e  jardins  públicos  e
unidades  de  conservação,  e  no  caso  de  dano  de  coisa  particular,  pública  ou  tombada,  na  restauração  desta,  se
possível;II  –  Interdição  temporária  de  direitos  (art.  8º,  II  e  10,  da  Lei  Ambiental)–  refere­se  a  proibição  do  condenado
contratar  com  o  Poder  Público,  bem  como  de  receber  incentivos  fiscais  ou  quaisquer  outros  benefícios  e  de
particular  de  licitações,  pelo  prazo  de  cinco  anos,  no  caso  de  crimes  dolosos,  e  de  três  anos,  no  caso  de  crimes
culposos.III  –  suspensão  total  ou  parcial  de  atividades  (art.  8º,  III  e  11,  da  Lei  Ambiental)–  será  aplicada  quando  as
atividades  não  estiverem  obedecendo  às  prescrições  legais.IV  –  prestação  pecuniária  (art.  8º,  IV  e  12  da  Lei
Ambiental)–  consiste  no  pagamento  em  dinheiro  à  vitima  ou  à  entidade  pública  ou  privada  com  fim  social,  da
importância  fixada  pelo  juiz  não  inferior  a  um  salário  mínimo  nem  superior  a  360  salários  mínimos.  O  valor  pago  será
deduzido  do  montante  de  eventual  reparação  civil  a  que  for  condenado  o  infrator.

A  pena  pecuniária,  não  se  identifica  com  a  pena  de  multa  prevista  no  Código  Penal  e  recolhida  ao
Fundo  Penitenciário  Nacional.

Isto  porque  o  art.  18,  da  Lei  nº  9.605/98  refere­se  à  pena  de  multa  e  os  arts.  8º,  IV  e  12 desse  diploma  legal  refere­
se  à  prestação  pecuniária[22]

V  –  Recolhimento  domiciliar  (art.  8º,  V  e  art.  19,  da  Lei  Ambiental)–  baseia­se  na  auto­disciplina  e  senso  de
responsabilidade  do  condenado,  que  deverá,  sem  vigilância,  trabalhar,  frequentar  curso  ou  exercer  atividade
autorizada,  permanecendo  recolhido  nos  dias  e  horários  de  folga  em  residência  ou  em  qualquer  lugar  distando  à  sua
moradia  habitual,  conforme  estabelecido  na  sentença  condenatória.

O  recolhimento  domiciliar  aproxima­se  da  limitação  de  fim  de  semana  prevista  nos  arts.  151 a  153,  da  Lei  de
Execução  Penal,  mas  com  essa  não  se  identifica.  Trata­se  de  figura  híbrida  que  possui  pontos  de  semelhança  na
prisão  domiciliar  (art.  117,  da  LEP)  e  na  limitação  de  fim  de  semana.  Em  ultima  análise,  configura  na  realidade  uma
pena  restritiva  de  liberdade,  consignada  no  art.  5º,  XLVI,  a,  da  Constituição  Federal[23].

17.1  AS  PENAS  APLICÁVEIS  ÀS  PESSOAS  JURÍDICAS,  SUAS  FUNÇÕES  E  SEUS  EFEITOS

Incabível  dizer  que  a  pessoa  jurídica  não  pode  sofrer  sanções  penais,  uma  vez  que,  mesmo  no  que  diz  com  o
Direito  Penal  tradicional,  aplicável  às  pessoas  naturais,  sanção  penal  não  é  sinônimo  de  restrição  da  liberdade.  A
pena  corporal,  privativa  de  liberdade,  não  é  a  única  existente  no  rol  das  sanções  penais.  Esta  é  a  única  que,
evidentemente,  é  inaplicável  às  pessoas  jurídicas.

Ressalta­se  também  que,  no  caso  dos  crimes  ambientais,  poucas  vezes  a  pena  de  prisão  é  cumprida  pelas  pessoas
naturais  que  os  praticam,  visto  que,  de  acordo  com  os  artigos.  7º  e  16  da  LCA,  as  penas  privativas  da  liberdade
podem  ser  substituídas  por  penas  restritivas  de  direitos  quando  forem  aplicadas  a  crimes  culposos,  com  duração
inferior  a  quatro  anos  e,  também  de  modo  geral,  em  se  tratando  de  pena  privativa  de  liberdade  não  superior  a  três
anos,  pode  esta  ser  condicionalmente  suspensa. 

Assim,  tendo  em  vista  que  poucos  crimes  ambientais,  como  os  previstos  nos  artigos  35,  40  e  54  da  LCA,  praticados
por  pessoas  naturais  podem  ter  pena  privativa  de  liberdade  superior  a  quatro  anos,  é  razoável  deduzir  que  raramente
a  pena  privativa  de  liberdade  é  aplicada  às  pessoas  naturais,  o  que  não  suprime  o  caráter  de  sanção  criminal  das
penas  restritivas  de  direito  que  podem  substituí­las.  Portanto,  não  se  pode  afirmar  que  não  há  sanção  penal  aplicável
às  pessoas  jurídicas  como  se  a  única  sanção  penal  prevista  no  ordenamento  jurídico  fosse  a  pena  privativa  da
liberdade,  ignorando  todos  os  dispositivos  da  LCA  que  fixam  penas  específicas  para  as  pessoas  jurídicas.

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09/05/2015 Crimes contra a fauna: breves apontamentos acerca da lei de crimes ambientais | Artigos JusBrasil

A  Lei  de  Crimes  Ambientais  não  deixa  penas  atreladas  aos  tipos.  Ela  prevê,  em  capítulo  especial,  as  penas
aplicáveis  às  pessoas  jurídicas.  Não  se  trata  de  sanções  administrativas  ou  civis,  posto  que  estão  dispostas  na  Lei
dos  Crimes  Ambientais  e  aplicam­se  às  pessoas  jurídicas.  São  elas:  multa,  suspensão  parcial  ou  total  das
atividades,  interdição  temporária,  proibição  de  contratar  com  o  poder  público,  prestação  de  serviços  à  comunidade  e
liquidação  forçada.

a)  Da  multa

Para  que  seja  aplicada  a  multa,  leva­se  em  conta  a  situação  econômica  do  infrator.  Este  fato  nos  remete  a  mais
uma  vantagem  da  possibilidade  de  responsabilizar­se  a  pessoa  jurídica:  normalmente  sua  situação  econômica  tende
a  ser  bem  melhor  do  que  a  situação  econômica  de  seus  representantes.  A  crítica  a  esta  pena  reside  no  fato  de  que
a  multa  cominada  à  pessoa  jurídica  não  ganhou  disciplina  própria:  aplica­se  a  regra  do  art.  18 da  LCA,  que  remete
às  normas  do  CP,  o  que  faz  com  que  a  multa  possa  não  ser  condizente  com  o  faturamento  da  empresa. 

Há  um  posicionamento  contrário:  para  alguns  juristas  o  legislador  foi  prudente  ao  fixar  a  sanção  pecuniária  máxima
nos  moldes  do  CP.  Sustentam  que  os  valores  podem  ser  significativos  até  mesmo  para  empresas  de  grande  porte  e
que  já  são  suficientes  para  exercer  a  função  preventiva.  O  cálculo  da  prestação  pecuniária  é  o  seguinte:  cinco  vezes
o  salário  mínimo,  multiplicado  360  dias,  multiplicado  por  três.

A  pena  de  multa,  tão  criticada  por  sua  suposta  ineficácia,  no  caso  da  pessoa  jurídica  pode  ser  uma  das  sanções
mais  eficazes,  visto  que  muitos  delitos  ambientais  são  cometidos  pelos  entes  coletivos  com  o  intuito  de  reduzir
custos,  tais  como  o  despejo  de  resíduos  tóxicos  sem  qualquer  tratamento,  a  utilização  de  agrotóxicos  não
permitidos,  entre  tantas  outras  atividades  lesivas  ao  meio  ambiente  e,  via  de  conseqüência,  à  saúde  humana.  Se  um
crime  é  cometido  por  ambições  financeiras,  uma  pena  que  envolva  prestação  pecuniária  pode  mostrar­se  eficaz.  O
caráter  da  multa  penal  (e  não  administrativa)  traz  vantagens  processuais  à  defesa  do  infrator  e,  ademais,  sua
aplicação  deixa  marcas  negativas  e  indesejáveis  à  pessoa  jurídica,  marcas  estas  que  podem  obstar  a  celebração  de
futuros  contratos.  Nesse  sentido,  a  tutela  penal  do  meio  ambiente  visa  a  não  reincidência  na  prática  de  crimes
ambientais.

b)  Das  restritivas  de  direitos

No  que  diz  com  as  penas  restritivas  de  direitos,  deve  o  juiz  agir  com  cuidado  quando  as  impuser,  mantendo­se
atento  à  equidade.  Para  Gilberto  Passos  de  Freitas  e  Vladmir  Passos  de  Freitas,"essas  restrições  acabarão  sendo
as  verdadeira  e  úteis  sanções"24  à  proporção  que  remetem  à  reparação  do  dano,  quando  for  possível. 

A  questão  que  suscita  dúvidas  diz  com  o  prazo  de  duração  da  pena  restritiva  de  direitos,  que,  de  acordo  com  o  art.
55 do  CP,  limita­se  à  duração  da  pena  privativa  de  liberdade  substituída,  sendo  que,  muitas  vezes,  os  efeitos  do
crime  prolongam­se  mais  no  tempo,  mas  não  há  como  impor­se  sanção  superior  ao  máximo  permitido  por  Lei,
devendo  ser  o  acompanhamento  da  recuperação  integral  feito  através  de  ação  civil  pública.

A  suspensão  parcial  ou  total  das  atividades  é  aplicada  sempre  que  as  leis  de  proteção  ambiental  estiverem  sendo
desrespeitadas.  Visa,  portanto,  uma  espécie  de"ressocialização",  à  medida  que  conduz  a  pessoa  jurídica  à  adequada
e  não  prejudicial  inserção  social.

c)  Da  interdição  temporária  do  estabelecimento,  obra  ou  atividade

Deve  ser  aplicada  quando  houver  falta  de  autorização,  ou  discordância  entre  a  autorização  e  a  atividade
efetivamente  realizada  ou,  ainda,  quando  tal  atividade  for  contrária  à  lei.

d)  A  proibição  de  contratar  com  o  poder  público,  bem  como  dele  obter  subsídios,  subvenções  ou  doações.

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Pelo  prazo  de  até  dez  anos  aplica­se  quando  normas,  critérios  e  padrões  ambientais  são  descumpridos,  também
visando  à  mudança  da  política  da  empresa,  no  sentido  de  estar  esta  apta  a  desenvolver  suas  atividades  sem  lesar  o
meio  ambiente,  bem  de  uso  comum  do  povo.

A  prestação  de  serviços  à  comunidade  consiste  em  custear  programas  e  projetos  ambientais,  executar  obras  de
reparação  de  áreas  degradadas,  manter  espaços  públicos  e  contribuir  com  entidades  ambientais  ou  culturais
públicas.  A  função  é  social  e  seu  cumprimento  implica  a  educação  daqueles  que  ainda  não  têm  discernimento
acerca  da  melhor  forma  de  usufruir  e  preservar  os  recursos  naturais.

Ao  contrário  do  que  ocorre  normalmente  no  direito  penal,  na  esfera  ambiental  esta  pena  não  é  substitutiva  (para
pessoas  jurídicas),  o  que  é  lógico,  pois  a  PSC  substitui  a  pena  quando  esta  é  privativa  de  liberdade  igual  ou  inferior
a  seis  meses  e,  por  questões  ontológicas,  a  pessoa  jurídica  não  é  passível  de  ser  penalizada  com  penas  privativas
de  liberdade.

A  prestação  de  serviços  à  comunidade  pode  ser  aplicada  isolada,  cumulativa  ou  alternativamente  com  a  pena  de
multa  e  com  as  penas  restritivas  de  direito,  o  que  é  muito  útil  uma  vez  que  a  PSC  é  a  pena  que  reverte  em  maiores
benefícios  à  sociedade  à  curto  prazo,  porque  requer  investimentos  diretos  na  própria  efetivação  do  cumprimento  da
pena.

A  liquidação  forçada  é  a  penalidade  mais  grave.  Aplica­se  quando  a  pessoa  jurídica  for  constituída  ou  utilizada
preponderantemente  com  a  finalidade  de  envolver­se  em  crimes  ambientais.  No  âmbito  das  penas  aplicáveis  às
empresas,  a  maior  diferença  entre  estas  e  as  penas  aplicáveis  à  pessoa  natural,  no  que  tange  às  funções  da  pena,
é  o  fato  de  que  o  sistema  jurídico  admite  a"pena  de  morte"para  a  pessoa  jurídica  –  e  veda  sua  aplicação  à  pessoa
natural  no  direito  brasileiro  –  sendo  esta  pena  de  morte  representada  pela  liquidação  forçada. 

Para  Gilberto  e  Vladmir  Passos  de  Freitas,  por  não  se  conhecer  empresas  que  se  encaixem  nas  exigências  legais
para  a  liquidação,  em  razão  da  atividade  preponderante,  a  pena  de  liquidação  forçada  tem  forte  caráter  preventivo  e
sua  aplicação  deverá  ser  rara,  até  porque  depende  de  pedido  expresso  na  denúncia,  pois,  em  sendo  diretamente
imposta  pelo  juiz  na  sentença,  obsta  o  direito  à  ampla  defesa  e  ao  contraditório[25].

CONCLUSÃO

Gradativamente  o  ser  humano  vem  destruindo,  devastando  e  poluindo  o  meio  ambiente,  assim  comprometendo  a
fauna  e  a  flora.

Procurou­se  aqui  utilizar­se  de  vernáculo  de  fácil  entendimento,  no  tocante  a  definição  dos  crimes  estabelecidos  nos
artigos  29 à  37 da  Lei  nº  9.605,  de  12  de  fevereiro  de  1998,  a  chamada  Lei  dos  Crimes  Ambientais,  e  por  assim
praticados  contra  a  fauna.

Os  crimes  contra  a  fauna  constituem  um  problema  fundamental  no  mundo  contemporâneo.  A  humanidade  orgulhosa
de  suas  conquistas  científicas  e  técnicas,  do  desenvolvimento  da  cultura  e  educação,  encontra­se  ante  a  ameaça  de
sua  autodestruição,  e  não  só  para  o  lado  científico  mas  também  de  visarem  lucros  por  meios  ilícitos.

É  necessário  que  estabeleça  uma  nova  relação  entre  o  homem  e  os  animais,  baseada  no  mútuo  respeito  e  na  mútua
dependência,  com  a  predominância  do  interesse  coletivo  sobre  o  individual,  induzindo  nova  postura  da  sociedade
para  com  o  meio  ambiente,  requerendo  um  novo  enfoque  dos  problemas  existentes  e  uma  adequação  da  ordem
jurídica  para  as  suas  soluções.

Por  fim  é  preciso  que  a  população  tenha  conhecimento  deste  ordenamento  jurídico  e  suas  sanções,  um  método
eficaz  seria  o  Estado  investir,  promover  mais  campanhas  educadoras  e  implantar  noções  de  meio  ambiente  no
ensino  médio  e  fundamental,  e  certamente  assim  todos  teremos  uma  condição  social  de  vida  mais  digna  e

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equânime.

REFERÊNCIAS

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______.  Formulários.  Disponível  em      acesso  em    14  set.  2006.

______.  Formulários.  Disponível  em  acesso  em    14  set.  2006.

1  Em  francês,  a  palavra  meio  tem  mais  de  uma  versão.  Meio,  como  intermediário,  recurso  ou  instrumento,  é  moyen,
que  teria  ainda  outros  significados.  Meio  como  contexto,  espaço  ou  lugar,  é  milieu.  Já  ambiant  deriva  diretamente  do
latim,  “o  que  rodeia  por  todos  os  lados”.  Ambiance,  substantivo,  é  a  atmosfera  material  ou  moral  que  cerca  uma
pessoa  ou  uma  reunião  de  pessoas.  PRIEUR,  Michel  apud  MILARÉ,  Edis.  Direito  do  Meio  Ambiente:  doutrina,
prática,  jurisprudência,  glossário.  2.  ed.  rev.  ampl.  e  atual.  São  Paulo:  Revista  dos  Tribunais,  2001.  p.  61.

2  SILVA,  José  Afonso  da  .  Direito  ambiental  constitucional.  2.  ed.  São  Paulo:  Malheiros,  1997.  p.  30.

3  BRASIL.  Constituição  Federal  1988.  Constituição  da  Republica  Federativa  do  Brasil,  17.  ed.  São  Paulo:  Atlas,
2001.  p.  204.

4  MACHADO,  Paulo  Afonso  Leme.  Direito  ambiental  brasileiro.  11.  ed.  rev.  atual.  e  ampl.  Rio  de  Janeiro:  Malheiros,
2003.  p.  59

5  MILARÉ,  Edis.  Direito  do  Meio  Ambiente:  doutrina,  prática,  jurisprudência,  glossário.  2.  ed.  rev.  ampl.  e  atual.  São
Paulo:  Revista  dos  Tribunais,  2001.

6  MUKAI,  Toshio  apud  ANTUNES,  Paulo  de  Bessa.  Direito  Ambiental.  2.  ed.  rev.  e  ampl.  Rio  de  Janeiro:  Lúmen
Júris,  1998.  p.9.

7  BESSA,  Paulo  Afonso  de.  Direito  ambiental.  2.  ed.  rev.  e  ampl.  Rio  de  Janeiro;  Lúmen  Júris,  1998,  p.  25.

8  MILARÉ,  Edis.  Direito  do  Meio  Ambiente:  doutrina,  prática,  jurisprudência,  glossário.  2.  ed.  rev.  ampl.  e  atual.  São
Paulo:  Revista  dos  Tribunais,  2001.  p.  112.

9  TRINDADE,  Antonio  A  .  Caçando  Direitos  Humanos  e  meio  ambiente:  paralelos  do  sistema  de  proteção
internacional.  Porto  Alegre:  Fabris,  1993.  p.  76.

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10  SILVA,  José  Afonso  da.  Direito  Ambiental  constitucional.  2.  ed.  São  Paulo:  Malheiros,  1997.  p.  30.

11  Foi  através  da  Lei  de  Política  Nacional  do  Meio  Ambiente  (Nacional  Environmental  Protection  Act  –  NEPA),
aprovada  pelo  Congresso  americano  em  ,  1969,  que  se  deu  tratamento  metódico  ao  EIA  apud  MILARÉ,  Edis.  Direito
do  meio  ambiente:  doutrina,  prática,  jurisprudência,  glossário.  2.  ed.  rev.  ampl.  e  atual.  São  Paulo:  Revista  dos
Tribunais,  2001.  p.  114.

12  ANTUNES,  PAULO  DE  Bessa.  Direito  ambiental.  2.  ed.  rev.  e  ampl.  Rio  de  Janeiro:  Lúmen  Júris,  1988.  p.  31.

13  COMISSÃO  MUNDIAL  SOBRE  O  MEIO  AMBIENTE  E  DESENVOLVIMENTO  apud  MILARÉ,  Edis.  Direito  do  meio
ambiente:  doutrina,  pratica,  jurisprudência,  glossário.  2.  ed.  rev.  ampl.  e  atual.  São  Paulo:  Revista  dos  Tribunais,
2001.  p.  122.

14  Revista  CFMV  –  Brasília/DF  –  Ano  IX  –  Nº  28  e  29  Janeiro  a  Agosto  de  2003.

15  CHAVES,  Cid  Couto.  Situação  atual  das  comissões  de  ética  no  uso  de  animais  em  atividade  no  Brasil.  Niterói,
2000.  Monografia  de  conclusão  do  curso  de  Medicina  Veterinária  ­  Universidade  Federal  Fluminense.

16  Revista  CFMV  –  Brasília/DF  –  Ano  X  –  Nº  32  Maio/Junho/Julho/Agosto  de  2004.

17  CONSTANTINO,  Carlos  Ernani.  Delitos  ecológicos:  a  lei  ambiental  comentada.  São  Paulo,  Atlas,  2001,  p.119.

18  RODRIGUES,  Danielle  Tetü,  Advogada  socioambientalista  em  Curitiba/PR,  Doutoranda  em  Meio  Ambiente  e
Desenvolvimento  pela  UFPR,  Membro  do  Grupo  Internacional  de  Defesa  dos  Animais.

Revista  CFMV  –  Brasília/DF  –  Ano  X  –  Nº  36  Setembro/Outubro/Novembro/Dezembro  de  2005.

19  CONSTANTINO,  Carlos  Ernani,  Delitos  Ecológicos:  a  lei  ambiental  comentada:  artigo  por  artigo:  aspectos  penais
e  processuais  penais.  São  Paulo:  Lemos  e  Cruz,  3ª  ed.  2005.

20  COSTA  JR,  Paulo  José.  Direito  Penal  Ecológico.  São  Paulo,  CETESB,  1981,  p.  85

21  GOMES,  Luiz  Flávio.  Proteção  penal  do  meio  ambiente,  in:  RT  663/390­393,  São  Paulo,  1991.

22  1  Luiz  Regis  Prado  estabelece  que:  “No  tocante  à  pena  de  multa,  a  lei  não  a  comina  nas  disposições  gerais,  mas
explicita  que  para  o  seu  cálculo  deverão  ser  observados  os  critérios  do  Código  Penal,  aduzindo,  ainda,  um  outro
diferente,  qual  seja  o  valor  máximo  (art.  18).  Preferível  seria  a  mantença  de  critério  único  –  situação  econômica  do
réu,  com  a  elevação  do  fator  de  multiplicação.  O  Código  Penal  brasileiro  (art.  49)  adota  o  sistema  de  dias­multa,
pelo  qual  a  multa  é  determinada  não  por  uma  soma  em  dinheiro  (quantidade  fixa),  como  no  sistema  tradicional,  mas
por  um  número  de  unidades  artificiais  (dias­multa),  segundo  a  gravidade  da  infração.  Cada  dia­multa  equivalerá  a
certo  valor  pecuniário  (importância  em  dinheiro),  variável  de  acordo  com  a  situação  econômica  do  condenado.
Cumpre  esclarecer,  ademais,  que  o  procedimento  para  a  fixação  da  multa  obedece  a  duas  fases  absolutamente
distintas.  Preliminarmente,  o  juiz  estabelece  um  número  determinado  de  dias­multa,  segundo  a  culpabilidade  do  autor
e  considerações  de  ordem  preventiva.  Em  de  conformidade  com  a  sua  situação  econômica,  arbitra  o  dias­multa  em
uma  quantidade  concreta  de  dinheiro.  Multiplicando­se  o  número  de  dias­multa  pela  cifra  que  representa  a  taxa  diária,
obtém­se  a  sanção  pecuniária  que  o  condenado  deve  pagar”.  Crimes  Contra  o  Meio  Ambiente,  Revista  dos  Tribunais,
1998.

23  Paulo  Affonso  Leme  Machado  diz  que  nos  comportamentos  que  revelem  manifesta  inadaptação  social  do
condenado  a  pena  de  recolhimento  domiciliar  poderá  apresentar­se  como  uma  tentativa  de  evitar­se  a  prisão.  É  pena
cuja  aplicação  será  mais  eficaz  se  somada  a  uma  outra  pena  restritiva  de  direito  diretamente  voltada  à  recuperação

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do  meio  ambiente.  O  penalista  Damásio  Evangelista  de  Jesus  admite  a  substituição  da  pena  privativa  de  liberdade
“por  uma  (ou  duas)  pena  (s)  restritivas  de  direitos”.  Direito  Ambiental  Brasileiro,  8ª  ed.  rev.  at.  ampl.  São  Paulo,
Malheiros,  2000,  p.591.

24  FREITAS,  Vladimir  Passos  de;  FREITAS,  Gilberto  Passos  de.  Crimes  contra  a  natureza.  7.  ed.  São  Paulo:
Revista  dos  Tribunais,  2001,  p.  73.

25  FREITAS,  Vladimir  Passos  de;  FREITAS,  Gilberto  Passos  de.  Crimes  contra  a  natureza.  7.  ed.  São  Paulo:
Revista  dos  Tribunais,  200,  p.  71.

Disponível  em: http://fragiolli.jusbrasil.com.br/artigos/111629271/crimes­contra­a­fauna­breves­apontamentos­acerca­
da­lei­de­crimes­ambientais

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