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Apostila Stata
Apostila Stata
O que é o Stata
O Stata é um programa estatístico potente, capaz de resolver tarefas simples como
calcular média, desvio padrão, testes de hipótese para médias e proporções,
intervalos de confiança, até estatísticas mais complexas como regressão linear
múltipla, análise de variância, regressão logística, análise de sobrevivência, regressão
de Cox etc. Tem recursos potentes de tabulação de variáveis e comandos para cálculo
das medidas de associação usadas em epidemiologia, como razão de incidências (rate
ratio), risco relativo (risk ratio), razão de chances (odds ratio) e risco atribuível.
Possui recursos poderosos para manipulação de variáveis, porém as ferramentas para
entrada de dados com verificação de erros de digitação são pobres. Usualmente, é
melhor criar um programa para entrada de dados no EPIINFO, digitar os dados usando
os recursos CHECK e VALIDATE, e depois exportar o arquivo para o STATA usando o
STAT TRANSFER. Ou, se forem poucos dados, criar uma planilha Excel e depois
cortar e colar os dados no Stata.
Quando se carrega o programa na memória, aparece a sua tela, como na figura abaixo:
Observa-se a barra do programa (em azul, acima) e os botões do Windows (minimizar,
maximizar e fechar). Logo abaixo está a barra de menu, com os recursos File, Edit,
Data, Graphics, Statistics, User, Windows e Help.
No menu File, existe a opção Open, para abrir um arquivo STATA. Logo abaixo
observa-se a barra de botões, com os botões Open (use), Save, Print Results, Log
Begin/Close/Suspend/Resume, New Viewer, Bring Graph Window to front, New
Do-file Editor, Data Editor, Data Browser, Clear – more – condition e Break.
Na área de trabalho há 4 janelas ativas: acima à esquerda, a janela Review, onde vão
surgindo os comandos já digitados. Acima à direita, a janela Results, onde vão
aparecendo os resultados do processamento. Abaixo à esquerda, a janela Variables,
onde ficam todas as variáveis do arquivo em uso e abaixo à direita a janela Command,
onde se digitam os comandos.
Na penúltima linha da tela, aparece o drive ativo, isto é, onde estão sendo gravados os
dados (c:\Arquivos de Programas\Stata10) e a última linha é a barra do Windows,
onde estão os botões Iniciar e os botões dos programas ativos no momento.
Todos os comandos no Stata podem ser acessados pelo menu ou digitando-se na janela
de comandos. Se você optar pelo menu, basta escolher clicando em File, Edit, Data,
Graphics, Statistics, User, Windows e Help, depois fazer as seleções, escolher as
opções nas caixas de diálogo e clicar OK. Se você optar pela digitação dos comandos,
será necessário digitá-los na janela Command.
Nesta apostila, todos os comandos que você vai precisar digitar ou escolher do menu
estarão destacados em negrito.
Apostila Stata 2
Abrindo arquivo no Stata - use
Vamos trabalhar agora com o banco de dados dnma.dta. Neste arquivo constam dados
dos nascidos vivos no Maranhão em 2009, cadastrados no SINASC (Sistema de Informações
Sobre Nascidos Vivos) do Ministério da Saúde. Veja abaixo as variáveis do arquivo que serão
utilizadas em exercícios neste curso e a sua codificação.
Apostila Stata 3
O primeiro passo é abrir o arquivo. Para tanto é preciso usar o comando File / Open /
e em seguida localizar o diretório Stata onde o arquivo dnma está localizado. Em seguida
clique em cima do arquivo dnma e escolha a opção Abrir. Observe que o comando use
c:\Arquivos de Programas\Stata10\dnma.dta foi copiado para a janela Review e que agora
os nomes de variáveis aparecem na janela Variables.
Se o arquivo não abrir, é possível que tenha aparecido uma mensagem de erro “no
room to add more observations” (não há espaço na memória para carregar o arquivo, numa
tradução livre). Se acontecer isto, você precisa aumentar o tamanho da memória disponível
para carregar o arquivo, pois o arquivo dnma é muito grande. Digite:
set memory 50m (que pode ser abreviado para set memo 50m)
Pronto, a memória disponível aumentou para 50 mega e agora você vai poder carregar
o arquivo.
Apostila Stata 4
use dnma.dta [ENTER] ou
use dnma [ENTER] (você pode omitir a extensão .dta).
Ou você precisa copiar o arquivo dnma.dta para o drive ativo antes de usar o comando
use dnma. Ou, ainda, você pode mudar o drive ativo. No menu, escolha File / Change Working
Directory e escolha a posta onde você deseja trabalhar (comando disponível a partir da
versão 11). Você pode também mudar o drive ou pasta ativa, digitando (não se esqueça de
delimitar o caminho usando aspas após o comando cd - abreviatura de change directory).
cd “c:\Arquivos de Programas\Stata10”
use dnma.dta
. use dnma
O Stata está pronto para aceitar um comando quando o ponto . aparece na janela de
resultados.
list
Apostila Stata 5
Observe que surgem na tela os dois primeiros registros. Veja também que alguns
nomes de variáveis grandes são abreviados e que algumas letras são substituídas por ~,
sendo que o Stata preserva a última letra. Por exemplo, a variável codmunnasc se
transformou em codmun~c. Observe também que, para continuar a rolar a tela e olhar os
próximos registros, é necessário apertar qualquer tecla ou clicar com o mouse em cima de –
more- .
Como este arquivo armazena dados de 123.635 nascidos vivos, levaríamos muito
tempo visualizando todos eles. Desta forma, localize o X vermelho na barra de ferramentas
e clique em cima dele para interromper a listagem. Após interromper a listagem, pressione
seta para cima e seta para baixo ou [Page Up] e [Page Down] para rolar a tela na janela de
resultados.
Variables
Data
Editor
(Edit)
Manager
Interromper
Apostila Stata 6
list parto
Vamos abrir agora o arquivo log para verificar que os comandos digitados e os
resultados obtidos estão sendo gravados no arquivo dnma.smcl. Identifique o ícone Log Begin
/ Close / Suspend / Resume e clique nele com o mouse. Na caixa de diálogo selecione a
opção View Snapshot of log file e clique em OK.
Outra forma de visualizar o conteúdo das variáveis é usar o ícone Data Editor
(Browse) para visualizar o conteúdo em forma de planilha. Observe que as variáveis são
colocadas nas colunas e as observações nas linhas. Enquanto você estiver no modo Browse
você não poderá executar outro comando. Para isso terá que fechar a janela do Browse e
retornar para a janela principal do Stata.
Se você quiser repetir um comando não precisa digitá-lo de novo. Basta localizar o
comando na janela Review e selecioná-lo, clicando em cima dele. Esta ação copiará o comando
para a janela Command. Aí basta você teclar [ENTER] para rodar o comando novamente. Ou
você também pode rodar o comando novamente clicando duas vezes em cima do comando na
janela Review. Ou, ainda, usando as teclas Page Up e Page Down para recuperar na janela
Command os últimos comandos digitados.
tabulate tiparto
tab tiparto
Apostila Stata 7
Consultando a tabela de codificação observamos que 1=parto vaginal, 2= parto
cesáreo e 9=ignorado. Observe que o total 123.384 não é o mesmo total geral do arquivo
123.635, indicando que alguns casos foram deixados em branco no banco de dados. O Stata
usa o código . para indicar dados não digitados. Para se verificar isso é necessário digitar a
opção missing após o comando tab, que pode ser abreviada para mis. Note que para se usar
uma opção de comando é necessário separar o comando da sua opção por uma vírgula.
Observe que além de 4 partos codificados como 9, ignorados, existem ainda 251
casos sem informação do tipo de parto. Podemos descartar estes casos prejudicados da
análise utilizando o comando recode, para se trabalhar apenas com os casos com informação
completa.
Apostila Stata 8
Rotulando variáveis e valores - label
Agora precisamos documentar o arquivo e torná-lo mais fácil de ser entendido,
utilizando rótulos (labels). Primeiro vamos documentar as variáveis. Não use acentos ou
cedilha pois ficará ininteligível ( o programa não entende símbolos do português).
Observe que é necessário colocar o rótulo da variável entre aspas.
Use agora o comando describe para observar o resultado. Veja que agora a variável
tiparto tem uma variable label: Tipo de parto
describe tiparto
Vamos usar agora o recurso de rotular valores de variáveis numéricas. Por exemplo,
vamos dizer que, no caso da variável tiparto, 1 significa parto vaginal e 2 parto
cesáreo, usando os comandos label define e label values. No primeiro comando, label
define, os rótulos são definidos como 1 para parto vaginal e 2 para parto cesáreo. No
segundo comando, os valores do rótulo tipo são colocados na variável tiparto.
Agora, ao pedir uma tabulação observe que o valor 1 é substituído por vaginal e o
valor 2 por cesáreo.
tab tiparto
Tipo de |
parto | Freq. Percent Cum.
------------+-----------------------------------
vaginal | 82,964 67.24 67.24
cesareo | 40,416 32.76 100.00
------------+-----------------------------------
Total | 123,380 100.00
Apostila Stata 9
Use agora o comando describe para observar o resultado e verificar que agora a
variável tiparto tem um rótulo chamado tipo:
describe tiparto
Entretanto, o valor da variável no arquivo não foi modificado. Para observar isto peça
uma tabulação omitindo o rótulo, usando a opção nolabel.
Tipo de |
parto | Freq. Percent Cum.
------------+-----------------------------------
1 | 82,964 67.24 67.24
2 | 40,416 32.76 100.00
------------+-----------------------------------
Total | 123,380 100.00
Se você quiser, você pode pedir uma lista dos rótulos e dos seus conteúdos:
label list
. label list
tipo:
1 vaginal
2 cesareo
Apostila Stata 10
Exercícios
Não se esqueça de anotar os comandos utilizados para obter os resultados. Descarte
os valores ignorados se os percentuais forem baixos (inferiores a 2%).
Apostila Stata 11
Criando arquivos no Stata - edit
Vamos agora gerar um arquivo simples, contendo 4 campos. Para criar um arquivo no
Stata basta clicar no botão Data Editor (Edit) ou digitar na janela de comandos edit.
Surge o editor, pronto para se digitar o primeiro registro da primeira variável (var1).
Aqui você pode ir digitando nas colunas os conteúdos das variáveis que o Stata vai
automaticamente criando as variáveis var1, var2, var3 etc. O programa, a partir do
que é digitado, vai automaticamente criando variáveis numéricas ou categóricas,
conforme o caso e determinando o tamanho de cada campo. Depois você pode mudar o
nome de cada campo, por exemplo de var1 para idade. Quando a casela for deixada
em branco o Stata coloca automaticamente o seu código para dado prejudicado
(missing) que é o ponto. Vamos começar, criando o arquivo abaixo:
Digite inicialmente só os dados nas colunas e depois vamos aprender o comando para
gerar o nome da variável. Digite 2350 e tecle ENTER para o cursor se mover para a
casela de baixo e assim sucessivamente. Quando digitar o 5o. dado da 1a. coluna passe
com as setas ou com o mouse para a 1a. casela da 2a. coluna e assim por diante. Quando
terminar feche o editor clicando no botão X, pois enquanto o modo Edit estiver ativo,
você não poderá executar comando no Stata. Observe, na janela Variables, que surgem
var1, var2, var3, var4 e var5 e na janela Review, edit.
Aqui você pode observar que o Stata usa .dta como terminação de arquivo. Utilize
agora o comando describe para observar os tipos de variáveis criadas pelo Stata.
Apostila Stata 12
Contains data from rn.dta
obs: 5
vars: 5
size: 50 (100.0% of memory free)
-------------------------------------------------------------------
1. var1 int %8.0g
2. var2 byte %8.0g
3. var3 byte %8.0g
4. var4 byte %8.0g
5. var5 byte %8.0g
-------------------------------------------------------------------
Sorted by:
Todas as variáveis criadas são numéricas (int e byte) e todas de tamanho 8 (%8.0g).
Outros tipos de variáveis numéricas são long, float and double. A diferença entre
estes tipos de variáveis numéricas é o seu tamanho e a precisão dos cálculos,
determinada pelo número de casas decimais depois da vírgula.
Outro tipo de variável que pode ser criada no Stata são as variáveis do tipo caracter,
usadas para armazenar informação não numérica, ou seja, endereço, nome, telefone.
Estas variáveis podem conter números, mas não vamos realizar operações matemáticas
com estes números, eles servem apenas como identificadores.
list
Estatística descritiva
E agora peça uma estatística descritiva destes campos.
summarize
Apostila Stata 13
O Stata mostra o número de observações, a média (mean), o desvio padrão (Std. Dev.),
o valor mínimo e o valor máximo. Note que no caso das variáveis tiparto e sexo, a média
não tem valor algum, pois estas variáveis estão codificadas. No caso de tiparto
(1=parto vaginal; 2=parto cesáreo) e no caso de sexo (1=masculino; 2=feminino).
describe
Apostila Stata 14
save, replace (salva, grava por cima do arquivo antigo com o mesmo nome -
rn)
Vamos usar agora o recurso de rotular valores de variáveis numéricas. Por exemplo,
vamos dizer que no caso da variável tiparto 1 significa parto vaginal e 2 parto cesáreo,
usando os comandos label define e label values.
tabulate tiparto
Tipo de |
parto | Freq. Percent Cum.
------------+-----------------------------------
vaginal | 3 60.00 60.00
cesareo | 2 40.00 100.00
------------+-----------------------------------
Total | 5 100.00
Salve novamente as alterações, usando a opção replace para substituir (gravar por
cima) o arquivo anterior:
save, replace
sort tiparto
list
clear
Para abrir novamente o arquivo use o menu File e, em seguida, Open. Clique no arquivo
rn e no botão abrir. Ou, alternativamente, digite:
use rn
Apostila Stata 15
Criação de novas variáveis – generate
e recodificação – replace
Vamos recodificar o peso ao nascer em baixo peso (aquelas crianças com menos de
2500 gramas ao nascer) e não baixo peso (2500 gramas e mais). O primeiro passo é
criar uma nova variável através do comando generate. Toda variável criada no Stata
tem que ser inicializada com um valor específico. No caso criaremos a variável peso=0
e recodificaremos pesonasc < 2500, criando peso=1 nestes casos.
generate peso=0
replace peso=1 if pesonasc < 2500
tabulate peso
generate premat=0
replace premat=1 if idgest < 37
tabulate premat
== igual a
!= diferente de
> maior do que
< menor do que
>= maior ou igual
<= menor ou igual
Apostila Stata 16
Tabelas 2 x 2 - tabulate
Peça agora uma tabela de peso com idade gestacional, com a opção row (para o cálculo
dos percentuais das linhas)
| peso
premat | 0 1 | Total
-----------+----------------------+----------
0 | 3 1 | 4
| 75.00 25.00 | 100.00
-----------+----------------------+----------
1 | 0 1 | 1
| 0.00 100.00 | 100.00
-----------+----------------------+----------
Total | 3 2 | 5
| 60.00 40.00 | 100.00
Observe que a taxa de baixo peso nesta população é de 40%. Dentre os prematuros
(codificados como 1), 100% têm baixo peso e que dentre os não prematuros
(codificados como 0), 25% têm baixo peso.
| premat
peso | 0 1 | Total
-----------+----------------------+----------
0 | 3 0 | 3
| 75.00 0.00 | 60.00
-----------+----------------------+----------
1 | 1 1 | 2
| 25.00 100.00 | 40.00
-----------+----------------------+----------
Total | 4 1 | 5
| 100.00 100.00 | 100.00
Operadores lógicos:
& e
| ou
! não
Apostila Stata 17
Selecionando registros para processamento –
keep / drop
Às vezes se precisa limitar o processamento a determinados registros. Digamos que se
queira processar apenas os registros do sexo masculino (1). Pode-se usar o comando
keep, selecionado sexo==1 ou drop, desprezando-se sexo==2. Note que após o if você
precisar usar dois símbolos de igual ==
keep if sexo==1
drop if sexo==2
Apostila Stata 18
Exercícios – arquivo dnma.dta
Anote os comandos utilizados para obter os resultados. Descarte os valores
ignorados se os percentuais forem baixos (inferiores a 2%).
1) Use o comando keep para trabalhar apenas com os dados de mães residentes no
município de São Luís. O código de São Luís é 211130.
2) Recodifique a variável peso ao nascer em <2500 e maior ou igual a 2500 gramas.
3) Coloque rótulo na variável peso ao nascer.
4) Coloque rótulo nas categorias de peso ao nascer.
5) Peça uma listagem dos rótulos.
6) Qual o percentual de recém-nascidos em São Luís com baixo peso ao nascer?
7) Peça uma tabulação das variáveis tipo de parto e peso ao nascer. Coloque o tipo de
parto na linha e o peso ao nascer na coluna. Peça o cálculo da porcentagem da linha.
8) Qual o percentual de baixo peso ao nascer dentre os nascidos de parto vaginal?
9) Qual o percentual de baixo peso ao nascer dentre os nascidos de parto cesáreo?
Apostila Stata 19
Gerando programas no Stata – arquivo do
Geralmente quando vai processar muitos dados é conveniente, ao invés de ir processando
e obtendo resultados de forma interativa, gravar os comandos Stata em um arquivo tipo
texto com a extensão .do e depois executar todos os comandos deste arquivo de uma só
vez, em lote. Vamos criar um pequeno programa para rodar no Stata. Para isto clique no
botão New Do-file Editor e digite as seguintes linhas de comandos. Depois salve o
arquivo com o nome rn.do.
use rn
log using rn.txt, text replace
label variable pesonasc "Peso ao nascer no Maranhao em 2009"
generate peso=0
replace peso=1 if pesonasc < 2500
tabulate peso
Agora execute o programa no Stata. Para isto você tem várias alternativas:
a) Escolha, ainda dentro do Do-file Editor a última opção da barra de ícones - Execute
(do)
b) No menu do Stata, clique em File, escolha a opção Do, clique em cima de rn.do e
clique em Abrir.
c) Ou digite na janela de comandos:
do rn
O Stata vai executar de uma só vez todos os comandos acima e gravar os resultados do
processamento no arquivo rn.txt, em formato texto.
use rn
Abre o arquivo rn.dta se o arquivo estiver na pasta corrente. Se não será necessário
indicar o caminho completo para que o Stata possa abrir o arquivo.
generate peso=0
Apostila Stata 20
cria uma nova variável e coloca o valor zero em todas as obervações
tabulate peso
Gera uma tabela da nova variável peso
IMPORTANTE:
Algumas mensagens de erro podem surgir quando trabalhamos com arquivos DO.
. use dnma
no; data in memory would be lost
r(4);
Quando você tentar abrir um arquivo que foi modificado na memória e não foi salvo, o
Stata avisa: não; os dados na memória seriam perdidos (no; data in memory would
be lost).
Solução para este erro: salvar o arquivo ou usar o comando clear para limpar a memória
sem salvar o arquivo. Normalmente não salvamos o arquivo original. O ideal é deixar o
arquivo original intacto, gravar os comandos em um arquivo DO e executar os comandos
de uma só vez, gerar um arquivo LOG com os resultados e nunca salvar por cima do
arquivo original. Se você desejar salvar o arquivo modificado, salve sempre com outro
nome, como por exemplo:
save rn1
Apostila Stata 21
2) log file already open
end of do-file
r(604);
Quando você tentar gerar um arquivo LOG e houver um arquivo LOG aberto, o Stata
avisa: arquivo LOG ainda aberto (log file already open).
end of do-file
r(602);
Se você tentar gravar por cima de um arquivo existente, o Stata avisa. Se você quiser
mesmo gravar por cima é só usar a opção replace, no comando log using. Se quiser
preservar o arquivo LOG anterior, basta gravar o resultado em outro arquivo, com outro
nome.
Apostila Stata 22
Importando dados do Excel
Para trabalhar com dados no Stata é necessário inicialmente ter o arquivo disponível
em formato .dta. Para isto você pode criar o banco de dados no próprio Stata, importar do
Excel ou importar de outro programa. Existe um programa chamado StatTransfer que realiza
transferência de arquivos de vários programas entre si. Se você tiver um banco de dados
disponível no formato .xls (do Excel) você pode usar o StatTranfer para fazer a
transferência.
Outra alternativa para importar dados do Excel para o Stata é abrir o banco de dados
no Excel, selecionar tudo o que deseja transferir e usar o recurso de corte e cola do sistema
operacional (CTRL+C, CTRL+V). Vamos fazer isto passo a passo:
Apostila Stata 23
Usando o arquivo dcor.dta
Vamos usar os comandos aprendidos acima, desta vez com um arquivo maior, o dcor.dta.
Este arquivo armazena as variáveis do estudo “FRAMINGHAM HEART STUDY”,
realizado nos Estados Unidos, onde se acompanhou durante 18 anos a população da
pequena cidade de Framingham, para estudar os fatores de risco para doença
coronariana, realizando exames periódicos de 2/2 anos. Abra o arquivo dcor.dta e peça
describe, summarize e depois clique no botão Browse, para ver as variáveis do banco de
dados. Compare com a descrição abaixo:
Apostila Stata 24
Recodificação e tabulação – replace, recode, tab
Teste do qui-quadrado
Vamos recodificar o nível de colesterol sérico em 3 classes: < 220, 220 a 259 e 260 e
mais.
generate col=0
replace col=1 if chol >=220 & chol <=259 (&=e operador lógico)
replace col=2 if chol >= 260
label variable col “colesterol em mg/100ml”
label define colest 0 “<220” 1 “220a259” 2 “260+”
label values col colest
tabulate col
colesterol |
em mg/100ml | Freq. Percent Cum.
------------+-----------------------------------
<220 | 531 37.77 37.77
220a259 | 478 34.00 71.76
260+ | 397 28.24 100.00
------------+-----------------------------------
Total | 1406 100.00
Você também pode usar ao invés de replace o comando recode. Veja abaixo:
generate col2=chol
recode col2 96/219=0 220/259=1 260/430=2
label variable col2 “colesterol em mg/100ml”
label values col2 colest
tabulate col2
Vamos recodificar a pressão arterial sistólica em 0 (risco basal pA menor que 165
mmHg) e 1 (risco, pA igual ou maior que 165 mmHg).
generate pas=.
replace pas=1 if sbp>=165
replace pas=0 if sbp<165
label variable pas "pA sistolica - mmHg"
label define pressao 0 "<165" 1 "165+"
label values pas pressao
tabulate pas
Apostila Stata 25
pA sistolica|
- mmHg | Freq. Percent Cum.
------------+-----------------------------------
<165 | 313 22.26 22.26
165+ | 1093 77.74 100.00
------------+-----------------------------------
Total | 1406 100.00
generate fumo=0
replace fumo=1 if cig!=0 ( != diferente de)
replace fumo=. if cig==99
label define cigarro 0 "nao" 1 "sim"
label values fumo cigarro
tabulate fumo
Vamos agora recodificar chd, considerando 0 como não tendo doença coronariana e de 2
a 10 como casos de doença coronariana, excluindo 1 (casos prevalentes, isto é, pessoas
que já tinham doença coronariana ao primeiro exame. Observe que transformamos 1 em .
(missing – prejudicado). Desta forma o programa não processará mais estes registros
nas saídas posteriores.
generate dc=chd
recode dc 0=0 1=. 2/10=1
label variable dc “doenca coronariana”
label define doenca 0 “nao" 1 “sim”
label values dc doenca
tabulate dc
doenca |
coronariana | Freq. Percent Cum.
------------+-----------------------------------
nao | 1095 80.34 80.34
sim | 268 19.66 100.00
------------+-----------------------------------
Total | 1363 100.00
Apostila Stata 26
Vamos pedir agora uma tabulação de colesterol e doença coronária, para verificar se o
colesterol é um fator de risco para doença coronariana, pedindo percentuais de linha e o
cálculo do Qui-quadrado.
pA | doenca coronariana
sistolica -|
mmHg | nao sim | Total
-----------+----------------------+----------
<165 | 894 173 | 1067
| 83.79 16.21 | 100.00
-----------+----------------------+----------
165+ | 201 95 | 296
| 67.91 32.09 | 100.00
-----------+----------------------+----------
Total | 1095 268 | 1363
| 80.34 19.66 | 100.00
Apostila Stata 27
Observe a diferença nas taxas de incidência de doença coronariana entre aqueles com
pA sistólica abaixo de 165 mmHg (16,2%) comparados com aqueles com pA sistólica
muito elevada (32,1%). O valor de p para o Qui-quadrado foi de 0.000, portanto
considera-se a diferença amostral observada estatisticamente significante. Desse
modo, a pA muito elevada é considerada um fator de risco para doença coronariana.
| doenca coronariana
fumo | nao sim | Total
-----------+----------------------+----------
nao | 614 134 | 748
| 82.09 17.91 | 100.00
-----------+----------------------+----------
sim | 480 134 | 614
| 78.18 21.82 | 100.00
-----------+----------------------+----------
Total | 1094 268 | 1362
| 80.32 19.68 | 100.00
Apostila Stata 28
Exercícios - arquivo dnma.dta
Apostila Stata 29