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ATRAVÉS DA V I D A E DOS
TEMPOS BÍBLICOS
I n t r o d u ç ã o a
DESTINATÁRIO
Embora Amós fosse de Judá, sua mensagem era dirigida principalmente ao Reino do Norte, sugerindo que os israelitas ainda eram cons
cientes de sua identidade como povo de Deus, apesar da divisão política da nação. É concebível que ele tenha recebido um chamado
específico para pregar no palácio real de Jeroboão, porque sua condição contrastava fortemente com a riqueza e o profissionalismo de
Samaria (ver cap. 7).
LINHA DE T E M P O
r 1400 A.c. 1300 1200 1100 1000 900 800 700 600 500 400
...... .
I N T R O D U Ç Ã O A A MÓS 1445
E N Q U A N T O V O C Ê LÊ
Preste atenção à forte ênfase social do livro. De que formas esses temas sociais são pertinentes a uma sociedade que vive um período de
prosperidade e conforto?
VOCÊ S AB IA ?
• As “fortalezas” podem ser não apenas cidadelas, mas também uma espécie de palácio fortificado, de propriedade dos ricos e
poderosos (1.4).
• Nos tempos antigos, acreditava-se que queimar os ossos de um morto privava o espírito da pessoa do descanso, que se pensava ser o
resultado de um enterro decente (2.1).
• Israel havia estendido sua influência sobre Damasco nessa época, por isso os ricos comerciantes de Samaria podiam manter casas
luxuosas naquela cidade, além de certos privilégios comerciais (3.12).
• 0 gado bem alimentado que se criava em Basã era considerado a melhor raça da Canaã antiga (4.1).
• A queima de cadáveres pode significar, na realidade, o fogo memorial aceso em honra do morto, pois a cremação não era prática
comum (6.10).
TEMAS
0 livro de Amós inclui os seguintes temas:
1. Justiça social. Amós demonstra que períodos incomuns de prosperidade podem conduzir ao desvanecimento espiritual e à negligência
ética (6.1 -6). Opressão contra os pobres (2.6,7a; 5.12; 8.4,6), injustiça nos tribunais (2.7a; 5.7,12; 6.12), imoralidade sexual (2.7b), sacrilé
gio (2.8), violência (3.10), idolatria (5.26), práticas comerciais ilícitas (8.5), tudo denunciado: “É tempo de desgraças” (5.13). Amós ensina
que a verdadeira fé é expressa por ações, especialmente aquelas que dizem respeito à justiça social.
2. Julgamento. A injustiça e a exploração contra os pobres seriam castigadas (2.13-16; 6.8,14; 8.9— 9.10), e os que viveram com fartura à
custa dos outros perderiam tudo (3.15— 4.3; 5.16,17; 6.4-7). Deus revelaria a hipocrisia e a falsa piedade de seu povo (4.4,5; 5.21 -23), mas
antes disso os convida a voltar para ele (5.4-6), para que possam “ter vida” (5.6). Depois do juízo, Deus irá restaurar seu povo (9.11-15).
SUMÁRIO
I. Introdução (1.1-2)
II. Julgamentos das nações (1.3— 2.16)
III. Julgamentos do povo de Deus (3.1— 5.17)
IV. 0 Exílio anunciado (5.18— 6.14)
V. Visões de Amós (7.1— 9.10)
VI. A esperança de Israel é restaurada (9.11-15)
1446 AMÓS 1.1
Palavras que Amós, criador de ovelhas em Tecoa,3 recebeu em visões, a respeito de Israel, dois
1 anos antes do terremoto.15Nesse tempo, Uziasc era rei de Judá e Jeroboão,dfilho de Jeoás, era rei
de Israel.e
1.1 »2Sm 14.2;
»Zc14.5;
c2Cr 26.23;
"2RS 14.23;
'O s 1.1
2 Ele disse: 1.2 'Is 42.13; «J
3.16; “Am 9.3;
Ur 12.4
“O Se nh or rugef de Siâo
e troveja de Jerusalém;9
secam-se0 as pastagens dos pastores,
e murcha o topo do Carmeloh”.'
1.1 Tecoa estava situada 20 quilômetros ao sul de Jerusalém e à mesma capital, Rabá), pelo genocídio brutal motivado por ganância território
distância a nordeste de Hebrom. Havia sido fortificada por Roboão (2Cr 6) Moabe, por demonstrar desrespeito absoluto para com os mortos; ~
11.6). Antes disso, Joabe, primo e general de Davi, chamou de Tecoa Judá (e sua capital, Jerusalém), por rejeitar a lei de Deus, em geral, e pc:
uma “mulher sábia” e conspirou com ela para persuadir Davi a trazer adorar falsos deuses, em particular.
Absalão de volta. O profeta Amós descreve a si mesmo como um pastor 1.3 Damasco, capital de Ará, era inimiga de Israel naqueles dias (ver
de Tecoa (Am 1.1) e depois como cultivador de figos silvestres (7.14), “Damasco”, em Is 17; e “Síria/Arã”, em 2Rs 5).
proporcionando discernimento às pessoas da cidade e da zona rural cir- Para mais informações sobre o processo de colheita, que incluía trilhar
cunvizinha. As ruínas de Tecoa sobrevivem como Takua. os feixes de grãos com um trilho de madeira sobre os feixes cortados, ver
Evidentemente, um terremoto maior havia ocorrido, provavelmente o nota em Rt 1.22.
mesmo mencionado em Zc 14.5 (ver nota ali). Estudos geológicos re 1.4 Hazael era rei de Damasco (ver “Hazael, a nêmesis de Israel”, erz
centes descobriram um acontecimento sísmico gigantesco nessa área, que 2Rs 8), e Ben-Hadade, que reinou de 796 a 775 a.C., era filho de Hazaei.
data de meados do século V III a.C. e um dos vários reis com esse nome (ver “Ben-Hadade III da Síria e Jeoás
1.2 Siâo é Jerusalém (ver “Zafom, Olimpo, Sinai e Sião: o monte de de Israel”, em 2Rs 13).
Deus”, em SI 48). As “fortalezas” podem ser não apenas cidadelas, mas também uma es
Amós, um pastor, usa temas pastoris para advertir o povo do perigo pécie de palácios fortificados, de propriedade dos ricos e poderosos
iminente (ver “Pastoreio de ovelhas no mundo antigo”, em Ez 34). 1.5 O vale de Áven pode ser o vale de Beqaa, situado entre as montanhas
O juízo divino seria sentido no país inteiro, desde as “pastagens” (as do Líbano e do Antilíbano, mas também pode ser o vale do rio em que
regiões mais baixas e mais secas) até “o topo do Carmelo” (a área mais Damasco está situada. Bete-Éden provavelmente é Damasco, uma espé
alta e mais verde). cie de jardim exuberante da região. Quir é um local não identificadc-
1.3— 2 .5 Amós pronuncia o julgamento de Deus sobre: 1) Ará (e sua ca possivelmente nos arredores de Elão (ver notas em Is 21.2; 22.6) da qua!
pital, Damasco), por atrocidades cometidas na guerra; 2) Filístia (e suas se diz que eram provenientes os arameus (9.7).
cidades principais: Gaza, Asdode, Ascalom e Ecrom), por ataques-sur- Para mais informações sobre o “cetro”, ver nota em Z c 10.11.
presa contra aldeias indefesas e escravização de seus habitantes; 3) Tiro, 1.6-8 Gaza, Asdode, Ascalom e Ecrom eram quatro das cinco principa-í
também pelo comércio de escravos; 4) Edom (e suas cidades principais, cidades filisteias (ver “Arqueologia da Filístia”, em Jz 13). Gate. i
Temá e Bozra) — “irmão” de Israel por meio de Esaú (ver G n 25.21-30; outra cidade importante (cf. 6.2), talvez já estivesse sob o controle ct
27.38-40) — pelos anos de hostilidade contra Israel; 5) Amom (e sua
AMÓS 2.2
Uzias (ver 2C r 26.6). A Filístia foi destruída por Nabucodonosor (ver 1 .1 3 ,14EssaprofeciacontraA m om (ver“Amom”, e m jz 10) esuacapi
“Nabucodonosor”, em 2Rs 24). tal, Rabá (ver “Rabá”, em lC r 20), foi cumprida pelo rei assírio Tiglate-
Ver “Edom”, em Ob. -Pileser III, em cerca de 73 2 a.C.
1 .9 ,1 0 Tiro, a cidade mercantil que dominava a Fenícia na época, glo- 2.1 Ver “Moabe”, em D t 29.
riava-se de sua posiçáo segura numa ilha quase inconquistável (ver “A Nos tempos antigos, acreditava-se que queimar os ossos de um morto
queda de Tiro”, em Ez 26). privava o espírito da pessoa do descanso, que se pensava ser o resultado
1.12 Temã e Bozra eram cidades importantes de Edom. Pensa-se que de um enterro decente.
Temá ficava nas proximidades de Petra (ver nota em O b 9), enquan 2 .2 Queriote pode ser um substantivo plural significando “cidades” (ver
to Bozra é identificada como Buseirah ou “el Buseirah” (“a pequena nota da NVI) ou o nome de uma cidade importante e de um santuário
Bozra”), 60 quilômetros ao norte. A palavra bozra significa “aprisco” e de Camos, o deus da nação de Moabe.
aparece em M q 2 .12 (na NVÍ, “ovelhas num aprisco”). Para mais informações sobre a “trombeta”, ver “O shofar”, em SI 98 .
1 44 8 AMÓS 2.3
O Julgamento de Israel
6 Assim diz o S e n h o r : 2.6 oJI 3.3; A r i :
2 .7 A lei de Israel, como também numerosas outras leis do antigo Orien 2 .8 A Lei proibia a retenção durante a noite da capa de um homem to
te Médio, ordenava aos reis e governantes se preocuparem com o pobre e mada como penhor por uma dívida (ver Êx 22.26,27) e de forma alguirs.
o oprimido e os protegessem da injustiça (ver “O cuidado com as viúvas era permitido tomar a capa de uma viúva (D t 24.17).
e os órfãos na Bíblia e no antigo Oriente Médio”, em D t 24). 2 .9 Os “amorreus” aqui são todos os habitantes de Canaã.
Não está claro se a garota é uma criada (no caso, pai e filho estariam 2.1 1 Os profetas eram os porta-vozes fiéis de Deus (ver “Profetas z i
abusando dela, usando-a como prostituta doméstica). De qualquer for Bíblia e nas nações pagás”, em Am 7), e os nazireus também eram de
ma, segundo a Lei, o matrimônio era obrigatório quando havia relações dicados exclusivamente a ele (ver nota em Nm 6.1-21). Ainda que ná:
sexuais ilícitas com uma jovem (Êx 22.16; D t 22.28,29). Era estritamen fizessem parte do sacerdócio, eram usados por Deus, por meio da palavn
te proibido um pai e um filho terem relações sexuais com a mesma jovem e do exemplo, para conclamar o povo à fidelidade.
ou mulher (Lv 18.7,8,15; 20.11,12).
AMÓS 3.4 1 449
2.13 Para mais informações sobre feixes e trilhagem, ver nota em R t 2.7; 2.16 Sobre a expressão “naquele dia”, ver nota em J11.15.
ver também “A eira”, em lC r 21; e “Comida e agricultura”, em R t 2.
Os marfins de Samaria
AMÓS 3 A referência às "casas enfeitadas de Um jarro de alabastro encontrado com o maior de arte egípcias. Elementos da mitologia
marfim", em Amós 3.15, encontra confirma dos marfins e gravado com o nome do faraó egípcia aparecem na coleção, que também
ção na descoberta dos marfins de Samaria, Osorkon II (874-850 a.C.) é contemporâneo inclui placas de marfim gravadas com inscri
uma coleção de centenas de peças de obras de Acabe. Há também outros marfins, des ções hebraicas— muito provavelmente en
de arte, incluindo mais de 200 fragmentos cobertos na Siro-Palestina e na Mesopo- feites para a mobília do palácio. Essas placas
descobertos no monturo de um edifício tâ m ia , que datam do mesmo período e se podem estar ligadas às "camas de marfim",
na acrópole1 da cidade. Essa "construção assemelham aos artefatos de Samaria em que Amós menciona em 6.4.
de marfim" é associada com o rei israelita arte e estilo.3
Acabe (ca. 874-853 a.C.), de quem se diz ter Os traços artísticos desses marfins pa
construído um palácio "com revestimen recem ter se originado na Fenícia,4 região
to de marfim" em Sam aria (1 Rs 22.39).2 fortemente influenciada por temas e obras
'Ver o Glossário na p. 2080 para as definições das palavras em negrito. 2Ver "Onri e Samaria", em 1Rs 16; e "Acabe e a batalha de Qarqar", em 1Rs 22.
3Ver 'Os marfins de Ninrode", em Am 6. 4Ver "Fenícia", em 1Rs 5.
1450 AMÓS 3.5
3 .9 Sobre os “palácios”, ver nota em 1.4. 3 .1 4 Os pecados de Israel tinham raízes nos falsos santuários erigidos
3.11 O “inimigo” aqui é a Assíria. por Jeroboão I em Betei e D ã (lR s 12.26-33; ver também “O lugar alto
3 .1 2 Um pedaço da ovelha era guardado para provar ao dono que ela em D ã”, em lR s 12). As pontas do altar eram o último refugio para o
fora devorada por um animal selvagem, não roubada pelo pastor. condenado (cf. lR s l'.50-53). Cortar as pontas tornava o altar inútil para
Israel havia estendido sua influência sobre Damasco nessa época, por isso propósitos religiosos.
os ricos comerciantes de Samaria podiam manter casas luxuosas naquela 3 .1 5 Escavações de grande extensão em Samaria foram executadas
cidade, além de certos privilégios comerciais (ver lR s 20.34). por G. Reisner, C. S. Fischer e D . H . Lyon em 1908 e 1910/1911,
AMÓS 4.9 1451
4 .6 Hs 3.1; Jr 5.3; 6 “Fui eu mesmo que dei a vocês estômagos vaziosc em cada cidade
Ag 2.17
e falta de alimentos em todo lugar,
e mesmo assim vocês não se voltaram para mim”,
declara o Sen h o r J
4.9 «Dt 28.22 9 “Muitas vezes castiguei os seus jardins e as suas vinhas,
4.9 pJ I 1.7;
<Ur 3.10; Ag 2.17 castiguei-os com pragas e ferrugem.0
0 4 .3 Ou atirados, ó m on tan h a d e opressão.
6 4 .4 Ou a cad a três anos.
c 4 .6 Hebraico: dentes limpos.
como também por J. W . Crowfoot, K. Kenyon e outros, de 1931 4 .2 De acordo com relevos assírios, os prisioneiros de guerra eram con
a 1935. Ruínas impressionantes de um palácio da época de O nri e duzidos com cordas presas a ganchos que perfuravam o nariz ou o lábio
Acabe foram localizadas na acrópole da cidade. Alguns óstracos com inferior (ver notas em 2Rs 19.28; Is 37.29). A palavra hebraica aqui tra
inscrições em hebraico antigo, datados do reinado de Jeroboão II, fo duzida por “ganchos” pode, na realidade, referir-se a cordas.
ram encontrados, além de numerosas placas de marfim que lembram Nos tempos antigos, o anzol servia não apenas para pegar peixes, mas
o “palácio que [Acabe] construiu com revestimento de marfim” (lR s também para armazená-los, pelo menos por um tempo (cp. Am 4 .2 com
2 2 .3 9 ; ver Am 6 .4 ; ver também “Os marfins de Samaria”, em Am 3). Jó 41.1,2).
4 .1 O gado bem alimentado que se criava em Basã era considerado a 4 .4 Betei e Gilgal eram conhecidos lugares de adoração nos dias de Amós
melhor raça da Canaã antiga. “Vacas de Basã” é uma expressão forte, (ver “Betei”, em G n 35; e “O acampamento em Gilgal”, em Js 4).
mas apropriada, para as mulheres ricas, mimadas e autoindulgentes de 4 .5 A queima de pão fermentado nos sacrifícios era estritamente proibi
Israel, que mantinham seu estilo de vida à custa dos pobres explorados e da (ver Lv 2.11; 6.17).
se mostravam autoritárias — até mesmo para com seus maridos. 4 .7 ,8 A falta de chuva durante os três meses que antecediam a colheita
Sobre o “monte de Samaria”, ver nota em 6.1. teria impedido o desenvolvimento completo dos grãos.
As Escrituras demonstram que a embriaguez era um dos principais 4 .9 Ferrugem é um fungo pálido que mancha e danifica os grãos e frutas
vícios da Antiguidade (e.g., G n 9.21; 19.33,35; ISm 25.36; 2Sm 11.13; em clima quente e úmido. Nas Escrituras, é sempre associada com algu
13.28; lR s 16.9; 20.16), e os profetas a denunciavam como um grande ma “praga”, com uma doença ou com plantas marcadas pela formação
mal social dos ricos de Israel. As mulheres, que passavam a maior parte de lesões, murchamento e morte de partes, como as folhas e o bulbo
da vida em casa, sendo talvez por isso mais sujeitas ao enfado que os (Dt 2 8.22; lR s 8.37; Ag 2.17). Para mais informações sobre os “gafa
homens, são muito criticadas em textos antigos por beber em excesso. nhotos”, ver “Gafanhotos no antigo Oriente Médio”, em Jl 2.
1452 AMÓS 4.10
5 .6 A “casa de José” é o Reino do Norte (Israel), que foi subjugado pela 5.10 Os processos legais eram conduzidos na porta da cidade (ver “A
tribo de Efraim — descendentes do filho de José. porta da cidade”, em Rt 4).
Betei era o principal centro religioso do Reino do Norte (ver “Betei”, 5.16 Nos antigos cortejos fúnebres, os parentes, aos prantos, geralmente
em G n 35; e “O lugar alto em D á”, em lR s 12). acompanhados por pranteadores e músicos contratados (quase sempre
mulheres), precediam o corpo até a sepultura (ver Jr 9.17,18; M t 9.23).
1 454 AMÓS 5.18
O Dia do Senhor
18Ai de vocês que anseiam 5.18HJ11.15;
•J I2 .2 ;1 s 5 .1 9 J B
pelo dia do Sen h o r !11 J r 30,7
0 que pensam vocês do dia do Sen h o r ?
Será dia de trevas,e não de luz.f
19 Será como se um homem 5.19JJÓ 20.24:
Is 24.17,18;
fugisse de um leão e encontrasse um urso; J r 15.2,3; 48.44
como alguém que entrasse em sua casa
e, encostando a mão na parede, fosse picado por uma serpente.s
20 O dia do Se nhor será de trevas e não de luz. 5.20 hls 13.10:
Sf 1.15
Uma escuridão total, sem um raio de claridade.11
25 “Foi a mim que vocês trouxeram sacrifíciosP e ofertas 5.25 Pis 43.23;
UM 32.17
durante os quarenta anosfl no deserto, ó nação de Israel?
26 Não! Vocês carregaram
o seu rei Sicute,
e Quium, imagens dos deuses astrais,
que fizeram para vocês mesmos/
27 P or isso eu os m andarei p ara o exílio, 5 .2 7 'Am 4.13-
At 7.42,43*
para além de Damasco”,
diz o Sen h o r ;
Deus dos Exércitos é o seu nome.r
A Destruição de Israel
Ai de vocêss que vivem tranqüilos em Sião
6
6.1 sLc 6.24:
Is 32.9-11
e que se sentem seguros no m o n te de Samaria;
vocês, h om ens notáveis da prim eira entre as nações,
aos quais o povo de Israel recorre !1
2 V ão a Calnéu e olhem para ela; 6.2 uGn 10.10c
*2Rs 18.34:
depois prossigam até a grande H am atev w2Cr26.6;4fe li
e, em seguida, desçam até Gate,w na Filístia.
São elas m elhores do quex os seus dois reinos?
O território delas é m aior do que o de vocês?
3 Vocês acham que estão afastando o dia m au, 6.3 yls 56.12:
Am 9.10
m as n a verdade estão atraindo o reinado do terror.v
4 Vocês se d eitam em cam as de m arfim 6.4 zEz 3 4 .2 3
Am 3.12
e se espreguiçam em seus sofás.
0 5 .2 2 Isto é, sacrifícios totalmente queimados.
b 5 .2 2 Ou de paz.
c 5 .2 6 Ou ergueram seu rei Sicute e seus ídolos Quium, seus deuses astrais. A Septuaginta diz levantaram o santuário de
Moloque e a estrela do seu deus Renfã, ídolos que fizeram para adorar!.
5.1 8 Para mais informações sobre “o dia do Senhor”, ver nota em J1 6.2 Calné e Hamate, cidades localizadas ao norte de Ará (Síria), ha^-j-r
1.15. caído na campanha de Jeroboáo (ver 2Rs 14.25,28), e o muro de G o r
5.2 3 Ver “Instrumentos musicais antigos”, em SI 5. fora destruído por Uzias (2Cr 26.6).
6.1 Samaria, capital de Israel, fundada pelo rei Onri, estava situada num 6.4 Ver “Os marfins de Ninrode”, em Am 6; ver também nota em 5 *
cruzamento perto da principal estrada norte-sul da região montanhosa A carne de cordeiros era considerada uma especialidade dos antigc- :r
de Israel, 55 quilômetros ao norte de Jerusalém. Construída numa colina breus (D t 32.14; 2Sm 12.3-6). A carne era escassa, e a matança cií sbj
alta, a cidade dominava os campos circunvizinhos. cordeiro indica uma ocasião importante. Os cordeiros são usadof sm
sacrifícios desde os tempos mais antigos (Gn 4.4; 22.7).
AMÓS 6.8 1455
6.5 Ver “Instrumentos musicais antigos”, em SI 5. necessidade de desodorantes nas regiões quentes. A prática era difundida
6 .6 O uso de perfume na forma de unguento de óleo fino era práti que sua suspensão era vista como sinal de luto (Dt 28.40; Rt 3.3; 2Sm
ca comum no Oriente Médio muito antes de ser difundida no mundo 14.2; Dn 10.3; M q 6.15).
mediterrâneo. Com toda probabilidade, o perfume foi originariamente 6 .8 Os “palácios” podem ser as fortalezas que eram símbolo do status dos
usado com propósitos cerimoniais religiosos e seculares, nessa ordem, e ricos e famosos de Israel ou as cidadelas que eram um tributo às vitórias
se tornou um hábito pessoal com a sofisticação crescente da sociedade e a do exército de Israel (v. 13).
Os marfins de Ninrode
AMÓS 6 Amós 6.4 menciona as "camas de eram apreciados como matéria-prima Por exemplo, um pedaço de marfim era o
marfim" e comprova a disponibilidade de para obras de arte. Uma grande coleção de cabo de um espanador de moscas ou de um
marfim em Israel, bem como o fato de que marfins esculpidos foi descoberta na área leque, e outra escultura foi usada como vi-
eram muito valorizados. Sem dúvida, em do palácio de Ninrode, cidade da Assíria' seira de cavalo.
todo o Oriente Médio os marfins de elefante situada na margem oriental do rio Tigre. Em 1961, fragmentos de uma placa de
Essas esculturas marfim foram descobertos em Ninrode.
eram obras-primas Surpreendentemente, levando-se em conta
na forma de figuras que o lugar é muito distante de Israel, a pla-
humanas, animais ca trazia uma inscrição hebraica. Pelo fato
(reais e mitoló- de estar quebrada, uma tradução completa
gicos), plantas e e precisa da placa é impossível. Mesmo as-
abstrações. Muitas sim, ela parece conter as frases "o grande
dessas peças eram rei" (referindo-se evidentemente ao rei da
o rig in a ria m e n te Assíria, 2Rs 18.19) e "que Yahweh destrua",
cobertas de ouro. A placa data de 750 a.C., aproximadamente,
Contudo, muitos e era parte do tributo pago aos assírios ou
objetos de marfim fora tomada como espólio pelo exército as-
eram usados para sírio, depois que ele destruiu Sam aria, em
propósitos práticos. 722 a.C.1
Exemplos dos m arfins de Ninrode ' Ver "0seias’ rei ,d« lsrae|. e Salmaneser V, rei da Assíria", em 2Rs 17; e "Os
Prese(vmgBibleTlmes;©dr.JamesC.Martin;usa<tocompermisséo(íoMuseij Britânico marfins de Samaria ,601 Am 3.
1456 AMÓS 6.9
9 Se dez) homens forem deixados numa casa, também eles morrerão.10E, se um parente que tiver6 .9 iAm 5.3
6.10*1 Sm 31.12;
que queimar os corposkvier para tirá-los da casa e perguntar a alguém que ainda estiver escondido 'Am 8.3
ali: “Há mais alguém com você?”, e a resposta for: “Não”, ele dirá: “Calado!1Não devemos sequer
mencionar o nome do Sen h o r ”.
depois da colheita do rei, justo quando brotava a segunda safra.2 Depois que eles devoraram to 7.2 wÊx 10.15;
*ls 37.4; vE zl 1.13
das as plantas dos campos,weu clamei: “Sen h o r Soberano, perdoa! Como Jacó poderá sobreviver?x
Ele é tão pequeno!v”
3 Então o Se nh or arrependeu-sez e declarou: “Isso não acontecerá”.3 7.3 zDt 32.36;
J r 26.19; Jn 3.1Q:
4 O Soberano, o Sen h o r , mostrou-me também que, para o julgamento, estava chamando o fogo,b O s 11.8
7.4 bls 66.16;
o qual secou o grande abismo e devorou0 a terra.5 Então eu clamei: “Soberano Sen h o r , eu te imploro cDt 32.22
7.5 fy. 1,2; J 2.17
que pares! Como Jacó poderá sobreviver? Ele é tão pequeno!d”
6 Então o Senh or arrependeu-see e declarou: “Isso também não acontecerá”. 7.6 eJn 3.10
7 Ele me mostrou ainda isto: o Senhor, com um prumo na mão, estava junto a um muro construído
no rigor do prumo.8 E o Senh o r me perguntou: “O que você está vendo,f Amós?9” 7 .8 U r 1.11,13;
9ls 28.17;
“Um prumo”,hrespondi. Lm 2.8; Am 82.
h2Rs 21.13;
Então disse o Senhor: “Veja! Estou pondo um prumo no meio de Israel, o meu povo; não vou U r1 5.6; Ez 7-2-5
poupá-lo mais.'
9 “Os altares idólatras de Isaque serão destruídos, 7.9JLV 26.31:
k2Rs 15.9;
e os santuários! de Israel ficarão em ruínas; Is 63.18; Os 1C«
com a espada me levantarei contra a dinastia de Jeroboão”.k
6.10 A queima de cadáveres pode significar, na realidade, o fogo memo 6.14 “Desde Lebo-Hamate até o vale da Arabá” abrange uma ár
rial aceso em honra do morto, pois a cremaçáo náo era prática comum vai do rio Orontes, no norte do Líbano, até o mar Morto, ou seja, o pzz.
(ver nota em Jr 34.5). inteiro (ver 2Rs 14.25). Para mais informações sobre a Arabá, ver
6 .1 2 O arado antigo arranhava a superfície, mas não revolvia a terra, por geografia de Ezequiel 4 7 ”, em Ez 47.
isso era um “arado de ranhura”. Consistia de uma vara bifurcada com 7.1 Ver “Gafanhotos no antigo Oriente Médio”, em J1 2.
o braço maior, normalmente o tronco de uma árvore pequena, atado A “colheita do rei” era aparentemente tomada da primeira c o lh e i,
aos animais que o puxavam. O outro braço terminava na lâmina, e no como pagamento das taxas reais. A “segunda safra” é o produto p ostsr:
início era simplesmente a madeira afiada, porém mais tarde recebeu uma dos campos, depois que os grãos e a primeira palha eram colkiõ:-
ponta de metal. O arado era normalmente puxado por uma junta de Os rebanhos pastavam nessas plantações até que a estação seca do v a à :
bois (Jó 1.14). detivesse todo o crescimento.
6.13 Lo-Debar e Carnaim, cidades na Trànsjordânia, podem ter sido 7 .2 Ver “Fome no antigo Oriente Médio”, em G n 42.
retomadas das mãos de Hazael por Jeoás (2Rs 10.32,33; 13.25) ou por 7.4 O “grande abismo” provavelmente é o mar Mediterrâneo.
Jeroboão II (ver 2Rs 14.25) e depois tomadas pelos assírios logo após os 7.9 Ver “Os lugares altos”, em Ez 6.
dias de Amós (2Rs 15.29) — começando a sucessão de acontecimentos
que levariam à perda de todo o território conquistado por Jeroboão II.
AMÓS 7.11
7.11 “Jeroboão” é a “casa” desse rei (v. 9) — sua dinastia. Jeroboão mor
reu de morte natural (2Rs 14.29), mas seu filho e sucessor, Zacarias (2Rs
15.8), foi assassinado (2Rs 15-10).
'Ver "Os óstracos de Láquis", em Jr 34. !Ver "Mari", em Gn 31. JVer "Orações de Mursilis II durante a praga", em 2Sm 24. 4Ver "Biblos", em Ez 27. 5Ver "Balaão,
filho de Beor", em Nm 22.
14 5 8 A MÓ S 7.12
12 Depois Amazias disse a Amós: “Vá embora, vidente! Vá profetizar em Judá; vá ganhar lá o seu
pão.f13Não profetize mais em Betei, porque este é o santuário do rei e o templo do reino”.1! 7 .13qA m 2.12
At 4.18
14 Amós respondeu a Amazias: “Eu não sou profetar nem pertenço a nenhum grupo de profetas0,7.14^2.5*2
apenas cuido do gado e faço colheita de figos silvestres.15 Mas o S e n h o r me tirou do serviço junto ao 7.15 s2Sm 7.6:
Ur 7.1,2; Ez 2 -1*
rebanhos e me disse: ‘Vá, profetize a Israel, o meu povo’. ' 16 Agora ouça, então, a palavra do S e n h o r . 7 .1 6 uEz 20.4c
Você diz: Mq 2.6
Então o S e n h o r me disse: “Chegou o fim de Israel, o meu povo; não mais o pouparei”.2
3 “Naquele dia”, declara o S e n h o r , o Soberano, “as canções no templo se tornarão lamentos.138.3 aAm 5.16.
bAm 5.23; 6 ' I
Muitos, muitos serão os corpos, atirados por todos os lados! Silêncio!b”
7 0 Senhor jurou contra o orgulho de Jacó:9 “Jamais esquecerei11coisa alguma do que eles fizeram. 8.7 sAm 6.8,
h0 s 8.13
8 “Acaso não tremerá1a terra por causa disso, 8 .8 '0s 4.3:
iS118.7; J r ^ c i
e não chorarão todos os que nela vivem? Am 9.5
Toda esta terra se levantará como o Nilo;
será agitada e depois afundará como o ribeiro do EgitoJ
7 .1 2 Para mais informações sobre o “vidente”, ver “Profetas na Bíblia e 8.5 O comércio cessava nos sábados e durante as festas religiosa-
nas nações pagãs”, em Am 7. Nm 28.9-15; 2Rs 4.23).
7 .1 4 O termo hebraico aqui traduzido por “cuidar do gado” não é en Sobre as “balanças desonestas”, ver notas em Pv 11.1; 16.11; ver tamben
contrado em outra passagem do A T e está relacionado com uma palavra “Pesos e medidas”, em Am 8.
para “gado”, sugerindo que Amós também pode ter sido criador de gado. 8.8 Por causa das pesadas chuvas sazonais na Etiópia, o Nilo, no Egn
A figueira silvestre é uma árvore grande. Para garantir bons frutos, o eleva-se anualmente até 8 metros, inundando toda a região, excr:: *
cultivador tinha de rachar o topo de cada figo — que pode ser o proce cidades e aldeias situadas acima do vale. Suas águas transportam
dimento aludido pelo obscuro termo hebraico aqui traduzido por “faço grande quantia de solo fértil que é assim depositada na terra — afr>= *
colheita de”. frase “será agitada” se refira a isso.
7 .1 7 Com o exílio de Amazias, a morte de seus filhos e a perda da pro
priedade familiar, sua esposa teria de se prostituir para sobreviver (ver
“Prostituição no mundo antigo”, em D t 23).
AMÓ S 8.10 1 459
8 .9 Sobre a expreí iaquele dia”, ver nota em J 1 1.15. 8 .1 0 Um único filho representava o futuro da família inteira, por isso
sua morte causava intenso luto (ver “Pano de saco e cinzas: rituais de
lamentação”, em SI 30).
Pesos e medidas
AMÓS 8 Os pesos no mundo antigo eram fei o sido do santuário pesava 0,35 onças ou 9,9 conter uma pessoa (Zc 5.6-8). Um gômer,
tos de metal ou de pedras semipreciosas, ge gramas (Lv 5.15). Entre as subdivisões do si nome que significa "tigela pequena," era
ralmente esculpidas na forma de patos, leões do estavam o beca, calculado em meio sido equivalente a 10% de um efa e considerado
e tartarugas. Havia uma base plana, e eram do santuário (Êx 38.26), e o gera, calculado a porção diária de pão (Êx 16.32,36). 0 battfi
inscritos com seu peso padrão. A Lei exigia em 5% de um sido do santuário ( êx 30.13). e o him1 eram as duas principais medidas
pesos e medidas padronizados (Lv 19.35,36), Nas culturas antigas, a altura e o compri para líquidos, usadas para água, vinho e
mesmo assim, dos pesos que foram encon mento eram medidos pondo-se o antebraço óleo. 0 bato era o equivalente líquido do efa
trados pouquíssimos da mesma designação ou a mão sobre um objeto, por isso as me (2Cr2.10; Is 5.10), enquanto o him, chamado
eram idênticos. É importante observar que didas lineares foram nomeadas mais tarde mais tarde "recipiente de medida", era igual
os pesos antigos não podiam alcançar a pelas partes do braço usadas para calculá-las. a 16,66% de um bato (6 litros).
precisão dos padrões modernos, por causa 0 côvado, ou "antebraço", era a distância do
do método de produção e também porque cotovelo até a extremidade do dedo médio e
os padrões eram variados em tempos e luga era usado para medir altura, profundidade
res diferentes. Assim, devemos pensar neles e distância (Js 3.4; 1Sm 17.4; Zc 5.2). A Bíblia
como estimativas geralmente aceitas. Os que registra padrões de cúbitos (côvados) variá
usavam conscientemente pesos e balanças veis no sistema hebraico de medidas, mas
desonestos estavam sob a crítica profética o "cúbito normal" era de 44,5 centímetros,
por defraudar a Deus e aos semelhantes aproximadamente. Outras medidas, em
(Am 8.5,6; Mq 6.11; Ml 3.8-10). tamanho decrescente: o palmo (Êx 39.9),
0 talento, o maior padrão usado para calculado como a distância de uma mão es
ouro, prata, ferro e bronze (IRs 10.14; 2Rs tendida do dedo polegar até dedo mínimo,
23.33), pesava cerca de 34 quilos.1 A mina e equiparado a meio cúbito; a palma (1Rs
(1,7% de uni talento), provavelmente foi in 7.26), a largura da base da mão; e a largura
corporada como uma medida pós-exílica2 e do dedo (Jr 52.21).
tornou-se infame no julgamento de Belsazar, As medidas de capacidade do antigo
que foi "pesado" por Deus e achado em falta Oriente Médio apresentam nomes comuns e
(Dn 5.27).2 0 sido, derivado do verbo "pesar", eram essencialmente semelhantes. 0 hômer,
era a unidade primária de peso do Israel uma "carga de burro," era equivalente a um
antigo, contudo sua avaliação revela certo coro, ambos eqüivalendo a uma média de
grau de variabilidade: o sido comum pesava 150 litros, usados para cereais como trigo e
0,41 onças ou 11,6 gramas, o sido real pe cevada.3 0 efa, medindo 0,10 de um hômer,
sava 0,46 onças ou 13 gramas (2Sm 14.26); era um recipiente grande suficiente para
Wer 'Tabelas de pesos e medidas" na p. 2079. 2Ver "Nabonido e Belsazar", em On 5. !Uma avaliação diferente do coro é refletida na 'Tabelas de pesos e medidas"
na p. 2079, na parte final desta Bíblia. Édifícil hoje determinar qual dos dois cálculos — 220 litros ou 150 litros — está correto, e o padrão pode ter variado de tempos em
tempos. Avaliações discrepantes também se aplicam ao bato e ao him.
1460 AMÓS 8.11
8 .1 2 As expressões “de um mar a outro” e “do Norte ao Oriente” abran como os locais de santuários pagãos (ver lR s 12.29; Am 5.5; ver também
ge toda a terra de Israel, desde o mar Mediterrâneo até o mar M orto, até “O lugar alto em Dá”, em lR s 12; e “Berseba”, em lR s 19).
mesmo cruzando o rio Jordáo e incluindo a Transjordânia. 9 .3 Sobre o “topo do Carmelo”, ver nota em 1.2.
8 .1 4 Dã e Berseba eram cidades que náo apenas marcavam os limites do A “serpente” é uma alusão a um feroz monstro do mar da mitologia p^rí
norte e do sul de Israel (ver nota em Jz 20.1), mas também eram notáveis (ver nota em SI 74.13-15).
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1 ■* . A CREDIBILIDADE DA
A UNIDADE
DE A M Ó S
AMÓS 9 Alguns estudiosos argumentam que a segunda parte de 9 .1-10 0 Senhor está no altar e declara solenemente
Amós 9 é estilisticamente inferior ao restante do livro, e que o livro que perseguirá os israelitas onde quer que se refugiem
de Amós é de fato uma coleção aleatória de escritos de vários autores (v. 1-4; um paralelo ao juramento de Deus em 8.7); diz
compilados muitos anos depois da época do profeta (Amós viveu no também que Samaria subirá como o Nilo (v. 5-10; isto
séc. VIII a.C.). Muitos estudiosos acreditam que Amós não escreveu é paralelo com 8.8).
o texto de 9.11-15, porém essa teoria nega a unidade inerente que 9 .1 1 -1 5 : "Naquele dia" (v. 11; paralelo com 8.9)
permeia o livro. Os elementos lingüísticos e estruturais de Amós haverá libertação para Israel e colheita abundante
criam uma obra de literatura sólida e coesa. Estas são as indicações (9.13; paralelo com a fome em 8.11).
da integridade do livro:
❖ 0 livro emprega a inclusão, recurso literário por meio do qual as
• f A estrutura minuciosa permite dividir a obra em seções lógicas, primeiras e últimas seções (nesse caso, cap. 1 e 9) compartilham vá
como esboçado abaixo (ver também o esboço mais breve na intro rias conexões literárias. Por exemplo:
dução): Amós 1.2 refere-se ao Carmelo, que não é mencionado no
1 e 2 Descrevem o julgamento sobre oito nações com o pa vamente até 9.3.
drão "por três transgressões [...] e ainda mais por quatro". Judá, "a tenda caída de Davi" (v. 11), será restabelecida e re
3.1-1S Contém uma introdução e três partes; cada parte construída — um paralelo à menção de "Sião" (Jerusalém)
começa com a metáfora do leão (v. 4,8,12). em 1.2.
4 .1-13 Descreve as deficiências de Israel: as mulheres care
cem de compaixão, os santuários carecem de santidade e a Outros paralelos no vocabulário, técnicas e temas literários entre
terra carece de chuvas e colheitas. o capítulo 9 e o restante do livro demonstram que o texto de Amós
8.7 — 9.15 Passagem unida pelos paralelos, o que não realmente é unificado lingüística e artisticamente, do início ao fim.
apenas comprova a coerência do texto coerente, mas implica
que 9.11-15 pertence ao texto precedente. 'Ver "Fome no antigo Oriente Médio", em Gn 42.
8 .7 ,8 0 Senhor jura não esquecer os pecados de Israel
(v. 7); a terra "se levantará como o Nilo" (v. 8).
8 .9-14 "Naquele dia" (v. 9) haverá escuridão e fome
em Israel (v. 10-14).
rr—
r . * y
1462 AMÓS 9.6
A Restauração de Israel
11 “N aquele dia, levantarei
a ten d a caída de Davi.
C onsertarei o que estiver quebrado,
e restaurarei as suas ruínas.
Eu a reerguerei, p ara que seja com o era no passado,p
12 p ara que o m eu povo conquiste 9.12 oNrn 2 4 .*;
1s 43.7;
o rem anescente de Edom f sAt 15.16,1 r
e todas as nações que m e pertencem ”,r
declara o S e n h o r, d que realizará essas coisas.s
9 .7 Os etíopes eram um povo de pele escura que vivia no sul do Egito 9 .9 Os grãos eram passados por uma peneira para remover qualqur-
(ver “Cuxe”, em S f 3). substância diferente, como pequenas pedras ou restos recolhidos corr
Caftor é Creta, uma das muitas ilhas do Mediterrâneo que se acreditava eles na hora em que eram juntados do chão. Só o grão caía através z í
ter sido a terra natal original dos filisteus (ver “O termo akhayus na inscri peneira, enquanto os restos eram retirados e jogados fora (para maii -
ção de Ecrom”, em lS m 21; ver também nota em S f 2.5). Formações sobre o processo de colheita, ver nota em Rt 1.22.)
Para mais informações sobre Quir, ver nota em 1.5. 9.1 1 Esse versículo é considerado messiânico no Talmude.
9 .1 2 Ver “Edom”, em Ob.
AMÓS 9.15