Você está na página 1de 3
CAPITULO TI « Dobras, Falhas e Outros Registros da Deformacao das Rochas (2) Fatha com rejeito Plano de faa paralelo 20 smergulho (normal) (©) Fatha com rejeto paralelo a0 ‘mergulho (inversa) (©) Falha direcional (fejeito paralel 2 directo do. plano de fatha) (6) Falha obliqua (eto obiquo 0 mergulho) 79 As forgas crustais no interior das placas também podem ccausar falhamento das rochas longe dos limites de placas, ‘As falhas podem ser muito grandes, como a de Santo An- dré, ou muito pequenas, como as mostradas na Figura 11.2. To- das as falhas, independentemente do seu tamanho, podem ser classificadas pela diregio de movimento relativo ou desliza- ‘mento ao longo da fratura (Figura 11.11), Toda a superticie 20 longo da qual a formacao rochosa fratura-se e desliza é 0 plano de faiha, Dois termos definidos anteriormente, mergulho e di- recdo, descrevem a orientagao de um plano de falha. Uma falha com destizamento paralelo ao mergulho é aquela em que hé movimento relativo da formagio rochosa para baixo (normal) ou para cima (inversa) (Figura 11.11a e b). Uma falha direcio- nal € aquela em que 0 movimento € horizontal, paralelo a dire- ‘¢do do plano de falha (Figura 11.1 1c). (Uma falha direcional ‘que constitui um limite de placa é chamada de falha transfor- ‘mante.) O movimento ao longo da direcao e simultaneamente ‘para cima ou para baixo ao longo do mergulho caracteriza uma ‘falha obliqua (Figura 11.114). As falhas com rejeito paralelo ao ‘mergulho esto associadas com compressio ou extensio, ¢ as falhas direcionais indicam que as forgas de cisalhamento hori zontais foram atuantes, como ilustrado na Figura panoramica 11.6, Uma falha obliqua resulta de um cisalhamento em combi rnago com compressao ou extensao. Contudo, as falhas necessitam ser mais bem caracterizadas, Porque 0 movimento pode ser para cima ou para baixo, para a direita ou para a esquerda, como a Figura 11.11 indica. Em fa- Thas normais, as rochas sobrepostas ao plano de falha movem- se para baixo em relagdo &s rochas sotopostas, causando uma cextensdo da secgdo. (A Figura 11.2 mostra uma falha normal de equena proporgio numa exposicio.) Uma falha inversa, en- to, € aquela em que as rochas sobrepostas ao plano de falha 'movem-se para cima em relago as rochas sotopostas, causan- cdo um encurtamento da seco. O falhamento reverso resulta de compressio, Quando encontramos uma falha direcional, se 0 bloco do outro lado da falha estiver deslocado para a direita, te- remos uma falha lateral direita ou dextral; se 0 bloco do outro lado da fatha estiver deslocado para a esquerda, entio estare- mos diante de uma falka lateral esquerda (ou sinistral). Esses ‘movimentos resultam das forgas de cisalhamento. or fim, uma falha inversa cujo mergulho é menor que 45°, ‘de modo que 0 bloco sobrejacente ¢ empurrado principalmente ‘na horizontal, é denominada de falha de cavalgamento (Figura 11.12). As falhas de cavalgamento, onde um bloco ¢ empurra- do horizontalmente por cima do outro, sao freqiientemente en- contradas em cinturdes de montanhas intensamente deforma- dos. Esses cavalgamentos ocorem onde a crosta acomoda as forgas compressionais por meio de quebramento ¢ encurtamen- to & medida que uma lamina cavalga a outra. Freqientemente, © encurtamento pode cobrir muitas dezenas de quilémetros cenvolve falhas de cavalgamento miiltiplas.. Figura 11.11. Tipos de falhas. (a) Falhas normais, causadas por forcas de tensdo, resuitam em extensdo. (b) Falhas inversas, ‘causadas por forcas compressivas, esultam em encurtamento. (c) Falhas direcionais,associadas com forgas de cisalhamento. (d) Falhas obliquas, que sugerem uma combinacao de cisalhamento, compressio ou extensio. CAPITULO 11 + Dobras, Falhas e Outros Registros da Deformacao das Rochas | 287 TEMPO 1 0s sedimentos sio depositades em ‘camadas horizontals no fundo do mar. TEMPO 2 As forgas compressivas ‘causam dobramento « falhamento, TEMPO 3 O soerguimento é seguido por ‘erosdo, que forma uma nova superficie horizontal. TEMPO 4 [As erupgoes vulcanicas cobrem a ‘nova superficie com derrames de lavas. sro 5 | As forgas extensionais causam falhas Bee Somat Emin a, Seen Falhas normals dentes a partir das formagdes metamorfizadas altamente torci- das, que constituem as rochas do embasamento no interior dos continentes. ‘A deformagio — sob a forma de cinturdes de montanhas com suas estruturas de dobras e falhas, vales em rifte e falhas de movimento direcional — deixa sua marca inconfundfvel na paisagem, Essas expressdes topogriticas sio, freqiientemente, ‘uias para as estruturas deformacionais que as moldaram. Mes- ‘mo essas feicdes de proporcdes relativamente pequenas, como as formas de colinas ¢ vales e os cursos d’gua, podem ser con- troladas por uma complexa interacdo entre as estruturas subja- centes e a erosio. importante relembrar que o relevo ndo ¢ determinado ape- nas pela estrutura. Um vale comumente se forma na quitha de ‘uma sinclinal e, uma crista, na culmindncia de uma anticlinal No entanto, nao devemos esperar que as culminancias de anti- clinais sempre formem cristas e as depresses de sinclinais se tornem vales. Um fator importante na modelagem de formas de relevo de rochas estratificadas € a resisténcia que as camadas individuais oferecem ao intemperismo ¢ & erosdo, bem como se elas estdo inclinadas, dobradas ou falhadas. Como vimios, existem certos padres de deformacdo das r0- chas que estio relacionados com as forgas atuantes na crosta da Terra. O movimento das placas exerce um papel importante na ‘geragao dessas forgas. Os geGlogos aprenderam a decifrar esses, padroes, iniciando desde a formacao das rochas e, ento, re- construindo a sua deformagio ¢ erosdo subseqiientes. RESUMO © que os laboratérios dizem a respeito da maneira como as rochas deformam-se quando submetidas as forgas da crosta? 3s estudos de laborat6rio mostram que algumas rochas defor- ‘mam-se como materiais frigeis e outras, como materiais diicteis. Essas qualidades dependem do tipo de rocha, da temperatura, da pressdo circundante (confinante), da magnitude da forga e da ve- locidade com que ela € aplicada. Quais siio algumas das estruturas deformacionais apresen- tadas pelas rochas no campo? Entre as estruturas geolégicas em formages rochosas que resultam de deformagao, incluem- s@ as juntas, as falhas, as dobras, os domos e as bacias. Figura 11.22 Estigios de desenvolvimento de uma provincia eologica ficticia. Um gedlogo vé apenas 0 ultimo estagio e tenta reconstruira partir das evidéncias estruturais, todos os estégios anteriores da historia de uma regiao. 288 | Para Entender a Terra ‘Que tipos de forgas atuam na formagiio dessas estruturas? ‘As juntas so causadas por tenses regionais ou por resfriamen- to € contragdo das rochas. As falhas normais podem ser causa- das por forgas compressivas ou de estiramento, que ocorrem ‘em limites onde as placas divergem. As falhas inversas e de em- purrdo podem ser geradas por forgas compressivas, como aque- las encontradas em limites onde as placas convergem. As forgas de cisalhamento podem produzir falhas de deslocamento dire- ccional. As dobras geralmente so formadas por forgas compres- sivas, como aquelas que ocorrem ao longo de limites onde pla cas colidem, Certos domos sio produzidos pela intrusio de ‘magma em profundidade na crosta. As bacias podem ser forma das quando as forcas extensionais estiram a crosta ou quando uma porgao aquecida desta resfria-se e contrai-se. O peso dos sedimentos depositados em uma bacia pode contribuir para 0 seu afundamento. ‘Como os ge6logos reconstroem a hist6ria de uma regiiio? Os ge6logos véem apenas os resultados finais de uma sucesso de eventos: deposicio, deformacio, erosio, vulcanismo, etc. Eles deduzem a histéria deformacional de uma regidio por meio da identificacdo e determinagao da idade das camadas rochosas, registrando a orientagdo geométrica das mesmas em mapas, ‘mapeando dobrase falhas e reconstruindo seccdes da subsuper- ficie consistentes com as observagdes de superficie, Eles po- dem ter uma idéia da idade relativa da deformagao ao encontra~ rem formagOes mais novas e nao deformadas recobrindo dis- cordantemente uma camada deformada mais antiga. Conceitos e termos-chave ‘* anticinal(p. 282) + forga de cisathamento (p. 274) © bacia (p. 284) + forga extensional (p. 274) « diregao (p. 272) junta (p.277) + dobra reversa (p. 282) ‘+ material dct (p. 276) + dobramento (p. 271) material frdgil(p. 276) + domo (p. 284) ‘© mergulho (p. 273) « fatha (p. 277) «plano axial (p. 282) * falhamento (p.271) ‘ sinclinal (p. 282) ‘© forca compressiva (p.274) vale em rifte (p. 280) Exercicios Este icone indica que hd uma animagio dispontvel no sitio ele tmdnico que pode ajudé-lo na resposta. $B 1. Porque algumas camadas de rochas dobram-s¢e outras que bbram-se em falhas quando submetidas a forgas crustais? 2. (Que tpos de estruturas de deformagao seriam esperadas em cada um dos tes tipos de limites de placas? 3. Como voce identficaria uma falha no campo? Como vocé diria se rama falha normal, falha inversa ou direcional? 4, Se vocé encontrar camadas inclinadas no campo, como diria se fazem parte de uma anticlinal ou de uma sinelinal? 5. Desenhe uma secgio de um vale em rfte e identifique por meio de setas as diregdes das forgas que geraram 0 vale, Faca 0 mes ‘mo para uma falha de empurrio. 6. Qual era a diregdo das forga crustas que deformaram 0 bloco aps lachiano mostrado na Figura 11.21? 7. Desene uma seogio geologica que mostre a seguinte hist6ria: uma série de sedimentos marinhos é depositada e, subsequentemente, de formada por dobras ¢ falhas de empurrio. Esses eventos sio seguidos de erosio. A atividade vulcinica inicia-se, e derrames de lavas espa Iham-se sobre a superficie erodida. Um estigio final de falhamento de alto ngulo quebra a crosta em diversos blocos rochosos soerguidos ¢ rebaixados. Questdes para pensar z Este icone indica que hé uma animacdo dispontvel no sitio ele tr6nico que pode ajual-lo na resposta. $B 1. Sethe pedirem para deserevera historia geoldgica de uma re- sido que ainda nio foi explorada, como voce procederia? 2. Além de forgas crustas, 0 que poderia causar a deformacio de ro- has? 3. Embora a antclinais sejam dobradas para cima e as sinlinas, pa- +a baixo, freqilentemente encontramos crstas sinclinas e vals antici ‘ais, como mostrado na Figura panorimica 11.16 ¢ na Figura 11.21 Explique por qué. Teate supor uma sequéncia de camadas rochosas © uma série de eventos que poderiam ocasionar cada um deles.

Você também pode gostar