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CRISTO MORREU
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i]POR QUEM CRISTO MORREU?
John Owen nasceu em 1616, e cresceu numa pacata
casa pastoral no Condado de Oxford, havendo ingressado na
Universidade de Oxford com a idade de doze anos, obtendo o
grau de Bacharel em Letras em 1632 e de Mestre em Letras,
em 1635. Owen é um dos mais proeminentes tedlogos que a
Inglaterra j4 produziu.
O primeiro livro de Owen foi publicado em 1642, e seu
tiltimo livro estava sendo impresso quando ele morreu, em 1683.
Suas obras publicadas constituem um total de vinte e quatro
volumes.
Owen foi capelao pessoal de Oliver Cromwell durante
alguns anos, sendo levado por este a pregar no parlamento
varias vezes, apartir de 1646. Ele pastoreou trés igrejas durante
sua vida.
Casou-se duas vezes; sua primeira esposa morreu em
1676. Ele teve onze filhos, nenhum dos quais sobreviveu aele.
Seu timulo é ainda preservado no cemitério de Bunhill Fields,
City Road, Londres.
O livro A Morte da Morte na Morte de Cristo, aqui
apresentado numa versao simplificada, foi publicado por Owen
em 1647. Afirma-se que ninguém jamais foi bem sucedido
em refutar esta tese que Owen tio completamente expe
defende, fundamentando-se nas Escrituras.
PES
PUBLICACOES EVANGELICAS SELECIONADAS
Rua 24 de maio, 1 16 — 3° andar — salas 14-17
0104 1-000 — S40 Paulo - SPPOR QUEM
CRISTO MORREU?
Uma versao simplificada e condensada do classico “A Morte da
Morte na Morte de Cristo”, pelo Dr. John Owen, 1616-1683.
Preparada por H.J.Appleby
Prefacio por J. L. Packer, M.A., D.Phil.
Editor Geral —J. K. Davies, B.D.
FES
PUBLICACGOES EVANGELICAS SELECIONADAS
Caixa Postal 1287
01059-970 — Sao Paulo—SPTitulo original:
The Death of Death in the Death of Christ
Autor:
John Owen
Titulo da vers&o condensada:
Life by His death
Compilador:
H.J. Appleby
Tradutora:
SylviaE. de Oliveira
Revisor:
A. Poccinelli
Primeira Edicdo em portugués:
1986
Segunda Edicéo em portugués:
1996
Capa:
Ailton Oliveira Lopes
Impressao:
Imprensa da Fé
PROLOGO
Extrato do Artigo Introdutério, escrito pelo Dr. J.1. Packer, paraA
Morte da Morte na Morte de Cristo, de autoria do Dr. J. Owen, na
edigdo da Banner of Truth Trust, 1959.
A Morte da Morte na Morte de Cristo é um trabalho polémico,
cujo objetivo é mostrar, entre outras coisas, que a doutrina da
redenc&o universal é anti-biblica e destrutiva do evangelho. Ha,
portanto, muitos a quem ele nao sera de interesse. Aqueles que nao
véem necessidade de uma exatidao doutrindriae nao tém tempo para
debates teolégicos que mostrem as divisdes entre os assim chamados
evangélicos, podem perfeitamente lamentar seu reaparecimento.
Muitos podem achar o proprio tom da tese de Owen tdochocante que
se recusarao terminantementealereste livro. Algo tao apaixonante é
prejudicial, e temos muito orgulho de nossos chiboletes teoldgicos.
Mas espera-se que esta reimpressao encontre leitores de espirito
diferente, Hasinais, hojeem dia, deum novo surgimento de interesse
nateologia da Biblia: uma nova prontidao para testar tradi¢6es, para
examinar as Escrituras e para pensar seriamente sobre a fé crista. E
para todos que compartilham dessa prontiddo que é oferecido otratado de Owen, naconfianga de que iré nos ajudarem uma das mais
urgentes tarefas que acristandade evangélicaesta enfrentando hoje—
arestauragao do evangelho.
Esta tltima afirmacao podera chocar algumas pessoas, porém
parece ser justificada pelos fatos,
Nao ha dtivida de que os evangélicos encontram-se, hoje, num.
estado de perplexidade e instabilidade. Em assuntoscomo a pritica
do evangelismo, oensino da santidade, a edificagao da vida daigreja
local, ocuidado do pastor pelas almas e 0 exercicio da disciplina, ha
evidéncia de insatisfacao generalizada com 0 estado de coisas e,
igualmente, uma incerteza generalizada quanto aocaminho quese deve
seguir. Trata-se de um fendmenocomplexo, parao qual muitos fatores
témcontribuido; mas, se formosa raiz do problema, verificaremos que
todas essas perplexidades devem-se, principalmente, ao fato de
havermos perdido o poder do evangelho biblico. Sem perceber isso,
temos barganhado esse evangelho durante quase cem anos por um
produto substitutivo que, embora parega bastante semelhante nos
detalhes, € algo completamente diferente no todo. Eis as nossas
dificuldades: o produto substitutivo nao atende aos fins para os quais
oevangelho auténtico provou-se, nos dias passados, tio poderoso. O
novoevangelho falha patentemente em produzirreveréncia profunda,
arrependimento profundo, humildade profunda, um espfrito de
adoragiio, um cuidado paracom algreja. Por qué? E nossa opiniao
que arazaoestaem seu propriocaratere contetido. Ele falhaem tornar
oshomens centralizados em Deus nos seus pensamentose tementes a
Deus em seus coracdes, porque nao é isso que ele esté visando fazer
principalmente. Uma forma deestabelecera diferencaentre onovoe
ovelhoevangelhoédizerque oprimeiroestéexcessivaeexclusivamente
preocupado em “ajudar” o homem —a ter paz, conforto, felicidade,
satisfagdo—e pouquissimo preocupadoem glorificaraDeus. oO velho
evangelho foi til também — muito mais, de fato, que o novo ~porem
incidentalmente, por assim dizer, pois sua primeira preocupagao
sempre foi glorificar a Deus. Ele era sempre ¢ essencialmente uma
proclamacao dasoberaniadivinaem misericérdiaejulgamento, uma
convocagao para inclinar-se a adorar a Deus, 0 Todo-Poderoso, de
quem ohomem depende paratodoo bem, fantoem naturezacomoem
graga. Seucentrode referénciaera inequivocamente Deus. Mas no
novoevangelho, o centro de referéncia€é ohomem. Isso equivale a
dizer que o velho evangelho era religioso numa forma que 0 Novo
evangelhonaoé.
Enquanto o principal objetivo do velho eraensinaroshomensa
adorar a Deus, a preocupacao do novo parece limitada a fazé-los se
sentirem melhor. O assunto do velho evangelho era Deus ¢ Suas
atitudes paracom os homens; oassunto do novoé ohomemea ajuda
que Deus dé a ele. Ha um mundo de diferenga. A completa
perspectiva e énfase da pregagao do evangelho t¢m se mudado.
Esta mudanga de interesse deu origem a uma mudanga de
contetido, pois o novo evangelho tem, com efeito, reformulado a
mensagem Dbiblica nos supostos interesses de ser “prestativa”.
Portanto, os temas da incapacidade do homem natural para crer, da
eleigdo gratuita de Deus como a principal causa da salvagao, & de
Cristo morrer especificamente por Suas ovelhas, nao sao pregadas.
Lssas doutrinas, seria dito, nfo sdo “prestativas”; elas levariam os
pecadores ao desespero, sugerindo-lhes que naoestaem seu proprio
poder o serem salvos através de Cristo. (A possibilidade de que tal
desespero poderia ser salutar nao é considerada; € tomada como
ponto pacifico quendo pode ser, porque é muito destrutiva para nossa
auto-estima). Sejacomo for, oresultado dessas omissdes € que partedoevangelho biblico esta agora sendo pregada como se fosse 0 todo
desse evangelho; e uma meia-verdade disfargando-se de verdade
completatorna-se umainverdade completa. Dessaforma, apelamos
aos homens como se todos eles tivessem a habilidade de receber
Cristo a qualquer momento; falamos de Sua obra redentoracomo se
Ele nao tivesse feito nada mais, ao morrer, do que tornar possivel que
nos salvemos ands mesmos simplesmente por crermos; falamos do
amorde Deus como se nao fosse mais do que uma prontidao geral para
receber qualquer um que se volte e creia; nds descrevemos 0 Paie
o Filho, nao como soberanamente ativos em atrair pecadores a Si
mesmos, e Sim como que esperando, impotentes, “Aa portadenossos
coragGes” para que Os deixemos entrat] E inegavel que pregamos
assim; talvez sejaisso que nés realmente cremos. Mas é necessario
dizer, com énfase, que esse conjunto de meias-verdades torcidas é
algo diferente do evangelho biblico. A Bibliaestécontrandés quando
pregamos dessa maneira; ¢ ofato de que tal pregagdo tem se tornado
quase uma pratica padrao entre nés, mostra apenas quo urgente é que
revisemos este assunto. Recuperar 0 velho, auténtico e biblico
evangelho, e fazer com que nossa pregacaoe pratica estejamsomente
de acordo com esse evangelho, é, talvez, nossa necessidade mais
premente. Eé neste ponto que 0 tratado de Owen sobre a redengaio
pode nos ajudar.
NDICE
Prefacio: Porque este livro foi escrito
Introdugdo: — Oassunto deste liVr0 ......cceeeeeseneeteeeeseeneeeee 13
Primeira Parte: O propésito de Deus ao enviar Jesus Cristo
para morrer .
Segunda Parte: O verdadeiro propésito da morte de Cristo;
oqueElerealizou ......0.0.
Terceira Parte: Dezesseis argumentos que mostram que Cristo
nao morreu pela salvacao de todos os homens . 41
Quarta Parte: Respostas a argumentos que postulam a re-
dengo universal ............6 tileesdesthershsecrsederedos 59PREFACIO
Porque este livro foi escrito
Permita-me explicar porque escrevi este livro. Sou a tiltima
pessoa a apreciar contrové Mas a Biblia diz que devemos
“batalhar pela fé que uma vez foi dadaaos santos”. Nos tltimos anos
tenho sidoconsultado, freqiientemente, sobre o assunto deste livro. E
ougo dizer que estes pontos tém sido debatidos em todas as partes dO
pais. Assim sendo, convenci-me de que tal livro deveriaser escrito.
Preferiria que 0 trabalho fosse feito por outra pessoa; mas achei
melhor que fosse feito por mim do que nao ser feito por ninguém.
Nao reivindico sera melhor pessoa para escreverum livro como
este. Outros témescrito muito bem sobreo mesmo assunto. Contudo,
noto que s¢ limitam acertos pontos dacontrovérsia. Eachei que seria
melhor nao dizer simplesmente o que Cristo nao fez através de Sua
morte, mas também explicar completamente o que Ele fez através
dela.
Tenhoestudadoeste assunto durante sete anos, tanto na Biblia
como em outros livros disponiveis. Poderia, portanto, sugerir que
agora vocé leia meu livro cuidadosamente? Se alguém desejar
idesaprovar pontos isolados, tirados do contexto deste livro, tem minha
permissao para desfrutar de seu sucesso imaginario. Mas se alguém
estudar seriamente olivrotodo, pensoentao que sera convencido por
ele.
Espero que olivro proporcione satisfacao Aqueles que conhecem
estas verdades, forga Aqueles que sao fracos nestas verdades, ¢, acima
de tudo, glériaao Senhor, a Quem pertencem todas estas verdades,
embora eu sejao seu mais indigno servo.
JOHN OWEN
1648
INTRODUCAO
O assunto deste livro
ABibliadiz que a morte de Jesus Cristo foicomo um pagamento
para libertar os homens do pecado. Até aqui, tudo bem; mas ha um
problema! A morte de Cristo libertou todos os homens, ou somente
alguns homens, dos seus pecados? Os crist&os tém pontos de vista
diversos. Uns dizemumacoisa, outros dizem outra. Entretanto,oque
diz a Biblia? Eisso que precisamos descobrir.
Se dissermos que a morte de Cristo foi por todos, ent&o nao
podemos ao mesmo tempo dizer que foi apenas por aquelas pessoas
aquem Deusescolheu. Se Cristo morreu por todos, ent&o Deus nao
precisava escolher um povo especial, nao é? Por outro lado, s¢
dissermos que Deus realmente escolheu um povo especial —comoa
Biblia ensina-—entao Cristo nao precisaria morrer por todos, nao é?
Sedissermos que amorte de Cristo foi um resgate, ou pagamento,
portodaaraca humana, entio:
|. Todos os homens témo poder para aceitar ou rejeitar aquela
redengio; ou
2. Todosos homens realmente sao redimidos por Cristo, tenham
eles conhecimento disso ou nao.
A morte de Cristo por todos os homens somente poderia set
real, se uma dessas afirmagGes fosse verdadeira. Mas a primeira
13sugestéio nega o ensino biblico de que todos os homens estao
irremediavelmente perdidos no pecado e em si mesmos nao tém
poder parase chegarem aCristo. A segundasugestado nega oensino
biblicode que alguns homensestdoperdidosparasempre. Obviamente,
ha profundas dificuldades com relacao 4 afirmativade que amorte de
Cristo foi por todos os homens.
Porque, entio, algumas pessoas dizem que a morte de Cristo foi
por todos? Parece haver cinco raz6es possiveis:
1.
Parece tornar Deus mais “atraente”’, se dizem que a morte de
Cristo foi por todos.
Parece tornar 0 amor de Deus “maior”, se dizem que Ele ama
todos os homens igualmente.
Parece tornar a morte de Cristo de maior “valor”, se podem
dizer que ela foi um pagamento pelos pecados de todos.
A Biblia parece usar as palavras “o mundo” e “todo” como se
significassem “todas as pessoas”.
Alguns podem apenas querer dizer que a morte de Cristo foi por
todos, para que eles possam ser incluidos, emboranao queiram
mudara maneiraimpiacomoestio vivendo!
Neste livro vamos ver porque estas cinco razGes esto erradas,
eoquea Biblia realmente ensina sobre 0 propésito damorte de Jesus
Cristo.
PRIMEIRA PARTE
O propésito de Deus ao enviar
Jesus Cristo para morrer
Capitulo
1. Apresentandoo problema
2. Oquem, o como e 0 qué de uma cois:
3. Deus, 0 Pai, agente de nossa salvacao ....
4. Deus, 0 Filho, agente de nossa sal vagaio
5. Deus, 0 Espirito, agente de nossa salvagio
6. A obra de Cristo é 0 meio usado para obter
nossa salvacdo
7. Aentrega voluntaria de Cristo e Suaintercessao
sao otinico meio para realizar nossa redengio........ 24
(A Segunda Parte estuda, em detalhes, o que Cristo verdadeira-
mente realizoucom Suamorte).1
Apresentando o problema
O proprio Cristo nos disse porque veio ao mundo. Ele disse:
“Porque o Filho do homem veio buscar e salvar 0 que se havia
perdido.” (Lucas 19:10). Numa outra ocasiao Ele disse que 0 Filho
do homem viera para “dar sua vidaem resgate de muitos.” (Marcos
10:45).
Oapéstolo Paulo também afirmou, claramente, porque Cristo
veio ao mundo: “*O qual (Jesus Cristo) se deu asi mesmo por nossos
pecados, para nos livrar do presente século mau” (Galatas 1: 4).
“...Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores” (1
Timo6teo 1:15). “O qual (Jesus Cristo) se deu asi mesmo por nds
para nos remir de todaa iniqiiidade, e purificar para si umpovo seu
especial, zeloso de boas obras.” (Tito 2:14).
A partir dessas afirmagées, est4 claro que o propésito da morte
de Cristo foi:
salvar as pessoas do pecado,
libertar as pessoas do mundo mau,
tornar as pessoas puras e santas,
criar pessoas que fagam boas obras.
Outras passagens biblicas explicam o que Jesus Cristo realmente
fezem Sua morte. Hacinco coisas que podemos notar:
1. As pessoas s&o reconciliadas com Deus através dela (Romanos
5:1).is)
As pessoas sao perdoadas e justificadas através dela
(Romanos 3:24).
3. As pessoas sao purificadas e santificadas através dela
(Hebreus 9:14).
4. Aspessoas sao adotadas como filhos de Deus através dela
(Galatas 4:4-5).
5. As pessoas recebem gloria e vida eterna através dela
(Hebreus 9: 15).
A partir de todas essas evidéncias, oensino daBibliaéclaro: 0
propésito da vinda de Cristo foi (e realmente cumpre tal propésito)
trazer perdao ao homem, no tempo presente, ¢ gloria no porvir.
Portanto, se Cristo morreu por todos os homens, entdio
todos os homens esto agora livres do pecado, e estio
perdoadose serao glorificados, ou:
Cristo falhou em Seu propésito.
Sabemos, através de nossa experiéncia didriacom ahumanidade, que
a primeira afirmativa nao é verdadeira. A segunda sugestao— que
Cristo falhou—éum insulto para Deus.
ao problema de aceitar uma ou outra destas duas
des, aqueles que dizem que Cristo realmente morreu por todos
os homens, dizem que niio era propésito de Deus que todos oshomens
fossem beneficiados. Dizem que o beneficio é $6 para aqueles que
produzem uma fé paracrerem Crisio, Este ato de fé deve ser algo que
aiguns homens fazem por si mesmogs, tornando-os diferentes cos
outroshomens. (Se fé fosse alguma coisa obtidapela morte de Cristo,
ese Ele tivesse morrido por todos os homens, entiio todos os homens
teriam f$!). Tal sugest&o parece-me diminuir aquilo que Cristo
realmente obteve através de Sua morte, portanto vou combaté-la
mostrando que o que a Biblia ensinaé bastante diferente!
is
O quem, 0 como e 0 qué de uma coisa
Ha trés palavras que usaremos bastante neste livro, eserd bom
apresenta-las resumidamente aqui. Quando qualquer agao acontece,
ha um agente (0 quem a pratica); héos meios empregados (o como
“feita);ehdum fim em vista(o qué, ou resultado final).
Decidimos como faremos uma coisa (os meios) de acordo com
o qué se quer fazer (0 fim). Portanto, podemos dizer queo fimé “
razdo para os meios. B se tivermos escolhido os meios adeqt ados,
ofimé certo. Eclaro que seo agente que pretende fazeralgumacoisa,
liver escolhido os meios adequados, nao podera falhar. |
Ora, podemos aplicar estes principios 4 nossa discussio neste
livro. Vamos ver, primeiramente, quem €oagente que pretende nes
redimir. Depois vamos ver os meios que foram utilizados in
redimir. E, finalmente (na Segunda Parte), vamos ver qual foi o
resultado dos meios empregados.
De acordo coma Biblia, o agente gue esti pretendendo anoss
salvagiio 6 0 Deus Tritino. Todos os outros agentes foram apenas
instrumentosem Suas maos (Atos 4:28). Oagente principal éaSanta
Jetalhadamente...
Trindade. Vamos estudar isto mais
Deus, 0 Pai, agente de nossa salvacio
De que mancira foi Deus, 0 Pai. o 2 ¢ D
Minha resposta paraessa perguntac aseguinte: por du
isto 6, foi Deus, 0 Pai, que enviou oF
puniu Cristo por causa dos nossos peceduas coisas em maiores detalhes.
1. Eclaro, apartirde muitos versiculos biblicos, que 0 Pai enviouo
Filho ao mundo. Por exemplo: “vindoa plenitude dos tempos,
Deusenviou Seu filho, nascido de mulher, nascido soba lei,para
remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a
adogao de filhos.” (Galatas 4:4-5). O fato de enviar o Filho
envolveu Deus, 0 Pai, em trés coisas:
a. houve o propésito original que sempre estivera em Sua
mente (1 Pedro 1:20);
b. houve o Seu atode darao Filho todas as habilidades que Ele
necessitava, a fim de fazer a obra para a qual fora enviado
(Jodo 3:34-35); *
houve o Seu ato de prometer a Seu Filho toda a ajuda
necessdria quanto ao sucesso na obra (Atos 4: 10-11).
Eclaro,apartirde muitos versiculos biblicos, que o Pai puniu
Jesus Cristo por causa dos nossos pecados. Por exemplo:
“Aquele que nao conheceu pecado, o fez pecado por nés;
para que nele f6ssemos feitos justiga de Deus.” (2 Corintios
5:21). Podese dizer que Cristo sofreu e morreu em nosso
lugar. Sendoassim, nao seria estranhaaidéia de que Cristo
deveria sofrerem lugar daqueles que também iraosofrer por
causa dos seus préprios pecados?
Colocamos o assunto da seguinte maneira: Cristo sofreu
pelos pecados de todos os homens, ou
pelos pecados de alguns homens, ou
por alguns dos pecados de todos os homens.
2.
* a .
Como Filho de Deus, Ele j possuia a perfeigo da Deidade; rnas como
Filho do homem Ele tinha que receber os dons que necessitasse.
20
Scauitimaafirmativaé verdadcira, entao todos os homens ainda tém
alguns pecados, e, portanto, ninguém pode ser redimido. - -
Sea primeira afirmativa € verdadeira, entao por que nao estado
todos os homens livres do pecado? Vocé podera dizer: “Por causa
da incredulidade deles.” Mas eu pergunto: “A incredulidade € um
pecado?” Se nao é, por que todos os homens sao punidos por causa
dela? Se é um pecado, entdo deve estar incluida entre os pecados
pelos quais Cristo morreu. Portanto, aprimeira afirmativanao pode
ser verdadeira!
Assim, é claro que a tinica possibilidade restante € que Cristo
levou sobre Si todos os pecados de alguns homens, os eleitos,
somente. Creio que este é 0 ensino da Biblia.
agens das Escrituras que
(A Quarta Parte deste livro trata das p:
empregam as palavras “mundo” e “todos”.)
4
Deus, o Filho, agente de nossa salvagao
Devidoao fato de Deus, o Filho, haver voluntariamente concor-
dado em fazer 0 que o Pai tinha planejado, podemos dizer que Ele
também era um agente de nossa salvagio. Jesus disse: “A minha
comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua
obra.” (Joao 4:34). Hatrés maneiras pelas quais Cristo mostrou Sua
prontidao paraser umagente: =
1. Ele Se disp6s a deixar de lado a gloria de Sua natureza divinae
fazer-Se homem. “E, visto como os filhos participam da carne
e do sangue, também ele participou das mesmas coisas...”
(Hebreus2:14). Note que é afirmado que Ele fez issonao porquetoda araca humanaeracomposta de carne e sangue, mas porque
os filbos que Deus lhe deraeram humanos (Hebreus 2:1 3). Sua
prontidao estava relacionada dqueles filhos, nao a toda a raga
humana.
2. Ele Se dispés a dar-Se a Si mesmo como oferta. E verdade que
Elesofreu muitas coisas passivamente. Contudo, é verdade que
Ele deu-Se a Si mesmo para aqueles sofrimentos, ativa e
prontamente. Sem tal consentimento voluntario, os sofrimentos
nao teriam qualquer valor. Assim Ele pode verdadeiramente
dizer: “Poristoo Paimeama, porque dou minha vida... Ninguém
matirade mim, maseudemim mesmo adou”. (Joao 10:17-1 8).
3. Suas oragdes no presente em favor de Seus filhos mostram Sua
protidao em ser um agente em nossa salvaciio. Agora Cristo
entrou no santudrio. (Hebreus 9:11-12). Sua obra ali é a
intercessdo (oragéio). Veja que Ele nao ora pelo mundo (Joao
17:9), mas por aqueles pelos quais Ele morreu (Romanos 8:34).
Ele pede que aqueles que Lhe foram dados possam irparaonde
Eleesta, para vera Sua gloria (Joao 17:24). Portanto,é claroque
Ele nao poderia ter morrido por todos os homens!
5
Deus, 0 Espirito, agente de nossa salvacao
ABibliafalade tréscoisas nas quais 0 Espirito Santo operacom
0 Paico Filho paranos redimir. Eestasatividades mostram que Ele
também é um agente de nossa sal vagao.
1. Ocorpohumano queo Filho tomou, quando Se tornou homem,
foi criado pelo Espirito Santo, em Maria. “ ... achou-se ter
concebido do Espirito Santo.” (Mateus 1:18).
22
Ww
A Biblia diz que quando 0 Filho Se ofereceu a Si mesmo como
sacrificio, Ele o fez pelo Espirito. “...quepelo Espiritoeterno se
ofereceu a si mesmo imaculado a Deus. . .” (Hebreus 9: 14).
Disso fica claro que o Espirito Santo foi, de certa forma, 0
instrumento que tornou possfvel o oferecimento.
3. Ha declaragdes claras na Biblia mostrando que a obra de
levantar Cristo dentre os mortos, foi operacao do Espirito Santo.
“ mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo
Espirito.” (1 Pedro 3:18). /
Sem dtivida alguma, o Espirito Santo teve importantes coisas para
fazer, unindo-Se ao Pai e ao Filho no proposito de nos redimir.
Temos visto que cada Pessoada Trindade pode serchamada de
agente de nossa salvagao. Mas ¢ importante lembrar que, embora
para 0 propésito de nosso estudo, tenhamos feito uma distingao
quanto & operagao de cada uma das pessoas divinas, nao ha, de fato,
trés agentes de nossa sal vagao, porém apenas um, pols Deusé Um.
Portanto, podemos dizer que todaa Trindade é um agente paraanossa
redengio.
6
A obra de Cristo é 0 meio usado para
obter nossa salvagao
Comonds vimos no capitulo dois, oagente que fazalgousacertos
meios paraalcancar o fim particular queele tem em vista. Ena propria
obrade nossa salvagao, ha duas ages que Cristo fez. (Nao me refiro
ao planoeterno que torna possivel nossa sal vagdio, mas apenas masua
produgiio em temposhist6ricos). Estes dois atos historicos deCristo,sao:
1. Suaentrega voluntdria, no passado, e
2. Suaintercessdo por nds, agora.
Naentrega que Cristo fez de Simesmo, incluo Sua prontidao para
sofrer tudo o que estavaenvolvidoem Sua vinda paramorrer, isto é,
Oesvaziar-Se de Sua prépria gl6ria, eo nascer de uma mulher, Seus
atos de humildadee obediénciaa vontade do Pai através detodaaSua
vida, e, finalmente, Sua morte nacruz.
Enaintercessao de Cristo pornés, incluo também Suaressurrei-
cdo e ascensé is s4o a base de Sua intercessio. Sem elas, nao
poderia haver intercessio.
Veremos estas duas coisas em maiores detalhes no préximo
capitulo, mas quero fazer alguns comentarios agora. Estes dois atos
tém a mesma intencao. Sua entrega voluntaria e intercessio
destinam-se a “trazer muitos filhos a gléria.” (Hebreus 2:1 0). Os
beneficios intencionados por estes dois atos destinam-se ds mesmas
pessoas, Ele oraem favor daqueles por quem morreu. (Joao 17 29).
Sabemos que Sua intercessio deve ser bem sucedida—“Pai, gragas
te dou, por me haveres ouvido”, disse Ele certa vez. (Joao 11:41).
Segue-se, entdo, que todos por quem Ele morreu necessariamente
receberao todas as boas coisas obtidas através daquela morte. Isso
claramente destréi o ensino de que Cristo morreu por todos os
homens! 7
A entrega voluntaria de Cristo e Sua intercessio
sao o unico meio para realizar nossa redenciio
E importante verificar, nas Escrituras, como aentrega voluntaria
24
stoe Suaintercessdoestao ligadas intimamente, Porexemplo:
Cristojustificaaqueles cujas iniqtiidades (ou pecados) Elecarregou
(saias 53:11).
Cristo intercede por aqueles cujos pecados Ele carregou
(Isaias 53:12).
Cristo ressuscitou dos mortos para justificar aqueles pelos
quais Ele morreu (Romanos4:25).
Cristo morreu pelos eleitos de Deus e agora ora por eles
(Romanos 8:33-34).
Isso deixa claro que Cristo no pode ter morrido por todos os
homens, pois se tivesse, entdo todos os homens seriam justificados—
oque, sem dtividaalguma, nao acontece.
Sacrificare orar sao tarefas requeridas de um sacerdote. Seele
falharem qualquerumadelas, terd falhado na qualidade de sacerdote
de Seu povo. Jesus Cristo é mencionado tanto como nossa
propiciagao (sacrificio) quanto como nosso advogado (represen-
tante) (1 Joo 2: 1-2). Ele é mencionado tantocomo oferecendo Seu
sangue (Hebreus 9:11-14), quanto como intercedendo por nds
(Hebreus 7:25). Posto que é um sacerdote fiel, Ele precisa realizar
estas duas tarefas com perfeigao. Visto que Suas orages sao sempre
ouvidas, Ele nao pode estar intercedendo por todos os homens,
porquanto nem todos os homens sao salvos. Isso deixaclaro que Ele
também nao pode ter morrido por todos os homens.
Devemos também nos lembrar da maneira como Cristo agora
intercede pornés. As Escrituras dizem que é pelaapresentagao de Seu
sangue no céu (Hebreus 9: 11-12, 24). Em outras palavras, Ele
intercede apresentando Seus sofrimentos ao Pai. Os dois atos, sofri-
mento e intercessio, devem, portanto, estar relacionados 4 mesma
pessoa, caso contrario, naoadiantaria usar um como base para 0 outro.
25O préprio Cristo associa Sua morte e Sua intercesso como 0
unico meio para nossa redengao, em Sua oracio no capitulo 17 de
Joao. Nessa oragiio, Ele Se refere 4 entrega de Si mesmo na morte,
e Sua oracao épor aqueles que o Pai haviadadoa Ele. No podemos
separar estes dois atos, se o préprio Cristo osune. Umsem outro nao
teria valor, como Paulo argumenta: “E, se Cristo nao ressuscitou (e
portanto nio esta intercedendo agora), é va a vossa fé, e ainda
permaneceis nos vossos pecados.” (1 Corintios 15:17).
Portanto, se separarmos a morte de Cristo de Sua intercessio,
nao ha seguranga de salvacao para nés. De que valeria dizer que
Cristo morreu por mim, no passado, se Eleagoranio intercede por
mim? £ somente se Ele nos justifica agora que somos salvos da
condenago de nossos pecados. Eu ainda poderiaestar condenado
se Cristo nao intercedesse por mim. E claro que Sua intercessiio deve
ser em favor das mesmas pessoas pelas quais Ele morreu—e, sendo
assim, Ele nao pode ter morrido por todos!
SEGUNDA PARTE
O verdadeiro propdésito da morte
de Cristo; o que Ele realizou
Capitulo
L. Alguimas Definig6es «00.0... cceceseee tees neeeceesenenees 28
2. Quem foi beneficiado coma morte de Cristo? .......... 29
0
3. Qual o propésito da morte de Cristo? ...........-
4. Amorte de Cristo tornou a salvagao uma possibili-
dade ou UMA COPEL? oo. eeeecce cece ese eect ester tees 34
5. Raz6es pelas quais devem ser realmente salvos
todos aqueles por quem Cristo morreu .. 38
271
Algumas Definicées
Na Primeira Parte, capitulo dois, vimos que 0 que controla o
resultado de algo que se faz, 6amaneiracomoé feito. Paracertificar-
-se de que o resultado sera exatamente o que vocé deseja que
aconteca, devem ser empregados os meios adequados; fazer uma
coisa de acordo com a maneira certa de fazé-la, assegura que 0
proposito seraalcangado. As Escriturasdeixam claro que Deus (Pai,
Filhoe Espirito) tencionaredimirhomense mulheres, Aobrade Cristo
€o meio utilizado para fazerisso. Visto que Deus sempre fazas coisas
de maneira certa, podemos dizer que todos os que s&o realmente
redimidos sao todos os que Ele tencionava redimir, Se nao fosse
assim, Deus poderia ter falhado na real izagdo de Seu propésito.
Pode-se dizer que ha dois propdsitos na morte de Cristo, um
principal eum secundario. O propésito principal damorte de Cristo
era glorificar a Deus. Em todas as coisas que faz, Deus pretende,
primeiramente, demonstrar Sua propria gloria. Todas as coisas
existemprincipalmenteafimde glorificara Deus parasempre (Efésios
1:12; Filipenses 2:11;Romanos | 1:36).
Masa morte de Cristo tem, também, um prop6sito secundario,
ou seja, salvarhomense mulheres de seus pecadose leva-losa Deus.
Assim, quero mostrar agora que a morte de Cristo comprou, para
todos pelos quais Ele morreu, tudo o que € necessario para que eles
usufruam tal salvacdo, sem qualquer sombra de diivida.
28
2
Quem foi beneficiado com a morte de Cristo?
clarecidos sobre quem, realmente, se
Precisamos estar bem
beneficiacoma morte de Cristo. Ha trés possibilidades:
a. Poderia ser para beneficiar a Deus, 0 Pai, ou
b. Poderia ser para beneficiar 0 proprio Cristo, ou
c. Poderia ser para o nosso beneficio.
Lembre-se de que estou falando sobre 0 propésito secundario da
morte de Cristo; € neste sentido, podemos mostrar que a morte de
Cristo nao foi para o beneficio de Deus, 0 Pai.
As vezes argumenta-se que Cristo morreu para possibilitar que
Deus perdoasse os pecadores, como se Deus fosse, de outra maneira,
incapaz de nos perdoar. Esse argumento sugere que 0 propésito
secundario da morte de Cristo foi para beneficiar 0 Pai. Tal pontode
vista é tanto falso como tolo, pelas seguintes raz
1. Significa que Cristo morreu para livrar 0 Pai daquilo que O
impedia de fazer 0 que Ele queria (isto é, perdoar os pecadores),
ao invés de morrer para nos livrar de nossos pecados. Entretanto
as Escrituras dizem claramente, em todos os lugares, que Cristo
morreu para nos libertar do pecado.
Significaque ninguém poderia ser realmente salvo do pecado. Se
Cristo meramente obteve a liberdade do Pai para perdoar os
pecadores, entao 0 Pai pode, se quiser — ou nao precisa, se nao
quiser—usaressaliberdade! Assim, amorte de Cristo pode ainda
nao obterrealmente asalvagao paranos. Masas Escrituras dizem
claramente que Cristo veio para salvar os perdidos.
np
29Em seguida, podemos certamente mostrar que a morte de Cristo
nao foi para beneficiara Ele mesmo.
1. Visto que Cristo € Deus, Ele jé tem toda a gloriae o poder que
poderiater. Portanto, no final de Sua vida terrena, Ele nao pediu
outra gléria sendo a que jd possufa antes (Joao 17:5). Ele niio
precisava morrer para obter quaisquer outros beneficios para Si
mesmo.
2. Asvezesésugerido que, pelaSua morte, Cristo ganhou o direito
de sero juiz de todos. Mas, se o propésito de Sua morte era obter
o poder decondenar alguns, ent&o Ele nao pode ter morrido para
salva-los? Portanto, ainda que aceitemos essa sugest&o, nao
podemosusa-la para provar que Cristo morreu para salvar todos
oshomens.
Concluimos, entdo, que a morte de Cristo teve o propésito de nos
beneticiar. Nao foi para que o Pai pudesse nos sal var, se € que Ele iria
fazé-lo, Nao foi para obter alguns novos beneficios para o proprio
Cristo. Portanto, deve ter sido, realmente, para obter todas as boas
coisas que foram prometidas mediante acordo com 0 Seu Pai, para
beneficiar todos aqueles por quem Ele morreu. Entao, Ele morreu
somente por aqueles que realmente recebem esses beneficios.
Vamos passar agora aexaminar o que as Escrituras dizem sobre essas
boas coisas.
3
Qual o propésito da morte de Cristo?
N6s ja dissemos, resumidamente, 0 que as Escrituras ensinam
sobre 0 porqué da morte de Cristo (Primeira Parte, capitulo um).
Agora que jéexploramos todo oassunto, de modo geral, precisamos
é
examinarem maiores detalhes aquelas passagens que falam sobre 0
que foi realizado através da morte de Cristo. Farei isso, examinando
trés grupos de versiculos biblicos.
Primeiro, hdaquelas passagens que mostram qual o propésito de
Deus na morte de Cristo. Escolhi oito versiculos paraexaminarmos,
embora muitos outros pudessem serusados.
1. Lucas 19:10. “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar
o que se havia perdido.”
Portanto, esta claro que Deus pretendia realmente salvar os
pecadores perdidos mediante a morte de Cristo.
Mateus 1:21. “‘...c chamards 0 seu nome Jesus, porque ele
salvaré o seu povo dos seus pecados,”
Portanto, tudo que fosse realmente necessario para salvar os
pecadores deveria ser feito por Jesus Cristo.
3. 1 Timéteo 1:15. “...que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar
os pecadores.”
Isso ndo nos permite supor que Cristo veio simplesmente
para possibilitar a salvagao dos pecadores; pelo contrario,
insiste no fato de que Ele veio realmente para salva-los.
4. Hebreus 2:14-15. “...para que pela morte aniquilasse 0 que
tinhao impériodamorte, istoé, 0 diabo;e livrasse todos os que...
estavam ... sujeitos a servidio.”
O que poderia ser mais claro que isso?) Cristo veio realmente
para salvar os pecadores.
5. Efésios 5:25-27. *...como também Cristo amou aigreja,e asi
mesmo se entregou porela, paraa santificar ... paraa apresentar
wv
asi mesmoigreja gloriosa.
Penso que nao € possivel dizé-lo mais claramente do que o
Espirito Santo o fez nessa passagem; Cristo morreu para
3tpurificar, santificare glorificaralIgreja.
6. Joao 17:19. *...me santificoamim mesmo, paraque também eles
sejam santificados na verdade.””
Sera que ainao estamos ouvindo o préprio Salvador declararo
propésito de Sua morte? Ele morreu afim de que alguns (nao o
mundo todo, visto que Ele nao orou por isso—versiculo9) fossem
realmente santificados (ou feitos santos).
7. Galatas 1:4. “O qual se deu asi mesmo por nossos pecados, para
nos livrar...”
Afirma aqui, outra vez, 0 propdsito da morte de Cristo como
sendorealmente para nos libertar.
8. 2 Corintios 5:21. “Aquele que nao conheceu pecado, o fez
pecado por nés; para que nele fossemos feitos justigade Deus.”
Portanto, entendemos que Cristo veio para que os pecadores
pudessem tornar-se justos.
A partir de todos esses versiculos, é evidente que o propésito da morte
de Cristoerasalvar, libertar, santificar e justificar aqueles pelos quais
Ele morreu. Pergunto: todos os homens so salvos, libertado
santificadose justificados? Ou sera que Cristo falhouem cumprir o
Seu propdsito? Julguem, entdo, por si mesmos, se Cristo morreu
por todos os homens ou somente por aqueles que so realmente
salvosejustificados!
Segundo, hd aquelas passagens que nao sé falam do propésito
da morte de Cristo, mas, também, do que foi realmente alcangado
através dela. Seleciono aqui seis passagens:
1. Hebreus 9:12,14. *... mas por seu proprio sangue ... havendo
efetuadoumaeternaredengao ...purificaréas vossas consciéncias
das obras mortas...”
32
Aqui sao mencionados dois resultados imediatos da morte de
Cristo—aredengioeternae consciéncias purificadas. Qualquer
um que tenha esses resultados, € um daqucles por quem Cristo
morreu.
Hebreus 1:3. “... havendo feito por si mesmo a purificagao de
nossos pecados, assentou-se a destra da majestade.”
Portanto, héuma purificagao espiritual obtida paraaqueles por
quem Cristo morreu.
3. 1 Pedro 2:24. “Levando ele mesmo em seu Corpo os Nossos
pecados...”
Aqui temos a afirmagao daquilo que Cristo fez - Ele carregou
nossos pecados nacruz.
4. Colossenses |: 21-22. “...vosreconciliou...”
Assim, um verdadeiro estado de paz foi estabelecido entre
aqueles por quem Ele morreue Deus, 0 Pai.
5. Apocalipse 5:9-10. “... porque foste morto, ecomoteu sangue
compraste para Deus, de toda ... nacao; ... os fizeste reis e
sacerdotes...”
Kclaro que issonaoé verdadeirocom relag&oatodososhomens,
porém descreve o que é verdadeiro sobre todos aqueles por
quem Cristo morreu.
6. Joao 10:28. “E dou-lhes a vida eterne
O proprio Cristo explica que a vida é dada a “suas ovelhas”
(versiculo 27). A vida espiritual que os crentes desfrutam 6-
-Ihes obtida pela morte de Cristo. /
Com base nesses seis versiculos (e muitos outros poderiam ser
usados), podemos dizer 0 seguinte: se a morte de Cristo realmente
obtém redengao, lavagem, purificagao, libertagao dos pecados,
reconciliagao, vidaeternae cidadania num reino, entao Ele deve ter
nm
33morrido si r
a ies Somente por aqueles que recebem tais coisas. Esta bastante
ro que nem todos os homens possuem tais coisas! Portanto. a
salvacao de todos os homens nao pode ter 0.0 proposito da morte
x x :
Pp sid sito dam
het ha aaa um grupo de versiculos biblicos que
evem aqueles pelos quais Cristo morreu. Estes sao geralment
descritos como “muitos”, porexemplo: Isafas 53:11; Marcos 10:45.
Hebreus 2:10. Mas estes “muitos” sao descritos em outros lu, gares
como:
as ovelhas de Cristo Joa
} 10:
0s filhos de Deus Toto itis
os filhos que Deus Lhe deu Joao 17:1 1
; Hebi 7
Seus escolhidos Romande i
0 povo que Ele antes conheceu Romanos 11:2
Sualgreja Atos 20:28
aqueles cujos pecados Ele levou Hebreus 9:28
Indubitavelmente tais descrigdesnao sio verdadeiras comrelaga
atodos oshomens. Assim, vemos que o propésito damorte deCrise,
c 4 .
onforme Nos ¢ apresentado nas Escrituras, nao pode ter sido a
salvagao de todos os homens.
4
A morte de Cristo tornou a salyacéo uma
possibilidade ou uma certeza?
Alguns tém sugerido que a morte de Cristo obteve aredencado
suficiente para todos os homens, seeles simplesmentecressem nEle.
Esse beneficio, entretanto, € dado somente a alguns, porque apenas
alguns créem. Cristo, dizemeles, obteve a salvacdo que é suficiente
para todos, mas que, na verdade, salva apenas alguns.
Sem dtvida, pagar um prego pela redengiio de um escravo nao
€ 0 mesmo que libertar realmente 0 escravo. Obter salvagaio e dar
salvaciio nao sao exatamente a mesma coisa. No entanto, ha varias
coisas que agora precisam ser bem entendidas. Sao as seguintes:
1. Para Cristo obter nossa redenco e dé-la ands podem ser dois
atos diferentes, mas, nao se pode argumentar que,
conseqiientemente, eles precisamestar relacionados adois grupos
diferentes de pessoas. Cristo nao teve dois propésitos secundarios
em Sua morte!
2. Avontade de Deus, de que Cristo obtivesse a salvacao para os
pecadores, nao dependiadacondigao dos pecadorescrerem. A
vontade absoluta de Deus era que a salvacao fosse obtidae dada.
3. Orecebimento da salvacao depende de nossa fé. Contudo, essa
mesma fé nos é dada por Deus sem condigdes, como espero
mostrar maistarde.
4. Aqueles para os quais Cristo obteve beneficios através de Sua
morte devem realmente recebé-los. Afirmamos isso porque:
a. SeCristo apenas tivesse obtido os beneficios endo pudesse
dé-los, entio Sua morte talveznao salvasse ninguém!
b. TeriaDeusapontadoum Salvadorsem decidirquemdeveria
ser salvo? PoderiaEle apontar um meio semestar certo do
fim? Isso seriacontrario aos ensinamentos das Escrituras!
Se umacoisaé obtida para mim, certamente deve serminha
por direito, e tudo o que for meu por direito, ha de sermeu
de fato. Portanto, a salvacao que Cristo obteve ha de
9
35pertenceraqueles paraosquaisEle aobteve. Seédito: “sim,
mas é deles sob a condi¢do de crerem”, eure ito
novamente: “mas a fé também € dada por Deus”
d. AsEscrituras sempre colocam ‘
Cristo obtevea redencaoe aqu
i Isafas 53:5. Cristo cura
juntos aqueles Para os quais
ueles a quem Ele a aplica.
aqueles pelos quais Ele foi
ferido.
i Isafas 53:11. Cristo jus a aqueles cujos pecados
3:11, Stific,
nerd J a S cujos pecados
ii, Romanos 4:25. Cristo just Ica aqueles pelos quais fo
4:25,
f fe
iv. R : a
omanos 8:32-34, Deus da todas as coisas aqueles
pelos quais Cristo morreu.
Aqueles pelos quais Cri
s quais Cristo morreu na
! s 40 podem agor:
sercondenados. Lie
Cristo agore r
Apartirdetodig tered poraqueles pelos quais Ele morte
todel a Jog. a. gumentos, fica firmementeestabelecido que
S aqueles para os quais Cris
t 7 8 Cristo obteve a r a
inquestionavelmente arecebem, A pe
para todos os homens pormeiodam
para todos a quem foi dada.
salvacio nao se tornou Possivel
orte de Cristo: ela se tornou real
Permita-me agora f:
a igora fazer quatro declaracé: i
" Ces que verdadeira
Confirmamesteassunto, Falareicom mais det ; sbolich
Posteriormente neste livro,
1. Deusenviou Cristo para morrer
paracom Seus eleitos.
Ovalordamorte deCristoéincomensuravel, sufici
que se propés que fosse feito através dela.
alhes sobre estes pontos
por causa do Seu amor eterno
nN
ente para tudo
36
3. Opropésito do Pai era trazer, de todas as nagoes, muitos filhos
paraagléria, asaber, Seuseleitos, comos quaisEle decidiufazer
umnovoconcerto.
4. Tudo 0 que foi comprado pela morte de Cristo para aquelas
pessoas, no devido tempo, certamente, torna-se delas. Posto
que todas essas coisas foram obtidas paraelas, Cristo temrazao
em pedir que seja feito assim.
NOTA ADICIONAL
Se mantivermos 0 ponto de vista de que a morte de Cristo torna
possivel a sal vacaio de todos, mas, na verdade, salva apenas aqueles
que créem, entdo estaremos realmente dizendo que:
1. ...Deus deveria salvar todos os homens. Isso nds negamos.
Deus deve fazer somenteaquilo que Eleescolhe livremente fazer.
2. ...Deusnao pode fazer o que Ele quer, amenos que os homens
cumpram certas condig6es. Isso nds negamos. Isso eliminaa
gloriade Deus.
3... ,oamorde Deus é melhor demonstrado por Ele amar todos os
homens igualmente do que por amar apenas alguns homens.
Negamos issoe argumentaremos o assunto mais completamente
na Quarta Parte, capitulos dois e quatro.
4... .Deusenviou Seu Filho para morrer porque Ele amou todos os
homensigualmente. Negamosisso, porque naioé biblico. Muitas
passagens biblicas descrevem claramente pessoas que nao sao 0
objeto do amor que enviou Cristo para morrer. Por
exemplo: Provérbios 16:4; Atos 1:25; Rornanos 9:11-13;
1 Tessalonicenses 5:9; 2 Pedro 2:12; Judas 4.
5. ...a fé,queéacondicdo parase receberasalvacao, nao €é obtida
37para nds pela morte de Cristo. Todavia, as Escrituras ensinam
que essa fé 6 um dos beneficios obtidos para nés por Cristo.
-- em Sua morte, Cristo foi o substituto para todaa
humanidade. Negamos isso, pois se Ele foi o substituto para
todos, entio todos sao salvos.
Cristo morreu por aqueles a quem 0 Pai sabia que nao
seriam salvos, uma vez que 0 Pai conheceu de antemo todas
as coisas. Nao vejoo que se lucra com tal argumento!
5
Razées pelas quais devem ser realmente salvos
todos aqueles por quem Cristo morreu
Apresentarei mais um capitulo para mostrar 0 erro da forte
corrente de opiniao de que a morte de Cristo foi suficiente para
salvagao de todos, porém, na verdade, salvaapenas alguns Csufeie 7
para todos, eficiente paraalguns”). A redenco obtidae arede: ho
dada sao distintas, mas nao podem estar separadas. -
Afirmo: sealgoé realmente obtido para alguém, ent&o nao pode
haver dtivida de que aquilo Ihe pertence. A pessoa nao iré dizer:
poderia ser meu”. Portanto, tudo o que Cristo obteve pela Sua
morte, hecessariamente pertence aqueles para os quais Ele o obteve
a Seriaum contra-senso sugerir que Deus intentasse que Cristo
bales por alguém — e, no entanto, tal pessoa nao recebesse 0
carve, ocala, calc ones ergo
7 ‘ossem libertados! E
38
sabemos que a morte de Cristofoi um resgate, segundo Mateus 20:28.
Ora, alguns tém argumentado que, embora sejaverdade que algo
obtido paraalguém lhe pertence pordireito, todaviaé possivel que tal
coisa tenha sido obtida sob certas condigées. E, dizem que a
condigio para que possamos receber os benefic ios obtidos por Cristo
que nao resistamos a redengao oferecida, ou que nos submetamos
aoconvitedoevangelho, ou, simplesmente, que tenhamosfé. Econtra
este argumento que apresento os seguintes pontos:
1. Seopropdsitode Deus aoredimiralguéméfeitocom sinceridade,
e se Cristo morreu para salvar a todos sob certas condigées,
entdo todos, semexcecao, precisam conhecer tais condigées. O
propésito de salvar no pode ser sincero se alguém nao for
informado das condigdes. O que dizer daqueles que jamais
ouviram?
Ascondigdesnecessarias paraa obtengao dos beneficiosadvindos
damorte de Cristo devem, ou nao, estar dentro de nosso poder
para realizd-las? Se a resposta for positiva, entao todos os
homens tém poder para crer; 0 que é falso. Se a resposta for
negativa, entdoo Senhor deve conceder esse poder, ou nao? Se
Ele oconcede, entao por que todos nao sao salvos? Se Ele nao
0 concede, nao pode colocd-lo como condigao, ou Ele nao
estaria sendo sincero ao pedir de nds o que somente Ele podenos
dar. Ecomo se alguém prometesse mil libras aum cego, com
acondigao de que o homem pudesse vé-las.
3. Fé,acondigao parausufruirmosasalvagiio, oué obtida parands
através damorte de Cristo, ou nao €. Se € obtida, ent&o todos os
homens atém, pois dizem que Cristo morreu por todos. Senao
€ obtida para nés por Cristo, entao a parte mais importante de
nossa salvagiio nao depende de Cristo! Isso diminuia gloriade
Nv
39