Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Bactéria
(placa bacteriana / tártaro Infecção Inflamação
/ cálculo)
o Curetas de Gracey: ângulo de corte em um ângulo só, tem angulação mais específica
determinada para aquela área. Faz o delicado.
Curetas de Gracey
1-2, 3-4 Dentes anteriores
5-6 Dentes anteriores e Pré – molares
7-8, 9-10 Dentes posteriores: V e L
11 – 12 Dentes posteriores: M
13 - 14 Dentes posteriores: D
Foice:
Usada principalmente para remover o cálculo supragengival
Bordas cortantes que se convergem a uma ponta afiada e aguda
Enxada:
Usada para raspagem de saliências
Bordas cortantes que se convergem a uma ponta afiada e aguda
Lima:
Função de esmagar ou fraturar grandes depósitos de cálculo retentivo ou placa polida de cálculo
Cuidado com uso na superfície radicular
Não são adequadas para raspagem delicada e para alisamento radicualr
Cinzel:
Desenhado par as superfícies proximais dos dentes muito próximos para permitir o uso de outros
raspadores
Técnica de RAR (Raspagem e alisamento radicular):
1. Anestesia
2. Quadrante / selante
3. Sondagem exploratória
4. Cureta
5. Operação de corte
6. Ressondagem
Determinar uma sequência lógica para o tratamento: quantos dentes precisam de RAR, quantos por
sessão, qual o dente com mais necessidade, com quadros agudos.
Princípios gerais da instrumentação:
Acessibilidade: posicionamento do paciente e do operador
Visibilidade, iluminação e afastamento
Condições dos instrumentos: afiação
Manutenção do campo limpo
Estabilização do instrumento: mexe as mãos e não os braços
Instrumental e equipamentos apropriados
Isolamento relativo: gaze e algodão
Posicionamento do paciente
Sondagem prévia: inspeção -> identificar onde tem cálculo grosseiro
Ponto de apoio de braço e ante-braço
Penetração do instrumento: ângulo de trabalho, o ângulo de corte tem que pegar a raiz que estamos
alisando
Ativação do instrumento
o Afiação o Pressão lateral
o Adaptação o Movimentos: exploratório e de RAR
o Angulação
Acessibilidade: posicionamento do paciente
o Dentes inferiores: paciente sentado, levantar o encosto da cadeira, mandíbula paralela ao
chão
o Dentes superiores: paciente levemente deitado, queixo levantado para visualização das
áreas, angulação do braço e antebraço a 90º
o Visão e iluminação direta o Afastamento com espelho
o Iluminação indireta o Afastamento do lábio com os dedos
o Visão e iluminação indireta
Formas de empunhadura
o Caneta modificada e padrão caneta
o Estabilização do instrumento: empunhadura, apoio digital, fulcro extra-oral
Corte: movimento curto / firme: empunhadura de caneta modificada. Não tem uma mão solta, tem uma
mão sempre apoiada.
Fatores que predizem alterações clínicas com raspagem e alisamento radicular:
Grau de inflamação tecidual
Facilidade de sangramento na instrumentação ou sondagem
Proporção e distribuição da inflamação a parede da bolsa
Correlação das alterações clínicas com fatores etiológicos
Pacientes tabagistas e diabéticos descontrolados têm maior tendência à cálculos.
Cálculo Dental – Tártaro:
Placa mineralizada de coloração branco-amarelada ou marrom
Cristais de fosfato de cálcio
O problema do cálculo é que sua superfície é rugosa, então o acúmulo de biofilme aderido nele é maior,
aumentando a quantidade bacteriana.
Superfícies que tendem a ter mais cálculo: inferiores na face lingual e dentes molares superiores na
face vestibular.
Raspagem e Alisamento Radicular:
1. Sondagem periodontal 7. Ângulo de trabalho
2. Empunhadura da cureta 8. Pressão lateral
3. Ponto de apoio 9. Movimento de exploração
4. Determinação correta da extremidade ativa 10. Movimento de raspagem
da cureta 11. Aplainamento radicular
5. Adaptação da lâmina da cureta 12. Avaliação da área
6. Posicionamento subgengival da lâmina da
cureta
Permanência de cálculo após a raspagem:
Remoção de cemento (repetidas raspagens)
Persistência de bolsa periodontal
Polimento coronário:
Objetivos
Remover a placa bacteriana
Reduzir a aspereza superficial para se inibir a formação de placa e tártaro (cálculo dental)
Corante: usado para evidenciar a placa. Aplicar com cotonete ou algodão.
Etapas pré-polimento:
1. Passar vaselina sólida com bolinha de algodão na ponta da pinça em todas as restaurações de
resina, ionômero e selantes
2. Colocar fucsina básica ou eritrosina no pote dapen
3. Aplicar evidenciador de placa (fucsina básica) com uma bolinha de algodão em todas as superfícies
dentais
4. Lavar a boca do paciente com jato d’água da seringa
Técnica de polimento:
1. Encaixar a taça de borracha no contra-ângulo
2. Colocar pasta profilática no pote dapen
3. Aplicas pasta profilática com a própria taça de borraca ou com espátula em um quadrante
4. Controlar o acionamento do motor para não promover o aquecimento dos dentes
5. Trocar a taça de borracha do contra-ângulo pela escova de Robinson e passa agora pela superfície
oclusal de todos os dentes
6. Proceder ao uso do fio dental para: mover a placa bacteriana interproximal
7. Quando necessário usar tira de lixa para acabamento de resina ao persistir placa ou manchar de
nicotina em áreas interproximais
8. Lavar bem toda a boca com jato d’água
9. ATF
Possibilidade de uso de aparelhos de ultrassom e jato de bicabornato.
Instrumentação ultrassônica:
Alternativa aos instrumentos manuais
Utilizam ar pressurizado para criar vibrações mecânicas na ponta do instrumento
Úteis para remoção de cálculos pesados, depósitos bem aderidos de cálculos e manchas
Menor trauma tecidual, menor desconforto
Possível redução de bacteremia causada pela instrumentação, lavagem da bolsa
Indicações:
Debridamento supragengival de cálculo e manchas extrínseca
Subgengival de cálculos, biolfilme e patógenos
Doenças periodontais
Remoção de cimento
Intervenções cirúrgicas
Ajustes das bordas
Precauções:
Marca-passos não blindados
Doenças infecciosas
Superfície dentária desmineralizada
Dentina exposta
Materiais restauradores
Conectores de implantes
Crianças
Imunodeprimidos
Diabetes tipo II não controlada
Contra-indicações:
Doença pulmonar crônica: asma, enfisema, fibrose cística, pneumonia
Doença cardiovascular com doença pulmonar secundária
Disfalgia (dificuldade de deglutição)
Instrumentos mecanizados em comparação aos manuais:
Vantagens Desvantagens
Eficácia aumentada Maiores cuidados e limitações
Várias superfícies da ponta são capazes de remover depósitos Conforto do paciente
Não há necessidade de afiação Alteração temporária da audição
Menor chance de esforço repetitivo Barulho
Maior largura da peça de mão Menor sensibilidade tátil
Menor pressão lateral Menor visibilidade
Água, limpeza, irrigação
Microtransmissão acústica
INFLAMAÇÃO INFECÇÃO
Hospedeiro
Doenças Periodontais:
Origem infecciosa bacteriana mista
Especificidade de bacterianas relacionadas à periodontite, enquanto a gengivite está relacionada à
quantidade de bactérias
Periodontites: ~14 espécies bacterianas
Complexos bacterianos: 5 complexos envolvidos nas DP
Afinidades e interações bacterianas específicas
Complexos:
o Vermelho: 3 bactérias com perfil mais alto de virulência
o Laranja: padrões de doenças mais avançadas
o Verde: A. actino.a
o Amarelo: espécies mais “benéficas”
o Roxo: espécies mais “benéficas”
Vermelho: estágios mais avançados ou mais agressivos. Despertam o hospedeiro ou persistem por
mais tempo.
Estágios iniciais das DP: verde, roxo e amarelo.
Estágios mais avançados da DP: laranja e vermelho
o Bactérias com fatores de virulência muito altos, respondem pouco à terapia mecânica,
persistem ou recolonizam os sítios com mais facilidade. Determina o insucesso de
tratamentos. Muitas vezes usa-se tratamentos químicos com antibióticos.
Ficar atento às seguintes bactérias:
Porphyromonas gingivalis (complexo vermelho)
Aggregatibacter actinomycetamcomitans (complexo verde)
Testes microbiológicos: poderiam ser usados para controle de pacientes que não conseguem controlar
a DP por meios usuais.
Mecanismos de patogenicidade:
Substâncias que causam dano tecidual: metaloproteinases, H2S (sulfeto de hidrogênio)
Substâncias que induzem dano tecidual: LPS
o As bactérias levam à uma cascata que provocará a destruição tecidual pelos mecanismos
de defesa do hospedeiro
Fatores essenciais para colonização bacteriana:
Adesão: adesinas e estruturas especializadas
Co-agregação
Multiplicação
Relações intermicrobianas: bacteriocinas e interações positivas
Invasão tecidual
o São mais difíceis de serem removidas com uso de curetas
Bactérias com perfil altamente virulento:
Complexo verde: Aggregatibacter actinomycetamcomitans (Aa)
Características:
o Fímbrias
o Cápsula
o Leucotoxina: resposta agressiva do hospedeiro
o Invasão tecidual
Complexo vermelho: periodontites crônicas e mais generalizadas, Porphyromonas gingivalis
Características:
o Colagenase o LPS
o Proteases o Invasão celular
o Endotoxinas
Aspectos relacionados ao hospedeiro:
Doenças Periodontais:
Natureza Inflamatória Crônica
Hospedeiro – dependente
Sítio específica: em uma mesma boca há uma heterogeneidade de distribuição da DP
Progressão não linear: surtos de atividade pequenos e períodos de estabilidade
Surtos de atividade
Períodos de quiescência
Resposta do hospedeiro:
Resposta inflamatória o Perda óssea
o Crônica o Aumento do infiltrado, neutrófilos,
o Aguda plasmócitos
Alterações vasculares Citocinas, proinflamatórias, anti-
Alterações epiteliais inflamatórias
Destruição da matriz tissular Destruição óssea
o Perda de inserção Aprofundamento da Bolsa Periodontal
Características histológicas do processo inflamatório:
Page & Schroeder (1976):
Modelo animal
Características celulares e histológicas
Doença Periodontal Inflamatória
o Lesão inicial: pequena quantidade de células, pouca alteração vascular
o Lesão precoce: aumento de alterações vasculares e células inflamatórias (neutrófilos)
o Lesão estabelecida: grande aumento da 1ª linha de defesa, início da atividade da resposta
humoral (plasmócitos e anticorpos)
o Lesão avançada: transição da gengivite para periodontite
Lesão inicial:
o Alterações do plexo vascular o Predominância de neutrófilos (1ª
o Início de alterações vasculares e linha de defesa)
exsudativas o Gengiva clinicamente sadia: tecido
o Aumento da permeabilidade conjuntivo com alguma presença de
vascular neutrófilos e alteração do plexo
o Extravasamento de proteínas vasculas -> saúde clínica
o Deslocamento de leucócitos
Lesão precoce:
o Aumento no número de vasos o Fase aguda da gengivite
o Início da proliferação epitelial o Quando aumenta a presença de
o Destruição de colágeno bactérias, há aumento na agressão,
o Degeneração de fibroblastos aumento noplexo vascular, há sinais
o Neutrófilos e linfócitos predominan de gengivite e aumento no número
o Aumento no fluido gengical de neutrófilos
o Sinais clínicos: vermelhidão, edema
OBS: gengiva clinicamente sadia / normal parece conviver com o desafio bacteriano contínuo sem
progredir para a gengivite clínica. Mecanismos de defesa:
o Barreira do epitélio juncional o Presença de anticorpos no fluido
o Descamação das células epiteliais gengival
o Fluxo do fluido gengival o Função fagocítica de neutrófilos
o Efeito danoso do complemento
Lesão Estabelecida: exacerbação de todos os eventos inflamatórios, edema, aumento no número de
células inflamatórias
o Intensificação do exsudato defesa por anticorpos
inflamatório (palsmócitos)
o Aumento de exsudato o Aumenta a perda de colágeno
o Aumento migração celular o Aumento epitelial com proliferação
o Plasmócitos predominam no de cristas
conjuntivo o Pode permanecer estável ou
Resposta mais humoral progredir
(anticorpos) o Fase crônica: gengivite
Mudança do perfil de defesa
de celular (neutrófilos) para
Lesão avançada
o Migração apical do epitélio
o Proliferação apical da placa bacteriana
o Dano extenso às fibras de inserção
o Reabsorção óssea
o Aumento no infiltrado celular com predomínio de plasmócitos
o Transição de gengivite para periodontite
o Quando já tem perda óssea e perda de inserção
Hoje em dia há uma predominância em saber os aspectos moleculares das DP. A progressão da
gengivite para periodontite ainda tem muitos fatores desconhecidos.
Fases da Lesão Periodontal (Kornman et al, 1997):
Caracterização e participação de algumas citocinas.
É uma inflamação que progride, porque não consegue vencer o avanço bacteriano e, se não tratada /
controlada, chega a um nível de destruição.
1ª fase: Agressão Microbiana Aguda: resposta epitelial
o Exposição do epitélio aos produtos bacterianos
o Funções do Epitélio:
Sinalizadora
Protetora
o Mudanças epiteliais para facilitar a permeabilidade e o influxo de neutrófilos
o Basicamente caracteriza-se por respostas epiteliais e moleculares iniciais às bactérias, se
tornam evidentes na fase seguinte
o Citocinas, moléculas de adesão, substância P, IL1/IL8/INFy/TGFβ/β defensinas: tentativa de
reação epitelial à presença bacteriana
o Epitélio Juncional
Funções: sinalizadora (sinaliza os tecidos adjacentes à presença de bactérias, faz
com que se inicia resposta celular e vascular) e protetora
Reação mecânica
Reação molecular
Reação sinalizadora
2ª fase: Resposta Inflamatória Aguda
o Alterações tissulares aos sinais iniciais
o Plexo dentogengival
Migração leucocitária seletiva
Neutrófilos: 1ª linha de defesa local -> impede a proliferação apical e lateral
da placa bacteriana
o Epitélio Juncional
Aumento do espaço intercelular
Aumento do fluxo de fluido
Infiltração neutrofílica
o Extravazamento vascular facilita a resposta local
o Migração seletiva de leucócitos para o tecido conjuntivo
o Migração de neutrófilos para o sulco gengival
o Ativação de células endoteliais
o Aumento da permeabilidade
o Basicamente caracteriza uma resposta defensiva aos processos bacterianos (resposta
aguda). Sendo evidenciada por: ativação de moléculas de adesão, aumento da migração de
neutrófilos, extravasamento e ativação de proteínas plasmáticas, proliferação epitelial,
acúmulo de células mononucleares no tecido conjuntivo
3ª fase: resposta imune (local e sistêmica)
o Ativação de células do plasma (plasmócitos)
Replicação de linfócitos T e B
Ativação de células apresentadoras de antígenos
4ª fase: Regulação / Resolução
o Determinação da proteção ou destruição
1º) evasão da defesa do hospedeiro
2º) fatores modificadores do hospedeiro: determinam uma resposta um pouco pior
do hospedeiro
Processos de Defesa do Hospedeiro:
Resposta Inata (não específica)
o Função de barreira do epitélio
o Resposta inflamatória celular e vascular
Resposta Adaptativa (específica)
o Mecanismos imunológicos (anticorpos)
Se alguma dessas linhas de defesa não for efetiva há instalação e progressão das DP.
Processos dependentes de células T: linfócitos T auxiliares (helper) produzem citocinas que regulam
a maioria de funções do sistema imune adaptativo.
GENGIVITE PERIODONTITE
Resposta imune inata Pobre resposta imune inata + bactérias
periodontopatogênicas
TH1 TH2
Imunidade mediada por células + produção de Produção de anticorpos não protetores
anticorpos protetores
Lesão estável Lesão progressiva
Essência da Patogênese da DP
FATORES DE RISCO PARA AS DOENÇAS PERIODONTAIS – Prof. Luis – 06/11/2015
Etiopatogenia:
Microorganismo:
o Doença infecciosa: apenas a presença da bactéria não leva ao desenvolvimento da DP
Hospedeiro
o Mecanismos de defesa do hospedeiro
o Fatores / Grupos de risco
Características da DP:
Origem infecciosa
Natureza inflamatória crônica
Sítio específica
Progressão não linear
Surtos de atividade
Períodos de quiescência
Hospedeiro dependente
Paradigma epidemiológico:
Décadas de 80 e 90:
Alta variação nas condições periodontais em diferentes populações e dentro delas
A grande maioria dos indivíduos apresenta problemas insignificantes, enquanto um grupo
limitado é afetado por doença avançada
Grupos de risco: grupos / indivíduos mais susceptíveis
A doença não deve ser entendida como consequência inevitável da gengivite
o Linearidade (NÃO é uma progressão linear): ideia de que a ausência de higiene bucal
leva à gengivite e há evolução para periodontite e etc, chegando à perda de dentes.
A DP não ocorre especificamente quando há periodontite e não há necessariamente a perda dos dentes
em consequência das DP. Nem toda gengivite vai evoluir fatalmente para uma periodontite, apesar de
toda periodontite vir de uma gengivite.
Desafio microbiano: no esquema da aula passada, aparecem fatores de risco genéticos (internos) e
ambientais ou adquiridos (externos).
Modelo de patogênese da DP:
Flora normal se torna patogênica -> ativa neutrófilos -> se o sistema de defesa funcionar + gengivite, se
não funcionar, reposta humoral -> inflamação com destruição -> bolsa periodontal. Os fatores do
hospedeiro influenciam tanto a defesa quanto a destruição.
Evidência da existência de fatores de risco:
Gengivite é uma condição universal
A periodontite não é uma condição comum
Pequena quantidade de pessoas e sítios desenvolve perda de inserção
Baixa prevalência de formas destrutivas graves
Atividade da doença não tem curso linear e contínuo
Diferentes formas e modelos de progressão
Diferentes manifestações clínicas na falta de boa higiene bucal
Hoje: a periodontite, anteriormente vista como um resultado primário de infecção, é abordade como uma
complexa interação entre infecção bacteriana e resposta do hospedeiro, que é frequentemente
modificada por fatores de risco.
Risco:
Probabilidade de um evento ocorrer no futuro
Probabilidade de um indivíduo desenvolver uma dada doença ou apresentar uma mudança em
seu estado de saúde durante um intervalo de tempo
Periodontia:
Probabilidade de uma perda mensurável de suporte periodontal ocorre durante um período
Qualquer característica, aspecto do comportamento pessoal ou estilo de vida, exposição
ambiental ou característica inata ou adquirida que aumenta a chance do evento ocorrer, como o
tabagismo.
Determinação de causalidade:
Inferência causal:
Causalidade suficiente
Causalidade necessária
Fatores de risco
Causalidade multifatorial -> fatores de confundimento -> DOENÇA PERIODONTAL
Causalidades:
Critérios (para ser aceito como fator de risco):
Força de associação: força alta (ex: câncer de fígado e vírus Hepatite C)
Efeito dose-resposta: quem fuma mais tem mais chance de ter câncer no pulmão
Consistência temporal: a exposição ao fator de risco tem que acontecer antes da doença
Consistência de achados: achados se repitam em diferentes populações
Pausalidade biológica: explicação biológica para o fator causar a doença
Especificidade: “aquele fator causar aquela doença”, se o fator causa apenas uma doença ou
não.
Periodontite: grupos mais achados:
Níveis sociais mais baixos
Homens
Indivíduos mais velhos
Qual a importância de identificar fatores de risco?
Classificar o risco
Agrupar indivíduos
Diferentes estratégias de tratamento e manutenção / prevenção
O risco em periodontia pode ser: Alto, Médio ou Baixo.
Etapas da Avaliação dos fatores de risco:
Identificar de um ou mais fatores individuais
Desenvolver um modelo
Populações são avaliadas com base no modelo proposto
A exposição aos fatores de risco é modificada por prevenção ou intervenção e a eficácia deste
regime em particular é avaliada
Potenciais fatores de risco transformam-se em verdadeiros fatores de risco através de uma metodologia
adequada de estudo.
Aspectos conceituais: são aspectos conceituais ainda não explicados / consolidados como risco reais
Determinante de risco
Fator de risco: já consolidado e provado o risco real
Indicador de risco
Fatores de prognóstico
CARRANZA:
Fatores de risco: tabagismo e diabetes
Determinantes: idade, genética, raça e gênero
Indicadores: estresse, osteoporose, HIV / AIDS, nível socioeconômico
Classificação de variáveis de risco:
Biológicas
Sociodemográficas
Comportamentais
IDADE:
Indivíduos mais velhos são quem têm a doença. Prevalência e gravidade maiores de perda de inserção
(PIC) relacionada a idade.
Envelhecimento:
Mudanças fisiológicas no periodonto
Maior desenvolvimento da inflamação
Menos ganho de inserção após terapia
Tecido epitelial
o Alteração na divisão celular
o Alteração na ceratinização
Tecido conjuntivo: redução celular
Tecido ósseo: diminuição da capacidade osteogênica
Visão atual:
Maior acúmulo de doença ao longo do tempo do que com condição idade – específica
PIC aumentada com idade
Idade = bom indicador de AGRESSIVIDADE
GÊNERO:
A periodontite está mais associada ao gênero masculino.
PIC em diferentes graus de gravidade: maior prevalência entre homens
Pior higiene oral
Maior presença de cálculos e placa
Pior condição periodontal: atitudes menos positivas em relação à saúde, menor busca a serviços
de saúde, pior higiene bucal -> diferentes atitudes e comportamentos.
Flutuações hormonais (progesterona) femininas estão associadas à gengivite.
RAÇA / ETNIA:
A raça não é determinante.
Diferenças marcantes entre Brancos X Negros.
Maior prevalência de periodontites agressivas em indivíduos de raça negra.
Em grupos mais fechados:
Maior resposta quimiotática de neutrófilos na raça branca
Diferenças genéticas
Maiores diferenças socioeconômicas na raça negra
Diferentes grupos bacterianos em grupos raciais
Brasil: grupo racial heterogêneo.
NÍVEL SOCIOECONÔMICO:
Acesso a recursos e oportunidades: influência nos comportamentos preventivos. Maior risco para
gengivite mas não para a periodontite.
Gengivite: pobre higiene oral.
Periodontite: ajuste para outros fatores.
FATORES DE CONFUNDIMENTO: diferenças étnicas raciais, fatores culturais, nível socioeconômico e
fatores nutricionais.
PROVA: a distância entre a junção cemento-esmalte e o nível ósseo marginal é medida por uma linha
que liga a junção cemento-esmalte de dois dentes vizinhos. A distância entre as linhas traçadas entre
as JCE de dois molares e a linha no “ápice” da crista óssea se for maior que 2mm é tendenciosa a ser
um paciente com periodontite prepuberal. (CONFERIR)
Não se faz essa medida em espaços interproximais quando há decíduo com permanente, com dentes
em erupção e em dentes em esfoliação.
Critérios para diagnóstico:
Clínicos: Profundidade de Sondagem e Nível de Inserção Clínica
Radiográficos: perda óssea alveolar em um determinado momento e/ou longitudinalmente
Fazer controle radiográfico e clínico das PA localizadas (profundidades de bolsa). Controle maior de
higiene oral, raspagem e orientação aos pais, controles periódicos (3 a 6 meses), RX. Não se faz
cirurgia em criança porque pode afetar o permanente.
Relação com crianças com complicações do trato respiratório superior repetitivos, refletido baixa
resistência imunológica nessa região. Mais relacionada à Periodontite agressiva na dentição decídua.
PERIODONTITE AGRESSIVA DENTIÇÃO PERMANENTE (PADP):
Formas de DP de início precoce em indivíduos jovens (anterior à terceira década de vida) associadas a
um perfil microbiano com maior potencial de virulência, caracterizadas clinicamente pela presença de
perda de inserção, profundidade de sondagem aumentada e perda óssea.
Formas:
o Localizada: menos de 30% dos sítios afetados: predileção por incisivos e primeiros molares
“sem” sinais clínicos e sondagem aumentada
o Generalizada: mais de 30% dos sítios afetados: afeta quase todos os dentes, inflamação de
discreto a moderado
Diagnósticos: achados clínicos, radiográficos, laboratoriais e história médica
o “Laboratoriais”: não conseguimos passar para a prática, para a terapêutica ainda. Somente
na literatura, não se aplica à clínica.
Características gerais:
o Perda de inserção rápida e grave
o Perda pronunciada de osso alveolar e de inserção periodontal: tendem a ser perdas
ANGULARES, mas podem ser horizontais também.
o Rápida progressão da doença.
Achados clínicos: “ Perfil clássico ” -> ocorre em 1% da população
LOCALIZADA GENERALIZADA
Afeta primeiros molares e incisivos Afeta toda a dentição
Quantidade de placa e cálculo é pequena para o dano de Inflamação aparente pode ser de
perda que ocorreu nos dentes discreta a moderada
Inflamação aparente pode ser discreta
o Achados clínicos: “Perfil comum” -> registros de até 8% dos casos: perfil que bagunça um
pouquinho e que complica a classificação
Perda óssea: em relação ao diagnóstico de DP
o Distância do limite amelo-cementário à crista óssea alveolar excedendo 2mm = PO (perda
óssea)
o Se as medidas estiverem passando de 2mm é alta suspeita para ter ou desenvolver
Periodontite agressiva (mesa coisa da PADD => PROVA). São indivíduos considerados de
risco.
o Quem tem medida suspeita tem que ter acompanhamento clínico muito próximo
Pacientes com formas localizadas, se não tratadas, podem evoluir para formas generalizadas
Hereditariedade
o PA tem caráter genético – hereditário
o Padrão genético AUTOSSÔMICO DOMINANTE, mas totalmente modificado pelo
FENÓTIPO (meio de vida do indivíduo)
o Padrão familiar (forte predisposição familiar)
o Estudos mostrando 40 – 50% de indivíduos afetados em grupos familiares
o Estudos genéticos em famílias: padrão mendeliana de um gene de maior expressão: fator
predisponente
o AUTOSSÔMICA DOMINANTE, mas modificado pelo fenótipo
o Alteração dos genes para: defeitos neutrofílicos, habilidade reduzida para agrupar IgG2,
disfunção de actina (afeta diapedese dos PMN), disfunção em receptores para a fagocitose
Aspectos microbiológicos: modelo PJL (periodontite juvenil localizada): contagens maiores dessas
bactérias e menor capacidade de defesa para os fatores de virulência desses patógenos.
o Aggregatibacter actinomycetamcomitans (Aa)
o Capnocytophada sp.; Eikenella corridens; Prevotella intermedia; Camptolobacter rectus; P.
gingivalis
P. gingivalis: hoje tem-se a tendência de achar que é a mais agressiva
Linhas de evidência Aa X PJL (Periodontite Juvenil Localizada)
o Estudos associativos (isolado em 90%)
o Fatores de virulência (leucotoxina)
o Achados de respostas imunes
o Resultados correlacionando sucesso de terapia com redução dos níveis de Aa
Gram negativos anaeróbicos
o 2/3 em bolsas periodontais profundas
o 1/3 em sítios controle com gengiva normal
Tratamento Periodontite Agressiva
Terapia Periodontal Básica
o Controle de placa
o RAR supragengival
o RAR subgengival (sob anestesia)
Trabalhar o controle de placa com mais intensidade e mais especificamente.
Fazer a RAR sub e esperar um tempo para reconstituição do epitélio, esperar aproximadamente 4
semanas. Se o tratamento de RAR subgengival não for eficaz, fazer tratamento cirúrgico.
Terapia Periodontal Cirúrgica
o Convencional (cirurgia de retalho)
o Regenerativa / reparativa (membranas biológicas, osso, etc)
PA: evitamos processos regenerativos porque o potencial de regeneração / reparação dos indivíduos é
maior por si só já que os pacientes são mais jovens.
O uso de antimicrobianos (para bactérias anaeróbicas) deve ser feito com parsimônia. Deve-se evitar
usá-los por causa de resistência bacteriana. Antimicrobiana deve ser usado com bom senso e deve ser
feito antes da fase cirúrgica. Se foi feito o tratamento da PA e obteve pobres respostas iniciais.
Uso de antimicrobianos: antibioticoterapia terapêutico
o Administração única
o Administração sequencial
Medicamentos:
Metronidazol (Flagyl) = 400mg 8 / 8hrs 10 a 15 dias: 1ª DROGA DE ESCOLHA: apresenta melhores
resultados
o Efeitos colaterais: gosto metálico na boca, enjoo, etc.
o Se tiver DOR ABDOMINAL suspende porque é um medicamento muito hepatotóxico e
passa Clavulim
Amoxicilina + Ácido Clavulânico (Clavulim) = 500mg 8 / 8 hrs 10 a 15 dias: 2ª DROGA DE
ESCOLHA
o Efeitos colaterais: diarreia
Administração sequencial: para pacientes com resposta muito muito pobre, mudança nenhuma.
Amoxicilina (500mg, não é o Clavulim) + Metronidazol (400mg) por 10 a 15 dias. As drogas atuam por
sinergismo.
Manutenção Preventiva