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RITMO DE CRESCIMENTO ECONÔMICO DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO DE

FRONTEIRA DO PARANÁ1
Cristiane Fernanda Klein 2
Tainá Caionara de Oliveira 3
Jandir Ferrera de Lima4
Moacir Piffer5
Ricardo Rippel6

2. Desenvolvimento econômico e meio ambiente no Paraná

RESUMO: Este artigo tem como objetivo analisar o ritmo de crescimento econômico dos
municípios que compõe a Região de Fronteira do Estado do Paraná. Para Isso foram
empregados os Índices de Nível e Ritmo de crescimento, usando o PIB per capita para
comparar a colocação de cada município em relação à média estadual. Os resultados
mostraram uma melhor colocação dos municípios da Região Oeste estavam em uma melhor
colocação tento em 2002 como em 2011 quanto ao Índice de Nível de Crescimento, e que
85 municípios apresentaram um crescimento superior a média estadual.
PELAVRAS-CHAVE: crescimento econômico, economia paranaense, economia
regional, Região de Fronteira.
ABSTRACT: This paper aims to analyze the pace of economic growth of the municipalities
that make up the Border Region of the State of Paraná. That was for employees Scores
Level and Speed of growth, using GDP per capita to compare the placement of each
municipality in relation to the state average. The results showed a better placement of the

1
Esse texto apresenta resultados parciais de pesquisa financiada com recursos do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPQ e da Fundação Araucária (PR).
2
Acadêmica do Colegiado de Ciências Econômicas da Universidade Estadual do Oeste do Paraná
(UNIOESTE). Bolsista de iniciação cientifica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e
Tecnológico (CNPQ). E-mail: Cristiane_criss-@hotmail.com
3
Acadêmica do Colegiado de Ciências Econômicas da Universidade Estadual do Oeste do Paraná
(UNIOESTE). Bolsista de iniciação cientifica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPQ). E-mail: tainakaionara@hotmail.com
4
Professor do Programa de Pós Graduação em Desenvolvim ento Regional e Agronegócio da
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Pesquisador do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPQ), da Fundação Araucária (PR) e do
GEPEC/UNIOESTE). E-mail: jandir.lima@unioeste.br
5
Doutor em Desenvolvimento Regional pela Universidade de Santa Cruz do Sul, Brasil (2009).
Professor titular da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, colegiado de Ciências Econômicas.
Pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPQ) e do
GEPEC/UNIOESTE. Bolsista da Fundação Araucária (PR). Professor do Programa Pós-Graduação
em Desenvolviment o Regional e Agronegócio (PGDRA). mopiffer@yahoo.com.br
6
Doutor em Demografia - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Mestre em
Desenvolvimento Econômico – Universidade Federal do Paraná - UFPR, Especialista em Teoria
Econômica – UFPR, Pôs Doutorando em Demografia - Cedeplar – Centro de Desenvolvimento e
Planejamento Regional - Universidade Federal de Minas Gerais- UFMG, Professor adjunto do
Colegiado de Economia e do PGDRA- Programa de Mestrado e Doutorado em Desenvolvimento
Regional e Agronegócio - Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)/Campus de
Toledo Pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPQ), da
Fundação Araucária (PR) e do GEPEC/UNIOESTE). E-mail: ricardorippel@yahoo.com.br e
ricardo.rippel@unioeste.br.
municipalities in the West Region were in a better place try in 2002 as in 2011 as the Level
Growth Index, and 85 counties had growth above state average.

KEY WORDS: economic growth, state economy, regional economy, Frontier region.

INTRODUÇÃO

Durante muito tempo o interesse do governo brasileiro esteve voltado para as


fronteiras marítimas, mas após a criação do MERCOSUL esse interesse foi direcionado para
as fronteiras terrestres. Criou-se um novo conceito para fronteira, uma nova concepção, ou
seja, deixou de ser apenas um delimitador político, e passaram a ser estudas as
transformações causadas pelas relações econômicas e comerciais praticadas nos limites
entre países (ROCHA, 2013).

A Faixa de Fronteira do Brasil é dividida em três grandes arcos: norte, central e sul.
O arco sul inclui a fronteira dos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e
detém a maior concentração de municípios por estado. É uma região altamente povoada,
que apresenta uma interface fronteiriça entre cinco países da América do Sul, sendo eles:
Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. O Estado do Paraná tem 139 municípios que fazem
parte da Faixa de Fronteira, tendo divisa com o Paraguai e a Argentina, as divisas são
caracterizadas pelo comércio facilitado e difícil fiscalização, um comércio intenso
principalmente entre Foz do Iguaçu/Cidad Del Leste e Guaíra/Salto Del Guairá.

As relações comerciais e interações entre os municípios localizados na Faixa de


Fronteira, na maioria das vezes, acontecem de forma desordenada e desequilibrada,
possibilitando desigualdades, concentração de renda e estruturas precárias, ou seja,
mantém-se o processo criador de diferenças e problemas sociais e regionais.

Nessa perspectiva, o crescimento econômico da Faixa de Fronteira do Paraná


decorre da expansão e aumento das atividades relacionadas com o comércio internacional,
ao integrar-se com outras regiões e, no caso, com o restante da economia paranaense e de
demais países fronteiriços, a região de fronteira apresenta um crescimento e
desenvolvimento mais acentuado do que as outras regiões.

Frente ao exposto, esse artigo analisa o ritmo e o nível de crescimento econômico da


região de fronteira do Paraná baseando-se no trabalho de Piacenti (2009) e Rocha (2013).
Essa análise é descritiva e analítica utilizando o Produto Interno Bruto (PIB) per capita como
variável chave e os anos de 2002 e 2012 como período de estudo. Os resultados e
discussões fazem apontamentos sobre as tendências do crescimento econômico no período
estudado e serve de elemento para uma discussão da dinâmica do comércio internacional
paranaense.
REFERENCIAL TEÓRICO

O crescimento econômico é definido como a expansão da capacidade de prover a


população de bens econômicos diversos, capacidade está baseada no aumento da
produtividade, no avanço da tecnologia e nas suas adaptações institucionais. Por isso, as
políticas de desenvolvimento econômico estão ainda ligadas a programas que se baseiam
nas taxas de aceleração do crescimento econômico. Em geral, para ampliar o crescimento
econômico, as economias regionais migram de uma estrutura produtiva baseada apenas na
agricultura, para as atividades atreladas à industrialização e urbanização (comércio e
serviços) (KUZNETS, 1983; 1985), como as existentes nas regiões de fronteira.

Paelinck (1977, p. 160), assume que o crescimento é “[...] um processo de


transformações interdependentes que se produzem em certo período.” Dessa forma o
conhecimento dessas interdependências se faz necessário, tanto as interdependências dos
fluxos econômicos, em quantidade e valor, quanto à origem técnica dessas
interdependências. Os estudos a respeito do crescimento devem, portanto, apoiar-se
principalmente na análise das vinculações técnicas entre as atividades e de sua provável
evolução.

A raiz do crescimento econômico depende do potencial de desenvolvimento


endógeno das regiões. Ou seja, da atuação dos agentes econômicos da própria região,
aliado aos capitais humanos e sociais e na diferença que eles exercem para o
desenvolvimento econômico e social (PIACENTI, 2009).

Os estudos de Piacenti (2009) corroboram com o estudo clássico de Perroux


(1962), para este autor o crescimento não surge em todos os lugares ao mesmo tempo. Na
realidade, ele se manifesta em pontos ou polos de crescimento, com intensidades variáveis.
O crescimento se transmite através de diversos canais e com efeitos variáveis para o
conjunto da economia, ou seja, desenvolvimento econômico não se distribui de forma
homogênea no espaço, visto que as disparidades de renda e de crescimento econômico são
indícios da existência de características específicas em cada região, como nas regiões de
fronteiras que são usualmente caracterizadas pelo alto índice de comércio.

Segundo o Ministério da Integração Nacional da Secretaria de Programas


Regionais (2009) o desenvolvimento da faixa de fronteira configura-se em uma importante
diretriz da política nacional e internacional brasileira, considerando que, apesar de
estratégica para a integração sul-americana, a região apresenta-se como pouco
desenvolvida economicamente, marcada pela dificuldade de acesso aos bens e aos
serviços públicos. Historicamente abandonada pelo Estado e pela falta de coesão social, por
problemas de segurança pública e pelas precárias condições de cidadania, devido,
possivelmente, a interação entre culturas.

A Constituição Federal de 1937, em seu Art. 165 retificou a extensão da Faixa de


Fronteira para 150 km, que até então era de 100 km segundo a Constituição de 1934, Art.
166. A Lei nº 6.634, de 1979 em seu Art. 1º considerou a área de 150 km de largura,
paralela à linha divisória terrestre do território nacional, como área indispensável à
Segurança Nacional e designou como Faixa de Fronteira. A base territorial das ações do
Governo Federal para a Faixa de Fronteira estabeleceu como áreas de planejamento três
grandes arcos: norte, central e sul, definidos a partir da proposta de reestruturação do
Programa de Promoção do Desenvolvimento da Faixa de Fronteira (PDFF, 2009), com base
na Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) do Ministério da Integração.

O Programa de Promoção do Desenvolvimento da Faixa de Fronteira (PDFF) tem


como objetivo principal promover o desenvolvimento da faixa de fronteira por meio de sua
estruturação física, social e produtiva com ênfase na ativação das potencialidades locais e
na articulação com outros países da América do Sul. Com esse propósito, busca
implementar iniciativas que respeitam a diversidade da região e seguem as diretrizes da
Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR).

A integração de uma região dinamizada e complexa do espaço urbano associa


diversas territorialidades e conexões, fazendo a interação entre várias realidades sociais e
econômicas, objetivando o planejamento de transformações faz-se necessário identificar as
sub-regiões zonais contínuas e contíguas. No caso da Faixa de Fronteira, as sub-regiões
foram identificadas e separadas pelos critérios das diferenças na base produtiva e na
identidade cultural (HAESBAERT, 2006).

Já Machado (2005) diz que seja como for, em um sentido mais geral, a noção de
fronteira como lugar de interação, comunicação, encontro e conflito, advém a priori, da
presença de sistemas territoriais diferentes e de nacionalidades distintas.

Krugman (1991) defende uma especialização regional voltada para a exportação,


tanto como uma estratégia de desenvolvimento econômico local, quanto como um arranjo
de política comercial. Porém uma especialização industrial regional, tanto pode ser positiva
ao servir de base para um crescimento sustentado da economia local orientado em direção
à exportação, mas pode também ser negativa se a demanda que havia antes alimentado
esse crescimento desaparecer ou se dirigir para outras regiões concorrentes, culminando
numa depressão econômica local de longa duração.

Segundo North (1977) o crescimento econômico de uma região depende do


sucesso de sua base de exportação, portanto deve-se trabalhar com precisão sobre as
razões do crescimento, declínio e mudança da base de exportação. Tendo em mãos os
dados e conhecendo os motivos do declínio de um produto de exportação, é possível
antecipar crescimento de outros, ou então, a região ficará “encalhada”.

Pode-se perceber que, segundo Krugman (1991) e North (1977), a base de


exportação é um dos principais fatores impulsionadores do crescimento regional, as sim os
municípios integrantes da Faixa de Fronteira têm uma vantagem devido à facilidade com o
comércio.

Segundo Rocha (2013) o aumento de atrativos para os municípios da Faixa de


Fronteira Paranaense poderá estimular o desenvolvimento das competências regionais,
reter a migração, aumentar os investimentos locais e atrair investimentos de outras regiões
que possam implementar estratégias inovadoras, criando um efeito positivo que pode gerar
emprego e renda, aumento na contribuição dos impostos e consequentemente melhorias na
qualidade de vida.

O autor ainda acredita que a evolução histórica do Paraná e do Brasil confirma que
a desigualdade, principalmente dentro das regiões de Faixa de Fronteira do Paraná,
constitui-se num importante problema que necessita ser enfrentado de forma diferente do
que ocorreu até agora. O empreendedorismo local pode ser uma alternativa a sanar os
diferentes níveis de desenvolvimento nos municípios analisados.

ELEMENTOS METODOLÓGICOS

Como o objetivo fazer uma analise do crescimento dos 139 municípios


paranaenses que estão localizados na faixa de fronteira. Foram utilizados os dados do PIB
per capita, para todos os municípios do Paraná, em comparação com o PIB per capita
médio do Estado.

A escolha da variável foi feita com base na colocação de que a diferenciação entre
as regiões desenvolvidas e não desenvolvidas começa pelo produto per capita, pois o
crescimento econômico é sustentando pelo aumento do produto per capita. A expansão do
PIB per capita deve ocorrer em paralelo ao aumento na população e com mudanças na
estrutura regional. Assim, o PIB per capita é considerado uma importante referencia sobre a
capacidade de a população auferir mais produção ao longo do tempo. E sua expansão
depende da produtividade da população e da capacidade das economias regionais
incorporarem inovações ao longo do tempo (KUZNETS 1983a; 1985)
Logo os anos escolhidos para análise foram 2002 e 2012, primeiramente diante da
disponibilidade de dados para esta área de abrangência, e também por representar um
período considerável em que podem ocorrer alterações em algum município ou região.

Área de análise

O Estado do Paraná se encontra no Arco Sul da Faixa de Fronteira, que é dividido


em três sub-regiões: 1) Sub-Região XV – Portal do Paraná situado no Noroeste do estado
do Paraná, na zona de transição entre os Arcos Central e Sul. (Diferencia-se tanto pela base
produtiva quanto pela identidade cultural (marcada pelo afluxo migratório); 2) Sub-Região
XVI – Vales Coloniais Sulinos subdivididos em três partes, Sudoeste do Paraná, Oeste de
Santa Catarina e Noroeste do Rio Grande do Sul e 3) Sub-Região XVI – Fronteira
Mesorregião Metade Sul do Rio Grande do Sul, conhecido culturalmente como Campanha
Gaúcha (PDFF, 2009 Citado por ROCHA, 2013).

A Faixa de Fronteira no estado do Paraná do Censo de 1980 era composta por 82


municípios. Já no censo de 1991 aumentou para 123 municípios e em 1998, já contava com
os 139 municípios atuais, distribuídos em 11 microrregiões dentro de cinco mesorregiões, de
acordo com a divisão regional determinada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), como mostra a figura 01.

Figura 01: Distinção dos Municípios 7 Paranaenses da Faixa de Fronteira.

7
Municípios identificados em anexo
Fonte: Adaptado de IBGE, 2010

Os 139 dos municípios em faixa de fronteira, o estado do Paraná estão localizados


estrategicamente entre os principais corredores de exportação do Mercosul, favorecido pela
proximidade geográfica com os países do Paraguai e Argentina, pela linha direta de uma
ferrovia para o Porto de Paranaguá, com capacidade de transportar a produção
agropecuária desta região transfronteiriça e também atender o estado do Mato Grosso do
Sul. A região tem uma histórica vocação para o agronegócio de produção de grãos, de
agroindústria de carne e com caminhos favoráveis para a agroindústria sucro-alcooleira e de
suco de citros (ROCHA, 2013).

Utilizando o PIB per capita destes 139 municípios, frente a média estadual
será utilizada a metodologia proposta por Piacenti (2009) e Piacenti et all. (2012)

Indicador do Nível de Crescimento econômico - INCPR

Para a estimativa do nível de crescimento econômico de cada dos municípios do


Estado do Paraná é construído um indicador baseado no PIB per capita para cada um deles.
O objetivo do indicador é situar cada município em relação ao PIB per capita médio
estadual, por meio da equação 01:
01

Em que:

PIBpci = PIB per capita da microrregião i;

PIBpcm = PIB per capita médio estadual.

A classificação deste indicador se dá da seguinte forma:

Tabela 01: Classificação do Indicador do Nível de Crescimento econômico (INC)


INC Faixa do INC
Significativo Superior a 100
Alto 80 a 100
Médio 50 a 80
Baixo 20 a 50
Fonte: Piacenti (2009)

Sendo assim a Tabela 01 indica que tomando como base o PIB per capita médio do
Paraná, as microrregiões que apresentarem o indicador superior a 100, possuíam naquele
ano um PIB per capita superior ao estado o que será o enfoque deste texto. E as demais,
um índice inferior.

2.2.2 Indicador do Ritmo de Crescimento econômico - ICRPR

Para a determinação do Ritmo de Crescimento econômico das microrregiões


paranaenses, constrói-se um indicador relativo à média estadual. Demonstrado na equação
02:

02

Em que:

= PIBPC 2012i = PIB per capita da microrregião i em 2012

= PIBPC 2002i = PIB per capita da microrregião i em 2002


= PIBPC 2012i = PIB per capita médio estadual i em 2012

= PIBPC 2002i = PIB per capita médio estadual i em 2002

Conforme os trabalhos do Piacenti (2009), este índice possui a seguinte


classificação:

Tabela 02: Classificação do Indicador de Ritmo de Crescimento (IRC)


Classificação do IRC Faixa do IRC
Significativo Superior a 100
Estagnado 30 a 100
Recessivo 0 a 30
Depressivo Inferior a 0
Fonte: Piacenti (2009)

Tomando o PIB per capita médio do Estado, como 100, os municípios com o se IRC
superior a 100 obtiveram um ritmo de crescimento superior ao estado. Enquanto nas
microrregiões com o indicador inferior a 100 obtiveram um ritmo de crescimento inferior ao
estado, isso significa que o crescimento da população foi superior ao crescimento do PIB. E
por fim as microrregiões com o indicador negativo obtiveram um redução no PIB per capita
no período de análise.

A diferença básica desse indicador (IRCPR) com o calculado anteriormente


(INCPR), é que no (INCPR) utilizou-se o PIB per capita de um único ano (2011), ou seja, de
forma estática, enquanto que no (IRCPR) estão sendo usados, de forma comparativa, os
valores do PIB per capita tanto do município, quanto o PIB per capita médio do Estado de
dois períodos 2002 e 2011.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para o início da analise será abordada a evolução do PIB per capita no Estado do
Paraná, para seguidamente mostrar a colocação dos municípios da Região de Fronteira em
relação ao Estado. A Figura 02 mostra a evolução do PIB per capita do Estado do Paraná
de 2002 a 2011

Figura 01: Evolução do PIB per capita do Estado do Paraná de 2002-2011


25.000

PIB per capita em (R$ 1,00)


20.000

15.000

10.000

5.000

0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Ano

Produto Interno Bruto per Capita (R$1,00)

Fonte: IBGE, 2014

Como mostra a Figura 02 apesar de algumas oscilações houve um aumento no PIB


per capita do Paraná. Esse aumento mostrou uma taxa geométrica de crescimento de cerca
de 11%. De 2002 a 2005 houve uma variação positiva de mais ou menos 37% no PIB per
capita, de 2005 para 2006 houve uma queda, mas que se recuperou significativamente para
o ano de 2007, pois passou de R$ 13.152,00 para R$ 15.711,00. Dali até o ano de 2011 foi
apresentando acréscimos anuais.

O que a figura 02 mostra é que o estado do Paraná apresentou um crescimento


significativo, quanto a distribuição do PIB. Agora veremos como estão situados os
municípios da Região de Fronteira do Paraná, com a Média do PIB per capita do Estado.
Essa análise se inicia com o Índice de Nível de Crescimento para os anos de 2002 e 2011
demonstrados na Tabela 03.

Tabela 03: Índice de Nível de Crescimento (INC) da Região de Fronteira do Paraná nos
anos de 2002.
Município INC 2002 Município INC 2002
Capitão Leônidas Marques 326,71 Rancho Alegre D'Oeste 123,12
Mangueirinha 286,25 Juranda 120,54
Cafelândia 173,02 Quatro Pontes 120,47
Palotina 172,87 Marechal Cândido Rondon 115,83
Boa Esperança 166,03 Toledo 111,59
Foz do Iguaçu 153,85 Tupãssi 110,56
Maripá 144,11 Quarto Centenário 107,78
Douradina 142,75 Renascença 107,64
Céu Azul 137,84 Entre Rios do Oeste 105,49
FONTE: Elaboração própria om base em dados do IBGE

No ano de 2002 o Município que apresentou maior INC foi Capitão Leônidas
Marques com um INC de 326,71 apresentando um PIB per capita de R$ 29.479,00, este
município é localizado na Região Oeste, no ultimo censo apresentou uma população de 16.
436 habitantes onde 68% habitam na zona urbana. O que fez a indústria e serviços se tornar
tão importantes quanto a agricultura no Município, podendo ser este o fator a explicar o nível
de crescimento da localidade neste ano.

Também o Município de Mangueirinha se destacou quanto ao INC em 2002, com


um resultado de 286,24 e um PIB per capita de R$ 25.828,00, no ano de 2010 apresentava
uma população de 17.041 habitantes. Localizado na Região Sudoeste, concentra suas
atividades produtivas principalmente no setor da agricultura.

Os outros 16 municípios que apresentaram um valor superior a média estadual


apresentaram um índice entre 100 e 200.Ente estes percebe-se destaque nos municípios da
Região Oeste que se mostraram superiores a média Estadual, o que se deve ao
desenvolvimento do setor industrial que vem se desenvolvendo em municípios como Toledo
e Marechal Candido Rondon, como resultado da criação de agroindústrias na região depois
da década de 1970.Outro fator importante foram as condições como clima e preço das
commoddities que favorecem uma boa produção da agricultura.

Como mostra a Tabela 04, no ano de 2011, houve um numero maior de municípios
da Região de fronteia com um PIB per capita superior a média estadual, no ano de 2002
eram 18 e no ano de 2011 passaram a ser 21.

Tabela 04: Índice de Nível de Crescimento (INC) da Região de Fronteira do Paraná nos
anos de 2011
Município INC 2011 Município INC 201
Saudade do Iguaçu 416,7677 São João 120,2855
Douradina 195,1164 Entre Rios do Oeste 119,4379
Cafelândia 178,4058 Bom Sucesso do Sul 119,271
Capitão Leônidas
162,4813 Renascença 116,7633
Marques
Mangueirinha 162,3759 Juranda 113,5397
Palotina 151,9587 Quatro Pontes 109,9429
Maripá 148,4673 Boa Esperança 108,5463
Marechal Cândido
Foz do Iguaçu 131,0057 108,1159
Rondon
Brasilândia do Sul 129,4818 Tupãssi 101,1682
Rancho Alegre
Vitorino 127,5011 100,8432
D'Oeste
Céu Azul 121,6557
FONTE: Elaboração própria om base em dados do IBGE

Alguns municípios continuaram com um INC significativo, foram eles: Capitão


Leônidas Marques, Mangueirinha, Cafelândia, Palotina, Maripá, Boa Esperança, Foz do
Iguaçu, Douradina, Céu Azul, Rancho Alegre D'Oeste, Juranda, Quatro Pontes, Marechal
Candido Rondon, Tupãssi, Renacença e Entre Rios do Oeste.
Já Toledo e Quarto Centenário ficaram classificados com um INC alto. Enquanto
Brasilândia do Sul, Vitorino, São João, Bom Sucesso do Sul e Saudade do Iguaçu que eram
altos, mostraram uma evolução no PIB per capita e passaram a ter uma classificação
superior a média estadual.

No ano de 2011 o INC mais significativo ficou por conta de Saudade do Iguaçu,
com um resultado de 416,76. Este município apresentou um PIB per capita extremamente
alto de R$ 94.898,00 o que pode ser explicado pela baixa população de 5.007 habitantes,
que recebe a ajuda mínima governamental que é para uma população maior.

Capitão Leônidas marques e Mangueirinha que no ano de 2002 eram os mais


significativos continuam com um resultado Superior a média estadual, mas com uma queda
em sua importância em relação ao Paraná, mesmo com um aumento no valor dos seus
respectivos PIB’s per capita.

Neste ano percebem-se novamente altos resultados para os municípios da Região


Oeste, mas a inserção de novos municípios pertencentes à região Sudoeste, e assim como
em 2002, uma menor importância dos municípios da Região Noroeste.

Agora será feita a análise do Indicador do Ritmo de Crescimento econômico. Com


base na Figura 02 pode-se perceber que há uma grande quantidade de Municípios da
Região de Fronteira que se mostram significativos.

Figura 01: Indicador do Ritmo de Crescimento econômico nos municípios da Região de


Fronteira do Paraná entre 2002 e 2011
FONTE: Elaboração própria om base em dados do IBGE

Somam-se 85 municípios que apresentaram um crescimento superior ao Estado,


isso significa que estas municipalidades apresentaram um crescimento do PIB superior ao
crescimento da sua população. Estre estes o destaque fica para Saudade do Iguaçu que
apresentou o crescimento mais significativo, isso se deve ao fato do salto no valor do seu
PIB per capita durante o período de análise. Outros municípios também significativos foram
Pérola, Brasilândia do Sul, Cruzeiro do Oeste, Salgado Filho e Altamira do Paraná. Todos
Estes são municípios considerados pequenos que dependem basicamente da agricultura,
mas no período analisado notou-se um aumento da população urbana o que também
impulsiona o setor secundário e terciário, elevando seu Produto.

Já no na classificação de estagnado estão 35 Municípios, ou seja, nestes


municípios o crescimento da população foi inferior ao crescimento do PIB, sendo assim,
apresentaram uma situação de crescimento econômico nulo ou muito baixo. Mas Apesar de
essa ser uma situação menos grave do que uma situação de recessão, a estagnação da
economia local também tem repercussões muito negativas, dado que taxas de crescimento
econômico muito baixas são geralmente insuficientes para criar novos empregos e
necessários para atender à demanda crescente de em prego devido ao crescimento
populacional e para continuar dinamizando a economia local.
Já na posição de recessivo se colocaram 17 municípios, caracterizando uma
redução expressiva das atividades agrícolas, comerciais e industriais desses municípios. E
os 12 municípios que estão localizados na faixa cujo desempenho econômico entre 2002 e
2011 foi negativo, ou seja, apresentaram uma redução no PIB per capita de 2011 em
relação a 2002, foram classificados como de ritmo de crescimento econômico municipal
depressivo – fase essa considerada bem mais severa do que a recessiva. Entre estes
municípios os piores resultados ficaram com Capitão Leônidas Marques, Maria Helena, que
no INC pode se perceber uma queda, tanto como no PIB per capita. Isso mostra que não
basta estar com um Produto Interno Bruto Per Capita elevado em algum ano, pois para
representar um crescimento econômico deve haver aumentos consecutivos no PIB e na sua
distribuição entre a população, caso isso não ocorra, haverá uma involução no crescimento
da localidade.

CONCLUSÃO

O objetivo deste artigo foi detectar o posicionamento dos municípios da Região de


Fronteira do Paraná, em relação a média estadual do PIB per capita do Estado do Paraná,
para assim saber se estes municípios crescera mais ou menos do que a região de
referência.

O PIB per capita Estado do Paraná pode-se visualizar que mesmo com oscilações
houve um aumento de 2002 para 2011. Já em relação aos municípios, o INC mostrou que
no ano de 2002 o município com resultado mais significativo foi Capitão Leônidas Marques,
e no ano de 2011, Saudade do Iguaçu que também foi o que teve maior valor no Ritmo de
crescimento Econômico. Já Capitão Leônidas Marques e Mangueirinha que obtiveram
resultados bons no INC mostraram uma involução ficando classificados como depressivos
no INC.

Pode se perceber que a maior parte destes municípios apresentou um ritmo de


crescimento superior a média estadual, enquanto uma pequena quantidade de municípios
apresentou uma involução no seu ritmo de crescimento. Poucos municípios ficaram em
estágio recessivos e 35 municipalidades se mostraram estagnadas. Isso mostra que mesmo
com vários municípios apresentando um aumento no seu Produto Interno Bruto, deve haver
uma preocupação maior quanto a geração de emprego destruição de renda e outros fatores,
tanto para aquelas que se mostraram significativos para que continuem nesse estágio, mas
principalmente aqueles que precisam alcançar melhores níveis de crescimento
De um modo geral os municípios da Região Oeste apresentaram melhores
resultados quanto ao crescimento econômico da Região de Fronteira, isso pode ser
explicado pelo aumento no número de agroindústrias que contribui para uma maior geração
de emprego, no aumento da renda da agricultura provinda do aumento na produção
colaboração do clima e do preço das commodities, sem deixar de mencionar o setor de
serviços que em municípios de menor população tem importante contribuição na geração de
empregos e, por conseguinte na melhor distribuição de renda.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Secretaria de Programas Regionais . Programa


de Promoção do Desenvolvimento da Faixa de Fronteira - PDFF. Brasília: Ministério da
Integração Nacional, 2009.

BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Secretaria de Programas Regionais. Proposta


de Reestruturação do Programa de Desenvolvimento da Faixa de Fronteira. Brasília:
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ANEXO
Identificação dos Municípios da Região de Fronteira

Município Cód. Município Cód. Município Código Município Código Município Código Município Código
Altamira do Paraná 1 Céu Azul 25 Guaraniaçu 49 Matelândia 73 Quatro Pontes 97 São Miguel do Iguaçu 121
Altônia 2 Chopinzinho 26 Honório Serpa 50 Medianeira 74 Quedas do Iguaçu 98 São Pedro do Iguaçu 122
Alto Piquiri 3 Cidade Gaúcha 27 Ibema 51 Mercedes 75 Querência do Norte 99 Saudade do Iguaçu 123
Ampére 4 Clevelândia 28 Icaraíma 52 Missal 76 Ramilândia 100 Serranópolis do Iguaçu 124
Anahy 5 Corbélia 29 Iguatu 53 Moreira Sales 77 Rancho Alegre D'Oeste 101 Sulina 125
Assis Chateaubriand 6 Coronel Domingos Soares 30 Iporã 54 Nova Aurora 78 Realeza 102 Tapejara 126
Nova Esperança do
Barracão 7 Coronel Vivida 31 Iracema do Oeste 55 79 Renascença 103 Tapira 127
Sudoeste
Bela Vista da Caroba 8 Cruzeiro do Iguaçu 32 Itaipulândia 56 Nova Laranjeiras 80 Rio Bonito do Iguaçu 104 Terra Roxa 128
Boa Esperança 9 Cruzeiro do Oeste 33 Itapejara d'Oeste 57 Nova Olímpia 81 Rondon 105 Toledo 129
Nova Prata do
Boa Esperança do Iguaçu 10 Diamante d'Oeste 34 Ivaté 58 82 Salgado Filho 106 Três Barras do Paraná 130
Iguaçu
Boa Vista da Aparecida 11 Diamante do Sul 35 Janiópolis 59 Nova Santa Rosa 83 Salto do Lontra 107 Tuneiras do Oeste 131
Ouro Verde do Santa Cruz de Monte
Bom Jesus do Sul 12 Dois Vizinhos 36 Jesuítas 60 84 108 Tupãssi 132
Oeste Castelo
Bom Sucesso do Sul 13 Douradina 37 Juranda 61 Palmas 85 Santa Helena 109 Ubiratã 133
Braganey 14 Enéas Marques 38 Laranjal 62 Palotina 86 Santa Isabel do Ivaí 110 Umuarama 134
Brasilândia do Sul 15 Entre Rios do Oeste 39 Laranjeiras do Sul 63 Pato Bragado 87 Santa Izabel do Oeste 111 Vera Cruz do Oeste 135
Cafelândia 16 Esperança Nova 40 Lindoeste 64 Pato Branco 88 Santa Lúcia 112 Verê 136
Cafezal do Sul 17 Espigão Alto do Iguaçu 41 Manfrinópolis 65 Perobal 89 Santa Mônica 113 Alto Paraíso 137
Campina da Lagoa 18 Flor da Serra do Sul 42 Mangueirinha 66 Pérola 90 Santa Tereza do Oeste 114 Vitorino 138
Marechal Cândido Santa Terezinha de
Campo Bonito 19 Formosa do Oeste 43 67 Pérola d'Oeste 91 115 Xambrê 139
Rondon Itaipu
Santo Antônio do
Candói 20 Foz do Iguaçu 44 Maria Helena 68 Pinhal de São Bento 92 116
Sudoeste
Capanema 21 Francisco Alves 45 Mariluz 69 Planalto 93 São João 117
Capitão Leônidas Marques 22 Francisco Beltrão 46 Mariópolis 70 Porto Barreiro 94 São Jorge d'Oeste 118
Cascavel 23 Goioerê 47 Maripá 71 Pranchita 95 São Jorge do Patrocínio 119
Catanduvas 24 Guaíra 48 Marmeleiro 72 Quarto Centenário 96 São José das Palmeiras 120

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