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CRASE: é mais simples do que você imagina.

Cristiane Soares

Vamos à crase! Sem medo!


Ela costuma ser um terror para aqueles que têm dificuldades com a Gramática! É
a crase! Algumas regrinhas e lembranças básicas podem ajudar! Vamos a elas? E,
se você é um leitor atento, já percebeu que, antes mesmo de falarmos das
regras, ocorreram duas situações em que talvez possa ter surgido a dúvida:
coloco ou não a crase? No título "Vamos à crase!" e, nesse parágarafo inicial, a
frase "Vamos a elas?". Após ler as orientações, tente descobrir por que o sinal
gráfico apareceu em um caso e não surgiu no outro...

CRASE é uma palavra que vem do grego (krasis) e tem o sentido de "união,
fusão". Na Língua Portuguesa, ela é indicada por um sinal gráfico, o sinal grave
(que muitos confundem com a própria crase) e significa a contração da preposição "a" com um outro "a".
Esse outro "a" poderá ser:
- um artigo (Ela se dirigia à cidade);
- um pronome demonstrativo (Darei o doce à que se comportar = à que = a + a
que);
- uma vogal inicial dos demonstrativos (Fez menção àquele exemplo).

— Não existirá CRASE após verbos transitivos diretos, já que não ocorre, aí, a preposição.

- Todos amavam a professora. (Verbo transitivo direto)


- Todos obedeciam à professora. (Verbo transitivo indireto)

— Só pode haver CRASE diante de palavras femininas, a não ser na contração com pronomes
demonstrativos aquele e aquilo e quando estiver subentendida a palavra (feminina!) moda ou maneira :

- Dança à (moda) Sidney Magal.


- Corta os cabelos à (moda, maneira) Ronaldinho.

— Não se usa crase diante de pronomes pessoais e formas de tratamento:

- Dirijo-me a Vossa Excelência.


- Confiei o segredo a ela.

A exceção, neste caso, fica com as formas Dona, Senhora e Senhorita, que aceitam crase, pois
podem vir com artigo: "A Senhora, A Senhorita...”.

— Não se usa crase antes de verbos no infinitivo! (pôs-se a chorar)


— Não há crase nas expressões: cara a cara, gota a gota, frente a frente...
— A crase é facultativa diante de nomes próprios e pronomes possessivos.

— Usa-se a crase nas locuções adverbiais femininas, exceto nas que indicam "instrumento".
Ex.: objeto à margem (lugar); chegou à noite (tempo); trabalho à força (modo);
Casos específicos:

Terra (planeta) terra (terra firme)


(Usa-se a crase.) ( Não se usa a crase.)
Ex.: - Os astronautas voltaram à Terra. - O marinheiro voltou a terra.

Casa (não determinada) Casa (determinada)


(Sem crase) (Com crase)
Ex.: - Cheguei muito tarde a casa. - Cheguei muito tarde à casa de Lula.

Topônimos (nomes de lugares)


- Uma regra prática para detectar a crase é efetuar a troca
do tempo verbal para o passado.
(Há preposição e artigo; existe a
(Só há preposição; não há crase!)
crase!)
Estava - em... Estava - na...
Venho - de... Venho - da...
Vou - para... Vou - para a...

(Fazendo a substituição: Venho DE Santa


Ex.: - Os alemães trouxeram a Santa Catarina - Ocorre apenas a preposição
Catarina seus costumes. DE. Não aparecendo o artigo, não há
crase!)
(Ao substituir o tempo verbal: Vou PARA
A Paraíba - Ocorrem aqui a preposição
- A saudade transportou-me à Paraíba. PARA e o artigo definido A. Portanto, a
crase, sinal da contração, deve
aparecer).

Regra geral: buscar uma palavra masculina para substituir a feminina. Se surgir o artigo masculino,
contraído com preposição, haverá crase.

Fonte: WWW.redaçaocriativa.com.br

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