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Introducao as ciéncias humanas Tentativa de uma fundamentacao para o estudo da sociedade e da historia Tradugio: Marco Ant6nio Casanova Spd on AEE : le _ OBJETIVO DESTA INTRODUGAO AS CIENCIAS HUMANAS Desdeas famosas obras de Bacon, os esritos que discutem as ba- ses osmétodos das cigncias neturaisenos introduzem, assim, nessas ciéncias foram redigidos em particular por pesquisadores da nature- 2a, Desses escritos, o mais famoso ¢ 0 de Sir John Herschel. Parecia uma nevessidade prestar um servigo semelhunte dyueles que taba {ham com # histéra, a politica, ajurisprudéncia ou a economia polit. a, a teologi, a literatura ou a arte. A partir das necessidades prticas asociedade, a partirda finalidade de uma formagdo profissional que ‘ote os drgdosdietrizes da sociedade dos conhecimentosnecessérios para a sua tarefa, aqueles que se dedicam as cigncias designadas cos- fumam se aproximar dessa tarefa. Todavia, essa formagdo profissio. nal s6 chegaré efetivamente a capacitar o singular para realizagdes mais eminentes quando ultrapassar a medida de uma retificasio téc. nica. A sociedede € comparivel ao funcionamento de uma grande ‘maquina, que é mantida em atividade por meio dos servigos de int. ‘metas pessoas: aquele que é dotado da técnica isolada de sua profis. so particular no interior de sua Sociedade, por mais primorosamente {que possa dominar ess técnica, desempenha o papel de um trabstha. dor, que se ocupa durante toda a sua vida com um tinico ponto desse funcionamento, sem conhecer as forgas que 0 colocam em movinien. ‘0, ¢,aomesmo tempo, sem ter uma ideia das outras partes desse fur ionamento ¢ de sua ago conjunta com vistas 8 finalidade do todo Ele € um instrumento a servigo da sociedade, ndo o seu érgio cons. cientemente covonfigurador. A presente introdugio gostaria de ton. ‘nar mais fil para politico e o jurista, para otedlogo co pedagoue a {arefa de conhever a posigto dos prncipios eregras drettizes para a realidade efetiva abrangente da sociedade humana, uma sociedade & ual, por fim, no ponto em que o particular intervém, esté de fato de- dicado o trabalho de sua vida, Est nanatureza do objeto ofato de as intelecgbes das quais se ne- cessita para a solug&o dessa tarefa remontarem a verdades one ncn, sam ser colocadsna based conkeiment tno quanto daanere ome ominds istrict soi, Consbido dal modo. ee a ‘ef, eet fda ns needs da vida pc eps coy um probe coloado plo estado ds pare co As signin gue ttm como objet a realidad feta his trugdo que oe inca na fundamentagdo matemitica. Fatos do espirito ‘oo limite supreme dos fatos da natureza. Os ftos da naturezafot~ ‘mam as condigoes inferiores da Vida espirtal Justamente porque 0 ‘eino das pessoas ova sociedade humana ea histra soo fendmeno tnsselevado dente os fendmenos do mundo empiric terreno, seu Conhecimentoneeesita em inimeros ponts doconhecimentodo six tema depressupostos queso estabeecidos no todo danatureza para seu desenvalviment em verdade, ohomem, de aordo com a sua posigio assim ex- posta na conexdo causal da natueza,€ condicionado pela natureza em uma dupa rela. Por intermédio do sistema nervoso, assim o vimos, #uniade psicofisioaecebe constantemente influncia oriundas do ranseur- ‘So geral da natureza ereage uma vezmais sobre esse anscurs0, Re ‘side em sua naureza,contudo,o fato de os efeitos que partem dels » surgirem preponderantemente como um agit, que € drigido por fins. Para essa unidadepsicofsica, portanto, otranscurso danature- ‘zaeasua constnuigio podem ser, por um lado, drerizes com vistas 8 configurasao dos préprios fins. Por outro lado, ele é codetermi- ‘ante para essa configuragdo como um sistema de meios paraatingit esses fins. E, com isso, nbs mesmas estamos onde queremas, onde !tuamos sobre a natureza justamente porque néo somos forgas ce 85, mas vontades, que fixam seus fins refletindo, em dependéncia !nte« conexfo da natureza. Por conseguinte, as unidades picofsi- «as encontram-se em uma dupla relaglo de dependéncia ante « transcurso da natureza. A partir da posigdodaterrano todo cdsmico, esse transcurso condiciona, por um lado, como um sistema de cau ss arealidade efetivahistérice-socal,o que faz com que o grande problema da relagdo ene conexdo da natureza¢ liberdade decom. Ponha-se para o pesquisador empirico em inimeras questbes part- ‘culares, que dizem respeito a relardo entre fatos do espititoe in ‘uéncias de natureza, Por outro lado, porém, surgem dos fins desse ‘eino pessoal reagdes sobre a natureza, sobre a terra que o homem considera nesse sentido como a sua morada, a morada na qul ele € capaz dese instaura ativamente; eessasreagdes, endo, também es ‘to ligadas a utlizagdo da conexto das leis naturas. Parac homer, {ogos os fins residem exclusivamente no interior do préprio proces: soespritual, uma vez que € apenas nesse processo que algo se apre- senta para ele; mas o fim busca os seus meios na conexto denature 23, O quio inaparente & com frequéncia atransformagéo, que 0 po- dee criador do espirito produziu no mundo exterior! E, contudo, & apenas nesse poder que reside a mediago através da qual ovalora- sim criadoesta presente também para outros, Assim, as poucas pg. nas que, como um residuo material do mais profundo trabalho de pensamentodos Antigosem diregao Ahip6tese deum movimentoda ‘Terra, chegaram as mos de Copérnico se tomaram ponto de parti= 4a de uma revolugdo em nosso modo de ver o mundo, Neste ponto podemas perceber © quo relativa € a demarcacto_ essas dus classes de cifness'uma em relapo a outa. Contendas taiscomoas que foram conduzidas sobre aposigdo da ciéncia ingus- tica geal so infrutferas, Nas duasposigdes de transigi, que cond 22m do estudo da natreza para estudo do esprit, nos pontos junto 20 sosqutis a conexto da naureza exerce um efeto sobre o desenvolvi rmentodo element espirtual enos outos patos juntoaes quai aco nexdo da natureza softeoeeito do elemento espriual ou mesmo for. tna a posigdo de trnsi¢io para a produgio de um efeito sobre outro ‘lemento espiritual, por toda parte mistura-se a o conhecimenta das Gua classes, Cnhovimentos das cinias naturas misturam-se com ‘os conhecimentos das ciéncias humanas. E, em verdade, de a ‘on ua duplalgagdo na qual o transcurso da natureza condiciona & ‘ida esprtual, com frequénciaseenretece nessa conexo oconhe'- ‘mento do efetoformador da natureza com a constatagdo da influén ‘que analurezaexerce como material do agi. Assim, do eonheci ‘mento ds les naturais de produsdo dos sons deduz-se uma parte im portante da gramitica eda teoria musical, e, por sua vez, 0 génio da Hingua ou da misica ests ligado aessas eis naturis eo estudo de sas realizagées 6, por isso, condicionado pela compreensto dessa depen: aacia [Neste ponto, podemos perceber, alm disso, 0 fato de conc ‘mento das condigdes, que se encontram na natureza esto desenvol- vidas pela cigneia natural, formarem um amplo espectto base para © estude dos ftos espirituais. Tal como 0 desenvolvimento do ho- ‘mem particular a extensio da espécie humana sobre toda a super cie da Terma e a configuragdo de seus destinos na historia também so condicionadas por toda a conexao cdsmice, As guerrs forma porexemplo, uma parte central de toda aistéra, na medida em que ess historia tem algoem comum, comeohistéria politica, coma von: tade dos Estados, Essa vontade, porém, vem tonajuntamente com armas se impte por meio detais armas. A tcoriadaguerra depende, eontudo, em primeira linha do conkecimento do elemento fsico, {que apresentaa base eos meins para as vontades em lta. Pois com cosmeios da violencia fsice a guerra persegue fim de impor 20 ini- migo a nossa vontade Isso envolve fata de o adversirio na links que leva até a impossbilidade de defesa, a finalidade tebica do ato de violéncia designado como guerra ser impelido a0 pontono qual sua situagdo é mais desvantajosa do que osacrifici que € exiside dele es6 pode ser confundida com uma stuaeao sinda mais desvan~ tajosa. Nesse grande cdlculo, portato, os nimeros mais importan tes paraaciéncia, os nimeros que a ocupam na maioria das vezes, do ste condigdes eos meios isicos. Em contrapatda, alae muito pouco defatorespsiquicos. cm verdade, a cigncias do homem, da sociedad e de stra posse, por um lad, por base a ciéncia da nature, na medida ex rs prpnas unida de psicolsias podem ser estudadscom oa- Soda biologi, , por otto ldo, porquanto omeiono qual care seu {esenvovimento¢ sua atvidede conforme a fins, um meio acujo do- nino igaem grande part umn al atvidade, a natureza No prt theta aspect es eineias do organism formam sua base; no segundo, repondevantemente,acignia da naturezainorginic. E, com eto, enexdo que precisa sr assim eslnccide consist, por um lado, no Tito de eses condigesnaturas determinarem o desenvolvimento e 8 lstibuigdo david expintual na superficie da Tera, e, por outro, no {ato de atividade conformea fins do homem estar vinculadas eis da ratarez , com iso se onicionada por seu conbecimentoe por se ‘proveitamento, Por isso primeira relagdo io mostra sendoa depen dnciado hore diantedanatureza, mas asegunda 6 contémessade- ‘pendncia come o outa lado da historia do crescent dominio humano Sobre o todo terresze. Aquela parte da primeira relago que envolve as Tigages do homem com anatrezacicundante foi submetida por Rit- ‘eran métedo comparativo, Visbesbrlhantes, tas como enconta- ‘mos em partic na sua avaliago comparative das partes da Terrase gundo a divisto de seus relevos, tomam possivel presents ume pr ‘estinagdo da histria universal fxada as relagbesespacais do todo terete. Os trabelhos seguines, contudo, no raiicaram essa nosso, pensada em Ritter como ume teleologia da histiria universal, de uma ececunda colocadhn servign do naturalism: no lugar da den de uma de- pendéneia homogénea do homem ante as condi naturais vem & {ona aida nisi cauelosa de que a Tuts das foryas ético-espirtuis ‘com as condigdes de expacaidade mora junto aos pevos histricos, tem contaposigao aos whistricos, produzi a diminuigdo da depen- Aéncia, Bassi, mesmo aqui ura cigneiaautinoma da realidad eft- \ahistrieo-soca, uma ciéncia que utiliza as condigOes natures para @ cexplicagio, se arma. A outa relagdo, porém, jumtamente com a de- pendénca que dada por meio da adatagto is condiges, mostra 0 'poderamento da espacialidade por meio do pensamento cientifico ea teenie de tal modo aticladas, que a humanidade conquistao dominio 2 ems histria por inetd subordinag, Nana enim nor ni parendo vinci” "Noctanto, problema da lag das ciciashumanas com 00} sthecimento da natueca 56 pode ser eonsierado como fesovido se ula opcigo da qual patios, a opsio enzo ponto de vist tresccdenal, para oul anaturera se enconta sob as conde da onsiéncia, eo ponto de visa objeivamente empiric, para 0 qual 0 “esemolvimento do eprito se encanta sob as ondigbs do todo ns {ua for dislvida Esatae conti uma parte do problema do co- ‘heen Se isolamos ese problema praasciéncia humans, 2 {Ho una slug convincete para todos no parece impossivl. As condiges pra ea slug seviam: omprovao realidad ftva cojatva da experi itero confinmagb da cxistécia de um mn do exterior, cm segid, a presenga de fos ¢ sre espstusisnesse tmundo exterior por frga da tranposiao de nosso terior para esse ‘mundo; al como ool ofiseado, gue lou para oso, repetsua ime fem nas dvera cores nas divers osigbes no espa, imagem de ‘oss vd itrorultplica nota conepyto ca tanspe para diver $3 posigbes do odo cteundante da natuezs ase proceso, pore, pode ser representa ¢justiicado logcamente como uma conlusio alga dss vida inera mais ong, que 6a inica a nos ser dada ineiaamente, por inter das representages das exterior: ‘zs com ea encadeadas, uma cnclusio que eva algo aparetad «ue coresponde a manifentagdesaparntadas do mundo exteriot, & Slgo que se eno nabs, O que quer ques natureza posa sr, tao das eausas do elemento esprit pe se satstzer com oft de, ‘em todo caso, suas manifestaydes poderem ser concebidas utlizadas unto sis dora, de as unifrmldades em seu ser conjunfoe em sa «onsequénia poder ser concede justificades como um ial de ‘aisuniformidades oral Se adentremos, contudo 0 mundo 6 esp ‘it, enguano ele estmarcado como fin ou como io, para oespito ‘sce mundo 60 que ele nele,eauilo qu ele pde seem si uquito- talents indferente. Esuiciente qu oes, al como omundo Ie 6 dado, conte com a sua conformidadea leis em sus ages e poss 0 zar da bela aaréncia de sua existéncia "law ophorion de mepraatione ate gn hmiisN Vv [AS VISOES GERAIS SOBRE AS CIENCIAS HUMANAS. Precisamos tentarfornecer dquele que adentraa presente obra So- ‘eas eiéncias humanas (ciéncias do espirito) uma visio geral provi- ‘sri acercada abrangéncia dessa outra metade do globus nellectua- lis, ¢, por meio dessa visto, definirataefa da obra. ‘As ines do espirito (ciénias humanas) ainda nfo esto cons- tildes como urn todo; elas ainda nfo esto em condigges de apresen- tarume conexdo,na qual as verdades particulares pudessem ser orde- rnadas segundo suas relap8es de dependéncia dante de outras verda- es eda experitncia, sas ciéncias nasceram na prépria préxis da vida, eas foram de- senvolvidaspelas exigéncias da formapdo profissionale, por isso, @ sistematica das faculdades que servem a essa formasBo € a forma na- ‘ural da propria conexio, De qualquer modo, seus primeiros concei- tose regras foram encontrados na maioria das vezesno exerecio das prdpras fungdes sociais,Iehring demonstrou como pensar juriico riou os conceitos fundamentais do direito romano por meio de um trabalho espiritual consciente que se realizou na propria vida do direi- to. Assim, a anélise das constituigbes gregas mais antigas mostrou nessas constituigdes a sedimentago de uma forca admirével do pen- samento politica consciente com base em conceitos esentengas cl ros. A deta fundamental, de acordo com a qual liberdade do indivi- «duo ¢esabelevida a partir de sua participagio no poder politico, ape sar dea participagto serregulada pela ordem publica de acordo com a ‘capacidade do individuo para o todo, foi de inicio diretrz para a pro prisarte politica. Em seguida, ela foi desenvolvida pelos grandes te6- rieos da escola socrétics apenas no contexto cientfico. O progress0 sé teorias vientifcas abrangentes apoiou-se,entlo, preponderante= ‘mente na necessidade de uma formaga0 profssional das camadas di rigentes, Assim, jéna Grécia, a retérica ea politica emergiram das ta refs de um ensino politico maiselevadona época da sofistica, eahis- ‘oria da maioria das cincias humanas nos povos modernos mostra a influéneia dominant da mesma relago fundamental. A bibligrafia, 4s romanos sobre sua replica encontrou sua mais antiga articula- u dono fat de eater sid desenvolvda para os saerdots¢ 08 mags {fads em paiculr." Por isso a sistematice dessus ciéncias do esp to (ints humans) que cnt based forma cones dos Ggtosdiretizes da sociedade tanto quanto a apresentagio dessa estanarenclopediny prover nent da ees de dma visto panorimica do que ¢indispensavel para uma tl prepara- lo, ea forma mais natural dessas enciclopédias sempre sed, tl Comores Shleirasher de maneiamagisal apa datcolo Ga aguela que atcula a sua conexto a partr dese fi, Ente esas, erniten ress, aque qu adenea espagod cies ma tas encontrard nessa obras uma visto panordmica sobre grupos par tieulares primorosos dssas cigncias.” As tentaivas de, ulrapassando tis elizagdes, descobrir aac clapdo conjunta das eigncias que possuem a realidade efstivahisto- Feosoeal pr objeto patiram da flsofia. Na medida em que procu- faram deduzi esa conexto de prncipios metafsicos, ela se toma ram vtimas do destino de toda metafsica. Bacon ja tina se servido, porém, de um metodo melhor, uma vez que, com 0 problema de um onheciment da realidade efativa por meio da experiéncia, ele colo ov em ligago as cigneias do esprit (incias humanas) existenes tmedindo suas copacidades tanto quanto suas falhas a partir desstare- {a Emsuagansofia) Comenius procurou dervar da relagdo de depen déncia interna das verdades etre sia ordem gradual, na gual ela pre cizam aparece na aula; e, como ele descobri assim, em conteapos: 4020 gonceito flso da formagio formal, a ideia fundamental de umn Sistema educacional futuro (que infelizmente continua sendo ainda hoje futuro), ele preparou uma articulagdo apropriada entre as cién- Monsen Rim Smarech (Disk cil oman 9.3 € 56 Par que sneer vio prone condita ote repibes pals ds lacs buss, podemos renee eines nlp Ml Exp ‘tonnerschaen (Econ des ites det) Toning 149 2 caer Ist espe dott) CE quanoaisoavid geal eo}ulkamenodecsax crepe: ‘su Geschche wn Ler der Satriani rr ds J tad) 1p. 11-184 Warkimig.Jnche Explosion Darel er ‘olsen Stats (nilpotent ra e408) Prieamente erin, 1810.24 inter de30 Bk yop we Mod de phiolgicenWiseschafen (Ertan e metodo as eis laws. 2 tld por Beta, 187

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