Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
•
Í,
ÍNDICE
'(raduç-.1u
CLAULIIA l!EHUNLR
Primeira Parte
kr, l�u da tradução PROBLE�11\S TEÓRICOS E METODOLÓGICOS
E/;11 o Ai 1111tr1 DA PSICOLOGIA
Rr• j..,·�, i:rálica,
A-fc11 ,,, ,/1.1 /'c11ha F111 1a r71u ,1'
Atu, ,,, C" 1/i,1 \ 0,1,111n lu
Os n1étodos de investigação reflexológicos e psicoló-
l'roduçün i:rlilica g1cos ................................................................................ 3
Gn,,/Ju A/fc.,
Psicologia geral e e�'Cperinzerital (Prólogo ao livro de
A. F. Lazurski) ....... ...................................................... 33
l>ados l11h'Ol!1Clu1wi, dr C11tal1,p,,-ik1 na l\ltlliraç.:.U 1Cll'í
A consciê11cia como problen1a da psicologia do com-
·-------- ---
1C:l11wr.i llr�lclrJ do IJ,n� SP, llr<L-ill
V '),:01,\.), Lr, Srm,nn\llCh. IKQ(,..19. U. portamento ................................................................... 55
·rr,•n� e 111t1;.J,, rm r«n1t.,,:'" / Lc, Sc,ncno,11,h \')fnl'1.y ;
undu, uo Cl.iud,.1 Bcd111cr - 3' ,�d. - S:io PJui<) : �l:u1m, Fonte'$. Sobre o artigo de K. Koffka "A introspecção e o
2(11.\.J. -1r�n>lCOft.1 e P,.."-laS<'flU\ método da psicologia". A títt1lo de introdução ........... .. 87
Titulc, 1•11i;mal. Sobr:in,a >o.!t,h.mcn11 1c>1n ,ll1ro1 ; rn�lcmi clx:�1 O 111étodo instru111ental ern psicologia ......................... 93
p,,1..h
. (•t.•guu.
B1hhc,,:r:ifiJ Sobre os sistemas psicológicos..................................... 103
ISBN �5-.'�ó-�lH8-7 t\ psique, a consciência, o inconsciente ..................... .. 137
Deser1volvin1e11to ele, ,11e111ó,�it1 (l) refácio ao livro ele A.
CDD-150.92 N. Leóntie,,) ................................................................ . 161
indkt's para ,·at.:lloi!O rutt'm.àticv:
l. S1>1ca1a,, p,irulofi,x>< 150 9!
O prolJle,na da consciência .......................................... 171
A psicologia e a teorí,1 ela localização das fL1nções
.
ps1,qt11cas
li'l<lus vs direitos d<·s;a t'diç<io pura <1 li11s1111 purru,i:ucsa rest•n ados ú .....................................................······ ············ 191
Lil'raria .\fartins F,,ntc>s l::ditora Ltda.
R:ia Cu11st'll1,·111.i Rll111alho. 33U 01325-UiXJ S,i,1 Pa1,lo SP BraJil
Ti•l. c/JJJ24l..'ô77 Furi/lJ3105.6S67
e· 1111/Í/: i11f, ,4� n1arri11sfu111,:s .c-0111 .hr hflp:.', a·" �,·111urti11sfn11tc.s.e u,rr.hr
• •
------------·--- ··- ·- ..
•
•. '
K. .ivli\RX
da 111u1al)iJiclacle contínL1a. l'rincípio do rit111 0. Princípio da etc. Li111itar-se a estt1dar as re�1ções visíveis à primeira vist�t
aclaptaç�lo. J >rincípi() ela re::IçJo igt1al J. aç�io. Princípio da rela rest1lt�1 estéril e injLtstificado, inclusive no qt1e se refere aos
tividade··. En1 un1a só pala,,ra, J)rincípios u11i\ ersais, qt1e alJar
1 problemas m�tis si11 1ples do co1nporta1nento hu111ano. E, no
ca111 n:lo apenas o con11)ortan1e11ro dos anin1ais e do I10 - entanto, o comporta1nento do indi\1íduo é organizado ele tal
n1e111, n1a.s rodo e> cunjun10 elo L111i,1erso, ainda que, é claro, formL1 q Lte são justa111ente os 111ovin1entos internos pouco
n:1c> apareça ne111 urna ú11ica lei psicolé)gica qLte forn1L1le os conl1ecidos que o orientam e dirigem. QLtando for1na1nos o
(Jos.síveis nexos enco111rados ou a interdependência entre os reflexo condicionado sali\1ar no cachorro, organizamos pre
fenôn1en<Js e c1L1e caracterize a originalidade do co111porta viamente seu comporta1nento de u1n moclo determinado,
n1en10 l1un1ar10 que o diferencia elo co111porta111 ento ,tnimal.
' �
através de procedi1nentos externos, j{t c1ue ele outra forn1a o
Por outro lado. C) li,1ro qLte acalJa1no.s ele mencionar gira j experi1nentc) não é possível. Coloc�1mos o anin1al no l)anco
em torno do ex1Jerin1ento clássico de formação do reflexo de experin1entaçào, o an1arramos co111 Ct)rreias etc. Da 111es
C<)i1dicionado, unia peqt1ena 1nostra, ele extraordinári,1 im ma maneira organiza1nos previamente o corr1porta111ento do
pc)rt:111cia básica, n1as qt1e não cobre o espaço universal des sujeito por meio ele mo\'Írnentos internos conhecidos - atra
de O reflexo co11dicionado de primeiro <1rau até o princípio vés de instruções, esclarecin1entos etc. E se esses mO\'i1nen
da relati,ridade. A inadec1uaçào tos í nter11os variam subitamente no transcurso do experi
entre o telJ1ado e CJS alicerces
e ª � ss ência de edificação ent ment o, todo o ci uadro do comportan1ento se alterará de
re amlJos põ e f�1cilmente de
n1an1festo o quant ; · d - · , · s for1na l1rL1sca. l'or conseguinte, lin1itamo-nos a falar de rea
•
ciência não apenas deixa de lançar a luz e claridacle sobre os foram e.stt1dadas uma C>tt duas classes de reflexos - o salivar
problcn1as ·a estudar que permita distingttir e deli111itar oL1je 1 e o defensivo-n1otor -, e so,nente reflexos condicionados de
tos, forn1as, fenômenos, ,nas, ao contrário, ol)riga a ver tudo pri1neira e segunda ordem e nu,na linl1a l1iologican1ente não
em unia penL1n1l)ra en1 que tudo .se mistt1ra e onde esn1aece vantajosa para o animal (por qt1e l1averào de secretar saliva
qualquer lin1ite definiclo entre os olJjetos. Isto é um reflexo e em resposta a sinais mt1ito distantes, a excitantes conclicio
isto não é, mas c1ue111 distingt1e ur11 do ot1Lro? naclos de ordem superior?). Por isso seremos caL1telosos ao
O que é preciso estudar não são os reflexos, ,nas O con, trasladar diretamente as leis reflexológicas para a psicologia.
portamento: seu n1ecanisn10, comJ)Osição, estrutura. Qt1ando Co1no afirma com razão V. 1\. \1ágner i (1923), os reflexos
faze,nos experiências co1n anin1ais OLI pessoas crendo inva constituem os alicerces, mas partindo apenas deles ainda não
ria\'eln1ente que esra111os investigando t11na reaç{io oti um se pode dizer nada sobre o que se vai construir en1 cima.
reflexo, o qt1e se1111)re investigamos, na \'erdade, é o coin Cremos que, considerando todos esses raciocínios, de
portamento. O que ocorre é qt1e estamos J)reviamente orga vemos deixar de considerar o comportamento do l10111em
nizando, de n1aneira preestalJelecida e JJadronizada, o co111- como um mecanismo que conseguimos desvendar totalmen
porran1ento cio st1jeito para co11seguir qt1e prevaleça a re�tçào te graças à cl,ave do reflexo condicionado. Sem t1n1a l1ipóte
ou o reflexo: de outro 111odo, 11ão o consegt1iríamos. ! se ele trabalho prévia sobre a natureza psicológica da cons
Nos experimentos de 1. P. J> ã,,lov, será c1ue o cachorro ciência é impossível re,,isar criticamente todo o capital cien
reage com o reflexo salivar e não con1 as numerosas e n1ais tífico nesse campo, selecioná-lo e peneirá-lo, transcrevê-lo
diversas reações motoras, internas e externas, se111 que estas para t1m novo idion1a, elaborar novos conceitos e criar ur11�1
influam no processo reflexo c1ue est . a111os olJservanclo? E nova área de prohlen1as.
, - , 1 t\ psicologia científica não deve ignorar os fatos da co11s
sera que nao e o n1esn10 excitante condicionado utiJizado
en1 tais experin1entos que pro,,oca essas outras reações (a ciência, n1as materializá-los, transcre,,ê-los para u,11 idion1a
orie11taçâo das orell1as, dos oll1os etc.)? Por qt1e o fecl1an1en objetivo que existe na realiclade e des111�1scarar e enterrar
to da conexão condicionada se prodt1z e11tre o reflexo sali para sempre as ficções, fantas1nagorias e sin1ilares. Sem isso
var e a can1painl1a e não de ot1tra n1a11eira? Ot1, clito de ot1tra é ir11possível qt1alc1uer traball10 de ensi110, de crítica e (le in
forma, por que não é a carne qt1e com eça a prov ocar os vestigaç,'io.
movin1entos de orientação das ore ll1as ? J>or acaso a única Não é difícil con1preender qt1e não há necessid,1de de
r�açào manifesta do sujeito é apertar o botão ela ca1npainl1a considerar a consciência nem biológica, 11em fisiológica,
dian� e de um sinal? Não são ta1nbém par tes ess enc iais da nen1 psicologican,ente con10. uma segunda categoria de fenô-
,
reacao . ., ento geral
o re1 axam do corpo ou o fato de apoiar-se menos. E necess{trio encontrar para ela, con10 para todas as
no espaldar da cadeira, ele desviar a cabeça suspira etc? outras rea\·ões do org:1nis1110, u1na interpretação e um lugar
_ , r
Que isto vall1a para demonstrar o caráter con1plicado de adeqt1ados. Esta é ,1 pri111eira exigência ele nossa l1ipótese de
. traball10. A segt1nda seria que a hipótese cleverá explicar sem
qualquer reação, sua dependência
do n1ecanis1no ele com
p >rtamento a que está inco a n1enor fissura aqueles problen1as fundarnentais relaciona-
� rporada, a itn po ss ib ili d ad e de
estudar um'-1 re'lç ' .ão de f·or,na a I Jstrata. 1·ampot1co cleve111os
,sq .uecer, an 3. \'ágner, Vladín1ir AJeksándrovilch ( 1889- J 93·i ). Fundador <la psicolo
tes de ampliar e exaltar noss
� as co11clt1sões so gia anin,al na Rússia. Partindo da doutrina clarwinist:i, investigou, baseando-se
Jre <>.s experimentos, eJ,'
ass-·1cos co,n reflexos condicionaclos, no 1né1odo objetivo, os instintos nos ani1nais. De1nonstrou que a regulação
, .
que a 1nvest1gaçào se. . tra
. , �
en con apenas en 1 set1s prin16rdios e psíquica do co1np<)rta1ncnto se 111anifesta c1n sua singularidade ao ser cstuc.la
que C(>br1u urna área
· d,a mt1.1to l1n1
,a1n . .
1tada, que so1nente
da ele fo1111a histórico-Cl>lllp;1rativa. (N.R.lt)
PSICO LOGI A
64 TEORIA E MÉTODO EM
PROBLEMAS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DA PSICOLOGIA 65
ia: o pro lJle 1na da con ser vação
da ener-
dos com a consciênc . ' . serve apenas da experiência l 1erdada fisican1ente. Toda
o, natur z p s1 0 l og'. ca do c n 11 ci111 nt
.
g ía a intr ospecç � �1 � � � � : � ? 11ossa ,,icla. o traball 1 0, o co111porta1nento l)aseia111-se na L1tili
cIe out r..1:>. conscienc1as. o carater consciente das tres princi- zaç:ão 111L1ito a1npla da experiência das gerações anteriores,
s din ien sões da psi col ogi a e � 1pí ric a (pensan1ento, se11sa-
pai . ou seja, ele t1111a experiê11ci�t que não se transmite ele pais
ções e ,,ontade ), o �once_ito do 1nc�nsc1ente, da evolução da para fill1os através do nasci,nento. Con\1e11cionarer11os cl1a
consciência, de su a 1dent1dacle e unidade. n1á-la ele experiência l1istórica.
Neste IJre,,e e rápido esl)oço expuse1nos apen,1s algu J tinto clisso deve se situar a experiência soei a 1, a ele
ni as idéias J)ré,rias, as mais gerais e fundamentais, cuja con ot1tr,1s pessoas, que constitt1i un1 in1portante co111ponente cio
tluência, acredican 1os, dará lugar ao surgin1ento da l1ipótese co1nportan1ento cio l1on1en1. Disponl10 não apenas elas cone
de tralJalho da consciência no con1portan1ento psicológic o. xões qt1e se fecl1ara1n em n1inl1a experiê11cia partict1lar entre
os reflexos cc>nclicio11aclos e elen,entos isolados dl1 ,neio, 111as
tamlJé111 das nt1111erosas conexões qt1e foran, estalJeleciclas na
2 experiência ele 0L1tras pessoas. Se co11l1eço o Saara e rvrarte,
aJ)esar ele nt1nca ter saíclo ele 111eu país e ele nt1nca ter ol11aclo
1·e,1te111os agc)r�1 e11ÍOL;1r <.1 1)rol1lc111a pelo laclo de fora, por t1111 telescé1pio, isso se eleve e,,iclenten1e11te ao fato ele que
isto 2, sen1 1)arlir ck1 psicologia. essa experiê11cia se origi11a na de ot1tras pessoas e1t1e fora111
E,n st1as forn1as 11ri11cipais, toclo o LC)111port:1111e11to cio ,
ao Saar�t e eJll1 ara111 pelo telescópio. E igt1al111ente e,·icle11te
a11i111al C<)n111õe-se Lle c.Jc)is grtt p<lS ele reações: os rt·flexos qt1e os ani111ais n�1o posst1en1 essa experiê11cia. l)esign:.i-la
inalc)s cJu núcJ-cu11clici<.111a<los e os ac.lc1t1iridos OLt conclicio11a e111os co,110 co1111)(_)ner1te social ele nosso co111port:1111e11tc).
<l t1s. :\lén1 disse). ()S rt·!lexcls i11atl)S L'<)1 1 stitt1e 1 11 algo ..... assi111 Por fi111. algo cc)n1pleta111e11te 110,·o no con1p<Jrta111er1to
C<)lllC> o t'Xl.r.1to \)ic.1l{)gic<) cl:1 ex1Jeriê11ci: 1 l1c:rc-tlitjria coleti,·a elo l10111e111 0 (1t•e st1:1 :1claptaç:1c) e o co111port:1111ento rel:1 ciL)
c.h� tt1cl:1 :1 l�f-p�cie e <.)S atlquiriLlt1s sL1rge11 1 sc)lJre a lJas e cless:1 natlo co111 t.>ss:1 ad:tpt:1ç:1o :itlqt1irc.'111 for111:ts 110\·:is e111 rela
l1er:tn\·:1 l1t>rt.>clit:iri: 1 atr:i,·t:':-. dt1 ft.·cl1:t11 1e11to de 11CJ\·as co11c- çlo :1 elos :111i111:1is. Estes :1cl:1pt:1n1-se p:1 ssi,·a111e11te ao 111eio:
xões. c..1l)tic.l:ts n:1 experi2ncia �Jartict1l:1r d<) i11di,·idt10. Desse o l1on1e111 :1d:1pta :1ti\·:1111ente o n1eic1 :1 si n1es1110. É \"cíd:1de
n10Jc). t()Clo co111portar11ento ar1i11 1:tl J)<)tle ser consiLlerado que. t:1 1 nl"'�111 e11tre os :1ni111:1is. e11co11tr:1n1os fon11:1.s inici:iis
con\·encion:1l111entl.' ('()n10 :.1 �xpcriê'11cia l1eredit:1 ri:1 11 1:1is :1 de :1d:1pt:1\-:lo :iti,·a n:1 :1ri,·ic.i:1de instinti\·3. \.:1 C\)nstruç:lo de
:idquirid:1. n1ultiplic:1d:1 pela p:1rticul:1r. .-\. orige111 d:1 expe ninhos. de toc:is etc.). t11:1s. et11 prin1 eiro lt1g-�1í. no reino J.i1i
riênciJ i1eredit:í ri3 foi escl:irecida por D:in,·in: l) n1ec�nisn10 n 1:1l t:>ss:1s fom1:1s n:lo tên1 t1 n1 \·:1lor pr('do111i.n:111te e fund�-
. . -
d:i. multipliL.":lÇJ.O dess1 experi�nci:1 pela pesso:il é o 111ecJ. n1ent:1.l e en1 seg11 11do lug:ir. seus 111ec:1n1sn10.s ae cxe-cuç-.10
.
..... �
nismo do rer1exo condicion:1do. cst�1belecido por 1. P. Pá\·lo,·. contint13n1 senclo essenci:1l1nente p:1ssi\·os.
�ledi:inte essa fórn1ula coloc:1-se. en1 gef31. un1 ponro final . ..\.:1r:1nl1:t qt1e tece 3. tei:1 e :1 :1belh:1 qt1e constrói a s col
no co111pon:1mento do anin1:1l. m�i:is con1 cer.1 o farão por forç:1 do instinto. co1110 r11:íqt1i
�lt1ito diferente é o que ocorre con1 o l1on1en1 .•-\qui: nas, de t1n1 r11odo u11ifor111e e sen1 111:1nifest�1r nisso t1111:1 :iti
par:i al):irc-.i.r de 111aneir:1 completa :1 totalidade do co1nporca ,·idade 111aior elo q11e n�1s ot1t�ts re:ições ad:iptati,·as. Ot1tr.1
,ner�to é necessário i11troduzir no\"OS co111ponences 11:1 fórn1ti coisa é o cecel�1<) ou o arqt1iteto. Cor11 0 ciiz �·l:trx. eles cons
la. E � reci::-o, :intes de 11 1ais 11 ada, �1ssinal:tr o car:.íter excr:1or tr11íra111 pre\'Ía111e11te st1a ol1ra na c:1beç:1; o resultado ol1ticlo
_ no processo de tral)all10 existia icleal111e11te a11tes do co111eço
�i inari:1n1e11re a1111)IC) da experié 11cia l 1 erd:1cl:1 pelo l1on1e111 se
lor COtllJ)arac.la con1 a experiência ani111�tl. O l10111 e1n 11;10 se desse tral) all1 0 (,,icle K. �,tarx, F. Engels, Obr(lS, t. 23, J1. 189).
ICOL OGIA
66 TEORIA E MÉTODO E M PS PROBLEMAS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DA PSICOLOGIA 67
Essa exr)licaç,1c> de 1vlarx! co1111)leta11 1e11te i11elisct1tí,,e1, ,iacla 11;1c> s;lc) st·111 pre igt1ais: e111 t1111 case> eliz-se citie O rl'flexo ele
111 ais sig,1ifica elo qtre a ol)rigat()ria clut)licaç·ào ela eXJ)eriên ali111entaç_::1c1 se refe)rç·a jt1ntc> co,1 1 o ele alerta; en1 ouLro da
ci:i 110 tr:1l)all10 l1t111 1ano. No 1110,,i,11e11t<J elas 111�1os e ,ias 11 1<) vil(>ria ele) J)rin1eiro sol>re <) úhirno. 1\111l)os os reflexos cc>r�sLi
clificações cio 11 1aterial, o tralJall1 0 repete o qt1e antes Jia,,ia lt1e111 , 11:.1 verclaele, algo a.ssi,11 con10 os dois pratc>s ela l)aJ�111_
sido realizado na n1e11 re ele) tral)al11aclor, co,11 n1 odelos senie ça, c.liz l> ávlo,, a esse resr)eitc), sen1 fechar os oll1 os anre a .sin
lhantes :.1 esses n1esr11 os 1110,,in1entos e a esse 111esn10 mate gtrlar co111plexidacJe cio processo de dese11volvin1e11to dos
rial. Essa experiência clt1plicacla, que pern1ite a o l1 o111eni reflexos. "Se levar1nos em conra - diz - que o n1encionado
desenvolver forn1as de aclaJ)taçào ativa, o animal não a pos reflexo a uma excitação externa n�1o só é limit:ido e regt1lado
st1i. Der1on1inare111os convencio11aln1ente essa nova fornia pc>r ot1tro ato reflexo simultâneo externo, mas tan1l)én1 pc>r
de con1portarnento de experiência dt1plicada. toda uma massa de reflexos internos, assi,n con10 pela ação
Agora o termo no,,o em nossa fórmt1la ele con1porta de toelos os possíveis excitantes internos (químicos, térmicos
n1ento do J1 c)1nem adotará a segt1inte forma: experiência liis etc., e isso tanto no ní,1el dos diferentes setores do siste111a
tórica. experiência social, experiência dt1plicada. nervoso central como diretamente solJre os próprios elemen
Continua de pé a qt1estào: con1 que signos, relaciona tos tissulares de trabalho), podemos ter uma idéia da autênti
,
dos entre si e, ao mesn10 tempo, com a parte anterior, po ca con1plexidade dos fenômenos refletores de resposta· (ibi
de111, p. 190).
dem estar relacionados esses no,,os con1ponentes da fórn1u
la? O signo de multiplicação ela experiência l1ereditária pela O princípio fundamental de coordenação dos reflexos,
como se explica nas in,;esrigações de Cl1 . Sl,errington, con
partict1lar é claro para 11ós: significa o n1ecanis1no do reflexo
siste na lt1ta que se estabelece entre distintos grupos de
condicionado.
receptores por un, can1po motor comun1. �,,isto que os net1-
r\s próximas partes deste artigo estão dedicadas à busca
rônios aferentes do sistema ner, oso são e111 n(1111ero 111uito
1
,, uni ;.1 das fun ç· õ cs n1a is in111(1rtantes do cérebro JJaraç:1<> co111 as c1uc n1orrcr:1111 <:sn1:1gacl:is . Isto rcfl t.'. 1.e
supor qu....
· ·r J)r• 'l·,·s·1n1entc.: em estal)elecer a coordenaçJo entre 111ell1c>r o car[1ter cataslr<:>Íico ela ILlla do J)rocess<J tlin{1111 ico e
C(JnSI.S e '- - .
c uc.: pr ov t':n1 de po nt os <li sta nt es , c.le n1odo c1ue O cliall·ticc> c11tre o n1L111cl<> e <> l1<>n1en1 l'. no interic,r deste, c�u<.:
reflexos i
· 1. ·m·•i nc··rvo
SJ:-,C -· s<Jé inteora r, <lo, na verdade, pela totalicl:i<le do se (lén<)n1i11a cc>r111)()rla1nen10.
inc.livíclu<>. l)L1as 11rc111iss:1s, 11cccss:'irias para fc>rn1lilar cc)m precis:10
o niecanis,no coc)r<l<:nJclor <lo can1po mc>tor geral serve o f)f<)l)len1a d:t C<>nsciência c<>n10 ,necani:.m<J elo cr>n1p<>r1�1-
de l)J:-,l', na opini:1<> de.: Sl1crrington, p:1r�1 o in1porl:Jnte pro 111e neo, tieJ) rcc 11 tlt:111-se <lestas cc1nsi<leraÇ<)CS:
cesse) p:,íc1 uic<J da atenç:1o, e graças ;.i este últi111<) princíJ)io 1. l'arcce c1uc: o n1L1nc.Jo se verte nc> c,rifício IJrgo c.l<)
vai s<.: gt:ranc.1<> cn1 c.ic.l:.1 111<)n1ent<J ::.t unidade de aç:i<>. o <jlle, t\111il através ele 111ill1arcs ele <.:xcitanlcs, incli11açc)es, cc>nvi
J)Or :-,UJ vez, :-,cr,·c de l)J:-,e para <1 c<Jnceilc.J de pcrs<Jnali<la tes; dentre> cio ÍL1nil 1ên1 IL1gar l1111a luta e um enfrL:nran1e11to
clc, <li: n1<)llrJ qu<: a Í<>rrn;J<.;.':ic> du siste1na c.Je pL:r.sr>na I ic.lacle inin1errl1pcos; todas :1 s l'.XCitações sae,11 ern nú,nercJ 1nl1itcJ
:.ic:il1a, assi111. :.end<> tarefa c.Jc, siste111;.i ncf\'<)S<), SL'gl1nc.Jo afir reclL1zic.lc> J)elo orifíci<> estreito, sol) a f<Jr1na de reaç<>es <lc
n1a Sherring1or1. O rc:.::fl<:xc.> é a reaç:ic, i11tegral e.lo orga11is1110. rcSJ)C>Sla cio orga11isn10. O con1pc)rtar11entr> c1ue se realizou é
Por issc>. e111 cada n1t1sculo, cn1 cada órgüo <le lrJl)all10, é l1n1a parte insignificante <los con1portan1entos 11ossív<.:is.
preciso ver "u111 c.:111:que :1c) J)<)rta<lc,r, ql1e c1ualquer grupo c.le Cada 111inlrlo do l10111en1 está cl1eio de possil)ili<la<les não
rcce111ores p<.>c.lt: 11r>sst1ir'' (ilJitle,11. 1). 2 3) . realizadas. Essas possil)iliclades n�1o realizadas de nosso co111-
Sherringt<Jn eXJ)lic;1 <lL' n1:111eir:1 111ag11ífic:1 SlJa conce1) porta111ento, essa diferença entre os orifícios largos e estrei
ç:1o geré.11 .'><>l>rL' <> sis1c111a ncrv<>S<) c<1111 a st:gui11te co111para tos cio fl111il s�1c1 u111a realiclade inacessí,,el, e.la n1esn1a for1na
ç:1o: "<> siste111a <le ri.:<'l'.11l<)rL's 111:1n1én1 a n1es111a relac:1o co1n c1L1e a reaç;1o vitoriosa, J)orqL1e <)S três 111011,entos e.la reaç�1c>
o <las ,·ias éÍl'rt:nles c1ue <J <>rifíci<) :-.tlJ)crior l:irgo de Llm funil ql1e ll1es cc1rrespc>n<.le111 est,1o J)resentes.
C<>111 o CIL' saícla. J\las c�1cl:1 rcce1)t()r n1a1110111 rel:.tç:1o 11:10 ape Ql1an<l<) a estrlltl1ra de1 ca111po c<>111L1111 fi11al é LIITl J)OLICO
nas cc.)111 un1�1 vi:i efcrt:r11e, n1:1s C<)lll 111uit:1s, talvez C<)ITI to co111plicac.la <.: C>s reflexc>s süo co11111lexos, o c<1n11J<)rta111entc>
das: 11atural111ente, a C<>11sis1ê11ci:1 clessa cc)ne.x;io pode ser não realizad<) J)<>c.le adotar as 111:iis c.Jiversas for111as. ·'Nc>s
diferente. I > c)r isso, cunti11L1:1ndo 11c>s.s:1 co111par:.1ç�1o com o retlexos co1111)lexos, <)s arcos co111plexos se uner11 ús vezes ::.t
fu11il, é preciso <lizer que cacl:1 sisce,11:1 11er,·oso é llm fu11il L 1 n1a parte cio campo geral e lL1tan1 l1r1s contra os r)t1trc,s en1
que te111 u,11 <le seus orifícios cinco ,,ezes 111ais largo qL1e o relação a outra de suas partes" (CJ1. Sl1erringtc>n, 1912, p. 26).
outro; dentro dele estJo os receptc>res, que tan1l)é1n são funis Por consegL1inte, a reaçà<J pode ficar realizada pela 111etade
cuj<> orifício largo esc:í ,·oleado par:.1 :. 1 extremidade ele saída ou realizar-se em algurna, sen1pre in<leter111 ina<la, <lc: suas
do fu11il geral e o col)rL' por con1pleto'' (ibi{le ,11, p. 56). partes.
1. I'. 1':ívl<)v < 1950) con1para c>s gra11<les l1emisférios ce 2. GraçJs ao co111plexíssimo ec1L1ilílJrio <tUL' se estal)<.:le
rcl)rais co1n ur11a central telefônica, onde se produz o fecha ce no siste111a nervoso através dessa com pi ica da I u ta <le
n,ento de novas conexões ten1porárias entre os elementos reflexos, é f rec1(ienle qL1e baste uma força insignificante <lc>
do nieio e as rea\·c)es co11cretas. �' novo excitante para resolver C> resultac.lc> da luta, e, pc>rtanto,
las nosso sistema nervoso
len,l)ra, n1uito n1:.1is do qL1e u111a no con1pl icado sistem a de forças e111 <.:()lisào, uma novJ
central telefônica, as estrei-
tas porLas d.... ,.. u111 gr,,,,n<le e d 1'f'1c10, . - . . força insignificante pode detern1inar o resultado e o sentido
en1 d.1reçao as quais se
lan�' '
"·1 a 111ult1dao - nun1 111on1ento de pânico; pelas portas pas- do resl1ltante. Em uma grancle guerra, a incorporação de un1
san1 apené.ls· algL1111·as·
pol1cas pessoas· as qL1e consegu1rar11 peqL1eno Estado a unia das partes pode decidir a vitória ou a
atravess·í-las ·' · e0111 su . cess.o sa- o u111 nú111ero reduzido em con1- derrota. Seria, pois, fácil sL1por co1nc> reações J)Or si 1nesmas
•
ração do experi111ento : pela n1esr11a razão que no caso ,inte 111es1110 raciocínio e processo de de 111onstraçào. Interpre
tanclo assirn a vida psíqt1ica, o inforn1e do sujeito subn1etido
rior. o psíqt1 ico náo se parece con1 nada que tenl1a relação J
.<><.:u
,
,
.
••- _
!
•1
1
GIA
78 TEORIA E MÉTODO EM PSICOLO t
1 P.ROBLEMAS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DA PSICOLOGIA 79
1 ··fn(lul)itaveln1er1ce, no f11tl1ro, as in,,estigações refie- ••
_ � �1orta- \
toclo e> <)rganismo ante sua própria reação. Daí o caráter irre
111ento. Faça a C<)nsciêr1c1a sair pel:1 tJorta e ela e11 trara 11ela !
• petível, exclusivo, das em<J<;ões em cada caso concreto.
j: 111ela. !
1
. . 1 . , J
1 1
2. Os atc,.s de conl1ecimento d:.i psicologia en1pírica ta1n
2. :\ inclus:1o desses 1 )roced n1e1 tos ele 111, est1gaça() 11a
lllL'l()(l<) h1gi:i rcllexc)l{)gica ft1nele 11<1r co 111 1)leco est:1 (11 1i111a l1én1 n1anifc:s1am sua dupla naturez:i. já c1ue rranscorrcn1 cons
cc>1ll :1 111ct(1<k)IC)gi:1 <le inveslig:1ç:ic> cl:1s re�1ç{>es, estal)L'leci 1
cíc nt e111e nt L º. 1\ ps icc) lc1g i:i tiisti ng ue e la r:t n1e 11 le (l t1as fases
<l:i h;'i n1uitc> tclll()l> 11: 1 j)SÍC()l<>. �ia cx 11eri 111ental. O 11r(>1)ric> 11 11eles: ClS at<lS ti<.: C<Jnl1L'.ci1nentc> cn1 si e a Ct)11sci�11cia (lc)S
ll1C:SJ11(>S.
Pl'() (()()()1) ()\' :l()l>lll:l L'S(L' f: 1 ((), L'llll)()l':I C( )llSillL'l't..' :1 t.'{)Ílll'Í ll0 11-
SJ<, <.:.SJ)cci:1ln1e111c curic,.sc,.s os rL'.Sltlt:tt..lo.s cl: 1 rL·finaclíssi-
çi:1 L':ISU:tl L' :l()CllaS L'XIL'rn:t. 1>:1r: 1 1 1(,s, L'Sl:'1 cl:tl'() <jllL' Sl' lr:tl:t.
111:i i11lr<>S()C<:(:·1c1 ela escc1l:1 <.11..: \'\iurtzllttrg(>, (IL·s.sc <.lestil:itl<)
11 L' sIe l': 1 :,; <1 . li e u11 1 : 1 e: 11)i I ul a �: ;1 t> e<, 1111)11..: 1 :i < 1:1 111 t..: 1. <) li<> 1 <>g i: 1
. i ele ·· 11sir<>l1>gia <lc 1 1sic:(1lc,i�1>s··. <-l'll: (1l1CIL·n1<>.S cn(<>lltrar 11cs
1)11r: 1 111cntL' rl'ílt.:X<)h >gic:: 1 . cuj: 1 utilizaç:1t> <IL·t 1 ll<>ns l'L'Sltlt:tllt,s '1
1
1 sa Clll'rc111c. 1 lt11a <.l: 1 s c,>11clus<'>cs <.le.ss:is i1l\'1..·s1ig:1((11..:s L'SL:1-
lll) c:tS() li() Cl>lllj)( )l'l:lllll'lll<> ll<>S c: 1 cl)<)l'l"()S. 1
l1clccl' : 1 i111pc>ssil1iliclaclc <.11..: (lhscr\1:tr <> 11rc'1pri<.> :ti<> <.l<J 11t111-
c:c>nsiclera1n<>s i1111)<)rtante assi11:tlar, tlL'lll CjllL' seja e111 1•
s:1n1c11lt ), c1ue 1..:sc:1r): 1 :·, 1)crcc11<:;'i<>. ,\ttui. :1 intr<>Sf)l..!((:I(> .se
<luas f):tlavras, c1t1e, se C<)JllL'lll()l�1r11 1(>S cio 11c>11l<) ele visl:t ela
1..:Sg<Jl: 1 e111 si 111cs111:1. l:ncc,111r: 1 1n<»-r1os 11() 11r<'>pric> l\111<.lo ela
hit)é>tese que cxr)usenl<>S aqui c)s tres aspectc)s ql1e a ps1co-
co11sci0r1ci: 1 . ,\ co11clus:.1c) <jLIL' sc i1n11<JL' <lc L1n1a cert:.t i11cc>ns
• A •
(
logia en1 f)Í rica cli ferenci Olt na psi CJ li e ( co11sciên eia, se11ti
ciência (los atos do pensamento é paracloxal. 1\lé 1n tlcJ n1ais,
n1ento e vontacle), não será elifícil ide11 tificar r10 J)lano ela
1
1
os ele111e11tos c1t1e percet1en1os, que encontra,nos em nossa
consciê11 cia essa 111es1rla natL1reza tripla, o que é con1patível
1
c1ue nela se evide11cia perfeita111ente: a) o carácer reflexo do l 11:io se potle dirigir a co11sciência para si n1esn1<.) e que esta
)
sentin1ento, o sencin1enco como sistema de reflexos - A e B; co11stitt 1 i t1111 fer1ô111e110 secl111tiário. Não se pode pens:1r o
t
1)) o caráter secundário da co11sciência dos sentin1encos, próprio J)e11sa111e11tl), ca11tar o 111eca11isn10 específico da cons
quando sua prf>pria reação serve de excitante a lt111a reaç�1o ciência, prccisa11 1en1e porqt1e não é uni reflexo, ot1 seja. não
n<) �a, interna - 13 e C. Taml)érn se pode ver aqui o ,,alor l)io- poele ser objeto de ,,i, 1 ê11cia, excit:.inte ele u111 11ovo reflexo,
_
lc>gic<) d�J sentimento co1nc> reação avaliadc)ra rápida de todo •' 111as é u111 1 necanisn1 0 rransn1issor entre sisten1as de refle-
l
.
0 cJrganisn,c> a seu próprio cornp<)rtamento, ccJ1110 alo (lo •. xos. Nlas, CJtianclc> se ter1ninou o pensamento . C>ll se1a. se
'
1
. i
••
\
PROBLEMAS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DA PSICOLOGIA 81
80 TEORIA E MÉTODO EM PSICOLOGIA
6
fecl1 oti o reflexo, pode-se obser\1 á-lo conscienten1ente:
"Prin1eiro un1, depois o ()Utro": como diz Kt.ilpe.
Existe nc> l1<>1nen1 Llm grL1pc> de retlexc>s facilr11ente icle,iti
�·J. B. Krol <.liz, a esse respeito, e,n LI m de seL1s artigos
ficáveis cL1ja dl.:n<J111inaçàc> correta seria a de.: re,,ersíveis: sã<,
(1922), que os novo� fenômenos descobertos pelas investi
reflexos a excitantes que podern, por sua vez, ser criaclc>s pelcJ
gações realizadas pela esc<)la de \'v'urtzhL1rgo nos processos
)·1<>1nem. A palavra escutada é un1 excitante, a prc>11unciada,
superiores da consciência lemhran, de modo extraordinário
'• Llm reflexc> c1ue cria esse mesmc> excitante. AcJui, <J reflexo é
os reflexos cc)nclicionados pavlO\'Íanos. A esponta neída<le 1 reversí, el, porque o excitante pc>de se transformar en1 reação
1
82 TEORIA E M É T O D O E M P S ICOLOGIA l
!• PROBLEMAS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DA PSICOLOGIA 83
l
._ . 11 t'l., c-111ro pela teoria (las sensações qt1a11Lo pel·•i c(ll1caç:l(> ela cc>nsciência ela linguage,n nos SLtrclos
1
se1an1 e ,�c1 . � .
1 1\
ec er110 .
� o:;. ot1t .0.s, 11a, 111e(
' l1cl.t
. . en1 mud<)s e. em parte, o clesenvolvi1nento das reacõe s táteis
das ana 1og ,.·•1-. �. conh , CJLI•"'- ,
n()S ceg- <>S pode,n ser urna magnífica confirmac{i
1
não deixa de ter uma certa afinidade con1 a divisão da per como t11n experi111ento n1ontaclo especialmer1te pel,1 natt1re
sonalidade e,n ''ego" e "id" que S. Fret1d descol)re analitica za, CJLle confir111a a tese ft1ndan1ental ele r1osso artigo. Em
n1ente. O "ego" se con1porta ern relação ao ''icl" de n1odo ot1tro traball10 espero n1ostrar isso co111 maior clareza e de
semell1ante a u1n ca,;aJeiro' diz FreL1d ' que deve do111ar uni
•
1 for111a 111ais co111pleta. O st1rdo-n1t1clo a1)rencle a ter consciê11-
magnífico ca\1alo, con1 a única diferença de que o ca \raleiro cia de si 111es1110 e cie set1s 111ovir11entos na r11edida e111 c1ue
terá de realizá-lo com suas próprias forças, ao passo qt1e O a1)re11cle a ter consciência dos (len1ais. A iclentidade dos dois
1
"ego'' deve fazê-lo com forças er11prestadas. Essa co111pa r:.1- 111eca11is111os é Sl1r1)reenclenten1ente clara e quase evidente.
çào pode ser levada adiante. Assim como o cavaleiro qtte, se l) ocle111os. agora, retinir os ele111e11tos da fórn1t1la (lo
não quiser se separar do cavalc) não terá outro re,néclio se- co11111orta111entc> l1t1n1ano, clescrita antes. E,1iclenter11ente, a
- '
nao conduzi-lo aonde este
c1ueira ir, tan1LJén1 o "eg()" traiis- experiêr1cia l1istórica e a social n{10 constituen1 nacla 1)sico
f<)rma em geral e,n ação
a vontade do "id'', co1110 se se tra logic�t111ente clistinto, já qt1e, na verdade, não poder11 ser
tasse da sua própria (S.
Freud, 19241 ) ). separ,1das e sen1pre se apresenta111 jt111tas. Unan1os a111bas
.'
l1
1
LOGIA
84 TEORIA E MÉTODO EM PSICO PROBLEMAS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DA PSICOLOGIA 85
conl O sign<) +. Set1 n1ecanisn10 é al)soluta111ente o 111es111 0 grafe. "No c1L1e n1e cliz respeito, estoL1 convencido - cliz
con .sciê 11cia, co, 110 J)íC)Clt ei cle1 11o nst ra r. J1<)rq Lie Jan1es - de que en1 n1in1 a corrente e.los pensa111cntc>s ( ...) é
que <) ela �
t:inil)élll esta últin1:1 eleve ser cons1clera<la con10 L1111 caso
! a1)enas L1111a clenon1inaç:1o in1precisa cio que. c111 llln exa1ne
J)articul:ir (la eXJ)eri�nci:1 social. l'<)r issc), é f(tcil desig11á-las
i n1ais 111inL1cioso, se clen1011stra, 11a verclacle, t1n1a corre11le
e> n1e s111c> ír1clice ele exr )eriên cia c Jt111licacla. rcs11iral()ria. 'J > enso', c1ue segL1ndo l(ant eleve aco111pa11l1ar
ccJnl
tc)c.los os 111eus ol)jctos, n:1c) é 111ais ele) c1ue 'respiro', qt1c os
acon1panl1a ele verclacle ( ... ) Os J)ensa1ner1tos (... ) são feitc)s
7 cio 111csn10 111aterial qt1e as coisas. (1913, p. 126.)
Neste ensaie> apontamc>s r:ípi<la e st1cintar11ente apenas
Consiclero extraordinarian1ente in1porta11te e essencial 1
algt11nas icléias ele caráter prévio. No entar1to, parece-n1e
inclicar, a título de resL1mo cleste ensaio, a coinciclê11cia ele qL1e é jt1sta111ente a partir clac.1ui qt1e se cleverá iniciar<) estt1-
conclt1sões que existe entre C>S pensamentos clesenvol,,iclos do ela consciência. O estado em qt1e se encontra nossa ciên
nele e a análise ela cc>nsciência realizacla por \Y/. J a n1es. cia aincla a mantén1 n1L1ito afastada da fórmltla final ele t11n
Idéias procedentes ele can1pos rotaln1ente distintos e qL1e fo teore1na geon1étrico qL1e coroe o último argumento: con10
ran1 desenvolvidas pc)r can1inl1os co111pletame11te diferentes qt1eríamos demonstrar. Cremos qt1e no momento atual ainda
conduzira1n a un1 n1es,110 ponto de vista, já 111encionado por continua importante definir com precisão o que é que se
Jan1es en1 st1a análise especl1lati,,a. Vejc) nisso t1n1a certa deve clemonstrar para depois nos dedicarmos a demonstrá
confirmaçàc) parcial de minl1as icléias. Já em Psicologia
l
lo: primeiro, formular a tarefa; depois, resolvê-la*.
(1911 ), ele dizia qt1e a existê11cia de estados de consciência Para essa formulação ela tarefa confiamos que, dentro
enc1uanto tal n;io constitui uni fatcJ plena111ente de,nonstrado elo possível, o presente ensaio sirva.
'
e sin1 uni preconceito profuncla,nente arraigado. Foran1 pre
l
cisan1entl' os dadc>s c.le sua l)rill1ante introspecção que o 1
convenceran1 disso.
t'
1
l
'"Cada ,,ez c.1ue tente) notar en1 n1eu pensamento - diz
ele - a atividade enquanto tal tropeço infalivelmente em um
ato pura111ente físico, u1na in1pressà() ciualquer qt1e provém
da ca!)eça, das sol1rél11celhas, da garganta e do nariz." E no !
•
l•
A PSIQUE, A CONSCIÊNCIA, O INCONSCIENTE*
1
, .-
j
O R IA E MÉTODO E M P S IC OLOGIA PROBLEMAS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DA PSICOLOGIA 139
138 TE
sejo ardente ele con1er", �o cacl1orro len1t)rou-, "o cacl1orro ·re,11os, por l1111 lado, a co,npleta negação das possibili
adivint1ou� foran1 elitninadas por completo de seu lal1orató dalles ele estt1dar a psic1ue e a clecisào de ignor�í-la, pois seu
1
ric1, esc:-tl1elecendo-se un1a n1ulta especi::il para aql1eles que cslLJCI() nos J)<:°>e 110 can1i11l10 do pensa,nentc> desn1otivaclo. O
recorrcssen1 clurante o trat1:il110 a esse tipo cle expressão psi c1 ue 11a verdade c·aracterizaria a vida psíquica serian1 seus
cológica para explicar algt1m ato do anin1al. intervalc>s, a falta de uma percepç�lo 1)ern1anente e constante
Na opinião de Pá\dov, qt1ando recorren1os a atos psíqui de seLJS elen1entos, o <lesapareci111ento e o rea1)arecin1e11to
cc)s e�1a111os escoll1endo o can1int10 do pensa111ento internli clesses elen1entos. f'or isso, consi(lera-se in1possível estal1ele
nis1a, se111 n101ivaçào, e estan,os n<>s afastando cla via rigorosa cer relações causais entre elen1entos isolaclos, cio c1ue resulta
ela ciência natural. f) or issc>, a via C<.>rreta tanto para res<.1lver O a 11ecessida<le de rent1nciar à psic()logia cc>1no disciplina
prc)l1len1a de> C(>n1port�1n1ent<> con10 para don1inar (1 co1npor científico-natt1ral. "0<) ponto de vista da psicologia - diz
tan1en10 passa. em sua opini;1o, por unia at1tê11rica fisic)logia J\tliinsterl)erg -, não ocorren1 conexões reais nen1 111esn10
do cérel)ro, qt1e possa investigar as conexc"'>es nervosas e as e11tre fenômenos completan1ente conscientes da vida psíc1ui
C<)rrespondentcs conexc)es de retlcxr>s, assin1 con10 as t111icia ca. de n1oclo que tais fenô111enos n:1o pocle,11 ser as cat1sas de
des de C<)111portan1ento, sen1 st1por que esteja,11 en1 al1solt1to algo, ne111 servir-ll1e de explicação. f'or isso, na vicia interna,
acon1par1h:1das J)Or c1ualquer fenô111eno psíqt1ico. J
tal e co,110 à consiclera a psicologia, não existe t1n1a cat1sali
1. P. J> ;ívlo,· den1c>nstrot1, e nisso co11siste seu orancle dade clireta, prJrCJLle a explicação causal só é a1)licável aos
n1érito, qt1e se J)O<.le interpretar<> co111J) Orta111ento de Ltn1 fenôn1cnos !)Síquicos, que po<len1 ser consicleraclos co1110 t1m
l)C)nto de vista fisiol<>gicc>, sen1 tentar e11trar no n1t111(lo inter cc)111ple111ent<> dc)s processos fisiológicos." (1914. p. 631.)
no cio :1nin1al e CJLte esse con1p<>rtan1entc> pc.>cle ser explicado f)ortanto, t1111a das vias nos co11clt1z à co111pleta 11egaçào
con1 exati<.l:io científica e, inclusive, r>ocle111<)S preclizer esse da psic1ue e. por C()11segui11te, ela psicologia. J testa111 <>utros
con1porta111entc> sol) <letern1i11aclas co11dições, e tt1do isso dois can1inl1os. não 111enos interessantes, qt1e te.ste111t111l1a111
sen1 necessidade ele Í(1rn1ar111c)s un1a icléia, ne,11 que seja ,,a co,11 igt1al clareza o !)eco sen1 saícla a C(tte o desenvoJ,,i111en
ga e distante. das vivênci:.1s cio ani111al. Dito ele <)lttra n1anei to l1istórico con<lt1zit1 nossa ciência.
ra. Pá,·lo" n1c>str(>U c1ue é J)Ossí,,el estudar ol)jeti,,a e fisiolo O prin1eiro deles é a psicologia descritiva, ela qual já
g1can1ente r> co11111urtan1ento, pelo n1enos cio a11i111al, e en1 fala111os. Consiclera CJtte a psicttie é t1111a esfera <.la reali<lacle
pri11cípio ta1nl1é1n J)Ossiveln1e11te <las pessoas. Ou seja, estu totaln1ente isolacl�,. na qttal não att1a nenl1u111a elas leis da
dar o cc>n11)ort:-tn1ent<> ignoranclo a , ida psíc1t1ica.
1 n1atéria e co11stitt1i o ,,erd�1cleiro rei110 (lo es1)írito. Nesse
Ao 111esn10 te111po, J>ávlo,1, prendendo-se ;) 111es111a lógi â111l)ito cc>n1pleta111ente espiritttal s.io i111possíveis toclos os
ca que E. Spranger, dá a Det1s o c1ue é de I)e tip(>S ele relaç:1() cat1sal; e <lentr<.> < l. ele (leve-se l)t1scar a co,11-
tJs e a César o
�ue é de César. reser\'an<lo !)ara a fisiologia o enfoqL1e ol)je preensüo, o esclarecin1e11to <.los sig11ificacJc)s, o estal)eleci-
ti�o <lc) con1p<)rtan1e11t(> e para a psico 111e11to clc>s \1 alc)res. l)enLro clele p<)cle-se clescrever e <.livi(lir
logia o SL1bjeti\'O. Ta,11-
l)eni para I> {lvlov () psicológico as estrl1tt1ras, classific:1-las e estal1elecê-las. Essa !)SiC(>logia
e o psíquico coincide111 !)Of
con,1)leto. Con10 toda a l1istór 1
ia de nossa ciência ce,11 1nos- clescritiva contrapõt�-se ,) explicativa, elin1i11ando J)Or co111-
trado , ess·�l que s·tao' e, co,np 1ecamente insolúvel se f)arcirn1os pleto do ca111J)<) da ciência as tarefas e.la explicaçào.
<lo pressupo5'( o r·, I os',
o r·
1co ate agora 111antido pe la psicolo- À psicologia clescritiva con10 ciê11cia cio espírito se Ot )õe
�
g1a.
,· Criou-se unia .,·tu·
01 .iç.,ao qt1e parece expressar e resu1n1.r a psicologia científico-natttr:d. Assin1. rnais t1111a \1ez a psico
•
de lorma sumár·1ª· todo logia .se cir1cle e111 <lt1as t ) artes qL1e nüo 111antê111 relaç,10 111ú
.·� . o Iongo <lesenvolvin1ento de no ss a 11
c1cnc1a. 1
1 tt1a. Na psicc>logia descritiva i111pera111 outros procecli111e11tos
•
1
!
•
1
1
..
'
de conJ1ecin1ento totalmente diferentes: não se pode recor A alternativa de Fret1d consiste en1 t1n1a te11tati\'ª de conti
rer ;1 indução para cstal)e}ecer leis e1npíricas, mas predon1i nt1ar interpretanclo as conexões e as dependências dos fe11ô
na O niét�do analítico ot1 fenon1enológico. o 111étodo da n1enos psíquicc)S 110 âmlJito do inco11sciente e en1 st1por que
aprec.:iaçàcJ s<Jhre C) sentido ot1 a intuição. c1ue per,nite anali por tr,ís dos fe11ôn1e11os conscientes se encontran1 os inco11s
s:-ir os d;Jdos ol)tidos (liretamentc d:1 consciênci:1. cientes, c1t1c os condicionan1 e que poelen1 ser reconstrt1ídos
.. No campo (l�t consciê11cia - diz E. Husserl - a diferença JJOr 111eio (la �1nálise ele suas n1arcas e da interpretação de suas
entre o fenôn1enrJ e a realidade foi elestrt1ícla." ( 1911, p. 25.) ,,-1anifestaçoes. 1\llas C) pr{)prio Spranger faz t1ma severa ressal
Nele, toda aparência Cflte parece é realielade. Por isso, esse va a Freucl: r1essa tefJria <JIJserva-se t1n1 erro teórico curioso.
tipr, de psicologia parece-se n1t1i10 n1ais con1 a geometria cio Diz que, en1l)ora cc>1n Fret1cl se tenha superado<) n1aterialisn10
c1uc c1t1;.ilquer ()utra ciência n;Jtt1ral. como. por exemplo, a l
1 fisiológico, cc)ntint1a existindo u111 n1atcrialismo psicológico,
física: e ran1l)érn por isso essa psicc)lugia de\'Crá se transfor t1111a pre1nissa n1etafísica tácita, a premissa de que a presença
n1ar na 1naten1ática cio espíriro con1 c1ue sc)nl1a\1a Diltl1e)'- É ele t11na atraçào sexual se ex1Jlica por si mes1na e todas as
evidenre c�ue nc:src case> CJ psíqt1ico se identifica integral outras (le,1en1 ser interpretadas a partir dela.
mente co111 o consciente, já qtte a intuiç:1o presst1põe a Cor11 efeito, a tentativa de criar u1na psicologia com o
conscientizaçào direca das vivêr1cias pr<>prias. 1\.las há aincla at1xílit) do conceito de inconsciente te111, nesse caso, duas
I
t1n1 outro 111ét<)dc) em psicolc)gia c1ue, co,110 indica\'ª E. \'ertentes: por t1111 lado, te1n afinidades con1 a psicologia idea
Spranger, cJl)e(lecc t:1111l)é111 a<) princípi(> que ele r11es1110 pro lista, j{t c1t1e se ct1mpre o preceito ele explicar os fenô111enos
põe, eml)ora siga <) can1inl10 i11\1Crso: o JJSicológico - psico psíquicos a partir (!eles n1esn1os; e, por ot1tro, Freud se situa
logica.n1ente. J> ara essa corrente, o psíc1t1ic<) e o consciente no terreno e.lo n1acerialismo ao introduzir a icléia ele u,11 forte
''
11ào sào sinônin1os. O cc>nceito ce11tral cl::1 J)Sicologia é o detern1inisn10 en1 toclas as 111anifestações 1Jsíq uicas, cuja
incr>nsci<:nle. c1t1e J)er111ile preê11cl1er as lact1nas da \'ida psí base fica reclt1zida ao ní\ el orgânico e l)iológic<> ou, e,11 ter
1
quica, esral)elecer as co11exões cat1sais c1t1e faltan1, contint1ar n1os concretos, ao instinto de conservaç�1o cl�1 espécie.
a clescriçJo dc>s fenô111er1os psíc1uicos para alé111 d�1 n·1ente São, portanto, três as vias c1t1e se apresenta111: rent1nciar
n1as nos 111es111os tern1os, consi(leranclo c1ue a causa de\1e ter ao estt1do ela 1Jsiqt1e (retlexologia), ''estt1<l{l-la" através cio psí
l10111ogeneidacle con1 a co11sec1üêr1ci�1, ou pelo 111enos estar c1t1ico (psicologia clescritiva)· e.c0nl1ecê-la através cio incons
na n1esn1a linha dela. ciente (Fret1cl). Co1110 verenl<)S, s�1o três siste111as j)Sicológi
J> c>rtanto, n1anté111-se a J)OSsibilidade da existência da cos total111ente distintos, qt1e rest1ltan1 de diferentes 111anei
psicologia con10 ciê11cia específica. J\ilas essa tentativ:1 é en1 ras ele ter acesso �1 cor11pree11s�10 da 1Jsic1t1e e111 cada t11n
1
grande j)arte dupla. já c1t1e inclui clentro dela cluas te11dên •
' deles. Jft disse111os qt1e o clesenvolvi111e11to l1istórico ele
cias esse11cialn1ente l1eterogê11eas. Spranger ten1 razão ao nossa ciência conclt1zit1 esse prol)len1a para t11n l)eco se111
afir111ar c1t1e Freud, prir1ci1)al re1Jresentante dess�1 ceori�1, par saícla, cio e1t1al 11;10 l1ú ot1tra for111a <.le sair a 11;1<) ser re11t1n
te tacita1ne11te do n1es111(> tJri11cípio que a psicologia co1n cianclo ao ft1ncla111e11t<) filosófico ela \1ell1a psicc..1l<>gia.
t
preensiva. ot1 seja, ele que 110 can1po da psicc>logia o conhe So111ente t1n1 enfoCJLle clialéticc) (lo JJrOl)len1a 11c)s revela
ci111ento eleve ser construído, se1npre qt1e ()OSsível, de for111a qt1e na pró11ria for111til�,ç�1c,, sen1 exceçàc>, ele to(los c>s pr<>
puran1ente [JSicolé)gica. Digressões pre1natt1ras ou casuais IJle111as relacio11aclos co111 a psi<1t1e, a cc>11sciência e o i11c(.>11s
110 can1po do anatô,nico ou cio fisit1lógico, ai11da qt1e pos ciente l1avia sielo cor11etielo L1111 erro. l:111 t<>clc>s c>s casos esta
san1 descolJrir cor1exões psicofísicas e111 nível factt1al, não n1t)S cliante ele 1Jrol)l�111as forn1ula(IC)s (le n1�1ncira e(1t1ivocada
nos ajudarÜ<) a C<)n1preencler nad:1 . e c1L1e, por isso, são i11solú,,eis. A 11rc)ft111cla c.liferença L'11tre c)s
•
•
G IA
144 TEORIA E MÉTODO EM PS IC O LO PROBLEMAS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DA PSICOLOGIA 145
ps íqu ico s e fisíológ i�� s result a tot alm en te insupe lista, o psíqt1ic<> escapava ac) processo glolJal de qtie é parte
prol)lcmas .
ao passo que a 1rreduti
rável para O pensan1ento rnetaf1s1co, i1 1tegra1 1te e era co11siclerado co1110 un1 l)rocesso i,1cJ epe1 1_
Lti lo
l)ili<la(le <.le uns ac>s c)utros não constit obstácu pa ra O (le11te qt1e existe paralelan1er1te aos processos fisicJlógicos,
11ens,1 111ent<> dialérico, acostumado a analisar os processos de se111 11enl1t1111a relaçàc> cc.>111 eles.
<.lcsenvc))\'in1ent<) por L1n1 lado como processos contínt1os e. E111 contrap�1rticla, o reconl1eci111ento ela Ltniclaele clesse
por outr<), co1no pr<Jcessos que são acon1panhados por sal pr()cessc) !)Sicofisiolt')gico con<.IL12-11os <)IJrigatorian1enre a
tos. pelc1 aparecin1cnto de 11<>\'as qL1alidades. L1111a exigê11cia 111etc>dolé>gica C<)n111letan1ente nova: 11ào
A psicc>lcJgia dialética parte, :intes d e n1ais nada, da 'uni (le\ en1os esll1c.lar <JS 1)rC)cessos !)SÍ<l L1ic<)s e fisiológicc)S de
1
gia clíalétic:1 a psique: n�,o é, cor11cJ expressara Spinoza, algo se l<)tali11e 11te incon1JJree11síveis; clever11os, portar1to, al1orelar
1
ciue jaz :ilé 1n ela n:.itureza, tirn Estadcl dentre> de OLJtro, 111as o processo en1 sL1a tC)taliela<.le, C> qt1e i1111)1 ica considerar ao
unia 11arte <la 11ré)1)ria n:1turc.:za, ligada diretarnente às ft1n 111es1110 te1111Jo c)s ,tspectos st1t)jeti\'OS e objeti\'OS.
.
cc,es cJ;1 n1atéría alta111cnre organi . za<.la de nc>SSC) cércl1ro. l N,1o <)l1star1te. asst1111ir a L1niclacle cio t)síc1t1ico e do físico
1\ssin1 C<>mc, (, reste> da r1atureza, nJo foi criada, rnas surgiu reco11l1ecenc.lc), e1 11 JJ ri111eir<J lt1gar, CJLte a psiqtte st1rgiL1 en1
nL1n1 prc>ce.ssl> <.le <lt-sc11,'<>l\1 Ín1e1 1tc>. SLtas for111as e 111l1rioná t1n1 cletermina<.lo nível de elesenvol\ri1 11ento ela r11atéria orgâ
rias esr:ic> J)resentes cJescJc o prir1cípio: 11J. J)r{)pria célula \•iva nica e, en1 segt 111<.lo, qL1e os processos p.síc1L1icos co11stitL1er11
n1antên1-se as prc)prit:cla<.les ele n1ud::i r sc)l1 a intlttência ele L11na parte i11se1)ará\ el de co11ju 1 1cos 1 11ais con1plt�x<)S, fora
1
ações exter11as e <.le rc.' agir a clas. dos qL1ais n,1o exister11 e, porta11to, 11�10 pocler11 ser estL1da
� �
En1 algu111 lugar. e111 u111 cJ 1:ter111i11:.1 <.I <> n í\re I c.le d ese nvo1 - elos, nào ele\1e nos levar a i<.ler1tificar o J)síqL1ico co111 o físico.
vinien tc> clt)s ar1i111ais. 1Jr<1c.lt1zit1-st· Ltn1a 111t1d:tn(:t qL1alítati\ra Esta ic.lentificaç,1o realizou-se J)Or dL1as \1ias: un1a clelas
no aperfeiçc>ar11entc> cl<)S !)í<.>cessos cerel1raís. qL1e, !)Or u 1 n é característica ela corrente ela filosofia ielealista refletida
la<.lo. fc.>ra prepar:1Ja l)C>r tocla a 111:1rcl1a 1)receclenre <.lo de nos tral1all1os ele E. 1\tlach; <1L1tra é própria e.lo r11arerialismo
senvc>lvin1ent<J e·. pc>r ot1tro, cc>r1stitt1 í;i L1111 salto en1 seu
• 111ecanicista e cios 1naterialistas franceses <.lo sécLilo )\.'V[II. O
curso, j:'t c1ue representa,·;1 o sL1rgi111t.>r1t<> ele L1n1a no,:a quali (1lti1110 po 11to de vista cor1siste e111 ic.le11tificar o 1)rocesso
cJaele, e1uc n:1<1 poc.lia ser reclt1zida r11eca1 1ica111ente a fenôn1e- 1)síqL1ico com o fisiol{>gico 11ervoso re<.IL1zin<.lo o J)rin1eir<.J a
este últin10. O resLdta<.lo disso é e1L1e e> t)rc>l)len1a <.la 1).siqt1e
11os 1 11ais sin111les. Se aceitarnl<)s L'ssa l1istóría natural da psí
se a11L1la por co1npleto e se apaga e11tre o cor11JJ<.)rtan1e11t<)
e1ue con1preenc.leren1os tan1IJé111 a segL111da idéia: a psique r
t
psíc1uico SL1perior e as for111as a11ceri<.)res ele ac.lat)taç�1o <.I�,
r1:io <.leve ser considerada con10 t1111a série de processos
espt:ciai.s c1ue existen1 en1 algL1111 IL1gar n�1 qualid�1de de co1n psique. O testemunl10 indiscL1tível ela experiência direta
JJlen1entos aci111:1 e separados dos cerebr�1is, n1as con10 ex fica clestrL1ído, cl1eganclo a Lt1na co 11tracli\'ào ine\'it,1vel e
inconciliáv.el con1 todos os elac.los, sen1 exceç�1o, da ex1)e-
press:ic) .sul)jeriva e.lesses r11esr11os processos, con10 unia face . .... . ., .
t�� es11ecial, u1na característica qL 1alitati,,. �1 especial das fL1n r1enc1a ps1qu1ca.
ÜL1tra identificaçàc>, pró1)ria cl<J enfoque ele 1\lasl1, con
{
çoes SllJJeriores de) cérel)ro.
· l'or 111eicJ eia alJstraçüo, o processo psíql1ico se separa siste e111 equiparar a vivê11cia psíqL1ica � 11or exen1plc), a sen
0 se sul1trai do psicofis sação - co111 C) olJjeto real c<Jrresponc.lente. Co111<> se s:.ilJe, na
�_ iológico: 111as é ::tpenas no se io filc>sc)fia ele 1vlacl1, esse tipo <.le i<.lentificaç�lo leva ao reco
deste <1ue a· <lc1t1 · ·11·, � · c.l'l,
,· ·1··1cad o e senti<.lo. A i111potenc1a
e s1gn1
\ elha rsicologia !)ara } nl1ccirnento <.la existêr1cia de elen1entc>s nos qt1ais 11�1c> se
: resolver o prolJ le111a psíqLtico decorria '•
po<.le elistingt1ir e> c>l)jetiv<> c.lc, sul>jetivo.
tn1 grande l)'trt ' t:• (1<) fato <.1 e que, devido seu enfoque 1<. • 1ea-
•
a
l
f
•
t
1'
'•
1
ic a re nu nc ia a an 1l) as as icl tific que a psicologia deva estt1dá-los· co,no um ,, nroce · .ss
A J)Sicol og ia cli al ét �� _ � , o t1, n1c · oe
os f1s1ol g1 - integral, tentando, dessa 111aneira. er1concrar uni-,, -
ç<>es. nüo cc)nf1.111cle os 1)rocessos 1)síqt1i�os C<)� �
1 .s.·11'da p.,1rc1,
e 1ca o tJeco en 1 qt1e se 111ete. Poderían1os recc)r(lar aqui a aclver
cos, rt'conhece <) carjter irreclt1tível da s1r1gular1dacl c1t1al -
iqu e e afirn1 a aJ) en as qt1 e os pr oc es sc) s ps ico lóg i tência feita por V. l. Lênin no li,·rc) 1\/nterittlis,nr> e C'ln
li\'J ela ps />iro
c1·iticis1110 ( 0/Jras co111p!C?/c1s. t. 18, p. 150) sohrc tim.i inter
cos sà t) t1,iicos. Cl1eg;1n1os, 11or consegt1inte, ao recc)nl1eci
n,ento Je proccs:-os psi cofisiológicos si11gulares e úr1icos, precaç�1o errônea dess�1 fé)rn1tila. Lénin afirn1a c1tie a contra
que constituen1 as fc1rn1as superiores de c<>n1portamento do posição entre o psíquiCC) e o físico é con1pleta111cnte neces
hon1em. �,os qt1ais propc)n1os der1on1inar processos psicoló sária. n1a s dentro cios escritos li111ites ela fclrn1ttla<,:{ic.) das tare
�
oicos ' diferentes cios psíc1t1icos e por analogia aos cha111ados fas gnoseológicas. e qt1e le,·:ir essa contraposiç:'io para fora
processos fisic1lógicos. de tais li111ites seri:1 t1r11 gr:1ncle L'ng:in().
J)ocler:1o faciln1ente nos 11ergt1ntar: por que não cl1an1ar :\ difictddade 111ctc)cit)lc\gica ela r>sic<)logia cc)nsistc· pre
co111 esse eluplo 11on1e ()rocessos qt1e são psicofisi<>lógicos cisa111e11te e,n que SL't1 11c)r1tc> ele ,·i:-t:1 é cic·11tit1c<l-real. ont<)
por sua natt1rez:1, con10 já recor1l1ece1nos? Cren1os qt1e �• lógico, e J)Or issc) t�ss:1 Ctl11t1�11)<>si1;:1t1 seria un1 crr<>. :\ssin1
razjo princi 1)al consiste er11 qt1e cl1an1á-los ele psicológicos con10 11a ar1álisc gnost·ol{>gic:1 tlé,·cn1c).s c<)ntr:i 1)c)r rigi c.l:1-
i111plica t1n1a opção n1ecoeiológica con1 a qt1al podcr11os al)or n1ence sensaç,ic) e ol)jc·co, n:1 t)Sic.'<)lê>�ica 11:ic) c.lL·,·cn1t)S cc>n
dar �1qt1eles processos que a psicologia estt1cla e, con1 isto, trapor o processo 1)síc1t1ico ac) l'isi<>l(°>girc>.
esta111os sul)lir1l1anclo a possil)iliclacle e a necessiclacle de t1n1 -rente111os eXJ)i<)rar agc>r:1. sc1I) t:ss:1 J)t:rs 1>1..:c1i,·a, :-.e :1
ol)jeci,,o (1nico e i11tegral ela psicologia co,110 ciêr1cia. Jt111to aceitac,lo c .lessa 11:.·se 11c)s <1fc'rl.'cc :tlgt1n1:1 :,;aítl:1 r):1r:1 <) l>t:C<>.
con1 isto e sen1 qt1e coincida con1 ele tan1l)é111 polle êxistir o (01110 se sal)t•, :1 psicc>l<>gi:1 tr�1llicio11.1l ai11c.l:1 n,1<> c11cc>ntr<>u
)
estudo 11sicofisiológico: a fisiologia psic<>l(>gica ot1 a f)Sicolo t1n1:1 �()lt1r,-1c) 1 ):1r:1 c.lc)i:,; ()l'<)l)lt..·111:ts: C> c.1�1 i1t1r)c>rl:111ci:1 l)i<)lúgi
gia fisiológica, c1ue co11siclera co1110 taref�1 es11ecífica estal)e c:1 c..l:1 ()Si<1L1e e <) ele> csclart'cin1enl<> <. l:1:- C.:<>11c.li(c)es l'lll llUe a
lecer as conexões e clepenclências existentes entre os clois ati,·itlac.le t'ercl)r:11 l"<>lllt'\':I a SL'r ac<>n1 1)anhacla !)t>r fenõ111e
gêneros ele fenôn1eno.
..... nos J)Sicc>l<>gic<>S. l'essc,:1s 1j<> :tntag<>nicas ct>lll(> <> t>l)jt•ti,•isra
De fatt), en1 nossa psicologia con1ete-se co,11 freqüência \'. 1\I. 8(·kl1tcre,· e o sul1jetivist:1 K. llül1IL'r rec<>r1hecen1 (lllt'
t1n1 erro i111portante em relação a esse 11rol1le111a. Essa fé)r- nacla sal)en1os d:i fur1ç:1<> l)ic>l<'>gic·a lia J)Sic.1t1c. 111:is <-l lll' r15t>
111ula clíalética ele t1niclatle, 111as r1ào ele icle11ciclacle, e11trc os c.·al>e �1cln1itir c1ue a natureza cria diS()<>sitiV(>S supc:rfluc.).s e
processc>s psíc1t1ico e fisiol()gicc), é 111uitas ,,ezcs i11terpretacla q tte. co,11o 3 f)Sic1 t1 e surgi LI no !)rc JCl'SS< > c.1�1 evc,l uç�lt), licve
eqt1ivl1cada111ente e leva a cc)ntraJ)<Jr C) psíc1t1ico e c1 fisiológi dese1111)enl1ar algun1a funç:ic), rnc:sr11() que esta n<>S seja total-
cc>, C> c1ue, por st1a vez, suscita a icléia e le qt1e a psicol<1gia 111ente ir1compreensí,·el até ag<Jra.
llialética eleve ser cor1stitt1ída pele) cstttclo pL1ra111ente fisioló J>ens,tmos que o caráter insol(1vel tlesses 11rol)lcn·1as
gico dc)s reflexc)s cc>nclici(>nadt>s e pela análise intrOSJ)ecti\ a, 1
decorre de um a formt1laçào ec1ui, rocada. É al)surd<) arrancar
qL1c se une,n n1cca nica111ente entre si. N:1cJ se pocleria conce prin1eiro uma determinada qt1alidadc <le un1 ()r<)ces�<> inte·
l)er nacla ele 111ais anticli�tlélic·o. gral e depois .se perguntar s<Jl)re suas ft1nçc)es c:<>mo Sl' l'Xís
A origin:1liclacle <la J)Sicolc>gia clialética consisle jt1sta- de) pr <>c es sc> int eg r, , 1
tisse po r si. totalmente inde pe nd en te .
111e11re na tentativa <le tleter111ina r ele 111oclo co111pleta111e11te
do qual é unia propriedade. É absurdc>, por exernJ)I<>. <l�p JIS
c
n<)\'() seu f)l)jeto ele estuclo, que n�lo é ourro se,,�lo o proces
lra r l se u ca lo r. at rib ui r-lt1e t1m sig ní fic ac lo ,n<le-
de sep� do so _
sr1 i11te.�ral e.lo con1portamento. l:ste .se caracteriza pc)r cor1tar . ·a do te m e <j U l' ac a<J
•
' pe nd en te e se perguntar qu e s1g n1·f·c
1 ·
ra11t<J c<11n C(>t11po11e11tes psí(1t1icos qL1anto fisiológicos, ainda
pocle exercer esse calor.
••
•••
•
.J
•
e os cerel) rais possan1 existir inter-relações aeln1ite ele ante interpretação qt1e se clá aos mesmos é falsa. Natt1raln1ente '
1
1
n1ào a idéia ela psiqt1e con10 un1a forn1a r11ecâ nica especial, em todos esses casos não é a i111pressào, nem o aro psíqt1ico
1
qt1e na opi11iào ele u11s é capaz de agir sol)re os processos en1 si (o ardente elesejo de co111er, co1110 dizia Pávlov) que
cerel)rais e, na OJ)i11iào de outros, pocle fazê-lo apenas e!e influencia,11 os nervos, 111as é o processo fisiológico corres l
forn1a paralela. Tanto a doutrina do paralelisn10 qt1anto a e.la pondente a essa in1pressüo, qtte constitt1i com ela t1n1 to(lo,
J i
aç;1o recíproca encerran1 essa falsa pre111issa. So111ente o 1
qt1e condttz ao rest1ltaelo c.le c1t1e fala111os.
f
1
conceito n1onista ela J)sique pern1ite forn1t1lar de f or111a total No n1esn10 senticl(), A. N. S iévertsov• fala da psique co-
n1ente diferente a c1t1estào de set1 significaclo l)iológico. 1 1110 a fcJrn1a stiperior (le aclaptaçà<) cios anin1ais, referindo
l{epetin1c_)s n1ais tima ,,ez: se sep:irar1nos a psiqtte dos •
se, r1a verdaele, ni1o aos processos psíc1t1icos, n1as aos psic<)
process<>S de c1ue é parte integrante, não cal)e perguntar para )
l lógicos no ser1ticlo qLte CX()licamos acin1a.
c1ue serve, que papel dese1npenl1a no prc)cesso geral e.la vi(la. 1
É falsa, porta11tc), a icléia e.la açüo n1ecânica (la psic1t1e no
De fat<), existe u,11 processe) psíqt1icc> eler1tro de uma configt1- cérel)ro, aprcse11tada pela perspectiva traelici<.1nal. Os vel11os
1
1
1
1
raçà<) <.:<)n1plcxa, dentro ele tim processo únicc.) c.le <.:on1porta psicólogos consicleran1-na como ttma segt1ncla força, q t1e
1
1
me11to, e se quisermos compreender a ft1nçào l)iológíca e.la e xiste jttnto cor11 <>s processos cerel)rais. Co,n isso esta,nos
1
1
psique c.leven1os nos perguntar sc)l)re éSse prc,ccsso en1 stta cl1ega11do ao ponto ce11tral de nosso problen1a.
totalidade: c1t1e fu11çào cumprem na ac.laptaçào essas f<>rmas Como já indicamos anterior,nente, 1:-- Iusserl ton1a como
de con1portamento? Ot1, dite> de outra n1ancíra, de,,en1<>S nc,s
1
ponto ele particla a tese de qtte na psique elin1ina-se a clife
perguntar sol)re o significado hiológic<> nà<) e.los J)rocessc)s rença entre fenômeno e existência: basta adn1itir isto para
psíqu icos 111as dos psicológicos, e então e) ins<)lúvel prol)le
1 que cl1eguen1os, por unia lógica inevitú,..el, à fenomenolo
n1a ela psi que, qtte. p()r um lado, não pc)de ser t1m epifenô gia, pois então na psique não existe diferença entre o que
meno. t1111 apêndice supérflt10 e, por outrc>, nàc> poc.le se eles parece e o qt1e é. O que parece - o fenômeno - é precisa-
'
locar nen1 t11n 111ilír11etr() tio céret)ro, terá sidc> resolvic.lo. 1
Cc)1110 diz l<<Jffka, os processos psíqtticos ínc.lícan1 co111
- ·
!,OVit:tico. E n1
1. Siévensov, 1\leksiéi Nikoláievitch (1866-1936). Biológo
seu trabalho E1•0/11çao e ps1q11e ( ll'2 '/ J) l!,.l 0!,· proccdi1nentos' de ad:1pt. · 0
_
antecí1)a(ào as con1plexas cc)11fígurações psicofísíc)lé,gicas ele :1ç;1
. e. n1uc1.anç.,.is no e.:,01111)on·unt·nto do!>
- ana1·" .
�t1e eles ,nesmcJs fazen, parte. Esse ponto <le vista 111onista . 10 ao n1e1. 0 1ned1ant an1n 1:11s
dc1 organ1sn
·s.
- 0s n1c:c., :...in,· :-·n1 os· ind ividuai� do cc..llnpun�•-
integral C<Jnsiste precisan1ente e111 analisar t11 fenô .
e ( <.::-
scn1 que SL' altere sua organ1zaçao.
n 111enc> ecn
'
hc. . 11lle , n ,·1� e·
, n1n no .
<.: • :-tl'n(1;1 e c.lao
st,�1 lotalic.laue cc>1no u111a configuraç n1en10, :io alcan<,.;aren1 seu gr.1u 1nax1n10 . · cJ , 1 • ·e 1 1,·L1lvín 1e ._
. .• • ., ,
• lug.11. :., t_n.1 .
ão e su as partes (·0010 ! . . .. , , 1·
1ço , cs. d • cxi
• .
elen1entos c_)rg·,-, 111· co , s ( 1a 111esc11a. Por consegt1ínte, a ta re fa 1
gur.1111 sua adap1aç·· :1<) :1 qu a1:- qt1t: r l on l
.
_ . l - o 1ne10 <l··' lll , ltur .i
• e da c1 v1ltzaçau. t h. RJ
N.
• .
ç:io do ch�1n1ac.lo n1eío :1rultc1a
r.
•
, 1
'
,nenr<:· a verda(leira essência. l{est:1-11os apenas co11statar es })ode parecer-11os que fazen1os algo por un1a cat1sa deternii
sa essência, analis:í-la, (lifere11ciá-la e siste1natiz(1-la, n,as nacla, n1as na realiclade a causa é ot1tra. J>odenios supt)r,
ac,ui a ciência de caráter en1pírico nada te1 11 a fazer. con1 to(la a cc)nvicçào que nos dá a VÍ\'ência direta, que go
K. J\farx diz, en1 relação a un1 prol)len1a análogo: ··e ... ) se
za1nos de lil)erclacle (!e vontade e nos eqt1ivocarmos cruel-
a essência das coisas e st1a forn1a ele se 111:1nifescar coincidis 111e11te a esse respeito. Cl1ega1nos co,11 isso a ot1tro prol)lema
sen1 cJirecan1e11ce, toda ciência seria supérflua .. (K. l\'larx e F. central e.la psicologia.
Engels, Ol,rc1s, e. 25, p;.1rce II, p. 384). Cc>r11 efeito, se as coisas 1\ \ elha psicologia identifica psique e consciência. Por
1
fossen1 direra111ente o que parece111, não seria necessária ne conseguinte, tc>(lo o psíCJLiico era ao n1esmo temJ)O cons
nhun1a pesquisa científica. Essas coisas de\1erian1 ser registra ciente. l'or c:xc:n1plo, os psicólogos F. Brentano, A.. 13ain e
das, contad:.is, ,nas não pesc1uisadas. Situação análoga é criada outrc>s afirn1a\1am c1ue a c1t 1 esr.Jc) da existência c.le fenómenos
na psicc)lc>gia, quando se nega a diferença entre o fenômeno e psíquicos inconscic.:ntc:s era CC>ntradité,ria em sua prf>pria
a realiclade. Onde esta coincicle diretamcnLe co1n o fenê>111eno definiçà<>. 1\ pr<)prie<la<le primeira e n1ais direta d<> psíc1uíco
não l1á lugar para a ciência, apc:nas para a fe11omenologia. é CfLJe temos c<)nsciência disse,, o vivemos, é-nr>!, dado na
Pela interpretaçúo tr;idiciunal da psicJLie era tot::il111ence experiência direta interic>r, e por isso a própria c:xpress.Jo de
in1possível sair desse atoleirc>. l:ra al)st1rdo até n1es1110 for- .,
"psic1ue inc<>nsciente parecia ar>s velhos autcJre.s tà<> al)sur
1nular a c1uesL:10 de c1t1al a distinç;io r1ue .se deve fazer na da quant<> a de "quadrad<, r<:<l<>ndo" ou '"água seca�.
f)SiCJUC.: entre fc:nõmeno e existência. 1\tlas, uma \'ez n1udada Outr(>S aut<Jres, ao C<>ntráric>. ha\.-'Ía muitc, se cc;ncentra
a perspt-cti\'a, no .sentido dt- que os pr<)cessos psicc>l(,gicos vam <:m três f at<>s príncipa is, que <">S <)brigara a intr<Jduzír
substituíra111 <>S psíc1uicos, po<.Je1nc>s taml)c.:111 aplicar em psi 1
cm psic<>lcJgia <> C<JnceiL<> de ínc<>nscic:nte.
li
C<)logia
,. esse critc:rio de L. Feuerl)acl1: nt:111 mesmc> no pensa- O prirneir<> fatr, (.·r;nsi.>' tia em c1ue a prf>pría c<>nscíéncia
mc:nto se destruiu a diferença entre fcn{,menc> e realidad e: ; d<>S f<:nê,menrJ.s t<.:rr1 grau-; dív(:r�<,<,: é.llguns ·_.·i\·c:m-n(,., rnaí.s
!
'
c::in1IJém n<> pensamt.:nl<> é preciso distinguir entre CJ pensa- c<Jnsciente <.: claramente, <>utr<>.,, mc:n<JS, f::-:íc,t<.:rn C<JÍSa<; c;uc
mento e o pen..,amento do pensan1enL<>. 1 se cnc(Jntr..im quase n<, prfJpric) lírnit<: ela C.-<Jn:<>cít:ncia e que
1
Se levarmo.s em c·onta que o ulJjet<> da psicol<igia f o entram e sac:m de seu camp<> cc,m rnuíta facílídad,:, exi.,tc:m
prc>cesso psic<>fi.-;ic)lógicc) integral d<> cc>mpcJrt�imentc>, pare f c<>ís.is das <1L1ais LemcJs uma v..iga C:(>n.-;cii:r1ci..1, t.:xist<.:rn ím
ce evjdentc: que nàc> se pode defi 11ir este cun10 um cc>rnp<J
nente exclu.si\1 an1ente JJsíquico. c1ue seja alén1 disscJ incer
i prt:sstJes vivas, lígac.las m..iis c,u menos estrc:í1an1<..:nte a<) i,ís
tema real dl! vivénc.:ias, pc>r exernpl<>, os .s c,1)hc>)>. P<_)r cc;nsc::
pretad<J por urna determinada autoperC<.:J)ÇàCJ. l)e fat<), a in gt1inte, afirmavan1 eles, <J Í<.:n{>rnenc> nà<J se: trar1sÍ<Jr1na 1.:,n
trospecçàc, n<).S prC}J)Orciona sen1pre dad<Js da �1utoconsciên mc:n<>s psí<-1t1icc) pel<> fatc> c_lt: se t<Jrnar rrien<>S cc.,n�c·ic:nte, i\
cia que pc>den1 dc:forrnar, <>u inevíta\'elmente o faze1 11, os 1 partir daí c�iegavam à c<',nclusàc> c.le (1ue t pc_,ssívt:I a<lrnitír
dados da cc>nsciéncia. Estes últirn<JS, por sua vez, nL 1nca des tamh0rn fenf>n1<.:nus psíc1uícc)s ínc<>n'>cientes.
vendan1 por co,npleto e diretamente as prc)priedades e ten
', Outr<J fato cc>nsiste em c1t1<.: dentro c.l..i pré,pria vida psí
dências de todo <J processo integral ele Cjue fazen1 parte. 1\s 1
c1uica se n1anifesta urn cc:rtc, c<>nfrc,ntc) de dífc:fentl'!'> clemcn
t
relações entre <JS <lados da autocc>nsciência e a consciência, tc>s, a luta para entrar n<> canlJJ() e.la cc,nsciéncia, <1 deslcJca-
entre CJS desta e o processo sàc> í<lêr1tícas às relações entre o 1ner1t<> de.· uns elernentc,s pc>r <Jt1trc>.'>, a te11c.l<':ncía ú rcnc,va
,
fenón1encJ e a realidade. çào, ús vezes ::i repetiçâc, í11<>J><>rtl1n:1 <.'. ;.issi111 J)<>r c.líar1t<.:.
;\ 11ova psic()l()gia afir,na rotun<la111ente CJtlC tarnf)C)llC() J. l·ferl,art, c1ue recll1zia a vicia J)Sí<1t1íca ;) c<Jrnplica<.la 111ecâ
nu 111undo da psique coincíde1n o níca e.las rer>resenta�:c)es, clistingL1ía ta,111)6111 as reprcscnla-
fe11ô 1neno e a realídac.le.
OGIA
152 TEORIA E MÉTOD O EM PSICOL PROBLEMAS TEÓRICOS E METO
DOLÓGICOS DA PSICOLOGIA 153
, 111asca1.aclas , , oti in co ns cie 11t es ' qt 1e aparecian1 en1 decor- so e no con1portamento, onde ·sttrgem o
çoes , .. ·:. ·, , .a, . . ,s processos ps,c · oI'o-
cio ca1 .
11�1< ) d.1 co1 1sc 1en c1,1 el a , . ,
re11c1a e1e s·eu cles- loc•a111e11to . g1cos 1ntegr, �1s. e n a o l)t1scar finaln1ente
A
_ O surgimento do
•
· U,a\ra• 111 e,·," ·sti11clo �c)b o li111 iar ci.1 co1 1sc 1e 11c1a co1110
A •
•
LOGIA
154 TEORIA E MÉTODO E M PSICO PROBLEMAS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DA PSICOLOG.IA 155
· orno r ·' 1' o gic
lo' os ma s pa r:1 ma i<)r co1 11o did a (le e le case.) o inco11sciente 11.10 ()ferece unia explic�1ç:10 rl:aln1e11-
cientes e 1 .:.
·
pócescs da psicologia; as r�oria� e hipóteses psico ló gica.s te. É actLti jLtstan1ente que se situa o problema. A (1 lcin1a per
. _
representan1 apenas a cor1c1nL1a.çao � ental da descr1çao de gL1nta pocle ser for111ulada assim: ad1nitan1os que o i 1 1cons
_
fenô,nenos homogêneos no 111esn10 sistema independente da cie11te é psíqLtico e goza de todas sL1as propriedades, embora
realiclade. Portanto, as tarefas da psicologia con10 ciência 11ão constitL1a unia vi,1ência consciente. J\1as, será que tam
indepenclente e as exigências teórícc)-cogníti,,as ll1e atribuen1 bén1 o fenô111eno psíquico consciente pocle produzir direta-
a obrigaç�1o de con1bater as tentati\,·as usurpacloras da fisiolo 111ente ações? f)orque, como já dissen1os, em tc)dos os casos
gia. de não se desconcertar com as lacunas e inten,alos reais e1n que se atrit)L1i L 1 111a ação aos fenômenos psíqL1icos, dize
ou iniagi 1 1ário.s no âmbito de nossa vida espiritual consciente rnos qL1e esta foi realizada pelo processo psicofisiológico
e tentar preencl1é-los nos elos ou n1odificações do psíquico, integral e nào apenas por sua parte psíquica. I>or consegL 1 in
que não são ol)jeto da consciência total, direta e pern1anen te, o próprio caráter do inconscie11te, que consiste em influir
te, ou seja, 110.s elementc>s do qL 1 e denon1ina subconsciente, nos processos conscientes e no comportamento, exige que
pouco consciente ou inco11sciente. seja reco11l1ecido como t1m fenôn1eno psicofisiológico.
No entanto, na psicologia dialética o proble111a do in Ül1tro problen1a que se nos apresenta é qt1e para des
consciente se coloca de u1 11a for 1 11a totalmente distinta: era crever cleterminaclo.s fatos ten1os de empregar conceitos que
natL 1 ral c�ue a c1uesrào "é J)síqL 1 icc) C>u fisiológico?" se for111L1- corresponclam ,1 natLtreza cleles. Para resolvê-lo, o ponto de
lasse ali 011de o psiquice) era consideradc> con10 absolt1tamen vista clialéticc> afir,na qL 1 e o inconsciente não é nen1 psíqt1ico
te clesgarradc> dc.>s processos psicol(>gicos e ele CJL1alc1L1er fenô- nem fisiológico, 111as psicofisiológic<.), ou, senclo 111ais exa
1T1encJ. NcJ segu11clc> C:lSO, o J)rol)le111:1 cio i11consciente se tos, psicológico. Essa clefiniçào ajL1sta-se à aL1têntica natLtre
res(>lvia de accJrclo cc)n1 a li11l1a ele J'úvlov; 11c) prin1eiro, de za e às autênticas características do objeto, já qLte consiclera
acorclc> co111 a e.la psicologia co1111)ree11si,1a. l-fartn1a11n e 1'vl(ins n1os toclos os fenôn1enos de con1portamento co1no prc1ces
tert)erg sJcJ. e111 rel:.1ç;1<.) ac> c:in1pc) ele) i11co11scicnte, con1pará sos integrais.
veis a l·Jusserl e Pávlov en1 rel�,\��10 :'1 psicologia geral. Gostaría1nos ele assinalar tamlJém que en1 111L1itas oca
Para nt)S é in1p<.>rl:1111c.� for111L1lar a pergL111ta assi1n: é psi siões já se l1avia tentaclo sair cio atoleiro da psicologia tradi
cológiC(> o inconsciente e pode ser co11sicler;Jdc) dentro de cional f)rovocado pela i11capacidade cJesra de resolver os
outros fe11ôn1enos l1on1ogêne<.)S co111<) 111ais L1n1 aspecto dos princi1Jais prolJlen1as da J)siqL1e e da consciê1 1cia. Por exem
processos de co111portan1ento junto con1 os processos psico plo, W. Stern procL 1 rou e11co11trar Ltma saída recorrendo ao
lógicos a que 11os referin1os a11res? Ta111l)é111 a esta pergunta conceito de fL1nções psicofísicas e processos neL1tros, isto é,
já res1)onden1os acir11a ao analisar111os a psique, e afir111á\'a processos que não eran1 ne111 físicos ne111 psíqL1icos, 1nas
n1os que é preciso considerar esta (a psiqL1e) con10 parte que estavam alé 1 11 dessa separação.
integrante ele um processo con1plexo qL1e não se limita em J\tlas, na verdacle, só existe o psíqL1ico e o físico, e o
alJsoluto a sua vertente co11sciente; [JOr isso, consideramos neutro pode não passar ele uma solLtçào ele co 1 11promisso.
que en1 psicologia é con1pletar11ente lícito falar do psicologi ])arece evidente C}lle essa constrL 1 çào nos afasta clefinitiva
mente do aL1têntico ol)jeto ela psicologia, pois este existe
ca,nente consciente e inconsciente: o inconsciente é pot en
cialinente consciente. 1 realmente e so111ente a psicologia dialética é capaz ele indi
cào
·· dc>s· ato s e,· por
· outro, algo real, que gera atos diretamen- ce denon1ina111os fenôn1eno psicológico.
1
1
1
!
•
'
1 ..
E MÉTOD O EM PSICOLOGIA
158 TEORIA
PROBLEMAS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DA PSICOLOGIA 159
. 1 de Ster • n e oucr as parecidas s:lo importantes
1\ rt:nt3tJ\ a
que dese j:11n :1c:.1t )ar com o pressuposto sus- nas un1a quest:1o de dogn1a, revi,,en1 e se transforma111 e111
no senrr.de, l'. d, .
de qu e en� tre o
ps 1qu
.- . te111a c.le in,'estigaç:1o 11�f no\1a 11sicologia.
ten ra d o r,.,.
.... 1.
,
·
1 . vel lia psicolog 1:1,
um
.
_ al de igualdad
::,1n
.
1co e O •
1
1·on1en1os ot1trc.) aSJ)ecto tio extremo oposto e.la p�icolo
col oca r e, e no
rsr(úlogtc
. ' · .0 se rod e . .
ob Jeto da og .
1 gia, n1as que 111os1ra con1 igual clareza o n1esm<). 1\ psicologia
que o ps1 col a não é
senrr.d o d(:· que .110scram1
ol)jetiva pr<)curot1, através da <)l)ra de J. \'vatson (1926). al1or
u1co s. n1as por algo mais
!
, •
. , J o pelo ·
s icnf) mer1 <)S psrq
C()OStllUl( . . _ , . dar o problen1a cio i11conscie11te. Esse aut<)r distingL1e o C<>n1-
cu ia c m po s1 ça o o ps 1q u 1 �0 só
conlplt: xc, e integral, em � _ portan1enro verhalizad<> e o nàc>-verl):1lizad<> e afírn1a que
co,1ic > u n1 mem 1,rrJ c>rg:1 n ,co.· e Cj ue pod eria ser •
. 1 r·.:
1ne \.,: m , L1rna parte cios processos c<>11111ort:-1111enraís desde:: r> princí
dc:n<>rnin:1<lr> p<;icr)lf>gico. E por f>Ua descoberta clesse fato pio ac<>mpanhac.l<JS <lc:: palavras po<lt' ser prf)\'<Jcada C)ll SLJIJs
de Srern difer e de f<;rn 1a decisi,·a de todas
que a :Jl)c 1 rcJ:- igem 1 tituída por 11rocc•ss<>S \1erl)ais. Essa pa rtt' 6 <.:<>ntr<)la<la p<Jr
a s ()Utras r�nlJtJvJs.
1