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Violino {Em italiano: violino, ‘em francés: violon, em alemiéo: Violine ou Geiger.) ‘Comprimento: 59,4cm Extensao: a--3, Misicos do século XI tocando 0 alaide eo rabab de duas cordas. Hi um certo mistério a respeito da origem do violino. Ninguém sabe exatamente quando ou como o violino foi originalmente inventado. Na época medieval havia uma surpreendente variedade de instrumentos de cordas tocados com arco. Os mais importantes destes instrumentos, que 0 violino pode considerar seus ances- trais, foram: 0 rabab arabe ou rabeca de espigdo, que, mais tarde, na Europa, transformou-se na rebec, mais delgada, com um formato de péra, e geralmente ‘com trés cordas;e a rabeca ou vielle, com cinco cordas, com o formato de um oito. O violino propriamente dito apareceu na Itdlia durante a primeira metade do sé- culo XVI. Naquele tempo, os instrumentos de corda tocados a arco mais popula- res eram as violas. Essas violas antigas pertencem, porém, a outra familia de ins- trumentos de corda, muito diferentes do violino. Por algum tempo as violas antigas eos violinos tocaram lado a lado. Os com- positores, porém, comecaram a preferir o violino pela maior agilidade, poder ¢ britho de seu som e por sua maior capacidade de expressto Gradualmente, as violas foram caindo em desuso. Hoje em dia, esto sendo usadas uma vez mais para tocar pecas que, originalmente, foram escritas para elas. Rabab érabe ou rabeca de espigdo Rabeca ou vielle ~~ Rebec 16 0 violino, a viola, 0 violoncelo e 0 contrabaixo produzem os seus sons exa- tamente da mesma maneira. Quatro cordas — de tripa, metal ou ndilon — sdo esticadas ao longo de uma caixa oca, de madeira. As cordas, fixadas no estandar- te, so passadas sobre 0 cavalete, alongando-se até as cravelhas. O cavalete impe- de as cordas de tocarem a parte principal do corpo do instrumento, deixando-as assim livres para vibrar. A parte superior do corpo do instrumento é feita de pinho-de-riga e 0 restante, de sicOmoro. Um verniz especial é aplicado para conservar a madeira e aperfeigoar a qualidade do som. Nesta ilustragdo, somente as partes principais esto indicadas, pois mais de oitenta pecas diferentes entram na construgao de um violino. ixeira queixeirs cavalete cores} aberturas actisticas em forma de ff crina vareta ponta taldo Todos os sons sfo causados por alguma coisa que vibra. Quanto mais lentas forem as vibragbes, mais grave seri a nota. Quanto mais répidas forem as vibra- Ges, mais aguda serd a nota. Em qualquer instrumento que produza som por intermédio de cordas que vibram, a altura das notas dependerd: estandarte 1 do comprimento das cordas 2. da tensao ou retesamento das cordas 3. da espessura das cordas Uma corda mais longa vibrard mais lentamente que uma corda curta e portanto produzird uma nota mais grave. No entanto, por causa do tamanho e do formato do violino, é necessério que todas as cordas tenham 0 mesmo comprimento. As cordas produzem notas de altura diferente porque variam em espessura ¢ tensio. instrumentista afina as cordas ajustando as cravelhas, Quanto mais tensa sti- ver a corda, 0 que se obtém apertando a cravelha, mais aguda ela soard. As qua- tro cordas do violino sto afinadas em intervalos de quinta, nas seguintes notas: Uma corda mais grossa vibrard mais lentamente que uma corda mais fina, produ- zindo portanto uma nota mais grave. A corda afinada na nota sol é a corda mais, grossa; a corda mi é a mais fina. 7 instrumentista segura o violino de maneira a colocé-lo entre 0 ombro e 0 lado esquerdo do queixo. Apesar de as cordas poderem ser postas em vibragao quando sfo dedilhadas com as pontas do dedo (pizzicato), 2 maneira mais comum de fazé-las vibrar é passando 0 arco transversalmente nelas. O arco é uma vareta de madeira ao longo da qual sao retesados mais de 200 fios de crina de cavalo. Antes de usar 0 arco, o instrumentista passa resina na crina. Com isso, dé uma certa adesividade a crina, 0 que causa maior aderéncia desta as cordas. E assim que, quando passa 0 arco, a crina “pega” a corda fazendo presto sobre ela e deslocando-a ligeiramente para o lado. A corda se solta imediatamente, mas uma vez mais colhida pela crina — e assim 0 processo se repete, varias vezes por segundo, causando a vibracao da corda e portanto a producio da nota, Quando uma corda é tocada, as vibragbes se propagam, através do cavalete da alma, pela caixa sonora do instrumento. Esta comega entdo a vibrar, tornando 8 sons mais fortes e mais ricos antes de eles poderem sair pelas aberturas actisti- cas em forma de ff situadas em cada um dos lados do cavalete. tampo_cavalete —cordas —_dedos da mao esquerda 4snt alma caixa Sonora brago volta, Vimos que, quanto mais curta for a corda, mais aguda a nota soard. 0 com- primento do violino naturalmente limita o comprimento das cordas. O instru- mentista ndo pode tornar mais longas as cordas, mas pode encurté-las e assim produzir notas diferentes. O violinista encurta as cordas 20 pressionélas contra 0 brago do instrumento, ou seja, apertando-as ou dedilhando-as. Quando uma cor- da é dedilhada desta forma, somente o segmento da corda entre 0 cavalete e 0 onto onde a corda est sendo pressionada entrard em vibracao. segmento da corda cavalete em vibragdo Ponto pressionado Pressionando as cordas em pontos diferentes (0 instrumentista ¢ orientado pelo ouvido, pois ndo ha marcas para mostrar onde colocar os dedos), 0 violinista pode produzir até cinqiienta notas diferentes. Duas notas podem soar simultaneamente quando se pressiona duas cordas ao mesmo tempo. Chama‘e a isso dedilhado duplo. Algumas vezes o instrumen- tista precisa tocar trés notas simultaneamente (dedilhado triplo) ou até quatro (dedilhado quédruplo). Neste caso, ele terd que tocar com o atco, antes as duas cordas mais graves e logo depois tocar as duas mais agudas, pois a curvatura do cavalete impede o arco de tocar todas as quatro cordas simultaneamente. Talvez vocé jf tenha notado que, ao tocar uma passagem lenta, muitas vezes o violinista movimenta ligeiramente a m&o para cima e para baixo quando est4 pressionando as cordas. Esse movimento ¢ 0 seu resultado sonoro sao chama- dos de vibrato. Tais movimentos da mio causam pequenas variagoes na altura de uma nota, que dio muita vida e calor ao som produzido. O violino tem uma imensa variedade de expressio. O som pode ser contro- lado ao ponto de tomar-se gradualmente mais forte ou mais fraco. As notas po- dem ser tocadas uma sucedendo a outra com delicadeza, ou claramente definidas 8 € perfeitamente destacadas. A dindmica e a qualidade de som podem ser variadas alterandose a pressdo do arco, a maneira como 0 arco entra em contato com as cordas (ataque), ou a localizagdo especifica do arco sobre as cordas — perto do cavalete, perto do brago ou (onde comumente se encontra) entre o cavalete ¢ 0 brago. ‘Aqui esto algumas das muitas maneiras pelas quais se pode tocar o violi- no, demonstrando assim a enorme extensio do seu som e do seu timbre: legato (em italiano: ligando suavemente). Este € o golpe de arco mais comumente usado, no qual cada nota é suavemente seguida de outra: Mendelssohn: Concerto para Violino em mi menor Andante e+ 2 5 6 1 6 P ‘martellato (martelado). As notas sto tocadas separadamente, com golpes curtos ¢ vigorosos. saltando. Golpes decididos e curtos com 0 meio do arco fazem com que este ricocheteie levemente nas cordas. con sordino (com surdina). A surdina ¢ um objeto pequeno, parecendo um pen- te, que, encaixado no cavalete, amortece as vibracdes, fazendo com que o instru- mento produza um som murmurante, argentino. Quando o compositor quer que © instrumentista retire a surdina, poe na partitura as palavras italianas senza sor- dino (sem surdina). Tchaikovsky: Concerto para Violino em ré maior 4 Andante 1 ste zz 5 sa 7, P (con sordino) RE pizzicato. As cordas sfo dedilhadas com as pontas dos dedos. Quando o compo- sitor quer que o instrumentista use novamente 0 arco, escreve essa palavra. tremolo (tremendo). Existem duas espécies de tremolo: tremolo dedithado, em que se alternam rapidamente duas notas e cada grupo de notas é tocado com um s6 golpe de arco. tremolo com arco, efeito tremulante, agitado e muito dramético, que con- siste basicamente em r4pidas repetigdes de uma nota através de velozes mo- vimentos do arco para baixo e para cima. sul ponticello (no cavalete). As cordas so tocadas com o arco muito perto do cavalete, produzindo um som higubre, especialmente quando combinado 20 tremolo com arco. harménicos. Sio sons agudos, suaves, aflautados, produzidos quando se toca levemente a corda com a ponta do dedo.* col legno (com a madeira). O instrumentista passa a parte de madeira do arco nas cordas, em vez. de passar a crina. + Para produzir 05 sons harmOnicos nfo basta “tocar a corda levemente com a ponta dos dedos”, E necessério também tocar na corda em um ponto extremamente espectfico € preciso, onde determinadas vibragées sto amortecidas © outras ressaltadas. Somente a ‘conjugacdo rigorosa destes dois procedimentos (0 leve toque em um ponto exato na corda) produziré o harménico. (N. do T.) 1» Misica para ouvir O violino mudou Surpreendentemente pouco desde o século XVI, apesar de algumas alteragbes menores terem sido feitas no que diz respeito a sua construgao (inclusive 0 de- senho do arco) e ao seu tamanho Alguns dos melhores violinos foram fei- tos durante o século XVII por trés famiias de artesdos excepcionais que viveram na cidade de Cremona, no Norte da Itdlia: os Amati, 0s Guarneri e os Stradivari. O maior de todos esses artesdos construtores de violinos foi An- tonio Stradivari, que € conhecido por ter cons- trufdo mais de mil instrumentos (além de vio- linos, também violas e violoncelos), muitos dos quais continuam a ser tocados até hoje em varias partes do mundo, A fotografia 20 lado mostra 0 famoso violino “Messias” de Antonio Stradivari — assim chamado porque em seu estandarte, de- licadamente entalhado, est4 representada a cena de Jesus na manjedoura, A fotografia abaixo mostra a etiqueta que Stradivari colo- cou dentro do violino, com 0 ano em que o construiu: 1716. Como é natural, um violino Stradivari é extremamente valioso. Um de seus violinos menos conhecidos foi vendido ha algum tempo por 145.000 libras esterlinas em um leilao de arte. Oviolino “Mesias”, Ashmolean Museum, Oxford Para violino solo Bach: Gavotte da Partita N? 3 em mi maior. Paganini: Capriccios (especialmente 0 N°-24, cuja melodia tem sido usada para variacdes por muitos compositores). Bartok: Sonata, particularmente o terceiro movimento. Para violino e piano ou cravo Tartini: Sonata em sol menor, I Trillo del Diavolo. Beethoven: Primeiro movimento da Sonata a Kreutzer. Penderecki: Trés miniaturas, para violino e piano. ‘Misica de jazz tocada por Stéphane Grapelli e Yehudi Menuhin. Para violino e orquestra Vivaldi: As Quatro EstacGes. Concertos de Bach, Mozart, Beethoven, Mendelssohn, Brahms, Bruch, Tchaikovsky, Sibelius, Bartok, Berg e Penderecki. Sarasate: Arias ciganas (Zigeunerweisen). Para o naipe de violinos da orquestra. Britten: Variagoes 3: Romance; 4: Aria italiana; 5: Bourrée classique, das VariagGes sobre um Tema de Frank Bridge. Rimsky-Korsakov: 0 Véo do Besouro. 20 Conteudos explicativos Altura é 0 que define os sons graves, médios e agudos. Pentagrama ou pauta, é 0 local onde se escreve as notas musicais. Clave é 0 sinal que determina o nome das notas e sua altura. $= Notas naturais nas quatro cordas do violino corda sol corda ré corda ls corda mi sido coco mi 8 sol sido 8 mi SMG Sol Hi Acidente é a alterac&o na altura da nota natural # = sustenido: eleva em meio tom a altura da nota natural b = bemol: abaixa em meio tom a altura da nota natural § = bequadro: anula as alteracées (# eb ), voltando a nota a sua altura natural. Escalas so sequéncias de oito notas seguindo uma determinada disposicéio de tons e semintos. Logo depois da clave hd a armadura onde se colocam os acidentes que devem ser executados durante toda a musica e que pertencem a uma determinada escala ou tonalidade. Dé Maior (sem alteragées) === © Sol Maior © Fa Maior (rae) (sib) © Ré Maior © Sib Maior (Fae, D6#) (Sib, Mib) © La Maior © Mib Maior (Fae, D6#, Sol) (Sib, Mib, Lab)) .3B7. Ritmos - maneiras como sdo distribuidas as figuras (duragées) dentro de um compasso. 1) d = J, —+ ponte de aumento (acrescenta a metade do valor da figura) ado= ld » SD - FI » Ui - FTI © OT = Seer toes rene ae 5) appr 9) mH E TD Dinamica é a intensidade de som > — = acento, marcar o inicio da nota SJ = som forte = som piano, suave = = crescendo, a intensidade do som aumenta gradativamente >> = decrescendo, a intensidade do som diminui gradativamente Andamento - velocidade da execug3o musical. Rall = rallentando, o andamento fica gradativamente mais lento Rallentando = Ritenutto oO jermata, sustenta a nota por um momento, suspendendo a contagem de tempo, prolongan- do a sua duragao de acordo com a interpretacao do mtisico Articulagao - diferentes maneiras de executar uma nota FR = arco para baixo, puxando Y= arco para cima, empurrando ou = ligadura, deve-se tocar as notas ligadas sem interrupgao dos sons na mesma arcada. Quan- do as notas ligadas so da mesma altura, elas ndo se repetem prolongando-se o som na du- Taco do seus tempos. Quando este sinal estd unindo notas diferentes é chamado legado. f= stacatto, deve-se tocar a nota com som mais curto, separando uma da outra. = portato, deve-se tocar um som continuo, sem parar 0 arco, porém com apoio no inicio de cada no- f f ta. Pode-se também tocar com uma ligeira separacao entre as notas, dependendo da interpretaco. pizz. pizzicatto, ferir as cordas com os dedos. Sinais de repeticao - sao diferentes maneiras de solicitar a repetico de um trecho musical ritornello, retorno ao inicio. ritornello, retorna ao trecho assinalado. toca-se até chegar a casa 1, repete (4) e, quando chegar novamente nesse trecho, omite-se a casa 1 e toca-se a casa 2. D.C (DA CAPO) al FINE - retorna ao inicio e executa até a palavra FINE (fim) 335

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