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CAPÍTULO 10

GENERALIZAÇÃO DAS EQUAÇÕES INTEGRAIS PARA REGIME


VARIADO

Nos capítulos 3, 4 e 5 foram estudados problemas nos quais o regime foi admitido permanente.
Isso eliminou a variável tempo, facilitando a compreensão dos fenômenos e das soluções. Apesar
de essa hipótese ser restritiva em termos gerais, é importante ressaltar que na prática muitos
problemas podem ser abordados dessa forma, com grande aproximação, chegando a resultados
satisfatórios para as aplicações.
Quando as variáveis são função do tempo e das coordenadas, os problemas tornam-se,
normalmente, muito complexos e às vezes permitem somente soluções aproximadas.
Neste capítulo são desenvolvidas as equações gerais para volume de controle, para as quais não
se faz nenhuma hipótese simplificadora quanto a possíveis variações das grandezas no espaço e
no tempo; entretanto, devido à finalidade puramente didática do livro, o leitor observará que as
aplicações restringem-se a casos de solução relativamente simples.
Observe-se que todos os exercícios dos capítulos citados anteriormente podem ser resolvidos
com as equações deste capítulo, adotando-se as hipóteses simplificadoras adequadas. Aliás, este
é modo mais apropriado para adquirir uma grande intimidade com a matéria

Exercício 10.1

∂ r r
a)
∂t ∫ ρdV + ∫ ρv × ndA = 0
VC SC
Adotando um VC que envolva todo o fluido, tem-se fluxo apenas na seção de saída, onde
r r
v × n é positivo. Além disso, nota-se que o volume do VC é constante, ao passo que, com o
passar do tempo tem-se a variação da massa específica do gás dentro do VC. Dessa forma:
∂ (ρV )
+ ρvA = 0
∂t
Como ρ varia somente com o tempo, supondo que se mantenha homogêneo dentro do
tanque, a derivada parcial pode ser substituída pela total.

V = −Q m
dt
p p0
=
ρ ρ0

ρ
=
ρ0 p 0
p
(
= 1 − αt 2 )

= −2ρ0αt
dt
kg
Q m = 2ρ0Vαt = 2 × 5 × 10 × 0,005 × 10 = 5
s
Qm
b) Q =
ρ

( )
No ins tan te t = 10 s → ρ = 5 × 1 − 0,005 × 102 = 2,5
kg
m3
5 m3
Q= =2
2,5 s
Q 2 m
c) v =
= =4
A 0,5 s
d) m = ρV = 2,5 × 10 = 25 kg
Obviamente, a vazão na saída será interrompida quando a pressão interna se igualar com a
kgf
externa. Supondo que a pressão externa é igual à pressão atmosférica de 1
cm 2
(
pfinal = p0 1 − αt 2 )
1 ⎛ pfinal ⎞ 1 ⎛ 1⎞
t= ⎜1 − ⎟= × ⎜1 − ⎟ = 13,4 s
α ⎜⎝ p0 ⎟⎠ 0,005 ⎝ 10 ⎠

( ) (
f ) ρfinal = ρ0 1 − αt 2 = 5 × 1 − 0,005 × 13,42 = 0,51
kg
m3
)
m final = ρfinalV = 0,51 × 10 = 5,1kg

Exercício 10.3
∂ r r
∂t ∫ ∫ ρv × ndA = 0
ρdV +
VC SC
∂V
+ Qfo lg a + Qa = 0
∂t
Como V só é função do tempo : dV = − Qfo lg a + Qa dt ( )
∫vi dV = −(Qfo lg a + Qa )∫0 dt ( )
0 t
→ Vi = Qfo lg a + Qa t

Vperd. Qa t
Qfo lg a t = Vi − Qa t → Vperd. = Vi − Qa t → = 1−
Vi Vi
πDa2 L πDc2
Qa = va ; t= ; Vi = L
4 ve 4
πDa2 L
va × 2
Vperd. 4 ve v D2 25 ⎛ 0,061 ⎞
= 1− = 1− a a = 1− ⎜ ⎟ = 0,032 ou 3,2%
Vi πDc2 2
ve Dc 0,25 ⎝ 0,62 ⎠
L
4

Exercício 10.5

∂ r r
∂t ∫ ρdV + ∫ ρv × ndA = 0
VC SC
∂ r r
Sendo o regime permanente:
∂t ∫ ρdV = 0 ⇒ ∫ × ndA = 0
ρv
VC SC
r r
Sendo o fluido incompressível: ∫ v × ndA = 0
SC
− Q1 − Q 2 + Q3 + Q 4 = 0
Q 4 = Q1 + Q 2 − Q3
L
Representando por q a vazão por unidade de largura: Q 2 = ∫ q 2b 2dx
0
2
q 2 = ax + bx + c
Para x = 0 → q 2 = 0 ⇒ c = 0
m3
Para x = L = 0,5m → q 2 = 0,08 ⇒ 0,08 = 0,25a + 0,5b
s.m
dq 2 dq 2
Para x = 0 → =0 ⇒ = 2ax + b ⇒ b = 0
dx dx
Logo : a = 0,32 ⇒ q 2 = 0,32 x 2
0,5 x 3 0,5 0,53 m3
Por tan to : Q 2 = ∫ 0,32x 2 × 0,3 × dx = 0,096 = 0, 096 = 0, 004
0 3 0 3 s
L
Q3 = ∫0 q3b3dx
q3 = a′x + b′
Para x = 0 → q3 = 0,15 ⇒ b′ = 0,15
Para x = L = 0,5 m → q3 = 0 ⇒ 0 = 0,5a′ + 0,15 ⇒ a ′ = −0,3
⎛ 2 ⎞
∫0 (− 0,3x + 0,15)0,3dx = 0,3 × ⎜⎜ − 0,3 2
0,5 x
Q3 = 0,5
+ 0,15x 00,5 ⎟
0 ⎟
⎝ ⎠
⎛ 0,52 ⎞ m3
Q3 = 0,3 × ⎜ − 0,3 × + 0,15 × 0,5 ⎟ = 0,01125
⎜ 2 ⎟ s
⎝ ⎠
L
Q 4 = 300 + 4 − 11,25 = 292,8
s

Exercício 10.7

∂ ⎛ v2 ⎞ ⎛ 2 ⎞
⎜ ⎟dV + ρ⎜ v + p + gz ⎟vr × nr dA
Pela equação 10.18: N − N diss =
∂t ∫ ⎜2
ρ + gz
⎟ ∫ ⎜2 ρ ⎟
VC ⎝ ⎠ SC ⎝ ⎠
Sendo o fluido ideal: N diss = 0 e α = 1.
Não havendo máquina: N = 0
Sendo um líquido, o fluido é incompressível.
∂ ⎛ v2 ⎞ ⎡⎛ v 2 p ⎞ ⎛ v12 p1 ⎞⎤
⎜ ⎟ ⎜ ⎟−⎜ ⎟⎥
∂t ∫ ⎜⎝ 2
ρ + gz dV + ρQg ⎢ 2 + 2 + z + + z
⎟ ⎢⎜ 2g γ 2 ⎟ ⎜ 2g γ 1 ⎟⎥
VC ⎠ ⎣⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎦
(2) z
Posição +z
PHR
inicial de -z
equilíbrio (1) Configuração num
instante t qualquer

p1 = p 2 = patm na escala efetiva


1 ∂ ⎛ v2 ⎞ 2 2
⎜ ⎟dV = v1 − v 2 + z − z
γQ ∂t ∫ ⎜2
ρ + gz
⎟ 2g
1 2
VC ⎝ ⎠
Sendo o fluido incompressível, v1 = v 2 e z 2 = − z1 = z
1 ∂ ⎛ v2 ⎞
γQ ∂t∫ ⎜⎜ 2 + gz ⎟⎟dV = −2z
ρ
VC ⎝ ⎠
A variação da energia potencial com o tempo é nula, pois, a toda subida de um lado, corresponde
uma mesma descida do outro.
1 ρ ∂v 2
γQ 2 ∂t ∫
dV = −2z
VC
2
V ∂v
= −2 z
2gQ ∂t
A velocidade é função somente do tempo e V = LA
LA dv 2 L dv L dv
= −2z ⇒ 2v = −2 z → = −2z
2gvA dt 2gv dt g dt
dv dv dz
Mas, =
dt dz dt
L dv dz g
= −2z ou vdv = −2 zdz
g dz dt L
v2 g z2 v2 gz 2
]Integrando = −2 +C → =− +C
2 L 2 2 L
gz 2máx
Para z = z máx → v=0 ⇒ C=
L
v2
2
=−
gz 2 gz 2máx
L
+
L
⇒ v=
2g 2
L
(
z máx − z 2 )
dz dz 2g
v= → = dt
dt 2
z máx − z L
⎛ z ⎞ 2g
arc sen⎜⎜ ⎟⎟ = t + C′
⎝ z máx ⎠ L
Para t = 0 → z = 0 ⇒ C′ = 0
T 2g T
Para t = onde T é o período → z = z máx ⇒ arc sen 1 =
4 L 4
π 2g T L
= ⇒ T = 2π
2 L 4 2g

Exercício 10.9
∂ r r
Pela equação 10.28 : M z =
∂t ∫ ρro vθdV + ∫ ρro vθ (v × n )dA
VC SC

Sendo o regime permanente :
∂t ∫ ρro vθdV = 0
VC
M z = −ρr2 v 2Q 2 + ρr3v3Q3
Q Q1 100 × 10−3 m
Q 2 = Q3 = 1 e v 2 = v3 = = = 25
2 2A 2 2 × 2 × 10 − 3 s
100 × 10−3
M z = ρ 1 v 2 (r3 − r2 ) = 1.000 × × 25 × (1,5 − 0,5) = 1.250 N.m
Q
2 2

Exercício 10.11

a) Sendo: vabs = v; vrel = w; varr = u 1720 m


u1 = πnd1 = π × × 0,1 = 9
60 s
Na entrada w1 m
v1 = vr1 v r1 = u1 tg α1 = 9 × tg15o = 2,41
α1 s
u1 9 m
u1 w1 = = = 9,32
cos α1 cos15o s

Na saída
1720 m
v2 w2 u 2 = πnd 2 = π × × 0,25 = 22,51
vr2 60 s
vu2 α2 vr 2,41 m
v r2 = v r1 → v u 2 = u 2 − 2 = 22,51 − = 17,34
u2 tg α 2 tg 25o s
v r2 2,41 m
w2 = = = 5,70
sen α 2 sen 25o s
m
v 2 = v u 2 + v r2 = 17,342 + 2,412 = 17,51
s
b) vu 2 u 2 17,34 × 22,51
H t∞ = = = 39,8 m
g 9,8

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