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Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3

Cadernos PDE

I
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
REDESCOBRINDO A HISTÓRIA LOCAL: CULTURA E
IDENTIDADE DE MORADORES DO DISTRITO ALTO DO
AMPARO/ MUNICÍPIO DE TIBAGI-PARANÁ

Dircéia Aparecida Eidam1


Rosângela Maria Silva Petuba2

RESUMO:
O artigo pauta-se em apresentar um estudo que teve como viés a história local e a valorização
da memória pela história oral. Essa construção pedagógica criou condições de aprendizagem
concreta que envolveu os estudantes agindo como pesquisadores e conhecedores de sua cultura
e identidade local. Ao envolver-se no trabalho como um historiador resultou-se nas entrevistas e
puderam interagir com a história e observar a produção de uma fonte histórica. O artigo tem por
objetivo exibir os resultados da intervenção pedagógica e apresenta reflexões a partir de
pesquisas com estudantes do primeiro ano do Ensino Médio. Foi desenvolvido no Colégio
Estadual do Campo Baldomero Bittencourt Taques, Distrito Alto do Amparo no Município de
Tibagi – PR. Os resultados alcançados com essa pesquisa corroboram o estudo da História Local
e utilização de fontes orais em sala, permitindo aos jovens alunos reconhecerem-se como
integrantes da sociedade e valorizando sua identidade local.
Palavras chave: Fontes orais; História local; memória; identidade.

INTRODUÇÃO
Muitas são as discussões em torno do ensino de história, a respeito dos
conteúdos a serem priorizados e aprendidos de maneira satisfatória, parte-se a
priori do estudo com a História Local e Regional na disciplina de História.
Ao inserir o estudo da História Local no ensino de História, cria-se a
oportunidade para o aluno conhecer a história do seu bairro e da sua cidade,
além de, reconhecer-se como indivíduo integrante do lugar em que mora
gerando o sentimento de pertença ao grupo. Pois quem valoriza o lugar em que
mora, conhece sua comunidade, identifica-se com o local e o valoriza.
Neste contexto, explorar algumas lacunas deixadas pelas diretrizes de
ensino, torna-se imprescindível para um bom educador estimular os alunos a

1 Professora PDE/2014 SEED/PR – Licenciada em História (UEPG)1991; Especialista em


História e Sociedade: Novas Tendências e Abordagens (UEPG)1998; Especialista em Gestão
da Educação do Campo (FACEL)2013.
2 Professora Doutora Adjunta do Departamento de História da Universidade Estadual de Ponta

Grossa
uma atividade prática em relação às aulas expositivas e uso de livros didáticos.
As mudanças devem ocorrer no âmbito educacional para que o aluno sinta-se
inserido dentro das transformações sociais, ou seja não veja o mundo como
telespectador.
Diante dessa necessidade de se buscar atividades que despertem o
interesse dos alunos para a interação e consequente socialização dos mesmos,
surge a perspectiva de problematizar:- Como a história oral pode contribuir com
o despertar para o resgate de sua cultura local sem a negação do seu passado
histórico?
O artigo tem por objetivo exibir os resultados da intervenção pedagógica
e apresenta reflexões a partir de estudos com estudantes do primeiro ano do
Ensino Médio. Foi desenvolvido no Colégio Estadual do Campo Baldomero
Bittencourt Taques, Distrito Alto do Amparo no Município de Tibagi – PR.
O Projeto de Intervenção vem com o viés da metodologia da História Oral,
e se propõe a discutir temas como História Local e Memória, almeja mediar aos
alunos o acesso ao conhecimento, e ponderações sobre a história local e
compreender as transformações regionais. A reflexão objetiva levar o estudante
a registrar pelo trabalho de produção de fontes orais os modos de vida das
pessoas do campo e como construíram sua vida e contribuíram com essa
comunidade. Tem ainda a intenção de fazer com que o jovem valorize e admire
a sabedoria/conhecimento, a experiência e a memória dos mais velhos,
demonstrando como se expressam, como se relacionam.
Desde a antiguidade as tradições eram passadas de pai para filho,
aplicando a oralidade e memória, uma vez que não utilizava da escrita, como
forma de registro de sua história. Trabalhar a história oral e memória permite ao
aluno a chance de fundamentar as relações entre fatos, conceitos, para um dado
social ou cultural, vindo a apreender através de sua comunidade e
contextualizando sobre tema, percebendo-os a partir de diferentes pontos de
vista. Parafraseando Veyne “a história é a filha da memória”, coloca-se como
ponto de partida a compreensão do espaço onde vive, transforma-se em cidadão
e cria condições para atuação coletiva na preservação da memória.

HISTÓRIA LOCAL
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (9394/96) e os Parâmetros
Curriculares Nacionais (1998) contemplam que os sistemas de ensino devam
partir do local de vivência, permitindo ao aluno a construção de sua identidade
bem como a propiciá-lo um estímulo sobre “a leitura atenta da realidade local,
regional e mundial, da qual podem se perceber horizontes, tendências e
possibilidades de desenvolvimento”, (LDB p. 49), a fim de preparar os mesmos
para a participação e vivência na sociedade moderna.
Ainda sobre essa referência as Diretrizes Curriculares da Educação
Básica do Estado do Paraná de História (2008 p.71), diz:- “O estudo das histórias
locais é uma opção metodológica, que enriquece e inova a relação de conteúdo
a serem abordados, além de promover busca de produções historiográficas
diversas[...], as histórias locais permitem a investigação da região ou dos lugares
onde os alunos vivem [...]
Sobre a Educação Básica do Campo a LDB (9394/96, p. 44), pontua
novamente “a identidade da escola do campo é definida pela sua vinculação com
as questões inerentes à sua realidade, ancorando-se na temporalidade e
saberes próprios dos estudantes, na memória coletiva[...]”
As Diretrizes Curriculares da Educação Básica de História, do Estado do
Paraná, (DCEs p.21) entende “a escola como espaço de confronto entre
conhecimentos sistematizados e os conhecimentos do cotidiano popular”.
A inclusão de sua cultura nos currículos escolares se dá por aspectos que
abarcam desde políticas públicas para a educação bem como, a aproximação
do professor com o aluno e sua realidade por meio de situações
problematizadoras.
A modernização do campo e as suas tecnologias omitiram as práticas do
mesmo, seus saberes, seus conhecimentos que implicam numa relação entre
pessoas e o local em que vivem.

A crença que a função da escola é transmitir o saber socialmente


construído hoje está sendo revisto não superada. Não se trata de
superar o direito de todo ser humano ao saber socialmente construído,
a cultura de vida, a herança cultural. Trata de que isso passou a ser um
slogan, que precisa ser mais trabalhado, mais pesquisado. Até onde os
saberes escolares são saberes construídos ou apenas parte e até filtram
esse saber construído? Até onde há seletividade dessa construção? Até
onde em nome do direito aos saberes escolares, negamos os saberes
construídos? Até onde são saberes mais mortos do que vivos?
(ARROYO, 2006; p.111)
A sala de aula é um espaço de manifestações sociais e culturais, pessoas
com sua própria identidade, que possuem suas representações e interpretações
do social. O jovem aluno se reconhece ao mesmo tempo semelhante e diferente
do outro e de quem compõe a sociedade, reflita sobre o espaço em que vive. As
DCES da Educação do campo do Estado do Paraná afirmam que a
Cultura e identidade são dois conceitos que podem ser
problematizados a partir da identificação da trajetória de vida dos
alunos, da caracterização das práticas socioculturais vividas na
comunidade onde a escola está localizada, da análise das relações
sociais vividas no ambiente familiar, comunitário e de trabalho. É
importante que os aspectos da realidade constituam apenas o ponto
de vista, pois o ponto de chegada depende da inserção de conteúdos
devidamente selecionados, que junto a uma seleção de outros
materiais, sejam livros, jornais, documentários etc., possam exercer os
alunos no exercício na reflexão e produção de conhecimentos. ( p.33)

Os conhecimentos obtidos com a pesquisa da História Local levam alunos


a perceberem e darem significação a outros assuntos construídos no passado;
a incluir as realidades históricas de seu bairro e perceberem que elas não se dão
de forma isoladas, mas como parte do processo histórico no qual os indivíduos
reconhecem suas identidades culturais e sociais.
As escolas multisseriadas, isto é, os alunos de 1ª a 4ª série estudavam
juntos com uma mesma professora. Assim muitas pessoas obtiveram seus
estudos, neste modelo de escola que é de caráter nacional, ou seja fizeram parte
de muitas vidas, inclusive no próprio Distrito de Amparo presenciada até cerca
do ano 2000. A entrevistada 5 relata sobre o formato e dinâmica da sala.
Segundo ela,

Daí eram as quatro séries numa sala só, dividia o quadro negro,
passava pra uns, pra outros... E todos estudavam muito bem (…)
Naquele tempo não havia uma conversa dentro da sala de aula (...) O
material, a gente levava em pacotes de trigo e em pacotes de açúcar.
Não é como hoje que querem as melhores mochilas, daí levava e não
reclamava; aquilo que levava tava de bom tamanho.

Outra pesquisa coletada pelos alunos também referencia esse período da


Educação Brasileira, diz a entrevistada 6:

Ah, eu estudei até a quarta série, ia na escola a pé, que ficava a dois
quilômetros de casa, era um professor que dava aula para as quatro
classes, numa escolinha de madeira, as carteiras eram todas de... A
gente sentava de dois alunos em cada carteira. Naquela época o
professor morava longe não tinha como fazer lanche na escola, então
ele trazia da casa dele e os alunos iam encontrando na estrada e ia
ajudando levar a panela de merenda, as vezes era sopa, as vezes era
macarrão, as vezes era arroz doce, mas a gente levava na mão a
panela, cada um pegava numa alça.”

Nesse sentido, inquietações sobre a Educação do Campo surgiram, tendo


por base os princípios das diretrizes, organizou-se o II Caderno Temático sobre
a Educação do Campo que faz referência sobre o conhecimento na memória e
no cotidiano da comunidade, e ressalta:
Investigar a comunidade é um exercício que pode revelar um conjunto
de características, elementos da vida cotidiana, que quando articulado
com os conteúdos escolares podem contribuir muito para valorizar as
especificidades locais do sujeito do campo, suas manifestações
políticas, culturais, econômicas e socioambientais, tornando-os
protagonistas do processo educativo. (p.67)

O aluno entende melhor a sua comunidade e passa a valorizá-la, e cria


um sentimento de pertencimento bem como identifica e unifica a sua
compreensão de que todos somos agentes construtores da história.

Por que História Oral?


As fontes orais são contribuições que refletem a construção de luta das
pessoas que trazem na sua memória as suas emoções; parafraseando a obra
de Alessandro Portelli ao se fazer um trabalho com a História Oral é sempre estar
“tentando aprender um pouquinho.”
A concepção de História Oral, segundo Alessandro Portelli aponta qual é
o sujeito narrador que se tem interesse de investigar através do uso desta
metodologia:
[...] desejamos ouvir aqueles que não foram ouvidos – as
pessoas comuns, os trabalhadores, os pobres e os
marginalizados, os homossexuais, os negros, as mulheres, os
colonizados. Em nossa área de atuação, a voz de todos esses
indivíduos, isolados e obscuros – e, sem exceção, muito
especiais –, é igualmente importante e necessária. (PORTELLI,
1997, p.18)

O que se apresenta na fala de Portelli foi o intuito do projeto de intervenção


em mostrar que os sujeitos do campo, estão repletos de memória, de
experiências para que possamos compreender as pessoas mais velhas,
pequenos agricultores, sitiantes, assentados e que suas experiências trazem
consigo significados de vida que são desconhecidos e merecem ser ouvidos.
[...] antes de nos perguntarmos o que fazer com a História Oral,
creio que deveríamos indagar: para que a fazemos. Minha
impressão é a de que a fazemos, antes de mais nada, para nós
mesmos, motivados pelo desejo e pela necessidade de “tentar
aprender um pouquinho” e de “conseguir com que as pessoas
[nos] contem histórias”. (PORTELLI, 1997, p.29)

De acordo com KHOURY (2001, p. 84)


As fontes orais são únicas e significativas por causa de seu enredo, ou
seja, do caminho no qual os materiais da história são organizados
pelos narradores para conta-la. Por meio dessa organização, cada
narrador dá uma interpretação da realidade e situa nela a si mesmo e
aos outros e é nesse sentido que as fontes orais se tornam
significativas para nós.

No filme “Narradores de Javé” (Direção e Roteiro de Eliane Caffé, 2004,


Brasil), é abordado essa questão da fala e de uma disputa entre a história oficial
e aqueles excluídos dessa história, constituindo uma analogia entre a oralidade
e a escrita. Para escrever um documento "científico", Biá (personagem do filme),
inicia as entrevistas que se apresentam em cinco versões diferentes. Os
personagens se contradizem, e Biá se vê diante da difícil tarefa de analisar as
versões e escrever a história.
Toda fonte oral é construída pelo historiador. As narrativas contadas são
suas memórias. O papel do historiador é fazer a reflexão, que são essas
discussões sobre o que está estudando: identidade, campo, cidade, o social,
educação, costumes, etc., em suma o trabalho com entrevistas requer muita
interpretação e reflexão.
Os alunos ao interpretarem as entrevistas puderam observar sobre um
determinado assunto, onde cada entrevistado falou a sua verdade, o seu ponto
de vista, ao perguntar-se sobre a dança de São Gonçalo isso foi constatado,
Entrevistado 3- “Eu era festeiro. Essa festa eu dancei muito. Tinha o
altar e os santos, com dois violeiros tocando a Ave Maria. Um rodeava
os homens em torno do altar e outro rodeava as mulheres. Tocando e
cantando”.
Entrevistado 4 – “A dança de São Gonçalo, quando chegava o dia.
Primeiro saía a reza na casa da Romaria, depois que terminava a reza,
daí fazia uma quadrilha de homem numa parede e de mulher na outra
parede, aí era nós para tocar e tocava na frente do altar e as pessoas
ia dançando lá e beijando o altar.”
Entrevistado 2- “É era da romaria. Vi só uma vez.”

Certeau (2011, p. 204) afirma que, “a cultura popular, determinada por seu
oposto, é oral, mas a oralidade se torna outra coisa a partir do momento em que
o escrito não é mais o “símbolo”, mas a “cifra" e instrumento de um “fazer a
história”.
Enquanto estamos em sala de aula, somos enriquecidos pelo sistema.
Olhamos para o passado como algo acabado. Ao levar pessoas para falar com
alunos para contar sobre algum fato do passado suscita troca de gerações, visto
como a função do professor de história.
Portelli (2014, p.300) coloca que, “Não importa o quanto falemos sobre
nós historiadores que lidam com relatos orais, a própria tecnologia de nosso
trabalho é transformar o oral em palavra escrita, congelar material fluido em um
momento arbitrário no tempo”.
Estes autores consideram que o trabalho com a História oral possibilita
uma escrita do outro, para produzir uma inscrição da realidade. O projeto de
intervenção realizado, desenvolveu essa escuta de pessoas da comunidade,
realizada pelos alunos e que os mesmos puderam observar as experiências e
memórias através da oralidade.
Maurice Halbwachs nos diz quanto ao funcionamento da memória: “que
são palavras e ideias que o indivíduo não inventou, mas que o toma emprestado
de seu ambiente.” Esse fragmento oferece uma concepção desse autor que a
memória é uma lembrança viva, presente na vida dos sujeitos e do coletivo, pois
reconstruímos o passado a partir de nossa própria cultura
Antes de começar as entrevistas, os alunos assistiram ao filme:
“Narradores de Javé”, a fim de observar a tese que os autores nos expõem. No
filme os moradores da Vale de Javé decidem escrever a história da cidade, com
o objetivo de transformá-la em patrimônio histórico e preservá-la. A necessidade
de escrever um documento "científico", leva Biá, personagem do filme a iniciar
suas entrevistas com alguns moradores antigos, tentando reescrever a história
de Vale de Javé.
Os alunos não se reconhecem nos tempos, pois para eles tudo é presente.
Quando na cena do filme o personagem Biá provoca a população andando de
costas, é no intuito de interpretarmos que damos as costas ao vivido e olhamos
para o novo o tecnológico.
Le Goff (2003, p. 469) afirma que: “a memória é um elemento essencial
do que se costuma chamar identidade, individual ou coletiva, cuja busca é uma
das atividades fundamentais dos indivíduos e das sociedades de hoje[...]”.
O entrevistado ao expor às suas reminiscências, transmite o que para ele
há de mais significativo, por mais simples que nos pareça o seu discurso.
O que se observa ao discutir as entrevistas, é que sempre trazem eventos
desconhecidos de eventos conhecidos, as pessoas entrevistadas exprimem o
que queriam fazer e não fizeram, Portelli (1997, p. 31) afirma:- “o precioso
elemento que as fontes orais tem sobre o historiador, e nenhuma outra possui
em medida igual é a subjetividade do expositor”.
Podemos exemplificar essa exposição sobre um acontecimento ocorrido
no Estado do Paraná no ano de 1963 em que era habitual a prática de fazer
queimadas nos campos para iniciar o plantio das roças. Tudo se agravou com
as geadas que ocorreram naquele ano em que o mato seco foi abrasado pelo
fogo; isso foi arrasando várias regiões, queimando matas, campos, lavouras e
instalações rurais.
Eu ajudei a apagar o fogo. Muitas pessoas se machucaram. Morreram
assim, nesse lugar(...)A gente apagava o fogo aqui (mostrava
apontando uma certa distância); podia olhar por baixo do mato. Daí já
se pegava o fogo; e daí a gente enxergava e tinha que ir cavoucar em
volta de onde saía fumaça e socava dentro da terra. Nesse lugar só
perto de sapé, os paiol, os rancho. E aí pegava fogo fácil. ...No paiol
que eu parava lá, era um subidão, tudo seco, desde a beira (estrada).
E eu vá água em cima. O capim ia enrolando, fumaceando. Não deixei
pegar fogo. (Entrevistado 3)

Salvatici (2005, p.33) aborda: “[...] a subjetividade de fontes orais passou


a ser vista muito mais como um sinal de força, um indício vital para a modificação
da consciência histórica, do que uma fraqueza intrínseca.”
As pessoas ao narrarem suas histórias de maneiras diferentes ou
contraditórias é um processo de subjetividade, em que as pessoas passam as
suas verdades como identidades, pertencimentos, sentimentos e lutas. É uma
força que traz à tona sonhos ou expectativas, como se moldasse a realidade das
pessoas como parte do processo histórico.
Durante uma Unidade da Intervenção Pedagógica, trabalhou-se com o
texto História, Memória e Imaginação: Gilda e seus príncipes, Professor Antônio
Montenegro, que vem conjecturar justamente essa subjetividade. O
questionamento reflexivo aos alunos foi: - Gilda reconstrói as lembranças
daquele período projetando o trabalho como única referência. Ao colocar o
trabalho na centralidade do assunto, está carregado de sinais do presente, de
quem conseguiu escapar da exploração do trabalho rural. Afinal nossa
rememoração do passado é informada pelo presente, pelas novas experiências
acumuladas. Nossa percepção do presente e as lembranças do passado estão
marcadas pelas nossas histórias cotidianas, que são sempre individuais e
coletivas.
Essa identidade de um grupo social está em transformação nas
sociedades modernas, Hall (2011 p.13.) “considera esse processo de identidade
como resultado da ação do sujeito pós-moderno, misto de diferentes identidades,
repetidas vezes até contraditórias, como consequência do processo de
globalização”.
Torna-se imprescindível pesquisar os elementos culturais, que no
passado norteava a vida comum dos grupos. Observar as sociedades
contemporâneas com lucidez dentro desses conceitos é importante na medida
em que nos auxiliam a compreender como os agentes históricos se constituem
e como constituem relações entre si e em qualquer sociedade. A aprendizagem
escolar e também aprendizagem cultural do aluno será de grande valia, porque
estará em contato com seus entrevistados, obtendo aprendizagem informal e
porque não dizer também formal, num papel de pesquisador. É interessante
levantar reflexões e discussões com nossos estudantes, motivando-os para que
possam preservar sua história local.
Um novo olhar para sua comunidade valorizando os mais velhos e
contextualizando regional e nacionalmente supõe os alunos pensarem a história
de seu local, colocando-os como sujeitos da história, pois eles não se veem
como construtores por isso não valorizam sua identidade. Percebe que os
testemunhos das pessoas que viveram em certa época, atravessaram
conjunturas sociais, econômicas e políticas diferentes do contemporâneo, seu
testemunho tem um importância histórica; menciona Bosi:
Na maior parte das vezes, lembrar não é reviver, mas refazer,
reconstruir, repensar, com imagens e ideias de hoje, as
experiências do passado.” A memória não é sonho, é trabalho.”
[...] Por mais nítida que nos pareça as lembranças de um fato
antigo, ela não é a mesma imagem que experimentamos na
infância porque nós não somos os mesmos de então e porque
nossa percepção alterou-se e, com ela, nossas ideias, nossos
juízos de realidade e de valor. O simples fato de lembrar o
passado, no presente, exclui a identidade entre as imagens de
um e de outro, e propõe a sua diferença em termos de ponto de
vista. (BOSI,1994, p.55)

A História Oral segundo Portelli possibilita fazer uma história “das coisas
que aconteceram e as que tivessem acontecido”; quando isso acontece baliza-
se certos acontecimentos e durante as conversas muitas realidades são trazidas
à tona e isso se apodera de um elemento constitutivo da memória.

Cultura
É interessante levantar reflexões e discussões com nossos estudantes
motivando-os para que possam pensar para preservar sua história local; a
aprendizagem escolar é diferente da aprendizagem cultural do nosso aluno.
Assim diz Burke (2008 p. 69), o “cultural” distingue-se da história
intelectual, sugerindo uma ênfase em mentalidades, suposições e sentimentos
e não ideias ou sistemas de pensamento. (...) “A história intelectual, é mais séria
e precisa, enquanto a caçula é mais vaga, contudo também mais imaginativa”.
Ainda conforme Burke, ao falar de cultura material. “valorizamos os
aspectos simbólicos de alimentos, roupas e habitações”, para isso ele cita
Norbert Elias, que dedicou à história do garfo e do lenço. Num contexto de
mudanças culturais, a história oral contribui para evitar que aspectos importantes
se absorvam, aí o fato da preocupação antropológica com o cotidiano e com as
sociedades.
Outra fonte recolhida pelos alunos que podemos conferir essa
preocupação com o cotidiano é quando perguntam como funcionava o comércio
e o entrevistado 4 responde:

Troca de mercadoria, tinha bastante coisa crioulo. Comprava alguma


coisa só, era bodega, nem era armazém o nome. Levava milho vender,
feijão vender, porco vender pra comprar o que não tinha na casa. Coisa
de casa levava pra trocar no comércio.

Completa Burke (2008 p.46) “estamos a caminho da história cultural de


tudo: sonhos, comida, emoções, viagem, memória, gesto. Humor, exames e
assim por diante.” Continuando sua fala sobre cultura popular, que é algo
estudado há muito tempo, cita as perspectivas de Edward Tylor, ao apresentar
uma definição sobre cultura:” tomada em seu sentido etnográfico amplo, como o
todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, lei, costume e outras
aptidões e hábitos adquiridos pelo homem dentro da sociedade”. (p.43)
Ainda nesse viés cultural destacamos, algumas falas que foram
privilegiadas pelas narrativas de memória elaboradas pelas pessoas moradoras
do Distrito Alto do Amparo, que alunos escolheram como seus entrevistados;
essas narrativas nos dão algumas pistas para entender essas exposições sobre
cultura e os sentidos e sensibilidades envolvidos na experiência no presente e
no passado, e na construção da identidade cultural.
No universo de curiosidades dos alunos é questionado como era o
namoro, das entrevistas realizadas destacaram-se:
Ele andava caçando num dia de sábado. Eu sondei ele pelo buraquinho
da peia da janela, A mãe dele falou para mim que tinha um filho que
queria casar, mas ela que ia arrumar uma namorada pra ele. Daí
arrumou eu. Mas se ele tiver guria que não se estorve comigo. Não,
mas não tem, não tem. (Entrevistada 2)

O namoro é que nem eu te falei: a namorada aqui (apontava um lugar),


o noivo como lá no freezer- (apontando outro lugar). (Risos) É um bem
longe do outro. (Entrevistada 4).

De acordo com os relatos é possível pontuar os arranjos de casamentos


que eram feitos entre as famílias, bem como aquele relacionamento mais
distante, mais vigiado e se propondo ao casamento.
Nos relatos dos depoimentos pesquisados pelos alunos em muitos
trechos é trazido na lembrança o maneira como as roupas eram lavadas,
chocando-se com a questão vivenciada pelos jovens na atualidade. Assim a
entrevistada 6 conta:

Eu mesma lavava na casa da minha mãe lavava a roupa no rio, longe


da casa. Era a metade de um tambor com uma esfregadeira dentro,
uma biquinha despejando a água, e era assim que a gente lavava, e a
água tava sempre limpinha.

Essas palavras expressam o vivido, de maneira simples que se


transforma na riqueza da experiência que vem a contribuir para a dinâmica e a
valorização da história educacional em nosso país.

Relato da implementação
A implementação do Projeto: “Redescobrindo a História Local: Cultura e
Identidade de moradores do Distrito Alto do Amparo, Município de
Tibagi/Paraná”, foi desenvolvida no Colégio Estadual do Campo Baldomero
Bittencourt Taques - Ensino Fundamental e Médio.
O projeto idealizado teve por objetivos levar alunos a se interessarem pela
história local e também mostrar-lhes a ação do historiador, então optou-se pela
história oral. Os alunos escolhidos foram 1º ano do Ensino Médio porque a
localidade em que o Colégio está inserido é do campo, e os mesmos poderiam
ter mais facilidade para realizar saídas tanto para o colégio como para as
entrevistas e também por se tratarem de alunos mais maduros.
Ao ser elaborada a produção didática pedagógica e por se tratar de Ensino
Médio, a vertente foi aprofundar sobre a História Oral com textos e discussões
em sala de aula.
O estudo para o início do trabalho procedeu de uma releitura do local.
Com a primeira atividade intitulada (Re) conhecendo a História do Distrito Alto
do Amparo, foram realizadas leituras e uma roda de conversa nas quais expôs
curiosidades históricas sobre o local, como por exemplo a passagem em 1521
de D’Alvar Nuñes Cabeza da Vaca, conhecido como o andarilho da América,
cruzou as terras do Amparo; essas terras também houveram presença de
sesmarias, inclusive três lotes entregues a sesmeiro para trabalhar na terra, ao
qual compõe terras do Distrito Alto do Amparo. Percebeu-se o interesse dos
alunos pelo assunto. O texto descrito no projeto de intervenção é de um trabalho
de monografia efetuado por mim para um curso de pós graduação (Novas
Tendências e Abordagens), descrevi como foi o trabalho para obter as “Fontes
Históricas”, como é feito o trabalho do historiador e a seriedade para se levantar
informações e construir a história, a busca por registros, ou seja de informações,
sendo um instrumento as entrevistas, enfim nessa acepção se constitui fontes
históricas.
Muitos objetos foram trazidos para fazer uma análise e discussão sobre
os tipos de fontes e classificá-las, como apresentado na foto 1
Foto 1 – Trabalho com fontes históricas.

Fonte: EIDAM, 2015.


Na segunda atividade trabalhou-se com os textos sobre Fontes Orais
mediando-os com as lembranças dos próprios alunos de quando eram menores,
até o momento. A roda de conversa obtida com os alunos trouxe muitos temas
à tona, enquanto um expunha sua fala outro já lembrava de outro fato importante
na sua vida, algumas dessas exposições eram bem alegres outras tinham o peso
da tristeza. E desse viés pode-se partir para a reflexão que somos todos,
instituidores, daquilo que a cada dia vivemos como história. Somos
determinantes no decurso da nossa história.
Em outra atividade ainda relacionada a história do aluno, os mesmos
foram conversar, entrevistar os pais ou responsáveis e elaborar um texto sobre
quando eram bebês, crianças menores. Assim de acordo com as atividades
realizadas foram sendo analisados diversos assuntos e explicações sobre a
oralidade dentro da história bem como na vida dos próprios alunos, por exemplo
as cantigas de roda, as histórias infantis contadas à eles quando menores, os
tipos de brincadeiras, fatos que acharam interessantes de sua infância, tudo isso
para que percebessem a oralidade presente em suas vidas.
Foi proposto um novo texto para estudo: “História, memória e
imaginação: Gilda e seus príncipes” do professor Antônio Montenegro,
percebeu-se uma complexidade de conceitos abstratos e a dificuldade do aluno
em entender que a pessoa ao ser entrevistada ela parte do presente. Nessa
relação da memória ao voltar ao passado, “os seus relatos se apresentam como
uma janela da sociedade” a pessoa questiona suas experiências vividas e dá um
novo significado para o momento presente, “a memória individual e coletiva
alinham-se de maneira inseparável”. Isso recupera a identidade.
Este momento do trabalho em mostrar essa vertente que é abstrata para
o aluno foi mais exaustivo. Ainda com a discussão sobre o texto relacionou-se
como a história de Gilda se assemelha com de outras moças, e quantos aspectos
poderiam ser estudados a partir do processo histórico vivido por ela – trabalho
infantil, mentalidades, mulher brasileira, economia e sociedade brasileira nos
anos 1980.
Na sequência, o uso do filme “Narradores de Javé” como material didático
deixou o conceito de história oral mais acessível. O filme sintetizou muitas das
dúvidas dos alunos. Discutiu-se termos ligados a identidade local. De uma
maneira geral ficou mais visível aos alunos o trabalho do historiador em busca
de informações, bem como a consideração pelo conhecimento popular, de que
somos todos construtores da história. A busca de conhecimento com diversas
abordagens, ou pontos de vista.
Através de atividades relacionadas ao filme tentou verificar a linguagem
apreendida dentro dos termos históricos e a visão revelada pelo aluno de como
ele estava percebendo a história, sempre dialogando e procurando falar da
realidade vivida.
Foto 2 – Produção de cartazes.

Fonte: EIDAM, 2015.


Depois sobreveio o conceito dos excluídos na história; e o trabalho foi
realizado com clipes musicais, (Cidadão; Obrigado ao Homem do Campo; Couro
de boi). Nessa atividade dividiu-se os alunos em três equipes que assistiram
separadamente os clipes e realizaram a elaboração dos cartazes.
A seguir cada equipe exibiu o clipe musical, expôs o cartaz e fizeram sua
explanação sobre a importância de cada um, como sujeitos da história.
E por fim a metodologia da história oral, a elaboração de questões para
as entrevistas, como agir no momento do encontro: ser educado, atencioso, não
interromper quando o entrevistado está falando, oportunizar sempre que o
mesmo continue contando sobre suas memórias.
As entrevistas sucederam-se a partir do momento em que escolheram os
seus entrevistados, na maioria avós dos alunos; estes explicaram o projeto e
pediram autorização para gravar a entrevista e utilizá-la para fins didáticos.
Os entrevistados se dispuseram a dar as entrevistas, participaram das
conversas, assinaram o termo de cessão pessoa física para pessoa física, a
única restrição foi ao pedir o número do documento, alguns argumentaram se
era realmente preciso, pois tinham medo de perder aposentadoria, ou algum
benefício, alegaram número de documento a gente não entrega. Os alunos
efetuaram a entrevista. Os entrevistados cederam suas entrevistas e fotos, bem
como foi pedido aos pais o uso de imagem dos alunos durante seus trabalhos
no projeto, assinando o mesmo termo de cessão.
As entrevistas foram realizadas em equipes, num total de 09 (nove
entrevistas), em média a duração das entrevistas foram de 10 minutos. As
citações das entrevistas realizadas pelos alunos e contempladas nesse artigo
perfaz o uso de pseudônimos:- entrevistado 1; entrevistado 2; etc., devido ao
registro exposto acima.
No momento da transcrição tornou-se difícil a reunião com todos, pois
devido ao período de chuvas e a distância das casa dos alunos, houve um certo
acomodamento. Ocorreu a transcrição, algumas no colégio, e outras os próprios
alunos realizaram em suas casas nos seus próprios computadores.
Pela maneira que os alunos chegavam contando sobre as entrevistas eles
aprenderam com essas experiências ouvidas, comentavam que a pessoa
entrevistada relatou sobre um fato que a professora contou na aula de história.
Perceberam que as informações obtidas relacionavam com a de seus colegas.
Retomando a informação do filme de Javé, como as histórias se assemelham, e
que o ofício do historiador também é ter essa percepção de análise.
Eis aqui um ponto estimulante dentro da produção, foi observado que
alunos puderam interagir com histórias e observar a produção de uma fonte
histórica.
Foto 3 – Produção Entrevistas Foto 4 – Etapas do Projeto.

Fonte: EIDAM, 2015.


Fonte: EIDAM, 2015.

Considerações Finais
Nos deparamos todos os dias com um sombrio fato de que os nossos
alunos não conhecem a sua realidade. Não estou falando de assuntos distante,
mas de realidade próxima. Os alunos ignoram a história de sua família, suas
origens, identidades, contextos de vivência. Vamos mais além, não conhecem a
história de sua comunidade, município, estado.
Na perspectiva de uma avaliação da Implementação da Produção
Didático Pedagógica realizada com alunos foi proporcionada o trabalho com
fontes orais. Embora tenha sido um ano atípico em relação a Educação do
Paraná, neste ano de 2015, os resultados esperados poderiam ter sido mais
significativos. A base norteadora desde o início dos primeiros projetos partiu-se
da frase de Leon Tólstoi:- “Se queres ser universal, fala da tua aldeia.” A
Disciplina de História possibilita esse desenvolvimento consciente do aluno,
percebido isso principalmente quando alunos entrevistaram familiares e compôs-
se a partir de então estima advinda da vivência e experiências por ele passados
com outros sujeitos ativos no meio em que habitam.
Ao iniciar o projeto pretendeu-se abordar a História Local com busca de
novas fontes. Essas fontes seriam através de entrevistas com moradores da
região em que os alunos agiriam como historiadores.
As ações desenvolvidas com textos, músicas, filmes e muito diálogo abriu
os olhos para uma nova visão de que a história não é feita por grandes heróis,
mas pelo cotidiano das pessoas, ou seja, por simples gestos e atitudes,
comprovando que cada um é construtor da história por meio de suas próprias
histórias.
Ao ouvir as entrevistas trazidas pelos alunos foi percebido que o em
alguns casos ele agia de forma imediatista, logo que uma resposta acabava não
a explorava mais, como por exemplo, conte mais um pouco. Partia-se logo a
próxima pergunta. Mas o próprio entrevistado em muitos momentos notava que
era pertinente dar mais explicações e continuava o relato. O aprimoramento de
como se realiza uma pesquisa a transcreve para produzir uma inscrição da
realidade, foi aprendido. O projeto de intervenção realizado, desenvolveu essa
escuta de pessoas da comunidade, realizada pelos alunos e que os mesmos
puderam observar as experiências e memórias através da oralidade. A proposta
de intervenção pedagógica na escola, apontou que é possível realizar projetos
que contribuam para romper a lógica reproduzida nos livros didáticos, bem como
é uma proposta executável no resgate de tradições culturais a partir da História
Local.

Fontes: Entrevistas Orais


Entrevistado 1: Entrevista concedida as alunas Maria de Fatima Ribeiro e Camila
dos Santos Zbozne, sob orientação da Professora PDE/2014 Dircéia Aparecida
Eidam em 08 de julho de 2015
Entrevistado 2: Entrevista concedida aos alunos Anderson Huchak de Morais e
Thiago dos Santos, sob orientação da Professora PDE/2014 Dircéia Aparecida
Eidam em 07 de julho de 2015
Entrevistado 3: Entrevista concedida aos alunos Anderson Huchak de Morais e
Thiago dos Santos, sob orientação da Professora PDE/2014 Dircéia Aparecida
Eidam em 07 de julho de 2015
Entrevistado 4: Entrevista concedida aos alunos Paola, Suelen Rosa de Lima e
Isaac, sob orientação da Professora PDE/2014 Dircéia Aparecida Eidam em 21
de julho de 2015
Entrevistado 5: Entrevista concedida a aluna Mireile Nascimento, sob orientação
da Professora PDE/2014 Dircéia Aparecida Eidam em 01 de julho de 2015
Entrevistado 6: Entrevista concedida a aluna Mayara Gabrielle Mendes, sob
orientação da Professora PDE/2014 Dircéia Aparecida Eidam em 04 de julho de
2015
REFERÊNCIAS

ARROYO, Miguel: FERNANDES, Bernardo M. A Educação Básica e o


Movimento Social do Campo. Vol. 2. Brasília. BF: articulação nacional por
uma educação básica do campo, 1999.

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Zahar, 2008. 215p.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução Tomaz


Tadeu da Silva e Guaracira Lopes Louro. 11. ed., 1ª reimp. Rio de Janeiro:
DP&A, 2011. 102p.

MONTENEGRO, Antônio Torres. História, Memória e Imaginação: Gilda e seus


príncipes Revista Nossa História, Ano 1, nº 8, junho de 2004, editada pela
Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro. P. 76-79

KHOURY, Yara Aun. Muitas memórias, outras histórias: cultura e o sujeito na


história. In: FENELON, Déa Ribeiro et. al. (orgs). Muitas Memórias, Outras
Histórias. São Paulo: Olho d’ Água, 2004.

PARANÁ. II Caderno Temático da Educação do Campo/ Secretaria de Estado


da Educação. Superintendência da Educação. Coordenação da Educação do
Campo – Curitiba: SEED, 2009. 193p.

PORTELLI, Alessandro. O momento da minha vida. As funções do tempo na


História Oral. In: FENELON, Déa Ribeiro et. al. (orgs). Muitas memórias, outras
histórias. São Paulo: Olho d’água, 2014. pp. 296-313.

_______. Tentando aprender um pouquinho: algumas reflexões sobre a ética na


história oral. Projeto História, nº15, p.13-49, São Paulo.abr.1997

_______. O que faz a história oral diferente. Projeto História. Revista do


Programa de Estudos Pós-Graduados de História. v. 14, 1997.

SALVATICI, Silvia, “Memórias de Gênero: reflexões sobre história oral de


mulheres”, In: História Oral, vol.08, nº1, p.29-42, jan./jun.2005

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