Curso de Direito
Maceió
2017
MÁRIO JORGE CORDEIRO BARBOSA
Maceió
2017
MÁRIO JORGE CORDEIRO BARBOSA
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Banca Examinadora:
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Maceió
2017
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, e o que
seria de mim sem a fé que nele tenho. Aos meus
pais Amaro Benedito Ângelo Barbosa e Débora de
Jesus Cordeiro, irmãos, amigos e toda minha família
que comigo caminharam e contribuíram para que
chegasse essa fase de minha vida. Dedico também
aos professores da UNINASSAU, obrigado pelo
carinho, a paciência e capacidade de cada um em
especial que me acompanhou durante o curso.
Agradeço aos companheiros de viagem de Maragogi
à Maceió nesses cincos anos de luta.
AGRADECIMENTOS
Agradeço por todo amor e apoio dos meus pais, Amaro Benedito Ângelo
Barbosa e Debora de jesus Cordeiro Barbosa, aos meus irmãos e toda minha
família, pessoas da qual posso contar em todo momento da minha vida.
Aos meus amigos que de uma forma ou de outra, fizeram parte da minha
formação. Em especial meus amigos Bhrendson Mário Campos Lima, Marciel da
Silva Nascimento e Thallys Italo Campos.
O presente trabalho de conclusão de curso (TCC), fala sobre a lei 11.340/06 que
vessa e os reflexos aos transexuais em decorrência de sua aplicabilidade. Com um
breve relato sobre identidade de gênero, e a firmação do reconhecimento do registro
civil e a cirurgia de redesignação sexual. Procura-se também uma interpretação da
legislação penal a luz dos princípios constitucionais. Por omissão legislativa a
respeito, atualmente tem sido alvo de grandes polêmicas, tornando intenso o debate
no ordenamento jurídico e sendo alvo de múltiplas interpretações. Isso porque a
legislação vigente deixa lacunas para as mais variadas interpretações doutrinaria.
INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 8
1 RECONHECIMENTO DA IDENTIDADE DE GÊNERO NA LEGISLAÇÃO
BRASILEIRA ......................................................................................................... 9
1.1 Breve histórico ................................................................................................. 9
1.2 Conceito de Transexual ................................................................................ 12
1.3 Lei maria da penha e os tipos de violência de gênero................................. 13
1.4 A condição da mulher e mudanças na estrutura .......................................... 16
1.5 Distinção entre gênero e sexo e sua relação com o transexual. ................. 17
2- O TRANSEXUAL FRENTE AOS PRINCIPIOS CONSTITUCIONAL. .......... 18
2.1.1 Principio da dignidade da pessoa humana ............................................... 18
2.1.2 Princípio da igualdade................................................................................ 20
2.1.3 Principio da Cidadania ............................................................................... 21
2.1.4 Princípio da autonomia .............................................................................. 22
3-TRATAMENTO JUDICIAL E LACUNA LEGILATIVA AOS TRANSEXUAIS23
3.1. Decisões dos Tribunais ................................................................................ 23
3.1.2 Do registro civil ........................................................................................... 26
3.2 Ausência de um amparo legal na legislação brasileira ............................... 28
3.3 Analogia ao cenário internacional................................................................. 29
CONCLUSÃO...................................................................................................... 32
REFERÊNCIA ..................................................................................................... 34
8
INTRODUÇÃO
3MASSARO, Jonas. Somos grupo de afirmação gay (LGBT), 2016. Disponível em: <
https://parada24.wordpress.com/2016/11/13/grupo-somos-primeiro-grupo-de-afirmacao-gay-
lgbt-no-brasil/ >; acesso em: 08 de setembro de 2017.
4DINIZ, Regina Bauer Diniz. Manifestação na arte contemporânea,2009- Salvador Bahia
5ALVEZ, Joyce Amâncio de Aquino 2009. Identidade de gênero. Movimentos sociais pela
Art. 5º. “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no pais a inviolabilidade do direito à vida, a liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos na sociedade e que todos são
iguais perante a Lei”.
6FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Tradução de Luiz Felipe Baeta Neves. 4. ed. Rio
de Janeiro: Forense Universitária, 1993, p. 116.
7Constituição da República Federativa do Brasil DE 1988. Planalto Disponível em;<
p.223.
10KLABIN, Aracy Augusta Leme. Aspectos Jurídicos do Transexualíssimo. In Revista da
11RODRIGUES, Silvio. Direito civil: volume 6. 27ª Ed. Saraiva, 2002, p. 109)
12Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Organização dos Estados Americanos,
Relatório Anual 2000, Relatório 54/01, CASO 12.051 MARIA DA PENHA MAIA FERNANDES
BRASIL 4 de abril de 2001. Disponível em:< http://www.compromissoeatitude.org.br/wp-
content/uploads/2012/08/OEA_CIDH_relatorio54_2001_casoMariadaPenha.pdf> Acesso em:
10 de outubro de 2017.
13OLIVEIRA, Glenda Felix. SANTOS, João Diógenes Ferreira. O transexual e a concretização
da identidade real. Artigo publicado nos anais do XI colóquio pedagógico, São Paulo 2011, p.
36.
14
14CUNHA, Rogério Sanches. PINTO, Ronaldo Batista. Violência doméstica: Lei Maria da
Penha (Lei 11.340/06). Comentado artigo por artigo. São Paulo: RT, 2007.p. 24.
15
15DAY. Vivian Peres. Violência doméstica e suas diferentes manifestações. Revista Psiquiatra.
Rio Grade do Sul vol.25 Porto Alegre 2003, p.1;
16CERQUEIRA, Daniel COELHO, Danilo de Santa Cruz. Estupro no Brasil uma radiografia
O transexual vive angustiado, pois se torna infeliz pela vida dupla que
vive, decorrente de sua não-identificação sexual, e [...] vive uma
situação do sexo oposto ao seu natural. Se é homem, vive (ou gosta
de viver) como mulher; veste-se como mulher, pensa como mulher,
quer integrar-se socialmente como mulher. Se mulher, vive (ou
gostaria de viver) como homem; veste-se como homem, pensa como
homem, que integrar-se socialmente como homem18.
Para Maranhão,
18ARAUJO, Luiz Alberto David. A Proteção Constitucional do Transexual. São Paulo: Saraiva,
2000, p.58
19MARANHÃO, Odon Ramos. Curso Básico de Medicina Legal. 8ª Ed. Ver. E ampl. São Paulo:
combate à violência doméstica e familiar contra a mulher. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2012, P.71-72.
24MORAES, Germana Oliveira, PEIXOTO, Francisco Davi Fernandes. O Biodireito através do
A referida lei tem por objetivo torna visível à violência contra a mulher,
embora o reconhecimento do direito dos transexuais, serem socialmente
tratados com preconceito, é direito da pessoa transexual, sendo assegurado
respeito diante suas escolhas, ou seja, sua identidade, a fins de proteger das
injustiças sofridas pela sociedade.
30KANT, Immanuel. Crítica da Razão Pura. 5ª Edição. Trad.: Manuela Pinto e Alexandre Morujão. Lisboa:
Fundação Calouste Gulbenkian, 2001.
31FERREIRA, Vinicius de Almeida. Aplicabilidade da Lei Maria da Penha em favor dos
33MACEDO, Fausto. Tribunal manda aplicar Lei Maria da Penha para Transexual. São Paulo:
Blog Fausto Macedo, 2015. Disponível em: < http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-
macedo> Acesso em: 25 de Agosto de 2017.
34MIGALHAS, Lei Maria da Penha pode ser aplicada em favor do transexual. Migalhas, 2016.
36HYPPENEES. Transexuais e travestis passam a ser protegidas pela Lei Maria da Penha. São
Paulo: Hyppenees, 2016. Disponível em: < http://www.hypeness.com.br/2016/08/transexuais-e-
travestis-passam-a-ser-protegidos-pela-lei-maria-da-penha/ > Acesso em 05 de setembro de
2017.
37FERREIRA, Vinicius de Almeida. Aplicabilidade da Lei Maria da Penha em favor dos
em: https://professoraalice.jusbrasil.com.br/artigos/121814113/aplicacao-da-lei-maria-da-
penha-a-transexual > Acesso em: 13 de setembro de 2017.
39CURCINO, Naiôn. Em decisão inédita, Justiça concede medida protetiva a transexual de
combate à violência doméstica e familiar contra a mulher. São Paulo: Revista dos
Tribunais,2012, p.13)
41CARTOLO, Cassia. O conceito de gênero. 2013 Disponível em;<
http://www.uel.br/revistas/ssrevista/c_v3n2_genero.htm >acesso em 30 de setembro de 2017.
42BRASIL. Supremo tribunal de Justiça. Disponível em: <
http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=transexual&&b=ACOR&thesaurus=JURI
DICO&p=true> acesso em 07 de outubro de 2017.
27
assegurar a plena efetivação de seus direitos, visto que sua situação jurídica
não corresponde a sua nova situação fática como alguém de sexo oposto45.
É notório afronta direta aos princípios fundamentais, uma vez que não
há uma posição da legislação para o firmamento em face da regularização do
registro civil para os transexuais, que por muitas das vezes estão
impossibilitados de exercerem funções na vida civil, sendo inaceitável essa
situação aceita por um país signatário e exemplo de coibição a discriminação.
É necessária a distinção do transexual e o que está dentro de sua esfera de
conceituação se enquadrando em tantas outras denominações existentes.
Disponível em:<https://arpen-sp.jusbrasil.com.br/noticias/2574446/lei-portuguesa-autoriza-
transsexuais-a-alterar-o-nome-e-o-sexo-no-cartorio-sem-necessidade-de-recorrer-a-justica >
acesso em : 05 de setembro de 2017.
51ALINE, Beatriz. identidade de gênero. Disponível em: <
https://apidentidade.wordpress.com/2016/03/15/lei-de-identidade-de-genero-o-que-mudou-em-
cinco-anos/ acesso em: 04 de outubro de 2017.
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Para exercício desse direitos, alei não exige nenhum tipo de atestado
médico, não pede que sejam formados comitês de biotecnia,
tampouco admite condicionamento entre um direito e outro. Para que
isso ocorra, a lei desarticula e condena qualquer ato que perturbe,
obstaculize, negue ou prejudique qualquer um dos direitos contidos
nela, considerando tais ações práticas discriminatórias54.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIA
BRASIL, Câmara dos deputados. Projeto de lei nº 500/2013. Disponível em: <
DINIS, Maria Helena. O estado atual do Biodireito. São Paulo: Saraiva, 2001.
p.223.
36
WYLLYS, Jean. Tempo Bom, Tempo Ruim: Identidades, Políticas e Afetos. São
Paulo: Paralela. 2014.