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Ruídos da Memória
"Há nove anos comeceia lutar por uma escolapara deficientes au-
ditivos em Diadema. Antes eu estavasó na minha luta, que era arru-
mar um lugar para o meu filho. Eu lutava só e não conseguia.Meu
filho é deficiente auditivo e geralmentevocê enxergaapenaso seu
lado, só pensanele. Quando ele ia fazer sete anos eu descobri que
havia um grupo de mãeslutando por uma escolade educaçãoespe-
cial em Diadema, mas eu morava e trabalhava em São Paulo, não
tinha tempo. Quando descobri isto, fui atrás.Fizemosuma pesqui-
sa e o grupo de surdos era grande... Levamosa proposta para a câ-
mara e ela foi aprovada,mas não tínhamos lugar, nem quem fizesse
a escola.Aí trouxeram a Cidinha, pedagogae o Tuto, fonoaudiólogo.
Não entendíamoscomo apenasduaspessoaspoderiam fazer a esco-
la. Mas elestinham um grupo de pais... a pessoaldo Departamen-
to de obras precisavado lugar e essegrupo acabou encontrando o
aterro com três carasde uma obra com uma pá e enxadae pergun-
tamos o que estavamfazendo.Mas foi tão incrível! A escolafoi feita
com o coração.Em três ou quatro mesesela foi construída. Precisá-
vamos de um nome e um grupo queria alga {Benário}. Começa-
mos a estudar sua história e achamos que ela era parecida com a
nossa.Não como o sanguetodo que a alga teve, mas com o amor
que tínhamos pelos nossosfilhos e de quem precisasse.Mandamos
uma carta para o Luís Carlos Prestes,pedindo autorizaçãopara usar-
mos o nome de sua esposana Escola.Ele enviou um telegramanão
só autorizando, como também dando os parabéns e elogiando a
escolha.Veio pessoalmentena inauguração.Mandou novo telegra-
ma no dia do aniversáriode um ano da escola.
Quando nos colocamostodos na frente do alga, vimos que tínha-
mos uma equipe, estávamosprontos para trabalhar, um trabalho
diferente que iria modificar a vida de muita gente. Inclusive a mi-
nha. A partir daquele momento eu deixei de ser uma Elza e me
transformei na verdadeiraElza. Desdepequenaeu tinha o anseiode
fazermais, de não pensarsó em você mesma.Daí o que aconteceu?
Eu comeceia viver dentro de todos os movimentos, principalmente
os de saúde e educaçãoque tinha que brigar pelos deficientes. O
Olga centralizavaestaslutas e passoua ser conhecida como a escola
de deficientesde Diadema. Me tornei mãe do conselho,professora,
mãe de um monte de criançase até hoje tenho muitos netos que
não sãofilhos de meus filhos. Lutamos também por transporte, pela
qualidade do ensino. Não acho que todos os deficientes devemfre-
qüentar uma escola especial.Somente os surdos e os deficientes
mentais. A escolaatendeo ensino fundamental e tem não só o pro-
fessorque fez curso para surdos,masos outros que precisamseinte-
grar. Comecei a perceberque o futuro do país dependedascrianças
que estão aí. Se elas não tiverem educação,moradia, e saúdeade-
quadas,como vai ser o futuro daqui para a frente?"!
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Diadema nasceu na Grande ABC: História Retraspectiva da Cidade Vermelha
Os Bairros Principais
tempo histó- i
rico. A região, ,
dadas as proxi-
midadesdasvias
de acessocon- '
centraum com- i
plexo industrial k". w-
onde aYnilbra é
um exemplo.É uma empresaque pertencea um grupo nacionalde mútiplos
investimentos:Larbotec,em SantoAndré, Oiana em Rudge Ramos,Market
Center,Administraçãode Imóveis,Concessionárias deAutomóveis.Essegrupo
nasceuem RudgeRamosna antigaTecelagemSãoJoaquim, que é a denomi-
naçãodo grupo. A Inylbra estáinstaladahá 20 anosem Oiadema,possui900
funcionários,sendo200 mulherese 700 homens.A empresaocupa uma área
construída de 48 mil m2, comportando equipamentosde alta tecnologia,
desde1992, reduzindo com a robotização,metadeda mão-de-obraempre-
Diadema nasceu no Grande ABC: História Retrospectiva da Cidade Vermelha
No mesmo bairro,
está localizado o Tem-
plo da Deusa Kannon,
construído em 1952
pelo Monge Kanjun
Nomura, com ajuda da
comunidade japonesa
de Diadema. Conforme
a tradição, a Deusa
Kannon, foi descoberta
na fndia há quase2 mil
anos.Seuculto difundiu-se para o Japãoe a China, como um dos ramosdo
Budismo, no início do séculoVIII da Era Cristã. Nesteculto foi introduzida
a celebraçãopopular do fogo sagrado,que não pertenceraaosritos originais
da Deusa Kannon. Isto ocorreu depois da morte do Monge Suzuki, que
passavacom alunos sacerdotessobreas brasassem ser queimado.
Hoje, o monge Siba Kohozo assumiuo comando mantendo a tradição.
18 A comunidadejaponesainstalou-seem Diadema desde1929, com a chega-
da de Shim Iti Horita, para trabalhar de caseirona Chácarade Mashiti Doi.
Em 1939, Masheo Ino comprou um terreno para sededicar à agricultura.
Em 1940, foi fundado o Taperinha Golfe Clube por um grupo de 40 japo-
neses.O conjunto religioso da comunidade japonesaintegra o espaçoda
cidade de modo harmônico, uma vezque compõe com os demaisrepresen-
tando os cristãos,católicose evangélicos,umbandistasou do candomblé, a
diversidaderepresentativade uma cidadeque é ao mesmotempo uma refe-
rência identitária, masde modo efetivo pertencea uma comunidade global
representadapelos imigrantes e migrantes trabalhadoresque enfrentam as
desigualdadese a luta contra a exclusãosocial.
No Serraria,a Capelade NossaSenhoradasGraçasfoi construída pelos
filhos de Dona RuyceFerrazAlvim, atendendosuavontade expressaantes
de sua morte e inaugurada em 12 de junho de 1949, com a presençado
CardealArcebispo de São Paulo, D. Carlos Carmelo de VasconceloMota,
de Dona Leonor Mendes de Barros- primeira dama de São Paulo, de José
Fornari, prefeito de SãoBernardoe do ProfessorMiguel Reale.Dona Ruyce
Alvim, ao manifestara vontade dessahomenagem,fez com Queseusparen-
Diadema nasceu no Grande ASC: História Retrospectivo do Cidade Vermelho
tes doassem parte da área a ser ocupada, para a capela que tem dez metros
quadrados de área, um pequeno altar, com um oráculo para queima de velas
e orações. Ela é fechada e a Santa que está colocada num pedestal mede oito
metros de altura. Fica no centro de Diadema e aos fundos têm uma área
coberta com alguns bancos, hoje utilizados como parada de ônibus.
Na região central está a área de ocupação antiga, pouco preservada em
seus edifícios originais. Nela está todo o comércio, algumas praças, como a
Castelo Branco e a Praça da Moça, os corredores de tróleibus, os vários
serviços que ocuparam a região mais central e moradias. A cidade formou-
se sem planejamento não possuindo uma funcionalidade efetiva e por falta
de urbanismo, também impede aos moradores a vivência de um espaço
mais humanizado.
A Praça Castelo Branco, marco zero de Diadema, está construída entre
as avenidas Alda e Antônio Piranga, entre o calçadão e o tróleibus. Seu
primeiro nome foi Vila Conceição, relembrando o nome do primeiro
loteamento. Criada em 1948, foi remodelada em 1956. Na administração
de Lauro Michels, foi inaugurada em 1965, quando recebeu o nome atual.
Dentre as várias atividades comerciais destaca-se o Centro Empresarial 19
Diadema, único edifício que possui elevador no centro velho. Nela, um
conjunto de vendedores ambulantes e artistas oferecem aos transeuntes,
serviços, produtos e um pouco de lazer. Estes grupos de pessoasque fazem
apresentações públicas se destacam pela oralidade e expressão corporal para
atrair o público. As formas são criativas e apontam as raízes regionais de
uma cultura popular centradas nos repentes, no cordel, nas danças de roda
e nos desafios. A capoeira é constante, sendo conhecido na praça um grupo
de capoeira que também faz acrobacias. Circula também na praça, um índio
Parecí, da reserva de Parelheiros, vendendo suas plantas medicinais engarra-
fadaspara todos os tipos de doenças.Ele representaainda astradições ancestrais,
mas, ao mesmo tempo, a modernidade excludente. Em alguns momentos uti-
liza-se de microfone com um pequeno amplificador para atrair o público. Não
falta a figura do engraxate, com sua pequena caixa de madeira tentando limpar
os sapatosdos engravatadosque apressadamentecruzam o lugar.
No centro também encontra-se a polícia. Fica no prédio ocupado pela
primeira prefeitura, e circula pela praça, com o intuito de manter a ordem
numa cidade desordenada, Fica também nessa região a EEPG Francisco
Diadema nasceu no Grande ABC: História Ret~spectiv~_da Cidade Vermelha
Oaniel Trivinho, o antigo grupo escolar Vila Conceição. Ela foi aberta em
1929, numa casa particular, perto do Fórum para crianças filhas de lavra-
dores e carvoeiros. Em 1932 estava mais próxima do centro, ocupando os
vestiários do Campo de Futebol Vila Conceição. Em 1950, recebeu um espaço
onde está até hoje. Já se chamou Grupo Escolar Diadema, Grupo Escolar
João Rarnalho, Ginásio Estadual Senador Felinto Muller, Colégio Estadual
de Oiadema, Grupo Escolar Vila Élida. A história dessesnomes retratam a
conjuntura política e asvárias representaçõessociais desseespaçoeducacional.
Outro bairro importante da cidade é o Eldorado. Caracteriza-se por es-
tar incrustrado numa região de mananciais, entre as represas Billings e a
Guarapiranga. Sua paisagem urbana aponta o processo desordenado e desi-
gual das ocupações, com mansões e pequenas casasincrustradas nos mor-
ros. A malha urbana se intercala com a área de mananciais e uma vegetação
heterogênea. O bairro sofreu um aterro na área da represa, deslocando a
antiga Igreja Nossa Senhora dos Navegantes para a área central. A degrada-
ção ambiental é visível tanto nas encostas dos morros devido aos desmata-
mentos, como na beira da represa, onde o esgoto a céu aberto ainda faz
20 parte da paisagem, mesmo sendo cada vez mais presente a consciência
ambiental nos movimentos sociais da cidade.
Inicialmente o lugar foi ocupado para a instalação de sítios de lazer de
paulistas que se aproximavam da represa quando ainda era cartão-postal da
região. A chegada dessesocupantes introduziu o uso da represa para ativi-
dades náuticas e um conjunto de estaleiros foi aberto com a produção, o
conserto e a conservação dos barcos. Essa intensa atividade sem a corres-
pondente preservação
foi atraindo trabalhado-
res e usuários iniciando-
se o processo de degra-
dação. Ao longo das dé-
cadas de 1960 e 1970,
devido aos problemas
econômicos do país e os
processosinflacionários,
ampliados com a crise
do mila{!re de 1973.
~- ~ ~,~
Desindustrialização e Desemprego
A crise atingiu o
regimeautomotivo.
O diretor da regio-
nal do sindicato em
Oiadema, Antonio
Ribeiro dos Santos,
atribuiu o fecha-
mento da Kubota
também ao regime
automotivo, que
-" ,,-~ beneficiou as em-
presasinscritas no
programa de incentivos à exportação.A indústria de máquinas agrícolas
passavapor uma dasmais longascrisesde suahistória, num reflexodireto da
crisede rendaenfrentadapelosprodutoresagrícolas.Com vendasem queda,
a produção anual do setor de máquinas não atingia agora mais de 30 mil
unidades,ou seja,menosda metadedo que o setorfabricavana décadade 70.
Inauguram-se as Câmaras Setoriais como possibilidade de uma po- 27
lítica de planejamento e auto-defesa. Em 25 de fevereiro de 1997 a
imprensa noticia:
Demissõesfora de época
ocorreram no comércio e
nasfábricasde calçadose
no setor químico, en-
quanto trabalhadoresde
diversos segmentosesta-
vam entrando em férias
coletivas antes do Natal,
- -~C_,- movimento considerado
fora do normal. Para os
sindicalistas,fora tudo prenúncio do que seconfirmou no primeiro trimes-
tre de 1998, quando o nível de atividade ficou ainda mais fraco, foi um
período de demissões.
Na quarta-feira, dia 3, um dia após o anúncio oficial da proposta de
reduçãode jornada e salário feita pelaVolskwagemaosseus31 mil empre-
gados, 110 dos 500 funcionários da Fastplas,fábrica de pára-choquesde
automóveis localizada em Diadema, foram demitidos, segundo informa-
32 çõesdo Sindicato dos Químicos do ABC. "Não imaginamosque o reflexo
fosseser tão imediato", diz o presidente da entidade, Sérgio Novaes. No
mesmo dia, outras empresasprocuraram a diretoria do sindicato para son-
dar a possibilidadede um acordo nasbasespropostaspela Volks. "Nós não
vamos concordar", avisao sindicalista, resumindo uma posição comum a
várias entidadessindicais.
A disposiçãode resistênciados sindicalistasdependia,entretanto, do po-
tencial da realidadedasnegociaçõescom asempresas.Uma parcelaexpres-
siva do movimento sindical havia feito acordoscom reajustesinferiores à
inflação, uma cláusulaantesconsideradatabu. Levantamento do Departa-
mento lntersindical de Estatísticae EstudosSócio-econômicos(Dieese),em
316 sindicatos, mostra que 43% fizeram acordoscom cláusulade reajuste
inferior ao INPC, enquantooutros 43% conseguiramporcentuaissuperiores
à inflação dos últimos 12 meses."O desempregono ano de 1998 deveser
superior ao desteano", avaliavao diretor-técnico do Diese, SérgioMendon-
ça. Num quadro recessivo,o poder de negociaçãodos sindicatosdiminui.
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Diadema nasceu no Grande ABC: História Retrospectiva da Cidade Vermelha
sua rotina é ficar 10 horas por dia em frente a uma montadora de veícu-
los para tirar ao mês algo em torno de R$ 200,00 líquidos com a venda
dás bebidas.
Em mesesde calor,seuganho pode aumentar,masnão quando a prima-
vera e o verão estãocoincidindo com uma sucessãode férias coletivaspara
empregadosde quasetodas asgrandesempresasdo ABC. Seu m~do não é
mais o de ser demitida, como no passado,mas de não conseguirvender o
suficiente para viver, criar os filhos e repor estoques.Ou para tomar o ôni-
bus de casapara o ponto-de-vendaque conseguiuconquistar.
Quem chega na Volkswagen, em São Bernardo do Campo, encontra
hoje funcionários tensoscom a possibilidadede demissões.E encontra uma
outra categoria- a dos vendedoresque dependemdeles- ainda mais preo-
cupada. Essesex-funcionários de empresastornaram-se arrendatários de
barracasde bebidas,salgados,cigarros, docese quinquilharias importadas.
Mas amargamqueda grande de faturamento do passado.
O casalJoséde Souza,de 42 anos,ex-mecânicode manutençãoda extin-
ta CMTC, e RosemeireVasquesde Araújo, de 35, ex-cobradorade ônibus,
38 desistiu de procurar empregodesde1996. Com a ajuda da família, os dois
conseguiramarrendar o espaçoe passarama trabalhar das 5 horas à meia-
noite e meia, todos os dias, revezando-seno balcão.Os certificadosde qua-
lificação como mecânico, feitos na Scania e na Volvo, também de nada
serviram a ele, na hora de tentar recolocar-se.
Josée Rosemeirenão escondemo cansaçoe a frustraçãocom os ganhos.
Eles afirmam que ganham menos hoje, como microempresários,do que
quando eram empregados.Têm menos tempo para o descanso."É uma
grande ilusão querer ser o patrão de si mesmo", diz José.A esposaacalenta
um sonho que consideraimpossível:voltar a ter férias, 13° salário, Fundo
de Garantia e jornada de trabalho regular."Mas não acredito que um dia a
situaçãomelhore", conta.
Ex-gráfico, Matozinho Rodriguesde Paula,de 48 anos, estavaem 1998
há quatro anoscomo vendedor de lanchese bebidaspara metalúrgicos.Ele
foi demitido das últimas três empresasem que trabalhou, sempreem pro-
gramasde reduçãode custos.Também ele não acreditavaque voltaria um
dia a serempregado,a reconquistarseusdireitos perdidos.Segundodisse,o
medo do desempreeofoi substituído pelo medo do calote. Ele vende quase
Diadema nasceu!:!~G!~d!:ABC: História Retrospectiva da Cidade Vermelha
As aulas são ministradas nos mais diversos locais, incluindo bares, igrejas,
clubes, creches,sacolõese até na Cadeia Pública de Diadema, onde 51 detentos
freqüentam as sessões,que têm outros detentos com educadores. Segundo
Fonseca,cerca de 260 mil pessoasna região são analfabetas funcionais (sabem
apenasassinar o nome) ou têm baixa escolaridade. "Para atender às exigências
do mercado de trabalho, é preciso ler e escrever bem", observa ele.
Hoje 5.316 adultos assistem às aulas em 291 salas, ou núcleos, como são
chamadas. Das sete cidades da região - Santo André, São Bernardo do
51
Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande
da Serra-, apenasSãoCaetanodo Sul não estáintegrada ao programa. O
objetivo para este ano é triplicar o número de alunos, atingindo 15 mil
pessoasem 750 salas.
Notas
1 Elza Gomes Braga,depoimento colhido por Mary FerreiraLopes em 30-
03-1995 Salada SECEL - Diadema.
2Alaídesdos SantosGimenes,depoimento para Maria de Lourdes Ferreira,
01-04-1997- Centro de Memória de Diadema.
3 Folha de SãoPaulo, 21-06-1996. Matéria de Liliana Pinheiro
4 Folha de SãoPaulo -16-08-1996.
S2
5Idem, ibidem -16-09-1996.
6 Idem, idem, ibidem.
7 Idem, ibidem 23-09-1996.
8 Idem, idem, ibidem.
9Folha de SãoPaulo 23-09-97.
10 O Estadode SãoPaulo. 23-04-1997.
11 Idem, idem,ibidem.
12 O Estadode SãoPaulo. 25-07-1997.
13O Estadode SãoPaulo. 12-02-1998.
14Folha de SãoPaulo, 13-02-1998.
15Folha de SãoPaulo, 20 de janeiro de 1999.
16Folha de SãoPaulo, 26-09-1999.
17AgenciaEstado10-11-1999.
18Idem, ibidem.
19Idem, idem, ibidem.