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Pr oc edi de 13 New Yc the ata Suny Gree Ae, gn 20 ia. ‘dents de Cpa a Pia A (Cimon rid Em Sa ‘a Moar RCo Art Se 18 ora ‘as gm Th apna ete 3 Raskin Joh 1GI9-190D~ Cres efter. toe Bo, Mata Lai ne Sumario John Ruskin e as Sete Lampadas da Anquitetura~ Algumes Repercussdes no Brasil... 9 Maria Lucia Bressan Pinheiro A Lampada da Meméria .....6.00..2200006. 49 John Ruskin A Lampada da Memoria John Ruskin I. Entre as horas de sua vida que este escritor rememora com peculiar gratido — por terem sido mar cadas por mais do que a habitual plenitude de alegria ou clareza de ensinamento-, esté aquela passad, jé ha alguns anos, perto do momento do pir do sol, entre os macigos inegulares de floresta de pinheiros que orlam 0 ‘curso do Ain, sobre a aldeia de Champagnole, no Jura um lugar que tem toda a solenidade, mas nada da selvageria, dos Alpes; onde existe uma sensagio de um rande poder comecando # manifestar-se na terra, ¢ de uinta harmonia profunca ¢ majestosa no ascender das longas e baixas linhas das colinas de pinheiros: a pri- wins expressiio daquelas paderosas sinfonias das mon- tunhats, que logo se elevardo mais alto e se despedaca- 2 © Join Ruskin 20 de modo indomito contra as ameias dos Alpes. Mas a sua forca ainda esta contida: © os cumes distantes de montanhas pastorais se suceslem uns aos putres, como a fonga e suspirante ondulagdo que move éguas tanqui- las vindas de algum distante mar tempestuoso, E ex te uma profunda ternura perpassando aqucla vasta mo- notonia, As forgas destrutivas © a expresaiio severa di cadeias centrais encont Nenhun ou obstrutdo pela terra perturb a 1 se igualmente recolhi caminho de antign geleira suleadlo pela geada ias pastagens do Jura; nenhuma pitha estilhagada de escombros intezrum= s regulates de suas florestas; nenhum rio fue do ou palido, rasga seu percurso ride ive entre suas pedras. Pacientemente, redemoinko peas fil incheit por redemoinho, as elaras correntes verdejantes serpen- {eiam em seus Ieitos bem conhecidos; ¢ sob a quietude ‘escura los pinheiros impasstveis brota, ano apés ano, tall ‘quantidade de flores alegres como eu: nfo conhepo igual centre as béngfos da terra. Era primavera, também; ¢ to- das estavam desabrochando em cachos, apinhadas por avin espago para todas, mas elas imp savam suas folhas nas mais estranhas formas, apenas para ficarem mais préximas umas das outras. Havia a anémona dos hosques, estrela apéis estrela, agnapando-se aqui e ali em nebulosass e havia a oxalidea, tropa apis tropa, como as procissses virginais do Més de Muria, transhontando das escuras fendas vertieais na pedra cal- neve pesada, tocada pela hera nas ciria como se fos bordas — hera to delicadla e adordvel como a vinhas ¢ A Limp da Mera + 38 de vez em quando, um jono azul de violetas, e primulas com lugares ensolarados; © nos espagos mais abertos, a ervilhaca, 0 confrei, » mezeredio, ¢ o8 pequenos bot cor de safira da Poligala Alpina, ¢ 0 morang weia ou duas, tudo salpicado em sicio & macieva dourada do musgo de uma cor de émabar apenas uma floresees quente ¢ profunda, Eu entdo ating a beira do desfila- deiro: o murmério solene das suas dguas elevow-se su bitamente de baixo, misturado com a cungdo dos tordos entre os ramos de pinkeito; ¢, do outro lado do vale, que parecis emparedado por penhascos cinzentos de cal- ciirio, um gavito v a lentamente sobre os cimos, qua~ s€ 08 tocando com suas asas, com as sombras dos pi- nheiros adejando sobre a sua plumagem; mas com a esearpa de com bragas sob o seu peito, ¢ a8 pogass en- crespados do rio verde deslizando e cintilando vertigi- nosamente debaixo dete, suas bothas de espuma moven do-se com ele em seu voo. Seria dificil eonceber uma cena menos dependente de qualquer outro propésito do que de sua propria beleza séria ¢ erma; mas o autor se lembra bem do repentino vazio ¢ frieza que foram lan- ¢ados sobre ela quando tentou, para identficar mais pre= cisamente-as fon +s de sua magnificéneia, imagind-la por um momento como uma cena de salguma flores nativa do Novo Continente, As flores imediatamente perderam seu brilho, 0 rio a sua miisica; as colinas tor- hharam-se opressivamente desoladas; 0 peso dos ‘la floresta eseurecida mostrou quanto do sew poder an- terior dependera de uma vida que nio era sua; quanto SH + Jolu Ronkin dda gloria da immortal ~ ou continuamente renovada— criae 0 ¢ um reflexo de coisas mais preciosas do que ela para serem lembradas, em sua renovagao, Aquelas flo- res sempre a desabrochar e ribeivGes sempre « correr ‘inhatn sido tingidos pelas cores profundas da persistén= cia, do valore da virtude humanos; as ristas das colinas eseuras dlestucadas contra 0 eéu vespertino merecoram tama veneragdo mais profunda, porque suas sombras dis tantes se projetavam a leste sobre @ muralha de ferw de Jou, ¢ sobre a torre quadrada de Granson!. JL E como centralizadore ¢ protetora dessa influén- cia sagrada, que a Arquitetura deve ser eonsiderada por nds com a maior seriedade. N sem ela, ¢ orar sem ela, mas ndo podemos re sem ela, Como ¢ fria toda a historia, como é sem vida toda fantasia, comparada aquilo que « nagio viva es- podemos viver reve, € 0 mérmore incorruptivel ostenta! ~ quantas piiginas de registros duvidosos nao poderfamos nds dispensar, em troca de algumas pedras empilhadas tumas sobre as outrast A ambigao dos constratores da velha Babel vollava-se diretamente para esse mundo: ha apenas dois fortes vencedores do esquecimento dos homens, Poesia e Arquitetura; e a dltima de alguma forma inclui a primeira, ¢ 6 mais poderosa na sua rea- lidade: & bom ter ao alcance nio apenas o que 08 ho: 1, Aooenconr afer de Grams, Raskin eile mans oul rio, impreaondons de vues humana ~ imposes de ‘ceo encased a ates desl da Nev Cntvere ALinpalads Metra * 56 mens pensaram ¢ sentiram, mas © que suas mfos ma- nusearam, ¢ sua forga forjou, © sous olhos contem- plan, durante fds 0 dss de suns vides. época de Homero esté envolta em escuridao, sua pri personalidade, em davida, O mesmo nao aeontece com 4 época de Péricles: e esl préximo o dia em quo ns avitiremos ter aprendido mais sobre a Grécta através dos fragmentos exlacelados de aus eeculturns do quo de seus doces trovadores ow historiadores sokdados. i “Ee de fto houver algum proveto em facto ne 2 nosso conhecimento da passado, ou al- th guma alegria na ideia de sermos lem Brados no futuro, que possa fortalecer o exfogo presente, on dar alent & presente resignagdo, ha dois deveres em relagto & nossa arquitetura nacional euja importdncin & impossiel superestimar: o primeira, tornar @ arquitetura tua, histirien: @ segundo, preservar, como a mais pre- cosa de todas as herancas, aguela das épocas pasadas. TIL em rela es que a Memoria pode ser verdadeiramente co ada como a Sexta Lampada da Arquitetara; pois, umentais que os edificios dio a primeira dessas duas orienta jde- se tomarem memoriais ou mo civis ¢ domésticos atingem uma perdeigto verdadeira; ¢ isso em parte por eles serem, com tal intento, construt- dos de uma maneira mais sélida, e em parte por suas ecoragies serem consequentemente inspiradas por um significado histirico ou metalérico, S* fol Raskin Com relagdo aos edificios doméstieas, costuma dese sempre haver uma eerta limitaglo para intengdi tipo nos poderes, assim como nos coragiies, dos h mesmo assim s6 posso considerar como um mau pressé- so para um povo quando suas easas sao eonstrufdas para ddurar por uma geragao apenas. Existe uma santidade na casa de um homem de bem que nfo pode ser renovada, ‘em qualquer moradia levantada sobre ws suns runas;¢ eral mente, cles acredito que os homens honrados sentem isso, «que, tendo vivid suas vidas feliz ¢ honrad ficariam desgostosos, ao fim de seus dias, ao pensar que 0 lugar do seu domictlio terrestre, que testemunhou, ¢ pareceu mesino compartilhar, sua honra, suas alegrias, ‘com toda hist isas materials que ou seu sofrimmento, que esse luga que revelava deles, e de todas as is deixaram sua cles aimaram ¢ possuiram ,e sobre as quai arrasado, assim que houvesse lugar para cles no timulo; que nenhum respeito seria demonstrado para com tal lugar, nenhuma afeiedo conferida a ele, nenhum bem a ser extraido dele por seus filhos; que ‘embora hoavesse um momumento para eles na igreja, ndo havia nenhum monumento afetuoso em seu lar e mora din; que tudo 0 que sempre prezaram seria desdenhado, que os lugares que os abrigaram e confortaram seviam reduzidos a p. Eu penso que um homem de bem teme~ ria isso; ¢ que, mais ainda, um bom filho, um deseen- dente honrado, temeria fazer isso a casa de seu pai =~ Greio que, se 08 homens vivessem de Arana do pi foto como homens, suas casas seriam ALmpada da Mein © templos ~ templos que nés munca nos atrevertames a vio- lar, © que nos fariam sagrados se nos fosse permitida morarneles;e que deve haver wma estranha diswolugao do afeto natural, uma estranha ingratidéo para com tudo (que 05 lares propiciaram ¢ os pais ensinaram, uma estra~ nla conseitneia de que nés née foros fis a honra de nossos pais, ou de que as nossas préprias vidas nao sao dignas de wwrnar nossas moradias sagradas para nossos fihos, quiendo cada homem se resigna a construir para si priprio, ¢ para a curta duragdo de sua prépria vida ape- nas. £ olho para essas lastimdveis concregdes de cal ¢ ar- ila que brotam, precocemente embuloradas, dos campos comprimidos em volta da nossa capital — para essas cas- as finas, instdreis, sem. fundacaes, de lascas de madeira imitagdo de pedra; para essasfileiras esqudlidas de mes- ‘quinhe: formalizada, semelhantes sem diferenca e sem so- lidariedade, tao solidrias quanto similares ~ no apenas com a repugnaneia indiferente da visio ofendida, nao ‘apenas com pesar diante de uma paisagem profanada, ‘mas com wm penoso pressentimento de que as ratees de nossa grandeza nacional devem estar profundamente car- comidas quando elas estav assim tao frouxamente cra- radas em seu solo natal; de que essas habitagoes sem con: forto ¢ sem dignidade sao os sinais de um grande ¢ ‘rescente esptrito dle descontentamento popular; de que indicam um tempo em que a aspiracto de cada homem & star em qualquer esfera mais elerada do que aquela que the é natural, e que a vida passada de cada homem é seu ‘hjeto de despreso habitual; quando os homens constroem 58 + John Ruskin na esperanga de abandonar os lugares que construtras, € ivem na esperanga de esquecer os anos que vixeram: quan- do oconforto, a paz, a religiao do lar cessarain de ser sen tidos;e as habitagées apinhadas de uma popiulagto eom- bativa e inguieta s6 diferem das tendas dos érabes ou dos ciganos por serem menos saudlavelmente abertas aos ares do én, ¢porsua menos feliz escolha de seu lugar na terra; pelo seu sacrificin da liberdade sem o ganko do repouso, ¢ da cstabilidade sem o prvilégio da mudanca, IV. Esse nao é um mal insignificante, sem conse- é ameagador, infeceiaso, ¢ fértil em outros Quando os homens aio amam seus quéncias exros ¢ ifort Jares, nem reverenciam 2 soleira de suas portas, 6 um n aambos, e de que munea se sinal de que desonrar deram conta da verdadeira universalidade daquele caulto cristo que deveria de fato superar a idolatria do pagiio, mas no sua devogio, Nosso Deus é um Deus do lar, tanto quanto do eéu; Ele tem um altar na mora~ da de cada homem; que os homens estejam atentos 1a Ievianamente e jogarem fora quando destrutre suas cinzas, Nao € uma questio de mero deleite visual, do 6 questo de orgulho intelectual, ou de capricho sofisticado ¢ exftica, a maneira como, € com qual as= peeto de durabilidade e de perfaigho, as construcies domésticas de uma nagio devem ser erguidas. E um daqueles deveres morais que nfo deve ser negligen- npumemente — porque sua percepedo de ia sutilmente afinada e equi ciado mais pende de uma conse A Lamy da temic © 59 Hibrada—, 0 de construir nossas moradias com cuidado, paciéneia ¢ amor, e perfeicda diligente, com vistas & sua duragdo ao menos por um perfuda tal que, no eurso possutse supor que perdu- re até a completa alteracao de diregdo dos interesses Tocais. Isso, no mfnimo; mas ser em todas as insliincias possfveis, os homens constr priprias casas numa escula mais compativel com sua situacao inieial, do que com suas realizagies ao final de sua carreira mundana; © 9 trufssem-nas para durar tanto quanto se pode esperar que dure a mais robusta cobra humana; registrando para set ilhos © que eles foram, © de onde ~ se isso Ihes tiver sido permitido cles ascenderam, F quando as casas forem assim cons ‘bufdas, poderemos ter aquela verdadeira arquitetura doméstica, que di origem a todas as outras, que nao desdenha tratar com respeito ¢ consideragto a pequena hhabitagdo, tanto quanto a grande, ¢ que investe com a dignidade da humanidade satisfeita a estreiteza das cireunstaneias mundanas®, 2, Bm aus sstobiopata Practrta, Haskin afma ceo te ida sa builds mode rs evtag) a ca nei de a alin po que seer pfein asm fm sua primeitaviagen 2 Neg, tte a confirma de beferneics dante dara ral te rei, w chal pin (Sees ‘ts “exculpide cet afte aco pa agra dia compo, radu, nel & somes do pine annua era ancestral fem we tara sem staat, na pay da beers vies ap ‘eligi. Ver exeorioe publics cat David Carer, Bugland and he Aesthtes: Biography oad Tate, Amsterdam G40 Ai la 1997, pp. 296 51K. da ons, © ohn Raskin ¥, Considero esse espftito de autodomfnio nobre, la sabedoria da vida orgulhoso € pacifico, essa pli satisfeita, como provavelmente uma das maiores fontes de grande poder intelectual de todas as épocas €, sex dévida, a fonte primordial da grande arquitetura da velha Itélia e da Franca. Até hoje, a atragito de suas mais belas cidades reside nfo na viqueza isolada de seus paldcios, mas na decoragdo requintada ¢ euida- dosa das menores moradias de seus perfodos de maior cesplendor. A mais elaborada pega de arquitetura em Veneza € uma pequens ensa no comego do Grande Canal, consistindo de um piso térreo e dois andares snperiores, com trés janelas no primeito piso e duas no segundo, Muitos dos mais refinados edificios se encontram nos eanais mais estreitos, ¢ no t@m di- mensdes maiores. Uma das mais interessantes pecas dda arquitetura do séeulo XV no Norte da Ttilia é uma pequena casa numa rua secundiria, atrés da praga do mercado de Vicenza; ostenta a data de 1481, ¢ o ema A n'est rose sans épine!; também possui apenas um piso térreo ¢ dois andares, com trés janelas em cada, sepa- rados por uma riea decoragio floral, e com balcdes, 0 central sustentado por uma guia com asas abertas, 08 Iaterais por grifos alndos apoiados em cornucépias. 8 idein de que uma casa precisa ser grande para poder ser bem construtda é de origem inteiramente moderna, tom paralelo na ideia de que nenhuma pintura pode 3, Frm francs org Nao Ad sn sm ein, (Na) A ampaie ds Mersiia © 61 ser histdrica, exceto se seu tamanko admitir figuras maiores do que o natural, VI. Gostaria, enlio, que nossas casas de moradia usvais fossem construfdas para durar ¢ construfdas para serem elas; tdo ricas e cheias dle atrativo quanto possivel, por dentro e por fora; com qual gruu de melhanca entre si em estilo e maneira, diroi em breve, fem outro t6pieo"; mas, de todas as formas, com dife- rengas tais que estejam de acordo com, e expressem, © caniter © veupagdo de cada homem, e parte de sua hist6ria, Kase direito sobre a moradia, creio, pertence a seu primeiro constnutor ¢ deve ser respeitado por seus filhos; seria desejavel deixar pedras sem inscrigo em determinadlos lugares, para nelas inscrever um resumo de sua vida ¢ sua experiéneia, elevando assim a habi« taco a uma espécie de monumento, desenvolvendo, de forma mais sistematicamente educativa, aquele bom costume ha muito universal, € que ainda permanece entre alguns dos suicos e alemies, de reconhecer a raga de Deus na permissio para construire possuir um refigio sereno, em palavras tao doces que podem bem concluir nossa mengio a tais coisas, Copiei-as da fachada de um chalé consteufdo recentemente nas pastagens verdes que descem da aldeia de Grindelwald para a geleiva inferior: 4 0 sent € retomade pur Ruskin no cop sepuinte, "A Linde du Dhedieei", esperiaimente ees VE VL €@ + fd Renkin Mi herslchen Vertrauen Heat Johannes Mooter und Maria Rubi Dieses Baus bauen lassen. Deer lebe Gott woll wns hewahren Nor allem Unglick und Gefalren, index i Segen lassen sich, Auf der Reise ducch diese Jammersit Nach dem himmlischen Paradise, Wo alle Frommen woken, Dawid Got sie belabnen, Mit der Friedenskrone Zu alle Bwigheit VII. Em edificios piblicos a intengtio histories de- veria ser ainda mais precisa. Uma das vantagens da ar quitetura gétiea ~ uso o termo gético no sentido mais amplo de oposigo genérica ao cléssico ~ é que ela ad mite uma riquezs de registros totalmente ilimitada, Suas decoragGes escultérieas minuciosas ¢ milltiplas proporeionam meios de expressar, seja simbéliea ou li teralmente, tudo 0 que precisa ser conhevido do senti- mento ou das realizagies da naclo. Mais deeoragao, de fato, ser requorida do que ¢ preciso para tao elevado fim; © muito, mesmo nos perfodos mais austeros, foi deixado a liberdade de imaginacao, ou constituin de 1, Limi origi “Com aftunearefiang fJalimnes voter © Mara Rabi Foetam comin eta eas, /Quera noes ama Des hus posrgre De tad infil pein, / E manta [cas] engenda/Na-sigen aos deste wae de giao Puasa c= Teste nde bia todo poy La Deas eres Cam eos dp, Port eteraidade”-(N- dT que agate Paul [Rui e Luria Becker Capena peta tlugo do tex lems A Linge da Metin + 68 eras repetigdes de algum sfmbolo ou emblema nacio- nal, f entretanto, geralmente insensato abdicar do poder e do privilégio da variedade que o espirito da arquitetura gética admite, mesmo em meros ornamen- tos de superficie; mais sinda em elementos importan- les — capitéis de eolunas ou pedras-chave',e frisos, e, naturalmente, em todos os baixos-relevos visiveis. E, preferivel a obra mais nude que conta uma histéria ou registra um fato, do que a mais rica sem significado. Nao se deveria colocar um ‘nico omamento em gran des edificios cfvicos, sem alguma intengio intelectual. A representacao real da histéria tem modernos, impedida por uma dificuldade, banal de fiato, mas permanente; a da vestimenta indéeil: toda via, através de um tratamento imaginative sufieiente- mente corajoso, ¢ franco uso dos simbolos, todos esses ‘obstéculos podem ser vencidoss talvez niio no grau ne~ ccessério para produzir eseultura satisfstéria por si 36, mas de qualquer modo para habilité-la a tornar-se um srandioso ¢ expressivo elemento da. composiglo arqui~ tern em tempos -a. Considezemos, por exemplo, o tratamento dos 6, Usualmente radu por rlovo, on ossagem, apalorra botox inalnenteenpeegada aqui 6 definide com 0 sipiicado expectcn ‘de pedta-chave por Augustus Welly Noethmore Pusn, em The Tue Principles of Pointed or Christan Archvseture, Landan, Hemry 6, Balin, 1858, p. 6. (8 da T} Norn, urmanapeable comune. Ao que tee, mu cunteats dete pagal, Rikin we efor dicldade = tat nica quanto apes ‘va dos eauloresconepidinan soe note das pas © onejoments (Vda T) Gt + Dobe Ruskin capitéis do palicio ducal em Veneza. A histiria, propria- rent dita, fora efetivamente confiada aos pintores de set interior, mas cada capitel de suas arcadas foi carregado de significado. Aquele grande ~ a pedra angular do con- junto, prisimo & entrada ~, foi dedicado a simbolizar a Justign Abstrata; sobre ele encontra-se uma escultura do Julgamento de Salomio, notivel pela bela submissaio de 0 decorativa. As figuras, se 0 tema fosse unicamente composto por elas, teriam inter- seu ralamento 2 sua inte rompido de modo insbil a linha do Angulo, ¢ diminutdo sua forga aparente; por iss0 no meio delas, inteiramente sem relagdo com clas, ¢ exatamente entre o carrasco e a inde suplicante, irrompe-o troneo rugoso de uma volumosa devore, que reforya ¢ continua ofuste da coluna do Angulo, cujas folhas acima dominam e enriquecem 0 conjunto. 0 ceapitel, abaixo, porta entre sua folhagem uma figura entronizada da Justiga, Trajano fazendo justiga & vidva, Aristtel atualmente irreconheciveis devido a deteriorngao. Os che die legge’, & um ox dois person: capitéis seguintes representam sucessivamente as vir- tudes e os vicios, mantenedores ou destruidores da pax ¢ do poder nacionais, terminando com a a inserigdo Fides optima in Deo est. Vé-se uma f ura do outro lado do capitel, adorando o sol. Depais nes tia no ons etal tee qu de Te set do A vena, que mista, Te agra Lis ico ¢ Simona Sa pres esclarecimento) esque fr A Lampada Mensa» desses, um ou dois capitéis #80 decorados de modo imaginoso com péssuros (Prancha 5), e, entio, vem ums série representando, primeiro as varias fruta, a seguir os trajes nacionais, ¢, por fim, o8 animais dos vivios estados sujeitos ao dominio de Veneza. ‘VILL Agora, para nao falar de outros ediffcios pibli- cos mais importantes, imaxinemos a nossa propria India House adomada dessa maneita, com escultura simbéliea ou histrica: macigamente construida, para comegats de- pois esculpida com baixos-relevos sobee nossas hatalhas indianas, e omada com entalhes de folhagem oriental, ou com incrustagies de pedras orientais; os mais importan- tes clementas de sua decoragdo compostus de grupos dat vida e da paisagem indianas, destacando de modo proe- minente os fantasmas do eulto hindu em sua submissio & Cruz, Nao seria uma tal obra melhor do que mil historias? Se, entretanto, nfio possusrmos a inventividade necessé- © que constitu’ provavel~ mente uma das mais nobres desculpas que nés podlemos: ria para tais esforgos, ou se oferecer para nossa deficiéneia em tais assuntos~ temos menos prazer em falar sobre n6s préprios, mesmo através dlo marmore, da que as nagées continentais, pelo menos nao tems deseulpa para qualquer falta de zelo nos as- peetos que asseguram a durabilidade do edificio. Como essa questio é de grande interesse em suas relagies Ho a escola das vérias formas de decoragio, ser rio abordi-la com certo detalhe. 65 + Jon Ruskin IX. Os cuidados ¢ propésitos benevolentes das mas- sas homanas raromente 20 estendem pura além da sua propria geraedo, Elas podem olhar para a posteridade como wma audiéncia, podem esperar por sua atencao, e trabalhar para sev Touvor: podem eonfiar em seu re~ conhecimento de méritos uté entdo desapereebidos, © exigir sua justiga pelos erros contemporineos. Mas tudo isso & mero egoismo € niio envolve o menor res peito ou consideragiio pelos interesses daqules eujo riimero incluiriamos com prazer no efreulo de nossos aduladores, ¢ cuja autoridade nés de bom geado invo- ‘carfamos em defesa de reivindicacies ora contestadas, A ideia de autorrenincia em nome da Ihnen ame re |P0Seridade, de praticarhaje a eono- inioiase tia em nome de credores que ainda rato nasceram, de plantar flaestas em euja sonra pas- sam viver nossos descendentes, ou de construir cidades para serem habitadas por futuras nagies, nunca, ereio ets inclui-se de fato entre os motivos de empenho publicamente reconkecidos. Todavia, esses nao deixam de ser nossos de~ teres; nem serd nosso quinhao sobre a terra adequadamen- te mantido, seo excopo de nosso pretendido e deliberado proveito nil ineluir apenas as compandheros, mas também. ‘0s suessores de nossa peregrinagio. Deus nos emprestou a terra para a nossa vidas é uma grande responsabilidade, Ela pertence tanto aqueles que vrao depois de nds, e eujos nonies jd esta eseritos no livro da eriagdo, como a mis: e nto temos direito, por qualquer coisa que fagamas or negligenciemos, de envolvé-las em prejuzos desnecessd~ Adampads da Meira 67 rios, ou privd-los de beneficios eujo legado nos compete. E isso tanto mais, porque constitui uma das condigies preseritas do trabalho kumano que a plenitude da fruta seja proporcional ao tempo transcorrido entre o plantio das sementes ¢ a colheita; e que geralmente, portanto, quanto ‘mais dstante coloearmos nossa meta, e quanto menos as- pirarmos 0 testemuntar, és mesmas,o resultado tle nosso trabatho, tanto mais abrangente ¢ rica serd a medida do nosso sucesso. Os homens ndio sao capuzes de beneficiar aaqueles que estto com eles tanto quanto podem beneficiar os que vito depois deles; de todos as rlpitos a partir das quai «10% humana se faz ouvir, de nenhum ela aleanga to Longe quanta do wimalo, X. Nao ha de fato, qualquer prejafzo para o pre~ sente, a esse respeito, em favor do futuzo, Toda a ago ‘humana ganha em honra, em graga, em toda a yerda- deira magnificéncia, por sua considerugao pelas coi- a0 que virso, £ a viewo distante, a pacidncia serena © confiante, que, acima de todos 08 outros atributos, distancia © homem do homem, ¢ o aproxima de seu Criador; ndo existe ago ou arte, cuja grandeza no possa ser medida por esse cvitério. Assim, quando cons- tmuirmas, lembremo-nos de que construimos para sem- pre. Que nao seja para o deleite presente, nem para o uso presente apenas; que seja uma obra tal que: nossos descendentes nos sejam gratos por elas que nis pen- semos, enquanto colocamos pedra sobre peda, que vird um tempo em que aquelas pedras sero consi- eh + Dau Ruskin cleradas sagradas porque nossis miios as tocaram, € que os homens dingo ao contemplar a obra ¢ a matéria tra- alhada, “Vejam! Nossos pais fizeram isso por nds”. “Saami Pois, de fato, a maior gléria de wm edificio Arming estd em suas peddras, ou em seu Ouro. Sutwoan Sua gléria esté em sua Tdade, ¢ naguela amisit __profunda sensagdo de ressondincia, de vi- ildncia severa, de misteriosa compaixaio, até mesmo de aprovagdo ou condenacdo, que sentimos em paredes {que hd tempos so banhadas pelas ondas passageiras da humanidade. [Sua gléria] Bstd no seu testemunho duradouro diante dos homens, no sew sereno contraste com 0 cardter transitério de todas as coisas, na forga que ~ através da passagem das estagdes e ds tempos, ¢ do deelinio e nascimento das dinastias, ¢ da mudanca da face da terra, ¢ dos contornos do mar — mantém sua forma eseulpida por um tempo insuperével, conecta pe~ réodos esquecidos e sucessivos uns aos outros, ¢ constisui ‘em parte a identidade, por concentrar a afinidade, das nnagoes. E naquela mancha dourada do tempo que deve- mos procurar a verdadleira lus, a cor eo valor da arqui- tetura;e somente quando um edificio tiver assumido esse cartter ~ apenas quando ele tiver se imbutdo da fama dos homens, ¢ se santificado pelos seus feilos; apenas quando suas paredes tiverem presenciado o sofrimento, e seus pilares ascenderem das sombras da morte ~ sta existéncia, mais duradoura do que «das objetos naturais do mundo ao seu redor, poderd ser agraciada com os :mesmos dons de linguagem e de vida que esses possuem. A Lanpada da Menta © 69 XI. Com vistas a tal duragao, portanto, & que deve~ mos eonstruirs no, eertamente, recusando @ nds mes- mos a alegria da conclusio oportuna do cdiffeio, nem hesitando em conferir-Ihe aquelas caracterfsticas que ependem da delicadeza de execugo no mais alto geau possivel de perfeigao, mesmo que saibamos que no curso ddos anos tais detalhes forgosamente desapareceriio: mas ccuidando para que em obra desse tipo nenhuma qualida- de duradoura seja sacrificada, e para que 0 efeito geral do edificio nao dependa de nada que seja perecedouro, Essa seria, de fato,a lei de boa composigio em qualquer circunstancia, pois a disposigao das massas maiores & sempre uma questo mais importante do que’ tralamento das menores; mas, em arquitetura, muito desse mes- Ino (ratamento deve ser habilmente proporefonal a justa efeitos do tempo: ¢ (0 que ainda € mais importante considerar) hé uma beleza na~ cconsideragio dos provi ueles efeitos em si prépries. que nada mais pode subs- tituir, ¢ que € sensato levar em consideracin © ambi- cionar. Pais embora, alé aqui, estivéasemos falando do sentimento da idade apenas, hé uma beleza real em suas imateas, to grande que tem com frequéncia constitus- do 0 assunto preferido de certas escolas de arte, © que imprimiu nessas escolas o caréter usual ¢ vagamente expresso pelo termo “pitoreseo”. I importante para o nosso propésito atual determinar o verdadeito significado dessa expresso, tal vomo & hoje geralmente usadas pois cexiste umn prinefpio oriunde desse uso que, ao mesmo {tempo em que tem implicitamente constitutdo a hase de 50+ Jol Ruskin muito do que é verdadeiroe justo em nosso julgamento de arte, nunca foi compreendido de forma a tornar-se verda- deiramente proveitoso até agora. Provavelmente nenhit- rma outa palavra da lingua (com excegao de expresses teolégicas) se tenha tornado o alvo de controvéesia to frequente ou to prolongada; mesmo assim, nenhumma per- manece to vaya em seu significado; assim, parece-me de nfo pouco interesse investigar a esséncia daquela ideia de que todos compartilham, ¢ (a0 que parece) em relagia ‘coisas semelhantes, mas da quall todas as tentativas de definigao resultaram, acredito, ou na mera enumerago dos efeitos e objetos aos quais o termo foi uplieado, ou en- tao em enssios de abstragio mais vos do que quaisquer coutras malladadas investigacdes metafisieas. Um ert de Arte, porexemplo, hi pouco expas seriamente a teoria de que a esséneia do pitoreseo consiste na expresso da “decaddéncia universal”, Seria curioso ver o resultado de ‘uma tentativa de ilustrar essa ideia do pitoresco, mama pintura de flores mortas ¢ frutas estragadass igualmente ccutioso seria tragar o desenvolvimento de qualquer ra- ciocfnio que, baseado em tal teoria, explicasse o carter mais pitoresco de um filhote de asno, quando com- parado a um potrinho, Mas ha muitas desculpas para © completo fracasso de racioetnios desse tipo, uma vee que 0 assunto é, de fato, um dos mais obscures entre todos os que podem legitimamente ser subne~ tidos 2 rario humana; a ideia é ela propria tio varia da nas mentes de diferentes homens, conforme seus temas de estudo, que nao se pode esperar que nenhuma A Carp da Nemisis * 7 definigio abarque mais do que um eerto nimero de suas infinitemente variadas formas. XII. Aquela caracterfstiea peculiar, entretanto, que distingue 0 pitoreseo das caracterfsticas dos temas que pertencem a esferas de arte mais alias (¢ isso € tudo 0 que 6 necessério definir, no momento), pode ser expres~ sa de forma breve e conclusiva, O pitoresco & nesse sentido, a Sublimidade Parasitdria". Claro que toda a sublimidade, assim como toda a beleza, 6, 10 sentido

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