UFCD
DECORRENTES DA HOSPITALIZAÇÃO
3552
DA PESSOA IDOSA
Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
ÍNDICE
Introdução.....................................................................................................................4
Âmbito do manual.......................................................................................................4
Objetivos....................................................................................................................4
Conteúdos programáticos............................................................................................4
Carga horária..............................................................................................................6
1.1.Patologia cardiovascular........................................................................................7
1.2.Patologia respiratória.............................................................................................8
1.5.Situações de emergência.....................................................................................19
1.5.1.Os acidentes.................................................................................................19
1.5.2. As intoxicações............................................................................................20
2.1.1.Sinais e sintomas..........................................................................................22
2.1.2.Sinais de descompressão...............................................................................24
2.1.3.Agudização da doença...................................................................................24
3.1.Abordagem multidimensional...............................................................................26
3.2.Cuidados específicos............................................................................................28
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
4.1.1.Meio hospitalar..............................................................................................30
4.1.2.“Colegas” de quarto.......................................................................................31
4.2.A hospitalização...................................................................................................33
4.2.1.Aspectos positivos/benefícios.........................................................................33
4.2.1.1.tratamento.................................................................................................33
4.2.1.2.ganhos em saúde.......................................................................................33
4.2.2.Aspectos negativos........................................................................................34
4.2.2.2.família.......................................................................................................35
5.1.1.1.Higiene e alimentação.................................................................................38
5.1.1.2.Sono..........................................................................................................39
5.1.1.3.Ocupação e conforto...................................................................................40
5.1.1.4.As visitas...................................................................................................41
5.1.3.Apoio............................................................................................................42
5.1.4.Informação...................................................................................................43
5.1.5.Preparação/ensino.........................................................................................44
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
5.2.1.1.apoio domiciliário.......................................................................................45
5.2.1.2.Centro de dia.............................................................................................46
5.2.1.3.Lar............................................................................................................48
5.2.2.1.Consultas...................................................................................................49
5.2.2.2.Medicação..................................................................................................51
5.2.2.3.Exames/tratamentos...................................................................................52
Bibliografia...................................................................................................................55
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
Introdução
Âmbito do manual
O presente manual foi concebido como instrumento de apoio à unidade de formação de
curta duração nº 3552 – Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da
hospitalização da pessoa idosa, de acordo com o Catálogo Nacional de Qualificações.
Objetivos
Conteúdos programáticos
Patologias da pessoa idosa
o Patologia cardiovascular
o Patologia respiratória
o Patologia hematológica e oncológica
o Patologia neurológica e sensorial
o Os acidentes
Equilíbrio bio-psicossocial da pessoa idosa
o A pessoa idosa portadora de doença crónica
o - Sinais e sintomas
o - Sinais de descompressão
o - Agudização da doença
o Situações de emergência
o - Os acidentes
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
o - As intoxicações
Internamento da pessoa idosa em estado terminal
o Abordagem multidimensional
o Cuidados específicos
Hospitalização - efeitos psicossociais
o A pessoa idosa e o hospital
- Meio hospitalar
- “Colegas” de quarto
- Técnicos e estruturas de apoio
o A hospitalização
- Aspetos positivos/benefícios
- Tratamento
- Ganhos em saúde
o - Aspetos negativos
- Perda do quadro de referências
- Família
- Aumento dos níveis de dependência
Autonomia da pessoa idosa
o Minimizar os efeitos das hospitalizações na vida da pessoa idosa
- Nas atividades da vida
- Higiene e alimentação
- Sono
- Ocupação e conforto
o - As visitas
o - A família da pessoa idosa
- Apoio
- Informação
- Preparação/ensino
o O apoio extra-hospitalar
- O recurso a outros recursos da sociedade
- Apoio domiciliário
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
- Centro de dia
- Lar
- A alta médica e continuidade da prestação de cuidados
- Consultas
- Medicação
- Exames/tratamentos
Carga horária
25 horas
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
1.1.Patologia cardiovascular
Existem alguns sintomas que podem constituir sinais de alerta, principalmente em pessoas
mais idosas:
Dificuldade em respirar
Pode ser o indício de uma doença coronária e não apenas a consequência da má forma
física, especialmente se surge quando se está em repouso ou se nos obriga a acordar
durante a noite;
Angina de peito
Quando, durante um esforço físico, se tem uma sensação de peso, aperto ou opressão por
detrás do esterno, que por vezes se estende até ao pescoço, ao braço esquerdo ou ao
dorso;
Enfarte do miocárdio
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
Insuficiência cardíaca
Surge quando o coração é incapaz de, em repouso, bombear sangue em quantidade
suficiente através das artérias para os órgãos, ou, em esforço, não consegue aumentar a
quantidade adicional necessária. Os sintomas mais comuns são a fadiga e uma grande
debilidade, falta de ar em repouso, distensão do abdómen e pernas inchadas.
1.2.Patologia respiratória
Sintomas
Tosse:
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
A tosse é uma defesa do organismo na tentativa de expelir secreções acumuladas nas vias
respiratórias.
Com o passar dos anos, pelos motivos já expostos, a tosse torna-se menos eficiente.
A presença de tosse persistente com duração de mais de 2 semanas deve ser alvo de
avaliação.
Sibilos (Chiado):
Também conhecido como broncoespasmo é um sintoma relacionado com o som gerado
pela passagem do ar por estruturas tubulares (Brônquios).
Causas comuns
Insuficiência Cardíaca Congestiva
Embolia Pulmonar
Pneumonias Graves
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
Todos os pacientes portadores de DPOC devem ser vacinados contra a gripe todos os anos
e uma vez contra a pneumonia.
Pneumonia
A pneumonia é uma das doenças que frequentemente leva pessoas idosas à morte.
Tuberculose
Doença grave, transmitida pelo ar. Pode acometer todos os órgãos do corpo, em especial
nos pulmões.
Pessoas que vivem em instituições estão mais expostas ao risco de contrair a doença.
Acredita-se que 80% dessas pessoas tenham tido contacto com o agente etiológico antes
dos 30 anos de idade e agora, fragilizados e com o seu sistema imunológico comprometido,
a micobactéria silente acaba por encontrar a oportunidade para se reativar.
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
Sintomas
Na faixa etária geriátrica, os sintomas costumam ser vagos e inespecíficos:
Fraqueza
Emagrecimento
Tosse
Normalmente, são detetadas por sintomas clínicos como fraqueza, cansaço, infeções
frequentes e sangramentos anormais, e confirmadas em diagnósticos feitos por meio de
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
Anemia
A anemia ocorre quando a quantidade de hemácias (glóbulos vermelhos que contêm
hemoglobina, uma proteína que transporta o oxigénio pelo corpo) no sangue se encontra
abaixo do nível normal.
Causas
Nutricionais
A falta de Ferro, vitamina B12 ou Ácido Fólico pode levar a quadros anémicos,
geralmente causados por dietas nutricionais deficientes em nutrientes derivados de
animais (carne, ovos e leite). O problema costuma atacar pessoas vegetarianas.
Alcoolismo, gravidez e algumas doenças também podem levar à deficiência destes
nutrientes.
Hereditárias
Doenças crónicas - Algumas doenças crónicas, como doenças dos rins e do
fígado, podem levar à anemia, principalmente em pessoas que necessitam de
hospitalização frequente.
Falhas na medula óssea
Uso de medicamentos
Leucemia
Esta doença atinge a medula óssea e os gânglios do corpo, podendo provocar anemia,
diminuição das plaquetas (causando sangramentos anormais) e, principalmente, alteração
dos leucócitos (glóbulos brancos que fazem a defesa do corpo contra as infeções).
Há dois tipos de leucemia mais frequentes: a linfóide aguda ou linfoblástica (mais comum
em crianças) e a leucemia mielóide aguda
Hemofilia
É a mais comum das doenças hemorrágicas hereditárias.
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
Causada pela deficiência dos fatores responsáveis pela ação coagulante do sangue, o que
torna o hemofílico sujeito a importantes hemorragias, mesmo por motivos simples, como
um corte ao se barbear ou extrações dentárias.
As cirurgias podem ser fatais para estas pessoas. A hemofilia afeta quase que
exclusivamente os homens.
Prevenção
Fazer uma dieta alimentar equilibrada, com ingestão adequada de proteínas e
vitaminas.
Fazer exames médicos de rotina, pelo menos uma vez por ano.
Procurar o médico sempre que os seguintes sintomas aparecerem: fraqueza,
cansaço, sangramento anormal ou infeções frequentes.
Patologia neurológica
Doença de Alzheimer
A Doença de Alzheimer está, na maioria dos casos, relacionada com o envelhecimento.
É uma doença muito relacionada com a idade, afetando as pessoas com mais de 50 anos.
A estimativa de vida para os pacientes situa-se entre os 2 e os 15 anos.
Sintomas
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
Acabam por não reconhecer os próprios familiares e até a si mesmos quando colocados
frente a um espelho.
À medida que a doença evolui, tornam-se cada vez mais dependentes de terceiros.
Doença de Parkinson
A doença de Parkinson é uma perturbação degenerativa e lentamente progressiva do
sistema nervoso que apresenta várias características particulares: tremor em repouso,
lentidão na iniciação de movimentos e rigidez muscular.
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
As feições são menos expressivas devido à imobilidade dos músculos da cara responsáveis
pela expressão. Às vezes, esta falta de expressão confunde-se com uma depressão,
embora muitas pessoas com a doença de Parkinson se tornem efetivamente depressivas.
Com o tempo a cara adquire um olhar perdido, com a boca aberta e uma diminuição do
pestanejar.
Os doentes que sofrem de Parkinson costumam falar sussurrando com voz monótona e
podem gaguejar devido à dificuldade que têm para exprimir os seus pensamentos. A
maioria mantém uma inteligência normal, mas muitos desenvolvem demência.
Tratamento
Na abordagem terapêutica da doença de Parkinson pode utilizar-se uma ampla variedade
de medicamentos, mas nenhum destes cura a doença nem suprime a sua evolução. No
entanto, facilitam o movimento e durante anos estes doentes podem levar a cabo uma vida
funcionalmente ativa.
A fisioterapia e as ajudas mecânicas (como as cadeiras de rodas) podem ser úteis para
restabelecer um grau suficiente de autonomia.
Uma dieta rica em fibras e uma ingestão adequada de alimentos contribuirão para
combater a obstipação que pode ocorrer devido à inatividade, à desidratação e ao uso de
alguns fármacos.
Neste sentido é útil acrescentar suplementos à dieta e tomar laxantes para manter a
regularidade da função intestinal.
Deve prestar-se uma atenção especial à dieta porque a rigidez muscular pode dificultar a
deglutição, e às vezes de forma grave, o que a longo prazo pode produzir desnutrição.
Patologia sensorial
Em função da idade, são detetadas diversas mudanças nas funções percetivas dos idosos.
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
A visão, considerada por muitos como o órgão do sentido mais essencial, é prioritariamente
afetada.
1.5.Situações de emergência
1.5.1.Os acidentes
Os acidentes são responsáveis pelo aumento do grau de dependência das pessoas idosas.
Muitas das pessoas idosas, vivem em ambientes desadaptados às suas necessidades, por
exemplo: vivem em prédios antigos, com muitas escadas, por vezes sem iluminação;
moram nos arredores dos centros de comércio e não têm meios de transporte adequados;
vivem em casas grandes demais para apenas uma pessoa.
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
Intrínsecas
• Tratar causas subjacentes
• Otimizar o uso de medicamentos
• Programa de terapia física
• Programa de atividades físicas
Extrínsecas
• Reduzir os riscos ambientais (especialmente dentro do domicílio)
• Melhorar iluminação
• Resultam de uma complexa interação entre fatores intrínsecos e extrínsecos.
1.5.2. As intoxicações
Depois da referida ingestão, o efeito costuma ver-se logo, com uma sensação de mal-estar
e ardência interna.
Fármacos:
Os idosos costumam intoxicar-se devido a confusões.
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
Gases:
As intoxicações por gases quase sempre se devem ao gás butano, ou a gases gerados por
combustão. O gás butano é reconhecido facilmente pelo seu cheiro.
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
2.1.1.Sinais e sintomas
Entende-se por doença crónica a enfermidade de curso prolongado, com evolução gradual
dos sintomas e com aspectos multidimensionais, potencialmente incapacitante, que afeta
as funções psicológicas, fisiológicas ou anatómicas
Para ser considerada doença crónica esta terá que apresentar uma ou mais das seguintes
particularidades: ser permanente; produzir incapacidade/deficiência residual; ser causada
por alterações patológicas irreversíveis; exigir uma formação especial do doente para a
reabilitação; exigir longos períodos de supervisão, observação ou cuidados.
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
2.1.2.Sinais de descompressão
O regime que o doente deve seguir pode apresentar-se complexo, sendo fundamental o
papel do profissional de saúde junto deste. Logo, a intervenção do profissional deve dirigir-
se para o controlo dos sintomas e manutenção da qualidade de vida do doente, mais do
que para a cura da doença em causa.
Para estes, a prioridade de topo são os cuidados e não a cura, pelo que, exigem,
essencialmente, continuidade de cuidados, independentemente do contexto (ou sector) de
prestação em que os doentes se encontrem.
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
2.1.3.Agudização da doença
As suas frustrações encontram muitas vezes eco na atitude de quem as trata e que, em
reação, não deseja senão uma coisa, isolá-los cada vez mais.
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
3.1.Abordagem multidimensional
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
É urgente tomar medidas que permitam uma resposta coordenada, pronta e atempada dos
diversos níveis de prestação de cuidados, como garantia da eficácia do atendimento ao
utente.
Sendo impossível evitar a morte, é no entanto possível tornar a vida da pessoa que está a
morrer o mais agradável e significativa. O moribundo tem o direito de viver plenamente até
ao fim.
Direitos do moribundo:
1. Ser tratado até ao fim como um ser humano;
2. Conservar a esperança (num alivio, numa vida futura);
3. Ser tratado por pessoas competentes, capazes de manter a esperança;
4. Exprimir à sua maneira os sentimentos e as emoções quanto à morte;
5. Participar nas decisões quanto aos cuidados;
6. Receber cuidados médicos e de enfermagem quando necessários, mesmo
quando os objetivos de cura são modificados para objetivos de conforto;
7. Não morrer só;
8. Não sofrer;
9. Ter respostas francas às suas perguntas;
10. Não ser enganado;
11. Morrer em paz com dignidade;
12. Conservar a individualidade e não ser julgado por decisões e escolhas que
entrem em conflito com os valores ou crenças de outros;
13. Saber que após a morte o seu corpo será respeitado;
14. Receber os cuidados de pessoas sensíveis, competentes e capazes de ajudar,
que compreendem as suas necessidades e que o querem ajudar a ultrapassar esta
ultima fase da vida.
3.2.Cuidados específicos
Esta é uma nova especialidade de cuidados médicos ao doente terminal, que contempla o
problema da morte do homem numa perspetiva profundamente humana, reconhecendo a
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
Nas Unidades de Cuidados Paliativos, que são áreas assistenciais, existentes física e
funcionalmente nos hospitais, proporciona-se uma atenção integral ao doente terminal.
Uma equipa de profissionais assiste estes doentes na fase final da sua enfermidade, com o
único objetivo de melhorar a qualidade da sua vida neste transe definitivo, atendendo às
necessidades físicas, psíquicas, sociais e espirituais do paciente e da sua família.
A doença terminal causa em quem a padece e na sua família um intenso desgaste e não
poucos desajustes familiares. Frequentemente, toda a atenção dos membros da família
concentra-se no membro doente e, se a sobrevivência se prolonga, o desajuste pode ser
duradouro.
Os cuidados paliativos definem-se como uma resposta ativa aos problemas decorrentes da
doença prolongada, incurável e progressiva, na tentativa de prevenir o sofrimento que ela
gera e de proporcionar a máxima qualidade de vida possível a estes doentes e suas
famílias. São cuidados de saúde ativos, rigorosos, que combinam ciência e humanismo.
Os cuidados paliativos não são determinados pelo diagnóstico das doenças, mas pela
situação e pelas necessidades do doente. No entanto, doenças como o cancro, a sida e
doenças neurológicas graves e rapidamente progressivas implicam frequentemente a
necessidade de cuidados paliativos.
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
4.1.1.Meio hospitalar
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
A hospitalização por sua vez, constitui quase sempre um trauma para o utente e sua
família, provocando com frequência desde a admissão, medos, angústias, fantasmas, que
cada indivíduo exprime de acordo com a sua personalidade.
4.1.2.“Colegas” de quarto
A alteração dos hábitos, e das rotinas usuais sobretudo nos idosos, como a necessidade de
cuidar da sua higiene sempre de manhã, a necessidade de partilhar um quarto com
pessoas que desconhece, ou até as manobras por vezes invasivas ao próprio corpo,
efetuadas por vagas sucessivas de estranhos, obriga a pessoa gradualmente a aprender a
adaptar-se a toda uma nova dinâmica diária.
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
O trabalho com pessoas dependentes encerra uma incontornável dimensão humana dado
que os profissionais são pessoas que trabalham com pessoas, cada qual com as suas
próprias expectativas, desejos, vontades, etc.
Em ambiente hospitalar, são causadores de stress, para além da própria doença, a falta de
informação (apesar de nem todos os utentes desejarem ser informados); a não obtenção
de respostas às questões; a separação da família, assim como dificuldades de comunicação
com os profissionais de saúde.
Profissionais e doentes não falam a mesma língua, não só sob o ponto de vista da
comunicação, como dos conceitos.
Neste sentido, fornecer informação aos doentes, envolvê-los, comunicar com eles, satisfaz
várias necessidades a diferentes níveis, tendo repercussões positivas para os utentes e
famílias, para as instituições de saúde e para a humanização dos cuidados:
A nível médico-legal, permite o consentimento informado;
A nível psicológico, ajuda a lidar com a doença, reduz os estados depressivos, o
stress e a ansiedade, preserva a dignidade e o respeito, promove o sentimento de
segurança, aumenta a adesão e o compromisso, a aceitação dos procedimentos
terapêuticos e a responsabilidade do utente/doente;
A nível médico-institucional – reduz o número de dias de internamento, o número
de medicamentos ingeridos e facilita a recuperação do doente.
A vida privada do doente não pode ser objeto de intromissão, salvo em caso de
necessidade para efeitos de diagnóstico ou tratamento e tendo o doente expressado o seu
consentimento.
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
4.2.A hospitalização
4.2.1.Aspectos positivos/benefícios
4.2.1.1.tratamento
A hospitalização representa para as pessoas idosas um desafio que pode ser vivenciado de
diferentes formas, dependendo de fatores como a capacidade de adaptação, experiências
prévias e representações de saúde e doença.
Por exemplo, pessoas idosas com história anterior de internamento poderão encarar o
hospital com alguma naturalidade, recorrendo às experiências passadas para enfrentar os
problemas atuais.
4.2.1.2.ganhos em saúde
Pode ser um espaço que transmita segurança, pois é onde se oferecem condições para
prevenir, tratar ou reabilitar o problema de saúde que preocupa as pessoas, prevenindo
complicações futuras.
4.2.2.Aspectos negativos
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
A admissão num hospital confronta o utente com um ambiente que lhe é estranho,
provocando na maioria dos idosos, uma alteração nas suas referências existenciais.
A incerteza poderá surgir em resultado das dúvidas sobre o que espera a pessoa, não
apenas relativamente ao tipo de tratamentos e técnicas a que irá ser submetido, como ao
percurso da própria doença, que poderá levar a mais sofrimento ou até à morte.
O doente pode recear a lesão corporal, a invalidez ou ainda outro tipo de receios como:
medo de ser manipulado; medo de que não se ocupem dele; medo de ser mobilizado;
medo de exames diagnósticos dolorosos; medo das mãos inábeis ou muito bruscas; medo
de ficar diminuído; medo de ser humilhado; medo de ser inútil; medo da decadência; ou
medo do sofrimento.
No caso dos idosos, além destes medos, pode também existir com particular relevo, o
medo de ser abandonado, uma vez que frequentemente receiam mais o abandono do que
da morte em si.
4.2.2.2.família
No hospital, para além da perda de saúde e dos papéis, o doente tem outras perdas muito
significativas, como seja a separação do seu ambiente familiar ou a interrupção nas
atividades que lhe poderiam dar satisfação.
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
As visitas, habitualmente ocorrem num único período diário, com um número controlado de
pessoas em simultâneo, num horário nem sempre adaptado às exigências quotidianas das
famílias.
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
Esta dependência reforçada pelo ambiente hospitalar e pela doença geram um sentimento
de inferioridade. Este sentimento pode, por sua vez, reforçar o sentimento de dependência.
A autonomia da pessoa idosa é vista como um processo suscetível de ser potenciado pela
presença de cuidados adequados, passando pela satisfação de um conjunto de
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
As instalações e equipamentos que o doente utiliza devem estar de acordo com a sua
vulnerabilidade e situação clínica. A fragilidade devida à situação clínica determina, para o
doente internado, necessidades específicas não só de diagnóstico e tratamento, mas
também de instalações e equipamentos.
A sinalização interna deve ser suficientemente clara para que o doente possa deslocar-se
com facilidade dentro do hospital. As cores, o tipo e o tamanho das letras deverão ser
cuidadosamente estudados.
Os organogramas do serviço deverão estar afixados para que o doente e visitas conheçam
a organização e os seus responsáveis.
5.1.1.1.Higiene e alimentação
Muitos dos medos dos doentes hospitalizados advêm da ameaça que sentem à integridade
física e à alteração da sua imagem corporal. A imagem corporal é uma base da identidade,
por isso, toda a mudança na estrutura corporal é sentida como uma ameaça.
Essa ameaça pode ter por base, não apenas a doença, como também as ações e
comportamentos dos prestadores de cuidados. É difícil a certos doentes aceitar serem
tocados e observados por outras pessoas inclusive por profissionais de saúde.
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
O respeito pela intimidade do doente deve ser preservado durante os cuidados de higiene,
as consultas, as visitas médicas, o ensino, os tratamentos pré e pós operatórios,
radiografias, o transporte em maca e em todos os momentos do seu internamento.
Na prestação dos cuidados de higiene e imagem, cada doente tem de ser tratado com
respeito pelos seus direitos e deveres, pela sua identidade, hábitos e modos de vida e ser-
lhe assegurada privacidade, autonomia, dignidade e confidencialidade, sob pena de se
estar a violar os direitos dos indivíduos e, consequentemente, não se garantir a qualidade
dos serviços.
As refeições devem ser momentos de prazer e dadas com segurança ao idoso. A sua
entrega é um dos momentos privilegiados para lembrar o cliente de beber líquidos com
frequência ao longo do dia.
O responsável pelo processo deve definir as regras para o apoio na alimentação, segurança
e promoção da autonomia dos utentes.
5.1.1.2.Sono
O sono dos idosos é mais fragmentado e menos profundo. Não se pode afirmar que os
idosos precisem de dormir menos, mas têm menos capacidade de dormir de forma
contínua. O seu sono é mais frequentemente interrompido por despertares noturnos.
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
É recomendado que se tenha cuidado com as costas das pessoas acamadas. Não é
conveniente que a parte lombar seja sacrificada nem que os idosos se dobrem muito pois
esta postura pode ser bastante prejudicial.
Os profissionais de saúde devem ter especial atenção a estes fatores, na medida em que o
sono e repouso se revelam essências para a plena recuperação do idoso hospitalizado.
5.1.1.3.Ocupação e conforto
A ocupação dos períodos de solidão com atividades que propiciem prazer mostram-se uma
estratégia favorável para minimizar os efeitos negativos da hospitalização, particularmente
para os idosos, uma vez que ocupa o tempo ocioso, estimula a inter-relação com os seus
pares e profissionais da equipe de saúde, entre outros benefícios.
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
Com atividades manuais e trabalhos criadores, recupera capacidade funcional dos músculos
e movimentos das articulações, a coordenação dos movimentos e a resistência à fadiga.
Estudos indicam que se verifica uma significativa melhora funcional por meio da
estimulação psicomotora em idosos hospitalizados, momento em que a tendência é de
fragilidade e propício à dependência.
5.1.1.4.As visitas
O doente internado tem direito à visita dos seus familiares e amigos quando o desejar e os
horários o permitam, sempre que não exista contraindicação.
Os doentes que não têm visitas e se sentem isolados devem ter um maior apoio quer do
pessoal de saúde, quer do pessoal voluntário devidamente preparado e enquadrado.
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
5.1.3.Apoio
A ajuda tanto pode ser a prestação de serviços, tais como o auxílio na lida ou governo da
casa, suporte financeiro, gestão de outros serviços; como pode ser a prestação de cuidados
diretos, por ex. suporte emocional, apoio na toma de medicação, alimentação ou outros.
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
5.1.4.Informação
A informação garantida ao próprio e seus familiares como preparação para o mais rápido
regresso a casa possível, tem significado neste contexto.
A intervenção dos assistentes sociais nos serviços de internamento, pela centralidade que
coloca na dimensão psicossocial do adoecer e do estar doente, visa a humanização e a
qualidade dos cuidados, a satisfação dos doentes e famílias, e ainda a rentabilização dos
recursos de saúde e sociais próprios de cada Unidade de Internamento.
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
5.1.5.Preparação/ensino
5.2.1.1.apoio domiciliário
Esta atividade tem sido igualmente potenciada por fatores que se prendem com o
envelhecimento da população, e o consequente aumento do número de indivíduos
portadores de doença crónica ou, ainda, com as altas hospitalares precoces.
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
No passado estas situações eram resolvidas através de uma rede informal, constituída por
familiares, e que tipicamente não era contabilizada.
Por alterações demográficas e culturais, esta rede informal tem vindo a reduzir-se, se não
mesmo a desaparecer. Em sua substituição emergiram organizações privadas, mas que
com frequência são claramente deficientes na sua capacidade de responder às
necessidades qualitativas e quantitativas.
Os cuidados domiciliários, uma das atividades básicas dos cuidados de saúde primários,
respondem a um direito de igualdade no acesso aos cuidados de saúde, direito este
contemplado pelo Sistema Nacional de Saúde. São cuidados caracterizados pela sua
intervenção integral, integrada e multidisciplinar.
5.2.1.2.Centro de dia
Os centros de dia aparecem em meados dos anos setenta, tendo como objetivo essencial a
criação de condições mais favoráveis à manutenção das pessoas idosas no seu domicílio.
O centro de dia aparece como uma estrutura de apoio social fornecendo diversos serviços
que dão respostas imediatas às carências socioeconómicas dos idosos. Favorecem as suas
relações interpessoais a fim de evitar o isolamento, e promovem atividades socioculturais e
recreativas diversificadas.
Os Centros de Dia como respostas sociais locais têm a sua área de influência
maioritariamente a nível da freguesia.
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
Para que haja um aproveitamento das sinergias que se desenvolvem no contexto do Centro
de Dia, tendo em consideração as pessoas, os colaboradores, a estrutura e o
funcionamento, torna-se necessário que resulte deste conjunto uma intervenção pautado
por critérios de qualidade, de que se destacam os seguintes:
Garantir o exercício de cidadania e o acesso aos direitos humanos dos clientes, p.e.
autonomia, privacidade, participação, confidencialidade, individualidade, dignidade,
igualdade de oportunidades.
Respeitar as diferenças de género, socioeconómicas, religiosas, culturais, sexuais
dos clientes e/ou pessoas próximas.
Respeitar o projeto de vida definido por cada cliente, bem como os seus hábitos de
vida, interesses, necessidades e expectativas.
Transmitir e garantir aos clientes um clima de segurança afetiva, física e psíquica
durante a sua permanência na Resposta Social.
Estabelecer uma parceria e articulação estreita com o cliente e/ou pessoa(s)
próxima(s), a fim de recolherem a informação necessária sobre as necessidades,
expectativas, capacidades e competências; coresponsabilizá-los no desenvolvimento
de atividades/ ações no âmbito dos serviços prestados; participarem na gestão da
Resposta Social.
Desenvolver os cuidados ao nível da qualidade das relações que o cliente vai
estabelecer com todos os intervenientes (colaboradores internos e externos,
voluntários, entre outros), para que os clientes possuam segurança e sentimento de
pertença, assim como se sintam valorizadas para aderir ao processo de cuidados.
Compreender a individualidade e personalidade de cada cliente, para criar um
ambiente que facilite a interação, a criatividade e a resolução de problemas por
parte destes.
5.2.1.3.Lar
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
A política social de apoio aos idosos tem vindo a desenvolver medidas que visem a
permanência destes na sua residência, inseridos no seu meio social. No entanto esta
realidade nem sempre é possível, devido a falta de eficácia nos serviços de apoio,
originando a necessidade de recorrer a lares.
Em relação aos aspectos jurídicos os lares podem ser lares oficiais, IPSS, e lares privados
com fins lucrativos. Existem diferenças na origem dos financiamentos nos vários tipos de
lares, sendo que os oficiais e os particulares de solidariedade social são financiados pelo
estado, contribuindo os idosos de acordo com as suas possibilidades / reformas.
Os lares particulares de Solidariedade Social têm vindo a aumentar. O Estado fornece apoio
financeiro e fiscaliza no sentido de garantir uma boa prestação dos serviços e uma correta
utilização dos apoios fornecidos, afastando-se simultaneamente da administração direta.
No que se refere aos lares privados, estes vêm praticando mensalidades livres e muitos
deles não se encontram devidamente legalizados.
A pessoa idosa na alta hospitalar poderá não se sentir completamente preparada para o
regresso a casa ou incapacitada para o autocuidado, sendo os membros da família o elo
fundamental na transição de cuidados hospitalares para casa.
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
Dada a importância da continuidade dos cuidados o doente tem direito a que o hospital em
conjunto com o centro de saúde assegurem, antes da alta hospitalar, a continuação dos
cuidados.
Assim, a avaliação da situação social e financeira do doente bem como a articulação com
os outros serviços de saúde, Segurança Social, Organizações Não Governamentais e
Instituições Privadas de Solidariedade Social, terão que ser realizados antes da alta.
A preparação cuidadosa da alta, deve iniciar-se o mais cedo possível e tendo em conta o
conhecimento da situação socioeconómica (nomeadamente a habitacional e familiar)
tomam-se as medidas em consonância, incluindo o encaminhamento social e administrativo
para a sua reintegração social.
O doente e os seus familiares têm direito a ser informados das razões da transferência do
doente de um nível técnico de cuidados para outro e a ser esclarecidos de que a
continuidade e a qualidade dos cuidados ficam, no entanto, garantidas.
5.2.2.1.Consultas
O utente e a família têm necessidades a nível físico, psíquico, social e espiritual que devem
ser avaliadas no momento da anamnese inicial e do exame físico geral e completo.
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
Os principais fatores de risco que o médico deve avaliar e discutir com um paciente que
tem mais de 65 anos são:
Polimedicação
Abuso de álcool
Tabagismo
Hábitos alimentares
Vida sedentária
Fatores associados a quedas
Ausência de suporte familiar e social
Algumas das doenças cujo rastreio e tratamento pode originar ganhos em saúde:
Hipertensão arterial:
Hipercolesterolémia:
Cancro da mama (na mulher)
Diminuição da visão e audição
Cancro do cólon e reto
Cancro da próstata
Nos exames de vigilância dos idosos, o médico deve ainda ter em atenção sinais indicativos
de deterioração das capacidades cognitivas e do comportamento, para aplicação de testes
de despiste precoce da demência ou para diagnóstico da depressão.
O médico deve estar disponível para discutir com o paciente todo o tipo de questões que
afetam a sua saúde ou bem-estar.
5.2.2.2.Medicação
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
No entanto, a administração por via oral, via rectal, além da aplicação tópica (pomadas,
gotas nos olhos e ouvidos) pode ser uma tarefa da família da pessoa idosa ou das/os
técnicas/os de apoio á vida familiar, sob a orientação das/os enfermeiras/os e segundo a
prescrição médica.
A pessoa idosa deve ser estimulada a tomar conta da sua medicação. Só deve ser
substituído, quando as suas faculdades mentais começarem a diminuir, existindo o perigo
de engano.
5.2.2.3.Exames/tratamentos
Das intervenções que devem ser implementadas para assegurar uma adequada transição
do hospital para a comunidade, incluem-se:
Uma ligação formal entre o hospital e a comunidade, que garanta a continuidade de
cuidados;
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
Os serviços prestados tanto por entidades públicas (hospitais e centros de saúde) como
privadas (nomeadamente IPSS e Misericórdia), assentam em parcerias com a finalidade de
contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços prestados e são compostas por
diversas entidades que participam em experiências piloto por todo o país, com um número
crescente de camas para os cuidados continuados.
Unidades de Internamento
Unidades de Convalescença (internamento até 30 dias)
Unidade de Média Duração e Reabilitação (internamento até 90 dias)
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
Unidades de Ambulatório
Unidades de Dia e de Promoção da Autonomia
Equipas Hospitalares
Equipa de Gestão de Altas
Equipa Intra-Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos
Equipas Domiciliárias
Equipas de Cuidados Continuados Integrados
Equipas Comunitárias de Suporte em Cuidados Paliativos.
Está provado por estudos efetuados, que doentes informados recorrem menos após a alta
aos serviços de saúde, devendo o enfermeiro / equipa de enfermagem disponibilizar-se
para prestar todos e quaisquer esclarecimentos, quando necessário, também após a alta.
Bibliografia
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Patologia e efeitos psicossociais decorrentes da hospitalização da pessoa idosa
Webgrafia
Ministério da saúde
http://www.min-saude.pt
Segurança social
http://www.seg-social.pt
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