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“Parece banal,
mas um professor é, antes de tudo,
alguém que sabe alguma coisa
e cuja função consiste
em transmitir esse saber a outros.”
Maurice Tardif
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
SUMÁRIO
Apresentação 2
I Organização do Sistema de Ensino no Brasil e no Estado do Rio de Janeiro. 3
1.1. Organização do Sistema de Ensino no Brasil. 3
1.1.1. A educação básica 3
1.2. Normas comuns para a educação básica 5
1.3. Organização do Sistema de Ensino no Estado do Rio de Janeiro. 8
II. As principais legislações que influenciam na Educação no Brasil. 9
2.1. A Educação na Constituição Federal de 1988. 9
2.2. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 11
2.3. Plano Nacional de Educação 12
2.4. O novo PNE. 13
III Organização Curricular. 15
3.1. As Diretrizes Curriculares Nacionais 15
3.2. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil 15
3.3. Parâmetros Curriculares Nacionais. 15
3.4. PCNs Temas Transversais. 16
IV Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90). 19
4.1. Por que devemos conhecê-lo? 19
V Bases econômicas, sociais, culturais e filosóficas na política educacional. 23
5.1 As Influências do Neoliberalismo nas Políticas Públicas 23
VI As tensões entre as políticas oficiais e os movimentos da sociedade civil. 25
VII A questão do público e do privado na Educação Brasileira. 26
VIII O financiamento da educação no Brasil. 27
8.1. O financiamento da educação e o FUNDEB. 28
IX A descentralização político administrativa da Educação. 29
X A municipalização no ensino. 30
XI A organização da formação dos profissionais da educação no Brasil. 31
Anexos `32
Gabaritos 35
Bibliografia 35
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Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
APRESENTAÇÃO
Caro/a Aluno/a,
2
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
"Os Educadores-sonhadores jamais desistem de suas sementes, mesmo que não germinem
no tempo certo... Mesmo que pareçam frágeis frente às intempéries... Mesmo que não
sejam viçosas e que não exalem o perfume que se espera delas. O espírito de um mestre
nunca se deixa abater pelas dificuldades. Ao contrário, esses educadores entendem
experiências difíceis com desafios a serem vencidos. Aos velhos e jovens professores, aos
mestres de todos os tempos que foram agraciados pelos céus por essa missão tão digna e
feliz. Ser professor é um privilégio. Ser professor é semear em terreno sempre fértil e se
encantar com a colheita. Ser professor é ser condutor de almas e de sonhos, é lapidar
diamantes" (Gabriel Chalita)
3
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
Atenção! Iremos nos aprofundar melhor nos estudos sobre Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDBEN) e Plano Nacional de Educação (PNE) nos próximos capítulos.
Exercícios
2- O Artigo 8º da LDB 9394/96 refere-se a organização da educação nacional. Ele determina que cabe a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarem em regime de colaboração, os respectivos sistemas de ensino.
Sendo assim é correto afirmar que:
a) Os sistemas de ensino não terão liberdade de organização nos termos desta lei.
b) A União incumbir-se-á de organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais do sistema federal de
ensino e o dos Territórios.
c) Coletar, analisar e não disseminar as informações sobre a educação.
d) Assegurar o processo nacional de avaliação quantitativa nas escolas.
Prefeitura de Angra dos Reis – Pedagogo – 2008
3- A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96), afirma que a finalidade da Educação Nacional é
promover o pleno desenvolvimento do educando, preparar para o exercício da cidadania e qualificar para o trabalho.
Sobre a importância da qualificação para o trabalho, podemos afirmar que:
a) é um dever exclusivo do Estado;
b) constitui uma responsabilidade exclusiva da família;
c) constitui responsabilidade da família e do Estado;
d) é uma finalidade desassociada das outras;
e) é a finalidade última do processo.
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Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
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Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo
rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos.
Após a apresentação da organização da educação nacional em seus dois níveis, básico e superior, com suas
respectivas etapas e modalidades de ensino, ainda cabe destacar que a educação brasileira também inclui a educação
profissional (básica, técnica e tecnológica) e a educação de jovens e adultos, modalidades que não se aplicam à
educação infantil.
Exercícios
5- A LDB 9394/96, artigo 26, § 1°, estabelece que “os currículos devem abranger, obrigatoriamente, estudo da língua
portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e a realidade social e política especificamente
do Brasil”. Estes estudos deverão ser complementados pelos sistemas de ensino ou escolas, formando dois grandes
grupos. Os currículos do Ensino Fundamental e Médio devem conter:
a) Uma parte de conhecimentos científicos e outra de conhecimentos práticos.
b) Uma base técnica e outra de conhecimentos práticos.
c) Uma base local e outra nacional.
d) Uma base nacional comum e outra diversificada.
e) Uma parte de conhecimento nacional e outra com base local.
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Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
Estão corretos:
a) apenas I e II.
b) apenas II e III.
c) apenas I, II, e III.
d) apenas I, II e IV.
e) todos.
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Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
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Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
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14- A Constituição Federal prevê o regime de colaboração entre os sistemas da União, estados, Distrito Federal e
municípios. Quais são as ações que devem ser realizadas em regime de colaboração?
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15- A sua instituição faz parte de um sistema de ensino. Qual a sua esfera (Federal, Estadual ou Municipal)?
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CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO
Seção I
DA EDUCAÇÃO
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração
da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de
ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso
exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006)
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade.
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei
federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais da educação básica e
sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
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Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
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Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
§ 2º - Para efeito do cumprimento do disposto no "caput" deste artigo, serão considerados os sistemas de ensino
federal, estadual e municipal e os recursos aplicados na forma do art. 213.
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das necessidades do ensino
obrigatório, no que se refere a universalização, garantia de padrão de qualidade e equidade, nos termos do plano
nacional de educação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
§ 4º - Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde previstos no art. 208, VII, serão
financiados com recursos provenientes de contribuições sociais e outros recursos orçamentários.
§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário-
educação, recolhida pelas empresas na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) (Vide
Decreto nº 6.003, de 2006)
§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição social do salário-educação serão distribuídas
proporcionalmente ao número de alunos matriculados na educação básica nas respectivas redes públicas de ensino.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias,
confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que:
I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação;
II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao
Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades.
§ 1º - Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de estudo para o ensino fundamental e
médio, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e cursos
regulares da rede pública na localidade da residência do educando, ficando o Poder Público obrigado a investir
prioritariamente na expansão de sua rede na localidade.
§ 2º - As atividades universitárias de pesquisa e extensão poderão receber apoio financeiro do Poder Público.
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema
nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação
para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio
de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
I - erradicação do analfabetismo;
II - universalização do atendimento escolar;
III - melhoria da qualidade do ensino;
IV - formação para o trabalho;
V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.
VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto interno
bruto. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
Inclusão da Educação Infantil como primeira etapa da Educação Básica, conseqüência do direito da criança
pequena à educação e não apenas direito da mulher trabalhadora;
Valorização do Ensino Profissional e Técnico, enfatizando a necessidade de uma maior articulação entre
estudos teóricos e práticos.
Na organização atual da LDBEN, a educação é vista como um processo que se manifesta dentro e fora da escola. A
LDBEN bifurca a educação escolar em:
Educação Básica
Educação Superior
A Educação Básica é dividida por sua vez em etapas (não em níveis) desta forma:
Educação Infantil;
Ensino Fundamental;
Ensino Médio.
Entre as modalidades podemos citar:
Educação Especial;
Educação Profissional;
Educação de Jovens e Adultos;
Educação Indígena;
Educação a distância.
A Educação SUPERIOR, dividida em cursos Sequenciais (Educação Tecnológica), Graduação, extensão e Pós-
Graduação.
A tabela a seguir faz uma comparação entre as LDBs, trazendo uma reflexão a própria evolução da lei, bem como
permitir entender as estruturas e as denominações dos diversos níveis da educação brasileira no período de existência
de tais leis.
O Plano Nacional de Educação (PNE), elaborado para vigorar por uma década, Lei 10.712, de 9 de janeiro de 2001 –
prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, reafirmando a Constituição da República Federativa do
Brasil (1988), que, em seu artigo 214, diz:
A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração plurianual, visando à articulação e ao desenvolvimento
do ensino em seus diversos níveis e à integração das ações do Poder Público que conduzam à:
I – erradicação do analfabetismo,
II – universalização do atendimento escolar,
III – melhoria da qualidade do ensino,
IV – formação para o trabalho,
V – promoção humanística, científica e tecnológica do País.
Histórico e Fundamentos Legais do Plano.
o Cumpriu exigência prevista na CF/88, reforçada pela LDB 9304/96.
o O PNE adquire força de lei ao ser sancionado no dia 09/01/2001 pelo Presidente.
o Os dispositivos contidos no PNE resultam de um longo processo histórico.
O PNE tem três grandes objetivos:
“... a elevação global do nível de escolaridade da população; a melhoria da qualidade do ensino
em todos os níveis; e “a redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso e a
permanência na escola, com sucesso, na educação pública e a democratização da gestão do
ensino público, nos estabelecimentos oficiais, obedecendo aos princípios da participação dos
profissionais na elaboração do projeto político pedagógico da escola e a participação das
comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.” (GHIRALDELLI, 2003,
P.252)
Entre outras propostas mencionadas no texto estão a busca ativa de pessoas em idade escolar que não estejam
matriculadas em instituição de ensino e monitoramento do acesso e da permanência na escola de beneficiários de
programas de transferência de renda e do programa de prestação continuada (BPC) destinado a pessoas com
deficiência. O documento determina a ampliação progressiva do investimento público em educação até atingir o
mínimo de 7% do produto interno bruto (PIB) do país, com revisão desse percentual em 2015.
O Plano Nacional de Educação- PNE foi sancionado no dia 25 de junho de 2014 e publicado no Diário Oficial da União
no dia 26, sob a lei de nº 13.005/2014.
Exercícios
16- O Plano Nacional da Educação, previsto para o período de 2000 a 2010, teve como objetivos:
a) o ensino público gratuito para todos os níveis de escolaridade / a instalação de quadras
poliesportivas nos estabelecimentos oficiais / a realização de parcerias com os postos de saúde
locais, garantindo o binômio educação e saúde / o incentivo à criação de cursos a distância para
jovens e adultos, a partir do Ensino Fundamental;
b) a elevação global do nível de escolaridade da população / a melhoria da qualidade do ensino
em todos os níveis / a redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso e à permanência, com
sucesso, na educação pública / e a democratização da gestão do ensino público, nos estabelecimentos oficiais;
c) a manutenção do nível de escolaridade da população / a fiscalização da qualidade do ensino em todos os níveis / o
aumento do número de vagas, garantindo o acesso à educação pública / e a garantia de eleições diretas para os
gestores e equipes técnico-pedagógicas das escolas oficiais;
d) o acompanhamento constante do nível de escolaridade da população / a requalificação dos docentes, com oferta
de cursos gratuitos de pós-graduação / a pesquisa itinerante sobre o ensino em todos os níveis / a manutenção do
número de vagas, garantindo o acesso à educação pública / e aoficialização de projetos comunitários locais;
e) a normatização de testes de avaliação em nível federal para todos os níveis de ensino / a contratação de empresas
de consultoria com vistas a assegurar a qualidade do ensino / a análise constante da utilização do FUNDEB pelos
Estados e Municípios para garantir o uso adequado na educação pública / e as reformas estruturais nas unidades de
ensino oficiais.
14
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
O currículo tem significados que vão muito além daqueles aos quais as teorias tradicionais nos confinaram.
O currículo é lugar, espaço, território. O currículo é relação de poder.
O currículo é trajetória, viagem, percurso.
O currículo é autobiografia, nossa vida,
curriculum vitae: no currículo se forja nossa identidade. O currículo é texto, discurso, documento.
O currículo é documento de identidade.
(Tomas Tadeu da Silva, 2004, p.150)
[Volume I] http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf
[Volume II] http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume2.pdf
[Volume III ] http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf
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Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
16
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
Texto Complementar
PROJETO PEDAGÓGICO DA ESCOLA.
A LDB define os estabelecimentos de ensino e os profissionais da Educação como responsáveis pela elaboração do
projeto pedagógico da escola, cabendo informar à comunidade sobre a execução de sua proposta pedagógica,
conforme registram os artigos 12, 13 e 14.
É muito importante reconhecermos que pela primeira vez se busca redimensionar a importância da escola e de seus
profissionais, cabendo aos sistemas de ensino o papel de coordenação, apoio e incentivo às escolas, abandonando
práticas autoritárias.
Entretanto, ainda se verifica que muitas unidades escolares não deram conta da responsabilidade e importância que
representam esses artigos da lei e deixam de cumpri-los, fazendo com que não se consiga assegurar a gestão
democrática na escola. Somente mantendo a organização e a participação de todos os envolvidos no processo
educacional conseguiremos fazer vencer a vontade coletiva do grupo e assegurar os princípios da gestão democrática
em nossas escolas.
Ao analisarmos os artigos citados, veremos a quantidade de vezes que a expressão “proposta ou projeto pedagógico”
aparece, dando-lhe uma relevância que se sobrepõe à própria natureza da escola.
ASPECTOS DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO
Muito professores utilizam o termo “projeto político-pedagógico” por entenderem que a ação pedagógica é um fato
político, considerando que este trabalho visa à formação do cidadão para determinada sociedade.
E esta sociedade, com certeza, sempre cobrará da escola uma formação que propicie competência profissional e
vivência democrática, crítica, responsável e ética. Contudo, é preciso que a comunidade escolar seja esclarecida de
que o planejamento do projeto pedagógico da escola engloba vários aspectos: o pedagógico –, que é o eixo central
das discussões –, o administrativo, o jurídico e o comunitário.
Sob o aspecto pedagógico, deverão ser discutidas as características do alunado a ser atendido, o perfil dos professores
da escola, o diagnóstico do desempenho dos alunos nos anos anteriores e as condições pedagógicas que a escola
oferece (laboratórios, biblioteca, equipamentos, quadras, auditório, refeitório, oficinas etc.).
A partir desses levantamentos, será possível traçar as metas a serem alcançadas em um prazo predeterminado e os
objetivos gerais que deverão orientar os planos de trabalho de cada professor.
O aspecto administrativo inclui as normas de funcionamento da escola, seu regimento interno, a divisão de tarefas
pelo corpo docente e pelos servidores técnico-administrativos, o planejamento dos horários das atividades da escola,
o controle financeiro e a aplicação dos recursos obtidos, a organização de arquivos e documentos de alunos,
professores e funcionários. Este aspecto é completado pela dimensão jurídica, que deverá nortear as decisões finais
da equipe escolar. A legislação pertinente ao campo educacional (leis, decretos, pareceres, resoluções, deliberações),
seja ela federal, estadual ou municipal, não pode ser esquecida ao elaborarmos um projeto pedagógico.
O aspecto comunitário do projeto vai dar a “marca” da escola.
É através dele que os pais, os alunos, os ex-alunos, os servidores e a comunidade do entorno da escola serão
chamados a participar, opinar e avaliar as atividades desenvolvidas no cotidiano escolar. É preciso lembrar que toda
escola deve organizar seu grêmio, sua associação de pais e mestres, seu “clube de mães” e outros grupos similares,
para que todos se sintam corresponsáveis pelo seu projeto político-pedagógico.
Um lembrete importante para você memorizar e difundir nos espaços em que estiver atuando: o projeto pedagógico
precisa ser sempre avaliado. Como sabermos se as metas que traçamos, os objetivos que escrevemos, os sonhos que
tivemos para a nossa escola estão se concretizando, se, de vez em quando, não pararmos para trocar ideias, ouvirmos
os outros, reformularmos as ações que não estão trazendo alegria a todo o grupo?
O projeto pedagógico se torna um instrumento de trabalho indispensável, uma vez que define as políticas e os
princípios filosóficos, otimiza os recursos pedagógicos e financeiros, mobilizando os diferentes setores para a
consecução dos objetivos. Não elaborá-lo significa abrir mão de um documento que legitima nossas ações e
proporciona a autonomia da gestão escolar.
Toda escola tem objetivos que deseja alcançar, metas a cumprir e sonhos a realizar. O conjunto dessas aspirações,
bem como os meios para concretizá-las, é o que dá forma e vida ao chamado projeto político-pedagógico - o famoso
PPP. Se você prestar atenção, as próprias palavras que compõem o nome do documento dizem muito sobre ele:
•É projeto porque reúne propostas de ação concreta a executar durante determinado período de tempo.
•É político por considerar a escola como um espaço de formação de cidadãos conscientes, responsáveis e críticos, que
atuarão individual e coletivamente na sociedade, modificando os rumos que ela vai seguir.
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Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
•É pedagógico porque define e organiza as atividades e os projetos educativos necessários ao processo de ensino e
aprendizagem.
Ao juntar as três dimensões, o PPP ganha a força de um guia - aquele que indica a direção a seguir não apenas para
gestores e professores mas também funcionários, alunos e famílias. Ele precisa ser completo o suficiente para não
deixar dúvidas sobre essa rota e flexível o bastante para se adaptar às necessidades de aprendizagem dos alunos. Por
isso, dizem os especialistas, a sua elaboração precisa contemplar os seguintes tópicos:
• Missão
• Clientela
• Dados sobre a aprendizagem
• Relação com as famílias
• Recursos
• Diretrizes pedagógicas
• Plano de ação
Por ter tantas informações relevantes, o PPP se configura numa ferramenta de planejamento e avaliação que você e
todos os membros das equipes gestora e pedagógica devem consultar a cada tomada de decisão. Portanto, se o
projeto de sua escola está engavetado, desatualizado ou inacabado, é hora de mobilizar esforços para resgatá-lo e
repensá-lo. "O PPP se torna um documento vivo e eficiente na medida em que serve de parâmetro para discutir
referências, experiências e ações de curto, médio e longo prazos".
Exercícios
19- A partir do texto complementar PROJETO PEDAGÓGICO DA ESCOLA reflita:
a) Como andam os processos de participação (família, comunidade, professores, equipe de apoio e outros) mobilização
e negociação de conflitos na escola em que você faz estágio?
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Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
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b) Em sua opinião o que um bom projeto político pedagógico deve conter?
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Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta
prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos
fundamentais.
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem
comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas
em desenvolvimento.[...]
Capítulo IV
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo
para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores;
IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da
definição das propostas educacionais.
Refere-se aqui à Educação Formal como um direito exclusivo do cidadão, que se caracteriza como um processo político,
portanto intencional, que se dá no espaço chamado Escola. Abrange, obrigatoriamente, a Educação Básica (Educação
Infantil, Ensino Fundamental e Médio) e tem por finalidade o pleno desenvolvimento da criança e do adolescente, seu
preparo para o exercício pleno da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) ressalta, no entanto, que a Educação abrange processos
formativos mais amplos que se desenvolvem na vida familiar e na convivência humana junto à sociedade como um
todo, em sua dinâmica histórica e cultural.
É muito recente a experiência de acesso e interação da família na escola. A família, ainda mantém uma atitude passiva
frente o processo de ensino e aprendizagem e a escola reforça essa distância da família na medida em que não dialoga
e, muitas vezes, a discrimina.
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de
ensino;
IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;
20
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada
um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador;
VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar,
transporte, alimentação e assistência à saúde.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular importa
responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar,
junto aos pais ou responsável, pela frequência à escola.
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:
I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
Os maus-tratos a que se refere o inciso I são relativos à ação da família, da sociedade e Estado e nem sempre são
facilmente percebíveis. É preciso compromisso, envolvimento e dedicação à causa da infância e da adolescência para
tornar visível a prática dos maus-tratos que, em geral, tem início nas relações de poder que se encontra nas famílias.
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares;
III - elevados níveis de repetência.
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e novas propostas relativas a calendário, seriação,
currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos do ensino
fundamental obrigatório.
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social
da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura.
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços
para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e a juventude.
* Poeta de Roraima que criou essa versão poética do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Conselhos Tutelares — entidades públicas presentes obrigatoriamente em cada município e
formadas por conselheiros da comunidade, cujo objetivo é receber denúncias de violação do
ECA e assegurar seu cumprimento.
Teste e amplie seus conhecimentos sobre Direitos Humanos e também sobre direitos da criança e
do adolescente:
http://www.promenino.org.br/Ferramentas/Conteudo/tabid/77/ConteudoId/01f45435-41db-
48ce-9c57-f26933b177c3/Default.aspx
Texto Complementar
O papel do educador diante da agressividade, violência e comportamento anti-social.
Christiane D’Angelo Fernandes e Maria Fernanda Souza
O papel do educador vem passando por um intenso processo de modificação nas últimas décadas, reflexo de constantes
mudanças na sociedade, gerando novos desafios, demandas, instrumentos facilitadores e também inúmeros obstáculos. Um
dos principais desafios encontrados pelo educador está no comportamento do aluno. De atitudes inadequadas a conflitos
diretos com colegas de classe e professores, surgem algumas das maiores preocupações vivenciadas pela escola atualmente.
Problemas no estabelecimento e na manutenção da disciplina, aumento de atitudes agressivas, atos violentos, transgressão de
regras, violação dos direitos alheios, entre outras manifestações antissociais no ambiente escolar, evidenciam importantes
desajustes na relação educador/aluno. O educador diante de tal situação necessita conhecer as causas e consequências destes
problemas para, então, buscar soluções e evitar o agravamento e a disseminação deste padrão de comportamento, passando
do âmbito individual para o coletivo.
Diversas são as causas destes problemas, entre elas: frágeis referências morais, distorção de valores, questões familiares
(dificuldades no estabelecimento de limites, regras, dinâmica familiar comprometida, violência doméstica etc.), problemas
culturais, barreiras socioeconômicas, conflitos emocionais do próprio educando, problemas de saúde mental do educando
e/ou de familiares, comprometimento cognitivo ou dificuldades de aprendizagem.
Os problemas de saúde mental, cognitivos e de aprendizagem pouco são considerados como causas efetivas de
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Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
comportamentos agressivos, mas sua interferência no padrão de comportamento de crianças e adolescentes vem sendo cada
vez mais evidenciada por profissionais de saúde mental.
O que eu, professor, devo fazer? As dificuldades do aluno não são o único fator gerador de tais problemas. As condições
- Procure motivar o aluno pela emocionais e profissionais do educador também interferem no agravamento ou
busca do Saber; possibilitam a diluição dos problemas citados. Outro fator relevante é a ausência ou
- Evite confronto com a criança ou insuficiência de infraestrutura e de recursos materiais, sociais e educacionais
adolescente; necessários para o pleno desenvolvimento do processo educativo. Recursos estes que
- Promova o diálogo e valorize os deveriam ser garantidos pelo sistema educacional.
esforços e conquistas do aluno; As consequências geradas são incalculáveis. O enfraquecimento da relação aluno/
- Promova também uma reflexão educador, falhas no processo educativo, perda do referencial de autoridade no
entre os alunos sobre questões que ambiente escolar e o inquestionável agravamento das barreiras encontradas por todos
envolvam comportamentos e os envolvidos neste processo são apenas as mais evidentes. Tal é a gravidade destes
conflitos; problemas que estas consequências não se limitam ao ambiente escolar, mas se
- Não se esqueça da importância do traduzem em sérios reflexos sociais.
seu papel como educador: você Diante da multiplicidade de causas e consequências, seria insensato falar em soluções
pode ser o agente transformador “mágicas”, especialmente a curto ou médio prazo. O que deve ser buscado
no desenvolvimento de seus gradualmente é a identificação dos fatores causais, o fortalecimento dos agentes
alunos. implicados em todo o processo, a ampliação dos espaços e possibilidades de reflexão e
discussão, buscando a melhoria das condições de ensino.
As “armas” do professor
Na prática, o educador dispõe de alguns recursos importantes. O fortalecimento emocional e profissional garante melhores
possibilidades em sua atuação diária. Seu autoconhecimento promoverá um melhor controle de situações de conflito. Neste
processo, uma importante estratégia é a de potencializar sua capacidade em motivar seu aluno e despertar seu interesse pela
busca do saber, oferecendo novas possibilidades de adquirir conhecimento e superar barreiras.
Evitar o confronto direto com o aluno é fundamental para preservar qualquer possibilidade de reestruturação de um
relacionamento já comprometido. Para isto, é importante que o educador perceba que a manifestação agressiva, em geral,
não tem como causa o próprio educador ou qualquer divergência pessoal por parte do aluno, mas é um reflexo das barreiras
encontradas por este em seu desenvolvimento emocional, cognitivo e social.
Outra importante solução é a adoção Ajudar o aluno a potencializar seus recursos internos, valorizar qualquer
de políticas públicas que fortaleçam e possibilidade de esforço ou conquista, promover o diálogo e buscar ajuda externa,
desenvolvam a atuação do educador quando a situação demonstra sinais de agravamento, são algumas das ferramentas
que o educador dispõe. Além disso, o professor pode gerar uma reflexão entre os
alunos sobre as questões que envolvem comportamentos, conflitos e atitudes inadequadas, possibilitando o envolvimento dos
jovens na construção de soluções. Faz parte da missão do educador e da instituição de ensino garantir às possíveis vítimas de
atitudes agressivas o suporte necessário para a solução de problemas.
Outra importante solução é a adoção de políticas públicas que fortaleçam e desenvolvam a atuação do educador e ofereçam
melhores condições de ensino e de vivência no ambiente escolar, visando a diminuição do descompasso existente entre a
vivência contemporânea e a realidade vivenciada em sala de aula.
Muito há que se pensar sobre soluções e caminhos para que o ambiente escolar possa realmente oferecer a alunos e
profissionais as condições adequadas para o pleno desenvolvimento do processo educativo. Um ponto deve ser fortemente
valorizado e explorado: a importância do papel do educador, não apenas diante de comportamentos inadequados, como
também diante da possibilidade de tornar-se um agente transformador no desenvolvimento de seu aluno.
Tal importância foi claramente evidenciada pelo professor e psicopedagogo Celso Antunes no texto “O sagrado e o profano na
missão do professor”, que diz: ”a certeza de que possui uma profissão imprescindível, de que de sua ação no cotidiano se
constrói o mundo em que se viverá. A imensa fé e crença de que sem professores uma sociedade não inventa médicos ou
engenheiros, não faz surgir arquitetos ou mecânicos… O verdadeiro professor não pode ser guiado pela frieza de uma visão
somente profana, mas também não pelo idealismo ingênuo de ser manipulado por sua crença autêntica...”.
A afirmação nos leva a refletir sobre a grandeza e a complexidade do papel do educador, sobre os desafios a que é submetido
diariamente, sobre a necessidade de sua capacitação e atualização constantes, sobre a influência de suas ações e sobre a
cautela necessária em sua atuação.
Exercícios
20- Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente sobre o Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer é
incerto afirmar que:
a) A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o
exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes igualdade de condições para o acesso e
permanência na escola.
22
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
b) É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das
propostas educacionais.
c) É dever de o Estado assegurar à criança e ao adolescente ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para
os que a ele não tiveram acesso na idade própria.
d) O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular não importa responsabilidade
da autoridade competente.
e) Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de maus-
tratos envolvendo seus alunos.
21- Leia atentamente o texto a seguir.
“Ana tem 9 anos e mora na zona rural com seus pais. O distrito onde reside fica distante de 6 km da escola mais
próxima.
Apesar de haver transporte escolar para os alunos da região, Ana nunca foi à escola. Seus pais já foram procurados
pela direção da escola, mas disseram que não queriam que ela fosse para a aula, pois a menina precisava trabalhar,
cuidando do bebê da vizinha, para ajudar nas despesas e, além disso, argumentaram que o caminho até a escola era
muito perigoso.”
Considerando o texto acima, compete ao diretor da escola:
a) procurar o Conselho Tutelar e expor a situação para que os conselheiros intercedam junto aos pais e advirtam-nos
de que matricular a criança em uma escola é obrigatório.
b) denunciar os pais que obrigam a criança a trabalhar à Secretaria de Assistência Social do Município.
c) denunciar a situação da criança ao representante do Ministério Público, a fim de que o Promotor Público possa
efetuar a prisão dos pais.
d) falar com o vereador que representa o distrito para que ele interceda junto aos pais da criança, a fim de que
matriculem Ana na escola.
22- A partir da leitura do texto complementar monte um mural em sala de aula, com perguntas e respostas da
atuação do conselho tutelar.
Faça uma pesquisa de reportagens sobre a atuação do conselho tutelar no Estado do Rio de Janeiro para ilustrar o
trabalho.
23
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
competitividade perpassam os vários continentes. Nesse cenário, a América Latina foi invadida por uma onda
neoliberal que vem tentando apontar caminhos para o desenvolvimento, enfatizando a desregulação do mercado de
trabalho.
Embora as influências do socialismo sejam flagrantes em quase toda a literatura pedagógica dos últimos anos no
Brasil, a sucessão de propostas educacionais tem pendido mais para o liberalismo, sem que consigamos acompanhar
sua aplicação e, muito menos, avaliá-las.
Como você já percebeu, as considerações que formulamos apresentam um cenário político-educacional bastante
complexo e impreciso, em que diferentes temas e tendências político-ideológicas se alternam, ora em primeiro plano,
ora como pano de fundo. Muitas vezes encontramos ideias de cunho socialista, mas que não são aplicáveis de
imediato; outras vezes são propostas liberais disfarçadas por um populismo que empolga as massas.
O neoliberalismo se apóia no jogo do mercado, o qual, embora necessário à criação da riqueza e do desenvolvimento,
não garante a liberdade porque “não é capaz por si só de prover uma série de requisitos e oportunidades para o
exercício mais pleno e mais significativo da individualidade de muitos” (MERQUIOR, 1983, p. 94).
MERQUIOR (1990) afirma que o liberalismo “não é uma doutrina antiestado. É uma doutrina antiestatismo”. E
continua esclarecendo:
“Trata-se de saber qual é o tipo de Estado que você precisa para aumentar a liberdade.”
Mais adiante, conclui: “Acredito que, no ideário liberal, a chamada revolução educacional
seja a prioridade gritante. Absolutamente gritante” (p. 15).
A proposta liberal estimula a cultura da liberdade e resulta em um grau historicamente alto de desenvolvimento
econômico. Isso não será conseguido sem, no mínimo, classes médias razoavelmente instruídas e massas
alfabetizadas. A interpenetração entre desenvolvimento, Educação e liberdade tem de ser concretizada nas ações
governamentais, por meio de políticas de Estado e não de governo.
Os neoliberais fazem críticas à igualdade, que, segundo eles, embora favorável, reduz as oportunidades de
participação individual, limitando, portanto, a liberdade. E essa posição vai influenciar sua visão de escola, pois acham
que, embora a Educação seja um direito civil, o sistema escolar deve ser mudado, de maneira a proporcionar uma
espécie de representação proporcional de todos os grupos, na qual todas as pessoas tenham oportunidades de
desenvolver suas habilidades e realizar seus desejos. A igualdade é vista como condição, não como meta. Dessa
forma, é possível aos homens fazer escolhas que permitam a emersão das desigualdades.
No caso brasileiro, os dados estatísticos apontam para uma escola incompetente para atender à massa de alunos que
nela ingressa.
A repetência, a evasão, a distorção idade-série, a qualidade do trabalho docente e outros fatores têm sido apontados,
em diferentes pesquisas, como responsáveis pela situação degradante do nosso ensino em todos os níveis.
Os neoliberais argumentam que, quando o sistema universaliza o ensino gratuito – em nome da igualdade,
independentemente da condição financeira dos alunos ou de suas famílias –, contribui para aumentar a desigualdade
de oportunidades, uma vez que as famílias de baixa renda, de modo geral, só têm acesso à escola de baixa qualidade.
As famílias de maior renda podem optar por escolas particulares de qualidade. Concluímos, assim, que não basta
universalizar o ensino gratuito, é preciso que ele ofereça qualidade. Uma escola pública tem de ter tanta ou mais
qualidade que uma escola particular, pois seu alunado talvez não tenha em casa recursos complementares às
atividades escolares, como ocorre com as crianças oriundas da classe média.
Na visão liberal, Se você não educa a massa, você finge que está melhorando a vida dela, mas está aprofundando o
fracasso que separa os brasileiros.
Texto Complementar
Rubem Alves
Rubem Alves, em seu livro: O POETA, O GUERREIRO, O PROFETA (Ed. Vozes,1995. P. 10 )
“Uma aranha fez sua teia num canto do meu escritório. Eu a descobri ontem e, com a minha vassoura, tratei de me
livrar dela. Teias de aranha são sinais de descaso e eu não queria que aqueles que me visitam pensassem mal de mim.
Mas hoje ela está no mesmo lugar. Durante a noite refez sua teia. Acho que ela gostou do lugar, me perdoou e confia
na minha compreensão. Compreende. E decidi que ela vai ser minha companheira.
Embora ela não saiba falar, ela me fez pensar. Confesso que a aranha me fascinou. Primeiro por aquilo que vejo. Lá
está ela, segura e feliz, pendurada sobre o vazio. Não existe hesitação alguma nos seus passos. Suas longas pernas se
movem sobre os finos fios de sua teia com tranquila precisão, como se fossem dedos de um violinista, dançando sobre
as cordas. Sua teia é coisa frágil, feita com fios quase invisíveis. E, no entanto, é perfeita, simétrica, bela,
perfeitamente adequada ao seu propósito. Mas o fascínio tem a ver com aquilo que não vejo e só posso imaginar.
Imagino aquela criaturinha quase invisível suas patas coladas à parede. Ela vê as outras paredes, tão distantes, e mede
24
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
os espaços vazios. E só pode contar com uma coisa para o trabalho incrível que está para ser iniciado: um fio, ainda
escondido dentro de seu corpo. E, então repentinamente, um salto sobre o abismo, e um universo começa a ser
criado...
Em outros tempos acho que fui um bom professor. Como a aranha eu sabia tecer a minha teia de palavras. Eu sabia o
que ensinava e só ensinava o que sabia... Bons professores, como a aranha, sabem que lições, estas teias de palavras,
não podem ser tecidas no vazio. Elas precisam de fundamentos. Os fios, por finos e leves que sejam, têm de estar
amarrados a coisas sólidas: árvores, paredes, caibros. Se as amarras são cortadas a teia é soprada pelo vento, e a
aranha perde a casa... Professores sabem que isto vale também para a educação...”
Exercícios
23- Faça uma pesquisa sobre o Neoliberalismo.
a) O que é?
________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
b) Pontos positivos e negativos da sua influência na Educação.
________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
24- A partir da leitura do texto complementar responda qual o perfil desejado para o professor do século XXI?
________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
25
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
marcada pela expropriação do trabalho e divisão social de classes haveria que ser, no mínimo, considerado como ato
de suspeição e estranheza. Há um forte apelo ao “esforço” encampado pelo Estado em reunir intelectuais, a classe
política e o empresariado na elaboração das políticas públicas para a educação, na apresentação de uma escola
pública que ratifique os pressupostos delineados pelos organismos multilaterais, o que em maior ou menor grau tem
se intensificado na roda de discussão de toda a sociedade e, particularmente na adesão de um bom número de
acadêmicos, cooptados pelo convencimento da falta de alternativa no contexto global.
Vamos refletir?!?
Poucos países, no mundo moderno, possuem problemas educacionais tão graves quanto o Brasil. Como herança do
antigo sistema escravocata e senhoral, recebemos uma situação dependente inalterável na economia mundial,
instituições políticas fundadas na dominação patrimonialista e concepções de liderança que convertiam a educação
sistemática em símbolo social dos privilégios e do poder dos membros e das camadas dominantes.
Diante do que afirma Florestan Fernandes, como você vê o desajuste qualitativo e quantitativo de nosso sistema de
ensino? Como sair desse círculo vicioso?
Instituições de Ensino - (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96 – Artigos 19 e 20).
PÚBLICAS PRIVADAS
Assim entendidas as criadas Assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de
ou incorporadas, mantidas e direito privado.
administradas pelo Poder As instituições privadas de ensino se enquadrarão nas seguintes categorias:
Público
Particulares Comunitárias Confessionais Filantrópicas
Criadas ou incorporadas pelo São instituídas e São instituídas por grupos de São instituídas por Sem fins
Poder Público e que por este mantidas por pessoas físicas ou por uma ou grupos de pessoas lucrativos.
sejam mantidas e uma ou mais mais pessoas jurídicas, inclusive físicas ou por uma ou
pessoas físicas cooperativas educacionais, sem mais pessoas jurídicas
administradas.
ou jurídicas de fins lucrativos, que incluam na que atendem a
direito privado. sua entidade mantenedora orientação
representantes da comunidade. confessional.
26
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
Para onde?
Somente um navegador louco ou perdido
navegaria sem ter idéia do “para onde”
Rubem Alves, 1999
VIII. O financiamento da educação no Brasil.
Quanto custa a Educação no Brasil? De onde vem o dinheiro que mantém a escola pública? O que podemos fazer para
ter uma escola pública de qualidade?
O Brasil tem investido em Educação muito menos do que outras nações em situação político-econômica semelhante.
A partir da década de 1990, intensificou-se um processo de transformações científicas e tecnológicas e de globalização
dos mercados. A automatização tem tornado descartável a mão-de-obra não-qualificada e exigido uma mudança
profunda na Educação Básica, a partir do tipo de trabalhador que as comunidades necessitam, com novas
competências para o enfrentamento desse novo mundo que se descortina. Esses fatores impuseram a necessidade de
mais investimentos financeiros em Educação e de maior controle na sua aplicação.
Você já parou para pensar sobre perguntas que talvez nunca lhe tenham sido feitas? Vejamos algumas delas:
• De onde vem o dinheiro que custeia a Educação?
• Quem paga a conta do Ensino Fundamental? Da Educação Infantil? Do Ensino Médio?
Os estudos realizados sobre os investimentos públicos em Educação em diferentes países apontam para duas formas
de financiamento da Educação: com impostos privativos e específicos para o custeio da Educação ou com
percentagens da renda tributária para a manutenção do ensino. No Brasil, o segundo tipo de financiamento foi o
definido em lei, incluindo também as contribuições sociais destinadas ao ensino, como o salário-educação.
As preocupações com os recursos financeiros para a Educação brasileira não são recentes. Há, pelo menos, cinquenta
anos o assunto é debatido nos meios políticos e acadêmicos. Em janeiro de 1954, Anísio Teixeira, durante o Congresso
Brasileiro de Educação, realizado em Curitiba, apresentou um trabalho intitulado Sobre o problema de como financiar
a educação do povo brasileiro, no qual afirmava a necessidade da existência de fundos que captassem os recursos da
União, dos Estados, dos Municípios e dos particulares e alertava que este empreendimento só poderia ser levado a
termo pela decisão e a providência dos poderes públicos, em cooperação.
“Completava, afirmando que só eles poderão arcar com os ônus de financiar, de manter o imenso sistema de
educação que a democracia brasileira já está a exigir” (LEITE, 2000, p. 76).
Em 1954, conforme pesquisas de Leite (2000), aplicávamos 2% da renda nacional em Educação e havia oito milhões de
crianças na faixa etária do Ensino Fundamental. Hoje, esse número é cinco vezes maior, enquanto o investimento em
Educação é de cerca de apenas 5%.
É claro que esse investimento, hoje, como também naquela época, é insuficiente, “muito menos pelo valor monetário
e muito mais pela administração irregular, incompetente e não comprometida com os ideais de transformar
efetivamente a nação” (LEITE, 2000, pp. 76-77).
As constituições brasileiras têm determinado percentuais mínimos de recursos para financiamento do ensino. A de
1934, em pleno período varguista, já definia para a União e os municípios cerca de 10% das fontes de recursos e para
os estados e o Distrito Federal, 20%. As de 1946, 1969 e 1988 determinaram para estados, municípios e Distrito
Federal o mesmo percentual: 25%. Com relação aos mínimos previstos para a União, as diferentes constituições têm
aumentado os índices dos 10% previstos em 1934 e em 1946 para 13%, na Constituição de 1969, e, finalmente, para
18%, na Constituição Federal de 1988.
27
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
Embora nossos instrumentos legais venham determinando, já há muito tempo, percentuais de renda tributária para a
manutenção do ensino, foi somente com a Lei 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) – que
se definiu legalmente, nos artigos 70 e 71, o que se deve e o que não se deve considerar como despesas na
manutenção e no desenvolvimento do ensino (MDE). Até então, despesas e obras de todo tipo eram realizadas pelos
nossos governantes, sob a alegação de que contribuíam para a melhoria do processo educacional.
A Constituição Federal de 1988 (CF/88) e a Emenda 14, de 1996, abordam pontos importantes com relação ao
financiamento da Educação: gratuidade do ensino público; financiamento, pela União, das instituições de ensino
públicas federais; função redistributiva e supletiva, como garantia de padrão mínimo de qualidade do ensino; e
aplicação anual mínima de 18%, pela União, e de 25%, pelos estados e municípios, da receita resultante de impostos
na manutenção e desenvolvimento do ensino (CF/88, art. 212).
A origem dos recursos destinados à Educação é explicitada de forma bastante clara no artigo 68 da LDB. Esse cuidado
veio resolver problemas anteriores, de uso indevido da conta da Educação, alegando-se interpretações, mesmo que
equivocadas.
Recursos Financeiros - (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96 – Artigos 68 a 77).
FONTES APLICAÇÃO VETO DESTINAÇÃO
- Receita de -Remuneração e aperfeiçoamento - Pesquisa, quando não vinculada às
Impostos; de pessoal; instituições de ensino, ou, quando
-Receita de -Aquisição, manutenção, efetivada fora dos sistemas de
Transferências construção e conservação de ensino, que não vise, precipuamente,
constitucionais e instalações e equipamentos ao aprimoramento de sua qualidade
outras necessários ao ensino; ou à sua expansão;
transferências; -Uso e manutenção de bens e - Subvenção a instituições públicas
-Receita de salário serviços vinculados ao ensino; ou privadas de caráter assistencial,
educação e de -Levantamentos estatísticos, desportivo ou cultural;
outras contribuições estudos e pesquisas visando - Formação de quadros especiais Escolas Públicas,
sociais; precipuamente ao aprimoramento para a administração pública, sejam Comunitárias,
-Receita de da qualidade e à expansão do militares ou civis, inclusive Confessionais e
incentivos fiscais; ensino; diplomáticos; Filantrópicas.
-Outros recursos - Realização de atividades-meio - Programas suplementares de
previstos em lei. necessárias ao funcionamento dos alimentação, assistência médico-
sistemas de ensino; odontológica, farmacêutica e
- Concessão de bolsas de estudo a psicológica, e outras formas de
alunos de escolas públicas e assistência social;
privadas; - Obras de infra-estrutura, ainda que
- Amortização e custeio de realizadas para beneficiar direta ou
operações de crédito destinadas a indiretamente a rede escolar;
atender ao disposto nos incisos - Pessoal docente e demais
deste artigo; trabalhadores da educação, quando
- Aquisição de material didático- em desvio de função ou em atividade
escolar e manutenção de alheia à manutenção e
programas de transporte escolar. desenvolvimento do ensino.
ocorrem devido às mudanças relacionadas às fontes financeiras que formam esse fundo, o percentual e o montante
de recursos que o compõem e estão ao seu alcance. Com as modificações que o FUNDEB oferece, o novo fundo
atende não só o ensino fundamental (6/7 a 14 anos), como também a educação infantil (0 a 5/6 anos), o ensino médio
(15 a 17 anos) e a educação de jovens e adultos.
O FUNDEF, que vigorou até o ano de 2006, permitia investimentos apenas no ensino fundamental nas modalidades
regular e especial, ao passo que o FUNDEB proporciona a garantia da educação básica a todos os brasileiros, desde a
creche até o final do ensino médio, inclusive àqueles que não tiveram acesso à educação em sua infância.
O FUNDEB terá vigência de 14 anos, a partir do primeiro ano da sua implantação. O percentual de contribuição dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios para o FUNDEB sobre as receitas de impostos e transferências
especificadas pela lei que cria o FUNDEB tem o nº 11.494/07 e foi aprovada em 20 de junho de 2007.
De acordo com essa lei, os percentuais serão elevados gradualmente, de forma a atingir 20% em três anos, quando o
FUNDEB estará plenamente implantado.
Estimativas do governo Federal apontam para um montante de receitas de cinco impostos e transferências dos
estados e municípios de cerca de R$ 51 bilhões e de uma parcela de complementação da União de cerca de R$ 5,0
bilhões em 2009, quando o FUNDEB estiver totalmente implantando. O universo de beneficiários do fundo é de cerca
de 48 milhões de alunos da educação básica.
Exercícios
25- A classificação correta quanto às categorias administrativas das instituições de ensino dos diferentes níveis, é:
a) Públicas e privadas.
b) De Ensino Fundamental, Médio e Superior.
c) Escolas e Universidades.
d) Pré-Escolas, escolas de Ensino Fundamental, Médio e Técnico e escolas de Nível Superior.
26- (CEFET – 2010 - Cargo Pedagogo) Sobre os recursos financeiros, a LDB 9394/96 determina que:
a) A União aplicará, anualmente, nunca menos que 18%, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 25% da
receita resultante dos impostos.
b) A União aplicará, anualmente, nunca menos que 21%, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 20% da
receita resultante dos impostos.
c) A União aplicará, anualmente, menos que 10%, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 25% da receita
resultante dos impostos.
d) A União aplicará, anualmente, menos que 18%, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 37% da receita
resultante dos impostos.
27- O grêmio programou um passeio e quer que a escola ajude a pagar o ônibus. Como proceder? Isso é possível?
Para responder essa pergunta converse com o diretor da sua escola de estágio, aproveite para saber como a escola
recebe e utiliza suas verbas. (No caso da escola pública).
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A partir das respostas a turma deve fazer um debate sobre a importância do FUNDEB na Educação.
29
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
participação popular, cujas raízes vão desde as revoltas dos colonos contra a Coroa Portuguesa até as últimas lutas
contra um regime militar extremamente centralizador e repressor.
Por outro lado, a descentralização político-educacional consagrada na atual Constituição e na Lei de Diretrizes e Bases
da Educação (LDB) pode estar inserida nas políticas neoliberais que imprimem uma flexibilização social e preconizam a
diminuição da ação do Estado na vida pública. Entre os velhos e os novos paradigmas a ação popular tem sido âncora
de resistência e deve ser o vetor primordial da gestão educacional diante dos limites e possibilidades que o conjunto
de leis oferece.
As mudanças na política educacional brasileira, sobretudo a partir dos anos 90, têm emprestado um papel significativo
às instâncias municipais, quando princípios como os da descentralização, da democratização e da participação têm
justificado novos arranjos no reordenamento das estruturas e funcionamento dos sistemas de ensino.
A ideia de descentralização coloca-se hoje no conjunto de argumentos que reforça a tese da revisão do papel do
Estado, argumentos estes sustentados na formulação de novas propostas de reorganização da administração pública
com relação aos serviços tradicionalmente mantidos sob o controle central do aparelho estatal, num movimento de
redistribuição de funções para as diferentes esferas de poder, valorizando, com isto, as instâncias regionais e locais.
Os resultados do processo de transição política a partir da saturação do regime militar instalado em 1964 no Brasil
têm colocado os conceitos de democracia e descentralização no centro das discussões políticas e acadêmicas,
ratificando-os como valores necessários à cristalização dos ideais de participação da sociedade na formulação e
execução das políticas públicas.
No âmbito da educação, sair de um período de autoritarismo e centralização herdados do seu passado histórico e
passar para um nível concreto de maior participação de outros segmentos da estrutura do Estado, assim como da
sociedade, no estabelecimento e desenvolvimento dessas políticas, tornou-se um complexo exercício na configuração
dos sistemas educacionais. Neste contexto, a questão da descentralização da gestão da educação e da
municipalização do ensino apresenta-se como um desafio. As reformas do Estado brasileiro têm avançado nesta
perspectiva e o setor educacional tem experimentado, a partir de 1995, grandes transformações na moldura
institucional que tem operacionalizado essas novas tendências.
A descentralização do ensino, processo que tem a municipalização como uma de suas formas importantes de
realização, não é uma ideia nova no Brasil. Uma revisão de literatura sobre o tema vai mostrar que em determinados
períodos da história brasileira o tema tem sido mais discutido que em outros, sendo importante salientar que a
oscilação na frequência dos debates e na produção do conhecimento nesta área tem razões históricas, econômicas,
políticas e sociais.
30
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
Apesar disto são muitos os educadores que defendem de forma contundente a municipalização, principalmente no
que se refere às primeiras séries do ensino fundamental. O primeiro defensor desta posição no Brasil foi o educador
Anísio Teixeira propondo um trabalho conjunto entre as esferas de governo com base no custo-aluno.
Do ponto de vista da legislação, a municipalização aparece em dispositivos firmados na Lei 5692/71 que, no Parágrafo
Único do seu Artigo 58, introduz a ideia de transferência de responsabilidades educacionais para os municípios e no
seu Artigo 71 institui a possibilidade de delegação de competências pelos Conselhos Estaduais de Educação para os
Conselhos organizados nos municípios (CLEITON e TEIXEIRA, 2001). Nesta mesma lei é definida a vinculação à
educação dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios. Configurou-se, a partir daí, na política educacional
brasileira, a necessidade de um reforço às estruturas técnica e administrativa municipais para atuar na educação. Esta
política, deste modo, vai implementar projetos federais a partir de então, desenvolvidos, sobretudo, nos estados do
Nordeste brasileiro, estimulando a municipalização do ensino através da transferência de encargos para o município,
sem o correspondente investimento financeiro (PEIXOTO, 1999).
Em tempos mais recentes, a Constituição Federal de 1988 vai elevar os municípios à condição de entes federados,
fortalecendo os seus poderes de decisão e de participação política. Na área da educação esta Constituição reconhece,
pela primeira vez no Brasil, os sistemas municipais de ensino, com isto atribuindo-lhes competências específicas na
manutenção dos serviços educacionais em determinados níveis (BRASIL, 1988).
Sob a égide do princípio da descentralização, esse diploma legal vai introduzir alterações significativas no quadro da
distribuição de poderes, atribuições e recursos entre as esferas de governo, delimitando para cada uma delas, no caso
da educação, os níveis de ensino sob sua responsabilidade e o percentual de recursos provenientes de impostos que
devem ser aplicados à educação (Artigos 211 e 212), destacando os municípios em todas essas determinações.
A década de 90 vai experimentar mudanças substantivas nas políticas educacionais, sobretudo a partir de 1995, com o
primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso. Tais mudanças foram fortemente condicionadas pelos
pressupostos da descentralização e da municipalização do ensino. A Emenda Constitucional 14/96 vai redirecionar os
recursos para o ensino através da criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e
Valorização do Magistério – o FUNDEF, reordenando a alocação de recursos para o ensino fundamental entre Estados
e Municípios (BRASIL, 1996).
Este Fundo, regulamentado pela Lei 9424/96, por conseguinte, se constituirá, a partir de 1998, no mais forte
instrumento de municipalização do ensino no Brasil, provocando nova dinâmica e funcionalidade à educação
municipal (BRASIL, 1996).
É importante assinalar, por outro lado, os reflexos produzidos na educação municipal pela Lei 9394/96, de Diretrizes e
Bases da Educação, que vai disciplinar os gastos com a educação, através dos seus Artigos 70 e 71.
Esta lei também vai estabelecer os princípios orientadores da gestão do ensino municipal através dos Artigos 11, 18 e
87. No primeiro, vai fixar as incumbências dos municípios em matéria de educação. No segundo, vai estabelecer a
composição dos sistemas municipais de ensino. E no parágrafo 3º do Art 87, no Título das Disposições Transitórias, vai
determinar ações do município para oportunizar matrículas às crianças, jovens e adultos no ensino fundamental,
realizar programas de capacitação de professores em exercício e promover a integração dos seus estabelecimentos de
ensino ao sistema nacional de avaliação do rendimento escolar (BRASIL, 1996).
31
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
No Brasil, na atualidade, a discussão da formação dos profissionais da educação passa por compreensões controversas
que acabam gerando atitudes governamentais reveladoras do atraso na interpretação do texto legal – LDBEN –
quanto à formação de professores.
Cabe destacar que o importante é compreender que, se o magistério é uma profissão com características tão próprias,
a ponto de não poder ser comparada com outras funções técnicas, essa diferença precisa ser incorporada desde logo
ao processo de formação do professor. Assim, não se trata apenas de aproximar o aluno de informações oriundas da
pedagogia, da didática, da psicologia, da filosofia, da sociologia e assim por diante, mas assegurar que essas
informações adquiram significado, passando a integrar a própria identidade do aluno, seja ele um professor, que já
desempenha funções docentes, ou aluno sem prática pedagógica.
Formação Docente - (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96 – Artigos 61 a 67).
Ideia Central Princípios a serem observados na Indicações Legais
formação docente
- O processo reconstrutivo do aluno é o - Aperfeiçoamento profissional continuado;
centro das questões ligadas a - Período reservado a estudos,
aprendizagem; planejamento e avaliação incluído na carga
Professor como eixo central da - Professor enquanto orientador da horária de trabalho;
qualidade na educação. aprendizagem; - Progressão funcional baseada na titulação
- Educação enquanto processo ou na habilitação e na avaliação do
essencialmente formativo; desempenho;
- Interdisciplinaridade, envolvendo tanto - Valorização: reforma salarial e condições
aspectos teóricos quanto práticos, além de adequadas de trabalho;
da criticidade, leitura da sociedade e - Programas de educação continuada;
qualidade formal e política; - Associação entre teorias e práticas na
- Reconstrução permanente da formação docente;
aprendizagem; - Valorização de formação e experiências
- Formação de competências. anteriores.
Exercícios
28- Em que série/ano eu poderei dar aula, quando terminar meu curso pós-médio de Formação de Professores?
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29- E se eu fizer o Curso de Pedagogia?
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30- O que eu preciso fazer para ser professor (a) de Matemática?
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31- O que eu preciso fazer para ser professor (a) do Ensino Superior?
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32- Vale a pena ser professor? Por quê?
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Anexos
Legislação e normatizações da educação básica e de seus profissionais.
Endereços para consulta:
Constituição Federal, Leis e Decretos: www.planalto.gov.br
Portarias normativas: www.mec.gov.br
Pareceres e Resoluções do Conselho Nacional de Educação: http://migre.me/4m9R8
Legislação Educacional - De 2003 a 2010: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me4727.pdf
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Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
1. Organização
• Constituição Federal de 1988 – Capítulo III, Seção I, Artigos 205 a 214.
• Lei nº 9.394/1996 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).
• Lei nº 10.172/2001 – Plano Nacional de Educação (PNE).
• Emenda Constitucional nº 53/2006 – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização
dos Profissionais da Educação – Fundeb.
• Lei nº 11.494/2006 – regulamenta o Fundeb.
• Decretos nº 6.253/2007 e 6.278/2007 – dispõem sobre o Fundeb e regulamentam a lei nº 11.494/2006.
• Lei nº 9.424/1996 – regulamenta o Fundef (Fundo do Ensino Fundamental – há artigos da Lei em vigência, mesmo
após a aprovação do Fundeb).
• Decreto nº 6.094/2007 – Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE)
2. Carreira e Formação dos Profissionais
As carreiras dos profissionais da educação básica são regidas pelos Estatutos e Planos de Carreira dos entes federados,
em respeito à federalização do Estado brasileiro. Contudo, tramita no Congresso Nacional o PL 1.592/2003, que visa
fixar diretrizes nacionais para as carreiras dos profissionais da educação, com vistas a homogeneizar a regulação
profissional. A CNTE apoia a aprovação imediata do referido Projeto de Lei.
• Resolução CEB/CNE nº 03/1997 Diretrizes Nacionais para a Carreira dos Profissionais do Magistério, com base na Lei
9.424/1996 – Fundef.
• Parecer CEB nº 01/1999 – Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de Professores na Modalidade
Normal em Nível Médio.
• Resolução CNE/CEB n.º 02/1999 - Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Docentes da
Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental, em Nível Médio, na modalidade Normal.
• Parecer CNE/CP nº 09/2001 - Diretrizes Curriculares para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica em
Cursos de Nível Superior.
• Parecer CNE/CP nº 27/ 2001 - Dá nova redação ao Parecer CNE/CP nº 09/2001, que dispõe sobre as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em Cursos de Nível Superior.
• Parecer CNE/CP nº 21/2001 - Dispõe sobre a duração e carga horária dos cursos de Formação de Professores da
Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena.
• Resolução CNE/CP nº 01/2002 - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação
Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena.
• Resolução CNE/CP n.º 01/2005 - Altera a Resolução CNE/CP nº 01/2002, que institui Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de Licenciatura de graduação plena
• Parecer CNE/CP nº 28/2001 - Dá nova redação ao Parecer CNE/CP 21/2001, que estabelece a duração e a carga
horária dos cursos de Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior.
• Resolução CNE/CP n.º 02/2002 - Institui a duração e a carga horária dos cursos de licenciatura, de graduação plena,
de formação de professores da Educação Básica em nível superior.
• Resolução CNE/CP n.º 02/2004 - Adia o prazo previsto no art. 15 da Resolução CNE/CP 1/2002, que institui Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura,
de graduação plena.
• Parecer CNE/CP n.º 04/2004 - Adiamento do prazo previsto no art. 15 da Resolução CNE/CP nº 01/2002, que institui
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de
licenciatura, de graduação plena.
• Resolução CNE/CEB n.º 01/2003 - Dispõe sobre os direitos dos profissionais da educação com formação de nível
médio, na modalidade Normal, em relação à prerrogativa do exercício da docência, em vista do disposto na lei
9394/96, e dá outras providências.
• Parecer CNE/CP n.º 05/2005 - Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia.
• Parecer CNE/CP n.º 03/2006 - Reexame do Parecer CNE/CP nº 5/200.
• Resolução CNE/CP n.º 01/2006 - Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia,
licenciatura.
Funcionários de Escola
• Resolução nº 05/2005 - cria a área Profissional de Serviços de Apoio Escolar (21ª Área de Formação Técnica
Profissional).
• Portaria Normativa nº 25/2007/MEC - institui o Programa de Formação Inicial em Serviço dos Profissionais da
Educação Básica dos Sistemas de Ensino Público – Profuncionários.
• Projeto de Lei 6.206/2005 – visa reconhecer, na LDB, os funcionários de escola como profissionais da educação.
3. Currículo do nível básico: etapas, modalidades e transversalidades
Educação Infantil
• Parecer CNE/CEB nº 22/1998 - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil.
• Resolução CNE/CEB nº 01/1999 - Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil.
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Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
Ensino Fundamental
• Parecer CNE/CEB nº 04/1998 - Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental.
• Resolução CNE/CEB nº 02/1998 - Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental.
Ensino Fundamental de 9 anos
• Lei 11.114/2005 – Torna obrigatório o início do ensino fundamental aos seis anos de idade.
• Parecer CNE/CEB nº 18/2005 - Orientações para a matrícula das crianças de 6 (seis) anos de idade no Ensino
Fundamental obrigatório.
• Resolução CNE/CEB nº 03/2005 - Define normas nacionais para a ampliação do Ensino Fundamental para nove anos
de duração.
Ensino Médio
• Parecer CEB n.º 15/1998 - Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.
• Resolução n.º 3/1998 - Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.
Ensino Técnico Profissional
• Decreto nº 5.154/2004 – Conjuga a oferta de Ensino Técnico Profissional de Nível Médio ao Ensino Médio Regular e
revoga o Decreto nº 2.208/1997.
• Parecer CNE/CEB nº 39/2004 - Aplicação do Decreto nº 5.154/2004 na Educação Profissional Técnica de nível médio
e no Ensino Médio.
• Resolução CNE/CEB nº 01/2005 - Atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e para a Educação
Profissional Técnica de nível médio às disposições do Decreto nº 5.154/2004.
• Resolução CNE/CEB nº 4/2005 - Inclui novo dispositivo à Resolução CNE/CEB 01/2005, que atualiza as Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e para a Educação Profissional Técnica de nível médio às disposições do
Decreto nº 5.154/2004.
• Decreto nº 5.478/2005 - Institui, no âmbito das instituições federais de educação tecnológica, o Programa de
Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos - PROEJA.
• Parecer CNE/CEB nº 20/2005 - Inclusão da Educação de Jovens e Adultos, prevista no Decreto nº 5.478/2005, como
alternativa para a oferta da Educação Profissional Técnica de nível médio de forma integrada com o Ensino Médio.
Filosofia e Sociologia no Ensino Médio
• Parecer CNE/CEB nº 38/2006 – Estabelece a inclusão obrigatória das disciplinas de Filosofia e Sociologia no currículo
do Ensino Médio.
• Resolução CNE/CEB nº 04/2006 - Altera o artigo 10 da Resolução CNE/CEB nº 3/98, que institui as Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.
Educação e relações étnico-raciais
• Lei 10.639/2003 – inclui no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura
Afro-Brasileira".
• Parecer CNE/CP nº 03/2004 - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o
Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
• Resolução CNE/CP nº 01/2004 - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para
o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
• Parecer CNE/CEB nº 02/2007 - referente à abrangência das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das
Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
Educação de Jovens e Adultos
• Parecer CNE/CEB nº 11/2000 - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos.
• Resolução CNE/CEB nº 01/2000 - Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e
Adultos.
EJA e Educação a Distância
• Parecer CNE/CEB nº 41/2002, - Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação a Distância na Educação de
Jovens e Adultos e para a Educação Básica na etapa do Ensino Médio.
Educação a Distância
• Decreto nº 2.494/1998 - Regulamenta o art. 80 da LDB.
• Parecer CNE/CEB nº 4/2006 - Reexame do Parecer CNE/CEB nº 17/2005, que trata do financiamento da Educação a
Distância, no ensino público, com recursos vinculados a que se refere o artigo 212 da Constituição Federal.
Educação Especial
• Lei nº 10.098/2000 - Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências.
• Decreto nº 3.956/2001 (Convenção da Guatemala) - Promulga a Convenção Interamericana para a Eliminação de
Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência.
• Lei nº 10.436/2002 - Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências.
• Portaria nº 1.793/1994 – Dispõe sobre a necessidade de complementar os currículos de formação de docentes e
outros profissionais que interagem com portadores de necessidades especiais e dá outras providências.
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Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino
• Parecer CNE/CEB nº 17/2001 - Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica.
• Resolução CNE/CEB nº 02/2001 - Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica.
Educação do Campo
• Parecer CNE/CEB nº 36/2001 - Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo.
• Resolução CNE/CEB nº 01/2002 - Institui Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo.
Educação Indígena
• Parecer CNE/CEB nº 14/1999 - Diretrizes Nacionais para o funcionamento das escolas indígenas.
• Resolução CEB nº 3/1999 - Fixa Diretrizes Nacionais para o funcionamento das escolas indígenas e dá outras
providências.
Educação e religião
• Parecer CNE/CP nº 97/1999 - Dispõe sobre a formação de professores para o Ensino Religioso nas escolas públicas
de ensino fundamental.
• Educação e meio-ambiente
• Lei 9.795/1999 - Política Nacional de Educação Ambiental.
Educação e direitos humanos
• Portaria 66/2003, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos /SEDH – cria o Plano Nacional de Educação em
Direitos Humanos.
4. Assuntos diversos
Carga horária
• Parecer CNE/CEB nº 38/2002 - Responde consulta sobre organização do período letivo e carga horária, tendo em
vista os art. 23 e 24 da Lei 9.9394/96.
• Parecer CNE/CEB nº 2/2003 - Orientações sobre a utilização do recreio como atividade escolar.
• Parecer CNE/CEB nº 23/2003 - Responde consulta sobre cumprimento dos mínimos de duração, carga horária e
jornada escolar, com a necessária destinação de tempo dos Profissionais da Educação, para execução das ações de
planejamento. (Art.67, V da LDBEN).
Financiamento
• Parecer CNE/CEB nº 01/2007 - Consulta acerca das limitações impostas pela Lei Complementar nº 101/2000 (Lei de
Responsabilidade Fiscal) no tocante a despesas com pessoal com reflexos na remuneração dos profissionais do
magistério.
• Parecer CNE/CEB nº 24/2007 - Consulta sobre como deve ser entendida a designação “magistério da Educação
Básica”, para fins de destinação de, pelo menos, 60% dos recursos do FUNDEB.
Gabarito – Exercícios
1-C 2-B 3-C 4-A 5-D 6-B 7-D 8-D 9-B 10 - -
11 - C 12 - - 13 - - 14 - - 15 - - 16 - B 17 - - 18 - - 19 - - 20 – D
21 - A 22 - - 23 - - 24 - - 25 - A 26 - A 27 - - 28 - - 29 - - 30 - -
31 - - 32 - -
Bibliografia
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36