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MATERIAL DE APOIO

CURSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES


Habilitação de Professores da Educação Infantil ao Ensino Fundamental (1º ao 5 º ano)

Organização: Profª Juliana de Carvalho e


Profª Vergilia Costa
© 2015, IMEC Ltda
Rua Manuel Martins, 16
CEP: 21.310-240 – Madureira – Rio de Janeiro/RJ
Telefax: (21) 3355-3377
www.imec-edu.com.br
imec-edu@uol.com.br

Obra organizada pelo Instituto CASTRO. J. de C e COSTA, V. dos A. M. da


Mendonça da Costa Educacional
Ltda – IMEC para fins didáticos a Política Educacional e Organização do Sistema
ser utilizada no Curso de de Ensino
Formação de Professores, na
modalidade Normal. Rio de Janeiro: IMEC, 2015.

Informamos que é de inteira 1. Legislação


responsabilidade do autor os 2. Organização
conceitos e fundamentações 3. Políticas Públicas
emitidos. 4. Educação Básica

A edição desta obra é de


responsabilidade do IMEC.

“Parece banal,
mas um professor é, antes de tudo,
alguém que sabe alguma coisa
e cuja função consiste
em transmitir esse saber a outros.”

Maurice Tardif
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

SUMÁRIO

Apresentação 2
I Organização do Sistema de Ensino no Brasil e no Estado do Rio de Janeiro. 3
1.1. Organização do Sistema de Ensino no Brasil. 3
1.1.1. A educação básica 3
1.2. Normas comuns para a educação básica 5
1.3. Organização do Sistema de Ensino no Estado do Rio de Janeiro. 8
II. As principais legislações que influenciam na Educação no Brasil. 9
2.1. A Educação na Constituição Federal de 1988. 9
2.2. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 11
2.3. Plano Nacional de Educação 12
2.4. O novo PNE. 13
III Organização Curricular. 15
3.1. As Diretrizes Curriculares Nacionais 15
3.2. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil 15
3.3. Parâmetros Curriculares Nacionais. 15
3.4. PCNs Temas Transversais. 16
IV Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90). 19
4.1. Por que devemos conhecê-lo? 19
V Bases econômicas, sociais, culturais e filosóficas na política educacional. 23
5.1 As Influências do Neoliberalismo nas Políticas Públicas 23
VI As tensões entre as políticas oficiais e os movimentos da sociedade civil. 25
VII A questão do público e do privado na Educação Brasileira. 26
VIII O financiamento da educação no Brasil. 27
8.1. O financiamento da educação e o FUNDEB. 28
IX A descentralização político administrativa da Educação. 29
X A municipalização no ensino. 30
XI A organização da formação dos profissionais da educação no Brasil. 31
Anexos `32
Gabaritos 35
Bibliografia 35

1
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

APRESENTAÇÃO

Caro/a Aluno/a,

Apresentamos o material de apoio sobre Política Educacional e Organização do Sistema de


Ensino, buscando definir os conhecimentos que devem descrever e explicar a organização do ensino e
aprendizagem, para posteriormente permitir a elaboração de projetos/propostas de intervenção na escola.
Com esta perspectiva espera-se que o futuro professor possa olhar, ler, compreender a estrutura social, e
principalmente, desencadear ações a partir de seu objeto específico de trabalho – o conhecimento – no
sentido da construção de uma nova ciência, educação, política, ética e cultura.
Portanto, existe para o professor de qualquer campo de conhecimento ou prática a
necessidade concreta de estudar, discutir coletivamente e construir a condição de produzir a sua prática
pedagógica e, com isto colaborar para uma educação de qualidade.
Este material permite não somente a ampliação dos conhecimentos, de forma prazerosa e
significativa, mas também apresentar as concepções teóricas e práticas da organização do trabalho
pedagógico escolar, como trabalho concreto, e foram contemplados alguns temas para abordarmos as
práticas atuais no ensino dos diferentes níveis de ensino.
O material dá destaque ainda a um dos pontos fundamentais no trabalho com o Ensino
Fundamental – a formação do educador, ressaltando que, além da necessidade de uma formação contínua,
os educadores devem perceber a realidade social e a condição de seus educandos, proporcionando-lhes um
ensino que possibilite reflexão e criticidade, de modo que possam compreender os múltiplos mecanismos
sociais. Tem, portanto, como objetivo ampliar, esclarecer e atualizar as bases teóricas já definidas,
especialmente, à função social da educação, à ação pedagógica e às implicações desses aspectos na
definição do caráter da docência, ou seja, do papel das professoras e professores.
Nosso material está organizado de forma a que você possa buscar conhecimentos e exercitar o
pensar para o melhor aproveitamento dessas informações e por isto temos:
a) Atividades;
b) Sugestões de pesquisas;
c) Sugestões de leituras;
d) Sugestões de discussões;
e) Sugestões de filmes, vídeos.
É importante que você atenda às sugestões no sentido de ampliar sua experiência e sua
reflexão sobre as questões relativas ao domínio das habilidades necessárias ao trabalho com as crianças
dos primeiros anos do ensino fundamental.
Quanto mais você ampliar sua própria experiência com leituras, pesquisas, trocas de
experiências, etc, mais compreenderá como se dá o trabalho docente com os alunos da educação infantil, o
que se reverterá em benefício para você e para seus futuros alunos.
Bom trabalho!

Profª Juliana e Vergilia

2
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

"Os Educadores-sonhadores jamais desistem de suas sementes, mesmo que não germinem
no tempo certo... Mesmo que pareçam frágeis frente às intempéries... Mesmo que não
sejam viçosas e que não exalem o perfume que se espera delas. O espírito de um mestre
nunca se deixa abater pelas dificuldades. Ao contrário, esses educadores entendem
experiências difíceis com desafios a serem vencidos. Aos velhos e jovens professores, aos
mestres de todos os tempos que foram agraciados pelos céus por essa missão tão digna e
feliz. Ser professor é um privilégio. Ser professor é semear em terreno sempre fértil e se
encantar com a colheita. Ser professor é ser condutor de almas e de sonhos, é lapidar
diamantes" (Gabriel Chalita)

I. Organização do Sistema de Ensino no Brasil


e no Estado do Rio de Janeiro.
1.1. Organização do Sistema de Ensino no Brasil.
A abordagem sobre a organização do ensino brasileiro se alicerça na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDBEN) e está organizada em dois níveis: educação básica e educação superior. Sendo,
respectivamente, chamados de primeiro nível e segundo nível da educação nacional.

1.1.1. A educação básica


A educação escolar compõe-se de: educação básica, formada pela educação infantil, ensino
fundamental e ensino médio, e educação superior. A educação básica tem como objetivo maior assegurar a todos os
cidadãos brasileiros a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhes os meios para a
progressão no trabalho e em estudos posteriores.
A LDBEN – Lei nº 9.394/96 e o Plano Nacional de Educação (PNE – 2011/2020), são os dois principais
documentos norteadores da educação básica, regidos pela Constituição Federal (CF) do Brasil.
A LDBEN regulariza, em âmbito nacional, a base comum do currículo, a carga horária e a presença
mínima em aula e as formas de promoção de série, cabendo aos estados, municípios e até mesmo às escolas a
normatização das peculiaridades regionais e locais, curriculares e de calendário, de promoção de série e expedição da
documentação escolar de cada aluno da educação básica.
Portanto, as atuais políticas da Secretaria da Educação Básica (SEB) têm como alicerce a LDBEN e o PNE
e, a partir desse pilar, foram construídos os eixos norteadores da política que rege os Programas da Secretaria de
Educação Básica.
De acordo com o MEC, os eixos norteadores das atuais políticas da Secretaria de Educação Básica devem
ser a redefinição da política de financiamento da educação básica – isto é, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação Básica e Valorização do Magistério (Fundeb) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento do Ensino
Fundamental e Valorização do Magistério (Fundef):
– a democratização da gestão educacional, a formação e valorização dos trabalhadores em educação (professores e
funcionários), a inclusão educacional e a ampliação do ensino fundamental para nove anos, previsto na Lei nº 11.274
de 6 de fevereiro de 2006, que aponta a obrigatoriedade dessa ampliação no prazo de cinco anos, isto é, até 2010,
para que os sistemas de ensino se adaptem à nova legislação federal.
Organização da Educação Nacional (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96).

Sistema Federal Sistema Estadual Sistema Municipal

-Coordenação da Política -Organizar e manter e desenvolver os -Organizar e desenvolver os órgãos e


Educacional Nacional; órgãos e instituições oficiais do seu instituições oficiais do seu Sistema de
-Elaboração e coordenação do Sistema de Ensino; Ensino;
Plano Nacional de Educação; -Baixar Normas de seus Sistemas de -Exercer ação redistributiva em
-Censo Educacional; Ensino; relação às suas escolas;
-Processo de avaliação dos -Garantir a oferta de Ensino -Oferecer Educação Infantil em sua
Sistemas de Ensino; Fundamental com prioridade para o rede oficial com prioridade para o
-Credenciamento, autorização, Ensino Médio; Ensino Fundamental;
avaliação e supervisão de - Definir em acordo com os Municípios - Credenciamento, reconhecimento,

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Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

Instituições de seu Sistema de a oferta de Ensino Fundamental; autorização, avaliação e supervisão de


Ensino e de Educação Superior da -Credenciamento, reconhecimento, instituições de Educação de seu
Rede Privada e de seu Sistema de autorização, avaliação e supervisão de Sistema de Ensino.
Ensino; instituições de Educação de seu
-Organizar e manter suas Sistema de Ensino.
instituições educacionais;
-Educação Indígena;
-Financiamento.

Atenção! Iremos nos aprofundar melhor nos estudos sobre Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDBEN) e Plano Nacional de Educação (PNE) nos próximos capítulos.

Exercícios

CEFET – 2010 - Cargo Pedagogo


1- Segundo a Lei nº 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional). No Capítulo I, art. 21 – A educação
escolar compõe-se de:
a) I – Educação Fundamental; II – Ensino Médio; III – Ensino superior; Ensino de Pós-Graduação.
b) I – Creche; II – Pré-escola; III – Ensino fundamental e Ensino Médio; IV – Ensino Superior.
c) I – Educação básica, formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio; II - Ensino Superior.
d) I- Centro de educação infantil; II – Ensino fundamental e Médio.

2- O Artigo 8º da LDB 9394/96 refere-se a organização da educação nacional. Ele determina que cabe a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarem em regime de colaboração, os respectivos sistemas de ensino.
Sendo assim é correto afirmar que:
a) Os sistemas de ensino não terão liberdade de organização nos termos desta lei.
b) A União incumbir-se-á de organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais do sistema federal de
ensino e o dos Territórios.
c) Coletar, analisar e não disseminar as informações sobre a educação.
d) Assegurar o processo nacional de avaliação quantitativa nas escolas.
Prefeitura de Angra dos Reis – Pedagogo – 2008
3- A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96), afirma que a finalidade da Educação Nacional é
promover o pleno desenvolvimento do educando, preparar para o exercício da cidadania e qualificar para o trabalho.
Sobre a importância da qualificação para o trabalho, podemos afirmar que:
a) é um dever exclusivo do Estado;
b) constitui uma responsabilidade exclusiva da família;
c) constitui responsabilidade da família e do Estado;
d) é uma finalidade desassociada das outras;
e) é a finalidade última do processo.

Prefeitura Cachoeira de Macacu – 2009 - Professor Ensino Religioso


4- A LDB, Lei nº 9.394/96, no Título IV, ao tratar da Organização da Educação Nacional, estipula incumbências à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. O Art.11 define as incumbências dos Municípios. De acordo com o
artigo, NÃO compete aos Municípios:
a) assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino médio.
b) baixar normas complementares para o seu sistema de ensino.
c) exercer ação redistributiva em relação às suas escolas.
d) autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema de ensino.
e) oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental.

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Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

1.2. Normas comuns para a educação básica


A LDBEN prevê, também, normas comuns para a educação básica. O art. 24 da LDBEN trata da educação básica, nos
níveis Fundamental e Médio, e especifica algumas dessas regras, como no caso da classificação em qualquer série ou
etapa, exceto a primeira do ensino fundamental, que poderá ser feita:
a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série ou fase anterior, na própria escola;
b) por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas;
c) independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação feita pela escola, que defina o grau de
desenvolvimento e experiência do candidato e permita sua inscrição na série ou etapa adequada, conforme
regulamentação do respectivo sistema de ensino.
A LDBEN também estabelece que “poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos de séries distintas, com níveis
equivalentes de adiantamento na matéria, para o ensino de línguas estrangeiras, artes, ou outros componentes
curriculares”. Quanto à frequência, esta “fica a cargo da escola, conforme o disposto no seu regimento e nas normas
do respectivo sistema de ensino, exigido a frequência mínima de setenta e cinco por cento do total de horas letivas
para aprovação” no Ensino Fundamental.Na educação Infantil o controle da frequência pela instituição de educação
pré-escolar, exigida a frequência mínima de 60% (sessenta por cento) do total de horas.
Cabe também a cada instituição de ensino “expedir históricos escolares, declarações de conclusão de série e diplomas
ou certificados de conclusão de cursos, com as especificações cabíveis”.
Entre essas regras, vale relembrar que a carga horária mínima anual é estipulada no art. 24, inciso I, como “oitocentas
horas, distribuídas pelo mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames
finais, quando houver”.
O aumento da carga horária para 800 horas e a duração mínima de 200 dias letivos introduzido pela atual LDBEN é um
ganho para o aluno e para o professor, pois o currículo pode estender-se e ser desenvolvido de formas alternativas, se
necessário.
Novos artigos foram incluídos na LDBEN ao longo dos anos. Um exemplo que cabe destacar é o art. 26-A, cujos
parágrafos 1º e 2º foram introduzidos pela Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, a qual preceitua que, nos
estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre história
e cultura afro-brasileira.
O seu parágrafo 1º menciona que o conteúdo programático incluirá o estudo da história da África e dos africanos, a
luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a
contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à história do Brasil. Já o parágrafo 2º
cita que estes conteúdos referentes à história e à cultura afro-brasileira serão ministrados no âmbito de todo o
currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras.
O art. 27 da LDBEN estabelece que os conteúdos curriculares da educação básica observem, ainda, as seguintes
diretrizes:
a) a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de respeito ao bem
comum e à ordem democrática;
b) consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada estabelecimento;
c) orientação para o trabalho;
d) promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas não formais.
Quanto à avaliação da aprendizagem, constitui-se um grande desafio para todos os profissionais da educação, pois
seus resultados condicionaram os alunos à continuação dos estudos. No Brasil, temos um elevado índice de evasão e
muito se deve à reprovação de alunos.
A avaliação é um processo importante na relação ensino-aprendizagem, pois é através dela que o professor vai poder
observar ou não o desenvolvimento do seu aluno, verificando se os objetivos foram alcançados.
Além disso, em seu art. 24, a LDBEN preceitua que “nos estabelecimentos que adotam a progressão regular por série,
o regimento escolar pode admitir formas de progressão parcial, desde que preservada a sequencia do currículo,
observadas as normas do respectivo sistema de ensino”. Também estabelece um conjunto de critérios para a
verificação do rendimento escolar:
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os
quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado;
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;

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Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os casos de baixo
rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus regimentos.
Após a apresentação da organização da educação nacional em seus dois níveis, básico e superior, com suas
respectivas etapas e modalidades de ensino, ainda cabe destacar que a educação brasileira também inclui a educação
profissional (básica, técnica e tecnológica) e a educação de jovens e adultos, modalidades que não se aplicam à
educação infantil.

* Retificando 4 a 5 anos Pré-Escolas.


Devido à alteração do ingresso do aluno no Ensino Fundamental, a Educação Infantil também sofreu mudanças.

Exercícios

5- A LDB 9394/96, artigo 26, § 1°, estabelece que “os currículos devem abranger, obrigatoriamente, estudo da língua
portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e a realidade social e política especificamente
do Brasil”. Estes estudos deverão ser complementados pelos sistemas de ensino ou escolas, formando dois grandes
grupos. Os currículos do Ensino Fundamental e Médio devem conter:
a) Uma parte de conhecimentos científicos e outra de conhecimentos práticos.
b) Uma base técnica e outra de conhecimentos práticos.
c) Uma base local e outra nacional.
d) Uma base nacional comum e outra diversificada.
e) Uma parte de conhecimento nacional e outra com base local.

6- Segundo a Lei 9.394/96 (LDB), a avaliação escolar observará os seguintes critérios:


a) Aproveitamento de estudos concluídos com êxito e os sem-êxito.
b) Avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, prevalecendo os aspectos qualitativos sobre os
quantitativos e os resultados ao longo do período sobre os resultados das provas finais.
c) Possibilidade de se mudar a grade escolar, de acordo com os resultados obtidos.
d) Avaliar e replanejar os conteúdos e a didática aplicada pelo professor.

6
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

Prefeitura Cachoeira de Macacu – 2009 - Professor Docente II


7- “A avaliação escolar é um processo contínuo que deve ocorrer nos mais diferentes momentos do trabalho. A
verificação e a qualificação dos resultados da aprendizagem no início, durante e no final das unidades didáticas visam
sempre diagnosticar e superar dificuldades, corrigir falhas e estimular os alunos a que continuem dedicando-se aos
estudos”.
De acordo com a LDB, Lei n° 9.394/96, a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
I. Avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os
quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais.
II. Possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar.
III. Obrigatoriedade de estudos de recuperação, para os casos de baixo rendimento escolar, na metade e no término
do período letivo, podendo ser estendidos no período das férias escolares.
IV. Possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado e aproveitamento de estudos
concluídos com êxito.

Estão corretos:
a) apenas I e II.
b) apenas II e III.
c) apenas I, II, e III.
d) apenas I, II e IV.
e) todos.

CEFET – 2010 - Cargo Pedagogo


8- Em 2003, foi lançada a lei federal nº 10.639, que modificou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB),
estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de cultura africana e afro-brasileira nas escolas públicas e privadas de
todos os estados brasileiros. Neste sentido é incorreto afirmar:
a) Ensinar História e Cultura Afro-brasileiras e africanas não é mais uma questão de vontade pessoal e de interesse
particular.
b) É uma questão Curricular de caráter obrigatório que envolve as diferentes comunidades: escolar, familiar, e
sociedade.
c) A Lei visa, fazer um resgate histórico para que as pessoas negras afro-brasileiras conheçam um pouco mais o Brasil e
melhor a sua própria história.
d) A Lei visa resgatar a Cultura Afro-Brasileira, visto que sendo esta muito debatida, não é de caráter obrigatório nas
instituições não escolares.

Prefeitura Duas Barras– 2009 - Orientador Pedagógico


9- De acordo com a LDB n° 9.394/96, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu Art. 26,
Parágrafo 4°: “O ensino de História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a
formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e europeia.” Após a lei ser sancionada, foi
incluído um parágrafo pela Lei n° 10.639 de 09/01/2003, que versa sobre o estudo da História da África e dos
africanos. Os conteúdos referentes à História e à Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o
currículo escolar, em especial nas áreas de:
a) geografia, matemática e história do Brasil.
b) educação artística, literatura e história do Brasil.
c) história do Brasil, português e geografia.
d) educação artística, literatura e geografia.
e) história do Brasil, português e educação artística.

10- Observe a figura e responda:


a) Que sentimentos possuem os alunos ao serem avaliados?

_____________________________________________________
_____________________________________________________

b) Qual é o melhor instrumento de avaliação? E o pior? Justifique sua resposta.


_______________________________________________________________________________________

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Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

1.3. Organização do Sistema de Ensino no Estado do Rio de Janeiro.


O Sistema de Ensino do Estado do Rio de Janeiro é constituído pelo conjunto de estabelecimentos públicos e privados
que oferecem os diferentes níveis e modalidades de ensino e demais órgãos encarregados da normatização,
supervisão e avaliação das instituições educacionais de competência do Estado.
O sistema é formado pela rede pública de educação integrada pelos Órgãos e Instituições das Secretarias de Estado
que oferecem qualquer nível ou modalidade de educação e pela rede privada de escolas que ofereçam os níveis de
ensino de competência do sistema estadual.
O Sistema destina-se a viabilizar o cumprimento do dever do Estado com a educação de sua população, sendo regido
pelos princípios da Constituição Federal, da Constituição Estadual e da Lei Federal que estabelece as Diretrizes e Bases
da Educação Nacional.
A educação escolar, no Estado do Rio de Janeiro, obedece aos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber, vedada qualquer
discriminação;
III - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;
V - ensino público gratuito para todos em estabelecimentos oficiais;
VI - V E T A D O.
VII - gestão democrática do ensino público.
VIII - garantia de padrão de qualidade;
IX - educação não diferenciada entre sexos, seja na condução pedagógica ou no conteúdo do material didático;
X - regionalização, inclusive para a educação profissional, segundo características sócio-econômicas e culturais,
respeitado o estabelecido no artigo 317 da Constituição Estadual.
O Sistema de Ensino do Estado do Rio de Janeiro é composto de:
I - instituições de Educação Básica criadas e mantidas pelo Poder Público Estadual;
II - Instituições de Educação Infantil - em caráter emergencial - enquanto estiverem em vigor parcerias entre estado e
municípios;
III - instituições de Ensino Fundamental e Médio criadas e mantidas pela iniciativa privada;
IV - instituições de Educação Superior criadas e mantidas pelo Poder Público Estadual e pelo Poder Público Municipal,
inclusive as que estejam sob supervisão federal;
V - órgãos estaduais de educação.

Educação Básica: responsabilidades (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96).


Educação Infantil (Creche e Pré-Escola) ¹
Ensino Fundamental ² Município ¹

Ensino Médio Estado


¹ Obrigatoriedade de oferecimento restringe-se a pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade.
(conforme nova redação da Lei nº 12.796, de 04/04/2013) e Ensino Fundamental e Médio.
² Ensino Fundamental 9 anos de duração modificado pela Lei Federal n.º 11.274/06.
Exercícios
11- A Lei Federal nº. 11.274, de 06 de fevereiro de 2006, altera os artigos 29, 30, 32 e 87 da Lei
9.394, de 20 de dezembro de 1996. Sendo assim, podemos afirmar que:
a) O Ensino Fundamental, passa a ter duração mínima de 8 anos.
b) Os pais ou responsáveis têm o dever de efetuar a matrícula dos menores a partir dos 6 anos de
idade.
c) O Ensino Fundamental, obrigatório, com duração de 9 anos, gratuito na escola pública,
iniciando-se aos 6 anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão.
d) O Ensino Fundamental, com duração mínima de 7 anos, será obrigatório.
12- Como é organizada a educação escolar no Brasil?
________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
13- Segundo a Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, quais são as responsabilidades
dos municípios?

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Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
14- A Constituição Federal prevê o regime de colaboração entre os sistemas da União, estados, Distrito Federal e
municípios. Quais são as ações que devem ser realizadas em regime de colaboração?
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
15- A sua instituição faz parte de um sistema de ensino. Qual a sua esfera (Federal, Estadual ou Municipal)?
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________

“Um professor influi para a eternidade;


nunca se pode dizer até onde vai a sua influência.”
(Henry B. Adams)

II. As principais legislações que influenciam


na Educação no Brasil
2.1. A Educação na Constituição Federal de 1988.
A Constituição é a suprema força política de um país, nas suas normas e valores.
“As Constituições existem basicamente para garantir direitos e determinar a forma de produzir e distribuir o poder
dentro de uma sociedade.” (Prof. Charles Peçanha).
Artigos que tratam da Educação na CF/88.
Título VIII: Da Ordem Social.
Capítulo III: Da Educação, da cultura e do Desporto.
Seção I: Da Educação.
Artigos: 205, 206, 207, 208, 209, 210, 211, 212, 213 e 214.

CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO
Seção I
DA EDUCAÇÃO

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração
da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de
ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso
exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006)
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade.
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei
federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais da educação básica e
sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
9
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e


patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
§ 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 11, de 1996)
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científica e tecnológica.(Incluído pela Emenda
Constitucional nº 11, de 1996)
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive
sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 59, de 2009) (Vide Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de
1996)
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de
ensino;
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada
um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares
de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 59, de 2009)
§ 1º - O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º - O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa
responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º - Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar,
junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola.
Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:
I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;
II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.
Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica
comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.
§ 1º - O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas
de ensino fundamental.
§ 2º - O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas
também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.
Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas
de ensino.
§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as instituições de ensino
públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir
equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência técnica e
financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de
1996)
§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios definirão
formas de colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 59, de 2009)
§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regular. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 53, de 2006)
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte
e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na
manutenção e desenvolvimento do ensino.
§ 1º - A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo previsto neste
artigo, receita do governo que a transferir.

10
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

§ 2º - Para efeito do cumprimento do disposto no "caput" deste artigo, serão considerados os sistemas de ensino
federal, estadual e municipal e os recursos aplicados na forma do art. 213.
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das necessidades do ensino
obrigatório, no que se refere a universalização, garantia de padrão de qualidade e equidade, nos termos do plano
nacional de educação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
§ 4º - Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde previstos no art. 208, VII, serão
financiados com recursos provenientes de contribuições sociais e outros recursos orçamentários.
§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário-
educação, recolhida pelas empresas na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) (Vide
Decreto nº 6.003, de 2006)
§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição social do salário-educação serão distribuídas
proporcionalmente ao número de alunos matriculados na educação básica nas respectivas redes públicas de ensino.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias,
confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que:
I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação;
II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao
Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades.
§ 1º - Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de estudo para o ensino fundamental e
médio, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e cursos
regulares da rede pública na localidade da residência do educando, ficando o Poder Público obrigado a investir
prioritariamente na expansão de sua rede na localidade.
§ 2º - As atividades universitárias de pesquisa e extensão poderão receber apoio financeiro do Poder Público.
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema
nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação
para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio
de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
I - erradicação do analfabetismo;
II - universalização do atendimento escolar;
III - melhoria da qualidade do ensino;
IV - formação para o trabalho;
V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.
VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto interno
bruto. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

2.2. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.


A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional foi mencionada pela primeira vez na história da educação do País,
pela Constituição de 1934. Ela tem por objetivo possibilitar aos sistemas de ensino a aplicação dos princípios
educacionais constantes de Constituição Federal. A LDBEN é, portanto, uma lei que rege os Sistemas de Ensino e
sempre que uma nova Constituição é promulgada e redefine as bases da educação nacional, faz-se necessário à
elaboração de uma nova LDBEN.
Com a promulgação da Constituição de 1988, tornaram-se obsoletas as Leis de Diretrizes e Bases anteriores (1961,
1968 e 1971), pois as demandas de formação e escolaridade da população são diferentes. A partir desse fato, no
mesmo ano de 1988 houve um amplo e longo processo de debate em torno das prioridades educacionais a constarem
em Lei, que acabou resultando na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96.
Ainda que tenha suscitado muita polêmica, pela primeira vez na história da educação do Brasil uma LDBEN tem seu
fundo democrático, revelando as contradições e interesses de diversas parcelas da sociedade civil. Baseado no
princípio de direito universal à educação para todos, a LDBEN de 1996 trouxe avanços com relação às leis anteriores,
alguns dos quais estão elencados abaixo:
 Assunção do conceito de educação básica que integra Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio
propiciando a organização de um sistema de Educação Nacional abrangente e universalizado, isto é, capaz de
garantir a plena escolaridade para toda população do País;
 Aumento do número mínimo de dias letivos, implicando maior tempo de permanência na escola, fato que
permite a melhoria do atendimento pedagógico de qualidade;
 Flexibilização da forma de organização do tempo, reclassificação dos alunos, definição do calendário, critérios
de promoção e organização curricular;
11
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

 Inclusão da Educação Infantil como primeira etapa da Educação Básica, conseqüência do direito da criança
pequena à educação e não apenas direito da mulher trabalhadora;
 Valorização do Ensino Profissional e Técnico, enfatizando a necessidade de uma maior articulação entre
estudos teóricos e práticos.
Na organização atual da LDBEN, a educação é vista como um processo que se manifesta dentro e fora da escola. A
LDBEN bifurca a educação escolar em:
 Educação Básica
 Educação Superior
A Educação Básica é dividida por sua vez em etapas (não em níveis) desta forma:
 Educação Infantil;
 Ensino Fundamental;
 Ensino Médio.
Entre as modalidades podemos citar:
 Educação Especial;
 Educação Profissional;
 Educação de Jovens e Adultos;
 Educação Indígena;
 Educação a distância.
A Educação SUPERIOR, dividida em cursos Sequenciais (Educação Tecnológica), Graduação, extensão e Pós-
Graduação.
A tabela a seguir faz uma comparação entre as LDBs, trazendo uma reflexão a própria evolução da lei, bem como
permitir entender as estruturas e as denominações dos diversos níveis da educação brasileira no período de existência
de tais leis.

Lei 4.024 /61 Lei 5.692/71 Lei 9394/96

Descrição D Descrição D Descrição D


Ensino Primário 4 Educação Básica
Ciclo Ginasial do Ensino 4 Ensino de Primeiro Grau 8 Educação Infantil V
Médio Ensino Fundamental 9
Ciclo Colegial do Ensino 3 Ensino de Segundo Grau 3a4 Ensino Médio
Médio 3
Ensino Superior V Ensino Superior V Educação Superior V
OBS OBS OBS
1. A passagem do primário para o 1. Com a junção dos antigos Primário e 1. Os níveis da Educação Escolar passam
Ginásio era feita por meio de uma Ginasial, desapareceu o Exame de a ser dois: educação básica e educação
prova de acesso: o Exame de Admissão. superior.
Admissão. 2. A duração normal do 2° grau era de 2. A educação de jovens e adultos, a
2. Os ciclos Ginasial e Colegial três anos. Ultrapassava, no entanto, este educação profissional e a educação
eram divididos em ramos de limite quando se tratava de Curso especial são modalidades de educação.
ensino, a saber: Secundário, Profissionalizante. 3. A educação básica, nos níveis
Comercial, Industrial, Agrícola, 3. O Ensino de 1° grau e de 2° grau fundamental e médio, passa a ter a
Normal e outros. tinham carga horária mínima anual de carga horária mínima de 800 horas
720 horas e o ano letivo a duração anuais, distribuídas em 200 dias letivos
mínima de 180 dias. anuais, no mínimo.

Legenda: D = Duração em anos V= Duração Variável


Promulgação: Publicação de lei ou decreto.

2.3. Plano Nacional de Educação


O Plano Nacional de Educação – PNE tem como objetivos assegurar a continuidade das políticas educacionais. O Plano
é aprovado por uma lei para dá credibilidade e cobrar responsabilidades a quem de direito durante seu período de
vigência.
12
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

O Plano Nacional de Educação (PNE), elaborado para vigorar por uma década, Lei 10.712, de 9 de janeiro de 2001 –
prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, reafirmando a Constituição da República Federativa do
Brasil (1988), que, em seu artigo 214, diz:
A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração plurianual, visando à articulação e ao desenvolvimento
do ensino em seus diversos níveis e à integração das ações do Poder Público que conduzam à:
I – erradicação do analfabetismo,
II – universalização do atendimento escolar,
III – melhoria da qualidade do ensino,
IV – formação para o trabalho,
V – promoção humanística, científica e tecnológica do País.
Histórico e Fundamentos Legais do Plano.
o Cumpriu exigência prevista na CF/88, reforçada pela LDB 9304/96.
o O PNE adquire força de lei ao ser sancionado no dia 09/01/2001 pelo Presidente.
o Os dispositivos contidos no PNE resultam de um longo processo histórico.
O PNE tem três grandes objetivos:
“... a elevação global do nível de escolaridade da população; a melhoria da qualidade do ensino
em todos os níveis; e “a redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso e a
permanência na escola, com sucesso, na educação pública e a democratização da gestão do
ensino público, nos estabelecimentos oficiais, obedecendo aos princípios da participação dos
profissionais na elaboração do projeto político pedagógico da escola e a participação das
comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.” (GHIRALDELLI, 2003,
P.252)

Conheça o documento na íntegra:


https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm

2.4. O novo PNE


O projeto de lei que cria o Plano Nacional de Educação (PNE) para vigorar de 2011 a 2020 foi enviado pelo governo
federal ao Congresso em 15 de dezembro de 2010. O novo PNE apresenta dez diretrizes objetivas e 20 metas,
seguidas das estratégias específicas de concretização. O texto prevê formas de a sociedade monitorar e cobrar cada
uma das conquistas previstas. As metas seguem o modelo de visão sistêmica da educação estabelecido em 2007 com
a criação do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Tanto as metas quanto as estratégias premiam iniciativas
para todos os níveis, modalidades e etapas educacionais. Além disso, há estratégias específicas para a inclusão de
minorias, como alunos com deficiência, indígenas, quilombolas, estudantes do campo e alunos em regime de
liberdade assistida.
Universalização e ampliação do acesso e atendimento em todos os níveis educacionais são metas mencionadas ao
longo do projeto, bem como o incentivo à formação inicial e continuada de professores e profissionais da educação
em geral, avaliação e acompanhamento periódico e individualizado de todos os envolvidos na educação do país —
estudantes, professores, profissionais, gestores e demais profissionais —, estímulo e expansão do estágio. O projeto
estabelece ainda estratégias para alcançar a universalização do ensino de quatro a 17 anos, prevista na Emenda
Constitucional nº 59 de 2009.
A expansão da oferta de matrículas gratuitas em entidades particulares de ensino e do financiamento estudantil
também está contemplada, bem como o investimento na expansão e na reestruturação das redes físicas e em
equipamentos educacionais — transporte, livros, laboratórios de informática, redes de internet de alta velocidade e
novas tecnologias.
O projeto confere força de lei às aferições do índice de desenvolvimento da educação básica (IDEB) — criado em 2007,
no âmbito do PDE — para escolas, municípios, estados e país. Hoje, a média brasileira está em 4,6 nos anos iniciais do
ensino fundamental (primeiro ao quinto ano). A meta é chegar a 6 (em uma escala até 10) em 2021. Outra norma
prevista no projeto é confronto dos resultados do IDEB com a média dos resultados em matemática, leitura e ciências
obtidos nas provas do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). Em 2009, a média foi de 395 pontos. A
expectativa é chegar a 473 em 2021.
O novo plano dá relevo à elaboração de currículos básicos e avançados em todos os níveis de ensino e à diversificação
de conteúdos curriculares e prevê a correção de fluxo e o combate à defasagem idade-série. São estabelecidas metas
claras para o aumento da taxa de alfabetização e da escolaridade média da população.
13
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

Entre outras propostas mencionadas no texto estão a busca ativa de pessoas em idade escolar que não estejam
matriculadas em instituição de ensino e monitoramento do acesso e da permanência na escola de beneficiários de
programas de transferência de renda e do programa de prestação continuada (BPC) destinado a pessoas com
deficiência. O documento determina a ampliação progressiva do investimento público em educação até atingir o
mínimo de 7% do produto interno bruto (PIB) do país, com revisão desse percentual em 2015.
O Plano Nacional de Educação- PNE foi sancionado no dia 25 de junho de 2014 e publicado no Diário Oficial da União
no dia 26, sob a lei de nº 13.005/2014.

Saiba mais acesse: http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/EDUCACAO-E-


CULTURA/191984-METAS-PREVISTAS-NA-PROPOSTA-DO-PNE-2011-2020.html e conheça
as Metas previstas na proposta do PNE 2011-2020.
Conheça as 20 metas do PNE:
http://pne.mec.gov.br/images/pdf/pne_conhecendo_20_metas.pdf

Exercícios
16- O Plano Nacional da Educação, previsto para o período de 2000 a 2010, teve como objetivos:
a) o ensino público gratuito para todos os níveis de escolaridade / a instalação de quadras
poliesportivas nos estabelecimentos oficiais / a realização de parcerias com os postos de saúde
locais, garantindo o binômio educação e saúde / o incentivo à criação de cursos a distância para
jovens e adultos, a partir do Ensino Fundamental;
b) a elevação global do nível de escolaridade da população / a melhoria da qualidade do ensino
em todos os níveis / a redução das desigualdades sociais e regionais no tocante ao acesso e à permanência, com
sucesso, na educação pública / e a democratização da gestão do ensino público, nos estabelecimentos oficiais;
c) a manutenção do nível de escolaridade da população / a fiscalização da qualidade do ensino em todos os níveis / o
aumento do número de vagas, garantindo o acesso à educação pública / e a garantia de eleições diretas para os
gestores e equipes técnico-pedagógicas das escolas oficiais;
d) o acompanhamento constante do nível de escolaridade da população / a requalificação dos docentes, com oferta
de cursos gratuitos de pós-graduação / a pesquisa itinerante sobre o ensino em todos os níveis / a manutenção do
número de vagas, garantindo o acesso à educação pública / e aoficialização de projetos comunitários locais;
e) a normatização de testes de avaliação em nível federal para todos os níveis de ensino / a contratação de empresas
de consultoria com vistas a assegurar a qualidade do ensino / a análise constante da utilização do FUNDEB pelos
Estados e Municípios para garantir o uso adequado na educação pública / e as reformas estruturais nas unidades de
ensino oficiais.

17- Faça uma pesquisa sobre o PDE.


a) A que se destina o programa?
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
b) Qual sua metodologia?
________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
18- Assista o filme Sociedade dos Poetas Mortos, faça uma reflexão sobre a dinâmica da escola, a importância da
estrutura pedagógica para o seu funcionamento.
Reflita sobre a gestão escolar, o papel do professor e currículo.
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________

14
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

O currículo tem significados que vão muito além daqueles aos quais as teorias tradicionais nos confinaram.
O currículo é lugar, espaço, território. O currículo é relação de poder.
O currículo é trajetória, viagem, percurso.
O currículo é autobiografia, nossa vida,
curriculum vitae: no currículo se forja nossa identidade. O currículo é texto, discurso, documento.
O currículo é documento de identidade.
(Tomas Tadeu da Silva, 2004, p.150)

III. Organização Curricular.


3.1. As Diretrizes Curriculares Nacionais
As Diretrizes Curriculares Nacionais são normas obrigatórias, que orientam o planejamento curricular das escolas e
sistemas de Ensino.
As DCNs têm origem na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, que assinala ser incumbência da União
"estabelecer, em colaboração com os Estados, Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a
educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e os seus conteúdos mínimos,
de modo a assegurar a formação básica comum".
As DCNs se diferem dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Enquanto as DCNs são leis, dando as metas e
objetivos a serem buscados em cada curso, os PCNs são apenas referências curriculares.
De acordo com o Conselho Nacional de Educação, as diretrizes curriculares contemplam elementos de fundamentação
essencial em cada área do conhecimento, campo do saber ou profissão, visando promover no estudante a capacidade
de desenvolvimento intelectual e profissional autônomo e permanente. Dessa forma, foram estabelecidas:
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil;
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental;
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio;
Diretrizes Curriculares Nacionais para Formação de Professores.

3.2. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil


Esta publicação foi desenvolvida com o objetivo de servir como um guia de reflexão para os profissionais que atuam
diretamente com crianças de 0 a 6 anos, respeitando seus estilos pedagógicos e a diversidade cultural brasileira. Ele é
fruto de um amplo debate nacional, do qual participaram professores e diversos especialistas que contribuíram com
conhecimentos provenientes tanto da vasta e longa experiência prática de alguns, como da reflexão acadêmica,
científica ou administrativa de outros. O Referencial é composto por três volumes que pretendem contribuir para o
planejamento, o desenvolvimento e a avaliação de práticas educativas, além da construção de propostas educativas
que respondam às demandas das crianças e de seus familiares nas diferentes regiões do país.

[Volume I] http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf
[Volume II] http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume2.pdf
[Volume III ] http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf

3.3. Parâmetros Curriculares Nacionais.


Os Parâmetros Curriculares Nacionais são referências de qualidade para o Ensino Fundamental e Médio do país
elaborado pelo Governo Federal. O objetivo é propiciar subsídios à elaboração e reelaboração do currículo, tendo em
vista um projeto pedagógico em função da cidadania do aluno e uma escola em que se aprende mais e melhor.
Os PCN, como uma proposta inovadora e abrangente, expressam o empenho em criar novos laços entre ensino e
sociedade e apresentar ideias do "que se quer ensinar", "como se quer ensinar" e "para que se quer ensinar". Os PCN
não são uma coleção de regras e sim, um pilar para a transformação de objetivos, conteúdo e didática do ensino.
Volume 01 - Introdução aos PCNs http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf
Volume 02 - Língua Portuguesa http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro02.pdf
Volume 03 - Matemática http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro03.pdf

15
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

Volume 04 - Ciências Naturais http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro04.pdf


Volume 05.1 - História e Geografia http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro051.pdf
Volume 05.2 - História e Geografia
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro052.pdf/arquivos/pdf/livro052.pdf
Volume 06 - Arte http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro052.pdf
Volume 07 - Educação Física http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro052.pdf
Volume 08.1 - Temas Transversais - Apresentação http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro052.pdf
Volume 08.2 - Temas Transversais - Ética http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro082.pdf
Volume 09.1 - Meio Ambiente http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro091.pdf
Volume 09.2 - Saúde http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro092.pdf
Volume 10.1 - Pluralidade Cultural http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro092.pdf
Volume 10.2 - Orientação Sexual http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro102.pdf

“A vida não fica do lado de fora.


Ela entra na escola sem pedir licença, sem perguntar se,
no currículo, a sua vaga foi garantida”
(Multieducação)
3.4. PCNs Temas Transversais.
O compromisso com a construção da cidadania pede necessariamente uma prática educacional voltada para a
compreensão da realidade social e dos direitos e responsabilidades em relação à vida pessoal, coletiva e ambiental.
Nessa perspectiva é que foram incorporadas como Temas Transversais, as questões da Ética, da Pluralidade Cultural,
do Meio Ambiente, da Saúde e da Orientação Sexual.
Isso não significa que tenham sido criadas novas áreas ou disciplinas. Os objetivos e
conteúdos dos Temas Transversais devem ser incorporados nas áreas já existentes e
no trabalho educativo da escola. É essa forma de organizar o trabalho didático que
recebeu o nome de transversalidade.
Amplos o bastante para traduzir preocupações da sociedade brasileira de hoje, os
Temas Transversais correspondem a questões importantes, urgentes e presentes
sob várias formas, na vida cotidiana. O desafio que se apresenta para as escolas é o
de abrir-se para o debate sobre elas.

16
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

Texto Complementar
PROJETO PEDAGÓGICO DA ESCOLA.
A LDB define os estabelecimentos de ensino e os profissionais da Educação como responsáveis pela elaboração do
projeto pedagógico da escola, cabendo informar à comunidade sobre a execução de sua proposta pedagógica,
conforme registram os artigos 12, 13 e 14.
É muito importante reconhecermos que pela primeira vez se busca redimensionar a importância da escola e de seus
profissionais, cabendo aos sistemas de ensino o papel de coordenação, apoio e incentivo às escolas, abandonando
práticas autoritárias.
Entretanto, ainda se verifica que muitas unidades escolares não deram conta da responsabilidade e importância que
representam esses artigos da lei e deixam de cumpri-los, fazendo com que não se consiga assegurar a gestão
democrática na escola. Somente mantendo a organização e a participação de todos os envolvidos no processo
educacional conseguiremos fazer vencer a vontade coletiva do grupo e assegurar os princípios da gestão democrática
em nossas escolas.
Ao analisarmos os artigos citados, veremos a quantidade de vezes que a expressão “proposta ou projeto pedagógico”
aparece, dando-lhe uma relevância que se sobrepõe à própria natureza da escola.
ASPECTOS DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO
Muito professores utilizam o termo “projeto político-pedagógico” por entenderem que a ação pedagógica é um fato
político, considerando que este trabalho visa à formação do cidadão para determinada sociedade.
E esta sociedade, com certeza, sempre cobrará da escola uma formação que propicie competência profissional e
vivência democrática, crítica, responsável e ética. Contudo, é preciso que a comunidade escolar seja esclarecida de
que o planejamento do projeto pedagógico da escola engloba vários aspectos: o pedagógico –, que é o eixo central
das discussões –, o administrativo, o jurídico e o comunitário.
Sob o aspecto pedagógico, deverão ser discutidas as características do alunado a ser atendido, o perfil dos professores
da escola, o diagnóstico do desempenho dos alunos nos anos anteriores e as condições pedagógicas que a escola
oferece (laboratórios, biblioteca, equipamentos, quadras, auditório, refeitório, oficinas etc.).
A partir desses levantamentos, será possível traçar as metas a serem alcançadas em um prazo predeterminado e os
objetivos gerais que deverão orientar os planos de trabalho de cada professor.
O aspecto administrativo inclui as normas de funcionamento da escola, seu regimento interno, a divisão de tarefas
pelo corpo docente e pelos servidores técnico-administrativos, o planejamento dos horários das atividades da escola,
o controle financeiro e a aplicação dos recursos obtidos, a organização de arquivos e documentos de alunos,
professores e funcionários. Este aspecto é completado pela dimensão jurídica, que deverá nortear as decisões finais
da equipe escolar. A legislação pertinente ao campo educacional (leis, decretos, pareceres, resoluções, deliberações),
seja ela federal, estadual ou municipal, não pode ser esquecida ao elaborarmos um projeto pedagógico.
O aspecto comunitário do projeto vai dar a “marca” da escola.
É através dele que os pais, os alunos, os ex-alunos, os servidores e a comunidade do entorno da escola serão
chamados a participar, opinar e avaliar as atividades desenvolvidas no cotidiano escolar. É preciso lembrar que toda
escola deve organizar seu grêmio, sua associação de pais e mestres, seu “clube de mães” e outros grupos similares,
para que todos se sintam corresponsáveis pelo seu projeto político-pedagógico.
Um lembrete importante para você memorizar e difundir nos espaços em que estiver atuando: o projeto pedagógico
precisa ser sempre avaliado. Como sabermos se as metas que traçamos, os objetivos que escrevemos, os sonhos que
tivemos para a nossa escola estão se concretizando, se, de vez em quando, não pararmos para trocar ideias, ouvirmos
os outros, reformularmos as ações que não estão trazendo alegria a todo o grupo?
O projeto pedagógico se torna um instrumento de trabalho indispensável, uma vez que define as políticas e os
princípios filosóficos, otimiza os recursos pedagógicos e financeiros, mobilizando os diferentes setores para a
consecução dos objetivos. Não elaborá-lo significa abrir mão de um documento que legitima nossas ações e
proporciona a autonomia da gestão escolar.
Toda escola tem objetivos que deseja alcançar, metas a cumprir e sonhos a realizar. O conjunto dessas aspirações,
bem como os meios para concretizá-las, é o que dá forma e vida ao chamado projeto político-pedagógico - o famoso
PPP. Se você prestar atenção, as próprias palavras que compõem o nome do documento dizem muito sobre ele:
•É projeto porque reúne propostas de ação concreta a executar durante determinado período de tempo.
•É político por considerar a escola como um espaço de formação de cidadãos conscientes, responsáveis e críticos, que
atuarão individual e coletivamente na sociedade, modificando os rumos que ela vai seguir.

17
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

•É pedagógico porque define e organiza as atividades e os projetos educativos necessários ao processo de ensino e
aprendizagem.
Ao juntar as três dimensões, o PPP ganha a força de um guia - aquele que indica a direção a seguir não apenas para
gestores e professores mas também funcionários, alunos e famílias. Ele precisa ser completo o suficiente para não
deixar dúvidas sobre essa rota e flexível o bastante para se adaptar às necessidades de aprendizagem dos alunos. Por
isso, dizem os especialistas, a sua elaboração precisa contemplar os seguintes tópicos:
• Missão
• Clientela
• Dados sobre a aprendizagem
• Relação com as famílias
• Recursos
• Diretrizes pedagógicas
• Plano de ação
Por ter tantas informações relevantes, o PPP se configura numa ferramenta de planejamento e avaliação que você e
todos os membros das equipes gestora e pedagógica devem consultar a cada tomada de decisão. Portanto, se o
projeto de sua escola está engavetado, desatualizado ou inacabado, é hora de mobilizar esforços para resgatá-lo e
repensá-lo. "O PPP se torna um documento vivo e eficiente na medida em que serve de parâmetro para discutir
referências, experiências e ações de curto, médio e longo prazos".

Exercícios
19- A partir do texto complementar PROJETO PEDAGÓGICO DA ESCOLA reflita:
a) Como andam os processos de participação (família, comunidade, professores, equipe de apoio e outros) mobilização
e negociação de conflitos na escola em que você faz estágio?

18
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
b) Em sua opinião o que um bom projeto político pedagógico deve conter?
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________

Todos nós temos direitos


Uns menos outros mais
Mas existem alguns direitos
Chamados fundamentais
Direito fundamental
É o direito de nascer
O direito de mamar
O direito de crescer
Direitos fundamentais
Todos temos que saber
Se quisermos garantir
O direito de viver
(Eliakin Rufino*)

IV. Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90).


4.1. ECA: Por que devemos conhecê-lo?
Desde sua criação, o Estatuto da Criança e do Adolescente influencia as práticas educativas dirigidas à criança e ao
jovem. Apesar desse aparente, reconhecimento, sua compreensão efetiva — enquanto marco e referencial para uma
mudança estrutural das práticas educativas — é ainda uma possibilidade a ser desvelada.
Mas o que é e a que se destina esse conjunto de leis que chamamos de Estatuto da Criança e do Adolescente? Para
compreendermos essa questão, é necessário voltarmos à história das políticas públicas direcionadas ao
desenvolvimento infantil e juvenil de nosso país.
A década de 1960 foi mundialmente marcada pelo surgimento de inúmeros movimentos sociais em defesa dos
direitos da criança e do adolescente. Isso ocorreu uma vez que, após a Segunda Guerra Mundial, o adolescente passou
a ocupar uma posição determinada no cenário da violência quando a necessidade da mão de obra feminina nas
fábricas deixou as crianças em situação de abandono, as quais, mais tarde, já adolescentes, constituíram-se como
gangues marcadas por atitudes de revolta e violência.
No Brasil, a criação de uma legislação de proteção a criança e o adolescente teve seu início em 1979 com a criação do
Código de Menores. Somente em 1989 a Convenção Internacional dos Direitos da Criança das Organizações das
Nações Unidas marcou definitivamente a transformação das políticas públicas voltadas a essa população, culminando
assim na criação do Estatuto da Criança e do Adolescente — ECA.
Criado em 13 de julho de 1990, o ECA instituiu-se como Lei Federal n.º 8.069 (obedecendo ao artigo 227 da
Constituição Federal), adotando a chamada Doutrina da Proteção Integral, cujo pressuposto básico afirma que
crianças e adolescentes devem ser vistos como pessoas em desenvolvimento, sujeitos de direitos e destinatários de
proteção integral.
O Estatuto, em seus 267 artigos, garante os direitos e deveres de cidadania a crianças e adolescentes, determinando
ainda a responsabilidade dessa garantia aos setores que compõem a sociedade, sejam estes a família, o Estado ou a
comunidade. Ao longo de seus capítulos e artigos, o Estatuto discorre sobre as políticas referentes à saúde, educação,
adoção, tutela e questões relacionadas a crianças e adolescentes autores de atos infracionais.
Mesmo sendo referência mundial em termos de legislação destinada à infância e à adolescência, o Estatuto necessita
ainda ser compreendido de forma legítima. Um longo caminho deve ser trilhado pela sociedade civil e pelo Estado
para que seus fundamentos sejam vivenciados cotidianamente.
As escolas e seus educadores devem conhecer essa legislação, assim como os órgãos de apoio presentes na
comunidade, como é o caso dos chamados Conselhos Tutelares.
Dessa forma, os educadores devem trabalhar para que os pressupostos do ECA sejam cumpridos, proporcionando o
desenvolvimento de nossas crianças e adolescentes.

19
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.


Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Título I
Das Disposições Preliminares
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente
aquela entre doze e dezoito anos de idade.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito
e vinte e um anos de idade.
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo
da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e
facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de
liberdade e de dignidade.

Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta
prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos
fundamentais.
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem
comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas
em desenvolvimento.[...]
Capítulo IV
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo
para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores;
IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da
definição das propostas educacionais.
Refere-se aqui à Educação Formal como um direito exclusivo do cidadão, que se caracteriza como um processo político,
portanto intencional, que se dá no espaço chamado Escola. Abrange, obrigatoriamente, a Educação Básica (Educação
Infantil, Ensino Fundamental e Médio) e tem por finalidade o pleno desenvolvimento da criança e do adolescente, seu
preparo para o exercício pleno da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996) ressalta, no entanto, que a Educação abrange processos
formativos mais amplos que se desenvolvem na vida familiar e na convivência humana junto à sociedade como um
todo, em sua dinâmica histórica e cultural.
É muito recente a experiência de acesso e interação da família na escola. A família, ainda mantém uma atitude passiva
frente o processo de ensino e aprendizagem e a escola reforça essa distância da família na medida em que não dialoga
e, muitas vezes, a discrimina.
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de
ensino;
IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;

20
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada
um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador;
VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar,
transporte, alimentação e assistência à saúde.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular importa
responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar,
junto aos pais ou responsável, pela frequência à escola.
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:
I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
Os maus-tratos a que se refere o inciso I são relativos à ação da família, da sociedade e Estado e nem sempre são
facilmente percebíveis. É preciso compromisso, envolvimento e dedicação à causa da infância e da adolescência para
tornar visível a prática dos maus-tratos que, em geral, tem início nas relações de poder que se encontra nas famílias.
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares;
III - elevados níveis de repetência.
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e novas propostas relativas a calendário, seriação,
currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos do ensino
fundamental obrigatório.
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social
da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura.
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços
para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e a juventude.
* Poeta de Roraima que criou essa versão poética do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Conselhos Tutelares — entidades públicas presentes obrigatoriamente em cada município e
formadas por conselheiros da comunidade, cujo objetivo é receber denúncias de violação do
ECA e assegurar seu cumprimento.
Teste e amplie seus conhecimentos sobre Direitos Humanos e também sobre direitos da criança e
do adolescente:
http://www.promenino.org.br/Ferramentas/Conteudo/tabid/77/ConteudoId/01f45435-41db-
48ce-9c57-f26933b177c3/Default.aspx

Assista ao vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=syELwYAfqK0/

Texto Complementar
O papel do educador diante da agressividade, violência e comportamento anti-social.
Christiane D’Angelo Fernandes e Maria Fernanda Souza
O papel do educador vem passando por um intenso processo de modificação nas últimas décadas, reflexo de constantes
mudanças na sociedade, gerando novos desafios, demandas, instrumentos facilitadores e também inúmeros obstáculos. Um
dos principais desafios encontrados pelo educador está no comportamento do aluno. De atitudes inadequadas a conflitos
diretos com colegas de classe e professores, surgem algumas das maiores preocupações vivenciadas pela escola atualmente.

Problemas no estabelecimento e na manutenção da disciplina, aumento de atitudes agressivas, atos violentos, transgressão de
regras, violação dos direitos alheios, entre outras manifestações antissociais no ambiente escolar, evidenciam importantes
desajustes na relação educador/aluno. O educador diante de tal situação necessita conhecer as causas e consequências destes
problemas para, então, buscar soluções e evitar o agravamento e a disseminação deste padrão de comportamento, passando
do âmbito individual para o coletivo.
Diversas são as causas destes problemas, entre elas: frágeis referências morais, distorção de valores, questões familiares
(dificuldades no estabelecimento de limites, regras, dinâmica familiar comprometida, violência doméstica etc.), problemas
culturais, barreiras socioeconômicas, conflitos emocionais do próprio educando, problemas de saúde mental do educando
e/ou de familiares, comprometimento cognitivo ou dificuldades de aprendizagem.
Os problemas de saúde mental, cognitivos e de aprendizagem pouco são considerados como causas efetivas de
21
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

comportamentos agressivos, mas sua interferência no padrão de comportamento de crianças e adolescentes vem sendo cada
vez mais evidenciada por profissionais de saúde mental.
O que eu, professor, devo fazer? As dificuldades do aluno não são o único fator gerador de tais problemas. As condições
- Procure motivar o aluno pela emocionais e profissionais do educador também interferem no agravamento ou
busca do Saber; possibilitam a diluição dos problemas citados. Outro fator relevante é a ausência ou
- Evite confronto com a criança ou insuficiência de infraestrutura e de recursos materiais, sociais e educacionais
adolescente; necessários para o pleno desenvolvimento do processo educativo. Recursos estes que
- Promova o diálogo e valorize os deveriam ser garantidos pelo sistema educacional.
esforços e conquistas do aluno; As consequências geradas são incalculáveis. O enfraquecimento da relação aluno/
- Promova também uma reflexão educador, falhas no processo educativo, perda do referencial de autoridade no
entre os alunos sobre questões que ambiente escolar e o inquestionável agravamento das barreiras encontradas por todos
envolvam comportamentos e os envolvidos neste processo são apenas as mais evidentes. Tal é a gravidade destes
conflitos; problemas que estas consequências não se limitam ao ambiente escolar, mas se
- Não se esqueça da importância do traduzem em sérios reflexos sociais.
seu papel como educador: você Diante da multiplicidade de causas e consequências, seria insensato falar em soluções
pode ser o agente transformador “mágicas”, especialmente a curto ou médio prazo. O que deve ser buscado
no desenvolvimento de seus gradualmente é a identificação dos fatores causais, o fortalecimento dos agentes
alunos. implicados em todo o processo, a ampliação dos espaços e possibilidades de reflexão e
discussão, buscando a melhoria das condições de ensino.
As “armas” do professor
Na prática, o educador dispõe de alguns recursos importantes. O fortalecimento emocional e profissional garante melhores
possibilidades em sua atuação diária. Seu autoconhecimento promoverá um melhor controle de situações de conflito. Neste
processo, uma importante estratégia é a de potencializar sua capacidade em motivar seu aluno e despertar seu interesse pela
busca do saber, oferecendo novas possibilidades de adquirir conhecimento e superar barreiras.
Evitar o confronto direto com o aluno é fundamental para preservar qualquer possibilidade de reestruturação de um
relacionamento já comprometido. Para isto, é importante que o educador perceba que a manifestação agressiva, em geral,
não tem como causa o próprio educador ou qualquer divergência pessoal por parte do aluno, mas é um reflexo das barreiras
encontradas por este em seu desenvolvimento emocional, cognitivo e social.

Outra importante solução é a adoção Ajudar o aluno a potencializar seus recursos internos, valorizar qualquer
de políticas públicas que fortaleçam e possibilidade de esforço ou conquista, promover o diálogo e buscar ajuda externa,
desenvolvam a atuação do educador quando a situação demonstra sinais de agravamento, são algumas das ferramentas
que o educador dispõe. Além disso, o professor pode gerar uma reflexão entre os
alunos sobre as questões que envolvem comportamentos, conflitos e atitudes inadequadas, possibilitando o envolvimento dos
jovens na construção de soluções. Faz parte da missão do educador e da instituição de ensino garantir às possíveis vítimas de
atitudes agressivas o suporte necessário para a solução de problemas.
Outra importante solução é a adoção de políticas públicas que fortaleçam e desenvolvam a atuação do educador e ofereçam
melhores condições de ensino e de vivência no ambiente escolar, visando a diminuição do descompasso existente entre a
vivência contemporânea e a realidade vivenciada em sala de aula.
Muito há que se pensar sobre soluções e caminhos para que o ambiente escolar possa realmente oferecer a alunos e
profissionais as condições adequadas para o pleno desenvolvimento do processo educativo. Um ponto deve ser fortemente
valorizado e explorado: a importância do papel do educador, não apenas diante de comportamentos inadequados, como
também diante da possibilidade de tornar-se um agente transformador no desenvolvimento de seu aluno.
Tal importância foi claramente evidenciada pelo professor e psicopedagogo Celso Antunes no texto “O sagrado e o profano na
missão do professor”, que diz: ”a certeza de que possui uma profissão imprescindível, de que de sua ação no cotidiano se
constrói o mundo em que se viverá. A imensa fé e crença de que sem professores uma sociedade não inventa médicos ou
engenheiros, não faz surgir arquitetos ou mecânicos… O verdadeiro professor não pode ser guiado pela frieza de uma visão
somente profana, mas também não pelo idealismo ingênuo de ser manipulado por sua crença autêntica...”.
A afirmação nos leva a refletir sobre a grandeza e a complexidade do papel do educador, sobre os desafios a que é submetido
diariamente, sobre a necessidade de sua capacitação e atualização constantes, sobre a influência de suas ações e sobre a
cautela necessária em sua atuação.

 Exercícios
20- Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente sobre o Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer é
incerto afirmar que:
a) A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o
exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes igualdade de condições para o acesso e
permanência na escola.

22
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

b) É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das
propostas educacionais.
c) É dever de o Estado assegurar à criança e ao adolescente ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para
os que a ele não tiveram acesso na idade própria.
d) O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular não importa responsabilidade
da autoridade competente.
e) Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de maus-
tratos envolvendo seus alunos.
21- Leia atentamente o texto a seguir.
“Ana tem 9 anos e mora na zona rural com seus pais. O distrito onde reside fica distante de 6 km da escola mais
próxima.
Apesar de haver transporte escolar para os alunos da região, Ana nunca foi à escola. Seus pais já foram procurados
pela direção da escola, mas disseram que não queriam que ela fosse para a aula, pois a menina precisava trabalhar,
cuidando do bebê da vizinha, para ajudar nas despesas e, além disso, argumentaram que o caminho até a escola era
muito perigoso.”
Considerando o texto acima, compete ao diretor da escola:
a) procurar o Conselho Tutelar e expor a situação para que os conselheiros intercedam junto aos pais e advirtam-nos
de que matricular a criança em uma escola é obrigatório.
b) denunciar os pais que obrigam a criança a trabalhar à Secretaria de Assistência Social do Município.
c) denunciar a situação da criança ao representante do Ministério Público, a fim de que o Promotor Público possa
efetuar a prisão dos pais.
d) falar com o vereador que representa o distrito para que ele interceda junto aos pais da criança, a fim de que
matriculem Ana na escola.
22- A partir da leitura do texto complementar monte um mural em sala de aula, com perguntas e respostas da
atuação do conselho tutelar.
Faça uma pesquisa de reportagens sobre a atuação do conselho tutelar no Estado do Rio de Janeiro para ilustrar o
trabalho.

É a traição do conhecimento. Está lá o garoto na aula.


Aí, prim! Muda para matemática;
prim! muda para biologia; prim! muda para física.
É a lógica da fábrica.
(Dimenstein e Alves, 2003)

V. Bases econômicas, sociais, culturais e filosóficas


na política educacional

5.1 As Influências do Neoliberalismo nas Políticas Públicas.


Vamos fazer agora uma breve exposição sobre como o neoliberalismo vem exercendo sua influência, comentando
algumas das políticas em ação no campo educacional, que pretendem inserir o Brasil, cada vez mais, no cenário do
mundo moderno. Você sabe que a busca por um Brasil moderno não é isolada do resto do mundo. Como o mundo
está sendo varrido por revoluções modernizadoras, a valorização da economia de mercado, a modernização e a

23
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

competitividade perpassam os vários continentes. Nesse cenário, a América Latina foi invadida por uma onda
neoliberal que vem tentando apontar caminhos para o desenvolvimento, enfatizando a desregulação do mercado de
trabalho.
Embora as influências do socialismo sejam flagrantes em quase toda a literatura pedagógica dos últimos anos no
Brasil, a sucessão de propostas educacionais tem pendido mais para o liberalismo, sem que consigamos acompanhar
sua aplicação e, muito menos, avaliá-las.
Como você já percebeu, as considerações que formulamos apresentam um cenário político-educacional bastante
complexo e impreciso, em que diferentes temas e tendências político-ideológicas se alternam, ora em primeiro plano,
ora como pano de fundo. Muitas vezes encontramos ideias de cunho socialista, mas que não são aplicáveis de
imediato; outras vezes são propostas liberais disfarçadas por um populismo que empolga as massas.
O neoliberalismo se apóia no jogo do mercado, o qual, embora necessário à criação da riqueza e do desenvolvimento,
não garante a liberdade porque “não é capaz por si só de prover uma série de requisitos e oportunidades para o
exercício mais pleno e mais significativo da individualidade de muitos” (MERQUIOR, 1983, p. 94).
MERQUIOR (1990) afirma que o liberalismo “não é uma doutrina antiestado. É uma doutrina antiestatismo”. E
continua esclarecendo:
“Trata-se de saber qual é o tipo de Estado que você precisa para aumentar a liberdade.”
Mais adiante, conclui: “Acredito que, no ideário liberal, a chamada revolução educacional
seja a prioridade gritante. Absolutamente gritante” (p. 15).
A proposta liberal estimula a cultura da liberdade e resulta em um grau historicamente alto de desenvolvimento
econômico. Isso não será conseguido sem, no mínimo, classes médias razoavelmente instruídas e massas
alfabetizadas. A interpenetração entre desenvolvimento, Educação e liberdade tem de ser concretizada nas ações
governamentais, por meio de políticas de Estado e não de governo.
Os neoliberais fazem críticas à igualdade, que, segundo eles, embora favorável, reduz as oportunidades de
participação individual, limitando, portanto, a liberdade. E essa posição vai influenciar sua visão de escola, pois acham
que, embora a Educação seja um direito civil, o sistema escolar deve ser mudado, de maneira a proporcionar uma
espécie de representação proporcional de todos os grupos, na qual todas as pessoas tenham oportunidades de
desenvolver suas habilidades e realizar seus desejos. A igualdade é vista como condição, não como meta. Dessa
forma, é possível aos homens fazer escolhas que permitam a emersão das desigualdades.
No caso brasileiro, os dados estatísticos apontam para uma escola incompetente para atender à massa de alunos que
nela ingressa.
A repetência, a evasão, a distorção idade-série, a qualidade do trabalho docente e outros fatores têm sido apontados,
em diferentes pesquisas, como responsáveis pela situação degradante do nosso ensino em todos os níveis.
Os neoliberais argumentam que, quando o sistema universaliza o ensino gratuito – em nome da igualdade,
independentemente da condição financeira dos alunos ou de suas famílias –, contribui para aumentar a desigualdade
de oportunidades, uma vez que as famílias de baixa renda, de modo geral, só têm acesso à escola de baixa qualidade.
As famílias de maior renda podem optar por escolas particulares de qualidade. Concluímos, assim, que não basta
universalizar o ensino gratuito, é preciso que ele ofereça qualidade. Uma escola pública tem de ter tanta ou mais
qualidade que uma escola particular, pois seu alunado talvez não tenha em casa recursos complementares às
atividades escolares, como ocorre com as crianças oriundas da classe média.
Na visão liberal, Se você não educa a massa, você finge que está melhorando a vida dela, mas está aprofundando o
fracasso que separa os brasileiros.
Texto Complementar
Rubem Alves
Rubem Alves, em seu livro: O POETA, O GUERREIRO, O PROFETA (Ed. Vozes,1995. P. 10 )
“Uma aranha fez sua teia num canto do meu escritório. Eu a descobri ontem e, com a minha vassoura, tratei de me
livrar dela. Teias de aranha são sinais de descaso e eu não queria que aqueles que me visitam pensassem mal de mim.
Mas hoje ela está no mesmo lugar. Durante a noite refez sua teia. Acho que ela gostou do lugar, me perdoou e confia
na minha compreensão. Compreende. E decidi que ela vai ser minha companheira.
Embora ela não saiba falar, ela me fez pensar. Confesso que a aranha me fascinou. Primeiro por aquilo que vejo. Lá
está ela, segura e feliz, pendurada sobre o vazio. Não existe hesitação alguma nos seus passos. Suas longas pernas se
movem sobre os finos fios de sua teia com tranquila precisão, como se fossem dedos de um violinista, dançando sobre
as cordas. Sua teia é coisa frágil, feita com fios quase invisíveis. E, no entanto, é perfeita, simétrica, bela,
perfeitamente adequada ao seu propósito. Mas o fascínio tem a ver com aquilo que não vejo e só posso imaginar.
Imagino aquela criaturinha quase invisível suas patas coladas à parede. Ela vê as outras paredes, tão distantes, e mede
24
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

os espaços vazios. E só pode contar com uma coisa para o trabalho incrível que está para ser iniciado: um fio, ainda
escondido dentro de seu corpo. E, então repentinamente, um salto sobre o abismo, e um universo começa a ser
criado...
Em outros tempos acho que fui um bom professor. Como a aranha eu sabia tecer a minha teia de palavras. Eu sabia o
que ensinava e só ensinava o que sabia... Bons professores, como a aranha, sabem que lições, estas teias de palavras,
não podem ser tecidas no vazio. Elas precisam de fundamentos. Os fios, por finos e leves que sejam, têm de estar
amarrados a coisas sólidas: árvores, paredes, caibros. Se as amarras são cortadas a teia é soprada pelo vento, e a
aranha perde a casa... Professores sabem que isto vale também para a educação...”

Exercícios
23- Faça uma pesquisa sobre o Neoliberalismo.
a) O que é?
________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
b) Pontos positivos e negativos da sua influência na Educação.
________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
24- A partir da leitura do texto complementar responda qual o perfil desejado para o professor do século XXI?
________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________

Veja o vídeo do professor Rubens Alves http://www.youtube.com/watch?v=_OsYdePR1IU&feature=related e analise


sua resposta da questão 24. Você faria alteração na sua resposta?
Qual?
________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________

“Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa,


nunca tem medo e nunca se arrepende.” (Leonardo da Vinci)

VI. As tensões entre as políticas oficiais e os movimentos da


sociedade civil.
O movimento atual que rege a sociedade capitalista em termos econômico, social e político, vem orientando a
configuração da democracia no movimento educacional brasileiro, demonstrando que a participação, categoria
imprescindível nessa configuração, nem sempre se sustenta num princípio que inspire um compromisso social e
político que venha a assegurar uma concepção de educação que conceba o homem como sujeito da história e não
sujeitado a ela.
Começo por esboçar as duas perspectivas de análise de formação do professor: a do tecnólogo do ensino e a do
agente social. Dessa forma, ao refletir sobre essas perspectivas, é preciso explicar que, de um lado, procuro
caracterizar a identidade profissional do professor, expressa nas políticas oficiais, ou seja, daquelas diretrizes
instituídas e organizadas pelo governo por meio de seus órgãos competentes, e, de outro, enfatizo o posicionamento
conjunto dos movimentos da sociedade civil, mais ou menos organizados por diferentes entidades representativas dos
educadores, comprometidos com a defesa da educação pública brasileira, anunciando, assim, uma nova cultura
política.
A trilogia Estado, políticas educacionais e escola no Brasil ao longo do tempo tem se constituído como um marco
regulador e reforçador da educação dualista, delimitada pela divisão social de classes. Entretanto, a racionalidade que
se impõe pelos distintos governos no Brasil, isto é, o Estado em ação, aponta para a necessidade de acompanhamento
e reforma no campo da educação, à luz do que acontece em nível internacional, num esforço de superação das
diferenças de classes e inclusão social aos bens e patrimônios que historicamente se restringiam às classes
dominantes numa espécie de sinergia supranacional em que o homem toma consciência de sua humanidade.
A consensualidade a essa direção para os arranjos sócio-históricos e educacionais manifestada por diferentes
segmentos “naturalizou” tal ideário, como única alternativa possível sem maiores resistências, o que numa sociedade

25
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

marcada pela expropriação do trabalho e divisão social de classes haveria que ser, no mínimo, considerado como ato
de suspeição e estranheza. Há um forte apelo ao “esforço” encampado pelo Estado em reunir intelectuais, a classe
política e o empresariado na elaboração das políticas públicas para a educação, na apresentação de uma escola
pública que ratifique os pressupostos delineados pelos organismos multilaterais, o que em maior ou menor grau tem
se intensificado na roda de discussão de toda a sociedade e, particularmente na adesão de um bom número de
acadêmicos, cooptados pelo convencimento da falta de alternativa no contexto global.
Vamos refletir?!?
Poucos países, no mundo moderno, possuem problemas educacionais tão graves quanto o Brasil. Como herança do
antigo sistema escravocata e senhoral, recebemos uma situação dependente inalterável na economia mundial,
instituições políticas fundadas na dominação patrimonialista e concepções de liderança que convertiam a educação
sistemática em símbolo social dos privilégios e do poder dos membros e das camadas dominantes.
Diante do que afirma Florestan Fernandes, como você vê o desajuste qualitativo e quantitativo de nosso sistema de
ensino? Como sair desse círculo vicioso?

Assista ao vídeo http://www.youtube.com/watch?v=ouFqxPYA8lg que certamente o ajudará na sua reflexão.

“Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem.”


(Mário Quintana)
VII. A questão do público e do privado na Educação Brasileira.
Em benefício da educação, a Constituição Federal, promulgada em 1988, no inciso
III do artigo 206, estabelece como princípio da educação escolar o pluralismo de
ideias e de concepções pedagógicas e a coexistência de instituições públicas e
privadas de ensino. Este mesmo princípio de ensino foi reproduzido e desdobrado
em incisos próprios, o III e o V do artigo 2º, na Lei 9.394, que estabelece as
diretrizes e bases da educação nacional (LDBEN).
É importante entendermos, desde logo, que o princípio de coexistência do público
e do privado assegura ao poder público, como prescreve o artigo 19 da LDB, a
competência de criar ou incorporar instituições de ensino para atender as
demandas sociais por um ensino público, obrigatório e gratuito. É o referido
princípio que autoriza pessoas físicas ou jurídicas de direito privado a abrirem
escolas em qualquer Estado ou município da Federação, ou em um distrito,
localidade ou rua de qualquer cidade brasileira.

Instituições de Ensino - (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96 – Artigos 19 e 20).

PÚBLICAS PRIVADAS
Assim entendidas as criadas Assim entendidas as mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de
ou incorporadas, mantidas e direito privado.
administradas pelo Poder As instituições privadas de ensino se enquadrarão nas seguintes categorias:
Público
Particulares Comunitárias Confessionais Filantrópicas
Criadas ou incorporadas pelo São instituídas e São instituídas por grupos de São instituídas por Sem fins
Poder Público e que por este mantidas por pessoas físicas ou por uma ou grupos de pessoas lucrativos.
sejam mantidas e uma ou mais mais pessoas jurídicas, inclusive físicas ou por uma ou
pessoas físicas cooperativas educacionais, sem mais pessoas jurídicas
administradas.
ou jurídicas de fins lucrativos, que incluam na que atendem a
direito privado. sua entidade mantenedora orientação
representantes da comunidade. confessional.

26
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

Para onde?
Somente um navegador louco ou perdido
navegaria sem ter idéia do “para onde”
Rubem Alves, 1999
VIII. O financiamento da educação no Brasil.
Quanto custa a Educação no Brasil? De onde vem o dinheiro que mantém a escola pública? O que podemos fazer para
ter uma escola pública de qualidade?
O Brasil tem investido em Educação muito menos do que outras nações em situação político-econômica semelhante.
A partir da década de 1990, intensificou-se um processo de transformações científicas e tecnológicas e de globalização
dos mercados. A automatização tem tornado descartável a mão-de-obra não-qualificada e exigido uma mudança
profunda na Educação Básica, a partir do tipo de trabalhador que as comunidades necessitam, com novas
competências para o enfrentamento desse novo mundo que se descortina. Esses fatores impuseram a necessidade de
mais investimentos financeiros em Educação e de maior controle na sua aplicação.

Você já parou para pensar sobre perguntas que talvez nunca lhe tenham sido feitas? Vejamos algumas delas:
• De onde vem o dinheiro que custeia a Educação?
• Quem paga a conta do Ensino Fundamental? Da Educação Infantil? Do Ensino Médio?
Os estudos realizados sobre os investimentos públicos em Educação em diferentes países apontam para duas formas
de financiamento da Educação: com impostos privativos e específicos para o custeio da Educação ou com
percentagens da renda tributária para a manutenção do ensino. No Brasil, o segundo tipo de financiamento foi o
definido em lei, incluindo também as contribuições sociais destinadas ao ensino, como o salário-educação.
As preocupações com os recursos financeiros para a Educação brasileira não são recentes. Há, pelo menos, cinquenta
anos o assunto é debatido nos meios políticos e acadêmicos. Em janeiro de 1954, Anísio Teixeira, durante o Congresso
Brasileiro de Educação, realizado em Curitiba, apresentou um trabalho intitulado Sobre o problema de como financiar
a educação do povo brasileiro, no qual afirmava a necessidade da existência de fundos que captassem os recursos da
União, dos Estados, dos Municípios e dos particulares e alertava que este empreendimento só poderia ser levado a
termo pela decisão e a providência dos poderes públicos, em cooperação.
“Completava, afirmando que só eles poderão arcar com os ônus de financiar, de manter o imenso sistema de
educação que a democracia brasileira já está a exigir” (LEITE, 2000, p. 76).
Em 1954, conforme pesquisas de Leite (2000), aplicávamos 2% da renda nacional em Educação e havia oito milhões de
crianças na faixa etária do Ensino Fundamental. Hoje, esse número é cinco vezes maior, enquanto o investimento em
Educação é de cerca de apenas 5%.
É claro que esse investimento, hoje, como também naquela época, é insuficiente, “muito menos pelo valor monetário
e muito mais pela administração irregular, incompetente e não comprometida com os ideais de transformar
efetivamente a nação” (LEITE, 2000, pp. 76-77).
As constituições brasileiras têm determinado percentuais mínimos de recursos para financiamento do ensino. A de
1934, em pleno período varguista, já definia para a União e os municípios cerca de 10% das fontes de recursos e para
os estados e o Distrito Federal, 20%. As de 1946, 1969 e 1988 determinaram para estados, municípios e Distrito
Federal o mesmo percentual: 25%. Com relação aos mínimos previstos para a União, as diferentes constituições têm
aumentado os índices dos 10% previstos em 1934 e em 1946 para 13%, na Constituição de 1969, e, finalmente, para
18%, na Constituição Federal de 1988.

27
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

Embora nossos instrumentos legais venham determinando, já há muito tempo, percentuais de renda tributária para a
manutenção do ensino, foi somente com a Lei 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) – que
se definiu legalmente, nos artigos 70 e 71, o que se deve e o que não se deve considerar como despesas na
manutenção e no desenvolvimento do ensino (MDE). Até então, despesas e obras de todo tipo eram realizadas pelos
nossos governantes, sob a alegação de que contribuíam para a melhoria do processo educacional.
A Constituição Federal de 1988 (CF/88) e a Emenda 14, de 1996, abordam pontos importantes com relação ao
financiamento da Educação: gratuidade do ensino público; financiamento, pela União, das instituições de ensino
públicas federais; função redistributiva e supletiva, como garantia de padrão mínimo de qualidade do ensino; e
aplicação anual mínima de 18%, pela União, e de 25%, pelos estados e municípios, da receita resultante de impostos
na manutenção e desenvolvimento do ensino (CF/88, art. 212).
A origem dos recursos destinados à Educação é explicitada de forma bastante clara no artigo 68 da LDB. Esse cuidado
veio resolver problemas anteriores, de uso indevido da conta da Educação, alegando-se interpretações, mesmo que
equivocadas.

Recursos Financeiros - (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96 – Artigos 68 a 77).
FONTES APLICAÇÃO VETO DESTINAÇÃO
- Receita de -Remuneração e aperfeiçoamento - Pesquisa, quando não vinculada às
Impostos; de pessoal; instituições de ensino, ou, quando
-Receita de -Aquisição, manutenção, efetivada fora dos sistemas de
Transferências construção e conservação de ensino, que não vise, precipuamente,
constitucionais e instalações e equipamentos ao aprimoramento de sua qualidade
outras necessários ao ensino; ou à sua expansão;
transferências; -Uso e manutenção de bens e - Subvenção a instituições públicas
-Receita de salário serviços vinculados ao ensino; ou privadas de caráter assistencial,
educação e de -Levantamentos estatísticos, desportivo ou cultural;
outras contribuições estudos e pesquisas visando - Formação de quadros especiais Escolas Públicas,
sociais; precipuamente ao aprimoramento para a administração pública, sejam Comunitárias,
-Receita de da qualidade e à expansão do militares ou civis, inclusive Confessionais e
incentivos fiscais; ensino; diplomáticos; Filantrópicas.
-Outros recursos - Realização de atividades-meio - Programas suplementares de
previstos em lei. necessárias ao funcionamento dos alimentação, assistência médico-
sistemas de ensino; odontológica, farmacêutica e
- Concessão de bolsas de estudo a psicológica, e outras formas de
alunos de escolas públicas e assistência social;
privadas; - Obras de infra-estrutura, ainda que
- Amortização e custeio de realizadas para beneficiar direta ou
operações de crédito destinadas a indiretamente a rede escolar;
atender ao disposto nos incisos - Pessoal docente e demais
deste artigo; trabalhadores da educação, quando
- Aquisição de material didático- em desvio de função ou em atividade
escolar e manutenção de alheia à manutenção e
programas de transporte escolar. desenvolvimento do ensino.

8.1 O financiamento da educação e o FUNDEB.


A Emenda Constitucional nº 53/06, que criou o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), aprovada em 06 de dezembro de 2006, tem por objetivo
proporcionar a elevação e uma nova distribuição dos investimentos na educação. Essa elevação e a nova distribuição
28
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

ocorrem devido às mudanças relacionadas às fontes financeiras que formam esse fundo, o percentual e o montante
de recursos que o compõem e estão ao seu alcance. Com as modificações que o FUNDEB oferece, o novo fundo
atende não só o ensino fundamental (6/7 a 14 anos), como também a educação infantil (0 a 5/6 anos), o ensino médio
(15 a 17 anos) e a educação de jovens e adultos.
O FUNDEF, que vigorou até o ano de 2006, permitia investimentos apenas no ensino fundamental nas modalidades
regular e especial, ao passo que o FUNDEB proporciona a garantia da educação básica a todos os brasileiros, desde a
creche até o final do ensino médio, inclusive àqueles que não tiveram acesso à educação em sua infância.
O FUNDEB terá vigência de 14 anos, a partir do primeiro ano da sua implantação. O percentual de contribuição dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios para o FUNDEB sobre as receitas de impostos e transferências
especificadas pela lei que cria o FUNDEB tem o nº 11.494/07 e foi aprovada em 20 de junho de 2007.
De acordo com essa lei, os percentuais serão elevados gradualmente, de forma a atingir 20% em três anos, quando o
FUNDEB estará plenamente implantado.
Estimativas do governo Federal apontam para um montante de receitas de cinco impostos e transferências dos
estados e municípios de cerca de R$ 51 bilhões e de uma parcela de complementação da União de cerca de R$ 5,0
bilhões em 2009, quando o FUNDEB estiver totalmente implantando. O universo de beneficiários do fundo é de cerca
de 48 milhões de alunos da educação básica.
Exercícios
25- A classificação correta quanto às categorias administrativas das instituições de ensino dos diferentes níveis, é:
a) Públicas e privadas.
b) De Ensino Fundamental, Médio e Superior.
c) Escolas e Universidades.
d) Pré-Escolas, escolas de Ensino Fundamental, Médio e Técnico e escolas de Nível Superior.

26- (CEFET – 2010 - Cargo Pedagogo) Sobre os recursos financeiros, a LDB 9394/96 determina que:
a) A União aplicará, anualmente, nunca menos que 18%, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 25% da
receita resultante dos impostos.
b) A União aplicará, anualmente, nunca menos que 21%, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 20% da
receita resultante dos impostos.
c) A União aplicará, anualmente, menos que 10%, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 25% da receita
resultante dos impostos.
d) A União aplicará, anualmente, menos que 18%, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 37% da receita
resultante dos impostos.

27- O grêmio programou um passeio e quer que a escola ajude a pagar o ônibus. Como proceder? Isso é possível?
Para responder essa pergunta converse com o diretor da sua escola de estágio, aproveite para saber como a escola
recebe e utiliza suas verbas. (No caso da escola pública).
________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
A partir das respostas a turma deve fazer um debate sobre a importância do FUNDEB na Educação.

É assim que venho tentando ser professor,


assumindo minhas convicções, disponível ao saber,
sensível à boniteza da prática educativa,
instigado por seus desafios que não lhe permitem burocratizar-se, assumindo minhas limitações, acompanhadas
sempre do esforço por superá-las, limitações que não procuro esconder em nome mesmo do respeito que me tenho
e aos educandos.
(Freire, 1996, p.71-72)
IX.A descentralização político administrativa da Educação.
A situação da educação municipal no Brasil nos dias atuais, no que concerne às políticas públicas e gestão, representa,
por um lado, o fortalecimento dos movimentos democráticos e das ideias de descentralização, além de maior

29
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

participação popular, cujas raízes vão desde as revoltas dos colonos contra a Coroa Portuguesa até as últimas lutas
contra um regime militar extremamente centralizador e repressor.
Por outro lado, a descentralização político-educacional consagrada na atual Constituição e na Lei de Diretrizes e Bases
da Educação (LDB) pode estar inserida nas políticas neoliberais que imprimem uma flexibilização social e preconizam a
diminuição da ação do Estado na vida pública. Entre os velhos e os novos paradigmas a ação popular tem sido âncora
de resistência e deve ser o vetor primordial da gestão educacional diante dos limites e possibilidades que o conjunto
de leis oferece.
As mudanças na política educacional brasileira, sobretudo a partir dos anos 90, têm emprestado um papel significativo
às instâncias municipais, quando princípios como os da descentralização, da democratização e da participação têm
justificado novos arranjos no reordenamento das estruturas e funcionamento dos sistemas de ensino.
A ideia de descentralização coloca-se hoje no conjunto de argumentos que reforça a tese da revisão do papel do
Estado, argumentos estes sustentados na formulação de novas propostas de reorganização da administração pública
com relação aos serviços tradicionalmente mantidos sob o controle central do aparelho estatal, num movimento de
redistribuição de funções para as diferentes esferas de poder, valorizando, com isto, as instâncias regionais e locais.
Os resultados do processo de transição política a partir da saturação do regime militar instalado em 1964 no Brasil
têm colocado os conceitos de democracia e descentralização no centro das discussões políticas e acadêmicas,
ratificando-os como valores necessários à cristalização dos ideais de participação da sociedade na formulação e
execução das políticas públicas.
No âmbito da educação, sair de um período de autoritarismo e centralização herdados do seu passado histórico e
passar para um nível concreto de maior participação de outros segmentos da estrutura do Estado, assim como da
sociedade, no estabelecimento e desenvolvimento dessas políticas, tornou-se um complexo exercício na configuração
dos sistemas educacionais. Neste contexto, a questão da descentralização da gestão da educação e da
municipalização do ensino apresenta-se como um desafio. As reformas do Estado brasileiro têm avançado nesta
perspectiva e o setor educacional tem experimentado, a partir de 1995, grandes transformações na moldura
institucional que tem operacionalizado essas novas tendências.
A descentralização do ensino, processo que tem a municipalização como uma de suas formas importantes de
realização, não é uma ideia nova no Brasil. Uma revisão de literatura sobre o tema vai mostrar que em determinados
períodos da história brasileira o tema tem sido mais discutido que em outros, sendo importante salientar que a
oscilação na frequência dos debates e na produção do conhecimento nesta área tem razões históricas, econômicas,
políticas e sociais.

“Nosso sistema educativo privilegia a separação em vez de praticar a ligação.


Deveríamos ser animados por um princípio de pensamento
que nos permitisse ligar as coisas que nos parecem separadas,
umas em relação às outras.”
(Edgar Morin)
X. A municipalização no ensino.
A municipalização do ensino vem ocorrendo no Brasil em diferentes graus de amplitude e em diferentes setores, pela
constituição de redes/sistemas de ensino e pela participação dos municípios em programas e projetos comuns com
outras redes ou sistemas. Os autores têm alertado quanto às dificuldades da municipalização integral do ensino,
principalmente do ensino fundamental, chamando a atenção para as carências de muitas municipalidades em termos
de recursos humanos e financeiros.

30
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

Apesar disto são muitos os educadores que defendem de forma contundente a municipalização, principalmente no
que se refere às primeiras séries do ensino fundamental. O primeiro defensor desta posição no Brasil foi o educador
Anísio Teixeira propondo um trabalho conjunto entre as esferas de governo com base no custo-aluno.
Do ponto de vista da legislação, a municipalização aparece em dispositivos firmados na Lei 5692/71 que, no Parágrafo
Único do seu Artigo 58, introduz a ideia de transferência de responsabilidades educacionais para os municípios e no
seu Artigo 71 institui a possibilidade de delegação de competências pelos Conselhos Estaduais de Educação para os
Conselhos organizados nos municípios (CLEITON e TEIXEIRA, 2001). Nesta mesma lei é definida a vinculação à
educação dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios. Configurou-se, a partir daí, na política educacional
brasileira, a necessidade de um reforço às estruturas técnica e administrativa municipais para atuar na educação. Esta
política, deste modo, vai implementar projetos federais a partir de então, desenvolvidos, sobretudo, nos estados do
Nordeste brasileiro, estimulando a municipalização do ensino através da transferência de encargos para o município,
sem o correspondente investimento financeiro (PEIXOTO, 1999).
Em tempos mais recentes, a Constituição Federal de 1988 vai elevar os municípios à condição de entes federados,
fortalecendo os seus poderes de decisão e de participação política. Na área da educação esta Constituição reconhece,
pela primeira vez no Brasil, os sistemas municipais de ensino, com isto atribuindo-lhes competências específicas na
manutenção dos serviços educacionais em determinados níveis (BRASIL, 1988).
Sob a égide do princípio da descentralização, esse diploma legal vai introduzir alterações significativas no quadro da
distribuição de poderes, atribuições e recursos entre as esferas de governo, delimitando para cada uma delas, no caso
da educação, os níveis de ensino sob sua responsabilidade e o percentual de recursos provenientes de impostos que
devem ser aplicados à educação (Artigos 211 e 212), destacando os municípios em todas essas determinações.
A década de 90 vai experimentar mudanças substantivas nas políticas educacionais, sobretudo a partir de 1995, com o
primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso. Tais mudanças foram fortemente condicionadas pelos
pressupostos da descentralização e da municipalização do ensino. A Emenda Constitucional 14/96 vai redirecionar os
recursos para o ensino através da criação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e
Valorização do Magistério – o FUNDEF, reordenando a alocação de recursos para o ensino fundamental entre Estados
e Municípios (BRASIL, 1996).
Este Fundo, regulamentado pela Lei 9424/96, por conseguinte, se constituirá, a partir de 1998, no mais forte
instrumento de municipalização do ensino no Brasil, provocando nova dinâmica e funcionalidade à educação
municipal (BRASIL, 1996).
É importante assinalar, por outro lado, os reflexos produzidos na educação municipal pela Lei 9394/96, de Diretrizes e
Bases da Educação, que vai disciplinar os gastos com a educação, através dos seus Artigos 70 e 71.
Esta lei também vai estabelecer os princípios orientadores da gestão do ensino municipal através dos Artigos 11, 18 e
87. No primeiro, vai fixar as incumbências dos municípios em matéria de educação. No segundo, vai estabelecer a
composição dos sistemas municipais de ensino. E no parágrafo 3º do Art 87, no Título das Disposições Transitórias, vai
determinar ações do município para oportunizar matrículas às crianças, jovens e adultos no ensino fundamental,
realizar programas de capacitação de professores em exercício e promover a integração dos seus estabelecimentos de
ensino ao sistema nacional de avaliação do rendimento escolar (BRASIL, 1996).

O aprendizado nunca termina.


Não existe parte da vida que não contenha lições.
Se você está vivo, há lições para aprender.

XI.A organização da formação dos profissionais


da educação no Brasil.
O conselho nacional de Educação (CNE), através da sua Câmara de Educação Básica (CEB), instituiu as Diretrizes
Curriculares Nacionais (DCN) para a formação de docentes de educação infantil e dos anos iniciais do ensino
fundamental.
Sobre a formação dos profissionais da educação, a LDBEN/96, no seu Título VI, trata do tema nos arts. 61 a 67, sendo
que no art. 62 aponta a formação mínima, ao afirmar que “[...] a formação de docentes para atuar na educação básica
far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de
educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro
primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal”

31
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

No Brasil, na atualidade, a discussão da formação dos profissionais da educação passa por compreensões controversas
que acabam gerando atitudes governamentais reveladoras do atraso na interpretação do texto legal – LDBEN –
quanto à formação de professores.
Cabe destacar que o importante é compreender que, se o magistério é uma profissão com características tão próprias,
a ponto de não poder ser comparada com outras funções técnicas, essa diferença precisa ser incorporada desde logo
ao processo de formação do professor. Assim, não se trata apenas de aproximar o aluno de informações oriundas da
pedagogia, da didática, da psicologia, da filosofia, da sociologia e assim por diante, mas assegurar que essas
informações adquiram significado, passando a integrar a própria identidade do aluno, seja ele um professor, que já
desempenha funções docentes, ou aluno sem prática pedagógica.
Formação Docente - (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96 – Artigos 61 a 67).
Ideia Central Princípios a serem observados na Indicações Legais
formação docente
- O processo reconstrutivo do aluno é o - Aperfeiçoamento profissional continuado;
centro das questões ligadas a - Período reservado a estudos,
aprendizagem; planejamento e avaliação incluído na carga
Professor como eixo central da - Professor enquanto orientador da horária de trabalho;
qualidade na educação. aprendizagem; - Progressão funcional baseada na titulação
- Educação enquanto processo ou na habilitação e na avaliação do
essencialmente formativo; desempenho;
- Interdisciplinaridade, envolvendo tanto - Valorização: reforma salarial e condições
aspectos teóricos quanto práticos, além de adequadas de trabalho;
da criticidade, leitura da sociedade e - Programas de educação continuada;
qualidade formal e política; - Associação entre teorias e práticas na
- Reconstrução permanente da formação docente;
aprendizagem; - Valorização de formação e experiências
- Formação de competências. anteriores.

Exercícios
28- Em que série/ano eu poderei dar aula, quando terminar meu curso pós-médio de Formação de Professores?
________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
29- E se eu fizer o Curso de Pedagogia?
________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
30- O que eu preciso fazer para ser professor (a) de Matemática?
________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
31- O que eu preciso fazer para ser professor (a) do Ensino Superior?
________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________
32- Vale a pena ser professor? Por quê?
________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________

Anexos
Legislação e normatizações da educação básica e de seus profissionais.
Endereços para consulta:
Constituição Federal, Leis e Decretos: www.planalto.gov.br
Portarias normativas: www.mec.gov.br
Pareceres e Resoluções do Conselho Nacional de Educação: http://migre.me/4m9R8
Legislação Educacional - De 2003 a 2010: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me4727.pdf

32
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

1. Organização
• Constituição Federal de 1988 – Capítulo III, Seção I, Artigos 205 a 214.
• Lei nº 9.394/1996 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).
• Lei nº 10.172/2001 – Plano Nacional de Educação (PNE).
• Emenda Constitucional nº 53/2006 – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização
dos Profissionais da Educação – Fundeb.
• Lei nº 11.494/2006 – regulamenta o Fundeb.
• Decretos nº 6.253/2007 e 6.278/2007 – dispõem sobre o Fundeb e regulamentam a lei nº 11.494/2006.
• Lei nº 9.424/1996 – regulamenta o Fundef (Fundo do Ensino Fundamental – há artigos da Lei em vigência, mesmo
após a aprovação do Fundeb).
• Decreto nº 6.094/2007 – Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE)
2. Carreira e Formação dos Profissionais
As carreiras dos profissionais da educação básica são regidas pelos Estatutos e Planos de Carreira dos entes federados,
em respeito à federalização do Estado brasileiro. Contudo, tramita no Congresso Nacional o PL 1.592/2003, que visa
fixar diretrizes nacionais para as carreiras dos profissionais da educação, com vistas a homogeneizar a regulação
profissional. A CNTE apoia a aprovação imediata do referido Projeto de Lei.
• Resolução CEB/CNE nº 03/1997 Diretrizes Nacionais para a Carreira dos Profissionais do Magistério, com base na Lei
9.424/1996 – Fundef.
• Parecer CEB nº 01/1999 – Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de Professores na Modalidade
Normal em Nível Médio.
• Resolução CNE/CEB n.º 02/1999 - Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Docentes da
Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental, em Nível Médio, na modalidade Normal.
• Parecer CNE/CP nº 09/2001 - Diretrizes Curriculares para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica em
Cursos de Nível Superior.
• Parecer CNE/CP nº 27/ 2001 - Dá nova redação ao Parecer CNE/CP nº 09/2001, que dispõe sobre as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em Cursos de Nível Superior.
• Parecer CNE/CP nº 21/2001 - Dispõe sobre a duração e carga horária dos cursos de Formação de Professores da
Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena.
• Resolução CNE/CP nº 01/2002 - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação
Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena.
• Resolução CNE/CP n.º 01/2005 - Altera a Resolução CNE/CP nº 01/2002, que institui Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de Licenciatura de graduação plena
• Parecer CNE/CP nº 28/2001 - Dá nova redação ao Parecer CNE/CP 21/2001, que estabelece a duração e a carga
horária dos cursos de Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior.
• Resolução CNE/CP n.º 02/2002 - Institui a duração e a carga horária dos cursos de licenciatura, de graduação plena,
de formação de professores da Educação Básica em nível superior.
• Resolução CNE/CP n.º 02/2004 - Adia o prazo previsto no art. 15 da Resolução CNE/CP 1/2002, que institui Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura,
de graduação plena.
• Parecer CNE/CP n.º 04/2004 - Adiamento do prazo previsto no art. 15 da Resolução CNE/CP nº 01/2002, que institui
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de
licenciatura, de graduação plena.
• Resolução CNE/CEB n.º 01/2003 - Dispõe sobre os direitos dos profissionais da educação com formação de nível
médio, na modalidade Normal, em relação à prerrogativa do exercício da docência, em vista do disposto na lei
9394/96, e dá outras providências.
• Parecer CNE/CP n.º 05/2005 - Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia.
• Parecer CNE/CP n.º 03/2006 - Reexame do Parecer CNE/CP nº 5/200.
• Resolução CNE/CP n.º 01/2006 - Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia,
licenciatura.
Funcionários de Escola
• Resolução nº 05/2005 - cria a área Profissional de Serviços de Apoio Escolar (21ª Área de Formação Técnica
Profissional).
• Portaria Normativa nº 25/2007/MEC - institui o Programa de Formação Inicial em Serviço dos Profissionais da
Educação Básica dos Sistemas de Ensino Público – Profuncionários.
• Projeto de Lei 6.206/2005 – visa reconhecer, na LDB, os funcionários de escola como profissionais da educação.
3. Currículo do nível básico: etapas, modalidades e transversalidades
Educação Infantil
• Parecer CNE/CEB nº 22/1998 - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil.
• Resolução CNE/CEB nº 01/1999 - Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil.

33
Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

Ensino Fundamental
• Parecer CNE/CEB nº 04/1998 - Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental.
• Resolução CNE/CEB nº 02/1998 - Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental.
Ensino Fundamental de 9 anos
• Lei 11.114/2005 – Torna obrigatório o início do ensino fundamental aos seis anos de idade.
• Parecer CNE/CEB nº 18/2005 - Orientações para a matrícula das crianças de 6 (seis) anos de idade no Ensino
Fundamental obrigatório.
• Resolução CNE/CEB nº 03/2005 - Define normas nacionais para a ampliação do Ensino Fundamental para nove anos
de duração.
Ensino Médio
• Parecer CEB n.º 15/1998 - Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.
• Resolução n.º 3/1998 - Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.
Ensino Técnico Profissional
• Decreto nº 5.154/2004 – Conjuga a oferta de Ensino Técnico Profissional de Nível Médio ao Ensino Médio Regular e
revoga o Decreto nº 2.208/1997.
• Parecer CNE/CEB nº 39/2004 - Aplicação do Decreto nº 5.154/2004 na Educação Profissional Técnica de nível médio
e no Ensino Médio.
• Resolução CNE/CEB nº 01/2005 - Atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e para a Educação
Profissional Técnica de nível médio às disposições do Decreto nº 5.154/2004.
• Resolução CNE/CEB nº 4/2005 - Inclui novo dispositivo à Resolução CNE/CEB 01/2005, que atualiza as Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e para a Educação Profissional Técnica de nível médio às disposições do
Decreto nº 5.154/2004.
• Decreto nº 5.478/2005 - Institui, no âmbito das instituições federais de educação tecnológica, o Programa de
Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos - PROEJA.
• Parecer CNE/CEB nº 20/2005 - Inclusão da Educação de Jovens e Adultos, prevista no Decreto nº 5.478/2005, como
alternativa para a oferta da Educação Profissional Técnica de nível médio de forma integrada com o Ensino Médio.
Filosofia e Sociologia no Ensino Médio
• Parecer CNE/CEB nº 38/2006 – Estabelece a inclusão obrigatória das disciplinas de Filosofia e Sociologia no currículo
do Ensino Médio.
• Resolução CNE/CEB nº 04/2006 - Altera o artigo 10 da Resolução CNE/CEB nº 3/98, que institui as Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.
Educação e relações étnico-raciais
• Lei 10.639/2003 – inclui no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura
Afro-Brasileira".
• Parecer CNE/CP nº 03/2004 - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o
Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
• Resolução CNE/CP nº 01/2004 - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para
o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
• Parecer CNE/CEB nº 02/2007 - referente à abrangência das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das
Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
Educação de Jovens e Adultos
• Parecer CNE/CEB nº 11/2000 - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos.
• Resolução CNE/CEB nº 01/2000 - Estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e
Adultos.
EJA e Educação a Distância
• Parecer CNE/CEB nº 41/2002, - Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação a Distância na Educação de
Jovens e Adultos e para a Educação Básica na etapa do Ensino Médio.
Educação a Distância
• Decreto nº 2.494/1998 - Regulamenta o art. 80 da LDB.
• Parecer CNE/CEB nº 4/2006 - Reexame do Parecer CNE/CEB nº 17/2005, que trata do financiamento da Educação a
Distância, no ensino público, com recursos vinculados a que se refere o artigo 212 da Constituição Federal.
Educação Especial
• Lei nº 10.098/2000 - Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências.
• Decreto nº 3.956/2001 (Convenção da Guatemala) - Promulga a Convenção Interamericana para a Eliminação de
Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência.
• Lei nº 10.436/2002 - Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências.
• Portaria nº 1.793/1994 – Dispõe sobre a necessidade de complementar os currículos de formação de docentes e
outros profissionais que interagem com portadores de necessidades especiais e dá outras providências.

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Política Educacional e Organização do Sistema de Ensino

• Parecer CNE/CEB nº 17/2001 - Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica.
• Resolução CNE/CEB nº 02/2001 - Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica.
Educação do Campo
• Parecer CNE/CEB nº 36/2001 - Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo.
• Resolução CNE/CEB nº 01/2002 - Institui Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo.
Educação Indígena
• Parecer CNE/CEB nº 14/1999 - Diretrizes Nacionais para o funcionamento das escolas indígenas.
• Resolução CEB nº 3/1999 - Fixa Diretrizes Nacionais para o funcionamento das escolas indígenas e dá outras
providências.
Educação e religião
• Parecer CNE/CP nº 97/1999 - Dispõe sobre a formação de professores para o Ensino Religioso nas escolas públicas
de ensino fundamental.
• Educação e meio-ambiente
• Lei 9.795/1999 - Política Nacional de Educação Ambiental.
Educação e direitos humanos
• Portaria 66/2003, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos /SEDH – cria o Plano Nacional de Educação em
Direitos Humanos.
4. Assuntos diversos
Carga horária
• Parecer CNE/CEB nº 38/2002 - Responde consulta sobre organização do período letivo e carga horária, tendo em
vista os art. 23 e 24 da Lei 9.9394/96.
• Parecer CNE/CEB nº 2/2003 - Orientações sobre a utilização do recreio como atividade escolar.
• Parecer CNE/CEB nº 23/2003 - Responde consulta sobre cumprimento dos mínimos de duração, carga horária e
jornada escolar, com a necessária destinação de tempo dos Profissionais da Educação, para execução das ações de
planejamento. (Art.67, V da LDBEN).
Financiamento
• Parecer CNE/CEB nº 01/2007 - Consulta acerca das limitações impostas pela Lei Complementar nº 101/2000 (Lei de
Responsabilidade Fiscal) no tocante a despesas com pessoal com reflexos na remuneração dos profissionais do
magistério.
• Parecer CNE/CEB nº 24/2007 - Consulta sobre como deve ser entendida a designação “magistério da Educação
Básica”, para fins de destinação de, pelo menos, 60% dos recursos do FUNDEB.

Gabarito – Exercícios
1-C 2-B 3-C 4-A 5-D 6-B 7-D 8-D 9-B 10 - -
11 - C 12 - - 13 - - 14 - - 15 - - 16 - B 17 - - 18 - - 19 - - 20 – D
21 - A 22 - - 23 - - 24 - - 25 - A 26 - A 27 - - 28 - - 29 - - 30 - -
31 - - 32 - -

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