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Física Geral e Experimental II - FIS002

Centro Federal de Educação Tecnológica da Bahia - CEFET-BA


Prof. Niels F. Lima

Roteiros de experimentos e atividades

1 – Princípio de Arquimedes

Resumo
Determinar a densidade de um material pela comparação entre seu peso e o empuxo sobre
ele, quando totalmente imerso em água, à luz do princípio de Arquimedes.

Teoria
O princípio de Arquimedes diz que um corpo imerso num fluido sofre um empuxo que é igual
ao peso do volume de fluido deslocado pelo corpo. A razão entre o peso do corpo e o empuxo
sobre ele exercido pelo fluido é igual à densidade do corpo relativa à do fluido:

Considere as duas situações mostradas na Figura 1. Um corpo está na superfície da Terra


suspenso por um dinamômetro, imerso na atmosfera (Fig. 1a) ou num líquido (Fig. 1b). Em
cada uma das situações podemos considerar que o corpo esteja submetido a três forças: o
peso -Pj;^, o empuxo Ej;^ e a força exercida pelo dinamômetro Fj;^. A força medida pelo
dinamômetro é a força que ele exerce, F, e é o chamado peso aparente do corpo.
Responda às seguintes questões:
 Podemos considerar, em cada situação, que o somatório dessas três forças é nulo? Ou
seja, podemos considerar que o corpo esteja em equilíbrio? Qual o erro cometido ao se
ignorar que o laboratório na Terra não é um referencial inercial?
 Podemos considerar que o empuxo da atmosfera, caso representado na Fig. 1a, é
desprezível? Estime o erro que essa aproximação acarreta na determinação do peso do
corpo a partir da medida do peso aparente, Fa.
 Obtenha P a partir de Fa, peso aparente imerso na atmosfera, e o empuxo Eb imerso no
fluido a partir dos pesos aparentes Fa e Fb. Desprezando os erros que cometemos ao
responder sim às perguntas anteriores, mostre que a razão entre o peso do corpo e o
empuxo exercido pelo líquido sobre ele pode ser determinado experimentalmente como
onde Fa e Fb são os pesos aparentes do corpo nas duas situações.
Essa relação é o tema do exercício on-line "Empuxo e Densidade" (EmpuxoeDensidadeI.html),
onde o aluno pode praticar os conceitos abordados, calculando a densidade de um corpo a
partir de dados que representam o resultado de uma experiência.

Procedimento
Neste procedimento não usaremos dinamômetros, mas sim balanças comuns. Também não
mediremos o peso aparente do corpo quando imerso no fluido, mas mediremos o empuxo
diretamente. O peso do corpo e o empuxo sobre ele serão medidos de acordo com o seguinte
procedimento:

1) Medir a massa do corpo na balança, m1. Essa massa está relacionada ao peso aparente do
corpo imerso na atmosfera: P = Fa = m1g.
2) Medir a massa de um copo com água no qual o corpo será imerso. Ponha uma quantidade
adequada de água no copo e pese a massa total do sistema copo+água, m 2. Não deixe
derramar água, principalmente após a pesagem...
3) Medir a massa do copo+água com o corpo totalmente imerso, m3. Com o copo com água
sobre o prato da balança, pendure o peso por um suporte e um fio muito fino e introduza-o
na água. O efeito do empuxo do fluido sobre o corpo é sentido pelo fluido, que sofre uma
força de reação igual e oposta. O peso sobre a balança aumenta por um valor igual ao
empuxo, aumentando a massa medida para m3. A variação na massa medida está
relacionada ao empuxo: E = (m3 - m2)g.
A densidade relativa do corpo é igual à razão entre seu peso e o empuxo do fluido sobre ele,

Meças as massas m1, m2 e m3 conforme o procedimento acima, e anote os resultados com


devida imprecisão.

Tratamento dos dados e apresentação dos resultados


A partir dos dados obtidos determine a razão entre peso e empuxo. Estime a imprecisão das
suas medidas e como isso afeta a precisão do resultado obtido para a densidade relativa.
Calcule a precisão do resultado, mostrando os cálculos efetuados.
Como conclusão, usando valor de 1,00 x 103 kg/m3 para a densidade da água, determine a
densidade do material pesquisado. Apresente seu resultado e imprecisão com o número devido
de algarismos significativos.

Discussão
Os resultados obtidos pelos diferentes grupos serão comparados, e poderemos tirar algumas
conclusões sobre o experimento e o material testado.
Tratamento de dados experimentais: propagação de erros (PropagacaoDeErros.html).

2 - Lei de Hooke e Oscilador Harmônico

Resumo
Esta experiência consiste na determinação da constante elástica de uma mola através de dois
métodos diferentes: i) pela determinação direta do coeficiente entre a força aplicada à mola e
seu enlongamento; e ii) pela determinação experimental do período de oscilação de um
sistema massa-mola no campo gravitacional, aplicando-se a relação entre o período e a
constante elástica.Você irá coletar os dados para os dois métodos ao mesmo tempo,
preenchendo uma mesma tabela. Depois você irá tratar os dados da forma adequada a cada
método e poderá comparar os dois resultados e suas imprecisões, e afirmar algo sobre o valor
da constante elástica da mola usada no experimento.

Introdução teórica
Enuncie a lei de Hooke e esboce um gráfico da força em função do alongamento de uma mola
ideal. Qual é o significado físico da inclinação do gráfico? Como você acha que esse gráfico se
modificaria se a mola não fosse ideal?
Qual é a relação entre a constante elástica k de uma mola ideal e o período T do oscilador
harmônico formado por uma massa m pendurada nessa mola? Esboce um gráfico do logaritmo
do período T em função do logaritmo da massa m e mostre como você pode determinar k a
partir desse gráfico.

Procedimento experimental
Inicialmente, escolha e identifique uma mola. Pese na balança a mola, o suporte
correspondente, e os pesos que você vai utilizar nesta experiência, indicando a massa de cada
item numa tabela. Você deverá pendurar na mola pesos de massa entre 0 e aproximadamente
600 g (pelo menos 10 massas diferentes no intervalo), ou mais se a mola escolhida for muito
dura. Para cada combinação de pesos escolhida repita o seguinte procedimento:
i) Meça o alongamento da mola com o peso pendurado em equilíbrio e anote numa tabela
como a que segue, com respectivas imprecisões, a massa pendurada m, o peso P
correspondente a essa massa e o alongamento da mola leq. Não esqueça de indicar as
unidades das medidas.
ii) Desloque a massa verticalmente, para cima ou para baixo, pela distância de 1 cm, e solte-a.
Tome cuidado para que a massa só oscile na vertical, rejeitando as oscilações que tiverem
componentes horizontais significativas. Determine a duração de dez ou mais oscilações
completas, e dividindo pelo número de oscilações determine o período do oscilador.
iii) repita o item ii) acima com um deslocamento inicial igual a 2 cm.
Com os resultados obtidos conforme descrito acima, preencha a seguinte tabela, com uma
linha para cada massa utilizada (pelo menos 10):

massa m peso P alongamento em equilíbrio leq período (A = 1 cm) período (A = 2 cm)

Análise do experimento
Determinação da Constante Elástica da Mola pela lei de Hooke
 Com os dados da tabela faça o gráfico do peso em função do alongamento. Una os
pontos por segmentos de reta com traços muito leves, destacando os pontos
experimentais. Determine em qual região do seu gráfico a curva do peso em função do
alongamento pode ser aproximada por uma reta, e calcule o valor k da constante
elástica da mola que se obtém considerando apenas os pontos do gráfico nessa região.
 Na aula seguinte: com a calculadora eletrônica (trazer calculadora com manual, não
importa o idioma) calcular por regressão linear o valor de k na região do gráfico que
pode ser aproximado por uma reta.

Determinação da Constante Elástica da Mola através da determinação do Periodo do Oscilador


Harmônico
 Com os dados obtidos faça um gráfico do logaritmo do período em função do logaritmo
da massa. Com base no gráfico confirme o resultado esperado de que o período T é
proporcional à raiz quadrada de m, e determine o valor k da constante elástica da
mola.

Discussão dos resultados


Discuta os resultados. Compare os valores de k obtidos das duas formas diferentes.

3 - Pêndulo simples. Determinação da aceleração local da gravidade

Resumo
Determinação da aceleração local da gravidade a partir da determinação do período de
pêndulos simples em função do comprimento.

Introdução teórica
Escreva a energia potencial de uma massa m suspensa por um fio inextensível de
comprimento L num campo gravitacional g uniforme em função do ângulo que o fio forma
com a vertical, e esboce um gráfico dessa função. Determine a força que atua sobre a massa
que compõe o pêndulo em função do ângulo com a vertical, e mostre que para pequenos
valores de  (em radianos) essa força restauradora é linear, e o pêndulo pode ser considerado
como um oscilador harmônico. [Se você pode aceitar um erro máximo de 1%, até onde - em
graus - você pode aceitar um pêndulo como um oscilador harmônico?]. Determine o período
em função do comprimento para pequenos valores de 

Procedimento experimental
A experiência consiste na determinação do período T de oscilação de pêndulos formados por
um corpo maciço e pesado pendurado por fio leve e pouco extensível, em função do
comprimento do fio. Para um valor escolhido de comprimento se verificará como o período
depende da amplitude do movimento, variando a amplitude angular inicial. Para todos os
outros comprimentos se deve usar amplitudes iniciais baixas, menores ou iguais a 5 graus.

Análise do experimento
Com os dados obtidos faça um gráfico de log T em função de log l, e tratando-o como na
experiência com a massa-mola (vide roteiro do experimento "Lei de Hooke e Oscilador
harmônico"), determine o valor local da aceleração da gravidade. Calcule a imprecisão de sua
medida e expresse o valor da constante gravitacional e respectiva imprecisão com o número
adequado de algarismos significativos.

Discussão dos resultados


O que você pode dizer sobre o valor obtido de g em comparação com o esperado? Discuta
como aperfeiçoar a experiência e aumentar sua precisão para alguma coisa em torno de 1 para
1000.

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