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O choro negro de Paulinho da viola: ‘'uma interpretação no trompete.

’’

Átila Francisco da Silva


Faculdade Mozarteum de São Paulo (atila.tpt@gmail.com)

1. Introdução
O presente projeto propõe uma análise minuciosa da obra de Paulinho da
viola intitulada Choro negro. Pretende-se através desse estudo, executar a obra
propondo expor as questões de técnica do instrumento trompete e ilustrar as
partes deste choro analisando-o. O choro, se baseia na mistificação de gêneros
que ocorreu no final do século XIX resultando num novo tipo de manifestação
cultural feita por músicos e compositores da época.

2. Choro negro (Análise)


A composição Choro negro é uma obra do compositor e músico ‘’Paulinho
da Viola’’. Este choro faz parte da vasta discografia do compositor, está incluída no
disco chamado Nervos de aço – 1973, contém dentro deste, há dois discos
chamados de Lado A e Lado B. O choro, geralmente é divido em 3 partes, a que
chamamos de forma Rondó (A forma Rondó, é um tipo de composição musical
seccionada, estruturada a partir de um tema principal e temas secundários
normalmente dois ou três, sempre intercalados pela repetição do tema principal).
No Rondó, existe uma certa secção (A), que segue alternando com outras secções
contrastantes (B, C e demais partes se for preciso). A secção A, é a parte principal
da obra e as secções B, C são derivadas do tema principal.
Dentro desta obra, há como base 3 partes, onde sua primeira parte (A) inicia-
se pela tonalidade de Lá menor, seguindo para a segunda parte (B) onde acontece a
modulação para a tonalidade de Lá maior repetindo-a, retornando ao início da obra
(A) finalizando-a como última vez. A melodia tem como base semicolcheias que
ilustram nitidamente a estrutura harmônica da obra, determinada por uma cadência
base especifica existente baseada em funções na qual chamamos: II-V-I (tônica,
subdominante e dominante). Como foi estudado, esta cadência faz parte de acordes
específicos dentro do campo harmônico, estes acordes podem ser substituídos por
outros acordes de sua função principal na qual chamamos de: Dominantes
secundários. O compositor nesta obra substitui de certo modo, em momentos o
acorde dominante pelo acorde substituto do quinto grau: SubV7 (um acorde que
pode ser substituído pelo acorde dominante).

Figura 1:

No caso, a figura 1 mostra o acorde subV7 (Bbm6) aparecendo no segundo tempo


do primeiro compasso, onde acontece a primeira cadência de acordes resolvendo no tom original

Figura. 2

Temos outro exemplo no terceiro ao quarto compasso, onde temos dois dominantes,
o dominante original do tom (Sol maior com sétima) e o seu dominante secundário (Dó sustenido
maior com sétima e nona aumentada) resolvendo em um acorde de Dó maior com sétima maior.

A forma harmônica se varia entre as cadências: ‘’subdominante,


dominante e tônica’’. Como foi ressaltado, há compassos em que surge o
dominante secundário com intuito de caracterizar a obra respeitando a melodia que
igualmente sofre variações melódicas. Caminhando para a parte B, o compositor
faz uma preparação de modulação para a tonalidade ‘’Lá maior’’, vejamos:

Figura.3:
O compositor usa a preparação II-V-I para entrar na tonalidade de Lá maior, variando
os acordes com a melodia. Para entrar na função tônica, ele faz uma preparacção novamente com
dois acordes, o dominante (Mi maior com sétima) e o dominate secundário (Si bemol com sétima).

3. Paulinho da Viola (Biografia)


4. Choro negro (Forma, Análise)
A composição Choro negro, é uma obra do compositor e músico
Paulinho da Viola. Este choro faz parte de um dos discos do compositor, chamado
Nervos de aço – 1973, contém incluido deste, dois discos chamado de Lado A e
Lado B. O choro negro é divido em 3 partes, a que chamamos de forma Rondó (A
forma Rondó, é um tipo de composição musical seccionada, estruturada a partir de
um tema principal e temas secundários normalmente dois ou três, sempre
intercalados pela repetição do tema principal). No Rondó, existe uma certa secção
(A), que segue alterrnando com outras secções contrastantes (B,C e etc). A secção
A, é a parte principal da obra e as secções B, C são derivadas do tema principal.
A obra intitulada, tem como base a forma terrnária onde sua primeira
parte (A), segue pela tonalidade de Sol menor, partindo para a segunda parte (B)
onde acontece a modulação para a tonalidade de Sol maior, retornando ao ínicio da
peça, finalizando a obra. Os acordes seguem em variação com a melodia, numa
determinada sequência de acordes domintantes secundários como o subII, subV,
IVm e etc.
5. Trompete dentro do gênero, caráter histórico.
O trompete dentro desse gênero, aparece entre as primeiras décadas do século XX
onde o gênero ‘’choro’’ estava em um período de consolidação (FERREIRA, 2009, P.34). No
início do século XIX foi a chegada da Corte Real no Portuguesa no estado do Rio de Janeiro,
a atual capital da época no Brasil. Era um período de adaptação de uma nova massa de
habitantes que chegava a uma nova terra, essa chegada deu novos recursos sociais e culturais
possibilitando a criação das bandas marciais, ainda atuando com uma certa situação precária e
econômica. (TINHORAO, 1976 apud BINDER, 2006, p 25). As bandas marciais são de certa
forma, as primeiras formações e os primeiros grupos onde o trompete tem a oportunidade de
executar tal gênero. Em transição do século XIX para o XX, as bandas marciais viveram um
período onde executavam um repertorio diverso incluído polcas, mazurcas, dobrados
militares e marchas resultando uma mistificação de gêneros dentro de tal vasto repertorio,
acontecendo então a criação de um novo gênero chamado Choro. (DINIZ, 2007, p.54-55). As
primeiras bandas marciais que ficaram grandemente conhecidas no final do século XIX foram
as bandas da Casa Edson do Corpo de Bombeiros. (FRANCESCHI,2002). A banda do Corpo
de bombeiros regida pelo maestro Anacleto de Medeiros, foi de certa forma um momento
importante não so para o trompete, mas sim para diversos instrumentos e para a indústria
fonográfica brasileira onde são registradas as primeiras gravações dos instrumentos
executando um repertorio de choro.
6. Metodologia

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